Curso 184874 Aula 00 1147 Simplificado
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TRE-MS (Analista Judiciário - Área Judiciária) Direito Eleitoral Pós Reforma - 2022 (Pré-Edital) - Somente PDF.
Sumário
Conceito ............................................................................................................................................................ 10
Fontes ................................................................................................................................................................ 13
1 - Conceito .................................................................................................................................................. 13
2 - Classificação ........................................................................................................................................... 13
6 - Consultas ................................................................................................................................................. 19
1 - Introdução ............................................................................................................................................... 22
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CESPE ............................................................................................................................................................ 43
CESPE ............................................................................................................................................................ 57
Gabarito ........................................................................................................................................................... 63
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APRESENTAÇÃO DO CURSO
DIREITO ELEITORAL PARA O TRE-MS
Iniciamos nosso Curso Regular de Direito Eleitoral em teoria e questões, voltado para provas objetivas e
discursivas de concurso público.
Devido à procura e à perspectiva de novos concursos que cobrem Direito Eleitoral, ele poderá ser usado para
estudar tanto para concursos de Tribunais Eleitorais (TREs), como para concursos de Procuradorias,
Defensorias, Magistratura e Ministério Público.
Trata-se de reformulação de um curso que temos trabalhado desde 2014, quando redigimos esse material
pela primeira vez. Desde então, acompanhamos a maioria das provas de Direito Eleitoral, percebendo a
tendência de bancas, os assuntos mais cobrados, os novos conceitos doutrinários relevantes e a
jurisprudência.
Além disso, é premissa desse novo curso dar atenção especial às sucessivas alterações legislativas,
especialmente pela Emenda Constitucional 111/2021, Lei nº 14.192/2021, Lei nº 14.208/2021, Lei nº
14.211/2021 e Lei Complementar 184/2021 e jurisprudenciais do STF e do TSE. Estamos atentos também,
dentro dessa nova proposta metodológica, às disparidades existentes entre a legislação que, embora
vigente, é inaplicável ou está tacitamente revogada. Ademais, nos aspectos processuais, o material está
totalmente de acordo com a Lei nº 13.105/2015, o Novo CPC.
Por fim, submetemos nosso material a uma revisão completa de conteúdo e questões. Esse material está
saindo do forno, diretamente para você. Espero que goste!
Os assuntos serão tratados para atender tanto àquele que está iniciando os estudos na área eleitoral como
àquele que está estudando há mais tempo. Os conceitos serão expostos de forma didática, com explicação
dos institutos jurídicos e resumos da jurisprudência, quando importante para a prova.
Trata-se do curso mais completo de Direito Eleitoral que dispomos, espinha dorsal dos nossos cursos
específicos, preparados e adaptados para cada edital.
Metodologia do Curso
As aulas levarão em consideração as seguintes “fontes”, ou seja, os matizes a partir dos quais os nossos
materiais são estruturados:
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FONTES
Legislação eleitoral
Doutrina, quando Assuntos Jurisprudência
infraconstitucional
essencial e relevantes no relevante do STF e
e Resoluções do
majoritária cenário jurídico do TSE.
TSE pertinentes
Para tornar o nosso estudo mais completo, é muito importante resolver questões anteriores para nos
situarmos diante das possibilidades de cobrança. Traremos questões de todos os níveis, inclusive questões
cobradas em concursos jurídicos de nível superior de Direito Eleitoral. Vamos explorar todas as bancas e todo
o portfólio de questões de que dispomos.
Vistos alguns aspectos gerais da matéria, teçamos algumas considerações acerca da metodologia de estudo.
As aulas em .pdf têm por característica essencial a didática. Ao contrário do que encontraremos na doutrina
especializada de Direito Eleitoral (a exemplo de José Jairo Gomes, para citarmos o principal expoente neste
ramo), o curso todo se desenvolverá com uma leitura de fácil compreensão e assimilação.
Isso, contudo, não significa superficialidade. Sempre que necessário e importante, os assuntos serão
aprofundados. A didática, entretanto, será fundamental para que, diante do contingente de disciplinas, do
trabalho, dos problemas e questões pessoais de cada aluno, possamos extrair o máximo de informações para
a hora da prova.
Para tanto, o material será permeado de esquemas, gráficos informativos, resumos, figuras, tudo com a
pretensão de “chamar a atenção” para as informações que realmente importam.
Com essa estrutura e proposta pretendemos conferir segurança e tranquilidade para uma preparação
completa, sem necessidade de recurso a outros materiais didáticos.
Finalmente, destaco que um dos instrumentos mais relevantes para o estudo em .pdf é o contato direto e
pessoal com o Professor. Além do nosso fórum de dúvidas, estamos disponíveis por e-mail e,
eventualmente, pelo Instagram. Aluno nosso não vai para a prova com dúvida! Por vezes, ao ler o material
surgem incompreensões, dúvidas, curiosidades, nesses casos basta acessar o computador e nos escrever.
Assim que possível, responderemos a todas as dúvidas. É notável a evolução dos alunos que levam a sério
essa metodologia.
Teremos videoaulas! Essas aulas destinam-se a complementar a preparação quando estiver cansado do
estudo ativo (leitura e resolução de questões) ou até mesmo para fazer a revisão. Você disporá de um
conjunto de vídeos para assistir como quiser, podendo assistir on-line ou baixar os arquivos. Com outra
didática, você disporá de um conteúdo complementar para a sua preparação. Ao contrário do PDF,
evidentemente, AS VIDEOAULAS NÃO ATENDEM A TODOS OS PONTOS QUE VAMOS ANALISAR NOS PDFS,
NOSSOS MANUAIS ELETRÔNICOS. Por vezes, haverá aulas com vários vídeos; outras que terão videoaulas
apenas em parte do conteúdo; e outras, ainda, que não conterão vídeos. Nosso foco é, sempre, o estudo
ativo! Não obstante, será o material mais completo em PDF e vídeo do mercado.
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Teoria de forma
objetiva e direta
Referência e análise Súmulas e
com síntese do
da legislação jurisprudência
METODOLOGIA pensamento
pertinente ao pertinentes
doutrinário
assunto. comentada.
relevante e
dominante.
Vídeoaulas
Muitas questões Resumo dos
complementares
anteriores de principais tópicos APROVAÇÃO!
sobre determinados
provas comentadas. da matéria.
pontos da matéria
Apresentação Pessoal
Por fim, resta uma breve apresentação pessoal. Meu nome é Ricardo Strapasson Torques! Sou graduado em
Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pós-graduado em Direito Processual.
Estou envolvido com concurso público há 10 anos, aproximadamente, quando ainda estava na faculdade.
Trabalhei no Ministério da Fazenda, no cargo de ATA. Fui aprovado para o cargo Fiscal de Tributos na
Prefeitura de São José dos Pinhais/PR e para os cargos de Técnico Administrativo e Analista Judiciário nos
TRT 4ª, 1º e 9º Regiões. Hoje, sou professor em dedicação exclusiva, por paixão!
Quanto à atividade de professor, leciono exclusivamente para concursos, com foco na elaboração de
materiais em pdf. Temos, atualmente, cursos em Direitos Humanos, Direito Eleitoral e Direito Processual
Civil.
Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dúvidas ou sugestões. Terei o prazer em orientá-los da melhor
forma possível nesta caminhada que estamos iniciando.
E-mail: [email protected]
Instagram: @eleitoralparaconcurso
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CRONOGRAMA DE AULAS
Segue a distribuição dos assuntos por aulas, conforme cronograma:
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Essa é a distribuição dos assuntos ao longo do curso. Eventuais ajustes poderão ocorrer, especialmente por
questões didáticas. De todo modo, sempre que houver alterações no cronograma acima, vocês serão
previamente informados.
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São assuntos, muitas vezes, não referidos expressamente em edital, contudo, formam a base de
compreensão da matéria. Além disso, alguns tópicos, como fontes do Direito Eleitoral e alguns dos princípios
que estudaremos (princípio da anualidade), por exemplo, são fundamentais para a prova.
Antes de iniciar, gostaria de deixar um convite a vocês: ACOMPANHEM NOSSO TRABALHO PELO
INSTAGRAM. Lá teremos diversas informações úteis, provas comentadas, artigos, tudo sobre provas de
concursos eleitorais. Aproveitem!
@eleitoralparaconcurso
Boa aula!
CONCEITO
O Direito Eleitoral é a disciplina que trata, prioritariamente, de tudo o que envolve eleições. Busca
concretizar a soberania popular (art. 14 caput da CF) já que o sufrágio é uma forma dos cidadãos participarem
da vida pública. Desse modo, delimita quem poderá votar (alistamento eleitoral) e quando determinada
pessoa pode se candidatar a algum cargo político eletivo (inelegibilidades, registro de candidaturas...).
Estuda, também, todo o processo de escolha dos nossos representantes, desde o momento em que é
escolhido pelo partido político como candidato até o momento em que temos a declaração, pela Justiça
Eleitoral, do vencedor das eleições. Em suma, o Direito Eleitoral regula a maneira pela qual a soberania
popular é exercida1.
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TENÓRIO, Rodrigo, Direito Eleitoral, São Paulo: Editora Método, 2014, p. 29.
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Didaticamente, podemos afirmar que esse ramo do direito possui algumas matérias que são próprias. São
várias as peculiaridades do Direito Eleitoral quando comparado com outras disciplinas jurídicas. Você
perceberá isso à medida que evoluir no estudo.
Portanto, desde logo, devemos assimilar que o Direito Eleitoral é um ramo do Direito que
trata de diversos assuntos relacionados às eleições.
Vejamos, então, três conceitos trazidos pelos doutrinadores. Notem que em todos eles
existem vários temas que são próprios da disciplina.
O Direito Eleitoral é ramo do Direito Público que trata dos institutos relacionados com os
direitos políticos e das eleições, em todas as suas fases, como forma de escolha dos
titulares dos mandatos eletivos e das instituições do Estado.
Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público cujo objeto são os institutos, as normas e os
procedimentos regularizadores dos direitos políticos. Normatiza o exercício do sufrágio
com vistas à concretização da soberania popular.
Os conceitos acima são interessantes à medida que exemplificam vários assuntos abrangidos pelo Direito
Eleitoral e que serão estudados em nossas aulas. Dos conceitos acima podemos identificar alguns pontos em
comum. Nós denominaremos esses pontos de elementos caracterizadores do conceito de Direito Eleitoral.
É comum a distinção entre ramos do Direito Público e ramos do Direito Privado. O Direito Privado envolve
as relações entre pessoas físicas e jurídicas no âmbito particular (obrigações, indenizações, contratos). As
normas de Direito Público tratam de interesses, diretos e indiretos, do Estado. Em razão disso, possuem uma
2
BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral. 10ª edição. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2011, p. 01.
3
RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral. 10ª edição, rev., ampl. e atual., Niterói: Editora Impetus, 2010, p. 14.
4
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, 10ª edição, rev. ampl. e atual., São Paulo: Editora Atlas S/A, 2014, p. 20.
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formulação específica ao retratar temas de caráter político ligados à soberania, assuntos afetos à
administração dos negócios públicos, defesa da sociedade, entre outros temas de interesse da coletividade.
O Direito Eleitoral disciplina como serão as eleições, quem poderá votar, quem poderá se candidatar a
determinado cargo político. A lisura do processo eleitoral é de interesse de toda coletividade, portanto de
interesse público.
Isso denota que a disciplina possui autonomia científica e didática, razão pela qual é tratada como matéria
autônoma em relação às demais disciplinas jurídicas.
Ademais, a disciplina possui diversas normas específicas, tais como o Código Eleitoral, a Lei das Eleições, a
Lei dos Partidos Políticos, a Lei de Inelegibilidade, as quais disciplinam regras e princípios próprios da área
eleitoral.
Embora possua alguns institutos próprios, o Direito Eleitoral não é independente das demais disciplinas
jurídicas. Vale dizer, é autônomo apenas e, em razão disso, há interseções desse ramo com o Direito
Constitucional e com o Direito Administrativo.
Esses dois temas são o cerne do Direito Eleitoral. Todos os demais institutos jurídicos eleitorais decorrem
dos direitos políticos e das eleições propriamente. Nesse contexto, à disciplina de Direito Eleitoral compete
tratar do alistamento eleitoral, do registro de candidatos, da propaganda política eleitoral, da votação,
apuração e diplomação, da organização dos sistemas eleitorais, dos direitos políticos ativos e passivos, da
organização judiciária eleitoral, dos partidos políticos e dos crimes eleitorais.
