Politica de Acervo - Museu Cafe 2021
Politica de Acervo - Museu Cafe 2021
Politica de Acervo - Museu Cafe 2021
Santos, 2019
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Instituto de Preservação e Difusão da História do Café e da Imigração
Rua XV de Novembro, nº 95 - Santos | SP - CEP 11010-151 - Tel.: (13) 3213-1750 Fax: (13) 3219-5585
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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
JOÃO DORIA
Governador
Rodrigo Garcia
Vice-governador
Sérgio Sá Leitão
Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa
Thiago Santos
Diretor Administrativo
Caroline Nóbrega
Gerente de Comunicação Institucional
Coordenadora Técnica
Marcela Rezek Calixto
Núcleo de Preservação
Acervo Arquivístico
Rita Cerqueira
Acervo Bibliográfico
Elis Granado
Acervo Museológico
Fernando Rocha
Nascilene Ramos
Pesquisa
Bruno Bortoloto
Pietro Amorim
Núcleo de Extroversão
Comunicação Museológica
Osvaldo Abreu da Silva
Educativo
Daniella Silva de Oliveira
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Apresentação
Capítulo I - Institucional
1.1. Histórico
1.2. Visão, Missão e Valores
1.3. Equipe
1.4. Princípios Éticos
1.5. Responsabilidades
Capítulo II - Acervo
2.1. Acervo Museológico
2.2. Acervo Arquivístico
2.2.1. Arquivo Institucional
2.3. Acervo Bibliográfico
2.3.1. Obras Raras
2.4. Acervo Pedagógico
6.6. Documentação
6.6.1 Acervo Museológico
6.6.2 Acervo Arquivístico
6.6.3 Acervo Bibliográfico
6.6.4 Gestão de direitos
6.7. Acesso às coleções
6.7.1 Princípios éticos
6.7.2 Públicos Alvo
6.7.3 Acervo Museológico
6.7.4 Acervo Arquivístico
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6.7.5 Acervo Bibliográfico
6.8. Segurança
6.8.1 Normas e Procedimentos de Segurança
6.8.2 Prevenção e Combate a Incêndio
Referências Bibliográficas
Anexos
Anexo 1 – Guia de Acervo Arquivístico
Anexo 2 – Resolução SC – 105
Anexo 3 – Modelo de resposta para ofertas de doação
Anexo 4 – Modelo de resposta para indeferimento de proposta
Anexo 5 – Parecer Técnico – Bem patrimonial
Anexo 6 – Parecer Técnico – Uso pedagógico
Anexo 7 – Formulário de Entrada de Objeto
Anexo 8 – Formulário de Entrada de Documento
Anexo 9 – Formulário de Entrada de Obra Rara
Anexo 10 – Ficha Object ID
Anexo 11 – Resolução SC-37
Anexo 12 - Laudo de Conservação
Anexo 13 – Minuta do Termo de Comodato
Anexo 14 – Termo de Recebimento
Anexo 15 – Planilha de controle de higienização – Acervo Museológico
Anexo 16 – Planilha de controle de higienização – Acervo Arquivístico
Anexo 17 – Planilha de controle de higienização – Acervo Bibliográfico
Anexo 18 – Ficha Catalográfica
Anexo 19 – Ficha de Identificação de objeto
Anexo 20 – Manual de Preenchimento do BDA-SEC
Anexo 21 – Projeto Preliminar de Vocabulário Controlado do Acervo Museológico
Anexo 22 – Manual de História Oral
Anexo 23 – Termo de Cessão de Direitos de Entrevista
Anexo 24 – Termo de Cessão de Uso de Transcrição de Entrevista
Anexo 25 – Termo de Cessão de Direitos de Uso de Imagem
Anexo 26 – Boas Práticas para consulta no arquivo e biblioteca
Anexo 27 - Plano de Salvaguarda
Anexo 28 - Manual de Conservação Predial
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APRESENTAÇÃO
Para a equipe do Museu do Café a grande questão era definir a importância do que se preservar e
como preservar, o que coloca no centro da discussão como deveríamos considerar apresentar o café
para além de um produto do agronegócio, mas que como cultura agrícola sustentadora da economia
nacional no fim do século XIX, propiciou uma transformação no Brasil, e mais especificamente em
cidades do Estado de São Paulo, delimitando traçados urbanos pelas linhas das vias férreas, trazendo
novos conceitos e influências culturais com o fluxo migratório, e propiciando o progresso tecnológico
pela viabilidade econômica, e que ainda hoje é uma força motriz econômica e que influencia interações
sociais e culturais.
Os trabalhos desenvolvidos até então foram de suma importância para pautar o início dessas
discussões, no primeiro ensaio no ano de 20101 para definir as frentes de preservação e comunicação
do Museu, e em 20142 no processo de construção da exposição de longa duração “Café Patrimônio
Cultural do Brasil: Ciência, História e Arte”, dando a oportunidade de uma análise a longo prazo do
possível caminho a ser adotado e de eventuais desdobramentos. A grande contribuição desses
ensaios inicias foi a leitura do café como patrimônio cultural, e as diversas facetas que abrangem essa
abordagem, seguindo a definição apresentada pelo Artigo 216, da Constituição Federal de 1988.
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente
ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as
1 Trabalho capitaneado pela Diretoria Técnica, balizado por entrevistas realizadas com agentes envolvidos diretamente na área e que compunham o
Conselho de Administração do INCI, material bibliográfico referencial, e de estudo do acervo do museu. Neste momento foram idealizados três eixos
condutores voltado a classificar e enquadrar o acervo pertencente ao Museu. Foi um momento de trabalho focado na leitura interna da instituição e de
reconhecimento do seu acervo.
2 Baseado em projetos de pesquisa desenvolvido sobre o acervo, de história oral e mapeamentos a equipe técnica do Museu do Café, gerida pela
Coordenação Técnica e Diretoria Executiva concebem a curadoria na nova exposição de longa duração onde o conceito de leitura do café como patrimônio
cultural é consolidado, e passa a ser o principal balizador das ações de preservação, pesquisa e extroversão da instituição.
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criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
A Política de Acervo que estabelece critérios e responsabilidades para toda a equipe e gestão de um
Museu, segue a atual conjuntura dos museus brasileiros, como indicado no Estatuto de Museus (Lei
11.904/2009, mais especificamente no artigo 38.
“..deverão formular, aprovar ou, quando cabível, propor, para aprovação da entidade de que dependa, uma política
de aquisições e descartes de bens culturais, atualizada periodicamente”.
Pautada nos princípios da base de uma da Nova Museologia3, a estratégia para a concepção desse
documento foi de realizar uma construção colaborativa contando com a participação de agentes
internos e externos ao Museu do Café, e com escuta sistemática do público frequentador, e da
sociedade como um todo. Assim o presente documento para além da definição de diretrizes para
gestão dos acervos, visa a definição dos recortes, linhas de pesquisa e conceitos geradores que
deverão nortear as ações de preservação, pesquisa e comunicação do Museu do Café, fruto de intenso
trabalho das equipes técnicas do Museu em um cenário em transformação, e leva em consideração
as práticas ideais e as práticas possíveis, o universo conceitual no qual o Museu se desenvolve e as
potencialidades de sua atuação no tempo e espaço.
A estratégia para a concepção desses documentos foi de realizar uma construção colaborativa
contando com a participação de agentes internos e externos ao Museu do Café, e com escuta
sistemática do público frequentador, e da sociedade como um todo. Frente a isso foi montado um
Grupo de Trabalho, formado por representantes de todos os setores da equipe técnica (Pesquisa,
Comunicação Museológica, Educativo, Acervo Museológico, Bibliográfico e Arquivístico), em conjunto
com a Coordenação Técnica, para articular, planejar e gerenciar as frentes de desenvolvimento das
ações voltadas a alimentar e consolidar os documentos finais. Adotando como modelo de trabalho a
realização de encontros semanais para planejamento e análise das discussões, definição de um
cronograma de atividades e construção dos documentos finais.
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A metodologia adotada foi adaptada das teorias de gestão de projeto, utilizando como linha guia o
método PRINCE 24, onde o principal foco é o produto e as entregas que devem ser realizadas durante
a execução do projeto. Para isso, é preciso cumprir alguns princípios básicos:
a. justificativa para o desenvolvimento do projeto;
b. aprendizado com erros e acertos passados;
c. repartição bem definida de papéis;
d. divisão do projeto em estágios;
e. tolerância com adversidades;
f. foco nos resultados;
g. grau de flexibilidade,
h. adaptando o método ao projeto.
Além das reuniões gerais do GT, semanalmente foram realizadas reuniões específicas do Núcleo de
Preservação para tratar dos temas relacionados à gestão do acervo (incorporação, desvinculação,
empréstimos, conservação, gestão documental, segurança, etc.). As deliberações e os textos
preliminares relativos ao tema eram por sua vez repassados e discutidos nas reuniões gerais.
O documento foi estruturado em seis partes: a primeira aborda o contexto geral de apresentação da
instituição a partir da sua história, missão, valores, princípios éticos e responsabilidades; a segunda
trata da caracterização dos acervos; a terceira apresenta os Projetos de Pesquisa e Referenciamento
desenvolvidos pelas equipes; a quarta aborda as conceituações, metodologias e consultas aplicadas
durante o processo de construção deste documento; a quinta apresenta as análises e conclusões
produzidas a partir dos dados coletados, assim como o estabelecimento dos eixos norteadores e
princípios transversais que deverão embasar as ações de preservação, pesquisa e extroversão; e, por
último, a sexta define os Procedimentos de Gestão dos Acervos.
Vale reforçar que, enquanto documento norteador, a Política de Acervo não se pretende um documento
fechado e rígido. Compreendemos que o seu desenvolvimento é resultado de uma ação conjunta entre
equipe técnica, coordenação, diretoria e Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São
4 Método de gerenciamento de projetos adaptável, que pode ser aplicado a qualquer projeto, independentemente de seu
porte, tipo, organização, região geográfica ou cultura. Isso é possível porque o PRINCE2 isola o gerenciamento do projeto
(ex.: aspectos ligados ao escopo, tempo, custo, qualidade, riscos, benefícios, tolerâncias, etc.) das contribuições
especializadas (o esforço para realizar o produto, ex: design, construção, etc.). https://www.axelos.com/best-practice-
solutions/prince2.
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Paulo (SEC-SP), devendo ser atualizada ou revista a cada cinco anos, ou de acordo com as
necessidades identificadas pela Comissão Técnica5.
Esse documento tem como principal referência as orientações previstas na legislação e as diretrizes
técnicas estipuladas pela SEC-SP6.
Por último, é importante ressaltar que esta Política de Acervo deve ser disponibilizada ao público
através dos diferentes meios de comunicação do museu, o que segue uma prerrogativa prevista no
próprio Código de Ética do ICOM - Conselho Internacional de Museus.
5A Comissão Técnica foi idealizada durante o desenvolvimento da Política de Acervo com o objetivo de criar uma instância interna multidisciplinar para
pautar seguindo as diretrizes desta política de acervo, as ações de preservação, pesquisa e comunicação do museu. Servindo também como um espaço
de debate e estudos voltado a alimentar as atividades do museu.
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CAPÍTULO I - INSTITUCIONAL
1.1 Histórico
A criação da Bolsa Oficial de Café ocorreu em 1914, através da Lei Estadual nº 1416, de 14/07/1914,
com o objetivo de atender ao grande movimento comercial de café na cidade de Santos, em função da
expansão ferroviária e do escoamento do produto para o exterior através do seu porto, sobretudo, para
se ter maior controle do comércio cafeeiro no Estado e evitar prejuízos financeiros aos produtores.
Entrou em funcionamento, inicialmente em um salão alugado no centro da cidade de Santos, em 28
de abril de 1917, permanecendo neste local o tempo suficiente para a conclusão das obras sede
própria.
O lugar escolhido para a construção da sede da Bolsa, era próximo ao porto e com vistas para as ruas
Tuiuti, Frei Gaspar e XV de Novembro, possui atributos visuais e comerciais invejáveis na geografia
urbana do centro de Santos. Uma das esquinas do terreno constitui o antigo Quatro Cantos, lugar
tradicional da cidade, formado pelo cruzamento da Rua Frei Gaspar com a Rua XV de Novembro. A
outra esquina voltava-se para o porto, a cenografia, por excelência, do embarque de café. Tais
referências exerceram grande influência sobre a concepção arquitetônica da Bolsa de Café, em que
se buscou a valorização formal das esquinas, demarcadas por balizas verticais da torre e da cúpula,
como sinalização visual dos acessos principais.
A construção de um novo e amplo edifício sobrepunha os interesses de acomodação e funcionalidade
que o antigo local já não mais comportava, para assumir o desejo em edificar um monumento ao capital
cafeeiro. A mesma riqueza que gerou grandes obras urbanas e arquitetônicas no Estado de São Paulo
encontrou no projeto da Bolsa Oficial de Café a oportunidade concreta de materializar essa ideologia.
A construção entrou na agenda nacional das solenidades da Independência. A inauguração do grande
edifício em 1922 encerrava o evento das comemorações do Centenário da Independência no Estado
de São Paulo, que contava com o empenho direto do governador Washington Luiz para assegurar
êxito.
A Companhia Construtora de Santos, empresa local fundada por Roberto Cochrane Simonsen dez
anos antes, foi responsável pelo projeto e pelas obras. A autoria exata do projeto não é conhecida,
mas este deve ter sido elaborado por um dos três arquitetos da Construtora, Carl Reger, Jules Mosbeux
e/ou Fritz Muller.
No dia 07/09/1922, o prédio foi inaugurado com as obras parcialmente concluídas, o que provocou
relativa frustração na população santista. Afinal, tratava-se de uma obra complexa, que envolvia
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acabamento com requinte diversificado, sendo assim, para a inauguração, foram concentrados
esforços na finalização da fachada da Rua Quinze de Novembro e o Salão do Pregão, sendo o restante
concluído no ano seguinte.
Uma vez que os edifícios são parte importante de uma cultura e expressam materialmente os poderes
constituídos, as aspirações, crenças, instituições e habilidades, eles contribuem no entendimento de
certos aspectos do nosso passado. Com o edifício da Bolsa de Santos não foi diferente: no decurso
de sua construção, ele adquiriu – ou acentuou – um caráter ostentatório da importância social, poder
político e força econômica dos setores ligados ao café.
Até 1929, as atividades da instituição foram intensas, mas, acompanhando a crise mundial, a Bolsa
entrou em declínio, culminando com o seu fechamento em 1937, por tempo indeterminado. Algum
tempo depois a Bolsa foi reaberta, porém a diminuição da importância do comércio do café continuou
se acentuando.
Com o encerramento dos pregões em fins da década de 70, o prédio foi ocupado parcialmente por
repartições estaduais, pois seu estado de abandono impedia a ocupação plena. No terceiro andar do
prédio, ainda por muitos anos após o encerramento dos pregões, funcionou até o final da década de
1970 um requintado restaurante, onde eram comuns as reuniões periódicas de diversos clubes
santistas, como o 21 Irmãos Amigos e o Rotary Club de Santos.
Em 22 de setembro de 1981, o prédio da Bolsa foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio
Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). Em abril de 1986,
o governador do Estado de São Paulo, por meio do decreto n° 24.961, toma providências para a
extinção da Bolsa Oficial de Café, que já havia cessado parte de suas atividades na década de 1960.
De 1991 em diante todos os bens móveis, funcionários e o próprio prédio passam para a
responsabilidade da Secretaria da Fazenda, porém, ocupado apenas parcialmente e sem as devidas
condições para sua preservação, o prédio passa por um processo de degradação que resultou na
ameaça de queda da torre em 1996. Foi formada uma comissão para analisar a situação e foi
constatado que os danos não se restringiam à torre, sendo necessária uma intervenção mais ampla
no prédio. A situação foi levada ao governador e pelo decreto n° 40.822, em 10 de maio de 1996, foi
instituído um grupo de trabalho, formado por órgãos públicos e entidades privadas para estudar a
viabilidade da criação de um Museu do Café no edifício da Bolsa Oficial de Café.
Em primeira instância e de caráter emergencial, o grupo visou o “salvamento” da torre da Bolsa. O
presidente da Associação Comercial de Santos, José Moreira da Silva, e o presidente da Associação
Centro Vivo, Eduardo Carvalhaes Filho, enfatizaram a necessidade da recuperação estrutural do
prédio pelo governo do estado e a criação de um Museu do Café com o apoio da iniciativa privada.
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A restauração foi aprovada e o projeto escolhido foi o da Oficina R, do arquiteto Samuel Kruschin,
tendo início em 1997. No ano seguinte, no dia 12 de março, foi criada a Associação dos Amigos do
Museu do Café Brasileiro.
Inicialmente o Museu apenas dispunha da visitação à área conhecida como Salão do Pregão,
recebendo também exposições temporárias e eventos. Em 1999, foi criado o Centro de Preparação do
Café (CPC) com o apoio técnico do Sindicato da Indústria do Café no Estado de São Paulo
(SINDICAFE). O CPC teve e ainda tem grande importância para a formação de baristas e no
reconhecimento dessa profissão.
Para a viabilidade econômica do Museu e para contribuir com a divulgação do café brasileiro aos
visitantes, principalmente os gourmet, foi inaugurada no ano seguinte a Cafeteria do Museu.
Oferecendo cafés de diferentes regiões do Brasil, além de sofisticados drinks. Sua implantação foi
possível com verba do FUNCAFE e apoio do SINDICAFE e ABIC.
O ano de 2005 foi outro marco para o Museu. Neste ano, foi inaugurada a exposição de longa duração
“A Trajetória do Café no Brasil”, com acervo próprio do Museu, adquirido em uma campanha para
captação de acervo, e algumas peças emprestadas, ocupando parte do térreo e do primeiro piso do
prédio. Em 2008, a Associação Amigos do Museu do Café se configurou em Organização Social,
firmando contrato de gestão com a Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo entre 2008 e 2012.
Essa transformação possibilitou um crescimento ao Museu do Café, ampliando sua equipe técnica e
suas atividades, consolidando-se como referência entre museus no estado e no Brasil.
Em 10 de março de 2009 o edifício foi tombado pelo Conselho do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional – IPHAN, reafirmando seu papel como elemento caracterizador da cultura nacional.
Em 2011, após ser selecionada em chamada pública realizada pela Secretaria de Estado da Cultura,
a Associação dos Amigos do Museu do Café passou a ser responsável também pela gestão do antigo
Memorial do Imigrante. O empenho da AAMC nesse sentido tinha o caráter de se consolidar como
uma Organização Social especializada no setor de Museus Históricos no Estado de São Paulo. Vale
dizer que desde essa data, além do Conselho, as duas instituições compartilham também as diretorias
executiva, técnica e administrativa, a gerência de comunicação institucional, a coordenação do RH
(Recursos Humanos), e eventualmente a equipe de TI (Tecnologia da Informação). Por sua vez, a área
técnica é separada para os dois Museus. Cada um possui seus próprios 2 núcleos com respectivos
setores, a saber: Núcleo de Preservação que engloba os setores de Acervo Museológico, Acervo
Bibliográfico, Acervo Arquivístico, e Pesquisa e o Núcleo de Extroversão que engloba os setores
Educativo e de Comunicação Museológica. Cada Museu possui a sua própria coordenação técnica.
Os bons resultados obtidos à frente do Museu do Café – evidenciados no crescimento e fortalecimento
institucional e no desenvolvimento de inúmeras ações educativas, técnicas, de preservação e
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comunicação – garantiram à AAMC a assinatura de um novo Contrato de Gestão válido até dezembro
de 2016.
Em 2014, para atendimento à legislação 11.904, de 14 de janeiro de 2009, a Associação dos Amigos
do Museu do Café (AAMC) passou a se chamar Instituto de Preservação e Difusão da História do Café
e da Imigração (INCI). Em 2016 a instituição passou por requalificação sendo contemplada para novo
Contrato de Gestão (2017-2021).
Missão
Valores
Competência
Busca de excelência: eficácia e eficiência na prestação de serviços e preservação do patrimônio.
Inclusão Sociocultural
Práticas educativas voltadas para o desenvolvimento da cidadania pela cultura.
Inovação
Ações empreendedoras, criativas e flexíveis nas práticas museológicas.
Responsabilidade
Obrigação histórica e cultural na produção e socialização do conhecimento
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A visão, missão e valores podem sofrer modificações após o término da concepção do Plano Museológico que está em andamento.
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Transparência
Ser transparente em todas as suas ações, transmitindo confiança a todos os que têm relação direta ou
indireta com a organização.
Autonomia
Busca pela sustentabilidade do Museu e garantia de sua vida própria.
Pretendemos atualizar a Missão a partir de uma perspectiva do café enquanto Patrimônio Cultural e
não mais a partir do conceito de Agronegócio. Essa nova formulação deverá ser construida
coletivamente e ratificada no novo Plano Museológico que será estruturado no próximo ano.
1.3 Equipe
1.3.1 Organograma Institucional
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1.3.2 Organograma da Equipe Técnica
Acervo Bibliográfico
O caráter geral do documento está vinculado ao princípio de serviço à sociedade tanto no âmbito geral,
quanto para a comunidade local, o público visitante e seus diferentes segmentos, assim como para os
profissionais envolvidos nas atividades museológicas. O Código de Ética constitui um meio de auto-
regulamentação profissional numa área fundamental de provisão pública onde a legislação a nível
nacional varia e está longe de ser consistente. Estabelece padrões mínimos de conduta e
procedimentos que podem ser utilizados pelos profissionais do museu, assim como estipula
claramente aquilo que o público tem o direito de esperar da instituição e dos profissionais.
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No que se refere às funções da EQUIPE TÉCNICA E ADMINISTRATIVA, o Museu do Café se
compromete a:
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Incorporar objetos por doação, compra ou legado que não possuam restrições ou
condicionantes;
Não realizar depósitos, a não ser em casos excepcionais que devem ser justificados ou em
casos judiciais;
Conhecer e observar a legislação nacional e internacional vigente em todos os casos de
Incorporação de obras/objetos de origem estrangeira, verificando sempre se os bens
envolvidos não estão comprometidos com nenhuma restrição local de uso ou exportação.
