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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da ª Região

Ação Trabalhista - Rito Sumaríssimo


0000000-00.2021.0.00.0000

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 25/04/2021


Valor da causa: R$ 25.318,66

Partes:
AUTOR:
ADVOGADO:
RÉU:
EXCELENTÍSSIMO (ª) JUIZ (ª) DA VARA DO TRABALHO DE SERTÃOZINHO,
ESTADO DE SÃO PAULO.

, brasileiro, solteiro, soldador, portador da Carteira de


Identidade/RG nº, titular da CTPS nº série, cadastrado no PIS sob o nº ,
inscrito no CPF/MF sob o nº, nascido em 11 de setembro de 1.987, filho de,
residente e domiciliado na Rua, nº, Jardim, na cidade de xxxx/SP, por
intermédio de seu advogado e procurador que esta subscreve (mandato
incluso), vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência para
propor a presente,
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO, em face de:
EMPRESA TAL, pessoa jurídica de direito
privado, cadastrada no CNPJ sob o n.º 000000000000, com endereço na
Avenida, nº, XXXXX, CEP: XXXX, na cidade de XXXX/SP, tendo em vista os
fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos:
1- DO CONTRATO DE TRABALHO:
O Reclamante foi contratado pela Reclamada no
seguinte período:
De 30 de julho de 2013 a 13 de maio de 2020.
2- DAS FUNÇÕES/REMUNERAÇÃO:
O Reclamante foi contratado para exercer as funções de
soldador, recebendo como última remuneração o valor de R$ 2.294,62
(dois mil, duzentos e noventa e quatro reais e sessenta e dois centavos).
3- DA JORNADA DE TRABALHO:
Durante o pacto laboral, o Reclamante cumpriu a
seguinte jornada de trabalho:
Laborava de segunda a sexta-feira, no horário das 07h00
às 18h00, usufruindo de 01h00 de intervalo para refeição e descanso; e aos
sábados, no horário das 07h00 às 12h00/13h00, sem qualquer intervalo
para refeição e descanso.
Trabalhando em regime de sobrejornada, o
Reclamante não recebeu corretamente as horas extras laboradas,
havendo de se destacar que a Reclamada não considerou, na apuração das
eventuais horas extras pagas, a efetiva jornada de trabalho cumprida pelo
Reclamante e a integração das demais verbas salariais em seu cálculo,
além de não ter considerado o efetivo intervalo para refeição e descanso
usufruído pelo Reclamante, compensando de sua jornada intervalo
superior ao efetivamente gozado pelo Obreiro.
Assim, o Obreiro faz jus ao recebimento de horas extras
e diferenças, havendo de se considerar as horas excedentes da 8ª diária ou
44ª semanal (divisor 220) com adicionais pagos pela Reclamada, com
integração no salário do Obreiro, para gerar reflexos nos d.s.r.’s e
consequente integração no aviso prévio, 13º salário, férias + 1/3, FGTS +
40%, considerando-se a efetiva jornada de trabalho cumprida pelo
Reclamante.
4- DO INTERVALO INTRAJORNADA:
Durante todo o pacto laboral, conforme anteriormente
exposto, aos sábados o Reclamante não usufruía de qualquer intervalo para
refeição e descanso, desta forma, impõe-se a condenação da Reclamada no
pagamento de quinze minutos por dia laborado, em decorrência da não
concessão do regular intervalo durante o período referido, com os
adicionais pagos pela Reclamada, nos termos da Súmula 437 do TST, para
gerar reflexos nos d.s.r.’s e consequente integração no aviso prévio, 13º
salário, férias + 1/3, FGTS + 40%.
5- DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE:
Durante o pacto laboral, o Reclamante exerceu suas
funções em contato com diversos agentes insalubres, tais como, ruídos
excessivos, calor, radiações não ionizantes, fumos metálicos, poeiras
metálicas e etc.
Ativando-se em condições insalubres o Reclamante não
recebeu o adicional correspondente. Assim, faz jus ao recebimento do
adicional de insalubridade em grau máximo durante todo o pacto laboral.
Tendo em vista, que o adicional de insalubridade possui
natureza salarial deverá integrar a remuneração do Reclamante para todos
os efeitos legais. Assim, faz jus o Obreiro aos reflexos do adicional de
insalubridade sobre d.s.r’s, para consequente integração no aviso prévio,
13º salário, férias + 1/3 e FGTS + 40%.
6- DO AVISO PRÉVIO:
Conforme se observa por intermédio do Termo de