DIREITO ELEITORAL -
ELEMENTOS
CARACTERIZADORES
Antes de encerrarmos essas primeiras noções é importante saber que o Direito Eleitoral atua no sentido de
conferir legitimidade ao processo eleitoral. Assim, a escolha de representantes, com observância dos
ditames legais, conduz à regularidade do processo de escolha. Essas normas são criadas para a proteção de
bens jurídicos relevantes, a exemplo da democracia, da representatividade da pessoa escolhida para o cargo
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eletivo, da normalidade do pleito, da igualdade de tratamento entre aqueles que concorrem a cargos
políticos eletivos. São todos bens jurídicos essenciais para a vida em sociedade.
FONTES
Há um quantitativo interessante de questões acerca do assunto. Ademais, nessa fase inicial do estudo, o
conhecimento das fontes de Direito Eleitoral é importante para que possamos nos ambientar com a matéria.
1 - Conceito
A expressão “fontes” refere-se aos modos de elaboração e de revelação da norma jurídica. A palavra fonte
remete à ideia de origem, de nascedouro, de surgimento. É justamente esse o conceito de fonte para o
direito:
Fonte é aquilo que dá origem ao direito ou, mais especificamente, às normas jurídicas.
Quando pensamos em fontes do direito eleitoral, a primeira coisa que surge à mente é a Constituição
Federal, a Lei nº 4.737/65 (Código Eleitoral), a LC nº 64/90 (Lei de Inelegibilidades) etc. De fato, o conjunto
de regras que compõem o Direito Eleitoral constitui fonte do Direito Eleitoral. Contudo, essas fontes
normativas, como veremos, são apenas uma das espécies de fontes do Direito Eleitoral.
2 - Classificação
Em Direito, a classificação de institutos tem por finalidade auxiliar o estudo de determinada matéria. As
fontes podem assumir diversas classificações. Para fins de Direito Eleitoral, interessam três delas:
Essa primeira distinção é bastante simples, todavia, a correta compreensão exige algum esforço de
abstração.
As fontes materiais representam o conjunto de fatores que levam ao surgimento da norma jurídica. São o
fundamento para a edição das fontes formais. Os movimentos sociais e políticos, pela aprovação de leis
eleitorais, são exemplos de fontes materiais. A doutrina, segundo alguns, constitui fonte material, pois
inspira os legisladores a adotarem, em forma de regra, os pensamentos dos juristas e influencia os tribunais
no momento de edição de suas resoluções.
As fontes formais, por sua vez, constituem o produto da fonte material. As fontes formais são, portanto, as
normas jurídicas. Todas as normas produzidas em nosso ordenamento são influenciadas por fontes materiais
e, após discussão e votação pelos órgãos legislativos, tornam-se fontes formais.
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• Constituição federal que trata de temas como: capacidade eleitoral ativa e passiva, plebiscito,
referendo, partidos políticos entre outros.
• Leis eleitorais como a Lei nº 4.767/65 (Código Eleitoral), a Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições), a Lei nº
9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos).
• Leis eleitorais subsidiárias, não são leis eleitorais, mas têm aplicação subsidiária no direito eleitoral
com exemplo temos o Código Civil tratando de domicílio, doações ou ainda a parte geral do Código
Penal bastante aplicada nos crimes eleitorais.
• Resoluções/Instruções da Justiça Eleitoral, aqui devemos ficar atentos pois a edição de resoluções
sofreu impacto com as recentes alterações legislativas do ano de 2021.
• Estatuto dos partidos políticos, que têm fundamento no §1 º do Art.17 da CF, e tratará de assuntos
como infidelidade partidária e coligações.
• Princípios jurídicos (serão estudados ainda nesta aula).
Ao contrário das fontes formais, as fontes materiais não possuem caráter vinculativo e funcionam como
substrato teórico para a edição posterior de fontes formais pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário
eleitoral no exercício da função normativa. Já as fontes formais são normas jurídicas, de caráter abstrato,
gerais e que delimitam a vida das pessoas. Logo, é possível sofrer consequências jurídicas por violar uma
norma formal. Já a violação a uma norma material significa meramente um pensamento dissonante.
As fontes primárias são aquelas decorrentes do Poder Constituinte (originário ou derivado) ou do exercício
da função típica do Poder Legislativo (Poder Constituído). Esses conceitos são aprofundados no Direito
Constitucional. Devemos lembrar que cada um dos poderes reserva funções típicas: ao Executivo,
administrar; ao Judiciário, julgar; e ao Legislativo, legislar e fiscalizar. Assim, compete ao Poder Legislativo
editar as leis eleitorais, fontes primárias eleitorais.
A principal fonte primária é a Constituição Federal, fruto do Poder Constituinte Originário e, por isso,
manifestação direta da soberania popular. Dela emanam todas as demais normas primárias do nosso
ordenamento jurídico, em razão da supremacia e da superioridade hierárquica da Constituição Federal.
Em razão da superioridade hierárquica conferida à Constituição, o seu Texto prevê a competência para que
o Poder Legislativo discipline normas de Direito Eleitoral, por isso falamos que o Poder Legislativo é um Poder
Constituído. Trata-se de poder constituído pela Constituição para legislar normas, entre elas, as de Direito
Eleitoral.
As fontes secundárias, por sua vez, são aquelas que se prestam a interpretar e a regulamentar a norma
primária infraconstitucionais. Desse modo, o fundamento de validade das normas secundárias é retirado do
próprio texto infraconstitucional e não da Constituição.
Assim, ao se questionar determinada norma de caráter secundário, devemos verificar se ela está, ou não, de
acordo com a legislação. Se estiver dissonante, será considerada ilegal.
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CF
Fontes Secundárias
A título ilustrativo, cita-se, como exemplo de fonte primária, a Lei nº 4.737/65 (Código Eleitoral) ou a LC nº
64/90 (Lei das Inelegibilidades). Já entre as fontes secundárias estão as Resoluções do TSE e do TRE.
Sigamos!
Outra classificação comum na área eleitoral é a distinção entre fontes diretas e indiretas. Das classificações,
essa é a mais tranquila!
As fontes diretas são assim denominadas porque disciplinam direta e especificamente assuntos de natureza
eleitoral. Destacam-se a Lei nº 4.373/65 (Código Eleitoral), a Lei nº 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos), a LC
nº 64/90 (Lei de Inelegibilidade), a Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições) e as Resoluções do TSE.
Paralelamente, existem as fontes indiretas, ou seja, normas que são aplicadas ao Direito Eleitoral apenas
de forma subsidiária ou supletiva. Destacam-se o Código Penal e o Civil, bem como o Código de Processo
Penal e o de Processo Civil.
Por exemplo, tanto o CPC quanto o CPP estabelecem um rol de situações nas quais os magistrados e
servidores da Justiça são impedidos, ou suspeitos, de atuar. Essas hipóteses serão aplicadas subsidiariamente
ao Direito Eleitoral, ou seja, são normas indiretamente aplicadas. Não são normas de Direito Eleitoral, mas
que indiretamente se aplicam ao nosso ramo.
Com isso, encerramos a classificação, de acordo com a doutrina. Na sequência, vamos analisar alguns
assuntos específicos que envolvem a aplicação das fontes:
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decorrentes do exercício da função legislativa, são primárias. Essas normas retiram o fundamento de
validade direto do Texto Constitucional e estão sujeitas ao controle de constitucionalidade.
Em relação a essa regra de competência, o STF já entendeu que a lei estadual não pode dispor sobre matéria
eleitoral, sob pena de violar o art. 22 I da CF.
Aqui precisamos aprofundar um pouco a matéria. É relevante tratar do art. 22, parágrafo único, da CF, que
prevê a possibilidade de a União editar uma lei complementar autorizando os Estados a legislarem sobre
questões específicas arroladas nos incisos do art. 22.
Considerando que legislar sobre Direito Eleitoral está entre os incisos do art. 22, podemos
concluir que seria possível delegar aos estados-membros a competência legislativa em
matéria eleitoral?
Há controvérsia quanto à referida possibilidade em nossa disciplina, uma vez que o processo eleitoral e as
regras aplicáveis às eleições são as mesmas para todo o território nacional. Não se delega competência para
que os estados-membros possam legislar, de maneira específica, sobre a matéria. Em decorrência disso, não
temos lei complementar federal que autorize lei eleitoral específica pelos estados-membros.
Logo, NÃO É POSSÍVEL QUE A UNIÃO DELEGUE COMPETÊNCIA ELEITORAL, SOBRE TEMAS ESPECÍFICOS, AOS
ESTADOS MEMBROS. Dito de outro modo, leis estaduais não podem ser fontes do Direito Eleitoral, não
obstante a redação do art. 22, parágrafo único, da CF.
4 - Resoluções do TSE
As Resoluções do TSE são normas de caráter infralegal e regulamentar, por meio das quais o TSE dá
cumprimento à legislação infraconstitucional. Por serem normas jurídicas, são consideradas fontes formais,
de caráter secundário e diretas. As resoluções do TSE guardam uma peculiaridade dentro do ordenamento
jurídico brasileiro já que, como regra, os tribunais não detêm capacidade legislativa.
A atribuição normativa para edição de Resoluções é conferida ao TSE pelos arts. 1º parágrafo único e 23, IX,
do Código Eleitoral.
Da leitura do art. 105, da Lei nº 9.504/1997 podemos concluir que as Resoluções do TSE são normas que
estabelecem regras, gerais e abstratas, editadas para a execução da legislação eleitoral. Notem que o
fundamento de validade de tais normas está na legislação eleitoral.
Recentemente a Lei 14.211/2021 inseriu o art. 23-A no Código Eleitoral vedando expressamente o exercício
do Poder Regulamentar do TSE quando o assunto for organização dos partidos políticos e restringindo a
atuação normativa do Tribunal Superior as matérias especificamente autorizadas em lei. Vamos verificar o
que diz o novo dispositivo:
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O STF reconheceu a constitucionalidade das Resoluções do TSE que sistematizam o processo eleitoral.
O objetivo principal das Resoluções é regulamentar as eleições. Em anos eleitorais, o TSE edita diversas
Resoluções que disciplinam procedimentos não previstos na legislação eleitoral. Essas regulamentações
aplicam-se a todos aqueles que concorrerem às eleições, de modo geral e abstrato e com caráter
vinculante.
Precisamos aprofundar um pouco mais! Há diversos autores que afirmam que as Resoluções do TSE possuem
caráter normativo primário, normatizando hipóteses não reguladas pela norma eleitoral. Tal entendimento
predominou na doutrina, uma vez que, antes da Lei nº 12.037/2009, a redação do art. 105 era mais simples
e não continha menção expressa ao caráter regulamentar e à impossibilidade de criar ou restringir direitos.
Desse modo, entendia-se que as resoluções do TSE tinham caráter legal. Esse entendimento foi, inclusive,
adotado pelo STF.
1ª posição: as Resoluções do TSE são fontes primárias, as quais inovam a ordem jurídica.
A primeira posição foi adotada pelo STF no julgamento da ADI nº 3.999 e ADI nº 4.086, ações em que o
Plenário confirmou a constitucionalidade da Resolução nº 22.610/2007, que disciplinou o processo de perda
de mandato eletivo por infidelidade partidária. Em síntese, discutiu-se que a referida Resolução disciplinou,
de maneira inovadora, o processo de perda de cargo eletivo, matéria que somente poderia ser disciplinada
por norma editada pelo Poder Legislativo.
O STF entendeu que, de fato, a matéria “fidelidade partidária” deveria ser editada pelo Poder Legislativo, em
razão da regra de competência constante do art. 22, I, da CF. Contudo, a exigência da fidelidade partidária é
extraída do próprio Texto da Constituição – mais especificamente do art. 17, §1º, da CF – e, assim, não faz
sentido aplicar a regra da fidelidade partidária apenas quando o Poder Legislativo decidir legislar. Entendeu
o STF que a Resolução do TSE nº 22.610/2010 é uma norma transitória e de caráter excepcionalmente
primário, que se justifica face a demora do Poder Legislativo em editar uma norma para disciplinar a matéria.
Desse modo, nesse caso, o STF concluiu que a Resolução do TSE, além de ser fonte formal direta seria,
também, fonte primária. Em razão disso, poderia sujeitar-se ao controle de constitucionalidade.
2ª posição: as Resoluções do TSE são fontes secundárias, as quais não podem inovar na
ordem jurídica.
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nas eleições estaduais e municipais, sem possibilidade de outros arranjos entre os partidos nos estados-
membros e nos municípios.
Em razão disso, vários partidos políticos ingressaram com ação declaratória de inconstitucionalidade perante
o STF, questionando a norma criada pela Resolução.
Em síntese, o STF afirmou que as Resoluções possuem caráter secundário e destinam-se a interpretar a
norma eleitoral. Em razão disso, não poderiam sofrer o controle de constitucionalidade.