Criar critérios claros e objetivos para avaliação sobre a desvinculação de um/a objeto/obra,
tendo em vista três fatores principais (que podem aparecer juntos ou não): sua relevância para
o escopo das suas coleções, ou seu estado de conservação ou a existência de duplicatas;
Observar as formas de desvinculação possíveis no âmbito da administração estadual na
formulação de propostas de desvinculação, a saber: transferência, descarte e
municipalização;
Observar a legislação vigente nos casos de descarte de fragmentos de obras/objetos;
Excetuam-se aqui os casos de repatriação de bens, quando os museus devem seguir o
previsto na legislação existente sobre o assunto.
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Adotar o princípio da reversibilidade no uso de técnicas e procedimentos de restauro;
Delegar a realização de ações de conservação e restauro apenas a profissionais
tecnicamente capacitados a sua execução;
Utilizar materiais expositivos e de armazenamento reconhecidos tecnicamente como
adequados aos tipos de acervo que possui.
Considerar que toda propriedade simplesmente deixada no museu sem maiores informações
de procedência, ou cujo prazo formal de empréstimo já tenha expirado há mais de 5 anos,
sem que o comodante tenha entrado em contato para renovar o acordo durante esse período,
representam casos de propriedade abandonada.
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No que se refere ao ACESSO ÀS COLEÇÕES, o Museu do Café se compromete a:
Respeitar a legislação vigente no que se refere ao acesso à informação contida nos e/ou
produzida a partir dos acervos, de acordo com sua natureza;
Fomentar a produção de conhecimento com a equipe interna da instituição ou com instituições
de pesquisa e ensino que possuem linhas de trabalho convergentes com a temática da
instituição;
Dar pleno acesso às suas coleções e às informações relevantes existentes a seu respeito,
guardadas todas as restrições decorrentes da confidencialidade ou segurança necessárias.
Tais restrições devem ser levantadas e disponibilizadas claramente aos interessados em ter
acesso às coleções.
Proteger pessoas, acervo, propriedades e suas atividades por meio de uma política de
segurança clara, objetiva e escrita, que seja de conhecimento de todos;
Estabelecer a responsabilidade de cada funcionário da instituição no que se refere às
questões de segurança;
Avisar imediatamente a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo
em caso de ocorrência de quaisquer sinistros, que avisará as instâncias oficiais;
Estabelecer, monitorar e aperfeiçoar as regras e normas de segurança da instituição;
Trabalhar, em conjunto com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São
Paulo, em todos os casos de ocorrência de sinistros.
1.1. Responsabilidades
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(o) ou vendida (o) ilegalmente ou cuja proveniência seja questionável e não passível de
comprovação de sua legalidade;
Acompanhar os processos de incorporação, de modo a garantir que todos os questionamentos
e comprovações sejam efetivamente realizados, assegurando ao museu que:
- sua propriedade/titularidade sobre o objeto/obra não seja questionada futuramente por terceiros;
- o doador tenha a propriedade legal dos bens no período da realização das transações de
empréstimo/doação;
Ter a aprovação do Conselho de Orientação Cultural e/ou da Comissão Técnica sobre todas
as propostas de incorporação;
Dar ciência e encaminhar toda a documentação necessária à UPPM/SEC das novas
incorporações, para publicação das mesmas em Diário Oficial do Estado;
O mesmo se aplica aos arquivos e centros de documentação e pesquisa, que vierem a adquirir
itens não produzidos ou recebidos institucionalmente;
Os procedimentos acima também se aplicam às bibliotecas dos museus, particularmente no
que se refere à incorporação de obras raras. A exceção à necessidade de dar ciência à
UPPM/SEC a respeito das incorporações será para as publicações disponibilizadas para
consulta comum e empréstimo.
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Considerar, em todos os casos previstos de aquisição, que todos os objetos e coleção
propostos estejam de acordo com a missão do museu e possuam estado de conservação
aceitável ou condizente com o significado da obra em si;
Considerar que apenas obras e objetos cuja propriedade legal possa ser efetivamente
comprovada poderão ser adquiridos;
De modo geral, desconsiderar qualquer proposta de aquisição que contenha restrições de
uso, exceto em casos excepcionais que devem ser justificados pelo Conselho/Comissão;
Sempre requisitar da equipe técnica uma justificativa curatorial a respeito das razões pelas
quais aquela obra/objeto deve ser adquirida, ou seja, uma explicação sobre sua importância
histórica/artística, sua relação com outros objetos/obras semelhantes já existentes no acervo e
qual será sua principal contribuição para o Museu e para execução de sua missão;
Em todos os casos de compra ou de doação de bens cuja tipologia está entre as mais
visadas pelo tráfico ilícito de bens culturais, solicitar à equipe técnica buscas nas bases de
dados de órgãos de preservação nacionais e internacionais para comprovar que a peça/coleção
não está sendo procurada;
Colaborar na elaboração da meta relativa à aquisição por compra, quando for o caso, presente
nos planos de trabalho das Organizações Sociais;
Somente analisar propostas de aquisição que estejam devidamente organizadas pela equipe
técnica, com a presença de formulários, requerimentos e declarações indicados para cada
forma de aquisição devidamente preenchidos e da documentação de propriedade e de
regularidade da proveniência dos objetos/coleções.
Sugerir a aquisição de um objeto/coleção seja feita pela SEC através de outro museu, quando
o (a) mesmo (a) não for diretamente relacionado (a) ao escopo da política de acervo do Museu
mas for julgado pertinente para o patrimônio cultural do Estado;
Requisitar informes da equipe técnica a respeito do andamento das negociações de aquisição
de modo a prevenir que o museu não aceite, sob nenhuma condição, uma aquisição de
nenhuma obra/objeto que se saiba roubada (o), furtada (o) ou vendida (o) ilegalmente ou cuja
proveniência seja questionável e não passível de comprovação de sua legalidade;
Requisitar informes da equipe técnica a respeito dos casos de aquisição, de modo que todos
os questionamentos e comprovações sejam efetivamente realizados para assegurar o museu
e ao Governo do Estado.
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Com relação à DESVINCULAÇÃO de acervos:
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Responsabilidades do Conselho de Orientação Cultural e/ou Comissão Técnica
Conhecer basicamente a legislação estadual vigente sobre desvinculação (principalmente
descartes, transferências e municipalização) de bens móveis permanentes, de modo a tornar
mais profícuo o debate e as deliberações;
Encaminhar, diretamente ou através da diretoria do museu, as propostas de desvinculação
deliberadas, junto com uma justificativa, para análise da SEC;
Considerar, sempre que a proposta de desvinculação envolver uma obra de um artista vivo,
que tal procedimento é altamente não recomendável, a não ser que a mesma seja substituída
por outra de maior expressão e com o consentimento do próprio artista;
Garantir que, se um objeto/obra for desvinculado, o doador ou seus herdeiros diretos serão
comunicados sempre que possível;
No caso de propostas de transferências, deliberar sobre as mesmas e propor os locais para
onde as peças podem ser transferidas;
Encaminhá-las, junto com uma justificativa da equipe técnica, diretamente ou através da
diretoria, todas as propostas de desvinculação para análise e aprovação da SEC.
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No caso dos comodatos, realizar acompanhamento periódico (3 vezes ao ano, no mínimo) do
estado de conservação das peças pela equipe técnica do museu e enviar relatório para a
UPPM/SEC.
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conservação, a sua importância para as atividades que o museu se dispõe a realizar e se o
Museu do Café possui condições de garantir a salvaguarda do item por meio de sua
infraestrutura e capacidade técnica de armazenamento, conservação e segurança.
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Com relação à PROPRIEDADE ABANDONADA de acervos:
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Manter, no mínimo, inventários atualizados, padronizados e informatizados de todo o seu
acervo bibliográfico e arquivístico para controle interno, conforme parâmetros técnicos definidos
pela SEC-SP;
Realizar periodicamente back-ups de seus sistemas informatizados de gestão documental de
bancos de dados, quando existentes;
Acompanhar, renovar e informar a UPPM/SEC sobre os prazos de cessão de direitos autorais
relacionados aos acervos, quando for o caso;
Recolher aos arquivos permanentes, quando for o caso, todos os instrumentos documentários
em desuso (livros de tombo, livros de registro de empréstimo, fichas catalográficas em papel,
etc);
Estruturar fluxos organizacionais de gestão documental que estejam de acordo com as normas
técnicas e metodologias contemporâneas de cada área (Arquivo, Biblioteca ou Museu);
Elaborar e executar procedimentos e instrumentos de controle de vocabulário, tais como
tesauros, índices, glossários, etc;
Colaborar integralmente com a UPPM em todos os casos de regularização da situação
jurídica dos acervos, quando for o caso;
O mesmo se aplica aos arquivos, centros de documentação e pesquisa e bibliotecas, no que
for afeito ao tratamento técnico específico de cada um.
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No caso de possibilidade de registro fotográfico das peças, também estabelecer claramente
como, quando e onde as imagens poderão ser feitas;
Disponibilizar cópia digital de documentos e imagens do acervo, no caso de objetos/obras que
não puderem ser manipulados ou nos casos em que não é permitido nenhum acesso físico do
público;
Elaborar e disponibilizar instrumentos de pesquisa que viabilizem amplamente o acesso ao
conteúdo básico das coleções, de modo a facilitar a busca e recuperação da informação;
O mesmo se aplica aos arquivos, centros de documentação e pesquisa e bibliotecas dos
museus da SEC-SP.
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No caso de sinistros ocorridos em horários noturnos ou feriados, a equipe de segurança da
instituição deverá agir imediatamente, reportando-se posteriormente à diretoria, que avisará a
um responsável da SEC;
Sinalizar adequadamente as áreas de visitação pública, áreas de trabalho administrativo, áreas
de trabalho técnico, laboratórios e áreas de guarda de acervo;
Estabelecer níveis claros de acesso às áreas de guarda de acervo, laboratórios e outras áreas
de trabalho;
Possuir o registro dos tipos de materiais que compõem o acervo;
Possuir mapa de localização do acervo atualizado;
Seguir os procedimentos previstos em legislação para descarte de detritos químicos resultantes
da atividade dos laboratórios;
Avaliar regularmente as normas e procedimentos adotados de segurança.
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CAPÍTULO II - ACERVO
O acervo do Museu do Café começou a se formar no início dos anos 2000, após o restauro do edifício
e a abertura do Museu. Entre os anos de 2004 e 2005 a instituição realizou uma campanha de captação
de acervos para organizar a primeira exposição de longa duração “A Trajetória do Café no Brasil”. A
campanha obteve grande receptividade entre os antigos corretores e classificadores da Praça de
Santos, firmas de exportação e instituições ligadas à produção, industrialização e consumo do café;
universidades, a Associação Comercial de Santos, pesquisadores e colecionares particulares. Foram
doados objetos, documentos, livros e periódicos que passaram a formar as coleções do Museu do
Café.
Nesse período não haviam técnicos focados especificamente nas áreas de documentação e
conservação o que resultou em processos de entrada sem critérios bem definidos. Muitas vezes estas
ações estavam ligadas às demandas cenográficas das exposições que geravam uma quantidade
exagerada de itens, como por exemplo, as 990 latas de amostra de café existentes na coleção
museológica. Em outros casos as incorporações estavam subordinadas às relações estabelecidas com
os corretores e classificadores de café da Praça de Santos que tinham interesse em doar maquinários,
utensílios, documentos e mobiliários antigos que se tornaram obsoletos da noite para o dia em virtude
da evolução tecnológica e do advento da informática. Esse processo contribuiu para a formação da
coleção de equipamentos de telecomunicação e medição/registro.
Cabe destacar que parte dos itens documentais que integram o acervo arquivístico se encontravam
dentro do próprio edifício quando da ocupação pelo Museu.
Em 2008 o contrato de gestão firmado entre a Organização Social que administra o Museu e a
Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo possibilitou a ampliação da equipe técnica e suas
atividades, consolidando-se como referência entre museus no estado e no Brasil.
Cabe destacar que a partir desse período, além das coleções museológica, bibliográfica e arquivística,
as equipes passaram a atuar na preservação do edifício e de seus bens agregados, como as esculturas
localizadas na fachada, os relógios, o mobiliário do salão do pregão, o vitral e as telas de Benedicto
Calixto, recebendo tratamento museológico enquanto patrimônio edificado.
A partir de 2011 a instituição interrompeu os processos de incorporação de acervos com o objetivo de
organizar a documentação museológica e os espaços de reserva técnica. Essa interrupção ocorreu
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também, principalmente à orientação da SEC para que os museus se adequassem às orientações e a
legislação específica sobre entrada8 e saída de acervos9.
Com a publicação desta Política o Museu do Café poderá retomar as ações de incorporação de acervos
a partir dos resultados dos projetos de pesquisa, mapeamento e referenciamento, sempre seguindo
os procedimentos de gestão aqui estabelecidos e a legislação correspondente.
O acervo museológico do Museu do Café possui atualmente 2.050 itens e é composto por objetos
ligados aos seguintes temas/tipologias gerais:
Cabe destacar que, além de objetos e obras de arte, a coleção museológica é composta por itens de
tipologias diversas como, por exemplo, fotografias artísticas impressas em PS10, letras hipotecárias,
tabelas de classificação de café, embalagens, etc. Tais itens recebem tratamento museológico por se
8
Até 2014 os museus da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo seguiam as determinações da Resolução SC – 61,
substituída pela Resolução SC – 105, atualmente em vigor.
9
Resolução SC – 37.
10
Chapa de poliestireno
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caracterizarem como elementos únicos, fora de um conjunto/contexto documental mais amplo que
poderia caracterizá-lo enquanto fundo ou coleção arquivística.
O acervo é majoritariamente oriundo de doações, porém também existem incorporações por compra
e transferência.
1%
7%
8% Classificação do Café
9% Consumo/Modos de preparo
Comércio do café
15% 60% Patrimônio artístico/arquitetônico
Produção do Café
Outros
O Acervo Arquivístico do Museu do Café é composto por fundos e coleções descritas em sequência.
Trata-se de documentação proveniente de pessoas ou instituições ligadas à produção ou
comercialização do café entre o final do século XIX e meados do XX. A maioria dos conjuntos foi doada,
ou incorporada ao acervo quando da criação do museu e da ocupação do edifício da antiga Bolsa
Oficial de Café, com exceção apenas da Coleção José Dias Herrera adquirida pelo Museu do Café.
Os fundos e coleções estão descritos no Guia do Acervo Arquivístico (anexo 01).
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2.3. Acervo Bibliográfico
O acervo bibliográfico está regido sob a Lei Federal n. 10.753/2003 (“Lei do Livro”), que
resolve:
Art. 18. Com a finalidade de controlar os bens patrimoniais das bibliotecas públicas, o livro não é
considerado material permanente.
Esta Resolução não se aplica às doações de outros tipos de publicações e materiais bibliográficos
que não sejam obras raras, que serão incorporadas aos acervos bibliográficos dos museus da Pasta
por meio de procedimentos de registro e controle interno das instituições, tendo em vista o previsto
no artigo 18 da lei federal no 10.753/2003.
Entre os 1.909 itens que compõem o acervo, estão coleções de obras raras, e tem o Café como tema
em perspectivas diversas, como: história, economia, saúde, política, agricultura entre outros.
Cumpre destacar que no Banco de Dados BNWEB estão cadastrados atualmente 1.810 obras (acervo
bibliográfico e obras raras), e o trabalho de alimentação é uma rotina constante.
A resolução de SEC 105 de 04/11/2014, estabelece princípios, procedimentos e fixa normas para
recebimento e incorporação de bens móveis que constituem acervos museológicos, arquivísticos e
documentais e de obras raras de natureza bibliográfica, pelas modalidades de doação, legado, coleta,
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permuta, transferência definitiva sem encargos e compra, pelos museus da Secretaria de Estado da
Cultura.
Entendem-se por obras raras de acervo bibliográfico, obras dos séculos XV ao XVIII,
obras editadas no Brasil até metade do século XIX, edições de tiragem reduzida até
300 exemplares, edições de luxo, como coleções com encadernações em papel
artesanal, obras esgotadas, exemplares com anotações manuscritas, incluindo
dedicatórias. (Resolução SC 105 de 04/11/2014)
Como biblioteca pública e especializada, temos o objetivo de disponibilizar um acervo bibliográfico que
atenda a demanda dos pesquisadores e usuários, entendendo uma obra como rara não apenas por
seu caráter histórico ou cronológico. A temática das obras raras tem o suporte nos eixos norteadores
e os princípios transversais que embasam a pesquisa e a identidade do museu do café, portando serão
consideradas obras raras, livros que tenham o conteúdo relevante sobre café, com o intuito primeiro
da preservação da memória de todos os aspectos que abrangem o universo do café, para que sejam
uma fonte importante para o conhecimento da História do ciclo do café, desenvolvimento,
industrialização, exportação de café, mercado, notícias, o desenvolvimento cultural, e a sua grande
importância econômica e social.
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2.4. Acervo Pedagógico
Visto o caráter testemunhal e simbólico das diferentes tipologias de acervo do Museu do Café, assim
como, do próprio edifício em que se situa e da paisagem cultural que o cerca, esses, ainda se afirmam
por conta do potencial pedagógico involuntário que possuem. Pois, quando conjuntamente pautados
por aspectos etimológicos acerca da palavra documentalidade, cuja derivação vem de documento, que
por sua vez tem origem latina na expressão “docere”, que também quer dizer ensinar, afirmam de
forma mais contundente suas funções pedagógicas. Por conseguinte, são considerados fundamentais
para ações desenvolvidas pelos educadores da instituição.
Todavia, a fim de garantir a acessibilidade nas suas perspectivas física, atitudinal e cognitiva, o Setor
Educativo faz uso de outros elementos que atestam e sejam representativos, além de recursos
didáticos, com a intenção de estabelecer experiências significativas que favoreçam o diálogo entre o
museu e seus os diferentes públicos. Ainda é importante salientar que a prática educativa não se
encerra na relação metodológica com os acervos, a extroversão dos conteúdos dispostos pelo museu,
muitas vezes ultrapassam a relação com os acervos e intenta por estratégias e abstrações conceituais
para alcançar os mais diversos assuntos que se desdobram do compartilhamento das temáticas
abarcadas pela instituição e do repertório apresentado pelo público.
Categorizados, como acervo pedagógico e material educativo, ambos possuem vocação para
potencializar as estratégias desempenhadas pela equipe, pois suprem lacunas referentes a
interatividade dos acervos patrimonalizados nas outras esferas, tornado o processo mais participativo
e; dialogam com os eixos norteadores e princípios transversais, que foram organizados para orientar
os conteúdos que produzem a confluências entre a preservação, pesquisa e extroversão. (Ver Capítulo
V – O que preservar para o futuro – Item 5.3 Eixos Norteadores e Item 5.4 Princípios Transversais)
No entanto, o acervo pedagógico é composto por bens, que em geral foram destituídos de sua função
inicial, a fim de servirem como indicadores de memória. Sua aquisição se dá por meio de doação,
compra ou realocação de acervos (considerando a redundância desses), seguindo os procedimentos
de incorporação dos demais acervos. Os pontos que o distinguem das demais coleções são a
necessidade de uma ação educativa direta para interlocução entre o objeto e o público e os tratamentos
utilizados para sua conservação. (Ver Capítulo VI – Procedimentos de Gestão dos Acervos – Item 6.1.
Incorporação), ou objetos desvinculados do acervo museológico (Ver Capítulo VI – Procedimentos de
Gestão dos Acervos - Item 6.2. Desvinculação).
Já o material educativo é identificado como aquele que apresenta uma intenção primária de subsídio
ao processo educativo, sendo ele elaborado por sua equipe, com a colaboração dos demais setores
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da Área Técnica. Podem ser distribuídos com o objetivo de contribuir para uma experiência autônoma
de visitação e não necessariamente requerem uma interlocução direta com a equipe educativa. Desse
modo, os procedimentos de conservação, dos quais são submetidos o acervo pedagógico, embora
sejam válidos, nem sempre são necessários para a manutenção da sua preservação.
As coleções que compõem o acervo pedagógico e o material educativo estão organizadas, a partir da
perspectiva dos eixos norteadores e princípios transversais, da seguinte forma:
1º eixo – Circuito do café: da planta à xícara (Perspectiva Técnica): Essa é uma coleção composta
por de utensílios ligados ao preparo do café, contendo objetos como, peneiras, torradores, pilões,
canecas, cafeteiras e coadores. Com esse acervo são realizadas as ações dos projetos “Sentido do
Café” e “Uma Pausa Para Um Dedo de Prosa”, voltadas a todo perfil de público. Nesses são
desenvolvidas estratégias para a difusão de informações sobre os modos de preparo e consumo, a
partir de experiências sensoriais que envolvem o tato, olfato, visão, audição e paladar. Na ação
“Nossas Histórias”, que compõe o “Projeto Memória Viva”, destinado ao público idoso, esses mesmo
elementos pedagógicos são utilizados, buscando promover a percepção sobre memórias individuais e
coletivas ligadas ao café, com o intuito de estimular novas noções de pertencimento e identidade e
valorizar as já existentes.
2º eixo – O café como objeto social (história, política, economia, usos e costumes): A coleção é
formada por vestuários e objetos que remontam contextos históricos ligados a economia do café, com
ênfase no comércio da Praça de Santos. Além de contar com uma série de acervos ligados a vida
social e cotidiana, que também são utilizados na ação “Nossas Histórias”, onde tem a mesma função.
Nas ações dos projetos “Protetores da Memórias” e “O Museu é Aqui”, dedicados ao público escolar,
cujos os objetivos são desenvolver estratégias de educação patrimonial, que fomentem o entendimento
e interesse pelas atividades e concepções desenvolvidas em âmbito museológico.
