Historia Do Papel

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Museu de Topografia prof.

Laureano ibrahim Chaffe


Departamento De GeoDésia – UFRGS

História do papel
Original em espanhol:
http://www.papelnet.cl/papel/historia_papel.htm

Tradução, ampliação e ilustrações:


Iran Carlos Stalliviere Corrêa – Museu de Topografia Prof. Laureano Ibrahim
Chaffe, Departamento de Geodésia, IG/UFRGS. Fevereiro/2010

Origem do papel

O termo “papel” vem do latim “papyrus”, oriundo da planta


egípcia Cyperus papirus, pertencente à família das Ciperáceas, cujas
folhas serviam como suporte para a escrita dos egípcios, gregos e
romanos entre os anos de 3.000 a.C. e o século V d.C.

Os egípcios obtinham o papiro a partir da planta de mesmo nome


(chamada thuf no antigo Egito), caracterizada por suas folhas largas,
talos brandos, de parte inferior muito grossa e seção triangular. A
medula do papiro era consumida como alimento, uma vez fervida e
também era usada na elaboração de um material similar ao papel.

A técnica do fabrico do papiro

No Egito se fabricava o papiro a partir de fibras retiradas da


medula, as quais eram ordenadas em forma transversal. Esta polpa se
impregnava de água, era prensada e secada; uma vez seca, se
friccionava contra uma peça de marfim ou uma concha lisa para dar-lhe
mais suavidade a sua textura. O tamanho variava entre os 12,5 x 12,5
cm e entre os 22,5 x 37,5 cm. Cada folha era unida a outra, formando
rolos de 6 e 9 m, ainda que tenham sido encontrados rolos com
comprimentos superiores aos 40 m.

Uma parte do papiro "Rhind" (1650 a.C, aprox.), com problemas matemáticos
(Museu Britânico, Londres).

Chineses: Pioneiros na fabricação do papel

No ano de 105 d.C., o senhor T'sai Lun, que era um empregado


do imperador chinês Ho Ti, fabricou pela primeira vez um papel, a
partir de uma pasta vegetal a base de fibras de cana de bambu,
amoreira e outras plantas, dando origem ao papel que conhecemos
hoje. T'sai Lun empreendeu esta tarefa seguindo ordens expressas do
imperador, que lhe ordenou buscar novos materiais para escrever sobre
eles. Durante 500 anos a técnica da elaboração do papel pertenceu
somente aos chineses, que a guardaram zelosamente durante esse
longo período.

Manufatura de papel na Antiga China.


Expansão do papel

Entorno do ano de 600 d.C. o papel chegou à Coréia e Japão,


países nos quais se iniciou a fabricação de forma manual, de acordo à
antiga tradição; coreanos e japoneses foram aperfeiçoando,
paulatinamente este sistema.

Fabricantes de papel

No ano de 750 d.C. os conhecimentos para a fabricação do papel


chegaram a Ásia Central, o Tibete e a Índia. Posteriormente os árabes,
em sua expansão para o oriente, se familiarizarão com os métodos de
produção do papel de escrever e criaram moinhos de papel em Bagdá,
Damasco, Cairo e mais tarde no Marrocos, Espanha e Sicilia. Os árabes
não tinham fibras frescas, de maneira que para produzir papel
extraíram a matéria prima de suas antigas almofadas; logo usaram
peneiras feitos de bambu e fabricaram folhas delgadas recobertas com
pasta de amido. Este papel era de aparência fina e resistia muito bem
à escrita.

Ao chegar a Europa, os árabes introduziram, nesse continente, o


segredo da fabricação do papel; países como Itália e Espanha
desenvolveram rapidamente este descobrimento.

Curiosamente, o papel apareceu no Egito – país criador do papiro


- em volta do ano de 800 d.C. (700 anos depois de que o papel fora
criado pelo chinês T'sai Lun), iniciando, os egípcios, sua fabricação, 100
anos depois.

Europa: de país em país

Na Europa, o primeiro exemplar escrito em papel é uma carta


árabe que data do ano de 806, a qual se conserva na Holanda, na
Biblioteca Universitária de Leyden. Antes do aparecimento do papel, os
europeus utilizavam o pergaminho, produzido de delgadas capas de
pele de vaca, ovelha ou cabra.

Pergaminho

A primeira fábrica de papel européia se estabeleceu na Espanha,


em torno do ano de 1150. Durante os séculos seguintes a técnica se
estendeu para a maioria dos países da Europa; por volta do século XV,
com o invento e a introdução da impressa de tipos móveis, a impressão
de livros pode ser feita a custos mais baixos e foi um grande estímulo
para a fabricação de papel.

O aumento no uso do papel durante os séculos XVII e XVIII


motivou uma escassez de tecido e trapos, únicas matérias primas
satisfatórias que conheciam os papeleiros europeus; tentaram
introduzir diversos substitutos, porém nenhum deu bons resultados.
Também tentaram reduzir o custo do papel através de uma máquina
que substituía o processo de fabricação manual.

