Direito Administrativo

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Evando de Carvalho Gomes Junior - [email protected] - CPF: 097.234.

364-42
DIREITO ADMINISTRATIVO

O Direito Administrativo é a esfera do Direito Público Interno que,


mediante regras e princípios exclusivos, regulamenta o exercício da
função administrativa que é exercida por agentes públicos, órgãos
públicos, pessoas jurídicas de Direito Público, em outras palavras, pela
Administração Pública.

Vale ressaltar que a Administração Pública, no que lhe diz respeito,


pode ser entendida em duas vertentes:

Direito Público: tem a finalidade de regular os interesses da


coletividade

Direito Privado que tem por objetivo regulamentar os interesses


entre os particulares.

Não se pode ignorar, por exemplo, que o Poder Legislativo é quem


produz as normas a que se submete também o Poder Administrativo
(executando-as) ou que as interpretações do Poder Judiciário sobre
essas normas tenham impactos na sua execução. Por essa razão, deve-
se respeitar, dessa maneira, as competências particulares de cada um
em busca da harmonia na tripartição.

Portanto, pode-se mencionar como fontes do Direito


Administrativo:

Normas;
jurisprudência;
doutrina;
costumes.

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FICA A DICA

O administrador público somente poderá realizar o que está


descrito na Lei.

O administrador privado pode realizar tudo o que a Lei não proíba.

ORIGEM DO DIREITO ADMINISTRATIVO

O Direito Administrativo tem sua origem na França, no século XVIII e


no início do século XIX, sendo reconhecido como um ramo autônomo do
direito no início do processo de desenvolvimento do Estado de Direito,
baseado no princípio da legalidade e da separação.

Destacamos que devido ao desenvolvimento do Estado de Direito e


sua decorrente necessidade de garantir segurança na relação entre
Administração Pública e os administrados, foi necessário criar ramos
autônomos do direito para que fosse possível regular a relação
supracitada.

Assim, restou ao Direito Administrativo delimitar funções e


organizar as ideias governamentais, que antes mal saíam do papel,
tendo como objetivo assegurar os direitos consequentes da referida
relação, garantindo assim, os interesses de forma geral da coletividade,
chamados hoje de interesse público.

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A ideia que fundamenta a aplicação de Direito Administrativo foi
‘puissance publique’, isto é, o poder do Estado em face dos
administrados.

Em seguida, Leon Duguit, tentando substituir pela ideia de serviço


público, atribuiu a este a base do Direito Administrativo pelo fato de
serem serviços indispensáveis prestados pelo Estado com a finalidade
de suprir as necessidades gerais da sociedade.

FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA


(CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO,
CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO

Na centralização, a pessoa política desempenha suas tarefas


diretamente por meio de seus órgãos. Nesse caso, a própria pessoa
estatal (União, estados, DF e municípios) realiza diretamente a atividade
administrativa, sem a interferência de qualquer outra entidade. Não há
transferência de atividades para outras pessoas. A Lei chamou a nossa
administração centralizada de administração direta (art. 4º, Decreto-Lei
n. 200/1967).

A criação de órgãos decorre da desconcentração( distribuição


interna de competências, dentro da mesma pessoa jurídica). Na
desconcentração, há o controle hierárquico, pois os órgãos de menor
hierarquia permanecem subordinados aos órgãos que lhes são
superiores. Mas cabe ressaltar que os ministérios são órgãos da pessoa
jurídica da União. Nesse caso, a União presta suas atividades
diretamente por meio de seus órgãos (ministérios).

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Na desconcentração, há o controle hierárquico, pois os órgãos de
menor hierarquia permanecem subordinados aos órgãos que lhes são
superiores. Mas cabe ressaltar que os ministérios são órgãos da pessoa
jurídica da União. Nesse caso, a União presta suas atividades
diretamente por meio de seus órgãos (ministérios). Na
desconcentração, existe relação de hierarquia entre os diversos órgãos
e autoridades. Como consequência dessa hierarquia, há o poder de
controlar, de revisar, coordenar e corrigir os órgãos subordinados,
avocar e delegar atos.

Ex.: a criação dos ministérios em nível federal (Ministério da Saúde,


da Fazenda, da Justiça, da Educação, do Trabalho), quanto da
hierarquia, com diversos níveis de responsabilidade decisória, como, por
exemplo, diretor de departamento, diretor de divisão, chefe de seção;
ou em razão do território (geográfica), como no caso das agências da
Receita Federal espalhadas pelos diversos estados.

A concentração ocorre quando um único órgão (ou poucos)


desempenha todas as funções administrativas do ente político, sem
divisão em outros órgãos menores.

Na descentralização a atividade é prestada por pessoas diversas.


Ocorre a distribuição de competências de uma para outra pessoa.
Assim, pressupõe duas pessoas: o ente político e a entidade
descentralizada. Na descentralização, o Estado, por questão de
autonomia administrativa, visando maior eficiência, resolve repassar a
atividade para que outra pessoa a exerça em seu lugar.

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CONCEITO DE ESTADO, GOVERNO E
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Estado - o conceito de governo foi um termo que se originou do


status latino e se refere a um país soberano, com estrutura própria, e
politicamente organizado. O Estado é uma criação humana, que
ajuda a manter a coexistência dos indivíduos inseridos nele. Ele atua
como mantenedor da ordem social, auxiliando o desenvolvimento e
comodidade do bem estar de toda sociedade. O Estado é visto por
coisa pública (res pública), não podendo ser confundido com
governo, uma vez que se trata de um poder político, administrativo e
jurídico, que ocupa um território definido.

Governo - é considerado a autoridade governante de uma unidade


política. O governo não pode ser confundido com administração
pública, já que essa tem a função de realizar as diretrizes traçadas
pelo governo. No direito administrativo, ele é o responsável por
definir o núcleo diretivo do Estado, sendo ele alterável por eleições e
gestor dos interesses estatais e do exercício do poder político.

Administração Pública: grupo de órgãos, agentes e serviços


instituídos pelo Estado e seu poder de gestão. Ela tem como
principais objetivos o interesse da sociedade, a redução da
burocracia, a descentralização administrativa e a qualidade do
serviço prestado à população.

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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
O regime jurídico administrativo é o conjunto de regras relativas à
Administração Pública objetivando equilibrar os interesses coletivos e as
liberdades individuais.

Nesse viés é possível afirmar que o administrador público somente


poderá realizar o que está descrito na lei, enquanto que o administrador
privado pode realizar tudo o que a lei não proíba.

A Administração Pública é composta de entes políticos e entes


administrativos, que, por sua vez, são compostos por órgãos públicos.
Além disso, a competência conferida à administração é irrenunciável.

As prerrogativas da administração são típicas do direito público,


fato que não existe no direito privado, no qual predomina a igualdade
entre as partes.

É necessário fazermos uma distinção entre Regime Jurídico da


Administração e Regime Jurídico Administrativo, conforme as lições da
Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, para a qual a expressão regime
jurídico da Administração Pública designa, em sentido amplo, os
regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se
a Administração Pública.

Por outro lado, a autora utiliza a expressão regime jurídico


administrativo para abranger tão somente o “conjunto de traços, de
conotações, que tipificam o Direito Administrativo, colocando a
Administração Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação
jurídico-administrativa”.

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Administração Pública Direta: é considerada aquela composta por
órgãos públicos ligados ao governo federal, estadual ou municipal
(ministérios, secretarias, etc.). Em outras palavras, é o grupo
integrante das pessoas federativas, exercendo a competência das
atividades administrativas de maneira centralizada. A administração
pública direta abrange os três poderes, sendo eles: o poder
executivo, legislativo e judiciário. Outro ponto, é o fato de que esses
órgãos não possuem personalidade jurídica própria, patrimônio, ou
autonomia administrativa, e suas despesas são realizadas pela
esfera à qual pertence o órgão.

Administração Pública Indireta: é o conjunto de entidades com


personalidade jurídica própria, patrimônio e autonomia
administrativa, e também cujas despesas são realizadas através de
orçamento próprio. É considerada como a transferência da
administração por parte do Estado para outras pessoas jurídicas. A
administração pública indireta é caracterizada pela
descentralização, processo pelo qual a competência administrativa
é distribuída de uma pessoa jurídica para outra. Suas entidades são
as: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades
de economia mista.

Entidades de direito privado prestam serviços públicos que não são


privativos do Poder Público, podendo ser explorados ou exercidos, sem
fins lucrativos, por entidades privadas, criadas e geridas por
particulares.

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A seguir os principais modelos da administração indireta:

Autarquia
Fundação Pública
Consórcio Público
Empresa Estatal
Serviço Social Autônomo
Organização Social
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
Fundação de Apoio
Parceria Público Privada

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CRIAÇÃO DAS ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

O art. 37, XIX, da CF/1988, apresenta a forma de criação das


entidades da administração indireta, estabelecendo que somente por
lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
reservando-se à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de
atuação. A lei exigida pela Constituição é uma lei ordinária, pois,
havendo necessidade de lei complementar, deve ocorrer menção
expressa a esse tipo de lei. Isso ocorreu em relação à definição das
áreas de atuação da fundação.

Nas autarquias a lei específica cria a entidade, ou seja: com a lei, a


entidade já tem existência no mundo jurídico, adquirindo personalidade
jurídica, sem depender de outros atos secundários para que esteja
totalmente constituída. Como consequência da criação decorrente da
lei, não é necessário registrar a autarquia em qualquer órgão.

Empresa pública e à sociedade de economia mista - a lei


específica é apenas autorizativa. A partir da lei, ainda serão necessários
outros procedimentos para a existência jurídica da entidade. Com o
registro na junta comercial ou no registro de empresas, conforme a
atividade prestada, exploração de atividade econômica ou prestação
de serviços públicos, a personalidade jurídica será adquirida.

Fundação - ao inseri-la entre as entidades da administração


indireta, o STF e a doutrina majoritária admitem que as fundações
criadas pelo Estado possam ter personalidade jurídica de direito público
ou de direito privado.
Sendo fundação pública de direito público, terá natureza de autarquia
para todos os fins (a lei deve criar a entidade).
Na fundação pública de direito privado a lei autoriza a sua criação (ex.:
Funpresp).

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DICA RESUMIDA

A lei cria, extingue e transforma a natureza da entidade. Uma


empresa pública pode se transformar em sociedade de economia mista
e vice-versa. Um órgão pode ser extinto e ser criada autarquia (veja
como exemplo o caso do Banco Central). Vejamos, ainda, o exemplo do
Banco do Brasil, que nasceu como autarquia, depois passou a ser
empresa pública e, hoje, é sociedade de economia mista. Assim, pelo
princípio do paralelismo de formas, se a lei criou/autorizou a criação,
deve também a lei extinguir ou autorizar a extinção. Inclusive, a
alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de
economia mista exige autorização legislativa e licitação. Contudo, a
exigência de autorização legislativa não se aplica à alienação do
controle de suas subsidiárias e controladas. Nesse caso, a operação
pode ser realizada sem a necessidade de licitação, desde que siga
procedimentos que observem os princípios da administração pública
inscritos no art. 37 da CF/88, respeitada, sempre, a exigência de
necessária competitividade. STF. Plenário. ADI 5624 MC-Ref/DF, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, julgado em 5 e 6/6/2019 (Info 943).

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AUTARQUIAS

Autarquia é a pessoa jurídica de direito público, criada por lei


específica para o desempenho de atividades típicas de Estado, como
fiscalização, regulação, assistência social, seguridade social, poder de
polícia. Vejamos o conceito apresentado pelo Decreto n. 200/1967: Art.
5º, I – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica,
patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da
Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento,
gestão administrativa e financeira descentralizada.

Finalidade: exerce atividade típica de Estado, como são as


atividades de fiscalização, regulação, controle, poder de polícia, entre
outras. São destinadas às autarquias a execução de serviços públicos
de natureza social e de atividades administrativas, excluídas as
atividades de natureza empresarial.

Existem autarquias atuando em diversas áreas: Incra, INSS, UFRJ,


UnB, Inmetro, Banco Central, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep) e órgãos como o Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade), as agências reguladoras, as universidades
federais, os Conselhos de Fiscalização Profissional (CFPs), o DNIT, o
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Comissão de valores
mobiliários (CVM) e a Superintendência de Seguros Privados (Susep).

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Prerrogativas autárquicas: imunidade tributária. O art. 150, § 2º, da
CF/1988, veda a instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda
e os serviços das autarquias, desde que vinculados às suas
finalidades essenciais ou que delas decorram. Com o intuito de
manter o pacto federativo estabelecido na Constituição, houve a
previsão de que é vedado à União, aos estados, ao DF e aos
municípios instituírem impostos sobre patrimônio, renda e serviços
uns dos outros. Vale ressaltar que essa imunidade também só se
refere aos impostos, não se incluindo, por exemplo, a proibição para
a instituição de taxas, por se tratar de espécie tributária distinta.

Impenhorabilidade de seus bens e suas rendas: a penhora é um ato


do Poder Judiciário que determina a venda forçada dos bens do
devedor, para a garantia da decisão judicial. Em razão da
impenhorabilidade dos bens e rendas das autarquias, os
pagamentos devem ser feitos por precatórios judiciais, nos termos
do art. 100 da CF/1988, e a execução obedece a regras próprias da lei
processual.

Prescrição quinquenal: dívidas e direitos em favor de terceiros


contra autarquias prescrevem em cinco anos. Dessa forma, se
alguém tiver crédito a receber de uma autarquia, deve promover a
cobrança dentro desse período, sob pena de não poder mais
exercer essa pretensão.

Créditos sujeitos à execução fiscal: conforme a Lei de Execução


Fiscal, Lei n. 6.830/1980, a execução judicial para cobrança da dívida
ativa da União, dos estados, do Distrito Federal, dos municípios e
respectivas autarquias seguirá procedimento diferenciado.
Constitui dívida ativa da Fazenda Pública aquela definida como
tributária, ou não tributária, na Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964,
com as alterações posteriores, que estatui normas gerais de direito
financeiro para a elaboração e o controle dos orçamentos e
balanços da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal.