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CAPÍTULO III - PESQUISA E REFERENCIAMENTO
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dos acervos no Museu do Café, assim como a sua origem e histórico antes de ser incorporado pela
instituição.
Já para 2015 e 2016, houve um esforço, no aprofundamento de informações dos acervos em exposição
que resultou em artigos, exposições virtuais e base para pesquisas de extroversão.
Em 2017 com o começo de um novo contrato e com a perspectiva de concepção da Política de Acervo
e do novo Plano Museológico, foi idealizado um projeto coordenado de pesquisa de acervo, pensado
para atender os cinco anos de contrato, seguindo os eixos norteadores – trabalhando com temáticas,
identificando e preenchendo as lacunas. Este projeto não só alimenta as fichas catalográfica e as
inserções no Banco de Dados, mas pauta, tanto as ações de referenciamento, como as extroversões
futuras. Também propiciou a parametrização de uma forma de trabalho. Que parte da eleição do acervo
como elemento central de sua política institucional, e o museu deve estabelecer dois níveis de trabalho
investigativo: a documentação museológica e a pesquisa propriamente dita. A primeira é responsável
pela identificação, classificação, descrição, coleta de dados de fabricação e histórico dos objetos,
constituindo-se na principal base de informações sobre o acervo do museu e tem o objetivo de criar
um instrumento de pesquisa, na forma de um inventário, catálogo ou Banco de Dados.
A pesquisa, partindo dessas informações, deve cruzar informações no sentido de construir um
conhecimento histórico da sociedade, na perspectiva de sua dimensão material e imaterial. Não cabe
ao museu fazer uma “história dos objetos”, o que significaria perpetuar atitudes de fetichização do
acervo.
Um pesquisa pode, em um primeiro momento, coletar dados relativos à sua evolução no tempo, inserir
os objetos em uma linha cronológica e enfatizar mudanças em seus aspectos formais — material,
técnica, estilo, aspectos estéticos — porém, para além dessas informações a equipe deverá
estabelecer uma metodologia onde, a partir do acervo, desenvolva reflexões acerca do grau de
conforto das residências, aspectos da sociabilidade familiar, costumes e hábitos domésticos, enfim,
questões que sinalizam para uma compreensão do significado do objeto, enquanto produto, expressão
e vetor de relações sociais, em determinado contexto histórico.
Buscando investigar e ampliar o conhecimento sobre as coleções do Museu e fornecer subsídios para
todas as outras formas de pesquisa e de extroversão a metodologia de pesquisa é estruturada em três
bases:
Observação: Preenchimento das fichas catalográficas em seu nível de análise morfológica e
descritiva (denominação, dimensão, descrição, fabricante, etc.).
Pesquisa: Contextualização das peças por meio do cruzamento de fontes documentais
(levantamento bibliográfico, documentação arquivística, registros orais)
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Apropriação e interpretação: Análise crítica do objeto enquanto documento. Identificação das
relações de poder que lhe atribuem determinado valor.
O ato de preservar pode adotar diversas formas como, por exemplo, o referenciamento, que é uma
estratégia utilizada por diversos órgãos de proteção ao patrimônio cultural, pois mesmo não possuindo
as características legais e preservacionistas que envolve o ato de tombamento é um recurso para a
salvaguarda de bens tangíveis e intangíveis.
A equipe do museu decidiu utilizar como estratégia de salvaguarda o desenvolvimento de projetos de
pesquisa que alimentem um mapa das referências patrimoniais ligadas à história da expansão do café
no Estado de São Paulo. O ato de inventariar estes bens qualifica o objeto das pesquisas
desenvolvidas, salvaguardando assim esse patrimônio cultural sem depender única e exclusivamente
do instrumento legal do processo de tombamento, ou de posse material, ampliando o conceito de
acervo através do georeferenciamento e da perspectiva de paisagem cultural. Tomamos como
referência a metodologia e os critérios de inventário produzidos pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, segundo a qual,
Pretende-se que através da realização continuada de mapeamentos dos bens ligados a temática café,
intrinsecamente conectada ao desenvolvimento e crescimento do Estado de São Paulo, rememorar e
preservar pelo ato de referenciamento utilizando diversidades de recursos como suporte.
Ações que partem de um diagnóstico sobre o acervo próprio do museu e da consciência sobre suas
lacunas, que isoladamente não consegue traduzir as perspectivas propostas, e também buscando
identificar objetos e documentos que possam ser do interesse da instituição, contribuindo para que o
papel do museu não seja apenas de captador e colecionador de bens materiais mas sim, adotar um
perfil mais amplo como polo fomentador, gerador de pesquisas e de referenciamento de bens culturais
11
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/421 [Acesso em 22/02/2019]
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– materiais e imateriais - ligados ao café, afim de ampliar a concepção de acervo e de salvaguarda em
relação a esse patrimônio.
Projetos desenvolvidos
Memória do Café
No ano de 2012 o Museu do Café, por meio de apoio da Secretaria de Estado da Cultura, desenvolveu
o projeto Memória do Café, coordenado pela museóloga Cecília Machado que, junto a uma equipe de
pesquisadores externos, visitou diversas fazendas, institutos de pesquisas e museus relacionados ao
tema café no Estado de São Paulo.
Museus:
Museu do Café de Campinas
Museu do Café de Santos
Museu do Café Francisco Schmidt de Ribeirão Preto
Museu do Café da Fazenda Lageado em Botucatu
Museu da Imigração
Institutos:
Instituto Biológico (IB)
Instituto Agronômico de Campinas (IAC)
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ)
Fazendas:
Fazenda Cravinhos, Cravinhos
Fazenda São Francisco, São José do Barreiro
Fazenda Resgate, Bananal
Fazenda Ibicaba, Cordeirópolis
Fazenda Santa Gertrudes, Santa Gertrudes
Fazenda Brejão, Casa Branca
Fazenda Salto Grande, Araraquara
Fazenda Pinhal, São Carlos
Fazenda Ermida, Jundiaí
Fazenda Santa Cecília, Cajuru
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Este projeto cumpriu importante papel no mapeamento de acervos (arquitetônicos, museológicos,
bibliográficos e arquivísticos) relacionados à história da cafeicultura existentes em Museus, Institutos
e Fazendas do Estado de São Paulo. Como produto, foram disponibilizadas três publicações que
apresentavam o histórico de cada instituição/imóvel, fotos e fichas catalográficas dos bens culturais
dos respectivos locais.
Coordenado pela equipe de Pesquisa do Museu do Café em parceria com outros seis pesquisadores
externos, o projeto preparou três tipos de ações: Coleta de depoimentos de história oral entre os
antigos corretores e trabalhadores do comércio de café em Santos; Mapeamento institucional e
documental das seguintes empresas ligadas comércio exportador do café em Santos: Hard, Rand &
Co., Imperial Exportadora, Santa Maria Armazéns Gerais, Naumann Gepp e Rei do Café;
Capitaneado pela equipe do museu e realizado pelo arquiteto e arquivista de urbanismo Nelson Santos
Dias, onde través da análise de plantas cartográficas cadastrais, bibliografia e iconografia, partindo da
leitura de contexto foi realizada a montagem da evolução da cidade de Santos representada por um
conjunto de plantas que quase como um registro fotográfico “congelam” o desenho da cidade em
determinadas pausas de período para mostrar a modificação do desenho urbano entre os anos 1878
e 1948, período forte da econômia do café.
Ao elaborar as propostas para o Plano de Trabalho do ano de 2015 a direção e coordenação técnica
do Museu, junto às equipes de pesquisa e conservação, decidiram elaborar um novo projeto de
mapeamento de acervos de forma a complementar o Memória do Café.
Em 2015 os projetos de mapeamento foram retomados, dessa vez coordenado e executado pelos
próprios pesquisadores do Museu do Café, tendo mapeado um total de 5 fazendas/instituições.
3.4 Extroversão
O Museu busca internalizar a curadoria, a pesquisa e o projeto expográfico das exposições por meio
do trabalho colaborativo entre as equipes da área técnica e a coordenação. As exposições temporárias
priorizam a extroversão dos conteúdos ligados aos projetos de pesquisa de acervo ou podem partir de
um projeto de história oral ou de mapeamento realizado, dando vazão a informações coletadas e,
consequentemente, apresentando problematizações que poderão retroalimentar o setor, dando início
a novos projetos.
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procedimentos adotados para o diálogo com a sociedade, foi fruto da integração da equipe e de pilares
calcados na Nova Museologia.
Asseverado pelo conceito de Milles, o estudo para a composição desse documento pautou-se na
seguinte ideia
“[...] quanto mais entendermos o que acontece durante uma visita, tanto mais seremos capazes
de planejar exposições que atendam às necessidades de nossos visitantes; e estaremos mais
capacitados para fornecer um ambiente onde possa ocorrer aprendizagem.” (Roger Miles, 1993)
O deslocamento do “fazer para”, para o “fazer com” a sociedade, demanda tempo e amadurecimento,
por isso, tal diálogo exigiu um exercício de escuta, sobre variáveis perspectivas em relação a
preservação dos referenciais culturais. Diante disso, a tênue decisão de reorientar os processos
museológicos, seja para fortalecer estratégias de comunicação ou redirecionar procedimentos de
salvaguarda, tem requerido um posicionamento dialógico constante.
Os procedimentos utilizados por esses estudos e escutas partiram de metodologias discutidas pelo
Grupo de Trabalho, que teve como intenção observar as percepções dos diversos públicos, a fim de
levantar subsídios para o estabelecimento do conjunto de diretrizes para preservação do tema café e
suas relações enquanto patrimônio cultural, responsável pela transformação de contextos
socioculturais, em âmbitos local, regional, nacional e internacional.
4.1 Estudos
A disposição da equipe técnica em um Grupo de Trabalho, formado para construir a Política de Acervo
foi uma importante estratégia de articulação para sistematizar os estudos. A partir de reuniões
semaniais foram alinhadas questões gerais e especifícas, relativas aos procedimentos e caracteísticas
de cada acervo. Como suporte para essas discussões foram realizados levamentos e análise de
referenciais bibliográficos e documentais, como as política de acervo de outras institiuições. A análise
foi complementada com visitas técnicas ao essas institiuições - Museu da Imigração, Museu do Futebol
e Museu da Casa Brasileira, que serviram para a compilação de informações, levantamento de
desafios, problemática e soluções, que nortearam a produção desse documento.
Os materiais a que tivemos acesso foram os planos museológicos anteriores do Museu do Café e
diversos documentos internos e externos consultados, que se encontram nas referências
bibliográficas, cabendo destacar:
4.2 Escutas
Os procedimentos utilizados para as escutas partiram de estratégias discutidas pelo Grupo de
Trabalho, em que se propôs conversas com parceiros, a consulta à especialistas e o desenvolvimento
de ações educativas e instrumentos de pesquisas já utilizados pela instituição, para medir índices de
satisfação e perfil de público. Todos, de forma representativa foram consultados em relação ao
documento e suas colaborações auxiliaram para a consubstanciação de um documento plural que
busca atender de forma democrática aos diversos segmentos sociais e tornar a instituição cada vez
mais acessível.
4.2.1 Parceiros
As visitas técnicas aos museus, em conjunto com as leituras e discussões sobre suas Políticas de
Acervo ampliaram o entendimento do Grupo de Trabalho, a respeito das diferentes defesas em relação
as possibilidades e viabilidades de tratamento dos acervos. Assim como as reuniões junto a Unidade
de Preservação do Patrimônio Museológico foram de suma importância para esclarecimentos e
tomadas de posicionamentos, em relação às diretrizes estabelecidas pela Secretaria de Cultura e
Economia Criativa do Estado de São Paulo.
Museu da Imigração
A partir da leitura da Política de Acervo do Museu da Imigração e da conversa que tivemos com a sua
equipe técnica, o aspecto que mais nos inspirou foi a metodologia de trabalho realizada, pautada em
uma construção colaborativa entre as equipes e o público. Partindo da perspectiva de museus
históricos, o Museu do Café e o Museu da Imigração compartilham olhares e abordagens acerca dos
12
A norma SPECTRUM é um documento normativo, com origem no Reino Unido, que pretende definir os procedimentos
necessários para gerir e documentar as coleções museológicas de forma eficiente.
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acervos e conteúdos. Essa troca também fica facilitada devido ao fato de que estes equipamentos
culturais fazem parte da mesma Organização Social.
Ao analisar as expectativas internas, da própria equipe do MI, sobre a seguinte questão: “O que o
Museu da Imigração deve ou não colecionar para o futuro?” Identificamos que as reivindicações do
público, mesmo que por vezes, saudosistas e conservadoras, também se refletem nas expectativas
internas (funcionários) e devem ser consideradas e analisadas pela instituição. Essa análise poderá
ajudar a preencher certas lacunas existentes na coleção e nos temas pesquisados e difundidos pelo
museu.
Existem posições diferentes quanto à tipologia de acervo na qual o método de história oral deve ser
trabalhado. O Museu do Café trata os registros por meio dos parâmetros da arquivologia enquanto o
Museu da Imigração trata os registros como bens museológicos. De qualquer forma, os dois museus
compartilham da ideia de que a história oral é uma ferramenta eficiente para a contextualização dos
temas, capaz de dar sentido e vida às coleções.
Para o Museu do Café, o desafio agora é buscar uma difusão mais consistente junto ao público,
apresentando trechos que valorizem a história de vida e o cotidiano dos entrevistados,
complementando as informações técnicas dos processos de trabalho.
Com relação aos Eixos Norteadores e Princípios Transversais da Política do MI, foram lidos e
discutidos os itens que possuem correlação com nosso acervo ou nossos objetivos metodológicos tais
como: Identidades e imaginário; Território: lugares, ocupação e movimento; Trabalho, Vida privada e
cotidiano; Afetividade e histórias de vida; Consensos e tensões; Questões de gênero e trocas culturais.
Outra referência fundamental para nosso trabalho foram as três perspectivas estabelecidas pela
Política do MI que norteiam seus projetos de pesquisa e exposições: pessoas, lugares e processos.
Museu do Futebol
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O estudo da Política de Acervo do Museu do Futebol, assim como a conversa que tivemos com sua
equipe técnica foram extremamente importantes para o desenvolvimento do nosso trabalho,
principalmente no que se refere à delimitação e o entendimento que eles têm dos projetos de pesquisa
e da relação destes com a história oral. Por trabalharem a partir da perspectiva da coleção arquivística
As duas instituições compartilham muitas ideias acerca das metodologias de documentação e registro.
Por fim foi muito importante o Workshop “20 anos da Lei de direitos autorais: quais os avanços para
os acervos digitais? ”, promovido pelo Museu do Futebol. O tema se faz bastante pertinente no
momento em que a equipe técnica do Museu do Café trabalha no desenvolvimento da Política de
Acervo. Nesse sentido o workshop ajudou a buscar orientações e referências bibliográficas,
institucionais e profissionais para uma melhor formulação da política de gestão de direitos e acervos
digitais.
Partindo de uma metodologia de mapeamento de referenciais culturais que toma como base os
critérios de inventário do IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional- verificamos que
trabalham muito bem com o registro do contemporâneo, por meio dos projetos que abordam o futebol
de várzea na cidade de São Paulo. Outra referência fundamental é o tratamento que o Museu do
Futebol propõe para a gestão dos documentos digitais. A forma como que gerenciam os suportes,
padrões de arquivamento e compartilhamento de dados referenciaram o início das nossas conversas
acerca do tema.
A partir da leitura da Política do Museu da Casa Brasileira e da conversa que tivemos com a equipe
técnica identificamos diversas definições e procedimentos que passaram a referenciar a construção
do nosso trabalho. Isso se dá principalmente no que se refere à relação entre a equipe técnica do MCB
e o seu Conselho de Orientação Cultural, já que este teve um papel ativo no delineamento dos
procedimentos de gestão dos acervos: Aquisição, empréstimos, acesso as coleções, etc. Outro ponto
importante abordado foi a construção que fizeram do vocabulário controlado já que os acervos da duas
instituições possuem características similares, o que contribui como referência para a construção do
vocabulário controlado do Museu do Café.
Durante todo o trabalho de desenvolvimento do documento o Grupo de Trabalho pode contar com o
auxílio e orientação da equipe da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico, representada
pelas técnicas responsáveis pelos acervos da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
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Que auxiliou na estruturação do documento como sugeriu bibliografia base para a construção, dentre
eles a Política de Acervo para os Museus da Secretaria Cultural e Economia Criativa, que foi
analisado, pontuado o contexto em que ele foi escrito, e em que temas ele serviria como referência.
Sendo um documento amplo que contribuiu para a discussão acerca do entendimento dos seguintes
temas:
Conceituação de termos: o que é doação, empréstimo, transferência, desvinculação,
acervos museológico, arquivístico, bibliográfico.
4.2.3 Especialistas
José Saia Neto – 21/06/2018 - Técnico aposentado do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional - IPHAN.
A discussão se desenvolveu a partir da questão da ocupação territorial de São Paulo, no que se refere
às etapas de expansão das fronteiras do café (Vale do Paraíba, Oeste Paulista, Noroeste, etc.) no
sentido de se buscar uma viabilidade da aplicação conceitual da Paisagem Cultural do Café para o
território paulista. Esse sugeriu a abordagem polisensorial como elemento fundamental na apreensão
do visitante no museu.
José Saia falou bastante sobre a necessidade de se criar uma extensão do Museu para fora do edifício
através de parcerias com fazendas/museus do interior, como, por exemplo, a Fazenda Pau D’alho.
Segundo ele, poder-se-ia criar uma rede onde o Museu do Café seja em um articulador capaz de
apresentar ao público do Estado de São Paulo todo o processo pelo qual o café passou ao longo dos
séculos XIX e XX por meio de polos (fazendas/museus/institutos) que documentem materialmente
essa história (ciência/cultivares; produção, beneficiamento, transporte, classificação, comercialização,
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exportação e consumo). Nesse sentido o Museu seria um ponto de referenciamento e interligação
dessa rede no Estado de São Paulo.
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Ana Maria Belluzzo – 20/09/2018 - Professora no Curso de Pós-Graduação da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
Também indicou o pesquisador Matheus Serva Pereira sobre a questão dos quilombos em Santos.
Por último, indicou o trabalho “A Introdução do Trabalho Livre nas Fazendas de Café de São Paulo”
de Verena Stolcke e Michael Hall.
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Segundo o professor, a paisagem cultural do café no estado de São Paulo pode ser também
denominada como uma paisagem tributária já que a expansão do café implicou não só em
transformações urbanas significativas nas cidades existentes como também proporcionou o
surgimento de novas estruturas urbanas modificando completamente as características de
determinadas regiões que, até então, eram ocupadas pelos povos nativos.
As características de cada paisagem cultural, tributária do café, pode ser entendida a partir dos
seguintes fatores: 1) período histórico 2) espaço territorial 3) relações de trabalho 4) desenvolvimento
tecnológico.
Por exemplo:
No Vale do Paraíba (início do século XIX, período do império) o que caracterizava a fazenda
era a casa grande e a senzala, a utilização de mão-de-obra escrava, equipamentos de
tecnologia rudimentar, etc.
Em Ribeirão Preto (início do século XX) o que caracterizava a fazenda era o emprego de
maquinários modernos para o beneficiamento do café (auge da revolução industrial) e a
utilização da mão-de-obra imigrante (colonos que moravam na fazenda).
Sua concepção contribuiu bastante durante os debates do Grupo de Trabalho sobre Política de Acervo
sobre os eixos norteadores e princípios transversais.
4.2.4 Público
Para realização da análise das expectativas dos diferentes públicos do museu, acerca dos acervos e
temáticas dispostas pela instituição, por meio de exposições, pesquisas e outras formas de
referenciamento e extroversão, considerou-se os anseios do público interno, visitantes não agendados
e grupos de frequentadores específicos, dentre eles guias de turismo, professores, pessoas em
situação de vulnerabilidade social e estudantes.
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Com o interesse em compor essa análise, foram consideradas as percepções dos públicos referentes
à exposição de longa duração “Café – Patrimônio Cultural do Brasil: História e Arte”, que se distribui
entre os módulos: “Da planta à xícara”; “História do Café”; “Praça de Santos” e “Artes e Ofícios”.
Trazendo um panorama sobre diferentes prismas acerca do reconhecimento do café enquanto um bem
de valor cultural, a exposição conta com uma série de tipologias de acervos.
Assim como, foi observada a compreensão do público perante às exposições temporárias em vigência:
“Desconstruindo uma epopeia”, onde se propôs uma leitura sobre o vitral “A epopeia dos
Bandeirantes”, do pintor Benedicto Calixto, presente no Salão do Pregão e; “Vai um café? Cafeteiras
e modos de preparo”, que apresentou um acervo ligado ao preparo do café através dos tempos.
O estudo relativo ao público virtual, levou em consideração, possíveis visitas realizadas às exposições
acima citadas e nas exposições virtuais que contam com um vasto acervo iconográfico: “Palácio da
Bolsa Oficial de Café”, que expõe cem imagens organizadas cronologicamente, com legendas sobre
a construção do edifício da Bolsa; “Memórias da Praça”, exposição que se subdivide em três seções
das quais são elas, “Corretores de Café”, “Armazéns” Gerais” e “Exportação”, que se exibem por meio
de áudios coletados através da metodologia de História Oral, fotos e textos e; “Benedicto Calixto”, que
detalha e traz curiosidades sobre as três telas do pintor, expostas no Salão do Pregão.
A metodologia adotada nesta análise, teve um caráter exploratório, apresentando procedimentos de
investigação, tais como: uma pesquisa com perguntas fechadas, destinadas a observar as concepções
gerais do público não agendado e do público que visita o site institucional, quanto aos temas e acervos
salvaguardados pelo museu; quatro pesquisas compostas por perguntas fechadas estruturadas e
abertas, voltadas a identificar as impressões do público não agendado, em relação a cada módulo da
exposição de longa duração e; a realização de cinco encontros para a execução da ação educativa
“Peneira do Saber”, a qual serviu para mediar os diálogos acerca do tema, com os públicos específicos
e interno.
