Política e Organização Da Educação Básica
Política e Organização Da Educação Básica
Política e Organização Da Educação Básica
POLÍTICA E
ORGANIZAÇÃ
O DA
EDUCAÇÃO
BÁSICA
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Créditos e Copyright
CDD 370
Este curso foi concebido e produzido pela Unimes Virtual. Eventuais marcas aqui
publicadas são pertencentes aos seus respectivos proprietários.
A Unimes Virtual terá o direito de utilizar qualquer material publicado neste curso
oriundo da participação dos alunos, colaboradores, tutores e convidados, em
qualquer forma de expressão, em qualquer meio, seja ou não para fins didáticos.
PLANO DE ENSINO
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CURSO: Licenciaturas
COMPONENTE CURRICULAR: Política e Organização da Educação Básica
CARGA HORÁRIA TOTAL: 80h
EMENTA
As políticas sociais e educacionais com base nos pressupostos do Estado Moderno
no Brasil, da Constituição Federal e da LDB, enfatizando o papel desse Estado na
elaboração das políticas atuais. A descentralização na Educação Brasileira e sua
organização. Estabelecimento de uma relação prática, encontrada na realidade atual
na organização da Educação Básica, com os textos legais.
OBJETIVO GERAL
Promover condições para que o aluno aproprie-se de conhecimentos e habilidades
para o exercício das atividades de gestão, elaboração, acompanhamento e
avaliação de projetos, dos sistemas de ensino, escolas e outros espaços educativos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
UNIDADE I - Relação entre Estado X Política X Planejamento X Legislação.
Objetivo da Unidade
Estabelecer uma reflexão crítica na relação entre Estado X Política X Planejamento
X Legislação, iniciando-se pelo conceito de Estado.
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VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Quem sabe faz a hora de construir o projeto
político-pedagógico. Editora Papirus 2007. Coleção Magistério: Formação e
trabalho Pedagógico.
METODOLOGIA
As aulas serão desenvolvidas por meio de recursos como: videoaulas, fóruns,
atividades individuais, atividades em grupo. O desenvolvimento do conteúdo
programático se dará por leitura de textos, indicação e exploração de sites,
atividades individuais, colaborativas e reflexivas entre os alunos e os professores.
AVALIAÇÃO
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e
apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como
forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados na parte
teórica e prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos
específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações a distância e Prova Presencial,
de acordo com a Portaria de Avaliação vigente.
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Sumário
Resumo_Unidade I....................................................................................................21
Aula 07_Planejamento...............................................................................................23
Resumo_Unidade II...................................................................................................50
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Resumo_Unidade III..................................................................................................72
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cultural quando se pensa neste mesmo Estado como principal ou único mobilizador
nacional de ações que se contraponham a esta economia.
Nesse contexto, os desafios que se impõem às políticas sociais são
complexos. Os desafios nos remetem para a necessidade de se inscreverem na
agenda política os processos e as consequências da reconfiguração e
ressignificação das cidadanias, se considerarmos as manifestações presentes, cada
vez mais heterogêneas e plurais de identidades, em sociedades e regiões
multiculturais.
É interessante formarmos um glossário para a nossa disciplina e isto é muito
fácil.
O que é um glossário? Está definido como “vocabulário ou livro em que se
explicam palavras de significação obscura ou dicionário de termos técnicos,
científicos, poéticos” pelo Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio
Buarque de Holanda Ferreira. No nosso caso, talvez o significado mais adequado
seja um pequeno dicionário de termos técnicos e científicos. Vamos começar? Não
se acanhe, faça seu glossário em uma pasta no computador ou no final do seu
caderno. Vamos a um exemplo:
Heterogêneas = de outro gênero, de diferente natureza (Novo Dicionário da Língua
Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira).
É importante citarmos a fonte, para que, em caso de dúvida, todos possam
consultar também.
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Por outro lado, não podemos deixar de analisar uma outra questão que
envolve a legislação. Se já compreendemos que ela reflete um dado momento
histórico, ela poderá servir para regulamentar uma determinada política e servir a
determinadas forças.
