Projetocastelo

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PROJETO CASTELOS
Público-alvo: Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses)

RELEVÂNCIA:
O tema permeia o imaginário infantil e propicia às crianças o conhecimento de diferentes realidades de
vida, usos e costumes.

Além disso, o assunto permite explorar bastante o faz de conta, o brincar de imaginar...

Brincar é uma realidade cotidiana na vida das crianças, e para que elas brinquem é suficiente que não sejam
impedidas de exercitar sua imaginação. A imaginação é um instrumento que permite às crianças relacio-
nar seus interesses e suas necessidades com a realidade de um mundo que pouco conhecem; é o meio que
possuem para interagir com o universo dos adultos, universo que já existia quando elas nasceram e que só
aos poucos elas poderão compreender.

A brincadeira expressa a forma como uma criança reflete, ordena, desorganiza, destrói e reconstrói o mun-
do a sua maneira. É, também, um espaço onde a criança pode expressar, de modo simbólico, suas fantasias,
seus desejos, medos, sentimentos agressivos e os conhecimentos que vai construindo a partir das experi-
ências que vivem.

A capacidade de brincar abre para a criança um espaço de decifração dos "enigmas" que a rodeiam. A
brincadeira é, para ela, um espaço de investigação e construção de conhecimentos sobre si mesma e sobre
o mundo.

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PROPOSTAS DE APRENDIZAGEM
1)- CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: “O EU, O OUTRO E O NÓS”

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO:


(EI03EO04) Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.
(EI03EO06) Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.

DESPERTAR O INTERESSE

Em uma roda de conversas apresente às crianças fotos e imagens de castelos e pergunte se sabem o que é.
Ouça atentamente as crianças, incentivando a fala de todas.

Em seguida, pergunte se conhecem alguém que mora em um castelo. Provavelmente, surgirão nomes de
personagens de histórias clássicas, de filmes e de livros.

Por fim, estimule o grupo a querer saber mais e liste as suas principais dúvidas.

Dentre as dúvidas, podem surgir as seguintes:

• O que são castelos?


• Quem vive nos castelos?
• Todos os castelos são reais?
• Ainda existem castelos?
• Aqui no Brasil existem castelos?
• Andando pelas ruas de nossa cidade vemos algum
castelo?
• Quem já viu um castelo? Onde?
• Como se vira rei e rainha?
• Será que todas as pessoas podem ser reis e rainhas?
• O que tem dentro dos castelos?
• Existem reis e rainhas de verdade ou só nas histórias?
• Como se constrói um castelo?
• O rei e a rainha trabalham?

Questione os alunos de várias formas, crie um ambiente


lúdico e interessante para fluir a conversa.

• Vocês gostariam de conhecer um castelo? Por quê?


• O que vocês fariam se fossem convidados para uma grande festa em um castelo?

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2) CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: “ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO:

(EI03EF03) Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações e tentando identificar
palavras conhecidas.
(EI03EF04) Recontar histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros de vídeos e de encenações, defi-
nindo os contextos, os personagens, a estrutura da história.
(EI03EF05) Recontar histórias ouvidas para produção de reconto escrito, tendo o professor como escriba.
(EI03EF07) Levantar hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em portadores conhecidos, recorrendo a
estratégias de observação gráfica e/ou de leitura.
(EI03EF08) Selecionar livros e textos de gêneros conhecidos para a leitura de um adulto e/ou para sua pró-
pria leitura (partindo de seu repertório sobre esses textos, como a recuperação pela memória, pela leitura
das ilustrações etc.).
(EI03EF09) Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos,
por meio de escrita espontânea.

HORA DA HISTÓRIA
As histórias clássicas giram em torno de personagens que agradam crianças de todas as gerações. A expres-
são “era uma vez” abre as portas para a fantasia, permitindo que as crianças façam uma viagem no tempo.
Contar histórias para as crianças é fundamental para o desenvolvimento da linguagem.

Selecione livros e filmes que tenham castelos em seus enredos e permita que as crianças deem asas as suas
imaginações, viajando no tempo da fantasia.

Cinderela, A Bela e a Fera, Branca de Neve, A Bela Adormecida, Rapunzel, entre outros contos clássicos
podem ser explorados.

ALGUMAS PROPOSTAS POSSÍVEIS:


• Reconto das histórias de forma oral.
• Novos finais para as tramas.
• Listas das características físicas, de personalidade e de ca-
ráter de cada personagem.
• Utilização de modelagens, recortes, pinturas, desenhos,
colagens e diferentes formas de fazer artístico para criar
ou recontar histórias.
• Elaboração de pequenos cenários e figurinos (com papéis/
jornais) para que a criança faça extrapolação das histórias
de ouviu e das que assistiu nos filmes.
• Utilização de sucatas para construção de personagens e
cenários para contar histórias.
• Ilustração coletiva de uma parte da história. Associada a
escrita espontânea.
• Ilustrações individuais da história, do personagem preferi-
do, do castelo. Associada a escrita espontânea.

