Ciência, Senso Comum e Revoluções Científicas

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CIÊNCIA, SENSO COMUM

E
REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS
Paradigmas, metodologias e métodos de investigação.
BÁRBARA SIMÕES ANDRÉ SANTOS BIANCA MARQUES

nº12845 nº12878 nº12701


INTRODUÇÃO
O texto estabelece a base para a
discussão sobre ciência, senso
comum e revoluções científicas,
enfatizando a complexidade e a
relevância desses temas no
campo do conhecimento
científico.
CIÊNCIA
1

F R EI RE- MAI A
O QUE É A CIÊNCIA?
MOR AI S
EXISTE UMA
DEFINIÇÃO?
WHI TEHAEA D
FREIRE- MAIA
Freire-Maia dizia que raramente os
filósofos da ciência não se propõem a a
definir ciência. Para o autor, existem 3
motivos para esta recusa:

1 - no facto que toda a definição ser


incompleta
2- a complexidade do tema
3- a falta de acordo entre as diversas
tentativas de definições
FREIRE-MAIA
Como uma espécie de solução o
autor propõem deixar para trás as
fundamentações espistemológicas
MORAIS e proceder a uma definição de
Para Morais a ciência é vista mais ciência que complemente um WHITEHAEAD
do que uma instituição, é uma “conjunto de descrições, Ele via a ciência como uma
interpretações, teorias , leis, atividade humana em constante
atividade. Ele diz que a ciência não
modelos,ect… evolução, influenciada pelo
se reduz a experimentos é
senso comum, mas também
abrangente e complexa. Ela diz
capaz de transcendê-lo por
mesmo que que ciência é então um
meio de conceitos e abstrações
conceito abstrato mais refinados.
2
PENSAMENTO CIENTÍFICO
E
FILOSOFIA
MOLES E FLECK

1 O a ut or Moles a r g ume n t a q ue o
con heci ment o ci e n t í f i co é mo lda do p e l o s
con t ext os so ci a i s , cult ur a i s e hi stó ri co s n o s
qua i s é pr oduz i d o

El e i n t r oduz i u o co n ce i t o de " p e n s a me n to
2 col e t i v o" , enf a t i z a n d o co mo a s co mun i da de s
ci e n t í f i ca s co mp a r t i lha m p re s s up o s to s ,
cr e n ça s e mét o d o s que mol da m s ua s
i n v e st i g a ções

Em cont r a s t e co m o s e n so co mum, q ue mui ta s


3 v e z es é i nf luen ci a d o p o r cre n ça s p o p ul a re s e
t r a di ções, des t a ca a i mp o rtâ n ci a da
comuni da de ci e n t í f i ca n a f o rma çã o e
v a l i da çã o do co n he ci me n t o ci e n tí f i co . ( F li ck )
WHITEHAEAD
O mesmo autor
Neste caso , a
lembra nós que a
ciência e filosofia
filosofia é
responsável por “ aproximam-se para
construir catedrais que o pensamento
antes que os científico
trabalhadores constitua-se a
levantem uma pedra partir das ciências.
e destrui-las antes Aborda também que
que os elementos
a falta de relações
quebrem seus arcos” ,
ou seja , há sempre
disciplinares por
um pensamento ou parte de ambas são
até um instinto que importantes para a
procede a ação filosofia da ciência.
material.
CONTINUAÇÃO
MOLES , FILOSOFIA E CONHECIMENTO CIENTÍFICO
ESTAVAM LOCALIZADOS NA LINHA DA FILOSOFIA
NATURAL. POR SUA VEZ, A CIÊNCIA TORNAVA-SE
CADA VEZ MAIS ESPECÍFICA E OPERACIONAL,
CRIANDO PARA SI UM MUNDO PRÓPRIO, PASSÍVEL
DE SER EXPLICADO, EXPERIMENTÁVEL E
DOMINÁVEL. ESSA ESTRUTURA EXCLUÍA QUASE
TOTALMENTE OS SENTIDOS FILOSÓFICOS DO
MUNDO.
PARA MOLES , O «CIENTIFICISMO» CONSTITUÍA-SE
COMO MOVIMENTO CONTRÁRIO À FILOSOFIA, NÃO
SE NECESSITAVA DE UMA FILOSOFIA, POIS A
CIÊNCIA POSSUÍA AS RESPOSTAS PARA «TODOS» OS
PROBLEMAS E, « SE ELA NÃO OS RESOLVE HOJE,
DEVE RESOLVÊ-LOS AMANHû
BACHELARD PROPÕE UM «PLURALISMO