No caso da Educação Brasileira, podemos afirmar que a legislação
educacional tem refletido uma concepção de reforma do Estado, por meio da
redefinição das responsabilidades das instâncias governamentais, seja ela federal,
estadual ou municipal, sob o discurso oficial da descentralização administrativa e
financeira. Embora tenhamos traçado relações que permeiam o Estado, a Política, o
Planejamento e a Legislação, podemos afirmar que esta não é uma regra que não
permita exceções. Dependendo das circunstâncias, da realidade e dos diferentes
momentos históricos, essa relação pode-se se dar não na ordem que
estabelecemos, mas diferentemente, as interfaces que se estabelecem apontam a
necessidade da ocorrência de um movimento dialético.
Não há neutralidade quando tratamos de educação. Educação é sempre
um ato político, como afirmou Paulo Freire.
Reflexão: Diante das questões aqui apresentadas, como me posiciono?
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Já sabemos que uma política é o que se pretende realizar por meio das ações
governamentais. Diferentes momentos estão contidos em uma política ou nas
políticas. São o que vamos denominar estágios, etapas, fase ou ciclos e que
pressupõem algumas questões.
Os estágios:
Organização da agenda
Formulação
Implementação
Avaliação
Término
Na organização da agenda, questões se tornam parte da agenda pública, as
quais são consideradas pela agência administrativa e pelo corpo legislativo.
Na formulação, o problema ou problemas são discutidos e definidos, e uma
decisão é tomada, decisão essa que passa a agregar apoios ou oposições, e uma
abordagem é adotada para solucioná-los.
Na implementação da política, são criados programas, aspectos da política
são modificados para dar atendimento às necessidades, aos recursos necessários e
às exigências almejadas pelos implementadores. Há uma transferência da decisão
tomada e da ação para a agência administrativa responsável pela implementação.
As ações desenvolvidas pela agência administrativa são avaliadas, e o
impacto da política e os processos pelos quais ela está sendo implementada são
considerados na avaliação.
Vários são os fatores que levam à descontinuidade de uma política, ou seja, a
seu término. Podemos considerar como fatores determinantes a perda do apoio
político, a ausência de resultados alcançados, o descumprimento de metas, o custo
considerado alto, a falta de recursos e outros.
Esta elaboração dos estágios de uma política, no entanto, não ocorre de
modo linear como pode parecer à primeira leitura. No concreto, em situação real
eles se mesclam e até se sobrepõem e podem ocorrer em sequência diversa da aqui
apresentada, o que quer dizer que o processo é dinâmico, incorpora atores,
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Resumo_Unidade I
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Aula 07_Planejamento
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agentes que o executam. Essa influência permaneceu por muito tempo e impregnou
não só as políticas sócias como também a educação.
Diferentes linhas de planejamento foram se estabelecendo com a evolução do
processo histórico. Na atualidade, especialmente no campo da educação, podemos
destacar o Planejamento Participativo como uma tendência e expressão da
resistência de educadores que se colocaram resistentes à separação anteriormente
exposta.No Planejamento Participativo, estão valorizadas “a construção, a
participação, o diálogo, o poder coletivo local, a formação da consciência crítica a
partir da reflexão sobre a prática de mudança”. (Vasconcellos, 1999, p. ). Há um
rompimento com outras formas de planejar, e o planejamento se torna um
instrumento da possibilidade da interferência na realidade para transformá-la.
A ênfase no Planejamento Participativo revela um ressignificar de uma prática
ainda presente na educação. Remete-nos a acreditar na possibilidade de mudança
da realidade, a querer mudar algo, a vislumbrar a possibilidade da realização de
uma determinada ação que dá sentido ao nosso fazer.
Referência Bibliográfica:
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto de ensino-
aprendizagem e projeto político pedagógico – elementos metodológicos para
elaboração e realização. São Paulo: Libertad, 1999.
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Já na segunda década dos anos dois mil, após significativa discussão, é efetivada a
Base Nacional Comum Curricular, prevista no artigo 210, da Constituição Federal e
também na LDBEM, em seu artigo 26. Como resultado desse processo de diálogo e
participação, em 2017, é instituída pelo Conselho Nacional de Educação a Base
Nacional Comum Curricular voltada para a Educação Infantil e Ensino
Fundamental, por meio da Res. CNE/CP nº 2/2017. Já a discussão do Ensino
Médio continuou em processo organizado, com os educadores participando
em comitês de debates, culminando com o documento homologado pelo MEC
em dezembro de 2018.
