A Cartomante HQ (Pedro Henrique)

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Escola educacional João Batista botelho

Trabalho de Lingua Portuguesa

Trabalho de Lingua Portuguesa


orientado pela professora Maria Kabeia

Aluno: Pedro Henrique Santos Leite

Vicentnopolis-SP

Maio 2024
A Cartomante
Livro por
Machado de
Assis

onde acontece:

Rio de Janeiro, no
ano de 1869

Protagonistas :
Rita e Camilo

personagens
principais:

Rita, Camilo, Vilela e a Cartomante


Biografia do Autor

Pedro Henrique Santos Leite


é um estudante do ensino
médio de 15 anos de idade
nascido em 21 de julho de
2008. Autor da história em
quadrinhos adaptada do
conto original “A
Cartomante” escrito por
Machado de Assis.
A
Cartomante
Hamlet observa a Horácio que há mais cousas no
céu e na terra do que
sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação
que dava a bela Rita ao
moço Camilo, numa sexta-feira de novembro de
1869, quando este ria
dela, por ter ido na véspera consultar uma
cartomante; a diferença é que
o fazia por outras palavras.

Ria, r
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ra
Apenas começou a botar as cartas, disse-
me: "A senhora gosta de uma pessoa..."
Confessei que sim, e então ela continuou a
botar as cartas, combinou-as,
a e no fim
declarou-me que eu tinha medo de que
você me esquecesse, mas que não era
verdade...
Errou!

Não diga isso, Camilo. Se você


soubesse como eu tenho
andado, por sua causa. Você
sabe; já lhe disse. Não ria de
mim, não ria...
Camilo pegou-lhe nas mãos, e olhou
para ela sério e fixo. Jurou que lhe
queria muito, que os seus sustos
pareciam de criança; em todo o caso,
quando tivesse algum receio, a melhor
cartomante era ele mesmo. Depois,
repreendeu-a; disse-lhe que era
imprudente andar por essas casas.
Vilela podia sabê-lo, e depois...
Qual saber!
tive muita
cautela, ao
entrar na
casa.

Onde é a Aqui perto, na Rua


da Guarda Velha.
casa?
Separaram-se contentes, ele ainda
mais que ela. Rita estava certa de
ser amada; Camilo, não só o
estava, mas via-a estremecer e
arriscar-se por ele, correr às
cartomantes, e, por mais que a
repreendesse, não podia deixar de
sentir-se 2.
Vilela, Camilo e Rita, três nomes, uma
aventura e nenhuma explicação das origens.
Vamos a ela. Os dois primeiros eram amigos
de infância. Vilela seguiu a carreira de
magistrado. Camilo entrou no funcionalismo,
contra a vontade do pai, que queria vê-lo
médico; mas o pai morreu, e Camilo preferiu
não ser nada, até que a mãe lhe arranjou um
emprego público.
No princípio de 1869, voltou Vilela da
província, onde casara com uma
dama formosa e tonta; abandonou a
magistratura e veio abrir banca de
advogado. Camilo arranjou-lhe casa
para os lados de Botafogo, e foi a
bordo recebê-lo.
— É o senhor? exclamou Rita,
estendendo-lhe a mão. Não
imagina como meu marido é
seu amigo, falava sempre do
senhor.
Depois, Camilo confessou
de si para si que a mulher
do Vilela não desmentia as
cartas do marido.
Realmente, era graciosa e
viva nos gestos, olhos
cálidos, boca fina e
interrogativa. Era um
pouco mais velha que
ambos: contava trinta
anos, Vilela vinte e nove e
Camilo vinte e seis.
Entretanto, o porte grave
de Vilela fazia-o parecer
mais velho que a mulher,
enquanto Camilo era um
ingênuo na vida moral e
prática.
Uniram-se os três. Convivência trouxe
intimidade. Pouco depois morreu a
mãe de Camilo, e nesse desastre, que o
foi, os dois mostraram-se grandes
amigos dele. Vilela cuidou do enterro,
dos sufrágios e do inventário; Rita
tratou especialmente do coração, e
ninguém o faria melhor.
Camilo quis
sinceramente fugir, mas
já não pôde. Rita, como
uma serpente, foi-se
acercando dele,
envolveu-o todo, fez-lhe
estalar os ossos num
espasmo, e pingou-lhe o
veneno na boca. Ele
ficou atordoado e
subjugado. Vexame,
sustos, remorsos,
desejos, tudo sentiu de
mistura, mas a batalha
foi curta e a vitória
delirante.
Um dia, porém, recebeu Camilo uma
carta anônima, que lhe chamava imoral
e pérfido, e dizia que a aventura era
sabida de todos. Camilo teve medo, e,
para desviar as suspeitas, começou a
rarear as visitas à casa de Vilela. Este
notou-lhe as ausências. Camilo
respondeu que o motivo era uma
paixão frívola de rapaz.
Foi por esse tempo que Rita,
desconfiada e medrosa,
correu à cartomante para
consultá-la sobre a
verdadeira causa do
procedimento de Camilo.
Vimos que a cartomante
restituiu-lhe a confiança, e
que o rapaz repreendeu-a
por ter feito o que fez.
Correram ainda algumas
semanas. Camilo recebeu
mais duas ou três cartas
anônimas, tão apaixonadas,
que não podiam ser
advertência da virtude, mas
despeito de algum
pretendente; tal foi a
opinião de Rita, que, por
outras palavras mal
compostas,
opinião dela é que Camilo
devia tornar à casa deles,
tatear o marido, e pode ser
até que lhe ouvisse a
confidência de algum
negócio particular. Camilo
divergia; aparecer depois de
tantos meses era confirmar
a suspeita ou denúncia. Mais
valia acautelarem-se,
sacrificando-se por algumas
semanas. Combinaram os
meios de se
corresponderem , em caso
de necessidade, e
separaram-se com lágrimas.
No dia seguinte, estando
na repartição, recebeu
Camilo este bilhete de
Vilela:

