Fonte 7
Fonte 7
Fonte 7
br
7.1 Capacitores
C Rse Lse
C: capacitância
Rse: resistência série equivalente
L se: indutância série equivalente
Deste circuito, pode-se afirmar que em baixas freqüências o capacitor tem seu
comportamento determinado pela capacitância. À medida que aumenta a freqüência, no
entanto, o elemento indutivo se torna mais significativo, sendo dominante em altas freqüências.
A resistência se deve, basicamente, ao eletrólito (em capacitor eletrolítico) e às conexões,
variando significativamente com a temperatura. A figura 7.1 mostra curvas típicas para
capacitores eletrolíticos [7.1].
C = 100 uF L = 100 nH
10
R = 1 ohm (T = -40 C)
R = .01 ohm (T = 85 C)
1.0m
10Hz 100Hz 1.0KHz 10KHz 100KHz 1.0MHz 10MHz 100MHz
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Para uma certa variação de corrente ∆I, a resistência série produz uma variação de
tensão ∆V=Rse.∆I, a qual pode ser muito maior que a variação determinada pela carga ou
descarga da capacitância. Muitas vezes é em função da resistência Rse que se determina o
capacitor a ser usado como filtro de saída de uma fonte, de modo a se obter a desejada variação
de tensão.
A figura 7.3 mostra a tensão de saída de um conversor abaixador de tensão, indicando
claramente a predominância da variação de tensão causada pela queda resistiva em Rse. Os
valores utilizados foram obtidos do catálogo do fabricante.
L
L=1mH
C=220uF
+
Rse=.45 ohm
Rse
Ro=.5 ohm
E Ro Vo E=20V
Vo=10V
C
10.04V
10.02V
10.00V
9.98V
9.96V
0s 0.2ms 0.4ms 0.6ms 0.8ms 1.0ms
Ondulação relativa à capacitância Ondulação nos terminais do capacitor
Usa-se definir o "fator de perdas" do capacitor (tg δ), o qual se relaciona com Rse pela
seguinte expressão:
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uma corrente 40% maior do que a especificada para 120Hz (devido à redução de Rse). Para
uma temperatura ambiente de 40°C, admite-se uma corrente 220% maior do que a especificada
para 85°C, o que se justifica pela maior facilidade de troca de calor com o ambiente.
Por todos estes fenômenos, o valor equivalente do capacitor sofre profundas alterações,
podendo, em última análise, ser obtido para cada freqüência e temperatura, das curvas de
impedância mostradas anteriormente. Em geral, capacitores para uso em CC sofrem menores
variações do que aqueles para uso em CA.
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Quando H=0, a densidade de fluxo não é zero, tendo um valor + Br, chamada
magnetização remanente, ou densidade de fluxo residual. Quando B=0, o campo magnético
não é nulo, mas vale + Hc, parâmetro chamado força coerciva do material.
A inclinação ∆B/∆H é a permeabilidade incremental do material, µi , a qual tende a µ0
(permeabilidade do vácuo) quando B tende para seu valor máximo, Bmax, que caracteriza a
saturação do núcleo.
Na maior parte das aplicações, a operação na região de saturação é evitada. A razão
para isso é que, na saturação ocorre uma drástica redução na indutância e, associado a isso,
ocorrem grandes elevações de corrente (associada a H) para pequenas variações de tensão
(associada a B). Para um transformador, a saturação significa ainda uma redução no fator de
acoplamento entre os enrolamentos, uma vez que o núcleo perde sua característica de menor
relutância em relação ao ar.
O dimensionamento de um elemento magnético é feito, via de regra, em situações de
regime permanente, ou seja, considerando-se que a tensão média nos terminais do dispositivo é
nula e a densidade de campo mangético excursiona entre os valores simétricos de B.
B(G)
5.0K
Bmax
Br
-Hc
-3.0 -2.0 -1.0 0.0 Hc 1.0 2.0 3.0
-Br H (A.esp/m)
1 T = 10000 G
-Bmax
-5.0K
Figura 7.4 Curva de histerese típica de ferrite
O problema da saturação é agravado nas situações transitórias, especialmente no início
de operação do dispositivo (start-up). Partindo-se de uma situação em que B=0, no primeiro
semi-ciclo de funcionamento tem-se a possibilidade de variar o fluxo em apenas metade da
excursão necessária. A solução, óbvia, de projetar o elemento para suportar o dobro de
variação de fluxo, não é muito razoável por aumentar demasiadamente (4 vezes) o volume do
componente. A melhor solução é controlar eletronicamente a partida do conversor (soft-start).
O problema de “start-up” é agravado quando Br tem valor elevado. Suponhamos que o
circuito foi desenergizado quando se estava no ponto A da curva B x H (figura 7.4). A corrente
irá a zero e tem-se B=Br. O reinício de operação a partir deste ponto leva a resultados ainda
piores do que uma partida com B=0.