Cada vez mais perto e de melhor qualidade

Foi um francês, Nicholas Louis Robert, quem, em 1798, construiu


uma máquina efetiva, a qual foi melhorada por dois britânicos – os
irmãos Henry e Sealy Fourdrinier -, os quais, em 1803 criaram a
primeira das máquinas marcadas com seu nome. Em 1840 introduziram
o processo de trituração de madeira para fabricar polpa, com a qual se
podo fabricar papel a partir de uma matéria prima de mais baixo custo.
Dez anos depois se realizou o primeiro processo químico para produzir
a polpa, o qual também colaborou para a redução de custo.
Reconstituição da máquina de fabricação de papel de Nicolas Louis Robert

Em 1844, Frederic Gottlob Seller seria o primeiro em obter,


mediante um procedimento mecânico, pasta de madeira. Em 1852,
Meillier, descobriu a celulose e Tilghman patenteou o procedimento
mediante o qual, e por meio da utilização de bissulfito de cálcio, se
obtinha celulose da madeira.

Desde essa data, todos os esforços convergiriam para a busca do


aperfeiçoamento de máquinas e técnicas, a renovação de materiais e a
diminuição dos tempos de produção.

Produção

Processo tradicional de produção do papel na China.


Para se transformar a madeira em polpa, que é a matéria prima
do papel, é necessário separar a lignina, a celulose e a
hemicelulose que constituem a madeira. Para isso se usam vários
processos, sendo os principais os processos mecânicos e os químicos.

Os processos mecânicos basicamente trituram a madeira,


separando apenas a hemicelulose, e assim produzindo uma polpa de
menor qualidade, de fibras curtas e amarelado.

A lignina é uma molécula complexa que Celulose


mantém unidas as fibras da madeira.

O principal processo químico é o kraft, que trata a madeira em


cavacos com hidróxido de sódio e hidrossulfeto de sódio, que dissolve a
lignina, liberando a celulose como polpa de papel de maior qualidade.
O principal inconveniente deste processo é que o licor escuro também
conhecido como licor negro que é produzido pela dissolução da lignina
da madeira é um produto poluente. Este licor deve ser tratado
adequadamente devido a seu grande poder poluente, já que contém
compostos de enxofre tóxicos e mal-cheirosos e grande carga orgânica.
O reaproveitamento desta lignina é diverso, podendo o licor ser
concentrado por evaporação e usado até mesmo como combustível
para produção de vapor na própria fábrica.

O branqueamento da polpa de papel subsequente também é


potencialmente poluente, pois costumava ser feito com cloro, gerando
compostos orgânicos clorados tóxicos e cancerígenos. Atualmente o
branqueamento é feito por processos sem cloro elementar conhecido
como ECF do inglês "elemental chlorine free" (usam dióxido de cloro)
ou totalmente livres de cloro conhecido como TCF do inglês "total
chlorine free" (usam peróxidos, ozônio, etc.).

Estudos apontam que o efluente que sai de ambos os processos


quando tratado não possui diferença significativa quanto ao teor tóxico
sendo ambos de baixíssimo impacto ambiental. Aplicações industriais
têm apontado para uma redução na emissão de óxidos de nitrogênio
(dióxido de nitrogênio e monóxido de nitrogênio) na mudança do
processo TCF para o processo ECF. Essas duas evidências em conjunto
têm começado a fazer o setor repensar quanto a qual processo dentre
os dois é efetivamente menos poluente e quebra um grande paradigma
no setor que acreditava como dogma que o processo totalmente livre
de cloro (TCF) era o mais adequado ambientalmente.

Resumo do processo produtivo

 Floresta - local onde são plantadas espécies mais apropriadas


para a o tipo de celulose ou papel a ser produzido - a maioria das
empresas usam áreas reflorestadas e tem seu proprio viveiro onde
fazem melhorias na espécie cultivada fazendo a clonagem das
plantas com as melhores características;
 Captação da madeira — A árvore é cortada e descascada,
transportada, lavada e picada em cavacos de tamanhos pré
determinados;
 Cozimento: no digestor os cavacos são misturados ao licor
branco e cozidos a temperatudas de 160 C;

- Nessa etapa tem-se a pasta marrom que pode ser usada para fabricar
papéis não branqueados.

 Branqueamento - a pasta marrom passa por reações com


peróxido, dióxido de sódio, dióxido de cloro, ozônio e ácido e é
lavada a cada etapa transformando-se em polpa branqueada;
 Secagem: a polpa branqueada é seca e enfardada para
transporte caso a fábrica não possua maquina de papel;
 Máquina de papel - a celulose é seca e prensada até atingir a
gramatura desejada para o papel a ser produzido.
 Tratamento da lixívia e rejeitos da água — o licor negro
resultante do cozimento é tratado e os químicos são recuperados
para serem usado como licor branco. Esse tratamento ameniza os
impactos ambientais causados pela fabrica de papel;
 Produção de energia — A produção de energia vem de Turbo
geradores que são movidos por vapor proveniente da caldeira.

Fonte
http://bitacoradepapel.blogspot.com/2006/09/origen-del-papel.html

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