Patologia Do Sistema Digestório

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PATOLOGIA DO SISTEMA

DIGESTÓRIO
PROF. DR. FERNANDO VISSANI FERNANDES
Patologia do Sistema Digestório

 Afecções da Cavidade Oral


 Tonsilas
 Esôfago
 Estômago
 Pré-Estômago
CAVIDADE ORAL

ALTERAÇÕES SEM SIGNIFICADO COLORAÇÕES


 Alterações sem significado clínico  NORMOCORADA
 - Melanose  HIPOCORADA
 - Desidratação post mortem  CONGESTA
 - Conteúdo alimentar  HEMORRÁGICA
 - Larvas  CIANÓTICA
 ICTÉRICA
ALTERAÇÕES
INFLAMATÓRIAS DA
CAVIDADE ORAL

SUPERFICIAIS QUEILITE

GENGIVITE
PROFUNDAS
GLOSSITE
ESTOMATITES
PERIODONTITE
LOCALIZADAS
ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS
DA CAVIDADE ORAL

Estomatites vesiculares
Diarreia Viral Rinotraqueíte
Febre Aftosa –
Bovina – Infecciosa
Picornavirus
Pestivirus Bovina

Febre Catarral Estomatite


Língua Azul –
Maligna – vesicular –
Orbivirus
Herpesvirus Vesiculovirus
FEBRE AFTOSA

Viral, aguda, contagiosa

Picornaviridae – Aphtovirus

SOROTIPOS – O / A / C

BIUNGULADOS

ZOONOSE
FEBRE AFTOSA
Estomatites Vesiculares
Estomatites de Origem Imunológica

 Úlcera Eosinofílica

 Estomatites Penfigóides
• Estomatites da I.R.C.

 Estomatite Urêmica

 Uremia

 Insuficiência Renal Crônica


Estomatites Profundas

 Estomatite purulenta

- bactérias piogênicas

 Estomatite necrótica

- Necrobacilose – Fusobacterium necrophorum

 Estomatite gangrenosa

Estomatite granulomatosa

- Mycobacterium bovis
Neoplasias da Cavidade Oral

 Tumores Odontogênicos Melanoma

- Ameloblastomas Carcinoma de Células

- Odontomas Escamosas

Mastocitoma

Papiloma Fibrossarcoma

Plasmocitoma

Épulis ou Epúlides
Neoplasias da Cavidade Oral

O Carcinoma Epidermóide é a
neoplasia mais comum da cavidade
oral de gatos

O Melanoma é a neoplasia mais


comum da cavidade de cães
Alterações das
Tonsilas
 Inflamação ( tonsilite)

 Reatividade a
processos infecciosos

 Neoplasias

Linfoma

CEC
Sialoadenite
Sialocele/ Mucocele
Alterações
das Rânula
glândulas Sialolitíase
salivares
Sialorreia ou Ptialismo
Aptialismo
Alterações do Esôfago

 Esofagites

 Erosivas / Ulcerativas
 Virais, bacterianas, químicas
 Fibrose -> estenose

 Refluxo
 Anestésicos, êmese crônica,
Alterações do Esôfago
Obstrução esofágica

Pontos
Sobre a
críticos para
laringe
obstrução

Entrada do Sobre o
tórax coração

Entrada do
diafragma
Alterações do Esôfago

 Megaesôfago

 Atonia, flacidez e dilatação

 Congênito

 Adquirido
Estenose Perfuração
 P.A.A.D.  Corpos Estranhos

 Retrações cicatriciais  Iatrogenia


Alterações
parasitárias do
Esôfago

 Parasitoses - Espirocercose –
Spirocerca lupi
Neoplasias do esôfago

 Papilomatose - Viral

 CEC - * Pteridium aquilinum

 Fibrossarcoma -

Associados ao parasitismo

por Spirocerca lupi


Patologia dos Pré-Estômagos

 Corpos Estranhos

 Reticulite Traumática

- Retículo-Peritonite

- Retículo-Pericardite

* Cranioventral
• Rumenite/Acidose
Láctica
 Animais confinados/ leiteiros

 Ingesta excessiva de
concentrado/grãos

 Macro: Hiperemia da mucosa


rumenal e conteúdo rumenal
líquido e amarelado
Timpanismo Redução na
PH 4,0 – 4,5 Atonia rumenal
secundário salivação

Passagem de fluídos
Elevação da
< Bicarbonato Aumento de íons H+ para o meio
pressão ósmótica
extravascular