Os resultados obtidos foram tabulados com o uso de técnicas estatísticas, como: Análise de Conteúdo,
para tabular as questões abertas, possibilitando uma compilação dos dados. A Inferência Estatística
foi utilizada para afirmar uma conclusão, transformando uma hipótese em um dado científico relevante.
A metodologia da Recorrência Simples permitiu agrupar respostas de perguntas abertas, para se
chegar em apenas uma conclusão. Já a Múltipla, permitiu analisar o questionário completo sendo
utilizada para produzir as considerações finais da presente análise.
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Para assegurar de que toda a gama de público espontâneo presencial tivesse a mesma probabilidade
de ser entrevistado foram considerados determinados parâmetros devidamente controlados. Tais
como, quantidade de entrevistados, baseado no cálculo amostral do universo de visitantes do ano de
2017, totalizando 270 participantes; os dias em que os dados foram coletados: úteis, finais de semana
e feriados, assim como dias com pouca afluência de público; o horário da aplicação da pesquisa, que
englobou todo o horário de funcionamento do museu e; forma de captação do público, que ocorreu de
modo aleatório simples, respeitando a teoria da linha imaginária, a qual relata que não se deve
entrevistar mais de duas pessoas de um mesmo grupo, por considerar que os dados tomados possam
sofrer influência dos demais membros. Já para o público espontâneo virtual a metodologia de aplicação
se deu, com base no cálculo amostral onde o universo de participantes foi baseado no número de
visitantes do site institucional no ano 2017, totalizando 52 pesquisas realizadas. O questionário ficou
disponível durante o mês de agosto e contou com uma campanha institucional, via redes sociais, para
a composição dos resultados.
A pesquisa apresentou certo grau de complexidade, pois procurou identificar de forma mais
minuciosa quais são as expectativas dos visitantes em relação à temática das exposições e para isso
organizou-se 15 temas definidos pelo Grupo de Trabalho. O inquirido poderia escolher dentre quatro
opções, são estas: contempla minha expectativa; não contempla minha expectativa; deve ser melhor
abordado; não deve ser abordado. Os itens foram:
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Imigração.
Expansão geográfica do café - Ocupação e transformação do território.
Vida privada e cotidiana relacionada ao café.
Dentre a série colocada para essa medição, o que apresentou maior percentual de contemplação das
expectativas do público presencial foi “expansão geográfica do café”, com 95%. Para o público virtual
o item de maior satisfação foi “ferramentas de trabalho ligadas à produção de café”, com 83%. O
primeiro item, se afirma de fato alocado no discurso curatorial, no entanto pauta-se também em
percepções empíricas suscitadas por meio de recursos expográficos, dispostos em módulos que
trabalham de forma direta e indireta esse conteúdo. O segundo, embora esteja mais presente no
módulo expositivo “Da planta à xícara” também permeou de modo relevante o imaginário do visitante
virtual, acerca do acervo apresentado em exposições virtuais e visitas anteriores.
Em razão do índice considerado aceitável pela instituição para satisfação do público, que é de 80% da
amostra, observa-se que os itens mais baixos em relação a contemplação das expectativas dos
visitantes foram: “atuação das mulheres no café (trabalhadoras, proprietárias de fazendas, artistas
(21%); “escravidão” (27%), “literatura, poesia e músicas ligadas ao tema café” (38%) e “vida privada e
cotidiana relacionada ao café” (40%). Apresentando uma grande oscilação entre os dados captados
junto ao público espontâneo presencial. Sobre esse, verificou-se que os temas e acervos que menos
atenderam às expectativas foram “atuação das mulheres no café (trabalhadoras, proprietárias de
fazendas, artistas)” (79%), “objetos de escritório e/ou telecomunicações ligados ao comércio do café”
(83%), “vida privada e cotidiana relacionada ao café” (86%). Embora os itens indicados sejam
pontualmente tratados na exposição de longa duração, se reconhece nessas temáticas, não só
interesses efêmeros, mas possíveis proximidades provenientes de noções de identidade e
pertencimento ou ainda questões afirmativas discutidas na atualidade. Por isso, promove-se os
desdobramentos dessas pautas através do desenvolvimento de exposições temporárias ou mais
profundamente articulado aos eixos transversais desenvolvidos nessa Política de Acervo.
Um aspecto a ser considerado em relação aos dados apresentados foi uma maior criticidade por parte
do público virtual, quando comparado com os índices coletados com a participação do público
espontâneo presencial. Uma hipótese a ser levantada é a ponderação que decorre da interação entre
o aplicador da pesquisa e o visitante. Ainda se observa questões comportamentais e culturais relativas
aos públicos das redes sociais e a publicização da opinião, assim como, a experiência da visita.
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Público espontâneo – Por módulos
A realização desta série de pesquisa levou em consideração a pertinência da análise acerca dos
impactos das ações do Núcleo de Extroversão, que é composto pelo Setor Educativo e o Setor de
Comunicação Museológica, sobre as percepções do público espontâneo em relação as abordagens
temáticas e acervos preservados pela instituição. Desse modo, para captação de informações sobre
as diferentes observações relativas aos módulos da exposição “Café, Patrimônio Cultural do Brasil:
Ciência, História e Arte”, a equipe do Setor Educativo promoveu mediações, seguidas de uma breve
enquete, com uma pergunta que auxiliou na inferência sobre a taxa de retorno de visitação e outra
questão aberta às colocações do público sobre os conteúdos observados.
Como o objetivo dessa etapa de análise era alcançar as percepções acerca daquela experiência, o
mote da quantidade de participantes dessa pesquisa não era seguir metodologia da linha imaginária e
nem obter amostra baseada no universo de visitantes do ano anterior, por isso e devido à sazonalidade
de visitação, os números de avaliações realizadas por módulos foram dispares. No entanto, essa etapa
da pesquisa também contou com alguns critérios para asseverar a abrangência dos resultados, dentre
eles, seguiu-se um cronograma estendido de aplicação, que foi previamente estudado pelo Grupo de
Trabalho sobre Política de Acervo.
Modulo I – Da planta à xicara: Foram realizadas 20 pesquisas, das quais 70% dos participantes
estavam visitando a exposição pela primeira vez, enquanto 30% já à conhecia. Sobre os temas e
acervos dispostos nesse módulo, 95% dos entrevistados consideraram satisfatórios e 5% não
satisfatório. Temas mais suscitados: Acervo Histórico, Conservação de Acervo, Cultura Cafeeira,
História do Café, Interatividade e Máquinas/Equipamentos. Dentre os pontos mais elogiados
esteve a abordagem da História do Café e a conservação do acervo. O ponto que trouxe mais
sugestões foi relativo a uma maior interatividade disposta pela exposição.
Modulo II – História do café: Foram realizadas 32 pesquisas, das quais 94% dos participantes
estavam visitando pela primeira vez a exposição, 6% já à conheciam. Sobre os temas e acervos
dispostos nesse módulo, 97% dos entrevistados consideraram satisfatórios e 3% não satisfatório.
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Temas mais suscitados: Fotos, História do Café, Memória, Pés de Café e Textos. Essa pesquisa
apontou um alto índice de satisfação, dentre os pontos mais citados não houve sugestões,
somente elogios. Sobre esse aspecto ressalta-se as observações acerca da qualidade dos textos
e da sua forma de disposição. Outra particularidade dessa pesquisa foi a influência da experiência
de visitação do módulo anterior (Planta à xícara), revelando o impacto das proposições acerca do
fluxo de visitação sobre a percepção do todo, onde apesar de um elemento expositivo como pés
de café não compor esse espaço foram feitas relações entre os módulos.
Modulo III – Praça de Santos: Foram realizadas 08 pesquisas, das quais 100% dos participantes
ainda não conheciam a exposição. Sobre os temas e acervos dispostos nesse módulo, 100% dos
entrevistados ficaram satisfeitos. Temas mais suscitados: Acervo Histórico, História do Café,
Interatividade e Profissões do Café. Mesmo tendo atingido o nível máximo de satisfação, foi
sugerido para esse módulo a ampliação da exposição de acervos. Também um ponto a ser
observado foi a relevância do conhecimento a acerca das profissões relativas ao café.
Modulo IV – Artes e Ofícios: Foram realizadas 9 pesquisas, das quais 100% dos participantes
ainda não conheciam a exposição. Sobre os temas e acervos dispostos nesse módulo, 78%
entrevistados consideraram satisfatórios e 22% não satisfatório. Temas mais suscitados: prédio e
textos. Esse módulo apresentou o maior índice de lacunas evidenciadas pelos visitantes. Sobre
os assuntos apontados surgiram expectativas a maiores informações relativa à arquitetura, modo
construtivo e representações simbólicas.
Na análise conjunta dos resultados obtidos nos quatro módulos foi possível traçar as seguintes
considerações. Evidenciou-se que o item de maior prestígio foi a abordagem da História do café, sendo
ela apresentada com o número máximo de satisfação e identificada como presente na maioria dos
módulos, exceto no módulo quatro. Ainda sobre esse módulo foi possível verificar a não associação
direta de sua temática (artes e ofícios), as respostas apresentadas.
Outro ponto de relevância foi a percepção de que as sugestões e observações acerca da interatividade
dos módulos, somente são suscitadas onde já se apresentam recursos destinados a atender a essa
expectativa. O que revela que essa demanda só é requerida quando é proposta.
Ainda é possível observar que os índices de satisfação estão associados as taxas de retorno. Dessa
maneira, quando o público realiza a visitação pela primeira vez, o suprimento da sua expectativa em
relação aos temas e conteúdos abordados em geral se apresenta como superior. Já quando o público
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tem uma experiência de visitação anterior, o seu nível de exigência se eleva e o interesse por novas
experiências em relação a exposição e o acervo se amplia.
Como ponto de destaque dessa estrutura de pesquisa, cabe ainda ressaltar a análise do público em
relação a mediação realizada pelos educadores para composição do processo investigativo. Mesmo
não sendo um aspecto de análise direta, foi pontuada de forma positiva, a importância do processo de
mediação para compreensão e reflexão acerca dos conteúdos expositivos e objetivos da pesquisa.
Revelando assim, um perfil de visitante que tem como expectativa a tradução das informações
dispostas pela instituição, através de um profissional facilitador dessa aproximação. No entanto, para
além dessa perspectiva, a atuação do educador tem como pressuposto o desenvolvimento de
reflexões mais amplas, articulando os conteúdos apresentados aos diversos saberes do público. Dessa
forma, o alto índice de citações sobre o trabalho desenvolvido pela equipe, surge como um
reconhecimento da relevância do fomento a interação.
A “Peneira do Saber” é uma ação educativa pop-up, dinâmica e de rápida execução, que geralmente
é desenvolvida com o público espontâneo e por se verificar rápidos resultados, foi considerada
oportuna sua adaptação para promover o diálogo sobre a elaboração da Política de Acervo, junto a
públicos específicos. A proposta consiste em utilizar uma peneira de abanação (instrumento de
trabalho nas lavouras de café) para lançar ao ar bilhetes com conteúdo sobre o museu e todo tipo de
assunto que o cerca, convidando o público para fazer o uso de uma dessas informações e assim
promover uma interação que propicie o início de uma conversa mais aprofundada com o educador.
Para composição desse estudo, tal prática educativa foi adaptada a provocar reflexões com a
finalidade de entender a percepção dos públicos específicos e público interno sobre as temáticas e
acervos salvaguardados pelo museu. Além disso, a proposta buscou fomentar a ampliação do
entendimento sobre concepções teóricas relativas ao campo museológico e metodologias de trabalho,
para assim possibilitar o alinhamento entre as expectativas dos públicos e as perspectivas
institucionais frente às diretrizes para a preservação e extroversão do acervo.
Para isso, a ação foi sistematizada a partir de uma visita mediada pelo espaço expositivo, aplicando a
atividade educativa “Peneira do Saber”, exceto com o público interno que já conta outras experiências
de visitação e diferentes formas de leitura perante a instituição, as quais algumas se traduzem em
experiências mais focadas em suas relações de trabalho e também outras às articulando aos seus
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referenciais culturais. Para isso, utilizou-se os itens compreendidos na pesquisa de público espontâneo
geral para promover a mediação das discussões.
Os grupos participantes dessa etapa de pesquisa foram compostos por instituições que atuam em
parceria com o Setor Educativo, foram eles: guias da Secretaria de Turismo de Santos, professores da
Escola Municipal Professor Mário de Almeida Alcântara, grupo em situação de vulnerabilidade social
da ONG Oficinas do Futuro alunos da rede municipal de ensino de Santos e quadro de funcionários do
Museu do Café.
Ferramentas de trabalho ligados à produção de café: Sugeriu-se que nas exposições tivessem
mais fotografias que retratem o trabalho na fazenda ilustrando o uso do acervo exposto,
possibilitando uma associação entre imagem e objeto. Outra proposta foi promover o comparativo
entre as ferramentas de trabalho dispostas na exposição e suas formas atuais.
Documentos e/ou fotografias ligadas ao tema café: Deu-se ênfase na expectativa de a
exposição ter mais imagens sobre os corretores de café e sobre o funcionamento dos pregões da
Antiga Bolsa Oficial de Café. Foi observada a hipótese de ter um espaço expositivo só com
imagens, uma exposição com fotos originais e imagens retratando o porto e a cidade ao lado das
pinturas do Benedicto Calixto.
Objetos de escritório e/ou telecomunicações ligados ao comércio do café: Foi sugerido a
criação cenográfica de um espaço que remontasse um escritório de corretagem, utilizando o
próprio acervo do museu como máquinas de escrever, móveis, calculadoras e telex, pois essa
forma de disposição dos objetos foi entendida como mais elucidativa para os visitantes.
Objetos ligados ao trabalho de classificação do café: Foi considerado não haver necessidade
de outros objetos de classificação, para além dos já expostos. Outra sugestão dada pelos guias
de turismo para o museu, seria um curso básico de classificação de café para que os visitantes
compreendam esse processo de qualidade dos grãos.
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Objetos ligados ao trabalho de armazenamento do café no porto de Santos: Para o grupo, o
museu deveria apresentar todo o processo logístico do porto e as suas transformações desde o
início com os carregadores de café, o trabalho nos trapiches até o surgimento das máquinas. As
mudanças em relação ao armazenamento com as sacas e hoje com os contêineres.
Cafeteiras e utensílios domésticos ligados ao preparo e consumo do café: Foi sugerido que
o museu tratasse acerca da produção de cosméticos feitos à base de café e também explanasse
sobre cafés gourmets e cafés exóticos, retirados das fezes de animais (ex: jacu, kopi Luwac),
trazendo assim curiosidades sobre o produto como forma de abordagem.
Obras de arte ligadas ao tema “café” (pintura, escultura, gravura, instalação artística,
arquitetura): Para os participantes o acervo que compreende as obras do Benedicto Calixto é o
suficiente para abarcar essa temática.
Literatura, poesia e músicas ligadas ao tema café: O grupo entendeu que o recurso expográfico
disposto na escada do espaço expositivo, para apresentar a participação do público a partir de
frases suscitadas pelo projeto “O que o café te faz lembrar?”, tem um caráter literário e que pode
ser melhor explorado. Foi dado como sugestão um café literário, com lançamento de livros e
saraus com músicas para divulgar o espaço do Centro de Preservação, Pesquisa e Referência do
Café, para a ampliação do desenvolvimento da temática.
Atuação das mulheres no café (trabalhadoras, proprietárias de fazendas, artistas): Ampliar
a extroversão sobre o contexto sociocultural em que as mulheres não podiam frequentar o edifício
da Bolsa Oficial de Café, a partir de recursos expográficos. Realizar uma exposição sobre as
mulheres que se destacaram na arte como exemplo: Tarsila do Amaral e Patrícia Galvão. Tendo
como sugestão a projeção do lado externo do edifício, das obras de arte de artistas brasileiras.
Outro assunto considerado relevante seria a abordagem das histórias e memórias de proprietárias
de fazendas de café.
Escravidão: O grupo revelou que o assunto não é muito discutido pelos guias com os turistas,
pois é considerado um tema delicado e em geral, o café é associado ao trabalho dos imigrantes.
Foi sugerida uma exposição de fotos e uma ligação dos escravos que fugiam das fazendas de
café para o Quilombo do Jabaquara, além do interesse pela abordagem do trabalho de africanos
no porto.
Imigração: Na opinião do grupo é necessário abordar mais o tema e ter mais fotos retratando o
trabalho dos italianos e japoneses nas fazendas. Também foi dada como sugestão a abordagem
dos hábitos de consumo dos países que enviaram imigrantes para o Brasil. Além disso, propôs-
se a utilização de fotos na exposição, retratando pessoas em seus diversos países bebendo café.
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Expansão geográfica do café - Ocupação e transformação do território: Mapas com os
seguintes temas acerca das regiões onde atualmente se produz café, portos onde são exportados
os cafés do Brasil e quantidade de café produzida no Brasil e em outros países fazendo um
comparativo entre eles.
Desse modo, sua visão circunda a facilitação dos conteúdos, de maneira atuar mediante as
concepções teóricas e metodológicas do campo do turismo e não da museologia. Em vista disso, seu
entendimento a respeito de conceitos relativos a preservação, extroversão e pesquisa, demonstraram-
se elementares.
Ainda foi apontada relevância da promoção de informações que estimulem o interesse de diferentes
perfis de turistas. Dentre os assuntos indicados destacam-se os conteúdos sobre História Regional,
curiosidades sobre hábitos de consumo, comparativos de índices de produtividade e comercialização.
Embora algumas pautas afirmativas compusessem o interesse do grupo, o mesmo revelou se apoiar
nas proposições da instituição para dialogar com questões acerca da visibilidade do papel da mulher
em conjunturas associadas ao café, assim como, sobre o encadeamento histórico relativo a
escravidão. Também demonstraram interesses ligados a inovações relativas à interatividade e a
programação cultural.
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A ação foi realizada com o público de professores, a partir da formação uma nova parceria com a
Escola Municipal Professor Mário de Almeida Alcântara, que se localiza no entorno do museu. Para
realização da proposta, em um primeiro momento, foi elaborada uma explicação sobre a estrutura do
funcionamento do Setor Educativo e as atividades que são realizadas conforme o público-alvo e
durante a segunda etapa da ação foi aplicada a estratégia a ação Peneira do Saber, onde foram
abordados conteúdos sobre o acervo. Ao final da proposta, obteve-se os seguintes resultados:
Documentos e/ou fotografias ligadas ao tema café: Foi apresentada a expectativa por
fotografias relacionadas ao comércio, comerciantes, fazendeiros, ciclo da cana-de-açúcar, política
do café com leite, influência do café e barões na política.
Obras de arte ligadas ao tema café (pintura, escultura, gravura, instalação artística,
arquitetura): A abordagem foi considerada suficiente, porém o tema “lavoura” poderia ser mais
abordado. A exposição de obras de outros artistas que se relacionam com a temática do café,
dentre eles contemporâneos.
Objetos ligados ao trabalho de armazenamento do café no porto de Santos: Foram sugeridas
mais imagens em relação aos armazéns e os trabalhos realizados dentro dele, tal como, a força
de trabalho e a sua relação entre passado-presente.
Objetos de escritório e/ou telecomunicações ligados ao comercio do café: Poderia ser
melhor abordado, porém não houve sugestão para esse item.
Expansão geográfica do café – Ocupação e transformação do território: Os mapas poderiam
ser mais explorados no módulo “História do Café”.
Atuação das mulheres no café (trabalhadoras, proprietárias de fazendas, artistas):
Apresentar maiores esclarecimentos sobre as funções das mulheres nas fazendas, indicando
também as diferentes relações de trabalho.
Relações de trabalho no café (campo, cidade, porto): Foi apresentado o interesse acerca da
vida cotidiana dos estivadores.
Escravidão: O assunto gerou bastante repercussão e interesse por estar associado a parte dos
conteúdos curriculares componentes da educação formal. Dentre os questionamentos levantados
apresentaram-se temáticas como a representatividade do escravizado na exposição, sua
importância na história do café em âmbito local e nacional, assim como formas de promover a
notoriedade e valorização sobre suas contribuições.
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Diante do exposto, evidencia-se que o interesse do grupo junto ao museu, permeava a articulação
entre as temáticas desenvolvidas pela instituição e conteúdos curriculares dispostos pela educação
básica, reconhecendo nessa perspectiva uma busca associada diretamente aos conteúdos. No
entanto, a realização dessa ação e a apresentação da estruturação do Setor Educativo, permitiu
ampliar as expectativas do grupo, relativas também a possibilidades de promover a integração de
diferentes concepções metodológicas ligadas à educação. Contribuindo assim, para o
redimensionamento da prerrogativa acerca da complementaridade dos conteúdos.
No geral, destacou-se o ponto de interesse e satisfação dos professores, a maneira como o museu
aborda temas como a classificação de café, a evolução das máquinas de café e a abordagem educativa
utilizada nas visitas mediadas e a possibilidade de estabelecimento de parcerias com instituições
formais de ensino.
Sobre os aspectos que o grupo considerou a necessidade de maior fomento podemos destacar a
sugestão de trabalhar mais as noções de pertencimento com as crianças que moram no entorno do
museu e criar reflexões sobre essa questão juntamente com a arquitetura do prédio; além disso
consideraram pertinente o desenvolvimento de discussões relativas ao trabalho infantil e ainda
demonstraram expectativas sobre hábitos de consumo e preparo a partir de contextos nacionais e
internacionais. Ainda foi demonstrado um imenso anseio que os conteúdos dispostos pela instituição
fossem traduzidos por meio de imagens, muito embora essas expectativas já venham sendo alçadas
pela instituição.
Participaram da ação, alunos da rede municipal de ensino de Santos, do ciclo Fundamental I. O público
escolar é assíduo nas visitas no museu e por isso a importância do conhecimento do que pensam
sobre aquilo que observam nos espaços expositivos. Foram salientados os seguintes tópicos:
Documentos e fotos: Foi sugerido que tivessem mais fotos sobre plantações de café e das
transformações que ocorreram no porto de Santos.