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Fazenda Pública: Fazenda Pública é o Estado em juízo por qualquer
de suas entidades estatais, por suas autarquias, suas fundações
públicas ou seus órgãos que tenham capacidade processual,
travando relações na via judicial. As autarquias, por se inserirem no
conceito de Fazenda Pública, possuem os mesmos privilégios
quando estão em juízo.

Aplicação do art. 183, Código Processual Civil: determina a norma


processual civil que a União, os estados, o Distrito Federal, os
municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito
público gozarão de prazo em dobro para todas as suas
manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da
intimação pessoal.

Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e


suas respectivas autarquias e fundações de direito público
gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações
processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação
pessoal.

Aplicação do art. 493, Código Processual Civil: trata-se do reexame


necessário ou de ofício ou também denominado de duplo grau de
jurisdição obrigatório.

Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo


efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:

I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os


Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito
público;
II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à
execução fiscal. § 1º Nos casos previstos neste artigo, não
interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa
dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo
tribunal avocá-los-á. § 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1o,
o tribunal julgará a remessa necessária. § 3º Não se aplica o
disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito
econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:

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I – 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas
autarquias e fundações de direito público;
II – 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito
Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público
e os Municípios que constituam capitais dos Estados;
I – 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e
respectivas autarquias e fundações de direito público.
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a
sentença estiver fundada em:
I – súmula de tribunal superior;
II– acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo
Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de
demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV – entendimento coincidente com orientação vinculante
firmada no âmbito administrativo do próprio ente público,
consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.

Isenção de custas processuais: dispositivos legais estabelecem


isenção de custas processuais e também dispensam, em algumas
situações, antecipações, como o depósito prévio exigido em
interposição de ação rescisória, conforme disposto no art. 886 do
CPC. Entretanto, se as autarquias forem sucumbentes (“perderem a
causa”), devem ressarcir o adiantamento realizado pelos autores,
uma vez que só há a dispensa da antecipação do depósito.

Fixação de honorários: o art. 85 do CPC apresenta regra específica


sobre pagamento de honorários advocatícios quando a Fazenda
Pública for vencida. Determina a Lei Processual Civil que, nesse caso,
os honorários advocatícios devem ser fixados na forma de um
percentual sobre o valor da sentença.

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Responsabilidade objetiva, na forma do art. 37, § 6º, da CF/1988: a
autarquia responde, independentemente de dolo ou culpa de seus
agentes, pelos danos causados a terceiros na realização de sua
atividade. Tal responsabilidade encontra fundamento no art. 37, § 6º,
da CF/1988: § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.

Foro processual: nos termos do art. 109 da CF/1988, nas causas em


que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes,
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à
Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho, será competente o foro da
Justiça Federal.

FUNDAÇÕES

As fundações que vamos tratar aqui não são as fundações criadas


pelos particulares (ex.: Fundação Xuxa, Fundação Ayrton Senna etc.),
mas aquelas criadas pelo Estado. As fundações criadas por particulares
são regidas inteiramente pelo direito privado. A fundação é um
patrimônio que virou uma pessoa jurídica.

Quando o Estado cria uma fundação, faz algo semelhante:


transforma um patrimônio em pessoa jurídica. A fundação
governamental é um patrimônio personalizado destinado a realizar
atividades de interesse social. São atividades não exclusivas do Estado,
como atividades educacionais, sociais, culturais, pesquisas científicas,
entre outras. O importante é saber a natureza jurídica das fundações
governamentais, se são pessoas de direito público ou de direito privado.

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DICA RESUMIDA

Alguns autores entendem que as fundações criadas pelo Estado


são de direito público. Outros entendem que são todas de direito
privado. Uma terceira corrente, defendida por Diógenes Gasparini e
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, compreende que o Estado pode criar
fundações, concedendo-lhes personalidade de direito público ou
privado, segundo lhe parecer conveniente e oportuno. E, se o Estado
cria uma fundação e lhe dá personalidade de direito público, essa terá
natureza de autarquia; entretanto, se o Estado cria uma fundação e lhe
concede personalidade de direito privado, tal fundação será
administrada nos mesmos moldes que as fundações privadas, naquilo
que não conflitar com as regras gerais de direito público. Essa também
é a posição do STJ e STF.

CARACTERÍSTICAS DA FUNDAÇÃO

Atividade: prestar atividades de interesse social, como saúde,


educação, atividade cultural, pesquisa científica, entre outras.
Também estará correto, nas provas, a afirmação de que exerce
atividades atípicas, pois alguns autores usam essa expressão. Eu não
gosto muito, porque dá a impressão de que são atividades que não
são próprias do Estado, mas saúde, educação, cultura e pesquisa
são atividades estatais. Com a expressão, os autores querem, na
verdade, dizer que não são exclusivas do Estado.

Imunidade tributária: as duas modalidades de fundações instituídas


pelo poder público (de direito públicas e privado) fazem jus à
imunidade tributária do art. 150, § 2º, da CF/1988, pois o alcance da
norma não impôs qualquer restrição: “é extensivo às fundações
instituídas e mantidas pelo poder público”.

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Regime de pessoal: ao regime de pessoal das fundações de direito
público aplica-se o mesmo regime dos servidores das autarquias
(servidores estatutários, com garantia da estabilidade). Já o regime
de pessoal das fundações de direito privado deve sujeitar-se ao
regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), mas com
pertinência das normas constitucionais do art. 37 da CF/1988, que
veda a acumulação de cargos e a necessidade de concurso público.

Foro dos litígios: se a fundação for de direito privado, o foro é a


Justiça Estadual, se de natureza pública; sendo fundação criada em
nível federal, o foro será a Justiça Federal, nos termos do art. 109 da
CF/1988.

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA E EMPRESA


PÚBLICA

Em 2016 foi editada a lei federal 13.303/2016 que dispõe sobre o


estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista
e de suas subsidiárias no âmbito da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.

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As Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista:

São pessoas jurídicas de direito privado;


Possuem personalidade jurídica e patrimônios próprios;
Possuem autonomia administrativa e financeira;
Sua criação deve ser autorizada por lei de iniciativa privativa do
Chefe do Poder Executivo;
Adquirem personalidade jurídica apenas com o registro dos atos
constitutivos perante o órgão jurídico competente;
A extinção dessas entidades segue a mesma forma de sua criação,
qual seja, autorização em lei e as providências
Fazem parte da Administração Pública Indireta, estando vinculadas e
sofrendo controle finalístico da Administração Direta instituidora,
não existindo, entretanto, hierarquia entre elas;
Seus dirigentes são nomeados pelo Chefe do Poder Executivo do
ente federado instituidor (é inconstitucional a lei que submete a
nomeação de dirigentes das empresas estatais à aprovação do
Poder Legislativo);
Podem ser criadas tanto para prestação de serviços públicos quanto
para exploração de atividade econômica;
Possuem regime jurídico híbrido (predominantemente privado, com
derrogações do Direito público).

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DICA RESUMIDA

As empresas públicas e as sociedades de economia mista fazem


parte da administração pública indireta, ou seja, são empresas nas quais
a União, Estados, Municípios ou Distrito Federal possuem controle
acionário.

De acordo com o art. 37, XIX da CF/88, somente por lei específica
poderá ser autorizada a instituição de empresa pública e de sociedade
de economia mista. A Lei nº 13.303/2016 dispõe sobre o estatuto jurídico
da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.

As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado


constituídas com 100% do capital exclusivamente público, podendo ser
constituídas por qualquer modalidade empresarial, ou seja, pode ser
uma limitada, uma sociedade anônima, entre outras. Como exemplo de
empresa pública da União temos a Caixa Econômica Federal e os
Correios.

O art. 3º da Lei nº 13.303/2016 define que “Empresa pública é a


entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é
integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios.”.

As sociedades de economia mista também são pessoas jurídicas


de direito privado, mas o seu capital é tanto público quanto privado,
sendo que a parte do capital referente às ações com direito a voto deve
pertencer ao ente público. Estas sociedades só podem ser constituídas
sob a forma de sociedades anônimas (S/A). Como exemplo temos o
Banco do Brasil e a Petrobrás.

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REGIME JURÍDICO

SUPRAPRINCÍPIOS OU SUPERPRINCÍPIOS

Os Supraprincípios, também conhecidos como Superprincípios,


são aqueles dos quais derivam todos os demais princípios e normas do
direito administrativo. Em nosso ordenamento, são dois: a Supremacia
do interesse público sobre o privado e a Indisponibilidade do Interesse
Público.

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ATO ADMINISTRATIVO
Ato administrativo é uma manifestação de vontade de um órgão
ou agente público que produz efeitos jurídicos, com o objetivo de
executar, modificar, extinguir ou declarar direitos. Esses atos são
realizados no exercício da função administrativa do Estado e estão
sujeitos ao Direito Administrativo.

Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ato administrativo é a


declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos
jurídicos imediatos, com observância da lei, sob o regime jurídico de
direito público e sujeita ao controle pelo Poder Público.

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REQUISITOS

MNEMÔNICO: COFIFOMOOB

Competência: É o poder decorrente da lei que dá ao agente


administrativo a capacidade de exercer suas atribuições e praticar o
ato administrativo. Tem que confirmar que o agente e o órgão a
onde ele é vinculado pode praticar o ato. É um elemento vinculado;

Finalidade: É o objetivo que a Administração quer atingir com a


prática do ato. O ato deve alcançar a finalidade expressa prevista na
lei que atribuiu a competência para o agente e este não deve mudar
esta finalidade correndo o risco de nulidade por desvio de finalidade.
A finalidade deve sempre buscar o interesse público. É um elemento
vinculado.

Forma: É como o ato deve ser praticado. É a materialização do ato.


Todos os atos devem ser escritos. É um elemento vinculado.

Motivo: Consiste na situação de fato e de direito que gera a


necessidade da Administração em praticar o ato administrativo. A
justificativa deve corresponder aos acontecimentos que levaram a
administração pública a praticar o ato administrativo.
Obrigatória (explicita): Se a situação já está prevista em lei. Pratica o
ato conforme o motivo. Ato vinculado.
Facultativa (implícita): Se a situação não está prevista em lei. O
agente escolhe ou indica o motivo, devidamente justificado. Ato
discricionário.

Objeto: É o conteúdo do ato. É a modificação realizada pelo ato no


mundo jurídico. Segundo Fernanda Marinela, o objeto corresponde
ao efeito jurídico imediato do ato, ou seja, o resultado prático
causado em uma esfera de direitos. Representa uma consequência
para o mundo fático em que vivemos e, em decorrência dele, nasce,
extingue-se, transforma-se um determinado direito. É um elemento
vinculado e discricionário

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ATRIBUTOS

MNEMÔNICO: PATI

Presunção de legitimidade e veracidade: Os atos administrativos


são presumidos que são legais e verdadeiros até que se prove o
contrário, ou seja, caso o destinatário do ato acreditar que o ato é
ilegal cabe a ele provar e não o agente administrativo. Este atributo
consta em todos os atos administrativos. Este atributo agiliza a
execução dos atos administrativos.

Imperatividade: Os atos administrativos são obrigatórios a todos,


mesmo contra a vontade do destinatário, ou seja, o agente público
pode criar obrigações ou impor restrições ao destinatário buscando
somente seus interesses. Ex.: interdição de locais.

Autoexecutoriedade: É a possibilidade de a administração pública


executar seus próprios atos administrativos diretamente sem
precisar de autorização de outros poderes. Ela não está presente em
todos os atos administrativos.
Exemplo: Interditar uma ponte que existem grandes chances de cair
(urgência)

Tipicidade: É o atributo que deve corresponder a figuras e modelos


definidos por lei. Este atributo evita que a administração aja de
forma discricionária prejudicando o particular. A administração deve
agir rigorosamente o que a lei determina.

Exigibilidade: A administração pode exigir de terceiros o


cumprimento de obrigações. Diferente da imperatividade que
impõe uma obrigação.

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CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Quanto ao seu regramento: Atos vinculados e Atos discricionários

Atos vinculados: De acordo com a lei. A lei determina o momento e


as condições
Atos discricionários: O agente público pode escolher quando e
modo de executar. Seu conteúdo e quem será o destinatário.

Quanto ao destinatário: Atos individuais e Atos gerais

Atos individuais: dirigido para determinada pessoa. Por ser


subjetivo pode haver contestação.
Atos gerais: Dirigido à coletividade. Atinge várias pessoas com a
mesma situação jurídica. Por ser coletiva não pode ter contestação
individual.

Quanto ao seu alcance: Atos internos e atos externos

Atos internos: Praticados dentro da administração, atingindo seus


órgãos e agentes.
Atos externos: Praticados fora da administração, atingindo os
contratados e administrados.

Quanto ao objeto: Atos de império, Atos de gestão e Atos de


expedientes.

Atos de império: Praticado pelos agentes públicos e obriga seus


administrados a obedecer. Praticado com supremacia do interesse
público ao particular.
Atos de gestão: Praticado na mesma condição do particular
afastando sua prerrogativa de supremacia.
Atos de expediente: São atos internos de rotina para dar
andamento aos documentos e papéis que tramitam em seus
órgãos.

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Quanto à formação (processo de elaboração): Ato simples, Ato
complexo e ato composto.

Ato simples: Vontade de apenas um órgão ou agente


Ato Complexo: Vontade de mais de um órgão ou agente
Ato composto: Vontade de mais de um órgão ou agente, mas
depende da ratificação de outra vontade para ter efeito.

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ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

MNEMÔNICO: PONEN

Atos normativos: Efeitos gerais e abstratos atingindo a todos que


são regulamentados por ele, visando a aplicação correta da lei.