A magnetização remanente pode ser atenuada pela inclusão de um entreferro no núcleo.
Hg ⋅ g+ Hm ⋅ l c = N⋅i (7.2)
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B = µ 0 ⋅ H g = µc ⋅ H m (7.3)
N⋅i B⋅ g
Hm = − (7.4)
l c µ0 ⋅ l c
Nota-se em (7.4) que a introdução do entreferro permite que Hm seja atingido para
valores maiores de corrente. O efeito sobre a curva B x Ni é mostrado na figura 7.5. A
indutância incremental se reduz, mas é linearizada. O valor de Br também se reduz. Bmax não se
altera por ser uma característica do material.
O aumento do entreferro leva a uma diminuição da indutância, mas aumenta o valor da
corrente na qual ocorre a saturação.
B (G)
5.0K
+Br
-10 -5 0 5 10
H(A.esp/m)
-5.0K
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Cps
Rp Lp Rs Ls
Cp Lm Cs
Rfe
1:N
IDEAL
90d Fase
Rp=.01
Lp=1uH
Rfe=10k
Cp=10pF
Lm=100uH
Cps=10pF
-90d
N=40
10k Módulo Cs=100pF
Ls=10uH
Rs=1
10m
1.0kHz 10kHz 100kHz 1.0MHz 10MHz 100MHz
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Primário Primário
NÚCLEO NÚCLEO
Se, por um lado este arranjo reduz a dispersão, por outro aumenta a capacitância entre
os enrolamentos.
A redução da capacitância entre enrolamentos pode ser obtida pela colocação de um
filme ou fita entre cada enrolamento. Uma fita metálica pode ser usada ainda como uma
blindagem eletrostática, o que pode ser útil para efeito de redução de interferência eletro-
magnética. Obviamente a fita não pode se constituir numa espira em curto, devendo ser
adequadamente isolada.
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B
Saída realimentada
A
100 120
Potência de saída (%)
Figura 7.9 Tensões de saída normalizadas para fonte com múltiplas saídas
T1 T2 T3 T4
Primário Secundário 1 Secundário 2
Figura 7.10. Diferentes arranjos de enrolamentos em transformador com múltiplas saídas.
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TABELA 7.I
R fe = µ ⋅ L ⋅ (a ⋅ B ⋅ f + c ⋅ f + e ⋅ f 2 ) (7.6)
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4,35 ⋅ 10 −3
γ= (7.7)
f
γ: dimensão dentro da qual, para uma dada freqüência, não ocorre redução significativa na
superfície condutora (em metros)
Por exemplo, para 20kHz, γ = 0,47 mm, ou seja, um fio com diâmetro de 0,94 mm
pode ser usado para conduzir uma corrente a 20kHz sem ter sua área condutora
significativamente reduzida pelo efeito pelicular.
Relembre-se aqui que as correntes não são, via de regra, senoidais, de modo que deve
ser considerado um certo fator de folga para acomodar as perdas devidas às componentes
harmônicas.
A figura 7.11 mostra, para cada freqüência, qual condutor (de cobre) pode ser usado de
maneira evitar o aumento das perdas pelo efeito pelicular.
A maneira usual de se contornar este problema é o uso de "fio Litz", o qual é um cabo
composto por diversos fios (isolados entre si) de diâmetro adequado à freqüência de operação,
cuja secção transversal total permita uma densidade de corrente suficientemente baixa para não
causar perdas elevadas (em geral inferior a 3 A/mm2). Outra possiblidade é o uso de fitas de
cobre com espessura inferior a 2γ. Como, geralmente, estas fitas não são isoladas, deve-se
tomar cuidados adicionais com este aspecto.
Um outro aspecto que deve ser lembrado refere-se à indução de corrente nos
condutores próximos às regiões do núcleo nas quais ocorre um estrangulamento do fluxo
magnético com uma consequente dispersão local pelo ar. É óbvio que este problema é mais
grave se for utilizado um enrolamento com fita metálica, a qual apresenta uma resistência
menor do que um cabo Litz de área equivalente (em virtude da isolação entre cada fio).
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Diâmetro do fio em mm
10
0.1 4 5 6
1000 1 10 1 10 1 10
f(Hz)
Figura 7.11 Diâmetro de fio que deve ser usado em função da freqüência.
Fitas de isolação
Núcleo
1/2 primário
[7.2] Nascimento, W.B.M. e Fagundes, J.C., ” Static Cross Regulation Analysis Using a
Multiple Output Forward Converter” 1º Congresso Brasileiro de Eletrônica de
Potência. Florianópolis, Dezembro de 1991
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