Obras de arte – tema café: Parte dos alunos pensam que as obras dispostas no museu são
suficientes e alguns sugeriram obras de arte sobre o surgimento do café.
Objetos de escritório relacionado ao café: Os estudantes apresentaram o interesse por mais
objetos que revelem as transformações tecnológicas em relação a telecomunicação, assim como
conhecer profissionais ligados à essa área.
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Vida dos trabalhadores: Foi demonstrado interesse por imagens que apresentem como eram os
procedimentos do trabalho nas plantações antigamente, assim como os relacionados aos
estivadores, costureiras e catadeiras.
Por unanimidade, o vitral de Benedicto Calixto foi a parte que mais apreciaram na visita. Citaram
também, que gostaram dos áudios, estatuas da fachada do prédio, quadros, sala de vídeo e os pés de
café. As sugestões dadas pelos alunos vão desde o oferecimento da bebida café até a realização de
uma peça de teatro sobre o café. Também sugeriram que tivessem expostos mais vitrais e pinturas.
Cabe ressaltar que devido a faixa etária dos participantes a ação foi adaptada e compreendeu um
número menor de itens a serem avaliados, para assim propiciar um debate mais amplo e proveitoso.
Sobre os aspectos que suscitaram maiores expectativas, foi identificado um maior interesse por
imagens que possibilitem ilustrar todo o imaginário que compõe o contexto histórico relativo ao café.
Mediante a esse apontamento, o Setor Educativo esclareceu que a instituição conta uma série de
acervo pedagógico, dentre eles fotografias e objetos ligados a produção, preparo e comércio do café,
além de outros recursos e estratégias pedagógicas.
A ação Peneira do Saber também foi realizada com público em vulnerabilidade social a partir do convite
à instituição parceira, ONG “Oficinas do Futuro”, a qual atende crianças de 04 a 11 anos. Por conta
das especificidades que envolvem essa faixa etária, optou-se por utilizar como estratégia pedagógica
uma roda de conversa, onde foram abordados conteúdos sobre o acervo de uma forma mais lúdica e
dinâmica. As questões foram adaptadas, o que contribuiu para que o desenvolvimento da atividade
ocorresse de forma positiva. Para discussão dos temas, opções desenvolver um debate que buscou
estabelecer uma opinião coletiva sobre os temas, obtendo os seguintes resultados:
Obras de arte ligadas ao tema “café” (pintura, escultura, gravura, instalação artística,
arquitetura)
Escravidão
Imigração
Por ser um grupo de uma instituição parceira que já havia visitado o museu outras vezes, as crianças
demonstraram um grande conhecimento sobre a exposição e opiniões bem concretas em relação à
mesma. A opinião do grupo era praticamente homogênea, o que facilitou a aplicação da atividade. O
grupo mostrou bastante interesse na Peneira do Saber e sentiram-se importante ao serem consultados
sobre a política de acervo.
A ação Peneira do Saber também contribuiu para revelar o entendimento do público interno em relação
à preservação e extroversão dos temas e acervos compreendidos pelos eixos norteadores que
compõem esse o presente documento. A aplicação dessa estratégia, contou dois horários para a sua
realização, a fim de contemplar a maior gama possível de funcionários. Dividida em dois momentos, o
primeiro serviu para apresentar as bases gerais para a composição desse documento, assim como
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sua importância para o desenvolvimento da instituição. Já a segunda etapa da proposta, teve como
objetivo promover uma escuta e ampliar a compreensão do público interno sobre os processos
museológicos que envolvem a preservação e extroversão do acervo, por meio da mediação entre os
apontamentos apresentados pelas diversas equipes e esclarecimentos realizados pela equipe da Área
Técnica.
Como metodologia definida para compilação e análise dos resultados, o critério adotado foi identificar
as diferentes percepções da Diretoria/Coordenação e dos setores das áreas Técnica, Administrativa e
Comunicação Institucional, a fim de reconhecer as diferentes competências de atuação, assim como
suas percepções sobre o processo de musealização do tema café, possibilitando a transversalização
do conhecimento e do desenvolvimento do trabalho.
Documentos e/ou fotografias ligadas ao tema café: O tema não foi gerador de grande
debate, sendo ele observado pelos setores Administrativo e Educativo. Considerado satisfatório
por ambos, ainda foi apontado que o público apresenta expectativas personificadas em relação
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ao conteúdo, buscando referências pessoais. Pode-se traçar assim a necessidade de
estabelecer atuações da instituição a respeito dessas noções de pertencimento e identidade.
Obras de arte ligadas ao tema “café” (pintura, escultura, gravura, instalação artística,
arquitetura): Foram identificadas satisfatória pelo Setor Administrativo, como obras de arte
ligadas ao tema “café”, o vitral e as telas do pintor Benedicto Calixto, expostas no Salão do
Pregão. Entretanto, a diretoria/coordenação, apresentaram a perspectiva do desenvolvimento
dessa temática a partir da relação com o contemporâneo, de modo a promover o incentivo de
novas produções com essa abordagem.
Literatura, poesia e músicas ligadas ao tema café: De modo geral, o tema foi visto pela
diretoria/coordenação e pelo Setor Educativo e a Área de Comunicação Institucional, como
pouco contemplado pela exposição, todavia, foi esclarecido que as estratégias de mediação e
as programações educativas e culturais, compõem a forma de extroversão que tem sido
desenvolvida pelo museu, acerca desse eixo. Além disso, o site institucional foi apontado como
um ambiente virtual que dialoga com esse conteúdo.
Relações de trabalho no café (campo, cidade, porto): Sobre o tema, a Área de Comunicação
Institucional considerou que o mesmo é tratado de maneira de satisfatória no módulo “Da planta
à xícara” e fez apontamentos sobre as práticas de preservação do patrimônio em âmbito local,
no entanto observou lacunas relativas a questão do campo. Em complemento o Setor Educativo
salientou a necessidade de articulação desse tema com a escravidão e apontou que o público
idoso estabelece relações de identidade e pertencimento com a exposição, a partir do acevo
exposto no módulo “Dá planta à xícara”.
Vida privada e cotidiana relacionada ao café: Embora o tema vida privada e cotidiana
relacionada ao café, não estivesse diretamente associada à exposição temporária “Vai um
café? Cafeteiras e modos de preparo”, essa traçou uma peculiar relação de identidade e
pertencimento com os participantes, suscitando memórias ligadas a infância, família e
costumes. Outro aspecto relevante foi citado pelo Setor Administrativo foi a extroversão
realizada pela diretoria/coordenação Técnica sobre os processos museológicos que
envolveram todas as equipes da instituição, para a composição dessa exposição. Tal fato, foi
revelado fomentador dessas conexões. Desse modo os setores Educativo, de Infraestrutura,
Acervo Arquivístico e Administrativo, consideraram o tema contemplado pela exposição, o que
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demonstra que a instituição preserva e extroverte acervos associados a esse eixo. Contudo,
o tema suscitou sugestões sobre abordagens relacionadas a costumes de consumo de café
presentes em outras outros estados e países. Sendo observada pela diretoria/coordenação e
pelo Setor Educativo interesses em relação a ampliação das perspectivas de atuação em esfera
nacional e internacional. Ainda foi notada pelo Setor Administrativo, as contribuições do Centro
de Preparação de Café, na abordagem continua acerca de hábitos e modos de preparo.
Dentre os pontos fundamentais dessa análise, observou-se como senso comum, a associação direta
das atividades desenvolvidas pelas equipes Área Técnica, à realização de exposições e a extroversão
dos conteúdos por elas apresentadas. Assim sendo, verifica-se que a missão institucional,
compreendida em suma pelo trinômio preservação, pesquisa e comunicação, ainda é uma dimensão
em necessária inflexão.
Desse modo, a participação dos setores de Acervo Arquivístico, Acervo Museológico e Pesquisa
buscou esclarecer e fomentar as discussões, durante a realização das ações Peneira do Saber, a fim
de que se amplie o entendimento acerca dos processos museológicos desempenhados pela Área Fim,
em especial, os relativos aos procedimentos adotados pelo Núcleo de Preservação, para salvaguarda
e conservação do acervo.
Em vista disso, a mediação conduzida pelo Setor Educativo, se deu em sua corroboração e buscou
contribuir com uma percepção mais direta, quanto as devolutivas apresentadas pelos públicos
prospectados pela instituição. Sendo reconhecida em suas participações, concepções sobre as
necessárias interlocuções entre museu e público.
Outro importante aspecto levantado pelo Setor Administrativo foi a relevância das exposições
temporárias, para a manutenção das relações entre o museu e seus públicos. Sendo ainda estimadas,
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tipologias de acervo, elementos expográficos e formas de linguagens que não super ou subestimem e
estabeleçam relações com os hábitos culturais de diferentes públicos.
Pontuou-se também a ampliação das associações entre objetos e imagens, em busca de referenciar
seu contexto e função. No entanto, um dado curioso foi a observação de que o item “Documentos e/ou
fotografias ligadas ao tema café”, quando avaliado de maneira isolado não tenha suscitado grandes
interesses e tenha sido considerado um aspecto que contempla a satisfação do público interno.
No que diz respeito a outros estímulos para à interação do público com o espaço museológico, os
dispositivos ligados ao audiovisual, suscitaram bastante interesse, por parte do público interno. Muito
embora, tenha sido evidenciado também a necessidade mediação desses recursos, para o melhor a
aproveitamento e interação com outros meios de comunicação com os visitantes.
Os temas de maiores repercussões foram os ligados a questões afirmativas como, gênero e relações
de trabalho. Estimando a ampliação da representatividade dos contextos de trabalhos ligados à
escravidão, à imigração e à atuação feminina associada ao café, as discussões afirmaram as
conduções que se desdobraram perante elas, como exemplo o desenvolvimento da exposição
temporária “Pianistas de Armazém – O trabalho feminino na catação de café” e futuros alcances sobre
os demais assuntos.
Por fim, foi ainda citado pela Área de Comunicação Institucional, as suas contribuições Área Técnica,
do Setor Educativo e às realizações do Centro de Preparação de Café, para suprimento de alguns
focos temáticos da instituição. Como exemplo, o item “Literatura, poesia e músicas ligadas ao tema
café”, que embora tenha sido visto como pouco contemplado, é previsto pelas programações culturais
e educativas da instituição. Assim como o CPC, tem garantido a manutenção das percepções sobre
temas qualidade de café e modos de preparo.
5.1. Conclusões
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O desenvolvimento do processo de escuta com os parceiros, especialistas e os diversos públicos do
Museu do Café auxiliou o Grupo de Trabalho sobre as expectativas destes sobre o que é importante
preservar considerando suas perspectivas e característica, assim como, o que sentem como lacuna
dentro das ações de extroversão mapeando assim os interesses do público em relação ao que acervo
do Museu do Café pode, ou não abranger, e as temáticas que suscitam o imaginário dos diversos
públicos. Considerou-se como exercício referencial, mas não balizador para as discussões da Política
de Acervo, tendo como entendimento que este olhar externo, é fundamental para auxiliar na concepção
das ações de preservação, pesquisa e principalmente extroversão do Museu.
Partindo das análises suscitadas foi iniciado o trabalho de identificação das lacunas no acervo do
museu.
Acervo Museológico
Dos 1.669 itens relacionados ao tema “Classificação de Café”, 990 são latas de amostra de café.
Grande parte dessa coleção foi indicada para desvinculação por meio de laudo da equipe de
Preservação. A quantidade excessiva de latas de amostra indica que seu processo de incorporação,
realizado em 2005, tinha como objetivo usá-las como itens cenográficos da sala de classificação de
café que ocupava o módulo “Santos e o Porto” da primeira exposição de longa duração “A Trajetória
do Café no Brasil”. De qualquer forma o tema “Classificação de Café” está muito bem representado no
acervo museológico, pois dispomos de itens representativos de todas as etapas desse processo de
trabalho.
Dos 380 itens relacionados ao tema “Consumo/Modos de preparo” 320 são pires e xícaras de marcas
nacionais de café, outros 30 são xícaras, pires, leiteiras, chaleiras e açucareiros com temas
comemorativos ou com design artístico de diferentes períodos. Dos 30 itens restantes temos torradores
e moedores de diversos modelos e períodos. Essa é uma coleção que pode ser ampliada e qualificada
por meio de novas incorporações.
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A coleção de objetos relacionados ao tema “Produção de Café” possui algumas lacunas que podem
ser preenchidas por meio da implementação da Política de Acervo e dos projetos de Pesquisa e
Referenciamento que estão em desenvolvimento. Atualmente essa coleção é formada por itens ligados
ao processo de instalação do cafezal (Ex: Cultivador, Cavadeira articulada, Enxadão, Enxada); Objetos
ligados ao manejo do café (Ex: Rastelo, enxada); Objetos representativos do processo de colheita do
café (Ex: Aparador, balaio, escada, miniatura de colheitadeira).
Acervo Arquivístico
Acervo Bibliográfico
Beneficiamento;
Rebeneficiamento.
Torrefação e Moagem; Desenvolver projetos de parceria com instituições ligadas ao
Café Solúvel; mercado cafeeiro contemporâneo. Ex.: ABIC, EMBRAPA, CECAFÉ,
Comércio Interno; BM&F, etc.
Exportação;
Escravidão e Imigração Desenvolver projetos de pesquisa para exposições e/ou ações de
Trabalho portuário mediação referentes aos temas. Estabelecer parcerias com
universidades ou com especialistas nos temas com o objetivo de
receber indicações de leitura, pesquisa documental, etc. Ex.:
Conversa com Fernando Teixeira da UNICAMP.
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Atuação das mulheres no Desenvolver projetos de pesquisa para exposições e/ou ações de
café. mediação referentes aos temas. Estabelecer parcerias com
universidades ou com especialistas nos temas com o objetivo de
receber indicações de leitura, pesquisa documental, etc.
Vida privada e cotidiana Desenvolver projetos de pesquisa para exposições e/ou ações de
relacionada ao café. mediação referentes aos temas. Estabelecer parcerias com
universidades ou com especialistas nos temas com o objetivo de
receber indicações de leitura, pesquisa documental, etc.
Literatura, poesia e Desenvolver projetos de pesquisa para exposições e/ou ações de
músicas ligadas ao tema mediação referentes aos temas. Estabelecer parcerias com
“café”. universidades ou com especialistas nos temas com o objetivo de
receber indicações de leitura, pesquisa documental, etc.
Objetivo
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Justificativa
As pesquisas e curadorias desenvolvidas ao longo dos últimos oito anos atestam a funcionalidade dos
eixos propostos. Em todas as exposições desse período foram utilizados dois ou mais eixos
norteadores, fazendo com que se comprovasse ser estrutura sólida que guiasse os trabalhos de
pesquisa do Museu do Café.
O caso da exposição de longa duração, inaugurada em 2014, é exemplar para justificar sua
funcionalidade. Sua curadoria foi pensada de modo a estruturar cada um de seus módulos na lógica
de uma das perspectivas propostas: no Módulo 1 o percurso da Planta à Xícara atende a perspectiva
técnica; nos Módulos 2 e 3 uma linha do tempo e uma discussão sobre a Praça de Santos,
respectivamente, atendem uma abordagem do café enquanto objeto social; por fim, o Módulo 4
apresenta uma perspectiva dos produtos culturais do café por meio da arquitetura eclética do edifício
e sua relação com o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.
Além disso, seu uso na identificação e enquadramento dos acervos museológico, arquivístico e
bibliográfico facilitaram no diagnóstico da equipe em busca de lacunas para o possível crescimento
dessas coleções.
A fácil assimilação dos conteúdos apresentada pelo públicos no desenolvimento dos processos de
escuta, assim como, as perscpectiva apresentadas pelos especialistas e formas de desenvolvimento
das políticas dos parcerios, também auxiliaram na afirmação da estrutura concebida.
Definição: Aborda o circuito pelo qual o café passa desde sua plantação até seu consumo, por meio
da perspectiva da técnica. O objetivo é analisar os diferentes procedimentos relacionados à produção,
comércio e consumo do café, incluindo os tipos de equipamentos e ferramentas assim como suas
formas de uso.
2º eixo – O café como objeto social (história, política, economia, usos e costumes)
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Definição: Aborda no tempo e no espaço o tema a ser estudado, contextualizando historicamente sua
importância por meio da relevância política, econômica e social assim como suas práticas e
representações culturais.
Justificativa: O café foi introduzido no Brasil em 1727, porém só passou a ter participação decisiva na
economia brasileira em meados do século XIX. Essa importância econômica justifica um recorte
temático que contextualize tais processos históricos, assim como seus desdobramentos políticos e
sociais.
Definição: Analisa a dimensão artística a qual a cultura do café traduziu-se, seja na arquitetura, artes
plásticas, literatura ou música. Busca abordar todas as formas de expressão, tanto a erudita, quanto
as tradições artísticas oriundas da cultura popular, assim como o mecenato de uma elite cafeeira para
as artes.
Justificativa: A burguesia cafeeira, entre meados do século XIX e XX, foi fomentadora de um consumo
cultural e, em determinados momentos, financiadora de arte. Além disso, as transformações causadas
pelo café na economia e sociedade não só inspiraram artistas, como se manifestaram – e ainda se
manifestam - culturalmente em diferentes formas por grupos diversos.
Na estruturação dos eixos norteadores verificou-se que algumas temáticas permeavam mais de um
eixo, e possuem significância para serem abordadas, trabalhando transversalmente a estes como
pontos de ligação e significação. Devendo portanto ser adotadas para parametrizar as ações do
museu em conjunto com os eixos norteadores.
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alemães, espanhóis, portugueses) no final do século XIX, privilegiando as etnias envolvidas e
suas características nos processos históricos.
Gênero e poder – serão abordadas questões de gênero presentes nas relações sociais ligadas
à cultura cafeeira, privilegiando a oposição entre feminilidade e masculinidade.
6.1. Incorporação
A incorporação é o ato através do qual um museu obtém a posse legal e a propriedade de um objeto,
publicação, coleção ou conjunto documental.
Por se tratar de uma instituição vinculada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do
Estado de São Paulo, o Museu do Café deve seguir a Resolução SC 105 de 12/11/2014 (anexo 02),
que estabelece princípios, procedimentos e fixa normas para recebimento e incorporação de bens
móveis que constituem acervos museológicos, arquivísticos e documentais e de obras raras de
natureza bibliográfica, pelas modalidades de doação, legado, coleta, permuta, transferência definitiva
sem encargos e compra, pelos museus da Secretaria de Estado da Cultura.
Para a composição do acervo do Museu do Café serão considerados os itens materiais e imateriais,
em seus diferentes suportes, que testemunhem ou documentem experiências relacionadas ao café
enquanto patrimônio cultural, conectando o individual ao coletivo, de forma representativa e relevante,
utilizando como balizadores os eixos norteadores e os princípios transversais.
Os critérios de seleção devem levar em conta a biografia dos itens, ou seja, todo o histórico à eles
relacionados, como os antigos proprietários e os diferentes usos e funções devem ser encarados como
aspectos importantes para a musealização. Assim, o registro de tais informações deverá ser prioritário,
tanto na entrada como ao longo da gestão do acervo.
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Outra ação prioritária deverá ser o incentivo a pesquisas e aquisições que supram as lacunas
apontadas no capítulo anterior sobre as lacunas nos acervos13.
De modo a diminuir o risco de que as coleções representem meras ilustrações dos processos
14
apresentados nos eixos norteadores deveremos tomar como ponto de partida o contexto social no
qual cada item ofertado estava inserido. Espera-se, assim, que as coleções sejam compostas por
exemplares que nos façam conhecer hábitos, sensações, trocas, aprendizados, ou qualquer outra
forma de relação social que possa ser apreendida a partir da análise de seus atributos físicos ou das
informações que se puder coletar a respeito de sua biografia.
Quanto aos itens relacionados à antiga Bolsa Oficial de Café, serão privilegiados aqueles que se
relacionam às experiências dos trabalhadores que atuaram nesse espaço ou as atividades ali
realizadas ao longo do século XX.
13
Ver item 5.2
14
Ver item 5.3
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apresentado como programa de formação interna destinada à equipe de atendimento como o
Programa ELOS15
Acervo Museológico
Tipologia de acervo: Objetos/obras de arte
Acervo arquivístico
Tipologia de acervo: documentos, fotografias, mapas, plantas (arquitetura)
Acervo Bibliográfico
Tipologia de acervo: livros, jornais, revistas.
15
A fim de atender o público interno, o “ELOS – Eixo de Ligação e Orientação Setorial” conta com projetos de
incentivo à formação contínua dos colaboradores do Museu.
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Contato: de terça a sábado das 09h as 18h
Cenários
Oferta presencial
Quando a equipe do Núcleo de Preservação estiver presente:
• Entrar em contato via telefone com o setor ou profissional responsável de acordo com o tipo de
material ofertado (por exemplo: objeto (acervo museológico); documento (acervo arquivístico); livro
(acervo bibliográfico).
Quando a equipe do Núcleo de Preservação não está presente (domingos e feriados, por exemplo):
• A pessoa interessada deverá ser orientada a retomar o contato via e-mail, telefone ou
presencialmente no horário do expediente dos funcionários do Núcleo de Preservação.
• Quando o Museu estiver fechado (antes das 09h e depois das 18h), a recomendação é que nenhum
funcionário da equipe de segurança do Museu receba qualquer material ofertado.
Em caso de insistência por parte do proprietário a equipe de atendimento deve entrar em contato com
a coordenação técnica ou a direção do Museu e informar a ocorrência.
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Cenários
Em caso positivo a equipe deverá enviar ao proprietário um e-mail informando que a proposta será
encaminhada para análise do Comissão Técnica, da coordenação técnica e da diretoria técnica.