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Ainda podemos afirmar que o conjunto de profissionais que integram a escola têm
suas próprias culturas, seus valores e que, por não poderem se dividir em partes,
como pessoas, carregam para o interior da escola os seus valores. Enquanto
mediadores do processo educacional, agentes, atores têm suas práticas
impregnadas dessa pessoa humana que são. Daí a importância e a relevância
do projeto político-pedagógico da escola.
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Estes três novos focos presentes hoje na discussão sobre a escola – sua função
social, a importância do seu projeto político-pedagógico e a articulação adequada
com as bases de um currículo nacional, não esgotam nossa reflexão. Há uma
relação direta entre a escola e os sistemas educacionais a que se vinculam, não há
espaço para a concretização efetiva deste processo, se os sistemas não se
democratizarem. Há uma relação de dupla mão, sistema de ensino e escola ou vice-
versa. Os sistemas de ensino expressam o projeto político das forças hegemônicas
da sociedade, que expressa o projeto político de um dado governo.
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Nas aulas anteriores vimos que a escola se tornou um dos focos mais
importantes da política educacional. Nesse sentido, a função social da escola e o
seu projeto político pedagógico são dois fatores que merecem destaque.
Vamos refletir sobre o Projeto Político Pedagógico:
1. O QUE É O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO?
2. ONDE ESTÁ SITUADO O PPP?
Podemos afirmar que o Projeto Político Pedagógico é o grande projeto de
uma escola. Pode ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um
processo de planejamento participativo, que se aperfeiçoa e se objetiva na
caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar, a
partir de um posicionamento quanto a sua intencionalidade e de uma leitura da
realidade.
É um caminho para a construção da identidade da escola. É um instrumento
para a transformação da realidade.
Como processo, implica a expressão das opções da escola, de concepções
acerca do conhecimento e o julgamento da realidade, bem como das propostas de
ação para concretizar o que se propõe. Vai além, supõe a colocação em prática
daquilo que foi projetado, sempre acompanhado da análise dos resultados
alcançados.
A DINÂMICA DA CONSTRUÇÃO DO PPP
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Glossário
Consenso de Washington: Expressão que designa um conjunto de medidas
em favor da economia de mercado com o intuito de “recuperar” economicamente a
América Latina. Denominada de neoliberais, essas medidas pregam a redução da
participação do Estado na economia com a privatização de empresas públicas,
ainda a flexibilização das leis trabalhistas, a redução da carga fiscal e a abertura
comercial. Ao contrário do que pregavam os seus elaboradores, os países que
adotaram inocentemente o receituário do Congresso tiveram aumento do
desemprego, redução dos salários dos trabalhadores e, consequentemente, perda
crescente de poder aquisitivo, com o agravamento da concentração de renda,
deixando uma enorme distância entre ricos e pobres. Houve, também, diminuição do
investimento do poder público na área social diante da “necessidade” do controle
fiscal visando o pagamento de sua dívida pública. O baixo crescimento econômico
dos países que adotaram o modelo do Consenso de Washington não justifica o alto
nível de sacrifício imposto às
suas respectivas populações.
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Referências
ARRETCHE, Marta. Estado Federativo e Políticas Sociais: Determinantes
da Descentralização. Rio de Janeiro: Revan; São Paulo: FAPESP, 2000.
SILVA, Tomaz Tadeu da. A “nova” direita e as transformações na
pedagogia da política e na política da pedagogia, In: GENTILI, Pablo A. A.;
SILVA, Tomaz Tadeu da (org.) [e outras] Neoliberalismo, qualidade total e educação:
visões críticas. 9º ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
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Essa discussão, uma das mais relevantes da política educacional nos anos de
1990 e hoje muito presente, deve-se, na realidade, à redefinição do Estado de Bem-
Estar Social, em consequência da política neoliberal predominante.
Referências
KRAWCZYK, Nora Rut. Em busca de uma nova governabilidade na
educação. In: OLIVEIRA, Dalila Andrade e Maria de Fátima Felix Rosar (orgs.).
Política e gestão da educação. Belo Horizonte : Autêntica, 2002.
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O Estado não deixa de exercer seu controle, nem sua regulação; continua
sendo a expressão das relações sociais assimétricas de dominação capitalista,
exercendo o controle sobre o indivíduo segundo a concepção liberal, mas também
como concretização das relações sociais historicamente determinadas. O Estado
mínimo não significa necessariamente um Estado mais débil, mas, sim, reforça a
ideia de liberdade para o indivíduo escolher e responsabilizar-se pelas suas
escolhas.