Hemoconcentração e Anúria, uremia e


desidratação colapso
Acidose Láctica - Consequências

Hematose
Óbito
ineficiente

Acidose Insuficiência > permeabilidade


metabólica circulatória vascular e laminite

Alcalose Alcalose
ventilatória metabólica
Acidose Láctica - Consequências
 Anaeróbios e fungos

 Necrose isquêmica do córtex renal - hipoperfusão

 Rumenite necrobacilar

- Fusobacterium necrophoprum – cicatriz estrelada

 Rumenite mucormicótica

- Mucor, Absidia, Mortierella e Rhizopus – vasculite, trombose e peritonite


fibrinohemorrágica

 Abcessos hepáticos - translocação bacteriana


Dilatação Gástrica e Deslocamentos

 Dilatação Vólvulo Gástrico em Cães

 Comum nas raças de grande porte

 Cães com extensos períodos sem se alimentar

 Ingesta excessiva de alimento

 Atividade física
Dilatação vólvulo gástrico

 Redução do débito cardíaco

 Desequilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico

 Liberação de fator depressor do miocárdio

 Choque circulatório

 Correção cirúrgica - LESÃO DE REPERFUSÃO!

 Espécies reativas de oxigênio, necrose, lesão vascular....


Dilatação Gástrica e Deslocamentos

 Dilatação Gástrica em Equinos

 Primária - Nutricional
- Alimentos altamente fermentáveis

 Secundária - Mecânico/ Funcional

 Atonia - Dilatação - Deslocamento – Ruptura - Peritonite

 Alteração da permeabilidade vascular - Desidratação - Laminite

 Óbito
Deslocamento Abomasal
 Vacas leiteiras de alta produção
 Terço final de gestação ou pós parto

 Elevada taxa de concentrado – AGV


- Hipocalcemia e hipomotilidade
- Produção de gás e atonia

 À esquerda (90%) – Menos grave


- Correção mais fácil – Abomaso sobre o rúmen
 À Direita (10%) - Grave
- Omaso e abomaso torcidos no sentido anti-horário, sobre a curvatura menor de ambos, em
ângulo de 360°, com o duodeno fazendo uma laçada que envolve os dois órgãos.
Alterações Inflamatórias no Estômago

 Gastrite Aguda – Hiperemia, edema, ulceração, congestão.

- Antiinflamatórios, isquemia, uremia, corpo estranho...

 Gastrite Crônica – Vômito há mais de 1 semana.

- Micro: Inflamação, edema, degeneração e fibrose.

❖ Gastrite Granulomatosa – Suspeita para fungos ou parasitos.

❖ Gastrite Linfoplasmocitária – idiopática ou progressão da aguda. Mais comum em cães e gatos.

❖ Gastrite Eosinofílica – Hipersensibilidade. Macro: Hipertrofia, hemorragia e ulceração

 Gastrite Hipertrófica hipertrofia da região fúndica, com aspecto cerebriforme

- Micro: hiperplasia e hipertrofia da mucosa, dilatação cística das glândulas e infiltrado mononuclear
Úlceras gástricas

Hipersecreção gástrica
Ácido
 Secreção basal elevada
clorídrico/
 Gastrinoma pepsina

 Aumento de histamina - mastocitoma

Diminuição da resistência da mucosa Integridade


da mucosa
 Anti-inflamatórios – AINE/ Corticosteroides
 Refluxo duodenal
Ruptura de úlceras gástricas:
 Isquemia extravasamento de conteúdo
alimenta para a cavidade e
consequente peritonite
Úlceras gastroduodenais
Gastropatia urêmica

 Gastrite urêmica  Dor abdominal


 Cães - gastrite hemorrágica difusa Apatia
severa
Anorexia
Halitose
 Edema e mineralização da lâmina
Emese
própria
Gastrorragia
 Atrofia glandular
 Vasos com alteração fibrinoide e
trombose
Neoplasias do Estômago
 Adenocarcinoma gástrico - cão com idade média de 10
anos
 curvatura menor- antro pilórico
 Metástases para linfonodos regionais, fígado e pulmões
 invasivo, espessamento da parede do estômago e úlceras
(crateriforme)
 Micro: Células epiteliais infiltrativa, com diferenciação
glandular, anel de sinete e produção de muco.