Em caso negativo a equipe deverá enviar por e-mail um modelo de resposta contendo as informações
do Modelo de resposta para indeferimento da proposta (anexo 04)
Todas as informações contidas no cenário contato por e-mail devem ser informadas à pessoa
interessada. Para melhor avaliação da proposta a pessoa interessada deverá ser orientada a enviar
um e-mail com as informações básicas do item conforme o Modelo de resposta para ofertas de doação
(anexo 03).
Contato presencial
Se a pessoa estiver com o item em mãos todas as informações contidas no cenário contato por e-mail
devem ser informadas à pessoa interessada. Caso o item se adéque aos eixos patrimoniais do Museu
do Café, a equipe deverá colher as informações básicas do mesmo conforme modelo do Modelo de
resposta para ofertas de doação (anexo 03). Neste primeiro contato o ofertante deverá ser informado
que o item em questão não poderá ser deixado no Museu. O acondicionamento do item no Museu
somente poderá ocorrer após o trâmite do processo de aquisição disposto na Resolução SC 105
(anexo 01).
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6.1.2. Procedimentos de Incorporação
Toda oferta deverá passar pela avaliação da Comissão Técnica e o aceite da Coordenação e Diretoria
Técnica para proceder ao processo de incorporação.
O resultado dessa avaliação será um parecer técnico que indicará a forma de uso que a instituição
dará ao item – bem patrimonial (anexo 05), ou uso pedagógico (anexo 06). Tal parecer deverá ser
impresso e assinado em três vias (uma para o proprietário do item, uma para o Museu e outra para a
SEC).
Proposta de doação;
Este documento deverá ser preenchido junto ao proprietário e assinado pelo mesmo preferencialmente
no momento da visita de avaliação do acervo.
Contrato de doação;
Este documento deverá ser redigido e enviado para a SEC com o objetivo de formalizar a incorporação.
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6.1.2.1. Acervo Museológico
I - Entende-se por acervo museológico o conjunto formado pelos testemunhos materiais, dos mais
variados suportes, formatos, materiais e origens, e imateriais dos povos e seu ambiente que são
selecionados intencionalmente por seu valor de representatividade e memória.
Política de seleção
I. Preencher alguma das lacunas identificadas no acervo, conforme exposto no item 5.2. Olhar -
Identificação de Lacunas).
II. Estar relacionado a um ou mais Eixos Norteadores16 e Princípios Transversais17.
III. Quanto aos itens relacionados à antiga Bolsa Oficial de Café, serão privilegiados aqueles que se
relacionam às experiências dos trabalhadores que atuaram nesse espaço ou as atividades ali
realizadas ao longo do século XX.
IV. Na impossibilidade de abranger amplos territórios e períodos, os critérios para incorporação deverão
privilegiar o estado de São Paulo entre a segunda metade do século XIX e os dias atuais.
V. Em caso de compras, o processo deverá se dar por iniciativa da própria instituição, via Organização
Social, dentro do Contrato de Gestão e respeitando o Manual de Compras do INCI. Posteriormente
a peça deverá ser doada pela OS para a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, integrando
assim, definitivamente, o patrimônio do Estado.
O Formulário de Entrada de Objeto deve ser preenchido ao longo do processo de incorporação do item
e entregue no momento da recepção do mesmo pelo museu. Todos os objetos que entram no museu
devem ser registrados e obtida uma assinatura do depositante no momento de entrega. Se um
representante do museu sai para recolher algo, então deve munir-se de um formulário de entrada.
16
Ver item 5.3
17
Ver item 5.4
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Somente a equipe do Setor de Acervo Museológico poderá receber qualquer tipo de objeto ofertado.
• Número de entrada
É um número único atribuído à entrada de um objeto ou grupo de objetos. Usado para localizar o objeto
antes da sua devolução ou incorporação.
Deve servir como referência para a documentação escrita de objetos que entram na organização pela
primeira vez. O número deverá ser o mesmo atribuído no formulário de entrada e recibo.
Pode incluir: um prefixo para o distinguir de outros números de referência; o ano; e um número
sequencial.
Exemplo: ENT-2019-MC-00001.
Obs.: Não confundir com o Número de Patrimônio atribuído pela SEC durante a oficialização da
incorporação.
• Data de entrada
Data de entrada do objeto na instituição.
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de uma reclamação pelo proprietário, assim como permitirá proteger as coleções existentes contra
infestações, no caso de objetos infestados, de que são exemplo os bolores e caruncho;
Estado de conservação: Um termo simples que descreve o estado de conservação de um
objeto. Exemplo: Bom, Ruim, Regular.
Avaliação de integridade: Um termo simples que descreve a integridade de um objeto. Exemplo:
completo; incompleto; fragmentado.
Avaliação técnica: Avaliação detalhada da condição de um objeto e do tratamento necessário.
Exemplo: Gravemente infestado com cupim. Requer tratamento de emergência. Consulte
Relatório: GCM 057318.
Descrição sumária
Neste campo deve-se descrever objetivamente aquilo que se vê na peça e não o conhecimento que
se tem dela, tendo em conta os seguintes princípios gerais:
• Começar por descrever do geral para o particular;
A descrição deve iniciar-se do topo da peça para baixo, sempre da esquerda para a direita
(perspectiva do observador).
• Identificar o tema/assunto representado;
• Identificar/descrever primeiro a forma/estrutura e depois os elementos decorativos;
Histórico do objeto
O histórico de um objeto, incluindo a sua criação, proprietários e as circunstâncias que envolvem tais
eventos. Descreva informações como:
• Porque o objeto foi produzido;
• Quem o produziu;
• A quem pertencia, quem o vendeu e o porquê;
• Indivíduos que usaram o objeto e para que fim;
• Locais conhecidos onde o objeto esteve.
Exemplo: Esta papeleira escrivaninha pertenceu à Guilherme de Almeida, poeta, jornalista e tradutor
brasileiro. Foi organizador e participante da 2ª Semana de Arte Moderna realizada em São Paulo, no
ano de 1922.
18
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Origem
O local onde foi realizada a concepção, criação ou produção do objeto.
Autor/Fabricante
Indivíduo, entidade ou grupo de pessoas envolvidas na concepção, criação ou produção do objeto.
Usos e Funções
Determinar as funções primárias e secundárias
Determinar os procedimentos originais de manuseio e funcionamento
Determinar as relações sociais e econômicas intrínsecas ao objeto
Caracterização da escola artística, técnicas de confecção, interpretações simbólicas, etc.
Dimensões
Exemplo: 10x20x40cm (Altura x Largura x Profundidade)
Justificativa de entrada
A justificativa para um objeto ou grupo de objetos entrar fisicamente na organização.
Exemplos: preenchimento de uma determinada lacuna do acervo; exemplar que potencializa o trabalho
de pesquisa, etc.
o Método de entrada
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6.1.2.2. Acervo Arquivístico
Um documento de arquivo só tem sentido se relacionado ao meio em que foi produzido. O conjunto
documental deve retratar a infraestrutura e as funções (atividades-meio e as atividades fim) da
instituição ou pessoa física que o gerou. Esta é à base da teoria dos fundos.
Um Fundo de arquivo compreende os documentos gerados ou recolhidos por uma instituição pública
ou privada necessários ao seu funcionamento e ao exercício das atividades que justificam a sua
existência. Por essa razão, os documentos de uma instituição não devem ser separados para efeitos
de organização sob nenhum pretexto.
Uma Coleção representa a reunião artificial de documentos que obedece a critérios científicos,
artísticos, de entretenimento ou quaisquer outros que não os funcionais/administrativos.
Preencher alguma das lacunas identificadas no acervo, conforme exposto no item 5.2. Olhar -
Identificação de Lacunas
Estar relacionado a um ou mais Eixos Norteadores19 e Princípios Transversais20
19
Ver item 5.3
20
Ver item 5.4
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Quanto aos conjuntos documentais relacionados à antiga Bolsa Oficial de Café, serão privilegiados
aqueles que se relacionam às experiências dos trabalhadores que atuaram nesse espaço ou as
atividades ali realizadas ao longo do século XX.
Na impossibilidade de abranger amplos territórios e períodos, os critérios para incorporação deverão
privilegiar o estado de São Paulo entre a segunda metade do século XIX e os dias atuais.
• Número de entrada
É um número único atribuído à entrada de um conjunto documental. Usado para localizar o mesmo
antes da sua devolução ou incorporação.
Deve servir como referência para a documentação escrita de conjuntos documentais que entram na
organização pela primeira vez. O número deverá ser o mesmo atribuído no formulário de entrada e
recibo.
Pode incluir: um prefixo para o distinguir de outros números de referência, por exemplo: AA (Acervo
Arquivístico); o ano; as iniciais do Museu; e um número sequencial.
Exemplo: AA-2019-MC-00001.
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• Nome, endereço e número de telefone do atual proprietário (e depositante, se diferir);
É importante que o proprietário do conjunto documental ofertado seja identificado, para a possível
incorporação do mesmo posteriormente. Se o depositante não for o proprietário, este deverá
comprovar que tem a autoridade para oferecer o conjunto documental. O método preferencial seria a
posse de uma declaração assinada pelo proprietário, confirmando que o depositante está a agir na sua
representação/de acordo com a vontade do proprietário.
4 Título
Exemplo: Boletim do Instituto Agronômico de Campinas. As Doenças dos Cafeeiros no Estado de São
Paulo.
5 Data-Limite
Data ou período em que o conjunto documental foi produzido
Exemplos: 1919; [Entre 1920 e 1937]; Final do Século XIX
6 Dimensão e suporte
Ver NOBRADE21. Registrar a volumetria do conjunto documental em metros lineares de acordo com
as unidades de quantificação (caixas, pastas, folhas, etc.). Obs.: Um metro cúbico de documentos
corresponde a 12 metros lineares.
Descrever o suporte utilizado (Papel, negativo de vidro, CD-Rom)
Exemplo 1: 23,5 cm x 5,5 cm. / Papel - 2: 18 caixas de documentos textuais ou 03 metros lineares
Nome do produtor
Exemplo: Companhia Docas do Estado de São Paulo
Histórico/biografia
Ver NOBRADE. Registre de maneira concisa informações relacionadas à história da entidade, família
ou pessoa produtora do conjunto documental.
21
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Âmbito e conteúdo
Ver NOBRADE. Informe o âmbito (contexto histórico e geográfico) e o conteúdo (tipologia documental,
assunto e estrutura da informação) da unidade de descrição.
Exemplo: Os documentos referem-se ao período em que João Goulart esteve no exílio, no Uruguai,
após o golpe de Estado que o depôs da Presidência da República. Abordam questões relativas às
suas propriedades no Brasil, à repressão política durante os governos dos generais Castelo Branco e
Costa e Silva, incluindo os aspectos relacionados à censura aos meios de comunicação, às
articulações políticas visando à formação da Frente Ampla de oposição ao regime militar, entre outros
assuntos.
• Data de entrada
Data de entrada do conjunto documental na instituição.
Justificativa de entrada
A justificativa para o conjunto documental entrar fisicamente na instituição.
Exemplos: preenchimento de uma determinada lacuna do acervo; exemplar que potencializa o trabalho
de pesquisa, etc.
Método de entrada
O método pelo qual o conjunto documental entrou na instituição.
Exemplo: Doação, transferência, compra, legado, etc.
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Nome e assinatura do depositante
Arquivo Institucional
Segundo a Resolução SC – 105, em seu Art. 1, inciso II, item b, excluem-se da definição de acervo
arquivístico e consequentemente da regulação desta mesma Resolução:
(...) os arquivos da própria instituição, composto por documentos acumulados e produzidos a partir
de suas atividades e que são regidos por legislação específica, prevista na Lei Federal nº 8159/1991
e pelos decretos estaduais 48.897/2004 e 48.897/2004, e regulamentados pelo Sistema de Arquivos
do Estado de São Paulo – SAESP.
O Fundo Museu do Café por tratar-se de fundo aberto e normalmente denominado de Arquivo
Institucional segue o tratamento determinado pela gestão documental prevista na Lei 8.159/1991,
artigo 3º:
“Considera-se gestão documental o conjunto de procedimentos e operações referente à sua
produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a
sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.”
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6.1.2.3. Acervo Bibliográfico
O acervo bibliográfico é regido pela Lei Federal n. 10.753/2003 que destaca o caráter dessas coleções:
Art. 2o Considera-se livro, para efeitos desta Lei, a publicação de textos escritos em fichas ou folhas,
não periódica, grampeada, colada ou costurada, em volume cartonado, encadernado ou em
brochura, em capas avulsas, em qualquer formato e acabamento.
Com a finalidade de controlar os bens patrimoniais das bibliotecas públicas, o livro não é
considerado material permanente.
Por esta razão a Resolução SC-105 (anexo 01), publicada em DOE em 12/11/2014 no artigo 1º, inciso
III, item a, não se aplica aos casos de incorporação de itens bibliográficos:
Esta Resolução não se aplica às doações de outros tipos de publicações e materiais bibliográficos
que não sejam obras raras, que serão incorporadas aos acervos bibliográficos dos museus da Pasta
por meio de procedimentos de registro e controle interno das instituições, tendo em vista o previsto
no artigo 18 da lei federal n° 10.753/2003.
A coleção bibliográfica do Museu do Café deve refletir os interesses da instituição e de seu público
partindo das temáticas apresentadas nos Eixos Norteadores22 e Princípios Transversais23.Oferecendo
assistência à área técnica do museu (Preservação, Pesquisa e Extroversão) durante a elaboração de
exposições, projetos de pesquisa, artigos científicos e ações educativas.
22
Ver item 5.3
23
Ver item 5.4
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VI. Língua acessível: priorizar português, espanhol e inglês;
VII. Edição atualizada;
Jornais e revistas de caráter informativo, comercial ou não acadêmico, não serão aceitos, exceto
quando justificado a partir de demandas de memória institucional, ou menção de algum membro da
equipe ou direção do Museu do Café, desde que não inseridas no clipping usual.
Quantidade de exemplares: Para itens de extrema relevância serão mantidos até 03 (três) exemplares.
Para os demais apenas 1 (um) exemplar.
Obras Raras
O Museu do Café poderá adquirir para seu acervo bibliográfico itens considerados como “obras raras”,
conforme definição específica dada pela Resolução SC 105 (anexo 01)de 04/11/2014, Artigo 1º, inciso
III:
Entendem-se por obras raras de acervo bibliográfico, obras dos séculos XV ao XVIII, obras editadas
no Brasil até metade do século XIX, edições de tiragem até 300 exemplares, edições de luxo, como
coleções com encadernações em papel artesanal, obras esgotadas, exemplares com anotações
manuscritas, incluindo dedicatórias (p. 1-2).
Além dessas características gerais, o Grupo de Trabalho para a Política de Acervo definiu outros
requisitos que definem a classificação de uma obra como “rara” de acordo com as especificidades do
nosso escopo de atuação:
Obras que se enquadrem dentro dos eixos norteadores e princípios transversais e que ilustrem
a história do café, suas relações sociais, comerciais, científicas e de consumo;
Obras Nacionais e Internacionais referenciais sobre a Temática
No caso de interesse na aquisição de algum exemplar que se enquadre como “obra rara”, o Museu do
Café, na qualidade de equipamento da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, deverá seguir
o procedimento descrito na resolução Resolução SC 105 (anexo 01), ou outras modificações dadas à
mesma que sejam posteriores à validação dessa Política.
Cumpre ressaltar que o aceite da incorporação de uma “obra rara” deverá considerar:
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a. as condições para sua guarda e conservação material (incluindo custos para contratação de equipe
especializada, seguro de obra, local com climatização e controle de acesso, mobiliários e embalagens
adequadas).
b. a relevância do tema e
c. se, antes de adquirir o bem físico, é possível providenciar sua digitalização para proceder o acesso
à informação por meio digital.
Caso o Museu do Café não tenha as condições para a aquisição e guarda permanente da obra, poderá
indicar outra instituição para essa finalidade.
6.2. DESVINCULAÇÃO
É o ato pelo qual um objeto, publicação ou conjunto arquivístico, após ser rigorosamente analisado
pela Comissão Técnica, Coordenação e Diretoria Técnica e sancionado pela Secretaria de Cultura do
Estado de São Paulo, é definido como não mais pertinente ao acervo do Museu do Café.
Motivos:
• Péssimo estado de conservação
• Duplicidade
• Não atender/se enquadrar aos eixos patrimoniais
• Furto/Roubo
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acompanhada de uma rigorosa análise e justificativa da Comissão Técnica e da Coordenação
e Diretoria Técnica do Museu. No caso do Acervo Arquivístico, o Arquivo Institucional tem sua
avaliação orientada pela tabela de temporalidade do SAESP e pela tabela de temporalidade da
Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. O Arquivo Histórico também
poderá ser avaliado, sendo os critérios de exemplaridade, o estado de conservação e de
legibilidade válidos para eventuais descartes. Os descartes são acompanhados por
representantes da Comissão de Avaliação de Documentos e Acesso (CADA), e da Secretaria
de Cultura.
Furto/Roubo: é quando a ação de “descarte”, não é realizada por influência externas, tanto no
caso de cooptação do bem de dentro do museu, ou no caso da existência na coleção de um
bem com procedência duvidosa.
6.2.2 Procedimentos
Transferência
Reunir a seguinte documentação: 1) Relatório de estado de conservação; 2) Relatório das
características do(s) objeto (s) 3) Registro fotográfico; 4) Avaliação do item fornecida por um
especialista (se possível).
A Comissão Técnica deverá elaborar uma justificativa curatorial para a transferência do item.
Tal justificativa deverá ser ratificada em ata e aprovada pela Coordenação e Diretoria Técnica,
em caso de existir do Conselho de Orientação Cultural. Junto a justificativa deverão ser
anexados os relatórios técnicos.
A Diretoria Executiva deve ratificar e encaminhar por ofício a documentação à UPPM/SEC para
os devidos encaminhamentos.
Descarte
Reunir a seguinte documentação: 1) Relatório de estado de conservação; 2) Relatório com as
estimativas de custos para a manutenção do(s) objeto(s); 3) Registro fotográfico; 4) Avaliação
do item fornecida por um especialista (se possível).
A Comissão Técnica deverá elaborar uma justificativa curatorial para o descarte do item. Tal
justificativa deverá ser ratificada em ata e aprovada pela Coordenação e Diretoria Técnica em
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caso de existir do Conselho de Orientação Cultural. Junto a justificativa deverão ser anexados
os relatórios técnicos.
A Diretoria Executiva deve ratificar e encaminhar por ofício a documentação à UPPM/SEC para
os devidos encaminhamentos.
Furto/Roubo
Item da coleção do Museu foi furtado/roubado e não se encontra mais na exposição ou reserva técnica:
• Seguindo a norma internacional Object ID deve-se comunicar imediatamente as autoridades
policiais para registro de boletim de ocorrência e abertura de inquérito, assim como a Secretaria
de Cultura do Estado de São Paulo (SEC). Deve-se também comunicar a Polícia Federal, a fim
de acionar as instâncias que combatem o contrabando de bens culturais. Após dez anos do
furto ou roubo, caso a peça não tenha sido encontrada, o Museu deve encaminhar à Secretaria
de Cultura do Estado de São Paulo (SEC) um pedido formal de baixa definitiva.
24
Object ID é uma norma simplificada destinada a registrar dados relativos a bens culturais. Ajuda as instituições a
documentar sua coleção de maneira uniforme e pode contribuir na recuperação de bens culturais em caso de roubo,
movimentação ilícita, perda, assim como na reconstituição de tais bens em caso de destruição ou deterioração parcial.
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• Registrar a data em que o objeto deixou de integrar a coleção. Deverá ser feita no momento da
transferência de título ou na data da destruição.
• Desincorporar o objeto quando receber a documentação de saída, ou imediatamente após a
destruição. Mantenha uma lista autônoma dos objetos desincorporados.
6.3. COMODATOS
O termo Comodato se refere à transferência provisória de objetos ou coleções entre duas instituições.
Neste caso, o comodatário (quem recebe emprestado) é obrigado a conservar, como se fosse seu, a
coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contrato, sob pena de responder por
perdas e danos ao comodante (quem empresta).
Existem duas situações que demandam procedimentos diferentes:
Procedimento de comodato (Saída): Quando uma instituição (pública ou particular) solicita o comodato
de algum item do acervo do Museu do Café.
Procedimento de comodato (Entrada): Quando o Museu do Café solicita o comodato de algum item do
acervo de uma instituição (pública ou particular).
6.3.1 Comodato para a saída de objetos, documentos e obras bibliográficas raras da coleção do
Museu do Café
O Museu do Café deverá obedecer a Resolução SC-37 (anexo 11) e seguir todas as diretrizes, normas
e fluxos estabelecidos pela UPPM/SEC.
Toda e qualquer obra pertencente ao acervo do Museu do Café, somente poderá ser emprestada após
análise da Comissão Técnica e a anuência da Coordenação e Diretoria Técnica, em caso de existirdo
Conselho de Orientação Cultural.
Procedimentos e Fluxos
A. SOLICITAÇÃO DE COMODATO
A instituição requerente ao entrar em contato com o Museu do Café deverá encaminhar um ofício,
esclarecendo o motivo, período, local e as obras desejadas para empréstimo.
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B. RECOLHA DE DOCUMENTOS
O Museu do Café deverá enviar um ofício resposta solicitando os seguintes documentos para a
instituição solcitante, exigidos pela resolução SC - 37, de 03/09/2004 e Consultoria Jurídica da
Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo
• Comprovante de Inscrição Cadastral CNPJ;
• Certidões: Conjunta de Débitos Relativos a Tributos Federais e à Dívida Ativa da União / FGTS
/ Certidão Negativa de Débitos de Tributos Mobiliários/ Consulta à Certidão Negativa de Débito (CND)
/Certidão Positiva de Débito com Efeitos de Negativa (CPD-EN) – em caso de empréstimo internacional
solicitar documento congêneres no país original e tradução juramentada;
• Estatuto e alterações devidamente registradas, em caso de empréstimo internacional solicitar
a cópia autenticada e a tradução juramentada;
• RG e CPF do signatário (cópias autenticadas, apenas quando essas informações não
constarem do estatuto da empresa) – o signatário sempre deverá comprovar poderes para assinar,
devendo apresentar uma procuração específica, quando seu nome não constar do estatuto da
empresa, em caso de empréstimo internacional solicitar documento congêneres no país original, cópia
autenticada;
• Relatório de condições técnicas do imóvel -Facilities Report, apresentado em português, exceto
em empréstimos internacionais, e ser assinado por pessoa competente;
• Requerimento de empréstimo de obra de arte, com lista de obras e assinado por pessoa
competente em caso de empréstimo internacional solicitar versão em português;
• Declaração de que a exposição não tem fins lucrativos - em caso de empréstimo internacional
solicitar versão em português;
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A instituição requerente deverá preencher o requerimento de empréstimo, a declaraçãoe enviar a
documentação solicitada.
