O Peso Da Culpa

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O peso da culpa

Ana Beatriz, Lara, Luana, Yasmin- 1º ano Alfa

PARTE 1

Mariana acordou com o despertador martelando em sua cabeça. Ela levanta, ainda meio
sonolenta, mas animada para seu primeiro dia no último ano do seu ensino médio. Toma
seu banho, escova seus dentes, e coloca seu fone para se preparar para ir fazer o café da
manhã. Mariana encontra sua irmãzinha, Ana Laura, que estava a esperando na cozinha
para tomar café. Mariana sempre foi responsável por Ana desde que sua mãe a teve. Seus
pais, por se manterem constantemente ativos no trabalho, acabam sendo ausentes na
maior parte da vida das garotas. Mariana não os culpa, e muito menos reclama. Até porque
elas não teriam metade da vida estável que têm se não fosse por eles.

Assim que terminam de comer, percebem que tem que ir logo para a aula, então deixam a
louça suja na pia, pegam suas bicicletas, e vão para a escola.

Sarah, do outro lado da cidade, lidava com a correria que já estava se acostumando. Se
preparava para o seu dia de trabalho; tinha que acordar cedo para deixar a casa pelo
menos um pouco decente depois da noite de festa que o pai organizou. Ao descer as
escadas,aos tropeços entre cervejas e roupas, vê seu pai bêbado, fumando um cigarro,
largado no sofá. Ele fala alguma coisa com ela, mas ela prefere ignorar e seguir para seu
carro.

Mariana e sua irmã pedalavam com cuidado na calçada, observando os carros ao redor,
ansiosas com o primeiro dia de aula. Sarah, estava dentro de um trânsito intenso, então
decidiu ir por um caminho que nunca fora para não chegar atrasada, tentando manter a
calma e a atenção. De repente, um pedestre imprudente atravessou a rua, forçando Sarah a
desviar rapidamente da pessoa, em direção a calçada . Mariana, que vinha por essa mesma
calçada, não teve tempo de reagir.

O impacto foi violento e inevitável, o som do choque ecoou pela rua, um ruído estridente e
aterrorizante. Mariana foi lançada ao chão, sua bicicleta retorcida ao seu lado como se
fosse um objeto frágil. Sua irmã, que vinha mais atrás, viu tudo em câmera lenta. Ela não foi
acertada, pois estava a uma distância segura, tentando acompanhar a irmã mais velha.

As lágrimas logo começaram a rolar pelo rosto da irmã mais nova, um misto de medo e
desespero. Ela correu até Mariana, ajoelhando-se ao seu lado, suas mãos tremendo
enquanto tentava acordá-la. Sarah, ainda estava em estado de choque, algo assim nunca
havia acontecido a ela, ela nunca tinha feito nada de errado, e ao tentar evitar um acidente,
ocasionou outro. Sentindo o peso esmagador da culpa e do pânico, ela procurou um lugar
para estacionar o carro, para sair e ajudar. Para qualquer um que visse essa cena, Sarah
parecia uma criminosa tentando escapar da culpa e da lei.

PARTE 2

Nos dias que se seguiram, Sarah se viu mergulhada em uma espiral de culpa e tristeza. A
investigação revelou que o pedestre imprudente havia realmente causado a manobra
brusca de Sarah. Apesar disso, o dano estava feito. Mariana havia perdido a vida, e Sarah
carregava o peso de um acidente que jamais poderia esquecer.
Com isso, a cidade foi carregada por uma onda de linxamento contra a Sarah, revelando o
espírito de vingança em detrimento da justiça. A pressa com que as pessoas condenaram
Sarah, sem entender oque de fato ocorreu, mostrou a falta de empatia e a tendência da
sociedade de buscar sempre um culpado. A situação da tragédia de Mariana foi ainda mais
traumática com a injustiça sofrida por Sarah, que viu sua vida desmoronar totalmente por
um erro.

Todas as áreas da sua vida viraram completamente de cabeça para baixo. Tudo o que
tinha foi fragilizado ou tirado de si de alguma forma. Seu chefe, preocupado com a
reputação de sua empresa, a demitiu diante todas as fofocas e julgamentos que circulavam
os escritórios. Seus amigos já não conseguiam ao menos olhar nos olhos de Sarah. Alguns
sentiam raiva do que ela havia feitos, outros a viam com pena, como se percebessem toda
a nuvem de remorso que sobrevoava sua cabeça, mas ao mesmo tempo não pareciam se
importar de fato. Seu semblante pesado e suas olheiras fundas também assustava a todos
que se atreviam a observa-la, revelando todas as noites em que perdeu se questionando
até quando todo aquele sofrimento se prolongaria. O que ela precisaria fazer para que as
pessoas finalmente se sintam satisfeitas? Elas realmente querem isso?

Numa manhã ensolarada, quando o peso da condenação social se tornou insuportável,


Sarah tomou uma decisão. Ela vestiu a mesma roupa que usará no dia do acidente e
caminhou até o local que causará a ela todo aquele tormento. Ali, no cruzamento, Ela foi,
sem excitar para o meio da rua. O som de freios guinchando foi a última coisa que ouviu.

A cidade enfrentou uma dura lição sobre a fragilidade da vida e a importância de suspender
julgamentos até conhecer todos os lados. Sarah, apesar de entender que não teve a
intenção de causar o acidente, vivia com a culpa e a dor da perda de Mariana. Acordava
todos os dias com o sentimento de que poderia ter feito diferente.

E assim, a tragédia serviu como um sombrio lembrete de como um momento de distração


pode mudar vidas para sempre.

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