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3)CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: CORPO, GESTO E MOVIMENTOS.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO:


(EI03CG01) Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções,
tanto nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.
(EI03CG02) Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em brincadeiras e jogos, escuta e re-
conto de histórias, atividades artísticas, entre outras possibilidades.
(EI03CG03) Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas
como dança, teatro e música.

O FAZ DE CONTA
Os jogos de faz de conta podem ser definidos por alguns critérios:

• A criança pode assumir outras personalidades, representando papéis como se fosse um adulto, outra
criança, um boneco, um animal, etc.
• A criança pode utilizar-se de objetos substitutos, ou seja, pode conferir significados diferentes aos ob-
jetos, daqueles que normalmente estes possuem.
• Existe uma trama ou situação imaginária.
• As crianças realizam ações que representam as interações, os sentimentos e conhecimentos presentes
na sociedade na qual vivem.
• As regras constitutivas do tema que orienta a brincadeira devem ser respeitadas.
• Segundo Vygotsky, a brincadeira possui três características: a imaginação, a imitação e a regra, portan-
to ao brincar, as crianças vão construindo a consciência da realidade, ao mesmo tempo em que já vivem
uma possibilidade de modificá-la através de sua imaginação.

Com a brincadeira do faz-de-conta, a criança pode imaginar, criar, imitar e assim, pouco a pouco, vai
reconstituindo tudo aquilo que já desenvolveu, ampliando o que brincou na realidade, aprofundando sua
imaginação para além de seu próprio pensamento.

O faz de conta permite o desenvolvimento da simbolização imaginada pela criança, assim os acontecimen-
tos só se tornam realidade devido criações da criança.

ALGUMAS PROPOSTAS POSSÍVEIS:


• Dramatizar em brincadeiras alguns papéis: rei, rainha, príncipe, princesa, bobos da corte.
• Confeccionar coroas e fantasias para enriquecer a atividade utilizando papeis, TNT e sucatas.
• Confeccionar fantoches dos personagens das histórias para brincar.

Para tal, é fundamental observar junto com as crianças fotos e figuras, explorando antes da confecção as
diversas vestimentas (tipos, cores, formas e tamanhos).

Proponha que os alunos pesquisem em casa e na escola muitas imagens. O mais importante, na hora da
pesquisa, é fazer com que a criança crie autonomia e aprenda a procurar informações.

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4) CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO:

(EI03ET04) Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens (desenho, regis-
tro por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes.

O tema permite que os alunos possam perceber a passagem do tempo e reconhecer que o espaço à nossa
volta são aspectos básicos da vida. Dominar essas noções significa compreender que a sociedade é produto
de uma sucessão de mudanças e acontecimentos e que a paisagem em que vivemos muda e não é a única
existente sobre a Terra.

Ao ler contos de fadas e narrativas situadas em momentos históricos específicos, todo professor pode cap-
tar as curiosidades e dúvidas da turma. Referências habituais em textos infantis, como reinos e princesas, e
fenômenos naturais, como neve e dilúvio, muitas vezes não são totalmente compreendidas pelas crianças.
Explicar que são comuns em outros lugares ou outros tempos ajuda a criar um envolvimento maior - e a
construir a noção de que somos parte do mundo.

DESENHO DIRIGIDO
Ofereça materiais diversos para que as crianças desenhem
sobre o tema em pauta, primeiramente de forma livre e de-
pois orientada. Seguem algumas ideias para as orientações:

• Desenhe um castelo com 2 torres bem altas. O castelo


deve ser colorido com apenas 3 cores diferentes.
• Desenhe um castelo com só uma torre e várias janelas.
Para colorir deve-se usar uma cor bem forte (cor quente)
para as janelas e outra mais fraca (cor fria) para a torre.
• Desenhe um castelo só de uma cor. Está de manhã, de-
monstre isso no desenho.
• Desenhe um castelo com a sua cor preferida. Está de
noite, demonstre isso no desenho.

OBS: A cada dia do projeto faça apenas 1 desenho orientado.


Crie orientações diversas de acordo com o que deseja fixar
e/ou desenvolver em seus alunos.

Desenhar outros tipos de moradia, também de forma livre e


orientada, pode enriquecer o projeto.
Para variar, ofereça sempre materiais diferentes: tintas e pinceis, papéis de texturas diversas, lápis de cor, de
cera, canetas hidrocor, cola colorida, etc.

Valorize as produções dos alunos! Exponha os desenhos sempre que possível. Peça que criem frases e pe-
quenas histórias baseadas em suas produções.

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É fundamental registrar as frases e histórias dos alunos. Assim, as crianças compreenderão a importância
do ato de escrever, de transmitir suas ideias, falas e pensamentos para que outras pessoas possam ter acesso
e para guardar, para a posteridade.

