Correio Literário Um Pé Na Polônia Com Wislawa Szymborska

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Correio Literário: um pé na Polônia com Wislawa Szymborska

– por Elizama Almeida

“Correio literário – ou como se tornar (ou não) um escritor”, de Wisława Szymborska (Ayiné Editora)
Lançado originalmente em 2000 na Polônia, e no ano passado no Brasil, o volume reúne as respostas da poeta
Wisława Szymborska (1923/2012) aos aspirantes a escritores que enviavam seus trabalhos para o semanário
literário polonês Zycie Literackie. Ao invés de um protocolar “não vamos aproveitar”, ela e o colega Włodzimierz
Maciąg, publicavam, de forma anônima, suas análises em uma coluna no veículo. O sabor amargo das negativas
eram temperados com sugestões valiosas para os aprendizes – além de generosas doses de humor e ironia. Na
entrevista que abre o volume, a poeta conclui: “Esse ‘correio’ tem mais humor do que valor didático”. Concordo
quanto ao humor. Szymborska desfila um olhar espirituoso, atento e sagaz. “Quando escrevemos que um texto é
ruim, não temos a intenção de ofender ninguém, nem de lhe tirar a fé no propósito da existência.” Junto de seu
texto, um candidato suplica: “Ou vocês me dão alguma esperança de ser publicado, ou pelo menos me consolem”
– no que Wislawa responde, “Depois da leitura de seu texto, temos de escolher a segunda opção”. A caligrafia ruim
ou a ilegibilidade das cópias datilografadas eram um pesadelo: “Misericórdia! Não se encontram olhos à venda,
nem pagando com moeda estrangeira”. Mas discordo quando ela diz que há menos valor didático que humor
aqui. Justamente o que suas respostas têm de mais precioso são os conselhos que Wisława dá aos escritores. Ela
pede para que escrevam mais diários, observando o próprio cotidiano. Diz sobre como a falta de curiosidade é
ameaçadora para a existência da literatura. Em uma resposta, conclui: “A senhora quer ser poeta, mas não sabe
ver as coisas”. Para Wisława, o talento do prosador “é a habilidade de sair da própria pele”. Aponta, ainda, o fato
de alguns escritores parecem saber tão pouco sobre os próprios personagens, um erro imperdoável. Fico
pensando quantos descobriram, depois, que foram lidos pela futura Nobel? Ah, sobre os premiados pela
Academia Sueca, ela tranquiliza: “Até os escritos dos laureados do Nobel também foram várias vezes rejeitados no
início.”
I.

Conta-se a seguinte história: Mário de Andrade, valendo-se do pseudônimo Mário Sobral, do alto dos seus
24 anos e de namoro com o parnasianismo, manda uns quinze sonetos junto com uma “carta assombrada de
idolatria e servidão” para Vicente de Carvalho, seu “ídolo parnasiano”.

O então jovem autor de Há uma gota de sangue em cada poema (1917) vai buscar aprovação, parecer,
“qualquer coisa para esclarecer as dúvidas” sobre sua própria produção literária tão recente e já volumosa.

Mário tem quase certeza que entregou a carta em mãos. Ainda assim, não há resposta alguma: nem sim, nem
não. Nada. O episódio dói no Mário moço a tal ponto que começa a “cultivar um complexo de inferioridade
prodigiosamente feliz”, que o “deixava solto, livre, irresponsável […] curioso de todas as inovações, sequaz
incondicional de todas as revoltas”.[1] Em certa medida, o silêncio de Vicente de Carvalho funcionou como
combustão para o Modernismo.

Lembrando da angústia de que o “ídolo parnasiano” o fez padecer, Mário de Andrade, no futuro, atenderia a
todos os que lhe solicitassem opinião sobre suas experiências literárias.

II.