Desta forma, o Estado mínimo provoca relações de maior assimetria numa
sociedade com fortes desigualdades sociais como a nossa. Assim, novas formas de
controle implicam maior liberdade imposta para os indivíduos. Isto se observa pelas
mudanças nas políticas públicas, na legislação e na própria dinâmica de poder que
se estabelece. Evidencia-se o rebaixamento de investimentos em políticas sociais
das quais fazem uso as camadas menos favorecidas da população e privilegiam-se,
por meio de regulamentações, os setores mais altos.
Merece análise ainda a ideia de liberdade proposta pelo discurso oficial ante o
controle do Estado. A ausência do controle do Estado potencializa a dependência
dos recursos próprios dos atores sociais e sua diferente taxação em negociações
assimétricas; torna então a liberdade conveniente para os setores que detêm
maiores recursos.
Neste sentido, nas escolas autônomas, os atores sociais ficam “livres”
do Estado e “aceitantes” e dependentes de seus próprios recursos, o que
provoca desigualdade entre as escolas e legitimação da desigualdade.
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O que estamos propondo nesta aula é mais uma reflexão sobre as condições
políticas, sociais, econômicas, culturais e educacionais em que vivemos na
atualidade.
Já sabemos que a consolidação das políticas em andamento não só no Brasil,
mas mundialmente, tem como marco o Consenso de Washington (1989), cujas
orientações passaram a nortear as políticas do Fundo Monetário Internacional e do
Banco Mundial na concessão dos empréstimos aos países necessitados de
recursos, políticas essas que têm ajustes estruturais, como a redefinição do papel do
Estado e acarretando uma redução unilateral da intervenção estatal nos setores de
produção e também dos serviços sociais. Problemas básicos da sociedade,
especialmente as mais pobres como a brasileira, as desigualdades estruturais e a
exclusão social, econômica e política dos segmentos pobres da população não têm
sido amenizadas com as reformas realizadas e em curso.
Sabemos ainda que a transformação internacional e a evolução rápida das
tecnologias, os novos conceitos e “modelos” de organização estão provocando o
desaparecimento de antigas profissões, e estão surgindo.
Para enfrentarmos este desafio, podemos afirmar que precisamos de muita
competência. E, não é por acaso que tanto se fala em competência. Alguns
estudiosos do assunto tratam a questão da competência numa relação íntima com a
questão do mercado de trabalho. Consideramos que também esta questão deve
estar pautada nas nossas reflexões, mas não só elas. Na realidade, precisamos ser
competentes para sobreviver nas condições já relatadas e precisamos compreender
que o estabelecimento de competências é parte daquele projeto político de que tanto
falamos.
Mas, afinal, o que é competência?
Ainda que concordemos com a maioria dos conceitos que já estão postos,
atrevemo-nos a dizer que competente é alguém que sabe, sabe fazer, conhece suas
próprias crenças e valores de mundo, define o que é realmente importante e coloca
tudo isto em movimento partindo para a ação.
Precisamos, como professores, cada vez mais, da competência do
conhecimento. As informações e os saberes podem ser desenvolvidos com leituras
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Referências
ARRETCHE, Marta. Estado Federativo e Políticas Sociais: Determinantes
da Descentralização. Rio de Janeiro: Revan; São Paulo: FAPESP, 2000.
CASASSUS, Juan. Marcos conceptuales para el analise de los câmbios
em la gestion de los sitemas educativos[presentado no seminário Internacionale
de Referencia de la Gestión de los Sistemas Educativos em lá década de los
noventa, Santiago, Chile, 13, 14 de noviembro de 1997].
KRAWCZYK, Nora Rut. Em busca de uma nova governabilidade na
educação. In: Dalila Andrade e Maria de Fátima Felix Roscar (orgs). Política e
gestão da educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
MUNÍN, Helena (comp.). La autonomia de la escuela: ? liberdad y
equidad?: um recorrido por la discusión alemana de los años noventa. Buenos
Aires, Argentina: Editora Aique, 1998.
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Silva, o texto constitucional recebeu nova redação e foi considerada uma nova
Constituição.