3
FILOSÓFICO» PARA CARACTERIZAR A
FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS, POIS ENTENDE
QUE SÓ É POSSÍVEL ABORDAR
«EXPERIÊNCIA E TEORIA», EM SEUS
VARIADOS NÍVEIS DE MATURIDADE, POR
MEIO DE UMA FILOSOFIA QUE ACOMPANHE
ESSA MULTIPLICIDADE.
FILOSOFIA DA CIÊNCIA O AUTOR DEFINE A FILOSOFIA DAS
CIÊNCIAS COMO UMA FILOSOFIA
«DISPERSA» E «DISTRIBUTIVA». DEVE-SE
LEMBRAR QUE NEM SEMPRE A FILOSOFIA E
AS CIÊNCIAS ESTIVERAM EM LADOS
OPOSTOS.
NO SÉC XX

A ul t i ma par te di s c ute a i n t era çã o compl exa


ent re ci ênci a, mi to e p ens a men t o h uma n o a o
l on g o do séc ul o XX. A i n t rod uçã o d a f í s i ca
quânti ca ques ti on ou c on cei t os t ra d i ci on a i s d e
det ermi ni smo e s ubs ta n c i a l i d a d e d a ma t éri a ,
abr i n do espaço p a ra o s u rgi men t o d e um n ov o
eni g ma que a l g un s a s s oci a m a o es pi ri t ua l i s mo.
Ao mesmo temp o, des ta c a -s e a i mport â n ci a d os
mi t os na soc i eda de p a ra f un d a men t a r
i de nti d ades e n orma s s o ci a i s , preen ch en d o
l acunas dei xa da s p el a c r i s e d a ra z ã o.
Bases conceituais são
fundamentais para estudos
e discussões
epistemológicas em
diversas disciplinas.
O senso comum, muitas
POSSIBILIDADES vezes é visto como
conhecimento quotidiano,
EM TORNO DO é apropriado pela ciência e
transformado em
SENSO COMUM conhecimento científico.

Segundo Cotrim (2002), o “(…)


vasto conjunto de concepções
geralmente aceitas como SENSO
verdadeiras em determinado meio COMUM
social recebe o nome de senso
comum” (Cotrim, 2002, p.46)
CONCEITOS EPISTEMOLÓGICOS
E SENSO COMUM

1 ORIGEM NO QUOTIDIANO
Os concei t os co me ça m n o se n so co mum e sã o
a p r i mor a dos p e la ci ê n ci a , ro mp e n do co m o
con heci ment o d o d i a a d i a .

2 CRÍTICA CIENTÍFICA
An t es de s er e m a ce i t o s, os co n ce i to s sã o
s ub met i dos a o a p ur a me n t o da co mun i da de
ci e n t í f i ca , que o s a v a li a c ri ti ca me n te .

3 TRANSFORMAÇÃO EM CONHECIMENTO CIENTÍFICO


Ao s uper a r o s e n s o co mum , o s co n ce i to s sã o
e l e v a dos à po s i çã o d e co n he ci me n to
ci e n t í f i co.
O NOVO SENSO COMUM DE
SANTOS
PROPOSTA CRI SE DOS VALORI ZAÇ ÃO
PAR ADI GMA S
A ciência pós-moderna
Boaventura de Souza Santos discute KAR
a crise
L POPPER
reconhece o valor do
Santos sugere um dos paradigmas da
senso comum, que
senso comum onde a ciência moderna e a
apesar de suas
distinção entre necessidade de Para
uma Kuhn, a ciência segue um certo
limitações, contém
conhecimento nova abordagem tipo de dogmatismo, pois seutópica
uma dimensão
científico e senso científica pós-
comportará e se desenvolverá de
e libertadora.
comum desaparece, moderna.
integrando prática e
acordo com o paradigma vigente.
filosofia.
RUPTURA CO M A R U PTU RA

1
Santos propõe uma aproximação do EPISTEMOLOGI
conhecimento científico ao senso comum,
invertendo a tendência da ciência moderna. A INVERSA NA
CIÊNCIA
CONHECI MEN T O CO M O SE N SO CO MU M
PÓS-
MODERNA
2 O conhecimento científico pós-moderno realiza-se
ao converter-se em senso comum, tornando-se
acessível e aplicável.