Desse modo, as Resoluções do TSE não podem criar obrigações, mas apenas regulamentar a legislação
eleitoral. Esse é o entendimento, inclusive, de Francisco Dirceu Barros5:
A segunda posição é a mais condizente com a técnica jurídica e com a redação do art. 105, caput, da Lei nº
9.504/1997, que teve atualização em 2009. Considerando, ainda, a recente inclusão do Art. 23-A do Código
Eleitoral podemos destacar alguns limites às Resoluções, quais sejam:
Logo, AS RESOLUÇÕES DO TSE DEVEM SER CONSIDERADAS FONTES SECUNDÁRIAS DO DIREITO ELEITORAL.
Contudo, devido à possibilidade de encontrarmos Resoluções do TSE que tratam de assuntos disciplinados
na Constituição, devemos concluir que, EMBORA SECUNDÁRIAS, ALGUMAS RESOLUÇÕES DO TSE
SUJEITAM-SE AO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE, E NÃO MERAMENTE AO CONTROLE DE
LEGALIDADE. Você somente marcará essa segunda conclusão se a questão de prova deixar isso claro no
enunciado ou na alternativa.
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RESOLUÇÕES DO TSE
FONTE FORMAL
FONTE DIRETA
FONTE SECUNDÁRIA
(excepcionalmente primária)
A nossa vantagem aqui é a seguinte: as questões não têm perguntado se é fonte primária ou secundária,
limitam-se apenas a questionar se é fonte formal/material e direta/indireta.
As medidas provisórias constituem uma espécie normativa peculiar primária, geral e com força de lei. Ao
contrário da regra (norma editada pelo Poder Legislativo), elas são editadas pelo Poder Executivo. Além do
Presidente da República, aplicando-se o Princípio da Simetria possuem legitimidade para editar medida
provisória o Governador de estado ou o Prefeito caso haja expresso cabimento na constituição estadual e na
lei orgânica Municipal. A medida provisória tem validade por 60 dias, prorrogáveis por outros 60 dias, e será
utilizada apenas em situações de relevância e de urgência. Passado esse período, se a medida provisória não
for convertida em lei, perderá sua eficácia.
A válida edição de medida provisória exige que a espécie normativa não verse sobre determinados temas
constitucionalmente vedados, são os chamados limites materiais da medida provisória.
Há vedação expressa da constituição nos termos do art. 62. §1º, I, da CF para edição de medida provisória
no âmbito do direito eleitoral. Além disso a possibilidade de Medida Provisória Eleitoral contraria
frontalmente o princípio da anualidade, prescrito no art. 16, da CF, o qual estudaremos um pouco mais a
frente.
Portanto...
6 - Consultas
As consultas consistem na atribuição conferida aos TREs e ao TSE para responder questionamentos em
matéria eleitoral feitos por autoridades competentes, desde que não se refira a um caso concreto
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propriamente, pois seria uma forma irregular de antecipar o julgamento de determinado processo judicial
eleitoral.
Assim, a consulta constitui uma forma de orientar as partes envolvidas no processo eleitoral, com a finalidade
de evitar processos judiciais. Dessa forma, após as consultas, os interessados sentem-se seguros dos atos
praticados durante todo o processo das eleições, sem a necessidade de recorrer às ações judiciais.
A competência para responder às consultas é atribuída ao TRE e ao TSE. Quanto a este, a competência está
prevista no art. 23, XII, da Lei nº 4.737/1965, já em relação ao TRE, disciplinada no art. 30, VIII, do CE.
Há uma diferença bastante relevante entre essas competências que, comumente, é objeto de prova.
autoridade de
jurisdição federal
TSE - formuladas
por
órgão nacional de
partido político
CONSULTAS
autoridade
pública
TRE - formuladas
por
partido político
Primeiramente, está corretíssima a conclusão de que os TREs são autoridades de jurisdição federal. Trata-se
de órgão especializado do Poder Judiciário Federal, que detém competência territorial dentro do Estado.
Em decorrência disso, podemos concluir que o TRE poderá formular consultas ao TSE. Isso mesmo! No estudo
dos Regimento Internos de Tribunais Eleitorais encontramos, por vezes, a referência de que o Tribunal
poderá formular consultas ao TSE.
Sempre houve entendimento pacífico que a consulta não possuía caráter vinculante, muito menos erga
omnes sendo inclusive este o entendimento do STF.
Porém uma recente alteração legislativa modificou esse entendimento. Foi incluído pela Lei 13.165/2015 o
artigo 30 ao DL 4657/42 conhecido como Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) que
determina caráter vinculante as respostas a consultas até que haja ulterior revisão visando uma maior
segurança jurídica. O Tribunal Superior Eleitoral já incluiu esta alteração nas anotações de sua legislação
sinalizando que adotará o entendimento.
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Primeiramente, a partir da doutrina de José Jairo Gomes6, é importante compreender que hoje podemos
falar em um microssistema eleitoral, no sentido de que há um conjunto normativo que informa as regras
legais e infralegais desse ramo jurídico.
Esse microssistema, como se sabe, é coordenado pela Constituição Federal. A CF está no ápice e fixa os
parâmetros e princípios gerais a serem observados na edificação da legislação. A partir daí, surgem as demais
leis eleitorais, entre elas a Lei nº 9.504/1997, a Lei nº 9.096/1995, a Lei Complementar nº 64/1990, entre
outras.
Eventualmente, normas infraconstitucionais que violem a CF serão declaradas inconstitucionais, por respeito
à hierarquia do microssistema eleitoral.
De forma complementar, temos um arcabouço de resoluções, entre as quais destaca-se a Resolução TSE nº
23.659/2021, que disciplina o alistamento eleitoral no processamento eletrônico do cadastro eleitoral.
Os conceitos jurídicos indeterminados estão inseridos dentro do microssistema eleitoral. São várias as
normas que se utilizam desses conceitos, desde a CF até as Resoluções do TSE.
Esses conceitos trazem a representação de algo, de forma intelectual e abstrata, porém, não delimitam uma
solução específica. São conceitos indeterminados, que admitem diversas soluções a depender do contexto
no qual se inserem e dos valores existentes.
Ao se defrontar com esses conceitos jurídicos indeterminados, o intérprete do Direito Eleitoral deverá utilizar
de parâmetros objetivos para construir a interpretação adequada. Ele levará em consideração os valores
existentes, as peculiaridades do caso que está sendo interpretado, os costumes, a finalidade, as
consequências etc.
Temos diversos exemplos de conceitos jurídicos indeterminados dentro do Direito Eleitoral. Citamos:
6 GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral, 13ª edição, rev. ampl. e atual., São Paulo: Editora Atlas S/A, 2017, p. 29.
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liberdade
do voto
legitimida
de das
eleições
moralidade CONCEITOS
JURÍDICOS
INDETERMINADOS
soberania
popular
igualdade de
oportunidades
Sabemos que não é possível atuar de forma imoral no Direito Eleitoral. Uma vez ocorrida a violação à
moralidade, que é um conceito jurídico indeterminado, pergunta-se: qual a consequência? A resposta é:
DEPENDE!
O intérprete irá construí-lo à luz do caso concreto, tendo em vista uma série de circunstâncias que envolvem
aquele caso. Por exemplo, pode envolver a cassação do registro da candidatura, pode implicar
inelegibilidade, pode gerar, inclusive, crime eleitoral. Tudo depende do caso concreto!
Conclui-se, portanto, que o Direito Eleitoral é repleto de conceitos jurídicos indeterminados, cuja aplicação
depende da circunstância que envolve o caso concreto.
1 - Introdução
As normas jurídicas podem se revelar por intermédio de regras jurídicas ou de princípios. Essa frase é muito
relevante e a sua correta compreensão é fundamental para o entendimento do Direito
contemporaneamente.
Assim...
regras
NORMAS JURÍDICAS
princípios
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Desse modo, as diversas leis eleitorais que estudaremos compreendem inúmeros dispositivos. Nesses
dispositivos encontramos regras e princípios. Além disso, os princípios podem constar explícita ou
implicitamente no texto de determinada lei.
Os princípios explícitos são aqueles que estão prescritos expressamente na legislação. Cite-se o princípio da
anualidade eleitoral, previsto no art. 16, da CF.
Os princípios implícitos são aqueles que, embora não estejam expressamente referidos em um dispositivo
legal, são extraídos da interpretação sistemática do texto legal. Por exemplo, o princípio do duplo grau de
jurisdição não é previsto na Constituição de forma expressa, contudo, orienta toda a estrutura do Poder
Judiciário.
As regras são enunciados jurídicos tradicionais, que preveem para uma situação fática uma consequência
jurídica. Por exemplo, se alguém violar o direito à imagem de outrem (fato), ficará responsável pela
reparação por eventuais danos materiais e morais causados à pessoa cujas imagens foram divulgadas
indevidamente (consequência jurídica). Não há como fixar modo gradual no seu cumprimento, havendo
conflito entre regras diferentes ele será resolvido em termos de validade.
Os princípios, por sua vez, segundo ensinamentos de Robert Alexy, são denominados de “mandados de
otimização” que condicionam todas as normas e servem de parâmetro para a interpretação dos institutos
jurídicos. Os princípios constituem normas com caráter mais amplo, aplicáveis a diversas situações fáticas a
depender do contexto envolvido. São espécie de normas que exigem a realização de algo, da melhor forma
possível, dentro das possibilidades fáticas e jurídicas, determina que o bem jurídico deve ser protegido na
maior medida que as circunstâncias permitirem. Assim, percebe-se que os princípios poderão ser aplicados
em graus diferenciados.
As regras são aplicadas a partir da técnica da subsunção, ou seja, se, ocorrer a situação de fato, haverá a
incidência da consequência jurídica prevista. Ou a regra aplica-se àquela situação ou não (técnica do “tudo
ou nada”).
Para os princípios, ao contrário, a aplicação pressupõe o uso da técnica de ponderação de interesses, pois,
ao depender da situação fática, assegura-se o princípio com maior ou menor amplitude (técnica do “mais ou
menos”).
Por exemplo, se o julgamento do processo demorar mais de um ano, poderá implicar violação ao princípio
da celeridade. Nós sabemos que as eleições têm data marcada para ocorrer e a posse dos eleitos também.
Em razão disso, todos os processos relativos aos candidatos, especialmente àqueles que podem implicar a
perda de mandato eletivo ou a inelegibilidade, devem ser julgados até a data das eleições ou, no máximo,
até a data da diplomação ou da posse. Já para o processo crime, o decurso de cinco anos não implicará,
necessariamente, violação ao mesmo princípio. Na área penal, entende-se que o processo deve tramitar com
segurança, pois não é juridicamente aceito violar garantias de ampla defesa ou gerar alguma situação de
insegurança sob o pretexto da celeridade. Notem que a consequência de uma sentença ou acórdão penal
poderá acarretar a restrição à liberdade do condenado.
São, portanto, dois contextos diferentes em que o mesmo princípio poderá ser aplicado em maior ou menor
escala, com consequências distintas.
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Isso não acontece em relação às regras. Lembre-se do exemplo que demos no início. Se o sujeito praticar o
fato jurídico, e esse se amoldar perfeitamente aos termos da regra jurídica, haverá incidência com o
surgimento das consequências decorrentes. Não há maior ou menor aplicação da regra.
Quanto à natureza, os princípios fundamentam as regras de modo que constituem a “ratio” da norma
fundamentada. As regras, por sua vez, buscam fundamento nos princípios, o que lhes confere forma e
amplitude.
Vimos que os princípios são gerais, aplicam-se a diversas situações porque possuem uma carga valorativa.
Em razão disso, os princípios, muitas vezes, são utilizados para justificar a aplicação da regra jurídica. Isso
significa dizer que várias regras jurídicas são pensadas (racionalizadas) a partir dos princípios envolvidos. O
princípio possui a característica de espiral. Ao mesmo tempo que é influenciado pelo ordenamento jurídico,
o princípio o influencia.
Por exemplo, há uma regra na Constituição que disciplina uma ação eleitoral que tem por objetivo impugnar
o mandato eletivo (AIME). Essa ação deverá tramitar em, no máximo, um ano. Essa regra é fundamentada
no princípio da celeridade, pois no processo eleitoral, em função dos valores e princípios envolvidos, será
considerado célere o processo que tramitar no prazo referido. Assim, o legislador, valendo-se da
racionalidade dos princípios que envolvem o Direito Eleitoral, fixou a regra constante do art. 97-A, da Lei nº
9.504/1997 considerando como duração razoável do processo que possa resultar em perda de mandato
eletivo o período máximo de 1 (um) ano.
Os princípios possuem alto grau de abstração, podendo abranger diversas situações heterogêneas, de modo
que se concretizam em graus diversos.
As regras, entretanto, possuem baixo grau de abstração, pois abrangem tão somente situações
homogêneas.
As regras, por seu turno, possuem aplicação direta e imediata, desde que se enquadrem na situação
objetivamente especificada.