1. Decreto: atos normativos exclusivo do chefe do executivo;


2. Regulamento: visa especificar um ato normativo superior;
3. Regimento: tem força normativa interna e objetiva disciplinar o
funcionamento de órgãos;
4. Resolução: Ato normativo de autoridades superiores para disciplinar
matérias de sua competência exclusiva.
5. Deliberação: São decisões que partem de órgãos colegiados.

Atos ordinários: Objetiva disciplinar a conduta dos agentes públicos


e o funcionamento da administração.

1. Instruções: Orientações do superior ao seus subordinados


2. Circulares: Ordem escrita
3. Avisos: Atos de ministros dentro de seu ministério
4. Portarias: Atos dos chefes de órgãos públicos
5. Ofícios: Comunicação oficial para terceiros
6. Despacho administrativo: Decisões tomadas pela administração.

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Atos negociais: É uma declaração de vontade da administração para
fazer negócios com particulares produzindo efeito concreto e
individual para o destinatário.

1. Licença: Ato vinculado concedido pela administração para que o


destinatário execute uma atividade
2. Autorização: Ato discricionário concedido pela administração para
que o destinatário exerça alguma atividade.
3. Permissão: Ato discricionário concedido pela administração para
que o destinatário exerça alguma atividade estabelecida por ela.
4. Temos também outros atos negociais como aprovação, visto,
homologação, dispensa e renúncia.

Atos enunciativos: A administração atesta um fato sem vincular seu


conteúdo, ou seja, emite uma opinião.

1. Atestado: Atos que comprovam que órgão esta ciente da situação


2. Certidão: Cópia fiel e autenticada de fatos que se encontrem em
repartição pública.
3. Pareceres: Opinião de órgão técnico sobre assuntos submetidos a
eles.

Atos punitivos: Atos que visam punir particulares ou servidores que


infringirem disposição legal, regulamentar ou ordinária dos bens ou
serviços públicos.

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AGENTES PÚBLICAS
A Lei 8.429 de 1992 mas conhecida como a Lei de Improbidade
Administrativa, que dispõe no seu Art. 2º Para os efeitos desta Lei,
consideram-se agente público o agente político, o servidor público e
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.

A Lei 13.460 de 2017 complementa ainda outro conceito de quem é


um Agente Público, determinando em seu Artigo 2º, IV – considera-se
agente público - quem exerce cargo, emprego ou função pública, de
natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração. Maria Sylvia Zanella di Pietro conceitua agente público
dizendo “Agente Público é toda pessoa física que presta serviço ao
estado e as pessoas jurídicas da administração indireta”.

Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo


aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo
anterior.

A Lei 8.429 de 1992 mas conhecida como a Lei de Improbidade


Administrativa, que dispõe no seu Art. 2º Para os efeitos desta Lei,
consideram-se agente público o agente político, o servidor público e
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.

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A Lei 13.460 de 2017 complementa ainda outro conceito de quem é
um Agente Público, determinando em seu Artigo 2º, IV – considera-se
agente público - quem exerce cargo, emprego ou função pública, de
natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração. Maria Sylvia Zanella di Pietro conceitua agente público
dizendo “Agente Público é toda pessoa física que presta serviço ao
estado e as pessoas jurídicas da administração indireta”.

Dessa maneira, de acordo com a Constituição Federal , o


provimento de um servidor público ocorre quando um cargo público é
ocupado, cumprindo os requisitos estabelecidos no Art. 5 da Lei:

I – A Nacionalidade Brasileira;
II – O gozo dos direitos políticos;
III – A quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – O nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V – A idade mínima de dezoito anos;
VI – Aptidão física e Mental. Lei 8.112/90

PROVIMENTO NA LEI 8.112/90

A lei 8.112/90 ainda prevê as formas de provimento em cargo


público, ou seja, um ato administrativo que descreve a vontade da
administração pública para preencher um cargo público por um agente.
Existem várias formas de provimento na lei, algumas delas são:

As formas de nomeação

No artigo 9º e 10º da Constituição Federal, as formas de nomeação


acontecem da seguinte forma:

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Cargo Isolado: O cargo depende da aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, obedecendo a ordem de
classificação e o prazo de validade.

Cargo Comissionado: Para ocupar-se de um cargo comissionado,


basta a contratação, não precisando de um concurso público para
ser efetivado.

DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS SOBRE OS AGENTES


PÚBLICOS

Servidores Públicos em Sentido Restrito - Em sentido restrito, a


expressão “servidores públicos” compreende os agentes públicos
que estão sendo regidos por um estatuto funcional. Cabe ao
estatuto, dessa forma, disciplinar todos os direitos, deveres,
vantagens e responsabilidades que devem ser observadas pelo
servidor no âmbito de sua vida funcional.

Servidores Públicos em Sentido Amplo - Segundo Maria Sylvia


Zanella Di Pietro, servidores públicos em sentido amplo “são as
pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às entidades da
Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante
remuneração paga pelos cofres públicos”. Temos, dessa forma, que
o conceito de servidor público em sentido amplo abrange três
categorias distintas:

1) Estatutários ou servidor público em sentido estrito: são os


titulares de cargo público efetivo ou em comissão, com regime jurídico
estatutário definido em lei;

2) Empregados públicos: são os titulares de empregos públicos das


empresas públicas e das sociedades de economia mista. Não ocupam
cargo público e não possuem o direito à estabilidade. Embora sujeitos à
CLT, submetem-se às normas constitucionais referentes aos requisitos
de investidura, acumulação de cargos e vencimentos. São
enquadrados, tal como os comissionados e temporários, no regime
geral da previdência, que é o utilizado na iniciativa privada;

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3) Temporários: agentes temporários são os que exercem uma
função pública sem estarem vinculados a cargo ou emprego público. Só
pode ocorrer a contratação por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público, cabendo a
cada ente federativo regulamentar, por meio de lei específica, o regime
jurídico destes servidores.

ACESSO A CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLICAS

Estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 37, I e II, as regras


pertinentes à forma como deve ocorrer a admissão dos agentes
públicos:

I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos


brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,
assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;

Conseguimos perceber que os brasileiros natos ou naturalizados


podem ocupar qualquer cargo público, desde que para tal obedeçam
aos requisitos estipulados em lei para o respectivo exercício.

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Estrangeiros, temos como regra a impossibilidade de tais pessoas
ocuparem cargos, empregos ou funções públicas. No entanto, e com o
objetivo de incentivar o desenvolvimento nacional em setores
estratégicos (tais como a pesquisa e a educação), a Constituição
Federal assegurou a possibilidade de os estrangeiros terem acesso às
funções estatais. Para tal, basta que o ente federativo interessado edite
uma lei disciplinando a forma como se dará o exercício.

O fundamento para a realização do concurso está na vedação às


contratações pautadas em critérios subjetivos, tal como o
apadrinhamento e a nomeação de pessoas conhecidas em troca de
benefícios escusos. Identifica-se, assim, que a realização de concurso
público está pautada na observância dos princípios da impessoalidade,
da moralidade, da isonomia e da legalidade.

Merecem destaque, no que se refere ao concurso público, as


disposições do artigo 37, III e IV, da Constituição Federal, de seguinte
teor:

III – o prazo de validade do concurso público será de até dois


anos, prorrogável uma vez, por igual período; IV – durante o prazo
improrrogável previsto no edital de convocação, aquele
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos
será convocado com prioridade sobre novos concursados para
assumir cargo ou emprego, na carreira;

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DIREITO DE ASSOCIAÇÃO SINDICAL E DIREITO DE GREVE;
DIREITO À LIVRE ASSOCIAÇÃO SINDICAL

• Art. 37, VI – norma de eficácia plena Direito de greve

• Art. 37, VII – norma de eficácia limitada

• STF – aplicação temporária aos servidores públicos, no que couber, da

lei de greve vigente no setor privado

• Militares – vedado, sem exceções

SAÍDA DO CARGO (EXONERAÇÃO)

Voluntária ou involuntária (o servidor não é confirmado ao final do


estágio probatório)

Demissão: saída punitiva compulsória/Aposentadoria

PERDA DO CARGO

• Sentença judicial transitada em julgado

• Processo administrativo

• Procedimento de avaliação periódica de desempenho (lei

complementar)

• Corte de despesas (LRF – LC 101/00) DEMISSÃO = dispensa como

penalidade EXONERAÇÃO = dispensa sem penalidade

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VENCIMENTO E REMUNERAÇÃO REMUNERAÇÃO (TETO
REMUNERATÓRIO) O SUBSÍDIO:

Membro de Poder, detentor de mandato eletivo, Ministros de


Estado, Secretários Estaduais e Municipais, cargos organizados em
carreira, integrantes de carreiras policiais, juízes, membros do MP.

VENCIMENTOS ou REMUNERAÇÃO: vencimento + vantagens.

PROVENTOS: remuneração dos aposentados.

Servidores titulares de cargos efetivos

Por invalidez, compulsória, voluntária

Aposentadoria voluntária com proventos integrais: serviço público

há 10 anos + no cargo há 5 anos + Homens: 60 anos de idade + 35

anos de contribuição Mulheres: 55 anos de idade + 30 anos de

contribuição

Aposentadoria voluntária com proventos integrais: serviço público

há 10 anos + no cargo há 5 anos + o Homens: 65 anos de idade o

Mulheres: 60 anos de idade

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VEDAÇÃO À ACUMULAÇÃO DE CARGOS, EMPREGOS E
FUNÇÕES PÚBLICAS

Proibido – regra (atinge também emprego e funções públicas)


Constituição – rol taxativo de casos excepcionais

a) Dois cargos de professor;

b) Um cargo de professor com outro técnico ou científico

c) Dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com

profissões regulamentadas, inclusive militares;

d) Um cargo de vereador com outro cargo, emprego ou função pública;

e) Um cargo de magistrado com outro no magistério;

f) Um cargo de membro do Ministério Público com outro no magistério.

*Compatibilidade de horários e limite máximo de dois cargos

SERVIDORES EM EXERCÍCIO DE MANDATOS ELETIVOS


ARTIGO 38 CRFB/88.

Ao servidor público da administração direta, autárquica e


fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam- se as seguintes
disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará


afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego
ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de
horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função,
sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

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IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de
mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os
efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os
valores serão determinados como se no exercício estivesse

PENALIDADES APÓS SINDICÂNCIA OU PROCESSO


ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (60 DIAS).

• Advertência: prescreve em 180 dias;


• Suspensão: prescreve em 2 anos;
• Demissão: prescreve em 5 anos;
• Cassação de aposentadoria ou disponibilidade: prescreve em 5 anos;
• Destituição de cargo em comissão: prescreve em 5 anos;
• Destituição de função comissionada: prescreve em 5 anos.

AGENTES PÚBLICOS: DISPOSIÇÕES


DOUTRINÁRIAS, CONCEITO, ESPÉCIES, CARGO,
EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA

Agente público é toda pessoa física que exerce, de forma gratuita


ou remunerada, permanente ou transitória, por qualquer forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública.
Observe que o conceito de agente público abrange somente as pessoas
físicas. Agente público é toda pessoa física que exerce função pública.

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ESPÉCIES DE AGENTES PÚBLICOS

Servidor público: São servidores públicos aqueles que mantiverem


vínculo profissional permanente com a Administração Direta, as
Autarquias e Fundações de direito público, ou seja, com pessoas de
direito público.

Mantém relação com o estado em regime estatutário (Regime


estatutário: São servidores públicos estatutários, que ocupam –
sempre – cargos públicos e mantém uma relação de natureza
institucional).
Sujeito ao regime jurídico de direito público.
Titular de cargo público.

Empregado público (funcionário): São pessoas físicas vinculadas


com pessoas jurídicas de direito privado pertencentes à
Administração Pública Indireta, empresa pública e sociedade de
economia mista e fundações privadas. Possuem vínculo sempre
contratual, pois regido pela CLT
Mantém relação com o estado em regime celetista (São servidores
públicos celetistas os que possuem um vínculo contratual com as
entidades de direito público).
Sujeito ao regime jurídico de direito privado
Titular de emprego público
O agente público é um gênero
Servidor e empregado público é espécie deste gênero.

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Função de confiança: Na função de confiança, a CF na redação dada
pela emenda 19 no seu art. 39, Inciso 5º, na sua primeira parte deixa
claro que a função de confiança será exercida por servidor de cargo
efetivo, ora se o servidor já tem uma cargo, já está na carreira, ele
simplesmente recebe uma função de confiança e algo mais, como a
gratificação da função de confiança. Então não será criado um
cargo porque ele já tem. Ele será deslocado do seu cargo efetivo e
vai exercer esta função.

Função temporária: Ao lado da função de confiança, as funções


temporárias, também muito citadas por contratações temporárias.
Se a contratação é temporária, porque a administração vai criar um
cargo, um emprego, se ele vai durar um ano, seis meses, etc. Então
não se cria cargo nem emprego, se cria a função a ser exercida
temporariamente. Mais um argumento para reforçar essa tese:

Na Função de confiança, o servidor já fez um concurso público,


ingressou no serviço e é pinçado para uma função de confiança.

Na Função temporária, ele não é servidor, não precisa de um cargo,


nem um emprego, mas a administração o coloca numa função
temporária para determinado lapso temporal colaborar com o poder
público.

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PODERES ADMINISTRATIVOS

Os poderes administrativos são prerrogativas instrumentais


conferidas aos agentes públicos para que, no desempenho de suas
atividades, alcancem o interesse público.

PODER HIERÁRQUICO

O Poder Hierárquico é o instrumento disponibilizado à


Administração Pública para distribuir e escalonar as funções de seus
órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a
relação de subordinação entre os servidores do seu quadro pessoal.

O Poder Hierárquico configura um poder de estruturação interna da


atividade pública de uma pessoa jurídica, determinando uma relação de
hierarquia e subordinação entre os seus órgãos e agentes. Tratam-se de
prerrogativas oriundas desse poder a delegação e a avocação de
competência.

