RESUMO
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RESUMO
Por exemplo, a neuroplasticidade pode ser útil na restauração cognitiva de indivíduos que sofreram
problemas motores ou de memória, principalmente derivados de alguma lesão no sistema nervoso, seja
central seja periférico. Nesses casos, a psicoterapia e a fisioterapia são grandes aliadas na recuperação
do paciente e na promoção de qualidade de vida.
Outros transtornos podem ser tratados dessa maneira, como a depressão e a ansiedade. Afinal, a adoção
de hábitos saudáveis é um dos métodos utilizados para a redução do efeito dos sintomas, promovendo a
melhoria do humor e do bem-estar.
Como visto, a plasticidade neural trabalha também na formação de hábitos. Na prática, isso ocorre como
se estivéssemos ensinando o nosso cérebro a como se comportar melhor. Com isso, é possível adaptar o
paladar e se acostumar com o gosto de alimentos saudáveis e reduzir o consumo de produtos com
grande quantidade de sódio ou açúcar, por exemplo — o que favorece a saúde física e o estado
nutricional do paciente, melhorando também condições de transtornos alimentares.
Além disso, com a psicoterapia, é possível trabalhar padrões de pensamento para evitar gatilhos que
geram crises ou alteram drasticamente o humor de uma pessoa, como casos de transtorno de Borderline
ou de bipolaridade.
A terapia cognitivo-comportamental é uma das áreas da psicologia que mais trabalham com a
plasticidade neural, ao compreender a maneira que o paciente observa os fatos que ocorrem em sua
vida e estimulando-o a ressignificar diversas situações. Desse modo, isso leva o indivíduo a criar padrões
de pensamento e de comportamento que o ajudam a chegar a um objetivo, como ter mais equilíbrio e
inteligência emocional no dia a dia.
Os conceitos da plasticidade neural podem ser aplicados em diversas áreas, como no desempenho de
atletas, diminuição de dores crônicas, técnicas de aprendizagem, melhoria na convivência de ambientes
corporativos, prevenção do envelhecimento cerebral, entre muitas outras.
Desse modo, aprender mais sobre a neuroplasticidade é uma maneira de aprimorar diversas técnicas de
psicoterapia e auxiliar no tratamento e no acompanhamento psicológico dos pacientes. Afinal, os
processos cognitivos e comportamentais de um indivíduo nada mais são do que padrões neurológicos e
respostas ao ambiente em que estão inseridos. Ao compreendê-los, é possível promover mais bem-estar
e qualidade de vida para inúmeras pessoas.
A importância da neuroplasticidade se dá pelo fato de que ela estimula a adaptação do cérebro às mais
variadas situações. Isso faz também com que um indivíduo não perca totalmente a sua capacidade de
realizar determinadas tarefas, mesmo que algumas áreas de seu sistema nervoso estejam lesionadas.
Usando como exemplo uma pessoa que perdeu a audição depois de uma certa idade — isto é, ela
nasceu com esse sentido, mas, por algum motivo, essa situação foi alterada. Ao passar por esse trauma,
ela precisa começar a compreender a sua realidade sem os estímulos auditivos. A neuroplasticidade é
um dos processos internos que ocorrem para promover essa adaptação.
O processo de plasticidade neural é ainda mais estimulado quando determinadas áreas do corpo
humano sofrem lesões, como no caso do Acidente Vascular Encefálico (AVE). Nesse caso, a recuperação
do indivíduo também é condicionada pela neuroplasticidade.
Eventos traumáticos também podem gerar distúrbios psicológicos, como a Síndrome do Pânico e demais
transtornos de ansiedade. Estimulando a neuroplasticidade é possível auxiliar uma pessoa a enfrentar
esses problemas e minimizar os seus efeitos em sua vida.
Outra aplicação interessante da plasticidade neural é a de desenvolver novos hábitos e substituir antigos.
Pessoas que têm dependência química, por exemplo, podem se livrar do vício ao receber a devida
assistência psicológica e aprender a reprogramar os seus costumes.
NEUROPLASTICIDADE E MUDANÇA COMPORTAMENTAL
Antigamente acreditava-se que a personalidade se tornava fixa depois de uma certa idade. No entanto,
um dos achados mais importantes da Neurociência é que apesar do cérebro começar a se solidificar com
a idade de 25 anos, o nosso cérebro pode continuar se modificando ao longo da vida. Essa
adaptabilidade do cérebro é chamada de Neuroplasticidade, que nos mostra que é possível mudarmos
os nossos comportamentos, por meio das alterações que fazemos em nossos pensamentos, ações e
hábitos. Como nós, serem humanos repetimos caminhos neurais ao longo dos anos, eles acabam se
tornando mais enraizados, desenvolvendo vias neurais preferenciais, e é mais difícil nos desprendermos
delas. Um dos motivos é que o nosso cérebro busca constantemente economizar energia, o que nos leva
a utilizar o caminho mais eficiente, que já está automatizado. Quando jovem, existe uma grande
quantidade de flexibilidade e plasticidade do cérebro, o que explica porque as crianças aprendem tão
rapidamente.
