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CAPITULO –1 SERVIÇO DE RESGATE DO

CORPO DE BOMBEIROS

1.1. CONCEITOS

1.1.1. SISTEMA DE ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIAS


Um sistema de atendimento de emergências é definido como a
cadeia de recursos e serviços organizados em uma determinada região,
composta de profissionais capacitados para esse atendimento e
coordenados por uma central de operações com a finalidade de dar resposta
às emergências envolvendo vidas humanas, meio ambiente e patrimônio.
Desde já é conveniente distinguir o atendimento pré-hospitalar do
atendimento de resgate, historicamente utilizados como sinônimos, pois, de
fato, apresentam diferenças essenciais.
1.1.2. ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR (APH)
É o conjunto de procedimentos técnicos realizados no local da
emergência e durante o transporte da vítima, visando a mantê-la com vida e
em estabilidade até sua chegada à unidade hospitalar 1.

1.1.3. ATENDIMENTO DE RESGATE

É a modalidade do Salvamento que, por meio de procedimentos


técnicos padronizados, visa a garantir acesso à vítima, fornecer-lhe o suporte
básico à vida, retirá-la desse local adverso (edifício em chamas, local
elevado, energizado, confinado ou com vazamento de produtos perigosos,
presa nas ferragens entre outros) e transportá-la ao hospital mais adequado
às suas necessidades 2 .

1.2. COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE


ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIAS COM
VÍTIMAS
Por vezes, o Atendimento Pré-Hospitalar e o Resgate são praticados
ao mesmo tempo, gerando certa confusão, o que impede a distinção dos
serviços por leigos. Um sistema de atendimento de emergência envolvendo
vítimas deve dispor de:
• Recursos humanos capacitados (qualificação e reciclagens da
equipe conforme regulamentação, inclusive de salvamento para os serviços
que realizam ações de Resgate);
• Veículos e equipamentos adequados (seguindo as normas técnicas,
inclusive para equipamentos de salvamento, quando for o caso);
• Procedimentos operacionais protocolados (protocolo com validade)
e dinâmicos;
• Regulação eficiente, mantendo controle de hospitais de referência
adequados à natureza do atendimento prestado;
• Amparo legal (Legislação, convênio etc. permitindo o serviço
regular);
• Supervisão e intervenção médica à distância ou direta (Unidades de
Suporte Avançado terrestre e aéreo);
• Comunicação eficiente da central de operações com as viaturas e
com os hospitais de referência;
• Registros de atendimentos operacionais de forma interligada com os
demais sistemas de atendimento de emergência; e
• Suporte científico por Universidades e Órgãos Públicos com
desenvolvimento de pesquisas e programas interdisciplinar de formação
profissional. Qualquer que seja a esfera ou a natureza do sistema, o serviço
deve oferecer um atendimento de qualidade ao cidadão, possibilitando o
acesso universal e igualitário aos serviços públicos de saúde.
1.3. GUARNIÇÕES DE RESGATE

1.3.1. UNIDADE DE RESGATE (UR):


A UR é uma viatura equipada com materiais necessários ao Suporte
Básico de Vida (SBV), com equipamentos de salvamento (terrestre, aquático
e em alturas) para o atendimento de vítimas de acidentes ou vítimas de
emergências médicas em local de difícil acesso, tripuladas por no mínimo 03
(três) Bombeiros capacitados. É composta pelo comandante de guarnição e
auxiliar(es) de guarnição, sendo um deles o motorista. Suporte Básico de
Vida (SBV), é a atividade que consiste em procedimentos básicos de
primeiros socorros, excluindo-se as manobras invasivas, com a finalidade de
minimizar o sofrimento do acidentado, evitar o agravamento das lesões e/ou
manter a vida da vítima até a chegada do SAV ou entrega no hospital.
• determinar a natureza da ocorrência;
• realizar triagem de vítimas;
• prover os níveis de cuidados necessários para cada vítima;
• determinar e realizar o cuidado necessário de acordo com o
procedimento específico; e
• executar os procedimentos adequados de forma rápida e efetiva.
Deverá ainda aguardar determinação do Centro de Operações de Bombeiros
- COBOM sobre o destino das vítimas, exceto no caso de isolamento
completo, ou seja, impossibilidade total de comunicação com o COBOM
(rádio e telefone fixo ou celular), tanto a UR ou USA, devendo conduzir a
vítima ao hospital da região mais adequado ao caso e contatando o COBOM
assim que possível.

1.3.2. UNIDADE DE SUPORTE AVANÇADO (USA)


A USA é viatura devidamente equipada com materiais necessários
ao Suporte Avançado de Vida, tripuladas por Médico e Enfermeiro do
Sistema Estadual de Saúde, e Bombeiros que atuam como motorista e/ou
auxiliares de guarnição. Realizam tanto procedimentos básicos de primeiros
socorros como manobras invasivas, com a finalidade de iniciar o atendimento
médico já no local da emergência. Ex.: intubação endotraqueal, desfibrilação
cardíaca, uso de medicamentos, etc. Podem ser acionados em apoio às UR
ou em primeiro alarme conforme despacho padrão do trem de socorro (ex:
tentativa de suicídio, acidentes ferroviários ou metroviários etc.). São casos
indicados para o acionamento da USA:
• Parada respiratória ou dificuldade respiratória (afogamento);
• Parada cardíaca;
• Vítima em choque;
• Quando o número de vítimas exceder sua capacidade de
atendimento;
• Tentativa de suicídio;
• Ferimentos penetrantes na cabeça e tronco;
• Glasgow inferior ou igual a 12; e
• Queda de altura superior a 7 metros. Como a USA apoia a UR, cabe
ao Médico regulador decidir se a guarnição de UR deve ou não aguardar a
USA antes de transportar a vítima, observando o tempo máximo de
permanência no local após estabilização da vítima em 10 minutos. Em
situações que exijam transporte imediato o tempo não poderá exceder 5
minutos. Cabe ao Médico regulador decidir se a USA será ou não enviada ao
local, quando solicitada pela guarnição de UR. A USA poderá ser acionada
independente da solicitação da UR, por determinação da Regulação Médica
ou do Chefe de Operações do COBOM. São competências da Unidade de
Suporte Avançado (USA):
• Estabelecer o Posto Médico Avançado;
• Coordenar a triagem de vítimas;
• Gerenciar a assistência pré-hospitalar às vítimas;
• Solicitar apoio de outras unidades;
• Supervisionar a imobilização de vítimas;
• Fiscalizar o transporte de vítimas; e
• Determinar da unidade de destino, quando não houver orientação do
Médico Regulador na central de Operações.