Rescisão do Contrato de Trabalho do Obreiro, o mesmo teve seu aviso
prévio indenizado, no entanto, a Reclamada não apurou adequadamente o
importe que lhe era devido.
A Reclamada remunerou o Reclamante a título de
referida verba apenas no importe de R$ 1.376,82 (um mil, trezentos e
setenta e seis reais e oitenta e dois centavos), não considerando assim,
portanto, o valor do efetivo salário recebido pelo Obreiro e nem, o aviso
prévio proporcional garantido pela Lei n. 12.506/11, que assegura, além do
aviso na proporção de 30 (trinta) dias, o acréscimo de 3 (três) dias por ano
de serviço prestado na mesma empresa.
Ressalta-se que, no caso “sub judice” o contrato de
trabalho do Reclamante vigorou de 30 de julho de 2013 a 13 de maio de
2020, portanto, efetivamente laborou por mais de 06 (seis) anos na
Reclamada, não tendo esta, considerado o aludido período no momento do
cômputo do aviso prévio devido, conforme resta comprovado pelo
documento anexo.
Diante de todo o exposto, não há dúvidas de que o
Obreiro faz jus ao recebimento de diferenças relativas ao aviso prévio, pois,
a Reclamada além de não ter observado corretamente o valor do seu salário
no momento do pagamento, desconsiderou o disposto na Lei n. 12.506/11,
sendo de rigor sua condenação neste sentido.
7- DA MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT:
Tendo em vista, que conforme comprova Termo de
Homologação de Rescisão do Contrato de Trabalho, as verbas rescisórias
foram pagas em 01 de junho de 2020, muito embora conste como data do
afastamento 13 de maio de 2020, não houve a observância do prazo
disposto no artigo 477 da CLT, devendo assim, a Reclamada ser condenada
no pagamento da multa a que se refere o § 8º do referido dispositivo legal,
com base na maior remuneração percebida pelo Reclamante.
8- DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS:
Com fundamento no artigo 791-A da CLT, requer o
pagamento de honorários advocatícios, no importe de 15% sobre o total da
condenação.
9- DA JUSTIÇA GRATUITA:
O último salário recebido pelo Reclamante foi de R$
2.294,62 (dois mil, duzentos e noventa e quatro reais e sessenta e dois
centavos). O teto previdenciário em 2020 é de R$ 6.101,06
(http://www.previdencia.gov.br/2020/01/portaria-oficializa-reajuste-de-
448-para-beneficios-acima-do-minimo-em-2020/).
De acordo com a nova redação do artigo 790, § 3º da
CLT, a presunção de hipossuficiência recai sobre os empregados com salário
de até 40% do teto da previdência, ou seja, R$ 2.440,42.
Assim, restando provado que o último salário do
Reclamante era inferior a 40% do teto da Previdência Social e com base na
declaração de hipossuficiência assinada (documento anexado), requer-se o
deferimento dos benefícios da Justiça Gratuita, em razão de não possuir
condições econômicas de pagar as custas e as despesas processuais.
10- DA INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 791-A, §
4º DA CLT E DO PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA
CONSTITUCIONAL E LEGAL:
O dispositivo em apreço que responsabiliza a parte
sucumbente (vencida) pelo pagamento de honorários de sucumbência,
ainda que beneficiária da justiça gratuita é, sem sombra de dúvidas
inconstitucional, pois fere de morte os mais lídimos preceitos
constitucionais e legais, senão vejamos:
Considerando que a parte autora é comprovadamente
hipossuficiente, eventual condenação desta ao pagamento de honorários
advocatícios sucumbenciais ou honorários periciais irá lhe tolher de
perceber verba trabalhista, cuja natureza é alimentar, afrontando o
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, estatuído no art. 1º, III da
Constituição Federal, bem como todos os Direitos Sociais previstos no artigo
7º da Magna Carta.
Em simples analogia, a ritualística processual na esfera
da Justiça Comum ou mesmo da Justiça Federal, estabelece que a obrigação
do pagamento de honorários sucumbenciais, honorários periciais e custas
processuais resta inexigível quando a parte litigante demanda sob o pálio da
Gratuidade da Justiça, como é o caso dos autos.
Deste modo, denota-se que a criação de tal dispositivo
legal derivou da clara intenção do legislador em tolher o direito de ação do