Após o recebimento dos documentos solicitados o Núcleo de Conservação do Museu do Café deverá
enviar à instituição requerente um documento com todas as condições gerais que se aplicam ao
comodato.
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Requisitos de agradecimentos e créditos nas legendas e publicações;
Acervo Museu do Café – Governo do Estado de São Paulo
Data
Condições ambientais;
Para a conservação dos acervos recomenda-se que a instituição requerente mantenha a temperatura
de seu ambiente expositivo entre 19° a 25° centígrados e a umidade relativa do ar entre 50% e 65%.
A instituição poderá fazer o controle ambiental por meio de ventiladores e desumidificadores.
Ao receber os documentos as equipes dos setores de acervo deverá encaminhá-los para o Conselho
de Orientação Cultural ou para a Comissão Técnica, na ausência de um COC.
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Caso a deliberação seja negativa o Museu do Café deverá encaminhar um ofício à instituição
requerente com o parecer.
Caso a deliberação seja positiva o Museu do Café deverá enviar um ofício para a UPPM25 com os
documentos da instituição requerente e com cópia da ATA de reunião do Conselho, ou, na ausência
de COC, da Comissão Técnica e anuência da Diretoria Técnica autorizando o comodato.
Na sequência de uma decisão positiva, forneça à instituição requerente as seguintes informações para
cada objeto:
Laudo de Conservação
Dimensões;
Fotografias para pesquisa ou publicidade (se legalmente possível);
Dados de origem, autor/fabricante, histórico, contextualização;
A UPPM ao receber o ofício do Museu do Café deverá analisar a documentação e abrir o processo de
comodato.
Caso possua dúvidas técnicas a UPPM encaminhará um e-mail para o museu, solicitando
esclarecimentos. O processo ficará parado até receber a resposta do museu.
Caso não haja dúvidas técnicas por parte da UPPM, o Museu do Café deverá encaminhar para a
UPPM, até 7 dias antes da saída da(s) obra(s):
25
Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São
Paulo.
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• Autorização do IPHAN (caso a obra seja tombada ou o empréstimo seja internacional).
UPPM deverá analisar e fazer a juntada dos documentos ao processo; providenciará os documentos
necessários para a liberação da obra; providenciará a assinatura de autorização do Coordenador da
UPPM; enviará um e-mail com a liberação das obras e autorização do empréstimo para o Museu do
Café.
Em caso de comodato internacional, neste momento, será necessário que a instituição emprestadora
envie o seguinte documento:
O Museu do Café deverá elaborar a Minuta do Termo de Comodato (anexo 13), após acordar todos
os termos com a instituição requerente. Em seguida, a minuta deverá ser enviada à UPPM para que
sejam assinadas pela Coordenadora da UPPM; que em seguida, disponibiliza as duas vias do contrato
assinadas para o Museu do Café, que encaminhará uma via para a instituição requerente;
26
Documento por meio do qual o IPHAN toma ciência da saída das obras do país. Para obtê-lo, a instituição emprestadora
pega na internet um formulário próprio do IPHAN, o preenche e o entrega na alfândega junto com a obra – ela não sai do
país sem ele).
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O courier (técnico de conservação do Museu do Café) deverá acompanhar todo o processo
(embalagem, movimentação e transporte) e elaborar o Laudo de Conservação que deverá ser
assinado pelas duas instituições em duas vias.
A equipe de Preservação do Museu do Café deverá realizar, com o auxílio dos técnicos da instituição
requerente, um acompanhamento periódico (semestralmente) do estado de conservação das peças
emprestadas e encaminhá-los para a UPPM/SEC.
K. ENCERRAMENTO DO COMODATO
Após o término da exposição, o Museu do Café encaminhará os seguintes documentos, sem os quais
não se encerra o processo na UPPM:
Não havendo mais trâmites a serem realizados, o processo será encerrado, aguardando-se mais três
meses na UPPM (para eventual juntada de documentos) e, finalmente, encaminhado para
arquivamento no Núcleo de Protocolo e Expedição da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo
(SEC).
L. PRORROGAÇÃO DO COMODATO
A instituição requerente poderá solicitar a prorrogação do comodato por meio de ofício, com no mínimo
20 dias de antecedência do prazo acordado para devolução das peças.
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O Museu do Café deverá:
Enviar solicitação para a UPPM por meio de ofício.
Avisar o conselho sobre a prorrogação
Solicitar à instituição requerente a extensão do seguro multirrisco.
A UPPM deverá:
Receber a solicitação e a cópia do seguro multirrisco e providenciar autorização do
Coordenador da UPPM.
Enviar e-mail com a autorização de prorrogação do comodato.
Documentação / Registro
Este procedimento refere-se a empréstimos advindos de instituições particulares ou públicas que não
estão subordinadas à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Para empréstimos entre as
instituições da mesma pasta deve-se seguir o procedimento anterior pautado na legislação SC-37.
Fluxos e Procedimentos
A. SOLICITAÇÃO DE COMODATO
O Museu do Café ao entrar em contato com a instituição emprestadora deverá encaminhar um ofício,
esclarecendo o motivo, período, local e as obras desejadas para empréstimo. Neste mesmo ofício o
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Museu deverá perguntar se a instituição emprestadora possui uma política de empréstimos ou
orientações mínimas que devem ser seguidas nessas situações.
A deliberação da instituição emprestadora, seja ela positiva ou negativa, deverá ser enviada ao Museu
do Café por meio de oficio, com a assinatura do diretor ou do conselho da instituição.
Caso a deliberação seja positiva o Museu do Café deverá iniciar o processo de formalização do
comodato.
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I. ENCERRAMENTO DO COMODATO
J. PRORROGAÇÃO DO COMODATO
O Museu do Café poderá solicitar a prorrogação do comodato por meio de ofício, com no mínimo 20
dias de antecedência do prazo de devolução das peças.
Documentação/registro
Os comodatos (Entrada) deverão ser identificados com números de entrada por empréstimo, por
exemplo: MCe-2018-00001. Esses registros deverão ser feitos em uma planilha específica, separada
do inventário da coleção pertencente ao Museu do Café e documentados por meio de um dossiê
(pasta) de empréstimos organizados anualmente. Por exemplo:
Nome da pasta: Empréstimos (Entrada)
Subpasta (Nível 1): 2018
Subpasta (Nível 2): Nome da Instituição comodante (que empresta o item) (Ex.: MASP). Conteúdo:
Nessa pasta deverão ser inseridos os documentos formais do empréstimo como o contrato, seguro,
ofício de solicitação, correspondências, listagem dos acervos escolhidos, Laudos de conservação, etc.
Nas áreas de guarda e espaços expositivos, a grande preocupação está relacionada às condições
climáticas da região onde o Museu do Café se insere. Por serem adversas e demandarem um controle
permanente, faz-se necessário a utilização de instrumentos de medição e controle de temperatura e
umidade. Através de instrumentos como datalogger, desumidificadores, ventiladores, luxímetros e
termohigrômetros, são monitorados e feito o acompanhamento do comportamento dos materiais. Por
isso, se deve procurar adequar às condições climáticas a cada tipo de material de acordo com a
realidade e possibilidade da instituição.
A coleção do Museu do Café é constituída majoritariamente por materiais:
Inorgânicos: cerâmicas, vidro, metal, pedra e gesso.
Orgânicos: cestas de palha, material botânico (capim) couro, papel, papeis orientais, pergaminho,
selos, nitrato de celulose, têxteis, madeira.
Os principais problemas de conservação das coleções estão relacionados ao controle de temperatura
e umidade. Nesse sentido os materiais mais afetados são os metais, têxteis, palha, papel e fotografias
que se localizam-se tanto nas áreas de armazenamento quanto nas áreas expositivas.
O Núcleo de Preservação deve tentar manter os níveis de umidade relativa e temperatura dentro do
alvo desejado (60-65%UR) (20-25°C), tentnado obter a mínima variação ao longo do ano..
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6.4.2 Iluminação
A incidência de radiação da luz natural e artificial é prejudicial aos objetos, uma vez que seus efeitos
provocam danos irreversíveis, como o desbotamento, amarelamento e craquelamento dos materiais.
Para o controle da luminosidade nas áreas de armazenamento e nas áreas de exposição cabe ao
Núcleo de Preservação manter os procedimentos voltados à proteção dos acervos por meio da
utilização de:
Persianas;
Cortinas;
Filtros absorventes de radiação ultravioleta;
Monitoramento da luminosidade através do aparelho luxímetro;
Independentemente da tipologia de acervo, deve-se sempre reduzir ao máximo os níveis de iluminação
e os tempos de exposição à luz, assim como nunca ultrapassar os valores recomendados para cada
tipo de peça.
As áreas de armazenamento devem possuir cortinas de TNTs nas janelas ou persianas do tipo
blackout, bloqueando a passagem da luz latural, e serem iluminadas artificialmente por lâmpadas com
baixa incidência de UVA/UVB, e que não casem caloria.
Os materiais mais vulneráveis à radiação solar ou UV são os localizados nas áreas expositivas e são
constituídos por materiais: têxteis, papéis, plásticos, fotografias e madeiras.
Para reduzir a intensidade da luz natural no salão do pregão, onde estão localizados as telas de
Benedicto Calixto e o mobiliário da antiga Bolsa Oficial de Café, devem ser mantidos os filtros
UVA/UVB nas janelas e vidros das portas. Já no primeiro andar, as portas e janelas devem manter
aplicações de filtros UVA/UVB e o amparo das cortinas backout.
Os demais módulos expositivos que acondicionam itens de acervo não apresentam problemas com
relação à iluminação devido à baixa intensidade de UVA/UVB emitida pelas luminárias previstas nos
projetos expográficos, como a fluorescente 28w no Módulo 3 – Praça de Santos; e as lâmpadas Mini
dicroica 35W no Módulo 4 – Artes e Ofícios. Os espaços devem continuar munidos de persianas e/ou
filtros nos vidros das portas e janelas. A mesma atuação é recomendada para as áreas que atendem
as exposições temporárias.
Periodicamente deve-se fazer uma inspeção nos filtros, cortinas e luminárias para fins de reposição e
atualização tecnológica.
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6.4.3 Controle de Poluentes
O Museu do Café está próximo ao Porto de Santos, local de passagem de muitos caminhões, carros,
trens, barcos e navios de carga, o índice de poluição é alto e se faz necessário a adoção de medidas
preventivas, para o controle da poluição. Como a alteração dessa situação foge ao controle do Núcleo
de Preservação, as práticas de proteção e higienização são o único recurso disponível atualmente
para minimizar o impacto sobre os acervos.
Para controlar e reduzir os efeitos da poluição atmosférica sobre os acervos, cabe a equipe de
conservação monitorar e manter as ações rotineiras seguindo os procedimentos:
Vedação das janelas;
Uso de TNT (para proteção de janelas e acervos);
Caixas confeccionadas com papel neutro e alcalino;
Armários e estanteria deslizante;
Caixas de policarbonato alveolar (polionda);
Higienização periódica;
Ventiladores;
Tais procedimentos devem ser mantidospara as três tipologias de acervo, por vir demonstrando
eficácia. O Núcleo de Preservação deve procurar se manter informado com as novas tecnologias e
metodologias de conservação que devererão ser aplicadas quando possível e viável possível.
Devido à proximidade com o Porto e suas características construtivas e de uso, o edifício acaba por
se tornar um atrativo para pragas. Ao longo dos últimos anos o Núcleo de Preservação em parceria
com o Núcleo Educativo tem difundido conceitos gerais de boas práticas entre os funcionários e os
visitantes com o objetivo de garantir a conservação dos acervos e dos espaços em geral. Dentre esses
cuidados, destacam-se as orientações aos visitantes sobre a importância de não comer ou beber
dentro do museu e a formação dos funcionários, por meio do Programa Elos, para o monitoramento
dos pisos, paredes, mobiliários, ou seja, de todo o espaço do museu, e que caso seja detectado alguma
situação de infestação, seja comunicado ao Núcleo de Preservação.
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Uma das consequências naturais do clima úmido e quente são os ataques biológicos como fungos,
ácaros, cupins e pombos. Tais pragas podem afetar não só ao edifício e seus elementos artísticos
como também os objetos museológicos acondicionados nas Reservas Técnicas e os objetos em
exposição.
Para manter o controle, a cada novo contrato de gestão o Museu do Café deverá solicitar a empresa
especializada em controle de pragas um laudo técnico do edifício que identifique os pontos de
atividades de cupins, ratos, pombas e demais pragas, assim como propostas de ações e estratégias
para combatê-las. A partir dessa análise a instituição poderá contratar empresas especializadas para
realizar as ações de combate e monitoramento.
O monitoramento diário feito pelo Núcleo de Preservação e setor de infraestrutura e preservação em
que realizam vistorias e tomam todas as medidas preventivas e corretivas na identificação de qualquer
problema por meio de parecer da empresa especializada contratada, deve ser mantido
Também devem ter continuidade as ações e
medidadas que propiciaram o controle das condições ambientais de forma a inibir o aparecimento e
desenvolvimento de agentes biológicosIscas;
Telas;
Espículas;
Estrutura de inibição elétrica;
Barreira química;
Dedetização;
Proibir o consumo de alimentos nos locais de acervo em exposição e de guarda;
Retirar o lixo diariamente após o expediente;
Evitar a introdução de pragas através de doações;
Capacitar funcionários para identificação de pragas;
Higienização regular por equipe capacitada;
Esses procedimentos devem ser atualizados seguindo as diretrizes e boas práticas da museologia
contemporânea e das instituições ligadas à preservação cultural tanto no cenário nacional quanto
internacional.
6.4.5 Higienização
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A higienização corresponde à retirada de poeira e outros resíduos estranhos nos acervos, nos espaços
de guarda e exposição. É uma tarefa mecânica, feita a seco, que tem por objetivo reduzir partículas
sólidas, incrustações, resíduos de excrementos de insetos ou outras sujidades das superfícies.
Essa ação depende fundalmentalmente do trabalho coordenado entre o Núcleo de Preservação e a
equipe de limpeza nos espaços, ficando para a higienização dos acervos a cargo dos conservadores.
Toda a manipulação exige cuidados com a saúde das equipes de conservação e limpeza, para tanto,
o uso de EPIs ( Equipamento de proteção individual), é obrigatório. São eles:
Luvas;
Máscaras;
Aventais;
Óculos
Sapato de proteção;
Acervo museológico
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A limpeza mecânica consiste na retirada de pequenas sujidades. Para esse trabalho são utilizadas
trinchas de cerdas duras, cerdas macias, espátulas, pincéis e aspirador de pó pequeno com ponta fina
para limpeza em locais de difícil acesso, dependendo do tipo de objeto que está sendo tratado. O
processo de higienização dos acervos deve ser realizada semanalmente nos espaços expositivos e
nos espaços de guarda (reservas técnicas). Tendo como controle a Planilha de controle de
higienização – Acervo Museológico (anexo 15)
Acervo arquivístico
A higienização do acervo arquivístico consiste primordialmente na limpeza mecânica dos documentos
com a utilização de trinchas de cerdas macias e a retirada de elementos que provocam a corrosão do
papel como clipes, grampos, fitas adesivas, elásticos. Durante esse procedimento são identificados os
documentos que necessitam de pequenos reparos que são realizados utilizando-se cola neutra (metil-
celulose) e papel japonês.
A higienização deve ser realizada obedecendo a uma periodicidade de 12 meses para cada conjunto.
Tendo como controle a Planilha de controle de higienização – Acervo Arquivístico (anexo 16)
Acervo bibliográfico
O primeiro passo para iniciar a higienização é a avaliação do estado do livro, a limpeza mecânica das
páginas e pequenos reparos. São separados os que previamente foram identificados algum problema
e armazenados na área de guarda, onde recebem um suporte de embalagens e capas de materiais
neutro e acondicionados um a um.
Os livros e periódicos que estão em bom estado de conservação devem ser mantidos nas estantese
devem ser higienizados a cada 4 meses, processados tecnicamente e organizados nas prateleiras
para serem lidos e consultados.Quando detectada qualquer anormalidade, deve ser separado,
colocado em quarentena e lançado na ficha de controle.
Os livros de grandes formatos devem ser acondicionados em posição horizontal e deve-se evita-r um
grande acumulo de livros por prateleira, para que não haja superlotação das estantes para preservação
e integridade do material.
As obras raras devem ser mantidas em caixas feitas com materiais neutros, que oferecem o cuidado
necessário contra o pó e a luz, minimizam também danos em caso de eventuais alterações nas
condições ambiente, como o desenvolvimento de fungos ou bolores, e constituem uma primeira
barreira em caso de desastres como inundações ou incêndios. O controle das ações deverá ser
documentado na Planilha de controle de higienização – Acervo Bibliográfico (anexo 17).
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6.4.6 Acondicionamento dos acervos
Acondicioar é uma ação realizada para garantir a salvaguardar os acervos, pode ser realizada de
várias formas respeitando as característica de cada de acervo.
No caso do Museu do Café, o Núcleo de Preservação, analisou, avaliou e identificou as condições
climáticas, estruturais e financeiras viáveis e desenvolveu metodologias de acondiconamento que
minimizassem essas interferências, para tanto desenvolvemos embalagens específicas para cada
objeto, livro e documento.
Com o objetivo de proteger os acervos para que estes possam estar identificados e armazenados
adequadamente, evitando a manipulação e garantindo a sua integridade física, foram criadas
embalagens de material neutro e alcalino, utilizando os seguintes materiais:
Papel filifold – confecção de caixas e envelopes;
Papel glassine – confecção de embalagens de proteção;
Papel filiset – para envelopes do acervo iconográfico;
Papel poliester cristal – para embagens;
Papel alcalino – pastas e envelopes;
TNT – embalagem e proteção dos acervos;
Espuma de polietileno – embalagem proteção e acondicionamento;
Placas de polionda* - confecção de caixas;
Acervo museológico
Cada tipo de objeto necessita de um acondicionamento específico de acordo com sua forma, tamanho
e material. Os de grande porte e peso devem ser acondicionados sob pallets plásticos, os objetos de
médio porte como as máquinas de escrever estão acondicionados em armários, projetados e
confeccionados especificamente para esse fim. Os de pequeno porte devem ser acondicionados em
suportes feitos de Ethafoam ou em espuma de polietileno sob medida. Esse acervo deve ser
acondicionado preferencialmente nos armários de metal galvanizado localizado na reserva técnica. Os
quadros devem ser acondicionados em traineis. Cada peça acondicionada deve recebe uma etiqueta
relacionada a uma ficha de identificação.
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Aacervo arquivístico
Textual
Acondicionamento primário: as séries documentais devem ser acondicionadas em pastas de papel
alcalino e reunidas em envelopes também de papel alcalino.
Acondicionamento secundário: os envelopes ainda obedecendo a classificação das séries
documentais devem ser acondicionados em caixas arquivo de policarbonato alveolar (polionda)
branco. Armazenados em sala de acesso restrito, com película protetora nas janelas e em estanteria
deslizante.Os conjuntos de documentos encadernados de grande volume devem permanecer em
embalagens individuais de papel alcalino protegidos da luminosidade e poeira.
Iconográfico
As fotografias devem ser embaladas individualmente em envelopes e caixas de papel neutro, já
confeccionados pela equipe de conservação. Esses procedimentos deverão ser mantidos e ampliados,
além de passarem por revisão periódica.
Acervo bibliográfico
O acervo bibliográfico está disponível á consulta do público no espaço físico do CPPR, armazenado
em estantes abertas.
Segue as orientações para acondicionamento:
Cada livro deve ser armazenado em posição vertical para minimizar o desgaste das lombadas;
Livros de grandes formatos devem ser acondicionados em posição horizontal;
Utilizar bibliocantos para evitar o tombamento dos livros;
Não deixar as estantes compactadas, é necessário espaço entre os livros;
Obras raras
As obras raras devem ser acondicionadas em sala de acesso restrito, acondicionados em caixa de
papel neutro, confeccionadas sob medida, (até o momento as caixas de acondicionamento são
produzidas pela equipe de conservação) e armazenadas em estanteria deslizante.
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6.4.7 Circulação dos Acervos
Em quaisquer dos casos deve ser feita avaliação prévia do estado de conservação do bem, podendo
este necessitar de uma intervenção antes mesmo do deslocamento. Há ainda que se levar em conta
riscos de transporte e condições de segurança e conservação das novas localizações.
O percurso que o objeto vai percorrer deve ser devidamente planejado, devendo estar absolutamente
livre e desimpedido. A nova localização do objeto precisa estar preparada para recebê-lo e, se possível,
apresentar valores ambientais idênticos aos do local anterior.
Deve ser feito um quadro com níveis de permissão de manuseio para cada tipo de objetos,
atendendo aos materiais constituintes, fragilidade, estado de conservação, raridade e valor;
O manuseio é uma atividade de risco para o objeto, e por vezes também para quem o manuseia.