A delegação de atribuições, uma das manifestações do poder


hierárquico, é o ato de conferir a outro servidor atribuições que,
originalmente, eram de competência da autoridade delegante. Sobre a
delegação, podemos afirmar que:

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Não é possível a delegação de atribuições de um Poder a outro, salvo
quando expressamente autorizado pelo texto constitucional, o que
ocorre, por exemplo, quando a Constituição Federal autoriza o
Legislativo a delegar ao Chefe do Executivo a edição de lei.
Não podem ser delegadas atribuições que a lei fixar como exclusivas
de determinada autoridade.
A delegação não pode ser recusada pelo subordinado, exceto
relativamente a ordens manifestamente ilegais.
As atribuições não podem ser subdelegadas sem a expressa
autorização do delegante.

PODER DISCIPLINAR

É o poder que a Administração Pública pode penalizar seus


servidores por infrações funcionais com objetivo de aperfeiçoar o
serviço público.

O superior deve punir seu subordinado ou senão incorrerá em


crime contra Administração Pública.

O poder disciplinar é interno da Administração e não tem nada a ver


com o poder do Estado com seus cidadãos.

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PODER REGULAMENTAR OU NORMATIVO

É o poder que o Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos)


tem para decretar ou regulamentar leis, ou seja, detalhando a lei para
que elas sejam executadas corretamente.

Ele pode baixar resoluções, portarias, deliberações, instruções ou


regimentos.

PODER DE POLÍCIA

É o poder que tem a Administração Pública de proteger ou restringir


o uso de bens, atividades ou direitos privados em benefício do interesse
público. Este poder só deve ser usado em caso de real ameaça ao
interesse público. Este poder é uma maneira de conter abusos de direito
individual.

Temos também a seguinte definição dada por Meirelles:

“O Poder de Polícia é, em suma, o conjunto de atribuições


concedidas à Administração para disciplinar e restringir, em favor do
interesse público adequado, direitos e liberdades individuais” (TÁCITO,
1975, apud MEIRELLES, 2002, p. 128).

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CARACTERÍSTICAS DO PODER DE POLÍCIA

Discricionariedade: O administrador pode agir livremente dentro


dos limites da lei em defesa do interesse público.

Autoexecutoriedade: é o poder dado à Administração Pública para


executar suas decisões sem necessidade de pedir autorização para
a justiça.

Coercibilidade: Caso haja resistência por parte do indivíduo, a


Administração poderá tomar medidas coercitivas. Ela tem que
tomar cuidado na dose para não incorrer em abuso de poder.

Ele atua nas áreas administrativa e judiciária.

Polícia administrativa: Tem caráter preventivo para evitar atitudes


antissociais e age sobre bens, direitos ou atividades. Aqui inclui a
polícia militar, e órgãos fiscalizadores como a área do trabalho,
saúde, educação e etc…

Polícia judiciária: Tem caráter repressivo e incide sobre pessoas. Seu


objetivo é punir as pessoas no rigor da lei penal. Aqui inclui a polícia
civil e polícia militar.

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USO E ABUSO DO PODER
O uso do poder é um privilégio do agente público. O seu uso implica
que o agente observará as normas constitucionais e legais em busca do
interesse público.

Abuso de poder é quando o agente público observa mais o seu


interesse particular indo contra o interesse público, tornando um ato
ilegal.

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No abuso de autoridade temos a tipificação daquelas condutas
abusivas de poder como crimes.

Abuso de autoridade é o abuso de poder analisado sob as normas


penais.

Abuso de poder é toda ação que torna irregular a execução do ato


administrativo, legal ou ilegal, e que propicia, contra seu autor, medidas
disciplinares, civis e criminais

Excesso de poder: O excesso de poder é verificado quando o


agente atua além dos limites legais da sua competência.

Desvio de poder ou desvio de finalidade: O desvio de poder quanto


à finalidade ocorre quando o administrador age dentro dos limites
de sua competência, mas o faz para alcançar fim diverso do
previsto.

Omissão: quando constata-se a inércia da Administração, a recusa


injustificada em praticar determinado ato.

O abuso de poder (excesso ou desvio de poder) pode ocorrer na


forma omissiva. Assim, se um agente público age com excesso ou
desvio de poder e seu superior hierárquico, conhecedor do fato, nada
faz para reparar o mal, claro está que houve abuso de poder na sua
forma omissiva, pois o superior manteve-se inerte quando deveria ter
agido.

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LICITAÇÃO

A obrigatoriedade de licitação é, inclusive, mandamento da Magna


Carta, contido no inciso XXI do artigo 37, senão vejamos, in verbis:

“Art. 37 – A administração pública direta e indireta de qualquer


dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte:

XXI – Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,


serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta nos termos da lei, o qual somente permitirá
as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.”

Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da


legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da
eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da
igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do
julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da
economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável,
assim como as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de
setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro).

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PRINCÍPIOS APLICADOS ÀS LICITAÇÕES

O artigo 37 da Constituição Federal estabelecem os princípios gerais


da Administração Pública, aplicados às licitações:

• Legalidade: os agentes públicos só podem fazer o que determina a lei,


segundo o rito por ela definido;

• Impessoalidade: são proibidos, nas licitações, critérios de valor


pessoal, como simpatia, antipatia, preferências, etc. (Existe grande
relação desse princípio com a isonomia e a igualdade);

• Moralidade: destaca a atuação em função do interesse público e em


conformidade com a ética;

• Publicidade Manutenção da plena transparência dos


comportamentos e atos da Administração;

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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 37, caput, da Constituição, que assim dispõe:

A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos


poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios da Legalidade,
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

Estão obrigados a observar os princípios constitucionais


administrativos toda a Administração Direta e Indireta de todos os entes
federativos. Assim, tanto uma Autarquia municipal quanto um órgão
público da União devem pautar suas ações com obediência da
mencionada norma constitucional.

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FICA A DICA

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Previsto no inciso II, do Art. 5º da Constituição Federal de 1988, o


princípio da legalidade determina que “ninguém será obrigado a fazer
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.

A ideia do princípio da legalidade do ponto de vista do cidadão é a


garantia de que não haverá nenhuma regra, nenhuma obrigação sem
que haja uma lei. Então não se pode inventar coisas arbitrárias, a não ser
pelo próprio parlamento. É uma maneira de restringir os abusos do
governante do momento.

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O QUE VIOLA O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE?

Do princípio da legalidade resultam proibições; dentre elas está a


proibição de leis penais indeterminadas ou imprecisas, que seriam a
expressão da não limitação do poder punitivo estatal, que poderá
causar arbitrariedades.

PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

O artigo 37 da Constituição determina: “a Administração Pública


direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (…)”

O princípio da impessoalidade compreende a igualdade de


tratamento que a administração deve dispensar aos administrados que
estejam na mesma situação jurídica. Exige, também, a necessidade de
que a atuação administrativa seja impessoal e genérica, com vistas a
satisfazer o interesse coletivo.

A transparência na gestão pública possibilita a fiscalização da


sociedade, além de estender a participação popular na tomada de
decisões. Além do aspecto ético e legal sobre compartilhar dados
públicos com a sociedade, administrar o poder público de forma
transparente se mostra também uma atitude estratégica.

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JURISPRUDÊNCIA PARA CONCURSOS

É importante salientar a posição do STF acerca da vedação à


promoção dos agentes ou autoridades, conforme se extrai do julgado
do RE 191.668: O caput e o parágrafo 1º do artigo 37 da Constituição
Federal impedem que haja qualquer tipo de identificação entre a
publicidade e os titulares dos cargos alcançando os partidos políticos a
que pertençam. O rigor do dispositivo constitucional que assegura o
princípio da impessoalidade vincula a publicidade ao caráter educativo,
informativo ou de orientação social é incompatível com a menção de
nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans, que caracterizem
promoção pessoal ou de servidores públicos.

A possibilidade de vinculação do conteúdo da divulgação com o


partido político a que pertença o titular do cargo público mancha o
princípio da impessoalidade e desnatura o caráter educativo,
informativo ou de orientação que constam do comando posto pelo
constituinte dos oitenta.

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PRINCÍPIO DA MORALIDADE

O princípio da moralidade, previsto expressamente no caput do


art. 37 da Constituição Federal, impõe que o administrador público não
dispense os preceitos éticos que devem estar presentes em sua
conduta. Dessa forma, além da legalidade, os atos administrativos
devem subordinar-se à moralidade administrativa.

O princípio da moralidade se relaciona com a atuação dos agentes


públicos de acordo com valores como probidade (honestidade
administrativa), necessidade de agir, lealdade, boa-fé e honestidade.
Também pretende evitar ações que visem confundir, dificultar ou
minimizar direitos dos cidadãos e cidadãs.

Assim, o Princípio ou Teoria da Moralidade Administrativa envolve


três dimensões: a legal (legalidade estrita), a moral (honestidade, ética,
lealdade) e a finalidade (conveniente ao interesse público).

Ao incluir a moralidade como princípio básico da Administração


Pública, por outro lado, o legislador constitucional quis que os agentes
públicos não apenas obedecessem às estritas regras previstas em lei,
mas também que suas condutas fossem pautadas em padrões éticos
de probidade, decoro e boa-fé.

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No âmbito do princípio da moralidade, ganha destaque, cada vez
mais, a vedação à prática de nepotismo, de forma que, em 2008, o STF
editou a súmula vinculante n. 13, também conhecida como súmula
antinepotismo, que assim dispõe:

A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,


colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica,
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de
função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas, viola a Constituição Federal.

Tal súmula também não se aplica aos aprovados por meio de


concurso público. E faz todo o sentido, uma vez que a pessoa que
conseguiu enfrentar a concorrência de inúmeros candidatos e ser
aprovada em um processo de seleção corretamente realizado não pode
ser prejudicada ante as regras da vedação ao nepotismo. Assim, ainda
que cônjuges ou parentes até o terceiro grau estejam trabalhando na
mesma repartição, tal situação não configura nepotismo.

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JURISPRUDÊNCIA PARA CONCURSOS

O STJ já se pronunciou no mesmo sentido, conforme se observa o


teor do RMS n. 15.166: A constituição de nova sociedade, com o mesmo
objeto social, com os mesmos sócios e com o mesmo endereço, em
substituição a outra declarada inidônea para licitar com a
Administração Pública Estadual, com o objetivo de burlar a aplicação da
sanção administrativa, constitui abuso de forma e fraude à Lei de
Licitações, Lei n.º 8.666/93, de modo a possibilitar a aplicação da teoria
da desconsideração da personalidade jurídica para estenderem-se os
efeitos da sanção administrativa à nova sociedade constituída. A
Administração Pública pode, em observância ao princípio da moralidade
administrativa e da indisponibilidade dos interesses públicos tutelados,
desconsiderar a personalidade jurídica de sociedade constituída com
abuso de forma e fraude à lei, desde que facultado ao administrado o
contraditório e a ampla defesa em processo administrativo regular.

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

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A Constituição de 1988 trouxe o princípio da publicidade como
regra imputável à atividade das três funções estatais (embora, por
vezes, com fundamentos diversos), sendo as respectivas exceções
também previstas pelo texto constitucional (arts. 5.º, XXXIII e LX e 93, IX).

O princípio da publicidade envolve a divulgação de informações


pela Administração Pública. Esse princípio tem a finalidade de mostrar
que o Poder Público deve agir com maior transparência possível, para
que a população tenha conhecimento de todos os seus atos.

A publicidade dos atos e decisões, além de assegurar a respectiva


eficácia e produzir efeitos externos, visa propiciar aos interessados
diretos o seu conhecimento, bem como o controle por aqueles por eles
atingidos e pelo povo em geral, através dos instrumentos que a
Constituição e a Lei põem à disposição da sociedade.

Em suma, a garantia da publicidade dos atos processuais tem dois


escopos fundamentais, que são os de:

proteger as partes contra juízos arbitrários, parciais e secretos


(função que integra a garantia do devido processo legal)

servir de instrumento de fiscalização do exercício da atividade


jurisdicional.

Os atos praticados pela Administração Pública devem ser


publicizados oficialmente, para conhecimento e controle da população.
Para Hely Lopes Meirelles, este princípio atinge, além do aspecto da
divulgação dos atos, a possibilidade de conhecimento da conduta
interna dos funcionários públicos.

Atos publicizados - resoluções, projetos de lei, vetos, pareceres,


portarias, decretos, demonstrativos e tantos outros documentos de
natureza administrativa devem, obrigatoriamente, constar no Diário
Oficial da União (DOU).

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JURISPRUDÊNCIA PARA CONCURSOS

Caso em que a situação específica dos servidores públicos é regida


pela 1ª parte do inciso XXXIII do art. 5º da Constituição. Sua remuneração
bruta, cargos e funções por eles titularizados, órgãos de sua formal
lotação, tudo é constitutivo de informação de interesse coletivo ou
geral. Expondo-se, portanto, a divulgação oficial. Sem que a intimidade
deles, vida privada e segurança pessoal e familiar se encaixem nas
exceções de que trata a parte derradeira do mesmo dispositivo
constitucional (inciso XXXIII do art. 5º), pois o fato é que não estão em
jogo nem a segurança do Estado nem do conjunto da sociedade. Não
cabe, no caso, falar de intimidade ou de vida privada, pois os dados
objeto da divulgação em causa dizem respeito a agentes públicos
enquanto agentes públicos mesmos; ou, na linguagem da própria
Constituição, agentes estatais agindo “nessa qualidade” (§ 6º do art. 37).
E quanto à segurança física ou corporal dos servidores, seja pessoal,
seja familiarmente, claro que ela resultará um tanto ou quanto
fragilizada com a divulgação nominalizada dos dados em debate, mas é
um tipo de risco pessoal e familiar que se atenua com a proibição de se
revelar o endereço residencial, o CPF e a CI de cada servidor. No mais, é
o preço que se paga pela opção por uma carreira pública no seio de um
Estado republicano. A prevalência do princípio da publicidade
administrativa outra coisa não é senão um dos mais altaneiros modos
de concretizar a República enquanto forma de governo. Se, por um lado,
há um necessário modo republicano de administrar o Estado brasileiro,
de outra parte é a cidadania mesma que tem o direito de ver o seu
Estado republicanamente administrado. O “como” se administra a coisa
pública a preponderar sobre o “quem” administra – falaria Norberto
Bobbio –, e o fato é que esse modo público de gerir a máquina estatal é
elemento conceitual da nossa República. O olho e a pálpebra da nossa
fisionomia constitucional republicana.
A negativa de prevalência do princípio da publicidade administrativa
implicaria, no caso, inadmissível situação de grave lesão à ordem
pública.