Em algum ponto da Polônia dos anos 1960, uma dinâmica similar se organizava em torno da revista Vida
Literária (aos fluentes em polonês: Zycie Literackie). Cabia à poeta Wislawa Szymborska, tendo ao lado o
crítico e editor Wlodzimierz Maciag, responder dúvidas de jovens aspirantes a autores, cujas cartas enviadas
à redação pediam parecer, conselho, socorro. Cartas que beiravam desespero e, às vezes, inocência pueril.

Se nos acostumamos a topar com Wislawa Szymborska apenas na seção de poesia das livrarias, agora se
pode conhecer sua inteligente e divertida faceta como crítica em Correo Literario – cómo llegar a ser (o no
llegar a ser) escritor, compilação das cartas que enviava aos leitores lançada pela editora espanhola Nordica
Libros em 2018.

“Não inventamos nada. É uma velha tradição de revistas literárias. Sempre foi necessário responder a alguns
autores, sobretudo, iniciantes” – avalia ela sobre o funcionamento do “Correio” na entrevista que abre a
edição recém-publicada.

Com a típica tranquilidade que paira nas fotos de uma das mais aclamadas poetas contemporâneas,
Szymborska responderia todas as cartas enviadas ao “Correio Literário”, uma das seções da revista Vida
Literária, destinada ao diálogo epistolar com o público. Foram quase 20 anos de “Correio” e mais de 230
respostas.
De parca aparição pública, é por meio dessas cartas ao leitor que acessamos as ideias sobre literatura da
autora polaca. Nessa época, ela já havia publicado Chamando por Yeti (1957), livro de poemas que lhe deu
projeção nacional.

Sua missão no “Correio Literário” se desdobrava em duas outras missões elementares: levar o jovem autor a
refletir sobre o texto escrito “e o mais importante: animava-os a ler livros”. Dica infalível da própria poeta à
qual devemos nos agarrar, escritores pretensos ou não. Rotulada de impiedosa por alguns remetentes, a
verdade é que ela acreditava mesmo que “um balde de água fria tem efeitos terapêuticos”.

Os casos que chegavam ao “Correio Literário” eram diversos. Havia jovens que tinham a ousadia de
submeter à redação trechos de romances já publicados como se fossem seus (um dos mais descarados
plagiou A montanha mágica, de Thomas Mann!). Irônica, Wislawa ainda barrou duas ou três vezes poemas
“enfeitados” que pareciam saídos da “cômoda da bisavó”. Também não eram poucos os manuscritos
ilegíveis anexados às cartas, sem quaisquer cuidados, o que inviabilizava a leitura logo de cara: “Te
pedimos… Não, não, não te pedimos, te rogamos… Não, não, tampouco, imploramos que nos envie textos
de maneira legível […]. Quando isso acontecer, aí sim poderemos avaliar” – apelava aos seus leitores.

Vê-se bem que Wislawa não respondia às cartas laconicamente como costumavam fazer as demais editoras,
com secos “não se contempla” ou, no máximo, “recomendamos trabalhar um pouco mais o texto”, sem dizer
como, onde, o quê.

III.

No fundo, todas essas pequenas cartas com tentativas, dúvidas e aflições estão ligadas a uma questão maior:
afinal, Wislawa, como se tornar um escritor? Ela, que receberia o prêmio Nobel de literatura em 1996,
responde ao leitor: “A pergunta que você faz é muito delicada. É como um filho que quer saber como as
crianças são feitas e a mãe diz que explicará mais tarde, que está muito ocupada, mas o filho insiste: ‘então
me explica pelo menos como as cabeças são feitas…’. A meu ver, podemos tentar também explicar, pelo
menos, a cabeça: para ser escritor, tem que ter algum talento”.

Talento: alguns têm, outros jamais terão. E “isso não significa que esses outros não tenham nada mais para
fazer. Podem ser excelentes bioquímicos ou descobrir, por exemplo, o Polo Norte” – ensina Wislawa
Szymbrorska, e não discordamos.

