Resp Prova
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Autos nº
Romulo, já qualificado nos autos da presente ação penal movida pelo Ministério
Público, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu
advogado, regularmente constituído conforme procuração, interpor, com
fundamento no artigo 581, IV do CPP, o presente RECURSO EM SENTIDO
ESTRITO, requerendo seja o mesmo recebido com as razões e, após
apresentadas as contrarrazões ministeriais, seja feito o juízo de retratação,
nos termos do art. 589 do CPP. Contudo, caso seja mantida a decisão ora
atacada seja o presente recurso encaminhado ao Tribunal de Justiça deste
Estado para regular processamento
Termos em que,
Recorrente: Rômulo
Recorrido: Ministério Público
Autos de origem nº: ...
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
DOS FATOS
Rômulo, em 02 de janeiro de 2010 ficou inconformado por encontrar
mensagens de sua esposa Paola, para Bruno, desejando a este, um prospero
ano novo. Em razão disso, desferiu golpes de faca nas mãos da vítima,
pretendendo em seguida, utilizar a arma do crime para golpeá-la e causar sua
morte. Ocorre que o recorrente, se viu sensível com o sofrimento que causou a
sua esposa, após facadas na sua mão, deixando o local dos fatos para
acalmar-se.
DAS PRELIMINARES
Da prescrição;
De pronto, ressalta-se que deverá haver reconhecimento da extinção da
punibilidade em razão da prescrição da pretensão punitiva pela pena em
abstrato. Haja vista que os fatos ocorreram em 02 de janeiro de 2010, quando
o réu tinha 18 anos de idade, Romulo completaria 19 anos em 04 de abril, ou
seja, era menor de 21 anos. A denúncia fora recebida em 24 de janeiro de
2020, sendo assim, a primeira causa de interrupção do prazo prescricional, nos
termos do Art. 117, inciso I, do Código penal.
DA NULIDADE
Na fase inicial do procedimento do Tribunal do Júri, foi designada audiência,
porém, o réu não foi intimado, estando presente apenas a seu advogado e,
mesmo sem a presença do mesmo, deu-se prosseguimento ao feito. Logo, a
instrução deve ser anulada uma vez que o réu não foi intimado e ainda que o
interrogatório tenha sido realizado em outra data, a produção de praticamente
toda a prova sem a presença de Rômulo, tendo a defesa manifestado
inconformismo. Outrossim, os atos processuais realizados a partir da audiência
de instrução devem ser anulados, uma que afronta princípio constitucional, o
da ampla defesa, previsto no artigo 5º, LV, da Constituição Federal de 1988 e
assim decretar a nulidade de atos de instrução, nos termos artigo 564
inciso IV do CPP.
DO MÉRITO
Há de ser reconhecida a Desistência voluntária de Romulo, uma vez que o
mesmo, após iniciar a execução do crime, decidiu por vontade própria não
prosseguir e estando ciente de que os atos praticados seriam insuficientes para
a consumação do delito inicialmente pretendido. Nesse sentido, deverá, ainda,
haver desclassificação do crime o qual foi denunciado, fulcro Art 419 do
código de processo penal. Ademais, na tentativa, o crime não se consuma
devido a circunstâncias alheias à vontade do agente, o que não ocorreu no
processo em tela. Sendo assim, aplica-se o Art. 15 do CP, que determina que
o agente que voluntariamente desiste de prosseguir na empreitada criminosa
responde apenas pelos atos já praticados. No caso de Romulo, conforme o
exame de corpo de delito apresentado, foi cometido o crime de lesão corporal
grave, sendo está a única infração possível imputar ao recorrente.
DOS PEDIDOS
a) ser reconhecida a prescrição em razão da prescrição da pretensão punitiva
b) anulação da decisão de pronúncia, haja vista que deverá Romulo responder
peloo crime de lesão corporal grave;
c) desclassificação do crime imputado, nos termos do Art. 419 do CPP, em
razão da desistência voluntaria;
d) afastamento da qualificadora do Art. 121, § 2º, inciso VI, do CP, haja vista
Advogada – OAB...