Apesar de diminuir a intensidade, essa plasticidade não precisa parar ao longo da vida. Embora a
mudança não seja rápida, não precisamos ficar presos aos padrões de pensamento e ações que
construímos no passado. A chave é criar continuamente novos caminhos e conexões neurais. Para isso
precisamos entender melhor quais são os mecanismos que podem facilitar essas mudanças. A
neurocientista Tara Swart estuda o caminho para a criação de novas conexões neurais. Abaixo estão
alguns passos sugeridos por ela, que podem auxiliar o processo de mudança de comportamento.
CONSCIÊNCIA
O primeiro passo é identificar o que a pessoa deseja mudar. Muitos dos padrões de pensamento e ações
repetimos de forma inconsciente. Por isso, um processo de desenvolvimento pessoal e profissional deve
contemplar exercícios ou avaliações, que permitam que a pessoa receba feedback sobre os seus pontos
fortes e pontos de desenvolvimento. No processo de coaching é possível utilizar uma Avaliação 360 ou
pedir que o cliente busque feedbacks, para que ele eleve a consciência sobre os seus comportamentos
atuais.
ATENÇÃO FOCADA
Para que o cérebro consiga processar de forma ágil, existem partes que são usadas com menos
frequência, automaticamente. Se desejamos fazer uma mudança comportamental, a pessoa terá que
conscientemente colocar atenção para atuar de uma nova forma. Essa nova tarefa tem que ser tão
desafiadora que a pessoa vai se sentir mentalmente e fisicamente exausta, pois ela estará forçando seu
cérebro para trabalhar de uma nova forma. Segundo Tara Swart esta é a única maneira de realmente
desenvolvermos novos neurônios com força suficiente para se conectar com os neurônios existentes.
PRÁTICA E REPETIÇÃO
Novas conexões e caminhos neurais são frágeis, e apenas a prática e repetição permitirão que essas
conexões se estabeleçam, tornando-se comportamentos habituais, ou seja, novos padrões. Nessa fase, o
processo de coaching pode ajudar a pessoa a encontrar a motivação, força de vontade e autocontrole
para alcançar o seu objetivo. Segunda os neurocientistas, pode demorar de 3-4 meses para que se
identifique um novo mapa cerebral.
Sem o ambiente certo e suporte, será difícil o cérebro criar novos caminhos neurais, ficando preso no
modo de sobrevivência, o que significa que escolherá percorrer caminhos que já esteja familiarizado. Se
a pessoa se sente ameaçada para fazer a mudança, o cérebro buscará “lutar ou fugir”, o que não
permitirá gerar as mudanças desejadas. Outro aspecto importante, é que o cérebro precisará de mais
energia para fazer as novas conexões, por isso, é fundamental que a pessoa tenha a hidratação,
nutrientes e descanso suficientes para que o cérebro possa aprender, desaprender e reaprender os
novos padrões de comportamento.
Vamos antes de passarmos diretamente para a pesquisa, vamos conhecer um pouco mais do nosso
cérebro.
Em 2015, dois cientistas da Universidade de Carnegie tentaram comprar a potência de um cérebro à de
um supercomputador, o IBM Sequoia. Para conseguir o feito, foram lá e mediram a velocidade da
transferência de dados dentro da máquina e compararam com a velocidade com que os neurônios são
disparados.
A conclusão do estudo é que o ser humano conseguir suportar uma quantia muito menor do que os
dados que um supercomputador consegue, mas é 30 vezes mais ágil ao lidar com eles. Mas, como
fazemos isso e gastando pouca energia? O poder do hábito!
Steven Parton, cientista da computação decidiu examinar como as emoções negativas, como as famosas
reclamações. Essas reclamações poderia ser da pessoa pesquisada ou de quem estava ao redor dela. A
ideia era saber se esse tipo de comportamento afeta o cérebro, gerando diversas emoções direcionadas.
Assim, as emoções negativas, poderia levar a sensação de as pessoas não conseguirem sair de um estado
de espírito negativo. Segundo a teoria dele, a negatividade altera de maneira física a estrutura e a função
da mente e do corpo.
Mas, como isso modifica o cérebro de uma pessoa positiva para alguém negativa?
O cérebro humano, como você já deve ter ouvido falar, em algum momento do dia ele começa a poupar
energia. É poupando energia que, por exemplo, criamos hábitos, alguns que até são difíceis de modificar,
em razão, do cérebro querer poupar energia.
Nesse caso, para que ele consiga poupar energia, ele foca sempre em criar uma rotina, ou seja, o mais do
mesmo. Assim, quanto você está constantemente ao lado de pessoas negativas, será justamente isso
que ele vai reproduzir, já que são essas mensagens que ele reproduz.
Quem age dessa maneira são as sinapses, pequenos neurônios que distribuem informações de uma
célula para a outra. Nesse caso, podemos imaginar que elas ficam distantes uma da outra, que é
chamada de sináptica. Assim, sempre que você estiver com pensamento negativos, uma das sinapses
irão disparar reações químicas no cérebro.
Com o tempo, o espaço entre uma sinapse e outra vai diminuindo para que o cérebro não faça tanta
força para transmitir a mesma informação. Assim, no final do dia, o seu cérebro vai sempre escolher os
pensamentos mais rápidos e curtos, para poupar energia. Portanto, uma pessoa que só convive com
pessoas negativas, naturalmente se torna negativa.