Com a queda do regime militar, o país movimenta-se para a criação da
Assembleia Nacional Constituinte e, depois de dois anos de debates no Congresso
Nacional, é promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988.
A Constituição de 1988 tem as seguintes partes:
TÍTULO I - Dos Princípios Fundamentais
TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais
TÍTULO III - Da Organização do Estado
TÍTULO IV - Da Organização dos Poderes
TÍTULO V - Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas
TÍTULO VI - Da Tributação e do Orçamento
TÍTULO VII - Da Ordem Econômica e Financeira
TÍTULO VIII - Da Ordem Social
TÍTULO IX - Das Disposições Constitucionais Gerais
TÍTULO X - ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS
Pode-se dizer que a Constituição de 1988 ainda se encontra em processo de
elaboração, pois até hoje já sofreu inúmeras emendas e outras se encontram
tramitando pelo Congresso Nacional. Entretanto, todo cidadão brasileiro precisa
conhecer e compreender o texto legal e suas disposições para todo o país.
É importante destacar que o Título I – Dos Princípios Fundamentais –
composto pelos quatro primeiros artigos, define quais são os direitos fundamentais
do Estado brasileiro, mas vamos nos deter na análise do Art. 1º:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
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Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Para MARTINS (2005, p. 15):
O Brasil escolheu a forma federativa, como os Estados Unidos, como a
Alemanha, como a Argentina, não só pela dimensão do país, mas
fundamentalmente por entender que essa descentralização administrativa - que
implica órgãos públicos mais próximos do povo – facilitaria o governo. Por isso é
uma República Federativa, “formada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios
e do Distrito Federal”, e aqui há uma inovação absoluta, em termos de Direito
Constitucional.
De acordo com o Dicionário Michaellis on-line, soberania significa:
“[...] S. do povo ou s. popular: princípio segundo o qual todo
o poder político emana do povo e é em nome dele exercido
(consignado na Constituição brasileira). S. política,
Sociol: possibilidade que tem o Estado de usar do poder, limitado
somente pelas condições da política interna e obrigações contratuais
para com outras nações” (Dicionário Michaellis on-line, 2014).
Quanto à cidadania, pode-se dizer que ela é o elemento principal de
Constituição Democrática, pois ela destina-se ao cidadão e tem que oferecer a ele
todas as prerrogativas para exercer seus direitos e assumir todos os deveres
perante aos outros cidadãos.
O inc. III trata sobre a “dignidade humana”, de onde se destaca que se a
Constituição é destinada ao cidadão, deve imperar a dignidade do ser humano, que
o Estado tem a função de reconhecer e respeitar. E para garantir essa dignidade
humana, é necessário haver oportunidade para a realização de todo cidadão por
meio do trabalho e da livre iniciativa, de acordo com o inc. IV e, para MARTINS
(2005, p.20), “a livre iniciativa, o liberalismo econômico, o capitalismo, a economia
de mercado não poderão deixar de respeitar os valores sociais do trabalho.”
Por fim, o inc. V – o pluralismo político, ou seja, todos os cidadãos têm
liberdade de pensamento e de “escolher o seu governo ideal, desde que
democrático”.
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Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros.
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal,
de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Subseção III
Das Leis
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer
membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos
Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e
nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e
autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços
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FIQUE ATENTO:
De acordo com a Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de
1998 :
Art. 10. Os textos legais serão articulados com observância dos
seguintes princípios:
I - a unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela
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Esta aula trata de uma parte fundamental para todos que estão em processo
de formação para a carreira docente: o Título VIII – Da Ordem Social, Capítulo III –
Da Educação, da Cultura e do Desporto, Seção I – Da Educação, de onde serão
destacados os artigos fundamentais para nosso estudo.
Toda política educacional tem suas bases no texto constitucional assim como
toda legislação que dele advém. É importante destacar que a educação está
proclamada como “direito” de todas as pessoas, da mesma forma que se configura
como “dever” do Poder Público e da família. Assim, todas as pessoas, sem
distinção, podem exigir que o Poder Público cumpra com sua obrigação, da mesma
forma, a família será responsabilizada se não zelar pela educação de seus filhos.