 Carcinoma de células escamosas gástrico – equinos


 Células estratificadas da pars oesophagea

 Leiomioma – > frequência em cães


 Linfomas
Anomalias Congênitas do Intestino

 Atresia
- Membranosa
- Cordão
- Extremidade cega

 Atresia de íleo – Mais comum do I. Delgado (Bezerros)


 Atresia jejunal - Recessiva
 Atresia colônica – Bezerros holandeses e potros

 Atresia anal – Mais comum entre as espécies


Aganglionose do Cólon

 Síndrome letal do potro overo branco


 Paint Horse
 Gene Autossômico recessivo
 Cólica – Óbito em 48 horas !
 Estenose colônica e distensão de alças anteriores

 Gânglios mioentéricos do íleo, ceco e cólon – ausentes


 Melanócitos – apenas em áreas pigmentadas da pele
 Crista neural
Alterações Obstrutivas do Intestino

 Estenoses Adquiridas
➢ Retrações cicatriciais
➢ Abscessos
➢ Neoplasias

 Prolapso Retal
 tenesmo, disúria, neuropatia, tosse crônica, diarreia,
predisposição genética

 Macro: projeção de segmento retal para o meio


externo, com congestão acentuada, hemorragia ou
necrose do segmento (lesão isquêmica).
Causas de Obstrução Intestinal

Tipos de hérnias:
 Hérnias = protusão parcial ou total de um ou mais Umbilical
órgãos por um orifício que se abre, por má- Inguinal
formação ou por enfraquecimento nas camadas
Perineal
de tecido protetoras dos órgãos internos do
Escrotal
abdômen.
Diafragmática

➢ Encarceramento = condição permanente do Conteúdo


conteúdo herniário na cavidade herniário

Anel
➢ Estrangulamento = interrupção do fluxo
herniário
sanguíneo do conteúdo herniário
Saco
herniário
Eventração = Insinuãção de órgãos abdominais por feixes
musculares recobertos pelo subcutâneo

Evisceração = Exposição de órgãos abdominais por solução


de continuidade, também, da pele
Causas de Obstrução Intestinal

Intussuscepção

 Invaginação de um segmento
intestinal dentro de outro segmento

 Causas: Parasitismo intenso, corpo


estranho linerar, cirurgia prévia,
enterites, lesões intramurais...

 Macro: infarto venoso, inflamação


e aderência
Causas de Obstrução Intestinal

Compressão
 Extramural
 Cistos, Neoplasias, aderências, aumento de
volume de órgãos vizinhos...

Obstrução
 Intraluminal
 Neoplasia, corpo estranho, parasitismo,
compactação alimentar, fecalomas ...
Deslocamento do Intestino

 Vólvulo = Rotação do órgão sob seu maior eixo


 Torções = Rotação ao redor do eixo maior das vísceras

➢ Intestino delgado
➢ Intestino Grosso

 Produção excessiva de gases


 Alteração da motilidade

Posição anatômica das estruturas!!!


Resumo dos Processos Obstrutivos do
Intestino Delgado

Obstrução com
Obstrução Simples Estrangulamento

Infestação parasitária Intussuscepção


Aderências Vôlvulo/Torções
Lesões inflamatórias Hérnia
Compactação íleo (equinos)
Neoplasias
Enterites
Enterites

 Enterite, duodenite, jejunite, ileíte, tiflite, colite e proctite

 Aguda x Subaguda x Crônica x Crônica-ativa

 Mural ou transmural

 Catarral, fibrinosa, hemorrágica ou necrótica

 Erosiva, ulcerativa, cística ou proliferativa

 Micro: quanto ao padrão da inflamação


Enterites

 Aguda: atrofia das vilosidades,  Crônica: atrofia das vilosidades, com


hipotônico, dilatado e com paredes hipertrofia das criptas manutenção do

geralmente finas, , hiperemia ativa tônus, espessamento da mucosa,

(vermelho-brilhante difusa ou conteúdo mucoso espesso, aderido,

distribuída em pontos), conteúdo podendo tornar-se mais fino e


cremoso, indicando enterite
do lúmen é fluido, com flocos
purulenta.
amarelados ou brancacentos de
muco.
Progressão da Lesão Entérica
Enterites por Clostridium perfringens

 Bacilos, esporulados, gram-positivos

 Esporos = central, subterminal ou terminal

 Invasoras de tecido x produtoras de toxinas***

 Solo e intestino

 Enterocolites
Enterocolites
C. perfringens A – diarreia hemorrágica e hemorragia da mucosa (cães e suínos)

C. perfringens B – Enterite dos cordeiros e enterotoxemia dos potros e bezerros.

- Colite hemorrágica com serosa vermelho-azulado e conteúdo fluido e avermelhado

C. perfringens C – Enterite necrótica HIPERAGUDA! Leitões, potros, bezerros e cordeiros.

- Derrame peritoneal, pleural e pericárdico sero-hemorrágico e petéquias pericárdicas, renais.

C. perfringens D – Enterotoxemia de ovinos e caprinos jovens. Relação com mudança para dieta rica em
grãos.

- Toxinas alfa e épsilon = Dano vascular no SNC (malácia) e enterite catarral.