1.3.3 UNIDADE DE SUPORTE AVANÇADO AÉREA


(HELICÓPTERO):
Aeronave de asa rotativa, adaptada e equipada de acordo com a
legislação correspondente, com equipamentos e materiais necessários ao
Suporte Avançado de Vida, tripuladas por pilotos do Grupamento de
Radiopatrulha Aérea (GRPAe), Médico do Sistema Resgate e tripulante
operacional (Enfermeiro), para prestar assistência à vítimas em local distante
ou de difícil acesso de viaturas e que pela complexidade do quadro clínico
exijam procedimentos médicos no local, em apoio às Unidades de Resgate.
São condições necessárias para o acionamento do Helicóptero, haver luz do
dia (do nascer ao pôr-do-sol) e presença de viatura de bombeiro no local da
ocorrência ou pessoal capacitado para avaliar a necessidade de apoio aéreo.
Critérios para o emprego do Helicóptero:
• não houver Usa próximo da ocorrência ou que sua chegada seja
demorada;
• acesso para viatura terrestre estiver dificultado por grandes
congestionamentos, inundações, falta de via trafegável, grandes ribanceiras;
• grande distância entre o local da ocorrência e o hospital;
• trajeto terrestre até o hospital estiver dificultado por grandes
congestionamentos, inundações. São responsabilidades das equipes do CB
no local quando da recepção à aeronave:
1.3.4. MOTOCICLETA OPERACIONAL DE BOMBEIRO
(MOB)
A MOB é um veículo motor de duas rodas adaptada para circulação
em emergência e equipada com materiais necessários ao Suporte Básico de
Vida (SBV), conduzida por um Bombeiro capacitado e com credenciamento
específico. São empregadas em regiões com trafego intenso para chegar
mais rapidamente ao local do acidente, visando transmitir informes mais
precisos do acidente, isolar e sinalizar o local, auxiliar a fluidez do trânsito
para facilitar a chegada de outras viaturas e iniciar o SBV mais
precocemente.

1.4. O PROFISSIONAL DE RESGATE DO


CORPO DE BOMBEIROS
Para tripular uma viatura de resgate, o profissional é selecionado pelo seu perfil,
capacitado e atualizado continuamente, pois é o espelho do serviço prestado pelo Corpo de
Bombeiros.

1.4.1. PERFIL DO PROFISSIONAL DE RESGATE DO


CORPO DE BOMBEIROS
Todo profissional de resgate deve possuir o Curso de Resgate e Emergências
Médicas (REM) e ser credenciado pela Escola de Bombeiros e a DOp/CB. Especificamente,
deverá o sargento possuir o CEP – Bombeiros e o motorista, além da respectiva habilitação
pelo DETRAN e autorização para condução de viaturas pela Polícia Militar, deverá possuir o
curso de condução de viaturas em situação de emergência (CVSE) para conduzir UR ou
USA e o curso de condução de motocicleta em situação de emergência (CMSE) para
conduzir MOB. Deve ser perfil do profissional de resgate:
• Condicionamento físico: necessário devido às particularidades do serviço que exige
esforço físico decorrente do grande número de ocorrências diárias atendidas. Atentar para a
segurança do trabalho. Ex: utilizar técnicas de levantamento de pesos, correção de postura,
etc;
• Boa apresentação pessoal: própria do policial militar, que traduz organização. Uma
questão de biossegurança, devido ao risco de contaminação com doenças
infecto-contagiosas. Destaque para a possibilidade de levar contaminação para a casa
através do uniforme, que deve ser lavado em separado das roupas da família;
• Discrição e sigilo: não revelar informações pessoais ou relativas à situação clínica
da vítima a quem não esteja diretamente envolvido no atendimento da emergência e que
dessas informações devam ter conhecimento. Ex: vítima que fez uso de drogas; vítimas de
trauma envolvidas em casos extraconjugais ou homossexuais, aspectos da doença ou dos
traumas apresentados pela vítima;
• Controlar o vocabulário: evitar conversação imprópria ou que perturbe ou aborreça
a vítima e seus acompanhantes. Evitar o uso de gírias e palavras de baixo calão;
• Estabilidade emocional: ter controle emocional, evitando envolvimento no
atendimento da ocorrência e mantendo-se neutro aos acontecimentos;
• Iniciativa: assumir o controle da situação, adotando as condutas apropriadas e
agilizando o acionamento dos recursos necessários;
• Amabilidade: compreensão com o sofrimento alheio; tratar as vítimas com respeito
e serenidade;
• Criatividade: quando situações inesperadas surgirem, ser capaz de diversificar o
uso de equipamentos e adaptar as técnicas existentes para solucionar os problemas,
obedecendo-se os limites previstos nos POP RESGATE.

https://www.bombeiros.com.br/imagens/manuais/manual-12.pdf

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