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PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

O princípio da eficiência é uma inovação jurídica, decorrente da


reforma administrativa com a promulgação da Emenda Constitucional
nº 19/98, que acrescentou aos princípios constitucionais da
Administração Pública o princípio da eficiência, previsto, desde então,
expressamente no artigo 37 da Constituição Federal.

O princípio da eficiência é aquele que orienta a Administração


Pública a tomar suas decisões baseada no interesse da coletividade.
Como por exemplo: prestando o serviço público voltado ao cidadão;
adotando mudanças e inovações que satisfaçam o interesse público e
respeitem a legalidade.

O princípio da eficiência passa a integrar a legislação pátria com a


edição da Emenda Constitucional nº 19, que atribuiu à Administração
Pública e seus agentes a busca do bem comum, por meio do exercício
de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente,
participativa, eficaz, sem burocracia.

Derivam do princípio da eficiência, por exemplo, o estágio


probatório dos servidores (momento em que a Administração pode
verificar se o servidor atende diversos requisitos) e o contrato de
gestão, que possibilita a ampliação da autonomia dos órgãos e
entidades que celebram tal instrumento com a Administração Pública.
Devemos saber também que os seguintes termos, quando utilizados, se
referem ao princípio da eficiência: economicidade, produtividade,
rapidez, qualidade e rendimento funcional.

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Em suma, temos:

Eficiência: é quando algo é realizado da melhor maneira possível, ou

seja, com menos desperdício ou em menor tempo.

Eficácia: é quando um projeto/produto/pessoa atinge o objetivo ou

a meta.

Efetividade: é a capacidade de fazer uma coisa (eficácia) da melhor

maneira possível (eficiência).

Não estava previsto no Reforma


ACRESCENTADO
texto constitucional Administrativa
PELA E.C 19/88
original da CF/88 do Estado

PRINCÍPIO DA
EFICIÊNCIA

“O Princípio da eficiência exige que


“Boa administração” a atividade administrativa seja
exercida com presteza, perfeição e
rendimento funcional. É o mais
moderno princípio da função
administrativa, que já não se
contenta em desempenhar apenas
com uma legalidade, exigindo
resultados positivos para o serviço
público e satisfatório atendimento
às necessidades da comunidade e
de seus membros.”

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DICA RESUMIDA

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PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS

FICA A DICA

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PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE

Ainda que dois sejam os princípios, bem como que parte da


doutrina os trate com conceitos diferentes, tanto a proporcionalidade
quanto a razoabilidade, quando objeto de questionamento, são
tratados como a vedação ao excesso, por parte dos agentes públicos,
quando da utilização dos poderes administrativos.

José dos Santos Carvalho Filho apresenta interessante conceito


que permite a visualização e diferenciação entre os dois princípios:

O princípio da proporcionalidade, que está ainda em evolução e


tem sido acatado em alguns ordenamentos jurídicos, guarda
alguns pontos que o assemelham ao princípio da razoabilidade e
entre eles avulta o de que é objetivo de ambos a outorga ao
Judiciário do poder de exercer controle sobre os atos dos demais
Poderes. Enquanto o princípio da razoabilidade tem sua origem e
desenvolvimento na elaboração jurisprudencial anglo- -saxônica,
o da proporcionalidade é oriundo da Suíça e da Alemanha, tendo-
se estendido posteriormente ao Direito da Áustria, Holanda,
Bélgica e outros países europeus.

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FICA A DICA

Proporcionalidade - As bancas têm apontado para a


proporcionalidade quando a conduta objeto de análise envolve
quantidades. Assim, por exemplo, diante da possibilidade de
aplicação de uma multa, e sabendo-se que esta pode variar de R$
200,00 a R$ 2.000, a aplicação do valor máximo em situações que
não apresentem tanta gravidade agride a proporcionalidade.

Razoabilidade - para as demais situações (aquelas que não


envolvem valores), o entendimento é de que aplica-se a
razoabilidade. Como exemplo, citamos a situação de um ente
federativo na qual a educação encontra-se deficitária e
necessitando de recursos. Mesmo assim, o chefe do executivo opta
por destinar recursos para a reforma de um parque municipal.
Considerando que a educação é um direito individual da população,
a conduta da administração encontra-se desarrazoada.

JURISPRUDÊNCIA PARA CONCURSOS

Da mesma forma é o entendimento do STF, conforme se extrai do


julgado do REsp 205.535, situação em que o tribunal entendeu que o
edital de concurso público que previa pontuação superior para o tempo
de serviço do que para a especialização do candidato agredia
flagrantemente o princípio da razoabilidade. Discrepa da razoabilidade
norteadora dos atos da administração pública o fato de o edital de
concurso emprestar ao tempo de serviço público pontuação superior a
títulos referentes a pós-graduação.

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PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO

Nas relações entre particulares, vigora o princípio da igualdade de


direitos e obrigações.

O Princípio da Supremacia do interesse público, dessa forma,


significa que os interesses da coletividade são mais relevantes que os
interesses individuais. Por isso mesmo (para conseguir fazer prevalecer
o interesse público sobre o privado) é que a Administração recebe
poderes (prerrogativas) que não são estendidos aos particulares.

Tal princípio, ressalta-se, não está presente em todas as atividades


da Administração Pública, mas sim apenas naquelas em que a
Administração deve fazer valer a sua vontade para assegurar que o
interesse coletivo seja preservado. Em diversas situações, a
administração atua despida de suas prerrogativas, obedecendo às
normas do direito privado e se sujeitando às mesmas obrigações e
direitos que os particulares.

PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO

Significa que a Administração não é a proprietária dos interesses


por ela geridos. Tal princípio está presente em toda a atividade
administrativa, devendo a Administração, por meio de seus agentes,
proteger o interesse público, bem maior de toda a coletividade. É
importante salientar que o conceito de Administração Pública, para
efeito de aplicação do princípio da Indisponibilidade, é bastante amplo,
de forma que todos os agentes de todas as esferas da administração
direta ou indireta devem fiel obediência aos seus postulados.

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A Indisponibilidade do Interesse Público trata-se de um princípio
implícito, sendo exemplo de sua manifestação a realização de concurso
público, a exigência de licitação, a motivação dos atos administrativos e
a impossibilidade, como regra, de que os agentes renunciou aos
poderes que lhes são conferidos para o exercício de suas funções.

Como vimos, o interesse público é indisponível, devendo sempre


ser levado em conta em todas as atividades e todos os atos da
Administração. No caso apresentado, a solução seria a realização de
concurso público, valorizando, assim, o princípio da Impessoalidade
(diretamente) e o princípio da Indisponibilidade do Interesse Público
(indiretamente).

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PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO

O princípio da motivação possui a peculiaridade de servir como elo


entre os três poderes da república. Assim, via de regra, todos os atos
administrativos, legislativos e judiciais devem ser motivados. Neste
sentido, por exemplo, é o entendimento da professora Maria Sylvia
Zanella Di Pietro, que se coaduna com a corrente majoritária dos dias
atuais:

O princípio da motivação exige que a Administração Pública


indique os fundamentos de fato e de direito de suas decisões. Ele
está consagrado pela doutrina e pela jurisprudência, não havendo
mais espaço para as velhas doutrinas que discutiam se a sua
obrigatoriedade alcançava só os atos vinculados ou só os atos
discricionários, ou se estava presente em ambas as categorias. A
sua obrigatoriedade se justifica em qualquer tipo de ato, porque
se trata de formalidade necessária para permitir o controle de
legalidade dos atos administrativos.

A Lei n. 9.784, que cuida das disposições acerca do processo


administrativo em âmbito federal, estabelece, em seu artigo 50 e
respectivos parágrafos, as situações em que a motivação
expressamente é necessária, bem como a forma como esta deverá ser
realizada: Os atos administrativos deverão ser motivados, com
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:

I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;


II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção
pública;
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo
licitatório;
V – decidam recursos administrativos;

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VI – decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou
discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação
de ato administrativo.

§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo


consistir em declaração de concordância com fundamentos de
anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que,
neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser
utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das
decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos
interessados.
§ 3º A motivação das decisões de e órgãos colegiados e comissões
ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo
escrito.

Motivação contextual quando esta vem expressa no mesmo


documento que edita o ato administrativo. Assim, o ato
administrativo de concessão de uma licença será contextual se
indicar, no próprio documento, o fundamento da concessão.

A motivação aliunde, por outro lado, é aquela que não consta no


mesmo documento de edição do ato administrativo. Como vimos na
análise da Lei n. 9.784, artigo 50, § 1º, “A motivação deve ser explícita,
clara e congruente, podendo consistir em declaração de
concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte
integrante do ato.”

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PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

O princípio da continuidade dos serviços públicos está


intimamente ligado, como o próprio nome sugere, à impossibilidade de
paralisação dos serviços públicos prestados à coletividade.

E justamente pela importância que representam para a


coletividade é que os serviços públicos, em regra, não podem sofrer
soluções de continuidade, ou seja, serem interrompidos sem que haja
um justo motivo para tal.

Desta regra decorrem diversas situações, dentre as quais merecem


destaque:

• O impedimento que determinados setores essenciais à coletividade

(como o policiamento e o corpo de Bombeiros) exerçam o direito de

greve;

• As situações em que as delegatárias de Serviço Público

(concessionárias, permissionárias e autorizatárias) não podem

simplesmente suspender a execução de um determinado serviço, ainda

que a Administração Pública contratante deixe de pagar o valor

pactuado a título de remuneração.

• Os institutos da suplência, da substituição e da interinidade, que

impedem que a prestação dos serviços deixe de ser prestada quando

da ausência do titular.

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Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua
interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso,
quando:
I – motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das
instalações; e,
II – por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da
coletividade.

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PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE OU DESCENTRALIZAÇÃO

A Administração deve se especializar no desempenho da função


administrativa, objetivando, dessa forma, uma prestação de Serviço
Público de maneira mais adequada e eficiente.
fronteiriço de país vizinho;

PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO

A supremacia do interesse público traz como efeito a


impossibilidade de transigência, por parte do administrador público,
dos interesses públicos tutelados, cabendo aos gestores públicos gerir
e conservar os bens e o interesse público em prol da coletividade.

Por exemplo: caso a Administração Pública tenha o interesse de


construir um prédio, essa construção apenas será lícita se o prédio
objetivar a promoção de interesses primários, ou seja, se o prédio for
sediar um hospital, uma escola, ou qualquer outra tarefa de interesse
público primário.

Princípio da SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO – O qual situa a Lei


Maior no vértice do ordenamento jurídico, constituindo seu texto
fundamento de validade para a legislação infraconstitucional. Trata- se,
nesse momento, do reconhecimento de um princípio da “supremacia
da Constituição”.

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PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA (SINDICABILIDADE)

Súmula n. 473 do STF, uma das súmulas mais exigidas de todo o


direito administrativo:

A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados


de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.

Assim, a autotutela nada mais é do que a possibilidade que a


administração tem de anular ou revogar os seus próprios atos. No caso
da anulação, estaremos diante de um ato administrativo ilegal, de forma
que não restará alternativa para o Poder Público que não seja o
desfazimento do ato. Já a revogação, em sentido contrário, confere à
administração a faculdade de retirá-lo ou não do mundo jurídico. Em
ambas as situações, a Administração Pública que editou o ato não
precisa se socorrer do Poder Judiciário.

Tal prerrogativa confere eficiência à administração e uma maior


segurança aos administrados, que não precisam esperar o muitas vezes
moroso processo judicial.

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PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA

Os princípios do contraditório e ampla defesa aparecem no Texto


Constitucional, não como princípios específicos da Administração
Pública, mas de todo ordenamento jurídico de todos os ramos do
Direito. Eles encontram-se positivados no art. 5º, inciso LV, CF, nos
seguintes termos:

LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos


acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

O princípio do contraditório é a garantia que cada parte tem de se


manifestar sobre todas as provas e alegações produzidas pela parte
contrária. Significa dar ciência da existência do processo administrativo
e permitir à parte manifestar-se em todos os seus atos. É o direito de
participar.

Ampla defesa é a garantia que a parte tem de usar todos os meios


legais para provar e para defender as suas manifestações.

JURISPRUDÊNCIA

Súmula n. 373
É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de
recurso administrativo

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FICA A DICA

Conforme a Súmula Vinculante n. 3, do STF, nos processos perante


o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla
defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão. De acordo com essa Súmula, na análise pelo TCU, ou qualquer
outro Tribunal de Contas, de processos que deve ser feito o registro se
for resultar em determinação de anulação ou revogação, primeiro deve-
se conferir ao interessado a oportunidade para o exercício do
contraditório e ampla defesa, antes da referida anulação ou revogação.

Entretanto, a Súmula faz exceção ao registro inicial de


aposentadoria, reforma e pensão. Nessa hipótese, não haverá direito ao
contraditório e da ampla defesa perante o TCU. Portanto, o interessado
será intimado para retornar ao trabalho ou terá os valores excessivos
glosados de imediato.

A tese fixada no julgamento do RE n. 636.553 foi a seguinte:

JURISPRUDÊNCIA

Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança


legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de 5 (cinco)
anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à
respectiva Corte de Contas.