[1] Carta de Mário de Andrade a Rosário Fusco de 21 de março de 1935 publicada em Mário de Andrade: entrevistas e

depoimentos (1985), edição organizada por Telê Ancona Lopez lançada pela T. A. Queiroz.

https://correio.ims.com.br/correio-literario-um-pe-na-polonia-com-wislawa-szymborska-por-elizama-almeida/

 ensaios e resenhas
Um manual às avessas
"Correio literário", que reúne cartas enviadas por Wislawa Szymborska a escritores
iniciantes, mostra a elegância irônica da Nobel de Literatura de 1996

 IARA MACHADO PINHEIRO


 SÃO PAULO - SP

# EDIÇÃO 265, MAIO DE 2022

Wislawa Szymborska, autora de “Correio literário”

01/05/2022

Em um ensaio chamado O valor do riso, Virginia Woolf diz que o riso “preserva o
nosso senso de proporção”, de modo que quando perdemos a capacidade de encontrar
graça, perdemos também “o nosso senso de realidade”. É um bom ponto de partida
para ler o Correio literário, de Wislawa Szymborska, um breve volume com as
respostas da poeta a escritores aspirantes que enviavam seus textos à revista
polonesa Vida literária. O senso de humor e as ótimas analogias, elementos também
presentes em seus poemas, divertem enquanto fazem pensar sobre a seriedade
envolvida no ofício da escrita.

Correio literário contém cartas escritas ao longo da década de 1960, e lê-las em 2022
é bastante intrigante. Embora a perspicácia e a firmeza de Szymborska tenham um
valor anacrônico, é mesmo de se pensar se tal agudeza de juízo encontra espaço em um
mundo como o nosso, caracterizado por uma difusa aspiração de diferenciar-se do
todo, ao mesmo tempo em que a proliferação de cursos e workshops quer nos levar a
crer que a obra-prima está apenas a algumas aulas de distância da concretização bem-
sucedida. Talvez precisamente por isso valha a pena lê-lo nos dias de hoje.

A elegância irônica da escritora é tão divertida e assertiva que prefiro desempenhar o


papel de curadora e propor uma seleção de fragmentos. É curioso notar como os nãos
sobressaem às indicações ou às diretrizes imperativas. Talvez porque não exista um
mapa para estradas que nunca são completamente percorridas, mas, com o desejo
como bússola, pode ser possível encontrar eventualmente alguma direção.
Saber ver
Não tente ser poética a qualquer preço; a poeticidade é chata, porque é sempre
secundária. A poesia, como, aliás, toda a literatura, retira suas forças vitais do
mundo em que vivemos, das vivências realmente vividas, das experiências realmente
sofridas e dos pensamentos que nós mesmos pensamos.

Ao passo que a literatura retira suas “forças vitais” da capacidade de sentir e pensar, é
necessário também “que o poeta fale a língua da sua época”. Por um lado, trata-se do
trânsito entre o que é experimentado profundamente e subjetivamente e a sensibilidade
de captar as condições de vida de determinado tempo. Por outro, o que está em questão
é realmente ter algo a dizer, que não seja o rancor nem o exibicionismo de erudição
com um tipo de orgulho que não passa do acúmulo de referências ou a reprodução do
que foi anteriormente consagrado.

Outro obstáculo para a capacidade de realmente conseguir ver, destacada no Correio,


é o impulso de castigar os personagens até o ponto em que perdem qualquer traço
humano. Seja por causa de uma associação simplista entre sofrimento e arte, seja uma
tentativa malsucedida de criticar a banalidade alheia — isentando-se de afetos
rebaixados ou mesquinhos —, o resultado costuma ser um desfile de marionetes
incapazes de expressar qualquer coisa que concerna verdadeiramente à vida.

Eventualmente, é o estabelecimento de saída de um propósito ou de um estilo que


enrijece e esteriliza um projeto literário. Escrever uma história realista, por exemplo,
“só se torna realizável lá onde termina o esquema e as pessoas que entram em ação
começam a pensar e sentir mais ou menos à semelhança das pessoas vivas”. Ainda que
o ponto de partida seja a aridez e a desilusão, o vigor é necessário, porque “até sobre o
tédio é preciso escrever com paixão”.