Trabalhador, uma vez que este fica com receio de postular e sair como
devedor da ação.
Assim, rechaçar a oportunidade que o Trabalhador tem
de reestabelecer o equilíbrio da relação contratual, viola sem sombra de
dúvidas, os inúmeros Direitos Fundamentais insculpidos na CF/88 e tidos
como Cláusulas Pétreas.
Portanto, cabe dizer, por derradeiro, que a condenação
do Reclamante ao pagamento de honorários sucumbenciais afronta a
literalidade do art. 5º, LXXIV, da CF/88 que assim dispõe:
“LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;”
Além disso, não se pode olvidar que a Constituição
Federal veda o retrocesso social e as disposições legais supracitadas,
oriundas da Reforma Trabalhista, são extreme de dúvidas totalmente em
prejuízo do Trabalhador, algo que é vedado ao legislador
infraconstitucional.
Nesse sentido, segue a recente decisão do TRT da 4ª
Região na qual declarou a inconstitucionalidade acima requerida, verbis:
DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE
INCONSTITUCIONALIDADE. CONFRONTO DO ART. 791-A DA CLT COM
REDAÇÃO DA LEI 13.467/2017 COM PRECEITOS CONSTITUCIONAIS QUE
GARANTEM A ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA INTEGRAL E O ACESSO À
JUSTIÇA. É inconstitucional parte da norma inserida no § 4º art. 791-A da CLT,
por força da Lei 13.467 de 13.07.2017, na medida em que impõe ao trabalhador
beneficiário do instituto da assistência judiciária gratuita limitação ao exercício do
amplo direito de ação e aos efeitos da concessão da justiça gratuita de forma
integral, como garantem os preceitos constitucionais expressos nos incisos XXXV e
LXXIV do art 5º da CF/88, in verbis: "o Estado prestará assistência jurídica integral
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos." e " a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito." (PROCESSO nº
0020024-05.2018.5.04.0124, Publicado em 13/12/2018).
Diante do exposto, o Reclamante requer a declaração da
inconstitucionalidade do art. 791-A, §4º, da CLT, especificamente no trecho
em que obriga a parte autora ao pagamento aos ônus da sucumbência, ainda
que em gozo do benefício da Gratuidade da Justiça, uma vez que tais
dispositivos ferem literalmente os Princípios Basilares da Constituição
Federal de 1988.
11- DA CORREÇÃO MONETÁRIA:
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF)
julgou improcedente, em 05/12/2017, a Reclamação (RCL) 22012 ajuizada
pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) contra decisão do TST que
determinara a adoção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial
(IPCA-E) no lugar da Taxa Referencial Diária (TRD) para a atualização de
débitos trabalhistas. Prevaleceu na decisão do Supremo Tribunal o
entendimento de que a utilização do IPCA-E não configura desrespeito ao
julgamento do STF nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) 4357 e
4425, que analisaram a emenda constitucional sobre precatórios.
Portanto, requer-se a adoção do Índice de Preços ao
Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) no lugar da Taxa Referencial Diária
(TRD) para a atualização de débitos trabalhistas, em conformidade com o
Tribunal Superior do Trabalho.
12- DA MERA ESTIMATIVA DE VALORES:
IMPOSSIBILIDADE DE LIMITAÇÃO EM EVENTUAL EXECUÇÃO E
LIQUIDAÇÃO POR ARTIGOS:
O Reclamante ressalta que os valores apontados com a
presente peça exordial são indicados por estimativa, haja vista que a
liquidação dos valores será posteriormente apurada em fase de execução de
sentença. Desta forma, não há que se falar em limitação aos valores
indicados, sob pena de afronta ao Princípio da vedação ao enriquecimento
sem causa da Reclamada, que mesmo devedora, deixará de pagar o que é
devido ao Reclamante.
13- DOS PEDIDOS:
Diante do exposto, o Reclamante requer:
a) Pagamento de horas extras e diferenças, havendo de
se considerar a jornada de trabalho efetivamente cumprida pelo
Reclamante, bem como, a integração de todas as verbas salariais em seu
cálculo. R$ 10.000,00
b) Reflexos das horas extras nos descansos semanais
remunerados (R$ 600,00), para consequente integração no aviso prévio (R$
600,00), férias + 1/3 (R$ 600,00), 13º salário (R$ 600,00) e FGTS + 40% (R$
