Trabalho A 2

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INSTITUTO SUPERIOR DOM BOSCO

Curso de Cerificado B

Título do Módulo: Realizar actividades de pesquisa educativa e de extensão a favor da


comunidade

Actividade 2 e 3: Desenhar a primeira e a terceira etapas de um projecto de pesquisa direcionada ao


campo educativo

Tema:

O contributo da supervisão pedagógica para a melhoria da qualidade do Processo


de Ensino – Aprendizagem. “Caso Instituto Politécnico Mártir Cirpiano de
Nacuxa”-ano 2021

e-Formandos: Alfiado Simião Mucavel e-Tutores: Miguel Rafael e Breka Uetimane

Marcolino Bernardo

Maputo, Março de 2023


2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Conceito de supervisão pedagógica

A supervisão pedagógica, enquanto actividade inserta no processo de ensino-aprendizagem, pode


ser definida de várias formas, mas sem com isso alterar o seu sentido material (Libâneo 2002).

Para Andrade (1976, p.10), define supervisão pedagógica como sendo o processo pelo qual se
orienta a escola como um todo, para a consecução de suas finalidades. Podendo ainda ser
definida como fonte de recursos e um serviço de liderança e consulta, que ajuda a escola a fazer
melhor o seu trabalho.

Para este autor a supervisão é um processo contínuo que considera todos os interessados e
envolvidos no processo de aprendizagem. A supervisão é o farol que orienta a caminhada da
escola rumo a uma aprendizagem eficiente e consequente. E esta não é só actividade da escola.
Escola entendida como o professor, o aluno e direcção, mas escola como uma comunidade
interna e externa, ou seja, uma comunidade que envolve os que se encontram no meio escolar,
assim como a comunidade no geral (Andrade 1976).

Podemos ainda definir a supervisão pedagógica de acordo com Silva (1990), como uma
actividade de verificação superior das actividades pedagógicas dos escalões inferiores com o
objectivo de verificar, acompanhar, avaliar e apoiar a implementação do processo educativo,
inteirando-se dos avanços, problemas ou irregularidades que, durante o período lectivo, possam
estar a ocorrer numa instituição ligada ao ensino.

2.2. Tipos de Supervisão pedagógica

2.2.1. Supervisão pedagógica clássica

A supervisão escolar clássica, no entender de Pillet (2004, p.140), “é uma actividade que se
baseia na inspeção pura, e na fiscalização, para ver o que está sendo feito na escola. É uma
actividade casual, repentina, imposta e autoritária, a função principal é fiscalização e avaliação”.
Nesse sentido, pode-se entender que os cursos e ou seminários de atualização para professores
têm caráter obrigatório e não atende às diferenças individuais dos professores, tornando-se deste
modo a supervisão como uma imposição. “É uma supervisão mais autocrática, superficial, quase
que tratando apenas dos sintomas, sem averiguações mais profundas das causas determinantes”
(Andrade, 2005, p.12).

2.2.2. A supervisão comportamental ou Behaviorista

De acordo com Alarcão e Tavares (2003) este modelo de supervisão escolar o supervisor toma
em consideração as micro - situações que caracterizam o PEA, como por exemplo a observação
dos professores quando em trabalho com pequenos grupos de alunos. Dá-se maior ênfase ao
comportamento do professor quando em leccionação, sem no entanto valorizar o contexto em
que este PEA é desenvolvido. alertam-nos ainda para o fato de, com este cenário, se atribuir
maior importância à forma como se ensina e não ao conteúdo a ensinar. Portanto, o micro-ensino
tal como originariamente fora concebido facultaria a simplificação do acto de ensino, incidindo
numa só competência, perpetuando a imitação de um modelo, desrespeitando o enquadramento
teórico e podendo até conduzir à descontextualização de competências que estão em inter-
relação.

2.2.3. Modelo Humanista Clínico

Com este modelo coloca-se o professor como a figura central da sua própria aprendizagem,
conduzindo assim o supervisor a um papel de acompanhamento, ajuda e análise conjunta. Esta
forma de fazer supervisão foi proposta por investigadores como Alarcão e Tavares (2003). Tendo
em conta os limites dos modelos apresentados anteriormente este processo implicava um espírito
de colaboração entre o supervisor e o professor e entre estes e os seus colegas; mas implicava
também uma actividade continuada que englobasse a planificação e a avaliação conjuntas para
além da observação e da análise (Alarcão & Tavares, 2003, p.24).

Para Simbine (2014) existem dois tipos de supervisão pedagógica: Supervisão interna, quando
acontece dentro da instituição entre director para com os seus professores ou o pedagógico com
formadores ou mesmo entre professores, e supervisão externa, quando acontece com uma equipa
externa proveniente de fora, do distrito, provìncia ou da nação.