A inspiração
Lemos e lemos, avançamos com dificuldade pelas paginazinhas cheias de manchas e
rabiscos negros, e de repente um pensamento nos deslumbra: por que não poderíamos
nos render à frustração? Outros podem e nós não? Por que temos de querer ler isso,
se tudo indica que nem o autor se interessou em passar o texto a limpo?

O contrário da seriedade não é humor, é desleixo. E o desleixo às vezes pode tentar


usar fantasias rebuscadas ou vistosas, como a inspiração, quando alguém é acometido
por uma corrente de pensamentos fervorosos que o obriga de chofre a sentar e tentar
colocar no papel aquela enxurrada surpreendente de nexos e imagens que vêm à
mente, até porque parece que se esperar um segundo a mais aquilo tudo pode se
perder. De fato, é extremamente prazeroso quando nossa cabeça é invadida pela
vitalidade, no entanto, a injeção de ideias costuma ser um início em potencial, não o
fim.
O trecho acima é apenas um dos exemplos de fragmentos do Correio que fazem
menção a textos mal-acabados, quase ilegíveis, cheios de erros ortográficos. Se a
escrita apressada com um computador tende a ser um pouco menos cruel com os olhos
de um primeiro leitor, a premência de trabalhar um texto antes de sequer considerar
publicá-lo não depende da ferramenta usada para redigi-lo, porque “a pressa, salvo
raríssimos casos, cria produtos semiacabados”. Até mesmo a mais frutífera visita da
musa inspiradora carece de tempo, cuidado e atenção para virar alguma coisa, o que
não é exclusividade do ofício literário.

Quer ser poeta?


Em primeiro lugar, deveria se preocupar se tem algo a dizer. Sob esse aspecto, esses
poemas são estéreis, o que nenhum truque formal no mundo vai disfarçar. “Quero ser
poeta…” E essa agora? De novo o senhor está pegando as coisas pelo lado errado.
Sem dúvida, preferimos aqueles que simplesmente “querem escrever”. Somente isso é
sério.

A reação à idealização do ofício do escritor talvez seja o aspecto mais recorrente das
respostas de Szymborska. Quando querer ser poeta se sobrepõe ao efetivo desejo de
escrever, em geral o texto sofre os efeitos por causa das marcas da preocupação não
com a expressão em si, mas com “estar sendo ou não suficientemente poeta”. A
artificialidade tende a resultar em uma escrita esquecível. Pretensiosa porque pretende
deliberadamente causar espanto ou emoção no leitor, ou confusa porque as palavras
são amontoadas “em pilhas tão altas de metáforas soltas que estas impedem a visão do
mundo além delas”.

Escrever imaginando um público que “vai à loucura, uma multidão atrás de autógrafos,
fotografias nos jornais, entrevistas” é tentar garantir certa dignidade a tolas, embora
compreensíveis, fantasias de reconhecimento. Possivelmente, em cada um de nós
exista uma parte sedenta por reforço positivo, só que provavelmente não é esta parte
que pode gerar um texto capaz de comunicar alguma coisa para um outro.

Em geral, é uma operação que não dá certo, e mesmo que consiga prosperar de algum
modo é provável que o texto fique restrito à particularidade do autor, porque a
projeção imaginária se alimenta demais de frustrações individuais para viabilizar que
alguém medite sobre o que realmente importa. Já o desejo de escrever… deve viver
em outro habitat e se abastecer de outra substância, que não a frustração, uma capaz de
permitir que o impulso de dar forma à beleza e ao absurdo da vida resista aos períodos
infrutíferos.