Desenhar constitui, para a criança, uma atividade integradora que coloca em jogo as interrelações do ver,
do pensar, do fazer e dá unidade aos domínios perceptivo, cognitivo, afetivo e motor. A criança desenha,
entre outras coisas, para se divertir. O desenho é palco de suas encenações. O desenho se insere no contexto
do saber institucionalizado cuja "autoridade" tende a repercutir sensivelmente na relação da criança com a
linguagem. Pela intervenção dos professores, com relatos e questionamentos, ele tem uma noção de como
anda a relação das crianças com a linguagem gráfica. Assim sendo, o ambiente pedagógico tem esse papel,
de "motivar" a criança quanto ao ato de desenhar.

5)CAMPO DE EXPERIÊNCIAS: TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO:

(EI03TS01) Utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais durante brincadeiras
de faz de conta, encenações, criações musicais, festas.

(EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, crian-
do produções bidimensionais e tridimensionais.

CONSTRUÇÃO DO CASTELO
Este campo de experiência é explorado durante todo o projeto interligado aos demais, entretanto, aqui se
propõe a confecção de um grande castelo de caixas de leite, no qual as crianças possam entrar e brincar.
Decida com a turma onde ficará o castelo, sua(s) cor (es), seu tamanho, se terá janela, como será a porta, e
todos os detalhes para a criação.

O trabalho levará alguns dias e deve contar com a participação ativa das crianças.

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RELATO DA PROFª NELCI FACCIONI SCHONARTH
O "Faz de Conta" dá à criança a oportunidade de ex-
pressar e elaborar seus desejos e conflitos.

Devido ao interesse e empolgação das crianças, surgiu


a ideia de fazer um castelo. O castelo imaginado seria
feito todo de sucata. Foi perguntado às crianças o que
eles pensavam que seria interessante ter no castelo.

Eles responderam que deveria ter portas, muitas ja-


nelas, torres, sacadas, bandeirinhas, um poço e um
espelho mágico.

Foi solicitado a colaboração de algumas mães, que prontamente, se colocaram a disposição.

O castelo levou três semanas para ser montado. Todo ele foi construído no apartamento de um dos alunos,
isto principalmente devido ao cheiro da tinta usada para dar maior resistência ao mesmo. Além da sucata
foi usada fita adesiva, cola, tinta de parede, placas de plástico, cartolina e glitter. Depois dele pronto, foram
colocadas pombas cedidas por uma avó de um dos alunos e feito o espelho mágico.

Fizemos todo o cenário e as sacadas com painéis de plástico. As crianças tiveram grande participação na
pintura das sacadas, da árvore, flores, maçãs e borboletas.

Também recebemos o poço onde Branca de Neve


cantava e o príncipe a viu pela primeira vez.

Organizamos um coquetel de inauguração com os


pais, irmãos e algumas avós. Era o dia da família
vir para a sala de aula. Tivemos a honra de receber
também, o Senhor Diretor e o Pastor da Escola.

A fita inaugural foi aberta pelo senhor Diretor Bel-


miro Meine e pelo casal Carla e Fernando Maria-
noff de Castro que muito colaboraram para que o
projeto fosse realizado.

No coquetel as crianças estavam trajadas “a rigor”: os meninos de príncipes e as meninas de princesas, com
direito a capa vermelha, coroa e cetro. As professoras também se vestiram a caráter.

No meio da festa surgiu “O Príncipe” que dançou com a Branca de Neve e distribuiu “Maçãs do Amor” às
crianças.

Todos estávamos felizes naquela noite de sonho e fantasia.Sonhar é maravilhoso. Viver no mundo da fan-
tasia é delicioso.

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O DIA DA INAUGURAÇÃO

OUTRO CASTELO FAMOSO


Do Cmei TI Dom João Batista da Motta e Albuquerque – Vitória – ES

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REFERÊNCIAS:
• BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial
curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de
Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998.
• OLIVEIRA, Marta Kohl de: Vygotsky, "Aprendizado e desenvolvimento – Um processo sócio-históri-
co", Série Pensamento e ação no magistério, Editora Scipione, 1996.
• OLIVEIRA, Zilma Ramos de: Educação Infantil: muitos olhares. São Paulo: Editora Cortez, 1996.
• WAJSKOP, Gisela: Brincar na pré-escola – Coleção Questões da nossa época, vol. 48. 5. ed. São Paulo:
Editora Cortez, 2001.
• REVISTA DO PROFESSOR. Papel do Brincar. Porto alegre, jul./set. 2002.
• ROSSETI-FERREIRA, Maria Clotilde: Os fazeres da educação. 6. ed. Editora Cortez, 1998

WEBGRAFIA:
www.basenacionalcomum.mec.gov.br

IMAGENS:
• https://br.pinterest.com/
• https://www.pexels.com/

AUTORIA: PATY FONTE


Educadora especialista em Pedagogia de Projetos e Educação Infantil. Coordenadora Geral
da Comunidade Brincar. Consultora Pedagógica, escritora, palestrante e conferencista.
Instagram: @patyfonte_ppd

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