Artigo 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
No Art. 206, são estabelecidos os princípios para o ensino. Estes são regras
básicas que disciplinarão todas as demais normas, sob a pena de serem
invalidadas, se consideradas inconstitucionais. De acordo com os princípios
estabelecidos na Constituição o ingresso em uma escola deve ser igual para todos,
é vedada a criação de escola com regras excludentes, em qualquer circunstância.
Já o princípio elencado no inc. III se destaca por ser fundamentalmente
moderno, pois já houve tempos em nossa história em que os professores não
podiam discordar dos métodos, ideias e concepções pedagógicas. A gratuidade é
outro ponto importante nos estabelecimentos oficiais, deixando claro o dever do
Estado.
O inc. V procura garantir a melhoria qualitativa do ensino público, pois os
diagnósticos da baixa qualidade apontam como uma das causas a desvalorização
dos profissionais do ensino e aponta ainda o ingresso exclusivamente por concurso
público.
A gestão democrática do ensino público segue o princípio constitucional do
país, onde se faz necessária a participação efetiva de todos os envolvidos, como
uma forma de colaboração para a melhoria da educação. Quanto à garantia do
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este artigo ainda conta com outra importante alteração: a idade para atendimento da
criança na educação infantil, que passa de “zero a seis anos” para “até 5 (cinco)
anos de idade”.
Neste artigo está presente também a garantia de acesso ao ensino obrigatório
como “direito subjetivo”, isto significa que a pessoa que não for atendida, por
exemplo, para matrícula em uma escola pública, poderá impetrar mandado de
segurança para que a escola seja obrigada a admiti-la como aluno.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a
garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não
tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59,
de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos
de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por
meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
59, de 2009)
§ 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º - O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua
oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino
fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela
frequência à escola.
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I Da Composição
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dos Níveis Escolares
II Da Educação Infantil 29 a 31
III Do Ensino
32 a 34
Fundamental
II Da Educação
IV Do Ensino Médio 35 a 36
Básica
IV-A Da Educação
36-A a
Profissional Técnica de
36-D
Nível Médio
V Da Educação de
37 a 38
Jovens e Adultos
III Da Educação
39 a 42
Profissional
IV Da Educação
43 a 57
Superior
V Da Educação
58 a 60
Especial
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V – (VETADO)
VI – que tenha prole.
§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das
diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das
matrizes indígena, africana e europeia.
§ 5º Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a
partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja
escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da
instituição.
§ 6o A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do
componente curricular de que trata o § 2o deste artigo.
§ 7o Os currículos do ensino fundamental e médio devem incluir os princípios
da proteção e defesa civil e a educação ambiental de forma integrada aos conteúdos
obrigatórios.
O Art. 26 estabelece uma “base nacional comum”, entretanto é fundamental
observar que as características próprias de cada localidade também estão no corpo
da lei, garantidas na parte diversificada. Este artigo sofreu alterações das Leis nº
10.793/2003, 11.769/2008, 12.287/2010 e mais recentemente, a Lei 12.796/2013.
Outro destaque importante refere-se ao acréscimo do Art. 26-A feito pela Lei
nº 11.145/2008:
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio,
públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira
e indígena.
§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos
aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população
brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da
África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura
negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional,
resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes
à história do Brasil.
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Nesta aula buscamos elucidar o que a LDB traz sobre a Educação Infantil.
Destacamos para iniciar o estudo, o inc. V do Art. 11, das incumbências do
Município:
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade,
o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente
quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de
competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela
Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.
Já o Art. 26 estabelece a base nacional comum para a organização do
currículo da educação infantil e dos demais níveis da educação básica. É importante
observar que a Lei 9394/96 foi alterada pela Lei 12796/2013 e muitos incisos foram
acrescentados na LDB:
Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do
ensino médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada
sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada,
exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da
economia e dos educandos. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
No Artigo 29 da Lei, a Educação Infantil, considerada como primeira etapa da
Educação Básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até
cinco anos de idade, em seu aspecto físico, psicológico, intelectual e social, em
complementação à ação da família e da comunidade.
Trata ainda, no Artigo 30, das instituições onde será desenvolvida essa
educação, ou seja, nas creches que, necessariamente, não precisam ter esta
denominação, e que atenderão as crianças até três anos de idade, e as pré-escolas
que atenderão as crianças de quatro e cinco anos de idade.