Por esse motivo, não deve ser permitida a realização de qualquer outra ação simultânea a esta;
Devem ser usadas luvas durante o manuseio, protegendo os objetos de substâncias liberadas
pela pele. O tipo de luvas a ser usada varia conforme o tipo de acervo; luvas de algodão não
devem ser utilizadas para manusear objetos pequenos ou escorregadios, assim como devem
ter o tamanho certo para diminuir o risco de queda do objeto;
As luvas devem ser substituídas regularmente, sobretudo quando se manuseia diferentes tipos
de objetos;
Antes do manuseio, o objeto deve ser observado de forma a identificar os seus pontos frágeis:
o objeto não deve ser agarrado por pontas salientes (asas, braços, bordas etc.) ou vulneráveis
(zonas restauradas ou com risco de soltura). Deve-se também ser avaliada a existência de
fraturas ou fissuras, para evitar a fragmentação do objeto ao movimentá-lo;
As partes articuladas ou móveis dos objetos não devem ser manuseadas sem necessidade;
Os componentes menores de objetos compostos, como tampas, devem ser retirados antes do
manuseio;
O manuseio deve ser sempre feito com as duas mãos e objetos pequenos devem ser seguros
com uma mão e protegidos com outra;
Durante o manuseio não é recomendada a presença de utensílios afiados ou com tinta nas
proximidades do bem, assim como o uso de adereços pessoais que possam vir a atrapalhar. É
aconselhável o uso de avental;
É expressamente proibido o uso de fitas adesivas, plasticinas ou quaisquer produtos colantes
em contato direto com os objetos;
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Os objetos nunca devem ser arrastados. Antes de mover objetos pesados ou de grandes
dimensões, deverá ser levada em conta o número de pessoas necessárias para fazê-lo com
segurança e, se disponível e/ou viável, recorrer-se-á ao uso de meios mecânicos, como
carrinhos etc.;
As operações de manuseio devem ser cuidadosas, garantindo plena segurança aos bens e
pessoas envolvidas, assim como devem ser feitos movimentos lentos e sincronizados;
Em caso de queda ou fragmentação de um objeto, todos os pedaços deverão ser recolhidos e
entregues à conservadora do Museu, assim como a ocorrência deverá ser devidamente
documentada e fotografada.
Circulação interna
A circulação de bens culturais dentro do Museu justifica-se nos seguintes casos:
Exposição temporária;
Rotatividade de objetos da exposição de longa duração;
Reorganização da exposição de longa duração ou das reservas;
Intervenções de conservação e restauro;
Obras ou intervenções no espaço onde o objeto se encontra;
Estudo físico do objeto;
Registros fotográficos;
Pesquisa.
Sempre que for realizado um projeto para novas exposições ou para alterar a exposição de longa
duração, o estado de conservação dos objetos deve determinar a forma da exposição. Se o estado de
conservação não o permitir, os objetos não devem ser expostos.
Deve ter-se sempre em conta o tempo de duração da exposição, podendo este ser alterado consoante
o estado de conservação dos objetos.
As condições ambientais e de iluminação nas salas de exposição devem respeitar os níveis de
segurança impostos para todos os objetos simultaneamente.
Circulação externa
Os riscos inerentes à circulação externa devem ser minimizados quanto mais for possível, seguindo
tais procedimentos:
Avaliação prévia do estado de conservação do objeto;
Proteção do objeto com embalagem adequada;
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Acompanhamento de todo processo por técnicos, courier, ou pela conservadora do
Museu;
Escolha de empresa especializada para o transporte e acondicionamento do objeto;
Certificação de que o local de destino apresenta boas condições ambientais e de
segurança mediante solicitação de Facility Report.
Para qualquer objeto que saia do Museu deve-se providenciar um contrato de Seguro
cobrindo todos os riscos da circulação externa.
Qualquer objeto que saia do Museu deve ser documentado por meio de um laudo de
conservação, identificando-o com sua respectiva descrição, data, estado geral de
conservação, fotografia e outros elementos que se entendam necessários. Deve
permanecer no Museu uma cópia deste documento;
As embalagens devem ser concebidas especificamente para cada objeto, adaptando-
se ao seu estado de conservação e fragilidade: o objeto deve ficar o mais protegido
possível de choques físicos, vibrações e súbitas variações termohigrométricas. Devem
ser usados materiais de acondicionamento estáveis, quimicamente inertes e não
abrasivos;
Deve-se procurar fazer embalagens com uma abertura simples, para facilitar a sua
retirada. Nas embalagens deve estar assinalado o local de abertura, fragilidade de seu
conteúdo e sentido de manuseamento;
É fundamental estudar previamente todos os acessos e percursos dos objetos até o
local de destino, tendo em conta o tamanho e peso da embalagem;
Qualquer anomalia identificada nos objetos emprestados deve ser imediatamente
comunicada ao Museu do Café, não sendo permitidos quaisquer tratamentos de
conservação e restauro sem autorização da conservadora do Museu supracitado;
Todas as medidas expressas devem ser igualmente aplicadas no processo de retorno
da peça ao local de origem.
6.4.8 Restauro
A equipe do Núcleo de Preservação não realiza procedimentos de restauro. Essa tarefa é realizada
apenas por profissionais qualificados e especializados mediante contrato de prestação de serviço
seguindo os procedimentos previstos no Manual de Compras do INCI.
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Para o acompanhamento e documentação dos processos de restauro dos itens do acervo do Museu
do Café estabelecemos como referência algumas orientações baseadas na norma SPECTRUM:
Informe:
O Núcleo de Preservação deve informar à Coordenação e Diretoria Técnica sobre a
necessidade do restauro;
A Diretoria Técnica deve encaminhar a solicitação a Diretoria Executiva;
A Diretoria Executiva deve informar a Coordenação da UPPM;
A Diretoria Executiva deve informar ao IPHAN em caso de obra tombada;
Solicite ao restaurador:
• Laudo de conservação do item
Planejamento e proposta de intervenção
• Cronograma de trabalho
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Aprove:
O projeto de intervenção junto ao IPHAN, quando necessário, e à UPPM.
Ao constatar que um objeto museológico, obra de arte, livro ou documento foi abandonado ou perdido
nas dependências do Museu do Café o funcionário que o encontrou deverá entrar em contato com a
Coordenação Técnica e/ou Diretoria Técnica do Museu do Café para que sejam tomadas as
providências cabíveis.
Essa orientação não se aplica a objetos de uso comum dos visitantes como guarda-chuva, casaco,
chapéu, celular, bolsa, etc. Nesse caso o funcionário deve comunicar a segurança do Museu para que
sejam tomadas as providências cabíveis.
Caso o item abandonado nas dependências do museu não possua qualquer informação a respeito de
sua propriedade a Comissão Técnica deverá realizar uma consulta a assessoria jurídica do Museu e
com a UPPM para deliberar a respeito da possível atuação
Até o momento da deliberação o Núcleo de Preservação deverá acondicionar o item em local seguro
e separado da área de guarda de objetos pertencentes ao acervo do Museu;
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Caso existam informações sobre o proprietário, como, por exemplo, antes de ir embora o proprietário
informou seu nome e telefone na recepção, ou deixou um bilhete com seus dados junto ao item, o
documentalista deverá anotar essas informações e a descrição sumária do item abandonado no
Formulário de Entrada de Objeto (anexo 07);
Neste caso o documentalista deverá entrar em contato com o mesmo informando sobre a
impossibilidade de manter o item no Museu sem a devida formalização, informando inclusive sobre
possibilidade de desvinculação/descarte do item;
Empréstimos expirados
Um empréstimo não deve ser "permanente", embora possa existir a opção de renovação. Se existirem
empréstimos expirados no museu, devem ser feitos todos os esforços para localizar os seus
proprietários e converter o acordo num empréstimo com período definido ou numa doação.
Caso o prazo formal de empréstimo já tenha expirado há mais de 5 anos, sem que o comodante tenha
entrado em contato para renovar o acordo durante esse período, apesar dos esforços por parte da
equipe do Museu do Café, ou em caso do proprietário não for encontrado mesmo com uso de diversos
recursos, o item deverá ser considerado como propriedade abandonada, sendo administrado a partir
daí seu processo de incorporação ou desincorporação. Todo esse processo deverá ser acompanhado
da assessoria jurídica do INCI e da UPPM.
6.6. DOCUMENTAÇÃO
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6.6.1. Acervo Museológico
Catalogação
A partir da atualização do inventário do acervo do Museu do Café realizada no ano de 2013, a equipe
de documentação iniciou um trabalho de registro quantitativo do acervo museológico por meio de
gráficos. A equipe utilizou como referência o “Relatório sobre atualização de inventário” da SEC-SP, o
Inventário do Acervo Museológico do Museu do Café (Planilha Excel) e o Banco de Dados do Acervo
(BDA-SEC).
A Catalogação é o processo de registro das informações relacionadas aos objetos da coleção. Estes
registros estão disponíveis na base de dados (BDA-SEC) e nas fichas catalográficas de controle
interno do Museu do Café. Tais registros devem ser atualizados periodicamente27 sempre que uma
nova informação é encontrada. O preenchimento é realizado através dos campos ou unidades de
informação. Cada elemento descritivo de informação, como são os casos da data de produção de um
objeto ou ainda do seu proprietário, são apresentadas em campos separados.
Nesse processo identificamos inconsistências na listagem inicial com relação às formas de entrada
que demandaram a atualização do Inventário e do BDA. Outra atividade importante foi o trabalho mais
profundo de descrição dos objetos, por meio do contato visual, seguido de análise descritiva e registro
fotográfico das particularidades dos objetos. Realizamos o levantamento dos objetos duplicados no
BDA, assim como os objetos inexistentes, para eliminação das fichas.
Porque fazemos?
• Proporciona um nível de descrição suficiente para permitir a identificação de um objeto ou um grupo
de objetos e diferenciá-los de outros objetos similares;
• Proporciona a organização de um banco de referências documentais ou bibliográficas relacionadas
a um determinado objeto ou um conjunto de referências cruzadas para as fontes onde a informação
sobre esse objeto foi retirada e possa ser encontrada;
• Possibilita a elaboração de um sistema de controle de vocabulário, cujas funcionalidades de
recuperação da informação permitam o acesso utilizando índices, pesquisa por palavra solta, etc.
27
Semestralmente a equipe de documentação envia para a UPPM/SEC um relatório de atualização do BDA-SEC
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Controle de inventário
O inventário do acervo museológico é o meio de controle e gerenciamento básico do acervo do Museu
do Café. Nele estão contidas as principais informações dos acervos em uma listagem organizada em
uma planilha Excel. Os campos disponíveis para preenchimento são:
Nº de Patrimônio, Forma de entrada, Denominação do objeto, Nome do doador, Descrição sumária,
Tipologia, N° Ficha BDA-SEC, Data de entrada, Título, Dimensões, Fabricante/Autor, Estado de
Conservação, Localização, Outros N°s.
Assim que novos objetos entram na instituição, criam-se novas linhas na planilha para que as
informações referentes aos objetos sejam inseridas nos campos do inventário.
Controle de Vocabulário
Em 2017 a equipe de documentação museológica desenvolveu um Projeto Preliminar de Vocabulário
Controlado do Acervo Museológico (anexo 21). O projeto encontra-se em desenvolvimento.
Os fundos e coleções que compõem o Acervo Arquivístico foram organizados de acordo com os
conceitos e procedimentos da Arquivologia Contemporânea. Os conjuntos recebem tratamento de
conservação preventiva e acondicionamento. Estão referenciados através dos seguintes instrumentos
de pesquisa:
Guia do Acervo;
Inventários de Fundos ou Coleções;
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Índices para o Acervo Iconográfico.
Guia do Acervo 28
O Guia do Acervo foi elaborado obedecendo às regras estabelecidas pela Norma Brasileira de
Descrição Arquivística NOBRADE.
A seguir apresentamos as características de documentação (tipos de campos e descrições) tomando
como exemplo o verbete do Fundo Bolsa Oficial de Café.
Os Inventários apresentam uma descrição pormenorizada de cada fundo ou coleção. Cada conjunto
organizado conta com a descrição das séries documentais.
Acervo Iconográfico28
Composto basicamente por coleções optou-se pela elaboração de índices temáticos
Documentos Digitais
Esse tema necessita de aprofundamento nos processos e protocolos, mas de forma a parametrizar
ações fazemos uma breve orientação para atuação.
Orientações para a documentação:
1. Processamento das imagens: seleção do material digitalizado; nomeação; inserção de metadados
nos arquivos; cópia em baixa resolução.
28
Referência Legislativa
Lei 8.159, de 08 de Janeiro de 1991. Dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá outras providências.
Decreto Estadual 48.898, de 27 de Agosto de 2004. Aprova o Plano de Classificação e a Tabela de Temporalidade de documentos
da Administração Pública do Estado de São Paulo: Atividades Meio e dá providências correlatas.
Resolução SC-2, de 07 de Janeiro de 2010. Aprova o Plano de Classificação e a Tabela de Temporalidade de Documentos da
Secretaria de Estado da Cultura Atividades Fim e dá outras providência.
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2. Inventário e catalogação: informações básicas de cada item da coleção digitalizada são inseridas
em um Inventário.
No inventário, são arroladas informações principais tais como: data e local de produção, legenda,
formato, pessoas/locais/instituições/eventos retratados.
3. Guarda: após catalogado, cada item (ou conjunto de itens) recebe um número de identificação e é
migrado das pastas de trabalho para um ambiente seguro dentro da rede interna (servidor interno) ou
HD externo específico. A partir de então, esses arquivos entram em uma rotina de backups e são
acessados apenas pelos responsáveis da equipe técnica.
No final de cada ano, as equipes deverão se organizar para entregar os registros documentais para
serem incorporados ao Acervo Institucional. Essa entrega se dá por meio de dossiês (exposições,
projetos, inventários, etc.) impressos ou arquivados em mídia DVD.
Para a classificação do autor, adotamos a Tabela Cutter, que é uma tabela de códigos que indicam a
autoria de uma obra literária. Essas identificações estão sinalizadas nas etiquetas dos livros.
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Registro da base de dados
O acervo bibliográfico encontra-se na base de dados do BNWEB, onde é feito todo o processamento
técnico e o registro. É um sistema de automação, para o gerenciamento de informações, com o objetivo
de efetuar rotinas como controlar, tratar, disseminar e circular as informações cadastradas no sistema,
como: aquisição, processamento técnico, empréstimo, controle de periódicos, vocabulário controlado,
relatórios e estatísticas para um controle do acervo e utilização.
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6.6.4. Gestão de direitos
A gestão de direitos (imagem, voz, autoria, etc.) é um assunto recorrente no Museu já que a equipe de
documentação precisa tratar, no dia-a-dia, de solicitações de reprodução de imagens referentes a
obras protegidas por direitos (acervo iconográfico e obras de arte em geral).
Cessão de direitos de entrevista: Nos Projetos de História Oral, os depoentes (entrevistados) assinam
um termo onde cedem ao Museu seus direitos de imagem e voz. Isso implica que o Museu passa a
deter os direitos para reproduzir livremente tais entrevistas ou editá-las da forma que a instituição bem
entender.
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Termo de cessão de direitos de uso de imagem: Utilizado para formalizar a autorização do uso de
acervos do museu por outras pessoas, físicas ou jurídicas, em projetos como publicações impressas
e digitais, documentários e outros audiovisuais, exposições e mostras. Também é utilizado no caso de
uso de imagem de outras pessoas para o museu.
A equipe do museu também vem acompanhando as discussões sobre a lei de direitos autorais para
desenvolvimento de procedimentos futuros.
Respeitar a legislação vigente no que se refere ao acesso à informação contida nos e/ou produzida
a partir dos acervos, de acordo com sua natureza;
Fomentar a produção de conhecimento com a equipe interna da instituição ou com instituições de
pesquisa e ensino que possuem linhas de trabalho convergentes com a temática da instituição;
Dar pleno acesso às suas coleções e às informações relevantes existentes a seu respeito,
guardadas todas as restrições decorrentes da confidencialidade ou segurança necessárias. Tais
restrições devem ser levantadas e disponibilizadas claramente aos interessados em ter acesso às
coleções.
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arquitetura, artes plásticas, geografia, agronomia, gastronomia) que desenvolvem pesquisas em suas
referidas áreas.
Formas de Acesso
Audios Guias:
Os áudios guias das obras de Benedicto Calixto e do Salão do Pregão estão disponíveis para o público
com deficiência visual.
QRCodes:
A exposição virtual “Conhecendo o Acervo” foi inaugurada em dezembro com o objetivo de oferecer
informações adicionais sobre os objetos da exposição de média duração, como usos, histórico e
procedência, reforçando seu protagonismo. Além de disponível no site, a exposição está acessível ao
visitante por meio de “QR Codes” localizados próximos aos objetos. As equipes de pesquisa e
museologia elaboraram o conteúdo para a exposição. Objetos em geral são expostos dentro de um
contexto e nem sempre é possível abrir aos visitantes questões inerentes à sua origem, usos, etc., ou
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até mesmo a inexistência de alguma informação sobre determinado acervo. Esse trabalho quase que
permanente da Equipe de Preservação Museológica acaba, por vezes, encerrado em fichas que
compõe a documentação do acervo. A ideia, portanto, foi eleger o maior número de objetos em
exposição e formatar suas informações e disponibilizá-los para o público visitante por meio de QR
Codes – códigos que são lidos por meio de aplicativo do celular e direcionam a uma página da internet
– ao lado das peças. Para viabilizar a ideia a Equipe de Comunicação Museológica e de Comunicação
Institucional foram integradas ao processo, uma vez que existiria impacto na expografia física e
identidade visual do Museu como um todo. Depois de algumas tentativas de suportes e tamanhos do
QR Code, buscando o menor possível que não impactasse a leitura dos objetos expostos, mas o
suficiente para que pudesse dar leitura pelo aplicativo de celular. Ao final, os objetos do módulo 1
(Planta à Xícara) contam com suportes de acrílico e os do módulo 3 (Praça de Santos) ficaram com o
código nas próprias placas de legenda. Por fim, foi adicionada uma aba na área da Exposição de Média
Duração do site do Museu do Café para que pessoas possam acessar as informações depois ou
mesmo antes de suas visitas.
Condições de acesso
O solicitante também deverá providenciar um ofício da instituição que representa solicitando o acesso
ao acervo museológico do Museu do Café e informando os dados a seguir:
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Solicitante – nome, detalhes de contato, nome da instituição que representa
Data que o solicitante deseja realizar a pesquisa/visita técnica
Detalhes acerca do projeto/pesquisa desenvolvida
Quais objetos ou tipologias de objetos que deseja pesquisar?
O projeto/pesquisa possui fins comerciais?
O projeto/pesquisa possui fins acadêmicos?
Deseja reproduzir imagens dos objetos em seu trabalho/publicação?
Declaração de que o pesquisador se compromete a enviar uma cópia do trabalho ou
publicação para o Museu do Café após sua conclusão.
Firmada a data da visita e recebido o ofício, o setor de Acervo Museológico – deverá acompanhar o
pesquisador/grupo durante a visita ao Museu. O Núcleo de Preservação e Pesquisa se reserva ao
direito de impedir o acesso a informações tidas como sigilosas ou de segurança; Caso a pesquisa
implique em uso de imagens para fins acadêmicos ou comerciais, o solicitante deverá preencher um
Termo de Cessão de Uso de Imagem (anexo – 25)
Condições de acesso
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Rua XV de Novembro, nº 95 - Santos | SP - CEP 11010-151 - Tel.: (13) 3213-1750 Fax: (13) 3219-5585
www.museudocafe.org.br
Para cada solicitação de acesso o documentalista do acervo arquivístico deverá criar um registro com
as informações a seguir:
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6.7.5. Acervo Bibliográfico
O acervo bibliográfico está disponível para consulta no espaço físico do CPPR (Centro de Preservação,
Pesquisa e Referência) localizado no Museu do Café. A consulta pode ser feita presencialmente de
terça a sábado das 9h às 18h ou mediante agendamento prévio por telefone e /ou e-mail.
Condições de acesso
Para cada solicitação de acesso a bibliotecária deverá criar um registro com as informações a seguir:
Após esse registro, a equipe do Núcleo de Preservação – Acervo Bibliográfico – deverá acompanhar
o pesquisador/grupo durante a visita ao Museu.
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Os itens do acervo bibliográfico não circulam fora do espaço do CPPR, exceto para funcionários do
Museu do Café. Empréstimos entre instituições museológicas ou bibliotecas públicas/particulares
ocorrerão apenas mediante autorização, por escrito, da Diretoria do Museu do Café.
Todos os casos de empréstimo (para funcionários do Museu) são registrados na plataforma BNWEB.
6.8. SEGURANÇA
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Prevenção e combate ao incêndio
O Museu do Café possui possui AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) regularizado, está
equipado com de Sistema de Segurança, Prevenção e Combate a Incêndio .
Os equipamentos existentes no Museu são:
● Sistema de hidrantes
Referências
Bellotto, Heloisa Liberalli. Arquivos Permanentes: tratamento documental. Rio de Janeiro. 4ª Edição.
FGV Editora, 2006.
Dicionário de Terminologia Arquivística. São Paulo: AAB-SP, Secretaria de Estado da Cultura, 1996.
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Guias técnicos de implementação Spectrum PT. Associação portuguesa de Bibliotecários,
Arquivistas e Documentalistas; Museu da Ciência da Universidade de Coimbra; Grupo de Trabalho de
Sistemas de Informação em Museus (GT-SIM).
Disponível em: http://spectrum-pt.org/2017/04/guias-tecnicos/
MATOS, Alexandre Manuel Ribeiro. SPECTRUM: uma norma de gestão de coleções para os
museus portugueses. Porto: Universidade do Porto, Faculdade de Letras, Departamento de Ciências
e Técnicas do Patrimônio, 2012.
Política de Acervo do Museu do Futebol, Versão para discussão. São Paulo, novembro de 2017.
Política de Gestão de Acervo do Museu da Casa Brasileira. São Paulo, setembro de 2017.
SPECTRUM 4.0 : o padrão para gestão de coleções de museus do Reino Unido / Collections
Trust. São Paulo: Secretaria de Estado de Cultura; Associação de Amigos do Museu d Café;
Pinacoteca do Estado de São Paulo, 2014.
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