Assim...
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REGRAS PRINCÍPIOS
Vimos, assim, as diferenças entre os princípios e as regras. Notamos também que os princípios possuem
enorme relevância e são fontes formais do direito eleitoral, uma vez que são normas ao lado das regras
jurídicas.
Na sequência, veremos uma série de princípios aplicáveis ao Direito Eleitoral, que podem ser objeto de
cobrança em provas. É importante registrar, contudo, que existem princípios específicos de determinados
institutos de Direito Eleitoral, bem como princípios originários de outros ramos jurídicos que podem ser
aplicados ao Direito Eleitoral. Naturalmente, esses princípios serão estudados futuramente, com o
desenvolvimento da nossa matéria. Aqui, na aula introdutória, vamos centrar nossa atenção nos princípios
mais relevantes e que são exigidos em provas com maior frequência.
Informa o referido princípio que a atuação da Justiça Eleitoral, do Ministério Público Eleitoral, dos partidos
políticos e dos candidatos deve ser pautada na preservação da lisura das eleições.
Por lisura compreende-se a condução das ações e atitudes com sinceridade, com franqueza. Esse é o sentido
do princípio eleitoral, a condução franca, leal, sincera das eleições por todas as partes envolvidas no processo
eleitoral, com vistas ao exercício legítimo da democracia.
O referido princípio encontra previsão no art. 23, da Lei Complementar nº 64/1990. O dispositivo enuncia
que, ao julgar a ação de investigação judicial eleitoral, a Justiça Eleitoral deverá levar em consideração
diversos valores envolvidos, desde que haja preservação da lisura eleitoral.
O plenário do STF julgou improcedente a ADI 1.082 que questionava o conteúdo do art. 23 da Lei das
Inelegibilidades por violação aos princípios do devido processo legal e contraditório.
7 RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral, 14ª edição, atual., Niterói: Editora Impetus, 2015, p. 31.
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A garantia da lisura das eleições nutre especial sentido de proteção aos direitos
fundamentais da cidadania (cidadão-eleitor), bem como encontra alicerce jurídico-
constitucional nos arts. 1º, inciso II e 14 §9º da Lei Fundamental.
Trouxemos o conceito do doutrinador acima, pelo fato de que ele faz referência a dois dispositivos
constitucionais. O primeiro deles reporta-se à cidadania como fundamento da República, e o segundo trata
das inelegibilidades. Afirma que compete ao legislador infraconstitucional estabelecer – a partir de lei
complementar – outras hipóteses de inelegibilidade, por meio de valores que assegurem a lisura do processo
eleitoral ao proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato e a normalidade
e legitimidade das eleições contra a influência do abuso de poder.
O princípio da celeridade é comum a diversos ramos processuais do direito. Aqui, no Direito Eleitoral, o
princípio da celeridade ganha contornos próprios no sentido de que as decisões eleitorais devem ser
imediatas, evitando-se delongas para as fases posteriores à data da diplomação, sendo verdadeiras exceções
os casos que possam demandar um julgamento para além da posse8.
Notem que a celeridade eleitoral se aproxima da imediaticidade. No Direito Eleitoral, o processo deve ser o
mais rápido possível. Nesse contexto, temos o princípio da preclusão imediata das decisões eleitorais como
faceta da celeridade. Assim, se o partido político desejar recorrer de decisão no dia das eleições perante a
Junta, deve impugnar de forma imediata, sob pena de preclusão.
A finalidade desse princípio é evitar o prolongamento de decisões eleitorais após a posse dos eleitos e após
o início do exercício do mandato eletivo.
Lembrando o já citado art. 97-A da Lei nº 9.504/1997 que disciplina o prazo de um ano entre a propositura
da ação e o resultado final do julgamento para as ações que possam resultar na perda de mandato eletivo.
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O legislador tratou de contemplar na Lei das Eleições a garantia efetiva da proteção judicial,
pois é cediço que se registrou casos em que o diplomado eleito exercia o mandato em toda
a sua plenitude pelo prazo de 4 (quatro) anos e a ação ainda não tinha solução final.
• crime de desobediência
• infração disciplinar
• representação ao CNJ
• representação à Justiça Eleitoral (órgão hierarquicamente superior)
Esse prazo de um ano restringe-se às ações judiciais que possam implicar perda de mandato (ação de
impugnação ao registro de candidatura, ação de captação ilícita de sufrágio, ação de captação ou gastos
ilícitos, ação de investigação judicial eleitoral, ação de impugnação ao mandato eletivo). Os demais processos
e questões eleitorais submetem-se à regra geral da celeridade, prevista no art. 5º, LXXVIII, da CF.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação,
não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)
Desse modo, a lei que alterar o processo eleitoral tem vigência imediata, mas eficácia contida ou pro futuro.
Assim, embora entre em vigor imediatamente, a lei somente produzirá “efeitos práticos” após um ano da
data de sua vigência.
O conceito de lei, neste caso, abrange as leis infraconstitucionais (com a exceção da medida provisória,
vedada em Direito Eleitoral), eventuais emendas e jurisprudência consolidada do TSE. Assim, caso uma
eventual emenda constitucional crie regra que possa afetar o processo eleitoral ou haja mudanças de
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jurisprudência consolidada do TSE, que possa frustrar a justa expectativa das partes em relação ao processo
eleitoral deverão observar o princípio da anualidade conforme jurisprudência do STF 10 e do próprio TSE11.
De acordo com a doutrina, a eficácia pro futuro tem por finalidade impedir que mudanças casuísticas na
legislação eleitoral possam surpreender candidatos, partidos e coligações. Com isso, assegura-se
estabilidade, previsibilidade e segurança jurídica para os envolvidos no processo eleitoral12.
Nesse caso, o TSE entendeu que a Lei – que entrou em vigor em 11/12/2013 – somente poderia ser aplicada
às eleições que ocorrerem após 11/12/2014, ou seja, um ano após a publicação. Assim, a Lei nº 12.891/2013
tornou-se aplicável apenas em 12/12/2014.
Em decorrência disso, os dispositivos revogados pela Lei da Minirreforma Eleitoral permaneceram aplicáveis
às eleições de 2014.
Justamente! Como a lei nova não pode ser aplicada, pois tem que aguardar o decurso de um ano, a lei
revogada permanecerá aplicável por esse período de tempo!
Por conta disso, é possível afirmar que, em razão do princípio da anualidade da lei eleitoral, é possível falar
também em ultratividade da lei eleitoral. Isso significa que uma lei eleitoral, embora revogada, continuará
a produzir efeitos pelo lapso de um ano.
De acordo com Thales e Camila Cerqueira, o art. 16, da CF, com redação dada pela Emenda Constitucional
nº 3º, aperfeiçoou a dogmática jurídica, uma vez que a redação originária mencionava tão somente a
vigência da lei eleitoral.
EFICÁCIA Refere-se à produção de efeitos, que ocorrerá tão somente após decorrido o lapso de um ano.
10
ADI 3.685, Rel. Min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, DJE 22/03/2006.
11
Ac.-TSE, de 27.10.2016, no REspe nº 40487 e Ac.-STF, de 1º.8.2012, no RE nº 637485
12 GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 10ª edição, rev., atual. e ampl., São Paulo: Editora Atlas S/A, 2014, p. 248.
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Com a redação atual do art. 16 temos que, com a publicação da lei, ela torna-se existente para o mundo
jurídico. Contudo, apenas adquirirá eficácia com o transcurso de um ano.
Cuidado! Não se trata tecnicamente de prazo de vacatio legis. A vacatio legis nada mais
é do que um período para que possamos conhecer a legislação. É um período entre a
publicação oficial da lei e o início da sua vigência. Contudo, como se lê do art. 16, da CF,
a vigência da norma que altera o processo eleitoral é imediata, ocorrendo com a
publicação. Logo, esse tempo entre a publicação e a vigência é zero!
Ocorre, todavia, a necessidade de se aguardar um prazo de um ano para a aplicação da norma. Esse prazo
não é para a vigência, mas para a aplicação (eficácia).
Logo, para a prova, você deve compreender inicialmente que não há vacatio legis para as leis que alterem o
processo eleitoral.
Outro aspecto que merece destaque é a contagem do prazo para a eficácia da lei que alterar o processo
eleitoral.
Cumpre registrar que esse princípio da “anualidade eleitoral” deve ser entendido como
“anualidade e um dia”, porquanto estivermos diante de uma lei que altere o “processo
eleitoral”, ela não terá eficácia para as eleições em curso, somente no próximo pleito.
Então, para surtir eficácia, a lei deve ser publicada (e não promulgada), no mínimo “um
ano e um dia” antes das eleições.
Vimos que a lei que alterar o processo eleitoral não será aplicada se publicada um ano antes do processo
eleitoral. Vamos ver um exemplo na prática.
O primeiro turno das eleições de 2022 ocorrerá em 02/10/2022 (primeiro domingo de outubro). Logo,
eventuais alterações ao processo eleitoral, para que sejam aplicáveis àquelas eleições, devem ser publicadas
antes do prazo de um ano. Assim, as leis publicadas até dia 01/10/2021, como a Lei 14.211/2021, serão
aplicadas às eleições de 2022 normalmente. Já as leis publicadas no dia 02/10/2021 e seguintes, se alterarem
o processo eleitoral, não serão aplicadas às eleições que ocorrerão em 2022.
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As cláusulas pétreas são matérias previstas na Constituição que não poderão ser alteradas por proposta de
emenda à constituição (PEC), que tenha por conteúdo restringir ou abolir o direito fundamental nela
prescrito. Nossa CF elenca como cláusulas pétreas:
CLÁUSULAS PÉTREAS
• a forma federativa de Estado
• o voto direto, secreto, universal e periódico
• a separação dos Poderes
• os direitos e garantias individuais
Para nós interessa o último item: os direitos e garantias individuais. O art. 16, da CF, disciplina uma garantia
fundamental de primeira dimensão, inserido no rol dos direitos políticos. Logo, a jurisprudência do STF
conclui que o princípio da anualidade, insculpido no art. 16, por representar expressão da segurança jurídica,
é garantia fundamental e cláusula pétrea (ADI nº 3.685).
Assim, são inconstitucionais, por violação ao art. 60, §4º, IV, da CF, propostas de emenda constitucional
que restrinjam ou pretendam abolir o princípio da anualidade eleitoral, previsto no art. 16, da CF.
Inicia-se o processo eleitoral com a escolha pelos partidos políticos dos seus pré-
candidatos. Deve-se entender por processo eleitoral os atos que se refletem, ou de alguma
forma se projetam no pleito eleitoral, abrangendo as coligações, convenções, registro de
candidatos, propaganda política eleitoral, votação, apuração e diplomação.
O conceito acima apresentado não pode ser confundido com o conceito de processo jurisdicional eleitoral.
Conforme o conceito que vimos acima, "processo eleitoral" remete à ideia sucessão, o desenvolvimento e
a evolução do fenômeno eleitoral em suas diversas fases . Já o processo jurisdicional eleitoral refere-se às
ações que são submetidas a julgamento perante as instâncias da Justiça Eleitoral. Temos várias ações
eleitorais, como a ação de impugnação de mandato eletivo - AIME - ou a ação de investigação judicial
eleitoral - AIJE. Todas essas espécies de ações relacionam-se com o processo jurisdicional eleitoral, no qual
há um conflito de interesse (lide).
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A discussão sobre a definição do que é “processo eleitoral” é relevante em razão da celeuma em torno do
art. 17, §1º, da CF.
O dispositivo será estudado em outra oportunidade, mas, em síntese, assegurou a liberdade de definição das
coligações, sem a necessidade de se observar a verticalização. Vale dizer, a coligação adotada para as eleições
presidenciais não será necessariamente seguida a nível estadual ou municipal, exceto se o estatuto do
partido estabelecer de forma diversa.
Antes de ser alterado pela Emenda Constitucional 97/2017, o art. 17, §1º, da CF foi alterado pela Emenda
Constitucional nº 52/2006. Nesta Emenda, a regra da desnecessidade de vinculação entre candidaturas
entraria em vigor imediatamente, aplicando-se às eleições de 2006, sem a necessidade de observar o
princípio da anualidade, uma vez que o entendimento do Poder Legislativo é no sentido de que a regra que
deixava de exigir a verticalização das coligações não trata de processo eleitoral propriamente.
Esse entendimento é seguido por parte da doutrina. Vejamos o posicionamento de Marcos Ramayana 15:
Tecnicamente, portanto, as regras das formações das coligações para uma determinada
eleição não fazem parte de uma fase do processo eleitoral em sentido restrito, pois, na
verdade, as coligações antecedem ao registro das candidaturas e são normas de
abrangência estatutária e partidária.