600,00)...................................................................................................................R$ 3.000,00
c) Pagamento de quinze minutos por dia laborado, em
razão da supressão do intervalo para alimentação e descanso, nos termos
anteriormente expostos..................................................................................R$ 2.000,00
d) Reflexos das horas extras decorrentes da violação do
artigo 71 da CLT nos descansos semanais remunerados (R$ 60,00), para
consequente integração no aviso prévio (R$ 60,00), férias + 1/3 (R$ 60,00),
13º salário (R$ 60,00) e FGTS + 40% (R$ 60,00). .................................. R$ 300,00
e) Pagamento de adicional de insalubridade durante
todo o pacto laboral..........................................................................................R$ 4.000,00
f) Reflexos do adicional de insalubridade nos descansos
semanais remunerados (R$ 240,00), para consequente integração no aviso
prévio (R$ 240,00), férias + 1/3 (R$ 240,00), 13º salário (R$ 240,00) e FGTS
+ 40% (R$ 240,00)............................................................................................R$ 1.200,00
g) Pagamento de diferenças relativas ao aviso prévio,
nos termos anteriormente expostos..........................................................R$ 2.524,04
h) Multa do parágrafo 8º do art. 477 da CLT, com base
na maior remuneração percebida pela Reclamante...........................R$ 2.294,62
i) A declaração de inconstitucionalidade do art. 791-A, §
4º, da CLT, especificamente no trecho em que obriga a parte autora ao
pagamento do ônus da sucumbência, ainda que em gozo do benefício da
Gratuidade da Justiça, uma vez que tal dispositivo fere literalmente os
princípios basilares da Constituição Federal de 1988.
Total...................................................................R$ 25.318,66
14- DOS REQUERIMENTOS FINAIS:
Ante o exposto, requer:
1) A Notificação da Reclamada para que compareça,
querendo, à audiência que for designada, sob pena de revelia e confissão;
2) A produção de todos os meios de prova em direito
admitidos, em especial a oitiva do preposto da Reclamada, sob pena de
confissão, oitiva de testemunhas, juntada de documentos e provas periciais
se necessárias;
3) A procedência da ação, com a consequente
condenação da Reclamada no pagamento de todas as verbas pleiteadas, com
juros e correção monetária, custas processuais, e demais cominações de
espécie, além do pagamento de honorários advocatícios no importe de 15%
sobre o total da condenação, nos termos do artigo 791-A da CLT;
4) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos
termos da Lei Federal n° 1.060/1.950, por não possuir o Reclamante
condições financeiras, assim como, bens para arcar com o pagamento das
custas processuais, sem prejuízo do sustento próprio;
5) A adoção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo
Especial (IPCA-E) no lugar da Taxa Referencial Diária (TRD) para a
atualização de débitos trabalhistas, em conformidade com o Tribunal
Superior do Trabalho;
6) Conforme já exposto, os valores apontados com a
presente peça exordial são indicados por estimativa, sendo assim, não há
que se falar em limitação aos valores indicados, sob pena de afronta ao
princípio da vedação ao enriquecimento sem causa da Reclamada.
Dá-se à causa para fins de alçada e de custas processuais
o valor de R$ 25.318,66 (vinte e cinco mil, trezentos e dezoito reais e
sessenta e seis centavos).
Termos em que,
Pede deferimento.
XXXXXX, 28 de abril de 2021.
QUESITOS:

1- Queira o Ilustre Perito informar, detalhadamente as funções exercidas


pelo Reclamante?
2- No desempenhar de suas funções, o Reclamante estava exposto a agentes
insalubres?
3- Em caso positivo, quais eram os agentes insalubres que o Reclamante
estava exposto?
4- Descrever o ambiente de trabalho no local onde o Reclamante prestava
serviços, bem como se estava dentro das especificações técnicas, para
desenvolvimento das atividades nele exercidas.
5- No caso de encontrado alguns agentes apresentar análise e metodologia
de avaliação e sua base legal.

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