Caso Clínico 1 Resolvido
Caso Clínico 1 Resolvido
Caso Clínico 1 Resolvido
Hernandez; Julia de Lamare dos Santos; Leticia Cristina de Abreu; Lucas Guilherme Toshio
Takeuti Wada; Maria Antonia Vieira; Maria Fernanda Lopes; Sofia Ortolan Diel.
Resolução do Caso:
Hipótese de diagnóstico
Diante das exposições supracitadas, percebe-se que a paciente possui diversos
fatores de risco para o desenvolvimento de infecções urinárias, como ser do sexo mais
afetado, ter diabetes mellitus, e também estar grávida. Assim, o início da patogênese
provavelmente deu-se com a colonização do introito vagial ou meato uretral pela E. coli da
microbiota, com a migração do patógeno até a bexiga pode ter acontecido pela aderência
das bactérias às mucosas facilitada pelas fímbrias. Na bexiga, ocorreu multiplicação dessas
bactérias devido ao ambiente ali encontrado: devido à diabetes não controlada havia alta
quantidade de glicose na urina, já que o excesso de glicose não era filtrado pelos rins, uma
vez que ultrapassa os limites de absorção, eliminando o excesso na urina, com a glicosúria
proporcionando substrato para as bactérias crescerem. Ainda, devido à gravidez, houve
perda do peristaltismo dos ureteres e da capacidade de esvaziamento da bexiga, permitindo
maior estase urinária, favorecendo também a multiplicação microbiana.
Nesse sentido, após a colonização inicial, devido aos fatores inerentes à gravidez e à
diabetes, houve evolução do quadro para uma infecção sintomática do trato urinário, com
sintomas como disúria, urgência urinária e dores abdominais devido ao fato das bactérias na
bexiga estarem causando uma cistite aguda.
Além disso, os glomérulos também sofreram lesões devido à DM não tratada,
levando ao rompimento das membranas estruturais e/ou funcionais dos vasos glomerulares,
além de lesões nos túbulos renais, permitindo a passagem de ainda mais glicose para urina,
além de hemácias, proteínas e leucócitos, explicando por exemplo então que a presença de
proteínas na urina provavelmente se deu mais por conta dessa consequência por conta da
DM, e não por conta da cistite em si.
Sendo assim, a paciente provavelmente foi diagnosticada com um quadro de cistite
(infecção do TU inferior/bexiga), devido ao fato de ser uma paciente mais vulnerável a esse
tipo de infecção, além da paciente provavelmente ter danos glomerulares devido à diabetes
melittus. Os exames realizados auxiliam em tal diagnóstico pela presença de bactérias
(E.coli) na urina e também pela presença de proteinúria, grande leucocitúria e hematúria
presentes.
Ainda, para evitar confusões com o diagnóstico pielonefrite X cistite, na pielonefrite há mais
proteinúria (cerca de 3 cruzes no exame químico já é um indicativo), além da presença de
cilindros na urina, fatos que não foram observados na amostra analisada da paciente.