Vem já, já, à nossa casa,


preciso falar-te sem demora.
Camilo saiu logo; na
rua, advertiu que
teria sido mais
natural chamá-lo ao
escritório; por que
em casa? Tudo
indicava matéria
especial, e a letra,
fosse realidade ou
ilusão, afigurou-se-
lhe trêmula. Ele
combinou todas
essas cousas com a
notícia da véspera.
Camilo ia andando inquieto e
nervoso. Não relia o bilhete,
mas as palavras estavam
decoradas, diante dos olhos,
fixas, ou então, — o que era
ainda pior, —

Vem já, já, à nossa casa,


preciso falar-te sem demora.
Deu por si na calçada, ao pé
da porta: disse ao cocheiro
que esperasse, e rápido
enfiou pelo corredor, e subiu
a escada. A luz era pouca, os
degraus comidos dos pés, o
corrimão pegajoso; mas ele
não, viu nem sentiu nada.
Trepou e bateu.

Não aparecendo ninguém,


teve idéia de descer; mas
era tarde, a curiosidade
fustigava-lhe o sangue, as
fontes latejavam-lhe; ele
tornou a bater uma, duas,
três pancadas. Veio uma
mulher; era a cartomante.
— Vejo bem que o senhor
gosta muito dela... E faz
bem; ela gosta muito do
senhor. Vá, vá, tranqüilo.
Olhe a escada, é escura;
ponha o chapéu...
Daí a pouco chegou
à casa de Vilela.
Apeou-se,
empurrou a porta
de ferro do jardim e
entrou. A casa
estava silenciosa.
Subiu os seis
degraus de pedra, e
mal teve tempo de
bater, a porta
abriu-se, e
apareceu-lhe Vilela.
— Desculpa, não pude vir mais
cedo; que há?

Vilela não lhe respondeu;


tinha as feições
decompostas; fez-lhe sinal,
e foram para uma saleta
interior. Entrando, Camilo
não pôde sufocar um grito
de terror
ao fundo sobre o canapé,
estava Rita morta e
ensangüentada. Vilela pegou-o
pela gola, e, com dois tiros de
revólver, estirou-o morto no
chão.
FIM
"Camilo, funcionário público, e Vilela, um
advogado, são amigos desde a infância. Após o
casamento de Vilela, um triângulo amoroso se faz.
Rita é mais velha, tem 30 anos de idade. Vilela tem
29, e Camilo, 26. Camilo e a amante têm
afinidades: “Liam os mesmos livros, iam juntos a
teatros e passeios.”

Porém, um dia Camilo recebe uma carta anônima,


“que lhe chamava imoral e pérfido, e dizia que a
aventura era sabida de todos”. Com medo, passa
a ir menos à casa do amigo, até que “as visitas
cessaram inteiramente”. Então Rita, desconfiada
das ausências do amante, decide buscar uma
cartomante, e isso é motivo para que Camilo
zombe dela."

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