2.3. A Importância da Supervisão escolar


A supervisão escolar, como actividade desenvolvida no âmbito educacional, a sua importância
reside no facto de ser uma actividade que se realiza com o fito de identificar as possíveis falhas
na aprendizagem. Para daí apontar caminhos para a sua melhoria (Pillet, 2004).

A supervisão, como nos ensina Andrade (1976), desempenha um papel muito importante na
integração da escola com a comunidade. Para ele, a ideia da integração da escola na comunidade
através de uma supervisão escolar responsável, permite que haja uma confluência de pontos de
vista e de conclusões das ideias mais actuais sobre educação.

Como nos ensina Libâneo (2002), quanto a importância da supervisão escolar:

A coordenação pedagógica deve ser lembrada como um produto genuíno da pedagogia


nova, por onde se formalizou sua conotação de mentora na escola, do enfoque
psicológico estrito da educação. Não é preciso muito esforço para chegar a uma
definição-padrão de suas atribuições; um serviço que ocupa da coordenação pedagógica
escolar voltada a orientação dos professores e alunos, visando ao desenvolvimento de
suas potencialidades.

2.4. Supervisão escolar em Moçambique

De acordo com a tese de Doutoramento de Greia ( 2013), na Escola Secundária de Nampula a


supervisão em Moçambique é feita por pessoas indicadas ou especializadas para o efeito. Para
além dos técnicos especializados, também a supervisão escolar é feita pelos membros da
direcção da escola assim como pelos delegados de disciplinas da escola e de vez em quando pela
direcção provincial da educação e a direcção nacional do ensino secundário geral.

A finalidade da supervisão instituída na escola e no sistema educativo é essencialmente para


fiscalizar o cumprimento dos programas de ensino predefinidos pelo sistema educativo. Para o
efeito, os delegados elaboram plano interno para poderem melhor, verificarem e controlarem o
cumprimento dessas actividades (Greia, 2013).
3. METODOLOGIA DE TRABALHO

3.1. Descrição do local de investigação

Segundo o Artigo 1 do Estatuto Orgânico, o Instituto Politécnico Mártir Cipriano de Nacuxa,


abreviamente designado por IPMC, é uma pessoa colectiva de direito público dotada de
autonomia administrativa cultural, financeira e de gestão, com personalidade jurídica própria,
bem como de autonomia pedagógica e científica, mas tutela pela diocese de Nacala.

O Instituto Politécnico “Mártir Cipriano” é uma “Escola Comunitária” vinculada a Diocese


Católica de Nacala, com carácter não lucrativo, que está localizada no distrito de Mossuril, Posto
Administrativo de Matibane na localidade de Nacuxa, a 190 km da capital provincial (Nampula)
e a 28 km de Nacala-Porto.

O Instituto Politécnico “Mártir Cipriano” teve seu Alvará de reconhecimento como


estabelecimento de ensino particular, de índole comunitário, para lecionar o nível básico e médio
do ensino técnico profissional no ramo agropecuário na data de 16-11-2006 assinado pelo
Ministro de Educação. Assim a escola iniciou as suas actividades em Janeiro de 2007.

3.2. Tipo de pesquisa

a) Quanto a forma de abordagem do problema

Para Gerhardt e Silveira (2009), a pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade
numérica, mas sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma
organização, etc. Neste trabalho foram utilizados métodos qualitativos para captar melhor os
motivos, as causas que levam a evasão.

b) Quanto aos objectivos


Segundo Triviños citado por Gerhardt e Silveira (2009), a pesquisa descritiva exige do
investigador uma série de informações sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de estudo pretende
descrever os factos e fenómenos de determinada realidade. Sendo assim, a investigação será feita
de forma detalhada e especificamente direcionada para analisar sobre a evasão escolar no
Instituto Politécnico de Nacuxa.

c) Quanto aos procedimentos.

A pesquisa será um estudo de caso, porque trata-se do estudo de certo caso singular visando
descoberta de fenómenos em determinado contexto. Nesta perspectiva, o nosso caso concreto é a
evasão escolar no Instituto Politécncio Mártir Cipriano de nacuxa.

Lüdke e André (1999) o estudo de caso enfatiza a interpretação de fenómeno específico e busca
retratar a realidade de maneira complexa e profunda. E ainda os autores afirmam que por ser
singular, único, o estudo de caso permite ao estudioso pesquisar tema já estudado ou em estudo
por outro pesquisador. Ora, se é um caso particular, carregará sempre aspectos peculiares que o
diferenciará de outros, permitindo concepções diferenciadas do objeto estudado.

3.3. Delimitação da população e amostra

Através do método probabilístico por conveniência, a população será constituída por setenta (70)
professores, quatro (4) membros da Direcção da Escola e oito (8) estudantes formando um
universo de oitenta e dois (82) indivíduos.