Já no Artigo 31, a temática abordada é a avaliação na Educação Infantil que
tem um caráter de acompanhamento e de registro do desenvolvimento das
crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino
Fundamental.
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III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória,
escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das
disponibilidades da instituição.
IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias
em todas as séries do ensino médio.
§ 1º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão
organizados de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre:
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção
moderna;
II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem.
§ 2º - Revogado.
§ 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao
prosseguimento de estudos.
É importante compreender a necessidade de se adotar formas
diferenciadas de organização curricular com base nos princípios orientadores,
buscando a garantia de uma formação eficaz que seja capaz de atender aos
anseios dos jovens, que conduzam a participação do processo de construção
de uma sociedade mais solidária e ofereça condições para inserção no mundo
do trabalho.
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Uma série de estudos, com avanços e recuos, tem sido desenvolvida por
instituições públicas e privadas, bem como tem sido foco de atenção na legislação
da educação nacional desde a década de 1990. Temos que destacar a aprovação
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Nesta aula falaremos sobre o que a LDB diz dos profissionais da educação
que somos nós.
A Lei nº 9.394/96 dedica um título aos profissionais da educação (Título VI,
Art. 61 a 67), indicando as universidades ou instituições superiores de educação
como o espaço privilegiado da formação de profissionais para a educação básica.
Também neste título estão presentes alterações circunstanciais trazidas
essencialmente pelas Leis nº 12.014, de 2009 e nº Lei nº 12.796, de 2013, da qual
destacamos:
Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que, nela
estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos,
são: (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na
educação infantil e nos ensinos fundamental e médio;
II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com
habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação
educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou
superior em área pedagógica ou afim.
Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo a
atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos
das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como fundamentos:
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos
fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho;
II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados
e capacitação em serviço;
III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições
de ensino e em outras atividades.
O texto inicial da LDB admitia a formação mínima para o exercício do
magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental,
a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. Entretanto, estabeleceu também
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um prazo máximo de dez anos para que os professores tivessem essa formação,
esse aspecto foi alterado no Art. 62, admitindo a formação em nível médio para o
magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do ensino fundamental:
Art. 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em
nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e
institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício
do magistério na educação infantil e nos 5 (cinco) primeiros anos do ensino
fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade normal. (Redação dada
pela Lei nº 12.796, de 2013)
Na prática a questão da formação em nível médio tem gerado polêmicas,
especialmente quanto aos concursos públicos que têm exigido a formação superior,
mas que nos termos deste artigo torna-se dispensável a exigência. Entretanto dados
do MEC apresentados no 6º Fórum Nacional Extraordinário dos Dirigentes
Municipais de Educação, promovido pela União Nacional dos Dirigentes Municipais
de Educação (Undime), em Florianópolis demonstram há um grande número de
professores participando dos programas de formação:
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[...]
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação
do desempenho;
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga
de trabalho;
VI - condições adequadas de trabalho.
Muitas ações têm sido desenvolvidas pelo MEC no sentido de organizar um
sistema de formação de professores, acompanhe o quadro abaixo:
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federais, sempre que, no âmbito de cada Estado, seu valor por aluno não alcançar o
mínimo definido nacionalmente. Independentemente da origem, todo o recurso
gerado é redistribuído para aplicação exclusiva na educação básica.
Sua implantação começou em 2007, sendo plenamente concluída em 2009,
quando o total de alunos matriculados na rede pública foi considerado na
distribuição dos recursos e o percentual de contribuição dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios para a formação do Fundo atingiu o patamar de 20%.
O FUNDEB promove a distribuição dos recursos com base no número de
alunos da educação básica informado no censo escolar do ano anterior, computando
os estudantes matriculados nos respectivos âmbitos prioritários de educação, ou
seja, os municípios recebem os recursos do FUNDEB com base no número de
alunos da educação infantil e do ensino fundamental, e os estados, com base nos
alunos do ensino fundamental e médio.
Ainda que de modo bastante simplificado tenhamos chamado a atenção
quanto à importância de compreendermos quais são os recursos financeiros
destinados à educação, esta é uma tarefa complexa. No entanto, como educadores,
precisamos aprofundar este conhecimento, sem o qual não será possível fiscalizar
os recursos públicos destinados à educação, desde a arrecadação até a
aplicação. É nosso dever de cidadania.
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