Contudo, não foi esse o entendimento do TSE, para quem o caráter nacional do dispositivo e a segurança
jurídica das relações entre eleitores, candidatos e partidos, com regras eleitorais previamente aprovadas,
são valores importantes e essenciais. Esse entendimento foi acompanhado pelo STF. 16
As alterações na legislação eleitoral não podem ser implementadas de forma abusiva ou casuística, como
instrumento de manipulação e de deformação do processo eleitoral. Desse modo, aos candidatos é
assegurado o direito de receber o necessário grau de segurança jurídica contra alterações legislativas das
regras inerentes às eleições.
Outra discussão importante que envolve o princípio da anualidade refere-se à aplicabilidade da Lei da Ficha
Limpa. A Lei Complementar nº 64/1990 – denominada de Lei de Inelegibilidade – foi alterada por intermédio
da Lei Complementar nº 135/2010, a Lei da Ficha Limpa.
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O diploma foi pulicado em 4/6/2010, data em que entrou em vigor. Na época, foi discutido se essa Lei seria
aplicada, ou não, às eleições de 2010. Se considerada lei alteradora do processo eleitoral, teria eficácia
apenas em 5/6/2011, logo, somente poderia ser aplicada às eleições de 2012.
A matéria foi, inicialmente, submetida à Consulta perante o TSE, o qual entendeu que a Lei da Ficha Limpa
seria aplicada às eleições de 2010. Entretanto, a matéria também foi submetida ao crivo do STF, que
entendeu o contrário. Segundo o STF, a Lei da Ficha Limpa promoveria uma reconfiguração do resultado
das eleições, implicando a perda de diplomas por candidatos já diplomados. Evidentemente, o que você
adotará na sua prova é o entendimento do STF, que hoje é acompanhado, inclusive, pelo TSE.
Desse importante julgado é possível extrair critérios estabelecidos pelo STF para aferir se a alteração
promovida na legislação eleitoral é referente ao processo eleitoral. Será considerada alteradora do processo
eleitoral a lei que promover:
Assim, numa situação prática, devemos analisar se estão presentes esses critérios para aferir se a lei eleitoral
implica alterações no processo eleitoral ou não.
Para finalizar a análise das especificidades que envolvem o princípio da anualidade eleitoral, é importante
trazer a discussão enfrentada pelo STF no RE nº 637.485/RJ.
A Justiça Eleitoral exerce papel fundamental na condução do processo eleitoral. Assim, os atos judiciais do
TSE possuem caráter normativo. Desse modo, alterações jurisprudenciais podem causar sérias repercussões
sobre os direitos eleitorais, afetando a segurança jurídica e a confiança que se deposita no Poder Judiciário
Eleitoral. Em razão disso, concluíram os Ministros que é razoável exigir das decisões do TSE, quando
implicarem alterações no processo eleitoral, a observância do princípio da anualidade para marcar a
eficácia da decisão.
Com isso, finalizamos o estudo do princípio da anualidade. Vocês devem ter notado que esse princípio
ocupou grande parte da nossa aula. Isso ocorreu porque se trata do princípio eleitoral mais importante
previsto na CF e porque afeta diretamente o deslinde do processo eleitoral. Em razão disso, as bancas de
concurso procuram exigir, com alguma profundidade, o conhecimento desse assunto.
O parágrafo único do art. 1º, da CF, estabelece que o nosso modelo democrático pode ser participativo ou
semidireto. Isso significa dizer que a participação do povo brasileiro nas decisões estatais poderá ocorrer
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Para a escolha dos representantes temos dois sistemas eleitorais: o majoritário e o proporcional. Esse
assunto será melhor explicitado na aula sobre a Lei das Eleições. Contudo, algumas questões de prova falam
em “princípio proporcional” e em “princípio majoritário”, o que justifica a análise, ainda que objetiva, nesta
aula.
No sistema eleitoral majoritário, será eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos. Essa
maioria pode ser:
a) simples ou relativa – será eleito aquele que obtiver o maior número de votos apurados.
O sistema majoritário simples é adotado, segundo nossa Constituição, para as eleições de Senador da
República e de Prefeito de município com menos de 200.000 eleitores.
b) absoluta – será eleito aquele que atingir mais de metade dos votos apurados, excluídos os votos
brancos e nulos.
Esse sistema privilegia a figura do candidato ao invés do partido político no qual está registrado.
O sistema eleitoral proporcional confere maior importância ao número de votos válidos do partido político.
Foi instituído por considerar que a representatividade da população ocorre com base na ideologia que
determinados partidos políticos representam.
Esse sistema é usado nas eleições de Deputado Federal, Deputado Estadual e Distrital e vereador.
Segundo o referido princípio, a ética deve prevalecer dentro do jogo político. Dessa forma, se o candidato
conseguir obter mandato mediante utilização de práticas ilícitas, antiéticas ou imorais o exercício do
mandato não será legítimo. Contudo, para que determinado candidato possa ser impedido de ocupar um
cargo político para o qual foi eleito por imoralidade, é necessário que tal conduta venha descrita em lei
complementar.
Por conta disso, a legislação estabelece uma série de consequências que a inobservância da moralidade
poderá implicar. Destaca-se, nesse contexto, a Lei Complementar nº 64/1990, especialmente após a edição
da Lei do Ficha Limpa, que é a Lei Complementar nº 135/2010.
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de governo. Essas regras dão origem ao Estado, que nada mais é do que um “contrato” aceito por um grupo
de pessoas de determinado território.
Para a criação/constituição do Estado brasileiro foi necessária a reunião do povo em nosso território que,
soberanamente, ou seja, sem qualquer interferência de qualquer outro país, estabeleceu a Constituição.
O governo soberano refere-se à titularidade do poder para comandar o Estado brasileiro. Ao governo,
compete regulamentar a vida em sociedade de acordo com os parâmetros definidos na Constituição.
Compete também executar as prescrições da CF e da legislação infraconstitucional, bem como julgar os
conflitos que surgirem no convívio social.
Internamente, a soberania refere-se ao poder conferido ao Estado Brasileiro sobre qualquer outro poder
existente na sociedade. O único poder institucionalizado, responsável por gerir o Brasil, são os poderes
constituídos pela Constituição Federal.
Além da soberania interna, nosso país é soberano internacionalmente, na medida em que nenhum outro
País, ou organização internacional, poderá sujeitar o Estado Brasileiro à força. O Brasil é independente e
autodeterminado em relação aos demais países.
Vamos avançar, na sequência, para algumas regras iniciais previstas na CF. Elas irão esclarecer que, embora
o poder seja conferido ao povo, o exercício poderá ser atribuído a terceiros, quando há, então, a escolha dos
nossos representantes.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o EXERCE por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
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Como vimos, o documento fundamental que estrutura o Estado Brasileiro é a Constituição, um documento
jurídico, que vincula os detentores do poder e os seus exercentes, ou seja, o povo e os representantes eleitos.
Todos estão sujeitos à lei.
Ao ratificar a submissão do Estado brasileiro à lei, prevê o art. 1º, caput, que o Brasil é um Estado
Democrático de Direito.
O Texto Constitucional define que o Brasil é um Estado de Direito, de modo que compete à lei exercer papel
fundamental, pois todas as pessoas que residem em nosso território estão submetidas ao ordenamento
jurídico brasileiro, composto pela Constituição e pela legislação infraconstitucional.
Ademais, segundo nossa Constituição, o Brasil é um Estado Democrático. Devemos prestar atenção nesse
conceito, porque ele é fundamental para o Direito Eleitoral. A democracia refere-se ao governo do povo,
que funda um regime político pautado na soberania popular, característico de uma sociedade livre, segundo
a qual cada pessoa tem o direito de participar livremente das decisões da sociedade.
O povo brasileiro é chamado a participar, com liberdade e igualdade, das decisões políticas tomadas pelo
Estado, como modo de exercer a soberania.
Portanto, a soberania materializa-se pela participação da sociedade nas decisões políticas, seja pelo
sufrágio universal - pelo voto direto, secreto, universal e periódico – seja pelo referendo, plebiscito e
iniciativa popular.
A EC 111/2021 trouxe uma nova forma de exercício da soberania popular de forma direta. As consultas
populares previstas no novo parágrafo 12 do art. 14 da CF serão realizadas no momento das eleições
municipais e versarão sobre assunto locais.
Art. 14 (...)
17 TENÓRIO, Rodrigo. Direito Eleitoral, coord. André Ramos Tavares, Rio de Janeiro: Editora Forense, 2014, p. 04.
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Portanto, a condução do Estado brasileiro ocorre por mecanismos diretos e indiretos de democracia. Ao
Direito Eleitoral, portanto, compete estudar esses mecanismos.
O exercício do poder político pelos representantes eleitos observa uma série de regras definidas na CF. Essas
regras distribuem o Poder Político em três poderes, com divisão funcional em esferas de competência.
A divisão do Poder Político em poderes envolve a compreensão da Teoria da Separação dos Poderes em
Poder Executivo, em Poder Legislativo e em Poder Judiciário.
Em regra, os países considerados democráticos possuem a divisão funcional do Poder Político. Isso não quer
dizer que, necessariamente, haverá também uma divisão geográfica do Poder Político. Melhor explicando:
os Estados unitários democráticos possuem divisão funcional de poderes, mas não possuem divisão
geográfica, ou seja, não são divididos em União, em Estados-Membros e em Municípios, tal como o Brasil. A
divisão geográfica de poderes, portanto, alinha-se ao pacto federativo, não à separação de poderes.
18 GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 9ª edição, São Paulo: Editora Atlas S/A, 2013, p. 44.
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Não iremos destrinchar todas as regras relativas à organização e à estruturação do Estado brasileiro. Não é
assunto de Direito Eleitoral. Contudo, uma breve compreensão dessa estruturação será fundamental para o
desenvolvimento da nossa matéria.
Em Direito Eleitoral, nós temos representantes eleitos para ocupar tanto o Poder Executivo como o Poder
Legislativo. Já os cargos do Poder Judiciário não são ocupados por intermédio do voto popular, mas pelo
ingresso via concurso público ou pela regra do quinto constitucional, aplicável aos Tribunais.
Além disso, os poderes Executivo e Legislativo desenham-se nas três esferas de competência, ou seja, na
União, nos Estados-membros e Distrito Federal e nos Municípios.
Não temos Poder Judiciário Municipal. A estrutura do Poder Judiciário brasileiro é alçada apenas
no âmbito federal e estadual.
A Justiça Eleitoral, embora estruturada nos Estados-membros e Distrito Federal, integra a esfera
federal de competências.
Longe de qualquer profundidade teórica, traçamos uma ideia geral da estruturação do nosso Estado, mas
que será fundamental para o desenvolvimento dos nossos estudos.
Para arrematar o estudo da organização e da estrutura do nosso Estado, resta analisar algumas regras gerais,
que disciplinam o funcionamento do Estado brasileiro.
Vamos fazer referência a um esquema tradicional de Direito Constitucional. Para nós, desse esquema
interessa as duas últimas linhas!
Deste modo, podemos afirmar que são princípios constitucionais eleitorais o princípio republicano e o
princípio democrático, que iremos estudar a seguir.
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A forma de governo determina como se atinge o poder e disciplina a relação entre aqueles que governam o
Estado e os governados. Desse modo, a forma de governo fixa a sistematização do exercício do poder e a
composição dos órgãos estatais.
A Monarquia caracteriza-se pela vitaliciedade e hereditariedade. Isso significa dizer que a pessoa do
governante permanecerá no governo durante toda a sua vida, não havendo processo eleitoral e, com a sua
morte, assumem o poder os sucessores.
Na República, o governo é do povo. A República pressupõe que as funções governamentais sejam exercidas
por cidadãos que foram eleitos pelo sufrágio universal, ou seja, escolhidos para exercerem tal função. Nesse
sentido, podemos afirmar que a República tem como premissa basilar o princípio da igualdade, uma vez
que não há possibilidade de adoção da sucessão hereditária para os cargos políticos, nem mesmo tratamento
diferenciado àqueles que pretendem chegar ao poder. Isso significa dizer que todas as pessoas podem
concorrer, em condições de igualdade, aos cargos políticos previstos em nossa Constituição.
Na República, o exercício do poder supremo é atribuído ao povo, que escolhe seus representantes para
“cuidar” da “coisa pública” (República).
A forma de Estado se refere à organização político-administrativa dos entes que compõem determinado
Estado. Como vimos, são quatro entes federativos: a União, os estados-membros, o distrito federal e os
municípios. Por isso, a forma do Estado brasileiro é a federativa.
Tradicionalmente, a forma adotada por determinado Estado pode ser federativa ou unitária.
O Estado unitário é caracterizado pela concentração de poder no governo central, o qual simplesmente
delega parcelas de prerrogativas aos demais entes, na extensão da sua vontade e pelo tempo que interessar.