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PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA (PROTEÇÃO
À CONFIANÇA)

A Lei n. 9.784/1999 veda a aplicação retroativa da nova


interpretação da lei (art. 2º). Com essa regra, se ocorrer nova
interpretação de dispositivo legal, o entendimento não pode atingir
efeitos pretéritos.

Princípio que visa dar mais estabilidade às situações jurídicas,


mesmo àquelas que a princípio apresentam ilegalidade.

JURISPRUDÊNCIA

É dispensada a reposição de importâncias indevidamente


percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos e pensionistas em
virtude de erro escusável de interpretação de lei por parte do
órgão/entidade, ou por parte de autoridade legalmente investida em
função de orientação e supervisão, à vista da presunção de legalidade
do ato administrativo e do caráter alimentar das parcelas salariais

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PRINCÍPIOS BÁSICOS

Para que o procedimento licitatório ocorra sem nenhum vício,


devem ser observados alguns princípios. Estes são informados pela Lei
8.666/93 em seu art. 3º:

"A licitação destina-se a garantir a observância do princípio


constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais
vantajosa para a Administração e será processada e julgada em
estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade , da moralidade , da igualdade , da publicidade ,
da probidade administrativa , da vinculação ao instrumento
convocatório , do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos."

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Organização racional e utilização dos meios e recursos para a
prestação de serviços públicos com qualidade.

PRINCÍPIO DA ISONOMIA

Significa dar tratamento igual a todos os interessados. É condição


essencial para garantir a competição em todos os procedimentos
licitatórios. (Lei 8.666/93, art. 3º, §1º, I; art. 44, § 1º) Observe o § 1º, inciso I,
do art. 3º da Lei 8.666/1993, de forma a adequadamente justificar a
inclusão de cláusulas editalícias que possam restringir o universo de
licitantes. (Acórdão 1580/2005 Primeira Câmara).

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PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO
CONVOCATÓRIO

Obriga a Administração e o licitante a observarem as normas e


condições estabelecidas no ato convocatório. Nada poderá ser criado
ou feito sem que haja previsão no ato convocatório. O edital é a lei
interna da licitação e, como tal, vincula aos seus termos tanto os
licitantes como a Administração que o expediu. Observe o princípio da
vinculação ao instrumento convocatório, previsto nos artigos 3º e 54, §
1º, da Lei 8.666/1993, abstendo-se de prever nas minutas de contratos
regras distintas das fixadas no edital. (Acórdão 668/2005 Plenário)

PRINCÍPIO DO JULGAMENTO OBJETIVO

Esse princípio significa que o administrador deve observar critérios


objetivos definidos no ato convocatório para o julgamento das
propostas. Afasta a possibilidade de o julgador utilizar-se de fatores
subjetivos ou de critérios não previstos no ato convocatório, mesmo
que em benefício da própria Administração. (Lei 8.666/93, art. 44 a 45)

PRINCÍPIO DA CELERIDADE

O princípio da celeridade, consagrado pela Lei nº 10.520, de 2002,


como um dos norteadores de licitações na modalidade pregão, busca
simplificar procedimentos de rigorismos excessivos e de formalidades
desnecessárias. As decisões, sempre que possível, devem ser tomadas
no momento da sessão.

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PRINCÍPIO DA ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA

Segundo este princípio, fica vedada a abertura de nova licitação


enquanto válida a adjudicação anterior. Adverte, porém, Hely Lopes
Meirelles "que o direito do vencedor limita-se à adjudicação, ou seja, à
atribuição a ele do objeto da licitação, e não ao contrato imediato" . A
ressalva é justificada porque a Administração pode revogar ou anular o
procedimento ou, também, adiar o contrato, em determinadas
situações devidamente justificadas. Não pode, porém, contratar com
outrem enquanto válida a adjudicação. (Lei 8.666/93, art. 50, 54 e 64; Lei
10.520/2002, art 4º. Acórdão nº 868/2006 - 2ª Câmara)

PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE

A Administração Pública, por meio de seus órgãos, quando


necessita adquirir bens e contratar serviços e obras, precisa viabilizar
estas atividades através de recursos orçamentários públicos e, por isso,
está obrigada a realizar procedimento formal, ordenado, vinculado a
diretrizes específicas, que possibilitem a participação de todos os
interessados, para que essa participação possa ser extraída a proposta
mais vantajosa, segundo critérios previamente definidos. Para
realização desses procedimentos, tem-se como regra a realização de
Licitação. Se não houvesse a licitação, a escolha das pessoas a serem
contratadas ficaria a cargo do administrador, o que favorece ainda mais
corrupção.

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Assim, a nossa Constituição da República de 1988, por meio do art.
37, inciso XXI, determina que, salvo em casos especificados em lei, é
obrigatório realizar licitação, consolidando-se assim o Princípio da
Obrigatoriedade de Licitação, que deve ser acrescentado aos demais
princípios administrativos. Determina também que a licitação deve
conter cláusulas que estabeleçam as obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta oferecida pelo licitante
interessado, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações.

MODALIDADES DE LICITAÇÃO
(JÁ ATUALIZADO)

CONCURSO

Prevista no inciso XXXIX do artigo 6º da Lei nº 14.133/2021 o


Concurso é “a modalidade de licitação para escolha de trabalho
técnico, científico ou artístico, cujo critério de julgamento será o de
melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio ou
remuneração ao vencedor” (permanece com conceituação bem
semelhante àquela prevista na Lei nº 8666/93).

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A Lei nº 14.133/2021 exige uma antecedência mínima entre a
publicação do edital e a apresentação dos trabalhos de 45 dias. Esse
edital, por sua vez, segundo previsão do artigo 30 da Nova Lei de
Licitações e Contratos Administrativos, deverá indicar a qualificação
exigida dos participantes, as diretrizes e formas de apresentação do
trabalho técnico, científico ou artístico, as condições de realização e o
prêmio ou remuneração do vencedor (que já é definido no edital).

LEILÃO

O Leilão é a modalidade de licitação adotada quando a


Administração Pública pretende alienar um bem que não lhe serve ou
que foi objeto de apreensão. É prevista no inciso XL do artigo 6º da Lei nº
14.133/2021 nos seguintes termos: “modalidade de licitação para
alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente
apreendidos a quem oferecer o maior lance“.

Segundo a previsão do §2º do artigo 31 da Lei nº 14.133/2021, o edital


do Leilão deverá conter os seguintes requisitos:

Art. 31. O leilão poderá ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor


designado pela autoridade competente da Administração, e
regulamento deverá dispor sobre seus procedimentos
operacionais.
[…]

2º O leilão será precedido da divulgação do edital em sítio


eletrônico oficial, que conterá:

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I – a descrição do bem, com suas características, e, no caso de
imóvel, sua situação e suas divisas, com remissão à matrícula e
aos registros;
II – o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual
poderá ser alienado, as condições de pagamento e, se for o caso,
a comissão do leiloeiro designado;
III – a indicação do lugar onde estiverem os móveis, os veículos e
os semoventes;
IV – o sítio da internet e o período em que ocorrerá o leilão, salvo
se excepcionalmente for realizado sob a forma presencial por
comprovada inviabilidade técnica ou desvantagem para a
Administração, hipótese em que serão indicados o local, o dia e a
hora de sua realização;
V – a especificação de eventuais ônus, gravames ou pendências
existentes sobre os bens a serem leiloados.

No mais, prevê o §4º do artigo 31 que o leilão seguirá o seguinte


rito: (i) fase de lances; (ii) fase recursal; (iii) pagamento pelo
vencedor; e (iv) homologação. De qualquer forma, os
procedimentos operacionais do leilão serão objeto de
regulamento (caput artigo 31 da Lei nº 14.133/2021).

DIÁLOGO COMPETITIVO

Está prevista em seu artigo 28, inciso V, por meio do qual trouxe ao
direito brasileiro uma nova modalidade de licitação: o Diálogo
Competitivo.

Na Nova Lei de Licitações, o Diálogo Competitivo aparece definido


da seguinte forma, no artigo 6º, inciso XLII:

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XLII – diálogo competitivo: modalidade de licitação para
contratação de obras, serviços e compras em que a
Administração Pública realiza diálogos com licitantes
previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o
intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de
atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar
proposta final após o encerramento dos diálogos;

Assim, em âmbito nacional, pode-se afirmar que o Diálogo


Competitivo é uma modalidade de licitação que deverá ser utilizada,
especialmente, para a celebração de contratos de natureza complexa,
nos cenários em que a Administração não consiga definir sozinha a
solução que melhor atenderá uma necessidade pública.

O Diálogo Competitivo encontra-se melhor desenhado no artigo 32


da Lei nº 14.133/2021. Prevê o mencionado artigo, por meio dos seus
incisos, que a nova modalidade de licitação destina-se às contratações
que envolvam:

(i) inovação tecnológica ou técnica;


(ii) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade
satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e
(iii) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com
precisão suficiente pela administração (inciso I).

Além disso, a modalidade também pode ser utilizada quando a


administração pública precisar definir e identificar os meios e as
alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com destaque
para os seguintes aspectos:

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(i) a solução técnica mais adequada;

(ii) os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida; e

(iii) a estrutura jurídica ou financeira do contrato (inciso II).

Também pode ser apontado, quanto ao instituto do Diálogo


Competitivo, que:

(i) a administração pública precisará apresentar, no edital de


lançamento da licitação, as exigências de participação e as suas
necessidades, conferindo prazo aos interessados para se
manifestarem, prevendo os critérios da pré-seleção dos licitantes e
admitindo todos os que atenderem aos requisitos objetivos (artigo 32, §
1º, incisos I e II);

(ii) a administração não poderá divulgar informações de modo a


favorecer algum licitante ou revelar a outros licitantes as soluções
propostas ou informações sigilosas comunicadas por um licitante sem o
seu consentimento (incisos III e IV);

(iii) a fase de diálogo entre os licitantes e a administração pública, cujas


reuniões deverão ser registradas em ata e gravadas em áudio e vídeo,
poderá ser mantida até que esta identifique, fundamentadamente, a
solução que atenda à sua necessidade (incisos V e VI);

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(iv) a depender da necessidade que se pretende atender, o edital
poderá prever fases sucessivas de diálogo competitivo para restringir
em cada uma delas as soluções ou as propostas a serem discutidas
(inciso VII); e

(v) ao final da etapa de diálogo, a administração pública declarará a sua


conclusão, definindo qual é a solução eleita, e iniciará a fase competitiva
com a divulgação de novo edital, contendo a especificação da solução
alcançada para atender à sua necessidade e os critérios objetivos para a
seleção da proposta mais vantajosa, as quais serão apresentadas pelos
licitantes pré-selecionados (inciso VIII), sendo que a proposta
vencedora deverá ser definida conforme os critérios divulgados no
início da fase competitiva e deve retratar a contratação mais vantajosa
(incisos IX e X).

Como se vê a partir das previsões acima, o Diálogo Competitivo


formaliza um diálogo público-privado há muito existente nas
contratações públicas. Inclusive, formaliza a noção de diálogo público-
privado como fenômeno imprescindível para o regular desempenho das
atividades administrativas.

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TIPOS DE LICITAÇÃO

O tipo de licitação não deve ser confundido com modalidade de


licitação. Tipo é o critério de julgamento utilizado pela Administração
para seleção da proposta mais vantajosa. Modalidade é procedimento.

Os tipos de licitação mais utilizados para o julgamento das


propostas são os seguintes:

MENOR PREÇO

Critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para a


Administração é a de menor preço. É utilizado para compras e serviços
de modo geral. Aplica-se na aquisição de bens e serviços de informática
quando realizada licitação por Pregão.

MELHOR TÉCNICA

Critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para a


Administração é escolhida com base em fatores de ordem técnica. É
usado exclusivamente para serviços de natureza predominantemente
intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos,
fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em
geral, e em particular, para elaboração de estudos técnicos preliminares
e projetos básicos e executivos.

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MELHOR TÉCNICA E PREÇO

Critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para a


Administração é escolhida com base na maior média ponderada,
considerando-se as notas obtidas nas propostas de preço e de técnica.
É obrigatório na contratação de bens e serviços de informática, nas
modalidades tomada de preços e concorrência, quando não se tratar
de bens e serviços comuns.

Somente utilize a licitação do tipo técnica e preço para serviços


com características eminentemente de natureza intelectual, de modo a
atender o disposto nos arts. 45 e 46 da Lei 8.666/1993, excluindo desta
licitação a aquisição de bens que, ainda de informática, sejam de fácil
obtenção no mercado, mediante a prévia especificação, e ainda os
serviços comuns para a operação do sistema a ser
desenvolvido/adquirido. (Acórdão 1631/2005 Primeira Câmara).

MAIOR LANCE E OFERTA

Critério de seleção utilizado nos casos de alienação de bens ou


concessão de direito real de uso, em virtude da necessidade da
Administração em receber o maior valor possível para os bens e serviços
a serem vendidos ou colocados à disposição de terceiros.

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PROCEDIMENTOS

A licitação é realizada por meio de um procedimento


administrativo, sucessão de atos e fatos da Administração e atos e fatos
do licitante, o qual tende a permitir a melhor contratação, tendo em
vista os interesses da própria Administração. Tal procedimento fica a
cargo de uma Comissão, permanente ou especial, composta de, pelo
menos, três membros que, via de regra, tem responsabilidade solidária
pelos atos praticados por ela.

São duas as fases da licitação:

1. Fase Interna: inicia-se com a abertura do processo administrativo, a

caracterização da necessidade de contratar, indicação do objeto e

dos recursos próprios para a despesa, dentre outros. São os atos

prévios, preparatórios do procedimento licitatório.

2. Fase Externa: tem início com a convocação dos interessados por

meio de instrumento adequado, seguida da habilitação,

classificação, julgamento, adjudicação e da homologação.