TECNOLOGI A E S AB ED ORIA
3 A ciência pós-moderna não despreza o conhecimento
que produz tecnologia, mas busca traduzi-lo em
sabedoria de vida.
INFLUÊNCIAS E RUPTURAS NA
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Influência Bachel ardi ana


Santos reconhece a influência de Bachelard, que
defendia a necessidade de romper com o senso comum
para alcançar o conhecimento científico

Três atos espistemológicos


A ciência moderna baseia-se em ruptura, construção e
constatação para se contrapor ao senso comum.

Reencontro com o senso comum


Santos prevê um futuro onde a ciência irá reconectar-se
com o senso comum, superando as limitações anteriores.
O SENSO COMUM NA
ASCENSÃO DA BURGUESIA
Combate ao irracionalismo
Iniciativa Burguesa
e valorização do senso
comum

O senso comum é
Senso Universal
considerado natural,
razoável e prudente.

Com a burguesia no poder,


Desvalorização o senso comum é visto
como artificial e ilusório.
SENSO COMUM E
CONHECIMENTO CIENTÍFICO
CONHECI MEN T O REVI SÕES E DI S TI NÇÕES
VULGAR COR REÇÕES
Embora relacionados
O senso comum é a O conhecimento KAR L POPPER
ao quotidiano, senso
base da atividade científico está em
comum e
científica, mas é constante evolução,
conheciemnto
superado pelo rigor diferentementePara
do Kuhn, a ciência segue um certo
científico são distintos
metodológico da senso comum, quetipo de dogmatismo, pois se é
e essa diferença
ciência tende a ser visto
comportará e se desenvolverá
crucial para o avançode
como definitivo
do conhecimento
acordo com o paradigma vigente.
KUHN E POPPER
Thomas Kuhn e Karl Popper devem ser lembrados como dois dos
mais destacados pensadores da ciência do século XX.

THOMAS KU H N KAR L POPPER

Popper critica a filosofia do Para Kuhn, a ciência segue um certo


positivismo lógico desenvolvida pelo tipo de dogmatismo, pois se
Círculo de Viena. Não concordando comportará e se desenvolverá de
com essa concepção, Popper propõe o acordo com o paradigma vigente.
que chama de «falseabilidade» ou
«falibilismo».
CRITÉRIO DE
FALSEABILIDADE
O critério de falseabilidade está associado à idéia de
movimentação e rupturas de paradigmas científicos, ao
contrário do verificacionismo.
O verificaciosnismo tem como princípio básico a ideia de
verdade, portanto algo que se estabiliza em determinado
momento.

Nesse caso, os cientistas desenvolveriam teorias cada vez mais


consistentes e flexíveis, pois contariam o princípio da
incerteza e das mudanças e de paradigmas.
REVOLUÇÕES CIÊNTIFICAS
Com as revoluções científicas, os paradigmas se renovam e
os «velhos» paradigmas são substituídos depois de um
período de crise dentro da própria ciência.

Consequentemente, as grandes revoluções científicas


passaram por períodos de transição variados, e, dessa
maneira, seguiram seus respectivos períodos de vigência
enquanto paradigmas.
PEARCE WILLIAMS
Questão semelhante foi levantada por Williams ,
que pergunta a Kuhn e a Popper como saber o que
é ciência.

A ciência não é planejada estrategicamente.

Isso quer dizer que tanto Popper quanto Kuhn


desenvolveram suas teorias de acordo com a visão
que têm da ciência, o que não significa que uma ou
ambas tenham encontrado ou possuam, segundo
Williams, a essência da ciência.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As condições que associam e, ao mesmo tempo, separam
conhecimento vulgar ou conhecimento do senso comum do
conhecimento científico também parecem estar se
modificando devido a novas posturas da comunidade
científica, principalmente no âmbito da divulgação científica.

Pode-se dizer que os campos de conhecimento estão


buscando ultrapassar as barreiras que existem entre eles.
Um campo de conhecimento talvez não baste por si só e
parece que não constrói conhecimento sem a relação com o
oposto.
BIBLIOGRAFIA

Fr ancel i n, Ma ri v a l de M. , “Ci ên ci a , s en s o comum e r ev o l u çó es


ci entí f i cas: r es s on â n c i a s e pa ra d oxos ” . ( 3 1 / 01/ 2005)

https://www.scielo.br/j/ci/a/ZmhGpGCb8DnzGYmRBfGWNLy/?format=pdf

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