Essa forma de Estado é marcada pela inexistência de autonomia para os demais entes governamentais, uma
vez que todo o poder é concentrado no governo central.
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O Brasil, como dissemos, adota a forma de estado federativa (cláusula pétrea - art. 60 §4º I da CF), isso
equivale dizer que, no nosso país, prevalece a descentralização de poder entre os entes políticos. Assim,
cada ente federado possui autonomia e uma esfera de competência própria, delimitada pela Constituição.
A autonomia dos entes federados se caracteriza, em especial, pela capacidade de autogoverno, sendo
garantida a competência orçamentária, administrativa, legislativa, financeira e, principalmente, tributária.
Podemos citar como outras características do federalismo a auto-organização que é aptidão de produção de
leis pelos entes federados, tendo em vista a possibilidade de os Estados, Distrito Federal e Municípios
legislarem, desde que sejam observados certos parâmetros constitucionais e o autogoverno, capacidade que
se concretiza com as eleições já que cada ente federado elege o chefe do seu Poder Executivo e os
integrantes do Poder Legislativo.
(ii) A igualdade dos entes federativos. Cada ente federativo possui esfera de competência
própria, sem distinções ou preferência entre os entes federativos.
(iii) A existência de uma Justiça específica para resolver os litígios entre os entes. No
Brasil, a Justiça Federal é a responsável por tal competência.
O sistema de governo adotado pelos Estados representa o modo como é conduzido o relacionamento entre
o Poder Executivo e o Poder Legislativo. Os dois sistemas de governo contrastantes são o parlamentarismo
e o presidencialismo. Já o sistema de governo adotado pelo Brasil é o presidencialismo.
O sistema parlamentarista possui uma maior aplicabilidade do sistema de freios e de contrapesos, tendo em
vista que a chefia de Estado e a chefia de Governo são exercidas por pessoas diferentes. Nesse sistema, a
chefia de Estado é ocupada pelo monarca ou pelo presidente, enquanto a chefia de governo fica a cargo do
primeiro ministro ou chanceler, escolhido pelo Poder Legislativo. É um sistema de chefia dual, todavia, o
poder que possui maior relevância é o Poder Legislativo, tendo em vista que cabe aos seus membros escolher
o Chefe de Governo.
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Assim, nesse sistema, existe uma clara separação entre quem faz as leis – Poder Legislativo – e quem tem
a obrigação de executá-las – Poder Executivo. O governo é independente do parlamento e a este cabe
fiscalizar o Executivo. Nesse sentido, as funções de chefe de governo e de chefe de estado se concentram
em uma única figura: o Presidente.
(i) A chefia de Estado e a chefia de Governo são ocupadas pela mesma pessoa.
O CHEFE DE ESTADO representa o país em relação aos outros países, ou seja, representa
o país internacionalmente. No Brasil, tanto a chefia de Estado como a chefia de governo
são exercidas pelo Presidente da República.
(iii) A chefia de governo é ocupada pelo candidato que, individualmente, alcançar o maior
número de votos. A Constituição determina que o Presidente será eleito se obtiver a
maioria absoluta dos votos válidos.
O regime de governo adotado no Brasil é o regime democrático, que permite, exatamente, a aplicação do
Direito Eleitoral. Na verdade, a Constituição Federal consagrou o Brasil como um Estado Democrático de
Direito, o que caracteriza, segundo Francisco Dirceu Barros19:
A participação popular nas decisões do governo eleito confere-lhe maior legitimidade, o que permite, pelo
menos em tese, a fiscalização do governo e a possibilidade de discussão na tomada de decisões.
Esse regime de governo pressupõe uma interação entre os entes governamentais e a sociedade. Tem como
princípio a participação popular e o respeito aos direitos fundamentais dos cidadãos.
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No Brasil, a democracia é exercida, em regra, de forma indireta, ou seja, o povo não toma as decisões
políticas direta e pessoalmente, uma vez que os representantes são eleitos pela sociedade para, em seu
nome e segundo os seus interesses, escolherem os caminhos que serão seguidos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa aula inaugural! Vimos uma pequena parte da matéria, a qual é, sobremaneira,
um assunto muito relevante para a compreensão da disciplina como um todo.
A pretensão desta aula é a de situá-los no mundo do Direito Eleitoral, a fim de que não tenham dificuldades
em assimilar os conteúdos relevantes que virão na sequência.
Além disso, procuramos demonstrar como será desenvolvido nosso trabalho ao longo do Curso.
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum do Curso,
por e-mail e, inclusive, pelo Facebook.
Ricardo Torques
[email protected]
@eleitoralparaconcurso
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QUESTÕES COMENTADAS
CESPE
1. (CESPE/MPE-PI - 2019) O princípio que sustenta a ideia de que o intérprete da norma deve manter a
aplicação da lei estritamente vinculada às limitações por ela impostas a candidatos e eleitores é o da
a) vedação da restrição de direitos políticos.
b) democracia partidária.
c) responsabilidade solidária.
d) periodicidade da investidura.
e) celeridade da justiça eleitoral.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois no Direito Eleitoral Brasileiro, se a norma não
restringir direitos políticos, não cabe ao intérprete fazê-lo. Esse princípio é fundamental, é norma de
aplicação geral. Podemos chamá-lo de in dubio pro candidato ou in dubio pro eleitor, ou seja, havendo
dúvida, deve sempre o juiz ou Tribunal priorizar a não restrição de direitos políticos.
2. (CESPE/TRE-BA - 2017) O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da
Câmara dos Deputados e do Senador Federal, os quais, por sua vez, são constituídos por
representantes dos estados e do Distrito Federa (DF). Para o Senado Federal, tais representantes são
eleitos segundo o
a) sistema proporcional, e cada estado e do DF elegem três candidatos, cada um deles com mandato de
quatro anos.
b) sistema proporcional, e cada candidato é eleitor com dois suplentes.
c) princípio majoritário, e cada estado e do DF elegem três candidatos, cada um deles com mandato de oito
anos.
d) sistema proporcional, e cada estado e o DF elegem dois candidatos, cada um deles com mandato de quatro
anos.
e) princípio majoritário, e cada candidato é eleito com um suplente.
Comentários
Os Senadores são eleitos pelo princípio majoritário simples, conforme descreve o art. 46, caput, da CF,
competindo a cada Estado e Distrito Federal eleger três senadores, com mandatos de oito anos, conforme o
§1º do art. 46 da CF. Além disso, prevê o §3º do referido dispositivo que cada senador será eleitor com dois
suplentes.
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3. (CESPE/TRE-BA - 2017) Atualmente, a votação e a totalização de votos são feitas por sistema eletrônico,
sendo possível a utilização do sistema convencional de votação por cédulas quando,
a) havendo falhas nas urnas eletrônicas, o TRE do estado ou do Distrito Federal assim determinar, com
fundamento no princípio da segurança do processo eleitoral.
b) mesmo sem haver falhas nas urnas eletrônicas, o TSE assim determinar, no exercício do seu poder
discricionário.
c) havendo falha nas urnas eletrônicas, o TSE assim determinar, após verificar a impossibilidade de utilização
das urnas de contingência.
d) mesmo sem haver falhas nas urnas eletrônicas, o TRE assim determinar, com fundamento no princípio da
celeridade do processo eleitoral.
e) havendo falha nas urnas eletrônicas, o STF assim determinar, por meio de decisão proferida pelo seu
plenário.
Comentários
De acordo com o art. 59 da Lei 9.504/1997, será de competência do TSE autorizar, em caráter excepcional, a
utilização de cédulas para a votação manual.
Por outro lado, a alternativa B não pode ser considerada, pois a utilização de cédulas é excepcional, e não
segundo decisão arbitrária do TSE.
Apenas para registrar, a Resolução TSE 23.399/2013 disciplina a utilização das urnas de contingência como
segunda tentativa antes da votação manual.
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b) I e III
c) II e IV
d) I, III e IV
e) II, III e IV
Comentários
O item I está incorreto, pois de acordo com o art. 22, I, da CF, a competência legislativa em matéria eleitoral
é privativa da União. Além disso, não existe competência privativa para os Estados prevista na CF. A
competência dos Estados é concorrente ou residual.
O item III está incorreto, pois o art. 62, §1º, I, a, da CF, veda a utilização da medida provisória eleitoral.
5. (CESPE/TRE-BA - 2017) Determinada lei, publicada seis meses antes da data da realização de eleições
estaduais, criou hipóteses de inelegibilidade para dificultar abuso do poder econômico.
Assinale a opção correta a respeito da classificação da referida lei e de sua vigência e aplicação.
a) Tal lei deve ser ordinária estadual e não se aplicará às referidas eleições.
b) Tal lei deve ser ordinária distrital, e vigerá e se aplicará a partir da data da sua publicação.
c) Tal lei deve ser ordinária federal, e se aplicará a partir da dará de sua publicação.
d) Tal lei deve ser complementar, e vigerá e se aplicará a partir da data da sua aplicação.
e) Tal lei deve ser complementar e não se aplicará às referidas eleições.
Comentários
Nessa questão cobrou-se o respeito ao princípio da anualidade, tal como descrito no art. 16 da CF e a
exigência de que hipóteses de inelegibilidade seja disciplinada por intermédio de lei complementar,
conforme o art. 14, §9º, da CF.
É daí que extraímos que: (i) a lei, no caso, deve ser complementar (excluídas as alternativas A, B e C); e (ii) a
lei não se aplicará às referidas eleições, uma vez que foi publicada seis meses antes do pleito e o prazo do
art. 16 é de um ano (excluída a alternativa D).
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b) não repercute sobre decisões do TSE em casos concretos decididos durante o processo eleitoral e que
venham a alterar a jurisprudência consolidada.
c) estabelece período de vacatio legis para a entrada em vigor das leis eleitorais.
d) tem aplicabilidade imediata e eficácia contida conforme a data do processo eleitoral.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O princípio da anualidade será aplicado às resoluções
do TSE caso versem sobre matéria que venha a alterar o processo eleitoral. Caso contrário, vamos seguir a
regra do § 3º do art. 105 da Lei nº 9.504/97, segundo a qual “serão aplicáveis ao pleito eleitoral
imediatamente seguinte apenas as resoluções publicadas até 5/3 do ano eleitoral”.
A alternativa B está incorreta. As decisões do TSE que, no curso do pleito eleitoral, implicarem mudança de
jurisprudência, não têm aplicabilidade imediata ao caso concreto e somente terão eficácia sobre outros casos
no pleito eleitoral posterior, caso alterem o processo eleitoral.
A alternativa C está incorreta. Não estamos, aqui, diante de uma hipótese de vacatio legis, pois a lei entre
em vigor na data da sua publicação (art. 16, da CF). O que ocorre é uma suspensão da eficácia da lei, por, no
mínimo, um ano.
A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 16, da CF, a lei que alterar o processo eleitoral entrará
em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência,
logo não haverá aplicabilidade imediata.
7. (CESPE/TJ-DFT - 2016) Com relação a princípios e garantias do direito eleitoral, dos sistemas eleitorais,
dos partidos políticos e dos direitos políticos, assinale a opção correta.
a) O princípio da anualidade não é uma cláusula pétrea e pode ser suprimido por EC.
b) A Cidadania e o Pluralismo Político são objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
c) O pluralismo político é expressão sinônima de diversidade partidária.
d) São garantias que regem a disciplina dos partidos políticos: a liberdade partidária externa, a liberdade
partidária interna, a subvenção pública e a intervenção estatal mínima.
e) O sistema majoritário brasileiro é unívoco.
Comentários
A alternativa A está incorreta. O Supremo Tribunal Federal entendeu que tal princípio é cláusula pétrea,
razão pela qual não pode ser suprimido por emenda constitucional.
A alternativa B está incorreta. A cidadania e o pluralismo político são fundamentos da República Federativa
do Brasil, conforme o art. 1º, II e V, da CF. Os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil estão
previstos no art. 3º, da CF.
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A alternativa C está incorreta. Pluralismo político envolve a garantia da existência de várias opiniões e ideias,
respeitando-se cada uma delas. Como base no Estado democrático de direito, o pluralismo político aponta o
reconhecimento de que a sociedade é formada por vários grupos, portanto, é composta pela multiplicidade
de vários centros de poder em diferentes setores.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme se extrai da leitura do caput e §§ 1º e 3º,
do art. 17, da CF.
A alternativa E está incorreta. O sistema majoritário brasileiro não é unívoco, pois tem duas espécies:
Sistema Majoritário Simples e Sistema Majoritário Absoluto.
Comentários
A assertiva está incorreta. A competência para legislar sobre matéria eleitoral é privativa da União, conforme
o art. 22, I, da CF.