Uma das analogias de Szymborska é particularmente divertida e clara quando o


assunto é a insuficiência da aspiração de ser poeta: “Julgam que as boas intenções
automaticamente decidem sobre a forma. E, no entanto, para se tornar um sapateiro
decente, não basta ser um entusiasta do pé humano”. Divertida porque aproxima coisas
diferentes e surpreendentes; clara porque dá o sentido de trabalho ao ofício da escrita,
e assim a necessidade de preparo, dedicação, fazer e refazer.

O valor dos outros


Acontece com bastante frequência de o redator deste Correio ler cartas com
ameaças. Essas cartas dizem mais ou menos o seguinte: por favor, me diga se os meus
textos valem alguma coisa, porque se não tiverem darei imediatamente um fim nisso,
rasgarei tudo, jogarei no lixo, vou me despedir dos meus sonhos de fama, vou ficar
desesperado, vou duvidar de mim mesmo, terei um colapso, começarei a beber,
deixarei de acreditar no sentido da minha própria existência etc. etc. O redator então
não sabe o que fazer. O que quer que venha a escrever pode ser perigoso. Se escrever
que os poemas ou a prosa são ruins, está armada uma grande tragédia. Se escrever
que são bons, o autor vai pirar de vez com sua suposta aptidão (já houve casos
assim).

A projeção da atividade do escritor como o mais edificante dos ofícios parece gerar a
expectativa de que um elogio seja o equivalente a um passe livre para o Olimpo. Para
além da desproporção do peso atribuído à recepção, ao invés da dedicação ao processo
de execução, a resposta jocosa de Szymborska faz pensar sobre como é perigoso
prender-se às coisas como se fôssemos um náufrago que agarra um tronco para
sobreviver em meio à deriva, em vez de ligar-se a elas por amor, o que, mais uma vez,
extrapola a profissão de escritor.

Por que o diagnóstico positivo de um terceiro deveria ser tão determinantes para
sustentar uma escolha? A aprovação dos outros seria a confirmação de que não somos
apenas mais um na multidão? Não seria esta uma agonia compartilhada? Não seriam
precisamente as agonias compartilhadas, embora tão difíceis de nomear, um dos
alimentos da criação literária? Será que temer tanto assim a banalidade da vida é
realmente congruente com a inclinação para narrar as vicissitudes da existência? E o
que é, afinal, o talento? Seria realmente um atributo inato?

Szymborska acredita que sim. Ela afirma essa ideia em algumas das respostas e
também na entrevista concedida a Teresa Walas, a responsável pela organização do
volume, que abre a edição brasileira do Correio literário. Parece, no entanto, que a
escritora não encara o talento apenas como uma dádiva do destino concedida a alguns
poucos iluminados, até porque sempre existirá um preço bem alto a ser pago. Em
diversos momentos, o ofício do poeta é aproximado de outras profissões por meio da
premissa de que o valor de um trabalho reside na qualidade de sua execução, e não em
sua natureza: “Ainda persiste a ideia romântica de que ser poeta é a maior glória e
honra, enquanto a maior glória e honra é fazer com excelência aquilo que se sabe
fazer”.
No final das contas, o comprometimento, embora não garanta nada, é incontornável. E
o talento talvez só consiga encontrar um solo fértil para criar raízes na capacidade de
atribuir nobreza a um ofício através da dedicação investida no processo, sem
condicionar os esforços a uma palavra elogiosa ou aos bons ventos circunstanciais.
Associar a alegria à exceção em geral é bem arriscado, porque a ordem rotineira, por
contraste, só tem como adquirir um juízo fatalmente penoso. Já quando o processo
consegue ter mais valor que o fim, o ritmo cotidiano da execução pode ter como
componente alguma graça que brota da própria realização.

CORREIO LITERÁRIO — OU COMO SE TORNAR (OU NÃO) UM ESCRITOR


Wislawa Szymborska
Trad.: Eneida Favre
Âyiné
128 págs.
https://rascunho.com.br/ensaios-e-resenhas/um-manual-as-avessas/

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