Para se garantir a representatividade da amostra, foi efectuada uma amostragem probabilística


aleatória simples com margem de erro de 10% tolerável segundo a formula Serrafim (1994), foi
usada para o cálculo da amostra por esta ser simples como se pode ver‫׃‬

N
n=1+
1+ N ( e)2

N=86:1+86(0,01)2

n=86:1+86(0,0001)

n=86:1+0,0086
n= 86:1,0082

n=85,2 ≈ 85

3.4. Técnicas e instrumentos de colecta de dados

3.4.1. Observação

É uma técnica de colheita de dados e utiliza os órgãos de sentido na obtenção de determinados


aspectos da realidade, não consiste apenas em ouvir e ver, mas também em examinar factos ou
fenómenos que se desejam estudar (Marconi & Lakatos, 2003).

É com esta técnica que irá se observar a realidade do que acontece com o ensino. Fizer – se-à um
trabalho de campo , do qual irão ser assistidas algumas aulas para analisar as condições do
ensino aprendizagem, a relação entre o professor e o aluno, o grau de assimilação da matéria e a
participação dos alunos nas aulas.

3.4.2. Entrevista

É uma técnica de recolha de dados que envolve perguntas aos respondentes, quer
individualmente, quer em grupo, em que às respostas efectuadas podem ser registadas por escrito
ou gravadas durante a entrevista. De acordo com Marconi e Lakatos (2003), a entrevista consiste
no desenvolvimento de precisão, focalização, viabilidade de certos actos social a conservação.
Serão entrevistados os professores, técnicos pedagógicos e a direcção de escola sobre o estágio
da evolução da supervisão escolar e a sua contribuição no P.E.A. O uso de entrevistas permite
identificar as diferentes maneiras de perceber e descrever os fenómenos. Portanto a entrevista é
uma técnica dinâmica e flexível, útil para apreensão de uma realidade tanto para tratar de
questões relacionadas ao íntimo do entrevistado, como para descrição de processos complexos
nos quais está ou esteve envolvido.

3.4.3 Questionário
Visa ao levantamento de dados através de uma série organizada de perguntas escritas, cujas
resposta serão fornecidas pelo pesquisado sem o contacto directo com o pesquisador (Gil, 2004).
É um instrumento de investigação que visa recolher informações baseando-se, geralmente, na
inquisição de um grupo representativo da população em estudo. Para tal, coloca-se uma série de
questões que abrangem um tema de interesse para os investigadores, não havendo interacção
directa entre estes e os inquiridos.

Cronograma das actividades

Meses
Actividades
Abril Maio Junho Julho Abril Maio
1. Escolha do tema
2. Recolha do material de pesquisa
3. Primeiro contacto com o Supervisor
3. Partida para o local de pesquisa
5.Colecta dos resultados
6. Análise dos resultados e interpretação dos resultados
7. Segundo contacto com o Supervisor
8. Início da redacção da monografia
9. Terceiro contacto com o Supervisor
10. Revisão geral da monografia
11. Entrega da monografia
Referências bibliográficas

Alarcão, I. (2004). Do olhar supervisivo ao olhar sobre supervisão. In: Supervisão pedagógica:
princípios e práticas. 4. ed. Campinas, Brasil: Edições Ática.

Andrade, N.V. (2005). Supervisão em educação. Rio de Janeiro, Brasil: LTC/MEC.

Gerhardt, T. E & Silveira, D. (2009). Planejamento e gestão para o desenvolvimento rural. Porto
Alegre, Brasil: Editora da UFRGS.

Greia, J. (2003). Supervisão pedagógica no contexto do desenvolvimento profissional docente e


melhoria das aprendizagens-Caso Escola Secundária de Nampula. Tese de doutoramento.
Faculdade de Educação e Comunicação da Universidade Católica de Moçambique. Nampula,
Moçambique.

Gil, A. C. (2004). Elaboração de casos para ensino de administração. Revista contemporânea de


economia e gestão. Vol.2. Nº2.

Libâneo, J. C. (2002). Didáctica. São Paulo, Brasil: Cortez.

Marconi, M. & Lakatos, E. (2003). Fundamentos da metodologia científica (5ª ed.). São Paulo,
Brasil: Atlas.

Pilett, C. (2004). Didáctica Geral (23ª Edição). São Paulo, Brasil: Editora Àtica.

Silva, M. (1990). O papel do Supervisor no contexto actual educação e companhia. Disponível


em: http://mariajprn.blogspot.com.br/2011/07/o-papel-do-supervisor-no-contexto-atual.html.
Acesso em: 03/2023.

Simbine, A. (2014). Análise dos factores que influenciam a qualidade de ensino – aprendizagem
no ensino básico na 5ª classe das escolas completas Benfica Nova e Khongolote no município da
Matola. Dissertação de mestrado. Faculdade da Educação da Universidade Eduardo Mondlane.
Maputo, Moçambique.

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