Comentários
A assertiva está correta. É exatamente isso que traz o art. 62, §1º, “a”, da CF.
Lembre-se de que:
10. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Acerca dos princípios da anualidade eleitoral previsto no art. 16, da
CF, julgue o item seguinte.
O princípio da anualidade eleitoral sempre fez a diferenciação entre vigência e aplicabilidade da norma,
mesmo antes da emenda constitucional nº 04/93.
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Comentários
A assertiva está incorreta, pois, a diferenciação entre vigência e aplicabilidade ocorreu somente após 1993.
Para não restar qualquer confusão quanto à matéria, vejamos o quadro abaixo:
PRINCÍPIO DA
ANUALIDADE
eficácia da lei
vigência da lei vigência imediata da
eleitoral apenas após
eleitoral após 01 ano lei eleitoral
01 ano de vigência
11. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Acerca dos princípios do direito eleitoral, julgue os itens a seguir.
Entre os princípios norteadores do direito eleitoral brasileiro incluem-se o princípio da igualdade, o princípio
do devido processo legal, o princípio da publicidade e o princípio da preclusão ou da eventualidade.
Comentários
A assertiva está correta. Embora não tenhamos visto todos os princípios expressamente em aula, vamos,
aqui, trazer o conceito de cada um deles para que possamos alargar nosso conhecimento.
PRINCÍPIO DA Refere-se ao tratamento igual das partes no processo eleitoral, sem quaisquer
IGUALDADE formas de privilégios.
PRINCÍPIO DO
Processo orientado segundo as regras de seu tempo, observando a regular
DEVIDO PROCESSO
produção de provas e a observância das regras processuais.
LEGAL
PRINCÍPIO DA
Regra pela qual determina-se que os atos processuais são, em regra, públicos.
PUBLICIDADE
Instrumento processual que implica a perda de uma situação jurídica processual
PRINCÍPIO DA
ativa em decorrência do tempo, pelo exercício do direito, da prática de um ato
PRECLUSÃO
processual incompatível ou em face da prática de um ato ilícito.
12. (CESPE/TRE-MT - 2005) No Brasil, o Poder Judiciário conta com uma estrutura autônoma, um ramo
especializado, destinado a dizer o direito nas lides eleitorais. Cabe à justiça eleitoral julgar os processos
eleitorais e também organizar a eleição, do ponto de vista administrativo. Nesse sentido, a
Constituição Federal e o Código Eleitoral estatuem os critérios para a organização da justiça eleitoral e
a definição de sua competência.
A esse respeito, julgue.
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Um dos princípios previstos na Constituição e que se aplicam ao direito eleitoral é o princípio da motivação
das decisões judiciais.
Comentários
Está correta a assertiva. Assim prevê o art. 93, IX, da CF. O dispositivo citado consagra o princípio da
motivação das decisões judiciais. Embora não tenhamos referido esse princípio em aula, é natural que
concluamos que o princípio da motivação – típico do Direito Processual – seja aplicado às decisões eleitorais.
13. (CESPE/TJ-DF - 2014) No que diz respeito aos princípios do direito eleitoral, julgue o item subsecutivo.
O termo poliarquia é usado tanto para designar uma democracia representativa moderna como para
distinguir esse tipo de regime daqueles não democráticos.
Comentários
A assertiva está correta. As poliarquias são regimes nos quais ocorre acentuada disputa pelo poder, o que
acarreta a ampla participação política. Em vista disso, as poliarquias são comumente associadas à ideia de
democracia moderna.
14. (CESPE/TJ-DF - 2014) Assinale a opção correta no que diz respeito aos princípios do direito eleitoral.
A democracia direta é caracterizada pelo voto de igual valor de todos os eleitores e pela provisoriedade da
ocupação de mandatos de representação.
Comentários
A assertiva está incorreta, tendo em vista que apresenta o conceito de democracia indireta. A democracia
direta é baseada em um sistema no qual os cidadãos discutem sobre as principais questões de seu interesse
– e votam diretamente nelas -, ou seja, participam de forma direta da tomada de decisão.
No Brasil, como vimos em aula, nós temos um modelo misto. Apesar de a democracia, aqui, ser praticada,
prioritariamente, de forma indireta (ou seja, por meio do voto em representantes), há também mecanismos
de democracia direta previstos na Constituição (ex.: art. 1º, parágrafo único, e art. 14) e em Leis (ex.: Lei n.
9.709/98). São exemplos desses mecanismos: (i) o plebiscito; (ii) o referendo; (iii) a iniciativa popular; e (iv)
a ação popular (para parte da doutrina); e (V) a nova consulta popular prevista no §12 do Art. 14 da CF.
15. (CESPE/TJ-DF - 2014) Assinale a opção correta no que diz respeito aos princípios do direito eleitoral.
O sufrágio universal e o voto direto e secreto são as formas de exercício da soberania popular estabelecidas
no texto constitucional, mas podem ser abolidos a qualquer tempo por deliberação dos senadores.
Comentários
A assertiva está incorreta. Apesar de o sufrágio universal e do voto serem formas de exercício da soberania
popular (art. 14, caput, da CF), conforme se afirma, eles são cláusulas pétreas e não podem ser abolidos do
texto constitucional, conforme determina o art. 60, da CF:
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DIRETO
SECRETO
segundo a CF é CLÁUSULA PÉTREA,
VOTO com as seguintes características
UNIVERSAL
PERIÓDICO
16. (CESPE/TRE-RS - 2015) A respeito do sistema eleitoral brasileiro, assinale a opção correta.
a) O princípio da moralidade eleitoral exige dos candidatos a prestação de contas uniforme, sem previsão de
prestação simplificada, independentemente do valor movimentado em seu processo eleitoral.
b) O voto e o alistamento eleitoral são obrigatórios a todo cidadão brasileiro alfabetizado, em pleno gozo de
saúde física e mental, que se encontre em seu domicílio eleitoral.
c) As eleições presidenciais fundamentam-se no princípio da isonomia da concorrência, não diferenciando o
peso dos votos dos eleitores brasileiros.
d) Adotam-se no Brasil o caráter sigiloso (secreto) do voto, o pluripartidarismo e o sufrágio restrito e
diferenciado.
e) partido político detém autonomia para definir em que município será instalada sua sede, sua estrutura
interna, sua organização, seu funcionamento e demais cláusulas.
Comentários
Nessa questão, foram abordados diversos assuntos que ainda não estudamos, contudo, a alternativa correta
trata de princípios de direito eleitoral.
A alternativa A está incorreta, pois a justiça eleitoral adota o sistema simplificado de prestação de contas,
conforme art. 28, da Lei nº 9.504/1997. A questão inicia falando do princípio da moralidade, mas cobra
legislação expressa.
A alternativa B está incorreta e cobra um assunto de direito constitucional eleitoral. A CF fala que o voto é
obrigatório aos maiores de 18 anos e facultativo aos analfabetos, aos maiores de 70 anos e aos maiores de
16 anos e menores de 18 anos.
A alternativa E está incorreta, uma vez que o partido político deve ter sede na Capital federal por expresso
comando constitucional.
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17. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Assinale o princípio que não é aplicável ao Direito Eleitoral.
a) princípio da igualdade.
b) princípio do devido processo legal.
c) princípio do duplo grau de jurisdição necessário.
d) princípio da preclusão.
e) princípio da imparcialidade
Comentários
A alternativa que não representa um princípio aplicável é a alternativa C. Ao contrário do que se afirma, o
princípio aplicável ao Direito Eleitoral é o da irrecorribilidade restrita das decisões (ou o da jurisdição eleitoral
exauriente), que veremos com mais detalhes na aula sobre recursos. Todos os demais princípios citados são
plenamente aplicáveis ao Direito Eleitoral.
18. (CESPE/TRE-TO - 2017) Determinado deputado estadual apresentou projeto de lei com o objetivo de
estabelecer regras relativas ao domicílio eleitoral nas eleições par governador a serem realizadas no
próximo ano. Após o respectivo processo legislativo, a lei foi devidamente promulgada pelo chefe do
Poder Executivo estadual. De acordo com as normas da CF, a referida lei deve ser considerada
a) constitucional, pois é da competência comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios
organizar as respectivas eleições.
b) constitucional, pois compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre
direito eleitoral.
c) inconstitucional, pois as leis relativas a direito eleitoral são de iniciativa privativa do chefe do Poder
Executivo.
d) constitucional, pois observou o princípio da anterioridade eleitoral.
e) inconstitucional, pois compete privativamente à União legislar sobre direito eleitoral.
Comentários
De acordo com o art. 22, I, da CF/88, a referida lei deve ser considerada inconstitucional, visto que compete
privativamente à União legislar sobre direito eleitoral.
Além disso, nada se fala na CF sobre essa iniciativa do chefe do Poder Executivo.
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Outras Bancas
19. (FUNIVERSA/UEG - 2015) Levando em conta a diferença doutrinária entre formas de Estado, formas de
governo e regimes de governo, assinale a alternativa que corresponde à forma de governo adotada na
Constituição Federal de 1988 (CF).
a) Federação.
b) Parlamentarismo.
c) República.
d) Presidencialismo.
e) Confederação.
Comentários
Portanto, a alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois a forma de governo adotada no Brasil
é a República.
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dos sistemas. No presidencialismo, qual é o método de seleção do presidente e como se formam, entre
si, os Poderes Executivo e Legislativo?
a) O presidente é escolhido por eleição direta e os Poderes são formados de maneira independente.
b) O presidente é escolhido por deputados e senadores eleitos diretamente e a formação de um Poder ocorre
em dependência da do outro.
c) O presidente é escolhido por eleição direta, mas seu mandato deve ser ratificado pelo Congresso Nacional
e os Poderes são formados de maneira interdependente.
d) O presidente é escolhido pelo Congresso e a formação dos Poderes ocorre em mútua dependência.
Comentários
PRESIDENCIALISMO
Assim, ao contrário do sistema de governo parlamentarista, cujo Chefe de Governo (Presidente ou Primeiro
Ministro) é escolhido pelo Parlamento, no Presidencialismo, o Chefe de Governo será escolhido por eleições
diretas.
Para não haver interferência do Poder Legislativo na escolha dos representantes do Poder Executivo, os
poderes Executivo e Legislativo são formados de forma independente.
21. (IBFC/TRE-AM - 2014) Acerca da organização e estrutura do Estado, assinale a alternativa CORRETA:
a) O Brasil adotou como sistema de governo a República, o presidencialismo como forma de governo e a
Federação como forma de Estado
b) O Brasil adotou como forma de governo a Monarquia, o parlamentarismo como sistema de governo e a
Federação como forma de Estado.
c) O Brasil adotou como forma de Estado a República, o presidencialismo como forma de governo e a
Federação como forma de governo.
d) O Brasil adotou como forma de governo a República, o presidencialismo como sistema de governo e a
Federação como forma de Estado.
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Comentários
Lembre-se de que:
22. (UEG/PC-GO - 2013) No parlamentarismo, as funções de chefe de estado e de chefe de governo são
exercidas por autoridades distintas, como ocorre quando o rei ou o presidente da república exercem a
função de chefe de estado e um gabinete, chefiado pelo primeiro ministro, exerce a função de chefe
de governo. No Brasil, em razão do regime presidencialista, a chefia de governo é exercida
a) pelo presidente da república e diz respeito à representação do Estado brasileiro nas relações
internacionais.
b) pelo Congresso Nacional, chefiado por seu presidente, e diz respeito às ações de realização dos objetivos
governamentais.
c) pelo presidente do Supremo Tribunal Federal e é concernente à nomeação para cargos que não tenham
caráter político.
d) pelo presidente da república e diz respeito à tomada de decisões e ações nos setores da realidade
brasileira.
Comentários
No presidencialismo, a chefia de Estado e a chefia de Governo são ocupadas pela mesma pessoa, o
Presidente.
23. (CS/UFG - 2015) Ao julgar o Recurso Extraordinário Eleitoral n. 633.703, em 23 de março de 2011, o
Supremo Tribunal Federal entendeu que a Lei Complementar n. 135/2010 (Lei da Ficha Limpa) não
deveria ser aplicada às eleições de 2010 por desrespeitar o art. 16 da Constituição Federal de 1988.
Considerando o princípio da anualidade,
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Comentários
Essa é uma questão sobre o princípio da anualidade. Trata-se do princípio mais importante e recorrente em
provas do Direito Eleitoral. Tal princípio vem expresso no art. 16, da CF.
Assim, a lei que tenha como objetivo alterar o processo eleitoral não possui vacatio legis. Mas do que se
trata essa expressão? A vacatio legis é o lapso temporal entre a publicação da lei e sua entrada em vigor. É
um prazo concedido para que todos tomem conhecimento da lei antes de seu cumprimento obrigatório. O
artigo 16 da CF afirma expressamente o vigor na data da sua publicação excluindo a necessidade de vacatio
legis.
De acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil, a LINDB, quando a lei não mencionar o início da sua
vigência, a lei passará a vigorar depois de 45 dias de sua publicação.
Note que essa questão está tecnicamente correta, tal como estudado ao longo do conteúdo teórico.
A alternativa A está incorreta, pois, como já vimos acima (ADI n. 3365), mesmo emendas à constituição
devem observar o princípio da anualidade, que é uma cláusula pétrea.
A alternativa C está incorreta, pois, segundo o art. 16, da CF, essas leis entram em vigor na data das suas
publicações, e não um ano após elas.
24. (PONTUA/TRE-SC - 2011) O Supremo Tribunal Federal decidiu em julgamento recente sobre a Lei
“Ficha Limpa”:
a) A sua inconstitucionalidade por afronta ao primado constitucional do Estado de Inocência.
b) Que a sua aplicação deve respeitar o princípio da anterioridade/anualidade previsto no artigo 16, da CF.
c) Que a lei que torna mais gravosa a situação dos candidatos só pode viger para fatos ocorridos após a sua
publicação.
d) Que as causas de inelegibilidade geram efeitos um ano após o trânsito em julgado da condenação.
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Comentários
Trata-se de mais uma questão que menciona a Lei da Ficha Limpa, promulgada em 2010, e sua não aplicação
devido ao princípio da anualidade eleitoral.
Se a lei alterar o processo eleitoral, deverá observar o princípio da anualidade, de modo que,
embora entre em vigor na data da publicação, somente será aplicável às eleições que ocorrerem um
ano após a vigência.
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LISTA DE QUESTÕES
CESPE
1. (CESPE/MPE-PI - 2019) O princípio que sustenta a ideia de que o intérprete da norma deve manter a
aplicação da lei estritamente vinculada às limitações por ela impostas a candidatos e eleitores é o da
a) vedação da restrição de direitos políticos.
b) democracia partidária.
c) responsabilidade solidária.
d) periodicidade da investidura.
e) celeridade da justiça eleitoral.
2. (CESPE/TRE-BA - 2017) O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da
Câmara dos Deputados e do Senador Federal, os quais, por sua vez, são constituídos por
representantes dos estados e do Distrito Federa (DF). Para o Senado Federal, tais representantes são
eleitos segundo o
a) sistema proporcional, e cada estado e do DF elegem três candidatos, cada um deles com mandato de
quatro anos.
b) sistema proporcional, e cada candidato é eleitor com dois suplentes.
c) princípio majoritário, e cada estado e do DF elegem três candidatos, cada um deles com mandato de oito
anos.
d) sistema proporcional, e cada estado e o DF elegem dois candidatos, cada um deles com mandato de quatro
anos.
e) princípio majoritário, e cada candidato é eleito com um suplente.
3. (CESPE/TRE-BA - 2017) Atualmente, a votação e a totalização de votos são feitas por sistema
eletrônico, sendo possível a utilização do sistema convencional de votação por cédulas quando,
a) havendo falhas nas urnas eletrônicas, o TRE do estado ou do Distrito Federal assim determinar, com
fundamento no princípio da segurança do processo eleitoral.
b) mesmo sem haver falhas nas urnas eletrônicas, o TSE assim determinar, no exercício do seu poder
discricionário.
c) havendo falha nas urnas eletrônicas, o TSE assim determinar, após verificar a impossibilidade de utilização
das urnas de contingência.
d) mesmo sem haver falhas nas urnas eletrônicas, o TRE assim determinar, com fundamento no princípio da
celeridade do processo eleitoral.
e) havendo falha nas urnas eletrônicas, o STF assim determinar, por meio de decisão proferida pelo seu
plenário.
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5. (CESPE/TRE-BA - 2017) Determinada lei, publicada seis meses antes da data da realização de eleições
estaduais, criou hipóteses de inelegibilidade para dificultar abuso do poder econômico.
Assinale a opção correta a respeito da classificação da referida lei e de sua vigência e aplicação.
a) Tal lei deve ser ordinária estadual e não se aplicará às referidas eleições.
b) Tal lei deve ser ordinária distrital, e vigerá e se aplicará a partir da data da sua publicação.
c) Tal lei deve ser ordinária federal, e se aplicará a partir da dará de sua publicação.
d) Tal lei deve ser complementar, e vigerá e se aplicará a partir da data da sua aplicação.
e) Tal lei deve ser complementar e não se aplicará às referidas eleições.
7. (CESPE/TJ-DFT - 2016) Com relação a princípios e garantias do direito eleitoral, dos sistemas eleitorais,
dos partidos políticos e dos direitos políticos, assinale a opção correta.
a) O princípio da anualidade não é uma cláusula pétrea e pode ser suprimido por EC.
b) A Cidadania e o Pluralismo Político são objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil.
c) O pluralismo político é expressão sinônima de diversidade partidária.
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d) São garantias que regem a disciplina dos partidos políticos: a liberdade partidária externa, a liberdade
partidária interna, a subvenção pública e a intervenção estatal mínima.
e) O sistema majoritário brasileiro é unívoco.
10. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Acerca dos princípios da anualidade eleitoral previsto no art. 16, da
CF, julgue o item seguinte.
O princípio da anualidade eleitoral sempre fez a diferenciação entre vigência e aplicabilidade da norma,
mesmo antes da emenda constitucional nº 04/93.
11. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Acerca dos princípios do direito eleitoral, julgue os itens a seguir.
Entre os princípios norteadores do direito eleitoral brasileiro incluem-se o princípio da igualdade, o princípio
do devido processo legal, o princípio da publicidade e o princípio da preclusão ou da eventualidade.
12. (CESPE/TRE-MT - 2005) No Brasil, o Poder Judiciário conta com uma estrutura autônoma, um ramo
especializado, destinado a dizer o direito nas lides eleitorais. Cabe à justiça eleitoral julgar os processos
eleitorais e também organizar a eleição, do ponto de vista administrativo. Nesse sentido, a
Constituição Federal e o Código Eleitoral estatuem os critérios para a organização da justiça eleitoral e
a definição de sua competência.
A esse respeito, julgue.
Um dos princípios previstos na Constituição e que se aplicam ao direito eleitoral é o princípio da motivação
das decisões judiciais.
13. (CESPE/TJ-DF - 2014) No que diz respeito aos princípios do direito eleitoral, julgue o item subsecutivo.
O termo poliarquia é usado tanto para designar uma democracia representativa moderna como para
distinguir esse tipo de regime daqueles não democráticos.
14. (CESPE/TJ-DF - 2014) Assinale a opção correta no que diz respeito aos princípios do direito eleitoral.
A democracia direta é caracterizada pelo voto de igual valor de todos os eleitores e pela provisoriedade da
ocupação de mandatos de representação.
15. (CESPE/TJ-DF - 2014) Assinale a opção correta no que diz respeito aos princípios do direito eleitoral.
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O sufrágio universal e o voto direto e secreto são as formas de exercício da soberania popular estabelecidas
no texto constitucional, mas podem ser abolidos a qualquer tempo por deliberação dos senadores.
16. (CESPE/TRE-RS - 2015) A respeito do sistema eleitoral brasileiro, assinale a opção correta.
a) O princípio da moralidade eleitoral exige dos candidatos a prestação de contas uniforme, sem previsão de
prestação simplificada, independentemente do valor movimentado em seu processo eleitoral.
b) O voto e o alistamento eleitoral são obrigatórios a todo cidadão brasileiro alfabetizado, em pleno gozo de
saúde física e mental, que se encontre em seu domicílio eleitoral.
c) As eleições presidenciais fundamentam-se no princípio da isonomia da concorrência, não diferenciando o
peso dos votos dos eleitores brasileiros.
d) Adotam-se no Brasil o caráter sigiloso (secreto) do voto, o pluripartidarismo e o sufrágio restrito e
diferenciado.
e) partido político detém autonomia para definir em que município será instalada sua sede, sua estrutura
interna, sua organização, seu funcionamento e demais cláusulas.
17. (CESPE/Câm. Deputados - 2014) Assinale o princípio que não é aplicável ao Direito Eleitoral.
a) princípio da igualdade.
b) princípio do devido processo legal.
c) princípio do duplo grau de jurisdição necessário.
d) princípio da preclusão.
e) princípio da imparcialidade
18. (CESPE/TRE-TO - 2017) Determinado deputado estadual apresentou projeto de lei com o objetivo de
estabelecer regras relativas ao domicílio eleitoral nas eleições par governador a serem realizadas no
próximo ano. Após o respectivo processo legislativo, a lei foi devidamente promulgada pelo chefe do
Poder Executivo estadual. De acordo com as normas da CF, a referida lei deve ser considerada
a) constitucional, pois é da competência comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios
organizar as respectivas eleições.
b) constitucional, pois compete à União, aos estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre
direito eleitoral.
c) inconstitucional, pois as leis relativas a direito eleitoral são de iniciativa privativa do chefe do Poder
Executivo.
d) constitucional, pois observou o princípio da anterioridade eleitoral.
e) inconstitucional, pois compete privativamente à União legislar sobre direito eleitoral.
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19. (FUNIVERSA/UEG - 2015) Levando em conta a diferença doutrinária entre formas de Estado, formas de
governo e regimes de governo, assinale a alternativa que corresponde à forma de governo adotada na
Constituição Federal de 1988 (CF).
a) Federação.
b) Parlamentarismo.
c) República.
d) Presidencialismo.
e) Confederação.
21. (IBFC/TRE-AM - 2014) Acerca da organização e estrutura do Estado, assinale a alternativa CORRETA:
a) O Brasil adotou como sistema de governo a República, o presidencialismo como forma de governo e a
Federação como forma de Estado
b) O Brasil adotou como forma de governo a Monarquia, o parlamentarismo como sistema de governo e a
Federação como forma de Estado.
c) O Brasil adotou como forma de Estado a República, o presidencialismo como forma de governo e a
Federação como forma de governo.
d) O Brasil adotou como forma de governo a República, o presidencialismo como sistema de governo e a
Federação como forma de Estado.
22. (UEG/PC-GO - 2013) No parlamentarismo, as funções de chefe de estado e de chefe de governo são
exercidas por autoridades distintas, como ocorre quando o rei ou o presidente da república exercem a
função de chefe de estado e um gabinete, chefiado pelo primeiro ministro, exerce a função de chefe
de governo. No Brasil, em razão do regime presidencialista, a chefia de governo é exercida
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a) pelo presidente da república e diz respeito à representação do Estado brasileiro nas relações
internacionais.
b) pelo Congresso Nacional, chefiado por seu presidente, e diz respeito às ações de realização dos objetivos
governamentais.
c) pelo presidente do Supremo Tribunal Federal e é concernente à nomeação para cargos que não tenham
caráter político.
d) pelo presidente da república e diz respeito à tomada de decisões e ações nos setores da realidade
brasileira.
23. (CS/UFG - 2015) Ao julgar o Recurso Extraordinário Eleitoral n. 633.703, em 23 de março de 2011, o
Supremo Tribunal Federal entendeu que a Lei Complementar n. 135/2010 (Lei da Ficha Limpa) não
deveria ser aplicada às eleições de 2010 por desrespeitar o art. 16 da Constituição Federal de 1988.
Considerando o princípio da anualidade,
a) a emenda constitucional que altera o processo eleitoral possui aplicação imediata.
b) a lei que altera o processo eleitoral, assim que publicada, ingressa imediatamente no ordenamento
jurídico pátrio, inocorrendo a vacatio legis.
c) a lei que altera o processo eleitoral entra em vigor um ano após sua publicação, não tendo efeito no
período da vacatio legis.
d) a incidência da anualidade em relação à lei que altere o processo eleitoral dependerá de ponderação no
caso concreto, por tratar-se de um princípio.
24. (PONTUA/TRE-SC - 2011) O Supremo Tribunal Federal decidiu em julgamento recente sobre a Lei “Ficha
Limpa”:
a) A sua inconstitucionalidade por afronta ao primado constitucional do Estado de Inocência.
b) Que a sua aplicação deve respeitar o princípio da anterioridade/anualidade previsto no artigo 16, da CF.
c) Que a lei que torna mais gravosa a situação dos candidatos só pode viger para fatos ocorridos após a sua
publicação.
d) Que as causas de inelegibilidade geram efeitos um ano após o trânsito em julgado da condenação.
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GABARITO
1. A
2. C
3. C
4. C
5. E
6. A
7. D
8. INCORRETA
9. CORRETA
10. INCORRETA
11. CORRETA
12. CORRETA
13. CORRETA
14. INCORRETA
15. INCORRETA
16. C
17. C
18. E
19. C
20. A
21. D
22. D
23. B
24. B
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