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CONTRATAÇÃO DIRETA

A Contratação direta é realizada sem licitação, em situações


excepcionais, expressamente previstas em lei. A contratação se dá por
meio de dispensa - licitação dispensada ou licitação dispensável - ou
por inexigibilidade de licitação. O administrador deve ser cauteloso ao
decidir-se pela contratação direta, pois a Lei de Licitações considera
ilícito penal dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses descritas
em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes.

EXCEÇÕES

A licitação é regra para a Administração Pública, quando compra ou


contrata bens e serviços. No entanto, a lei apresenta exceções a essa
regra. São os casos em que a licitação é legalmente dispensada,
dispensável ou inexigível, prevista no comando de licitações, Lei nº
8.666, de 1993. No caso da dispensa, a licitação é possível, por haver
possibilidade de competição, mas não é obrigatória, enquanto na
inexigibilidade não é possível a concorrência.

A contratação por meio de dispensa de licitação se faz por: licitação


dispensada (art. 17); e licitação dispensável (art. 24).

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LICITAÇÃO DISPENSADA

É a modalidade de contratação em que a Lei de Licitações


desobriga expressamente a Administração do dever de licitar ( ex:
alienações de bens imóveis e móveis definidas no art.17, I, II, §2º e §4º da
Lei nº 8.666/1993). Nesse caso, o gestor público não pode licitar.

LICITAÇÃO DISPENSÁVEL
Modalidade de contratação em que a Lei estabelece em lista
fechada (exaustiva) as várias situações em que a licitação, embora
possível, não é obrigatória - não é conveniente nem oportuna, dada a
circunstância ou a natureza da contratação. A Lei de Licitações
enumera no art. 24 todas as hipóteses em que a licitação é considerada
dispensável.

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AQUISIÇÕES DE PEQUENA MONTA

Inciso II do art. 24: Para outros serviços e compras de valor até 10%
(dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo
anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não
se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela
Lei nº 9.648, de 1998) [...]

COTAÇÃO ELETRÔNICA

Forma de obtenção de propostas para aquisições de pequeno


valor, cujas despesas enquadrem-se na modalidade dispensa de
licitação, fundamentada no inciso II do art. 24 da Lei no 8.666/1993.
Só é possível realizar cotação eletrônica para aquisição de materiais.

• implantada pelo Sistema de Cotação Eletrônica, mediante a Portaria nº


306, de 13 de dezembro de 2001, do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão;

Podem participar de aquisições realizadas pelo sistema quaisquer
pessoas jurídicas, previamente cadastradas no Portal Comprasnet.

Aquisições de pequeno valor são aquelas de até R$ 8.000,00, que


não se refiram a parcelas de uma mesma compra de maior vulto ou que
possam ser realizadas de uma só vez.

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Dispõe o art. 4 o, § 2 o , do Decreto nº 5.450/2005, que trata de
pregão, na forma eletrônica: "na hipótese de aquisições por
dispensa de licitação, fundamentadas no inciso II do art. 24 da Lei
no 8.666, de 21 de junho de 1993, as unidades gestoras integrantes
do SISG deverão adotar preferencialmente o sistema de cotação
eletrônica, conforme disposto na legislação vigente."

Observar o discutido no Acórdão 1845/2006 Primeira Câmara, que


não se admite proposta que apresente preços simbólicos, irrisórios ou
de valor zero, incompatíveis com os preços de mercado, acrescidos dos
respectivos encargos, ainda que o Pedido de Cotação Eletrônica não
tenha estabelecido limites mínimos.

EMERGÊNCIA OU CALAMIDADE PÚBLICA (INCISO IV DO


ARTIGO)

É possível ocorrer dispensa de licitação quando ficar claramente


caracterizada a urgência de atendimento a situação que possa
ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras,
serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares.

A contratação deve servir somente para o atendimento de situação


emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que
possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias
consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou
calamidade. Não é permitida a prorrogação dos contratos respectivos.

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Exemplo: mesmo que o contrato tenha sido firmado por 90 dias,
não pode ser prorrogado por mais 90.

Aperfeiçoe o planejamento e programação de suas futuras


licitações de maneira a evitar a ocorrência de contratações
emergenciais embasadas no art. 24, inciso IV, da Lei n° 8.666/1993,
e a realização de pagamentos a título de indenização, por
ausência de suporte contratual (art. 59 da Lei n° 8.666/1993).
Acórdão 1395/2005 Segunda Câmara.

PROPOSTA COM PREÇO SUPERIOR AO PRATICADO NO


MERCADO (INCISO VII)

É possível a dispensa quando, em licitação anterior, os licitantes


apresentarem propostas com preços manifestamente superiores aos
praticados no mercado ou incompatíveis com os fixados pelos órgãos
oficiais competentes. Verificada essa situação, os responsáveis pela
licitação devem primeiro desclassificar todas as propostas e facultar a
apresentação de novas ofertas de preço, conforme art. 48, § 3º da Lei
8.666/93. Se os preços permanecerem superiores é admitida a
adjudicação direta dos bens ou serviços, desde que o valor não seja
superior ao do registro de preços, ou da estimativa dos serviços
(Licitações e contratos : orientações básicas . 3ed.Brasília: TCU.2006)

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CONTRATAÇÃO DE ENTIDADE CRIADA PARA AQUELE FIM
ESPECÍFICO (INCISO VIII)

Para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de


bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que
integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim
específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado.

INEXIGIBILIDADE
Na dispensa de licitação, a lei desobriga o administrador de fazer o
procedimento licitatório, mesmo quando a competição mostrar-se
possível, enquanto que na inexigibilidade, a licitação é impossível pela
inviabilidade de competição ou desnecessária.

A licitação impossível pela inviabilidade de competição caracteriza-


se por haver apenas um determinado objeto ou pessoa que atende às
necessidades da administração contratante. A licitação também pode
ser considerada inexigível quando puder ser comprovada sua
desnecessidade. É o caso, por exemplo, do credenciamento de
professores, médicos ou hospitais. Na inexigibilidade, as hipóteses do
art. 25 da Lei nº 8.666, de 1993, autorizam o administrador público, após
comprovada a inviabilidade ou desnecessidade de licitação, a contratar
diretamente o fornecimento do produto ou a execução dos serviços.

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A inexigibilidade de licitação de que trata a Lei de Licitações, além
da inviabilidade de competição albergada pelo caput, propôs, em
especial:

aquisição de materiais, equipamentos ou gêneros que só possam


ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial
exclusivo, vedada a preferência de marca;

contratação de serviços técnicos de natureza singular, com


profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente


ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela
crítica especializada ou pela opinião pública.

Na inexigibilidade, a contratação se dá em razão da inviabilidade da


competição ou da desnecessidade do procedimento licitatório. É
importante observar que o rol descrito no art. 25 da Lei nº 8.666, de 1993,
não abrange todas as hipóteses de inexigibilidade. O rol é apenas
exemplificativo.

Em procedimento de dispensa ou de inexigibilidade de licitação que


vise a contratar ENAP a prestação de serviços técnicos especializados, o
licitante que apresentar relação de integrantes de seu corpo técnico
como elemento de justificativa da contratação ficará obrigado a
garantir que os técnicos indicados realizarão pessoal e diretamente os
serviços objeto do contrato.

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Nas situações de dispensa ou inexigibilidade de licitação, conforme
disposto no Decreto n° 5.504, de 5 de agosto de 2005, as entidades
privadas sem fins lucrativos, inclusive as Organizações Sociais e as
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, observarão o
disposto no art. 26 da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, devendo a
ratificação ser procedida pela instância máxima de deliberação da
entidade, sob pena de nulidade.

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O controle da administração pública pode ser entendido como a


soma de todas as atividades, internas e externas, que possuem como
objetivo garantir a preservação do interesse público e assegurar que as
funções administrativas estão sendo desempenhadas de acordo com a
lei.

Temos controle quando houver o desempenho de qualquer


atividade, por parte dos três poderes ou da população, que tenha o
objetivo de proteger o patrimônio público e o bem estar coletivo ante a
atuação da administração pública.

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FICA A DICA

O controle da administração pública não pode ser confundido


com o controle administrativo.

(ILUSTRAÇÃO: ENTENDEUDIREITO.COM.BR)

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CONCEITO DE CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
EXTRAÍDO DA OBRA DE JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO
FILHO:

Os mecanismos de controle da Administração Pública podem ser


entendidos como ações que têm como objetivos fundamentais garantir
o respeito aos direitos subjetivos dos usuários e assegurar a observância
das diretrizes constitucionais da Administração.

CONTROLE PRÉVIO

Quando exercido antes do início da prática ou antes da conclusão


do ato administrativo, constituindo-se em requisito para a validade ou
para a produção de efeitos do ato controlado.

Exemplos:

mandado de segurança preventivo que impeça a prática ou a


conclusão de um ato administrativo que o administrado entenda
ameaçar direito líquido e certo seu;
A autorização do Senado Federal é necessária para que a União, os
estados, o Distrito Federal ou os municípios possam contrair
empréstimos externos;
A aprovação, pelo Senado Federal, da escolha de ministros dos
tribunais superiores, do Procurador-Geral da República, do
presidente do Banco Central etc.

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CONTROLE CONCOMITANTE
Como o nome indica, é exercido durante a realização do ato e
permite a verificação da regularidade de sua formação.

Exemplos:

a fiscalização da execução de um contrato administrativo,


a realização de uma auditoria durante a execução do orçamento,
o acompanhamento de um concurso pela corregedoria competente
etc.

CONTROLE SUBSEQUENTE/POSTERIOR

A mais comum das modalidades, é exercida após a conclusão do


ato. Mediante o controle subsequente é possível a correção de defeitos
do ato, a declaração de sua nulidade, a sua revogação, a sua cassação,
ou mesmo conferir eficácia ao ato.

Exemplos

a homologação de um procedimento licitatório,


a homologação de um concurso público,
a sustação, pelo Congresso Nacional, de atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentar etc.

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CONTROLE DE LEGALIDADE OU
LEGITIMIDADE

Verifica-se se o ato foi praticado em conformidade com o


ordenamento jurídico. Faz-se o confronto entre uma conduta
administrativa e uma norma jurídica, que pode estar na Constituição, na
lei ou em outro ato normativo primário, ou mesmo em ato
administrativo (infralegal) de conteúdo impositivo para a própria
administração. É corolário imediato do princípio da legalidade.

O controle de legalidade ou legitimidade pode ser exercido pela


própria administração que praticou o ato, hipótese em que teremos
controle interno de legalidade, no exercício do poder de autotutela.

O CONTROLE DE MÉRITO
Visa verificar a oportunidade e a conveniência administrativas do
ato controlado. Trata-se, portanto, de atuação discricionária, exercida,
igualmente, sobre atos discricionários. O controle de mérito
propriamente dito é um controle administrativo que, como regra,
compete exclusivamente ao próprio Poder que, atuando na função de
administração pública, editou o ato administrativo.

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Tradicionalmente afirma-se não caber ao Poder Judiciário exercer
controle de mérito sobre atos praticados pelo Poder Executivo
(tampouco pelo Legislativo, no exercício de função administrativa). Essa
afirmação está absolutamente correta, mas deve ser entendida em
seus precisos termos.

O controle exercido pelo Poder Judiciário sobre os atos do Executivo


(e sobre os atos administrativos praticados pelo Legislativo) é, sempre,
um controle de legalidade e legitimidade. Se o Judiciário entender que
o ato é ilegal ou ilegítimo, promoverá a sua anulação, nunca a sua
revogação, porque esta se refere a juízo de oportunidade e
conveniência administrativas, concernente a atos discricionários, e não
à apreciação da validade do ato.

O controle interno é aquele exercido dentro ele um mesmo Poder,


seja o exercido no âmbito hierárquico, seja o exercido por meio de
órgãos especializados, sem relação de hierarquia com o órgão
controlado, ou ainda 0 controle que a administração direta exerce sobre
a administração indireta de um mesmo Poder. Assim, o controle que as
chefias exercem sobre os atos de seus subordinados dentro de um
órgão público é classificado como controle interno.

Exemplo: o controle que o Ministério da Previdência e Assistência


Social exerce sobre determinados atos administrativos praticados
pela autarquia Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é forma de
controle interno.

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Tradicionalmente afirma-se não caber ao Poder Judiciário exercer
controle de mérito sobre atos praticados pelo Poder Executivo
(tampouco pelo Legislativo, no exercício de função administrativa). Essa
afirmação está absolutamente correta, mas deve ser entendida em
seus precisos termos.

O controle exercido pelo Poder Judiciário sobre os atos do Executivo


(e sobre os atos administrativos praticados pelo Legislativo) é, sempre,
um controle de legalidade e legitimidade. Se o Judiciário entender que
o ato é ilegal ou ilegítimo, promoverá a sua anulação, nunca a sua
revogação, porque esta se refere a juízo de oportunidade e
conveniência administrativas, concernente a atos discricionários, e não
à apreciação da validade do ato.

CONTROLE INTERNO

O controle interno é aquele exercido dentro ele um mesmo Poder,


seja o exercido no âmbito hierárquico, seja o exercido por meio de
órgãos especializados, sem relação de hierarquia com o órgão
controlado, ou ainda 0 controle que a administração direta exerce sobre
a administração indireta de um mesmo Poder. Assim, o controle que as
chefias exercem sobre os atos de seus subordinados dentro de um
órgão público é classificado como controle interno.

102
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Exemplo: o controle que o Ministério da Previdência e Assistência
Social exerce sobre determinados atos administrativos praticados pela
autarquia Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é forma de controle
interno.

O mesmo raciocínio vale para os demais Poderes. Sempre que um


agente ou órgão do Poder Legislativo possuir atribuição de fiscalizar a
prática de determinado ato administrativo praticado pelo mesmo Poder
Legislativo estaremos diante de hipótese de controle interno.