Colibacilose

 Escherichia coli
 Bacilo ou cocobacilo, gram-
negativo, flagelado, *encapsulado
 Aero ou anaerobiose
 Comensais – muitas cepas
 ETEC – enteroxigênica

 Suínos:
- Neonatal
- Animais jovens
- Pós-desmame/ Doença do edema
 Toxina lábil ao calor (LT),
 Toxinas termoestáveis (STa, STb e EAST1)
- Diarreia aquosa do tipo secretória - íons por enterócitos das criptas intestinais.
- Não ocorre lesão do epitélio de revestimento intestinal

 Toxina Shiga (STx2e) - Doença do edema


- Aumento da permeabilidade vascular sistêmica - transudação de líquidos para o interstício.
- pálpebras, orelhas, fronte, focinho e lábios
Salmonelose

 Salmonella sp.
 Aeróbios, gram-negativos
 Salmonella entérica - sorotipos Typhimurium, Newport, Dublin, Anatum, Montevideo,
Cholerasuis e Enteriditis
 Alimentos e água contaminados

Aderência Tecido Enterocolite


Lâmina Enterite e
às células M linfoide e
própria diarreia
intestinais subjacente Septicemia

 Enterócitos e células caliciformes


 Fagocitose por macrófagos intestinais e proliferação intracelular - doença sistêmica.
Salmonelose

 MACRO: hiperemia ou hemorragia, espessada e


recoberta por exsudato avermelhado, amarelado ou
acinzentado, com ou sem a presença de ulcerações
 Em bovinos - quadro diarreico grave com eliminação
de grande quantidade de fibrina
 Suínos – úlceras delimitadas ( botões pestosos)

 MICRO: hemorragia, edema e necrose da mucosa


intestinal , infiltrado inflamatório neutrofílico/
histiocítico (após 48 horas).
 Linfonodos mesentéricos: congestão, edema,
hemorragia e necrose associado a histiocitose.
Salmonelose - Septicemia

 Bezerros, cordeiros, potros e leitões recém-nascidos.

 Petéquias e equimoses nas serosas pleural e peritoneal,


endocárdio, rins e meninges.

 Lesões hepáticas - focos de necrose.


- micro: nódulos paratíficos - agregados histiocitários e
infiltrado linfocitário que podem estar associados a focos de
necrose.

***Colecistite fibrinosa, pneumonia intersticial lobular, focos


necróticos múltiplos renais e esplenomegalia associada a
congestão e hiperplasia da polpa branca
Parvovirose Canina ✓
MACRO
Intestino delgado - efusão
fibrinosa, hiperemia e
hemorragias, com conteúdo
mucoide ou fluida, fibrinoso, e,
 Parvovírus tipo 2 hemorrágico e placas de
Peyer, proeminentes.
 Animais jovens

 Contato direto com cães infectados ou ✓ Estômago - conteúdo


hemorrágico, mucosa
ambiental congesta

 Replicação em tecido linfoide e ataque a


✓ Linfadenomegalia
epitélios proliferativos mesentérica e esplenomegalia

- Gastrointestinal ou Linfoide

 Diarreia sanguinolenta

 Miocardite não supurativa com corpúsculos de


inclusão intranuclear
Peritonite Infecciosa Felina

 Coronavírus felino

 6 – 24 meses de idade ou felinos idosos

 FECV x FIPV

 Transmissão oral-fecal, aerógena ou


transplacentária

 Efusiva x Não-efusiva

 Reação piogranulomatosa na serosa


Parasitoses gastrointestinais

Bovinos Equínos Cães


Haemonchus spp. Strongylus sp. Trichuris vulpis
Trichostrongylus spp. Strongyloides westeri Ancylostoma caninum
Oesophagostomum spp. Parascaris equorum,, Toxocara canis
Ostertagia spp. Trichostrongylus axei Dipylidium caninum
Cooperia spp. Oxyuris equi Isospora canis
Strongyloideos spp Habronema muscae Giardia sp.
Eimeria bovis Anoplocephala perfoliata
Neoplasias do Intestino

 Tumores epiteliais intestinais

 papilomas, adenomas e adenocarcinomas

 Tumores estromais intestinais

 leiomioma, leiomiossarcomas, fibrossarcomas, tumores estromais gastrintestinais e tumores


de bainha de nervo periférico

 tumores de células redondas intestinais

 linfoma, mastocitoma e plasmocitoma extramedular

 >>> adenocarcinoma em cães e de linfoma em gatos.


Adenocarcinoma intestinal Tumor estromal gastrointestinal (GIST)

Linfoma intestinal
Obrigado!

BOA PROVA!

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