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão,


de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade
de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual,
a execução dos programas de governo e dos orçamentos da
União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à
eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal,
bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e
garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão
institucional.

103
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CONTROLE EXTERNO

É exercido por um Poder sobre os atos administrativos praticados


por outro Poder, ou seja, por quem não integra a estrutura do mesmo
poder, porque há limites para o mesmo poder. São exemplos de atos de
controle externo:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...)


V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
(...)
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da
República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos
de governo;

CONTROLE ADMINISTRATIVO

É o controle interno, fundado no poder de autotutela, exercido pelo


Poder Executivo e pelos órgãos administrativos dos Poderes Legislativo
e Judiciário sobre sua própria atuação administrativa, tendo em vista
aspectos de legalidade e de mérito administrativo (conveniência e
oportunidade administrativas).

Deriva do poder de autotutela que a administração pública tem


sobre seus próprios atos e agentes, cuja expressão está sintetizada na
Súmula 473 do STF, com esta redação:

104
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A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados
de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial.

O exercício do controle administrativo pode ocorrer de oficio, isto é,


por iniciativa da própria administração pública, ou ser deflagrado por
provocação dos administrados, mediante reclamações,
representações, impugnações, recursos e petições administrativas de
um modo geral, tenham ou não denominação específica.

O controle administrativo pode ser hierárquico ou não hierárquico.

O controle hierárquico entre os órgãos da administração direta que


sejam escalonados verticalmente, em cada Poder, e existe controle
hierárquico entre os órgãos de cada entidade da administração
indireta que sejam escalonados verticalmente, no âmbito interno da
própria entidade.

controle administrativo não hierárquico, também chamado de


controle finalístico, de supervisão ministerial, de tutela
administrativa, é o controle exercido pela administração direta aos
atos praticados pela administração indireta. É um controle interno
exercido sem que haja subordinação.

105
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O direito de petição, a doutrina em geral menciona diversos meios
ou instrumentos passíveis de ser utilizados pelo administrado para
provocar o controle administrativo, todos eles espécie do abrangente
direito fundamental previsto no art. 5.º, XXXIV, a, da Constituição
Federal, conhecido como "direito de petição".

As leis que tratam dessas modalidades de pleitos administrativos


são esparsas e assistemáticas, e a doutrina discrepa sobremaneira
acerca da definição de cada uma.

A representação, é uma espécie de recurso administrativo


deflagrador porque ele inaugura, instaura e abre um processo
administrativo, usado para situações em que o administrado, ou um
servidor público, de algum modo tem notícia de ilegalidade,
omissão, conflito entre decisões administrativas ou abuso de poder
e quer levar o fato ao conhecimento da própria administração
pública em que a situação ocorreu, ou a um órgão de controle,
inclusive ao Ministério Público (evidentemente, se a hipótese for de
ajuizamento pelo administrado de ação perante o Poder Judiciário,
teremos controle judicial, e não representação). Para os particulares,
a representação é um direito, ao passo que, para os servidores
públicos, ela é um dever.

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Recurso hierárquico próprio é aquele protocolizado perante a
autoridade que decidiu para que ela possa eventualmente
reconsiderar a sua decisão ou se for o caso encaminhá-lo à
autoridade superior a fim de que seja revisto o ato praticado pelo
subordinado.

O recurso hierárquico impróprio quem apreciá-lo é uma autoridade


que integra a estrutura de uma pessoa distinta daquela pessoa que
proferiu a decisão impugnada. É um recurso dirigido a um ministério,
por exemplo, contra decisão de uma autarquia.

As reclamações, são também uma espécie de recurso, que não


corresponde àquela reclamação prevista junto ao supremo para
assegurar a autoridade ou força vinculante de suas decisões. Tem
caráter genérico e designa a manifestação de inconformismo do
administrado em face de decisão administrativa que lhe afeta
direitos ou interesses.

A Lei 9.784/99 utiliza o vocábulo"reclamações"em acepção


genérica, a nosso ver, como sinônimo de petição, em seu art. 48,
cuja redação é:"A Administração tem o dever de explicitamente
emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações
ou reclamações, em matéria de sua competência".

O Código Tributário Nacional, em seu art. 151, III, emprega o


termo"reclamações"com o sentido de"impugnação
administrativa", meio de instauração dos denominados
processos administrativos fiscais ou tributários.

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Por fim, o art. 6.º do Decreto 20.910/32, ainda em vigor, com
status de lei ordinária, estabelece que"o direito a reclamação
administrativa, que não tiver prazo fixado em disposição de lei
para ser formulada, prescreve em um ano a contar da data do ato
ou fato do qual a mesma se originar". É relevante ressaltar que
essa disposição somente se aplica quando não exista lei
específica que preveja prazo diferente.

O pedido de reconsideração, refere-se à solicitação feita à própria


autoridade que emitiu o ato, ou proferiu a decisão, para que ela o
aprecie novamente. Também com significado razoavelmente bem
definido, as leis e a doutrina utilizam o vocábulo"revisão"para aludir a
petição apresentada em face de uma decisão administrativa que
tenha resultado na aplicação de sanção, visando a desfazê-la ou
abrandá-la, desde que se apresentem fatos novos que demonstrem
a inadequação da penalidade aplicada.

No caso específico do processo administrativo disciplinar federal,


a revisão está prevista nos arts. 174 a 182 da Lei 8112/90,
estabelece que"o processo disciplinar poderá ser revisto, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzir fatos
novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do
punido ou a inadequação da penalidade aplicada".

De modo mais amplo, a Lei 9.784/99 dispõe, em seu art. 65, que"os
processos administrativos de que resultem sanções poderão ser
revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando
surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de
justificar a inadequação da sanção aplicada".

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CONTROLE JUDICIAL

Normalmente exercido em caráter repressivo, ou seja, após a


administração já ter praticado o ato. A doutrina entende que a atuação
do judiciário deve se restringir ao controle de legalidade do ato, não
sendo possível o controle do mérito administrativo.

Mediante o exercício do controle judicial dos atos administrativos


pode ser decretada a sua anulação (nunca a revogação, pois esta
decorreria de controle de mérito).

Não se deve, entretanto, confundir a vedação de que o Judiciário


aprecie o mérito administrativo com a possibilidade de aferição pelo
Poder Judiciário da legalidade dos atos discricionários.

Ainda, os controles de razoabilidade e proporcionalidade


possibilitam anulação, pelo Poder Judiciário, de atos discricionários que
tenham sido praticados fora da esfera de mérito administrativo
estabelecida pela lei.

Exemplos de instrumentos de controle judicial das atividades


administrativas: o mandado de segurança, a ação popular e a ação
civil pública.

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FICA A DICA

O Poder Judiciário pode, sempre, desde que provocado, anular atos


administrativos, vinculados ou discricionários, que apresentem vícios de
ilegalidade ou ilegitimidade. O que não se admite é que o Poder
Judiciário revogue um ato editado pelo Poder Executivo ou pelo Poder
Legislativo.

A revogação, que traduz exercício do controle de mérito


administrativo, retira do mundo jurídico um ato discricionário válido que
se tornou inoportuno ou inconveniente ao interesse público, segundo
juízo exclusivo da administração pública que o praticou.

Em qualquer hipótese, deve-se ter em mente a regra básica do


nosso ordenamento jurídico, constante do art. 5.º, XXXV, da
Constituição, segundo a qual "a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito" (princípio da inafastabilidade de
jurisdição).

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CONTROLE LEGISLATIVO

A fiscalização da administração pública exercida pelo Poder


Legislativo é usualmente denominada controle legislativo. Como existe
administração pública em todos os Poderes da República, é evidente
que as prerrogativas do Poder Legislativo incluem a fiscalização da
atuação administrativa em todos eles.

O controle legislativo possui marcada índole política, razão pela qual


ele não se limita ao estrito controle de legalidade formal, abrangendo
outros aspectos, como a eficiência e, para alguns autores, até mesmo a
conveniência pública de determinadas atuações do Poder Executivo.

Controles exercidos pelo Congresso Nacional, previstos na CRF 88:

É competência exclusiva do Congresso Nacional fiscalizar e


controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do
Poder Executivo, incluídos os da administração indireta (art. 49,
X);
É competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos
normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (art. 49, V);
É competência do Congresso Nacional sustar contratos que
apresentem ilegalidade, mediante solicitação do Tribunal de
Contas da União (art. 71, § l.º).

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O Tribunal de Contas da União tem competência para sustar a
execução de atos administrativos, diretamente, dando apenas ciência
dessa providência à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal (CF,
art. 71, X). No caso de contratos administrativos, diferentemente, o ato
de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. Apenas
se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de 90 dias, não
efetivar as medidas cabíveis para a sustação do contrato é que o
Tribunal de Contas da União adquirirá competência para decidir a
respeito.

É competência exclusiva do Congresso Nacional fiscalizar e


controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do
Poder Executivo, incluídos os da administração indireta (art. 49,
X);
É competência exclusiva do Congresso Nacional sustar os atos
normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (art. 49, V);
É competência do Congresso Nacional sustar contratos que
apresentem ilegalidade, mediante solicitação do Tribunal de
Contas da União (art. 71, § l.º).

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CONTROLES ESPECÍFICOS EXERCIDOS
PELO SENADO FEDERAL, PREVISTOS NA
CRF 88

Processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos


crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da
mesma natureza conexos com aqueles (art. 52, I);

Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha


de determinados magistrados e ministros do TCU, de governador de
Território, do presidente e diretores do Banco Central, do Procurador-
Geral da República e de outras autoridades que a lei estabeleça (art. 52,
III);

Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão


secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter
permanente (art. 52, IV);

Autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da


União, dos estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos municípios
(art. 52, V);

Aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de


ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu
mandato (art. 52, Xl).

113
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RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

(TODO CRÉDITO À WWW.ENTENDEUDIREITO.COM.BR)

114
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A regra da responsabilidade civil do Estado está no § 6º do artigo 37
da Constituição Federal, em que determina que as pessoas jurídicas de
direito público respondem objetivamente pelos danos que os seus
agentes causarem a terceiros.

É necessário que se demonstre o nexo de causalidade entre os


danos causados e a conduta tanto das pessoas jurídicas de direito
público quanto das de direito privado prestadoras de serviço público,
sendo desnecessária a prova de culpa - ou seja, o ato não precisa ser
ilícito, basta a comprovação do dano e o motivo entre a atividade estatal
e o resultado danoso.

Há tempos, quando o dano foi possível em decorrência de uma


omissão do Estado, a responsabilização civil do ente público deveria ser
analisada subjetivamente, com base nas normas infraconstitucionais
que regulam esse tema, sendo necessária, nessa hipótese, a
comprovação inequívoca de ato ilícito praticado de forma ativa ou
passiva, além da efetividade do dano e o motivo deste em relação a
determinada conduta, também a ocorrência de culpa lato sensu. Assim,
na responsabilidade civil subjetiva o debate principal se dá em relação à
culpa.

Exemplo: policiais civis em perseguição a um bandido, bateram na


traseira de um veículo que estava no meio do caminho. A
perseguição policial consiste em uma atuação lícita, mas gerou
prejuízos e o estado deverá indenizar os danos causados.

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Teoria do Risco Integral: não admite causas excludentes de
responsabilidade, logo o Estado deveria responder por qualquer
dano, ainda que não tenha dado causa;

Teoria do Risco Administrativo: admite causas excludentes de


responsabilidade como caso fortuito, força maior e culpa exclusiva
da vítima (essas causas serão estudadas logo mais). Trata-se da
teoria adotada em nosso Direito, devendo o Estado responder pelos
prejuízos causados aos administrados, salvo quando presente
alguma das causas acima mencionadas.

RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SUBJETIVA DO ESTADO

Art. 37, § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de


direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.

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A responsabilidade objetiva é uma técnica de socialização de
danos (solidariedade social). Trata-se da ideia de repartição dos riscos.
Decorre da isonomia, pois, se a sociedade se beneficiou de uma
conduta estatal, não seria adequado um particular suportar, sozinho,
um dano decorrente dessa mesma conduta. Assim, o Estado
responderá independentemente de dolo ou de culpa quando, na
prestação de uma atividade, vier a causar dano aos particulares. Basta a
vítima demonstrar: conduta, dano e nexo causal.

A diferença é que na responsabilidade civil subjetiva a vítima


precisa provar a culpa do agente, enquanto que na responsabilidade
civil objetiva não há necessidade comprobatória de culpa.

Em um primeiro momento, na sociedade, surgiu a responsabilidade


civil subjetiva, conceito clássico, no qual a vítima só poderia obter
indenização se provasse a culpa do agente.

E até certo ponto da história, a responsabilidade civil subjetiva era


suficiente para dirimir os conflitos da sociedade.

Entretanto, o surgimento das máquinas e de outras invenções


tecnológicas promoveu o desenvolvimento da indústria e o crescimento
populacional. O impacto disso foi a criação de uma nova situação que
não pôde mais ser sustentada pela culpa puramente tradicional,
clássica.

117
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Segundo Rui Stoco afirma:

“A necessidade de maior proteção à vítima fez nascer a culpa


presumida, de sorte a inverter o ônus da prova e solucionar a grande
dificuldade daquele que sofreu um dano demonstrar a culpa do
responsável pela ação ou omissão.
O próximo passo foi desconsiderar a culpa como elemento
indispensável, nos casos expressos em lei, surgindo a responsabilidade
objetiva, quando então não se indaga se o ato é culpável”.

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RESPONSABILIDADE DO ESTADO NO CASO DE DANOS
CAUSADOS POR PRESO FORAGIDO

EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE

Existem algumas causas que, uma vez comprovadas, excluem a


responsabilidade da Administração Pública.

Caso Fortuito e Força Maior: existem autores que defendem que a


força maior decorre de fenômenos da natureza, enquanto o caso
fortuito seria decorrente da atuação humana. Por outro lado, há
quem defenda justamente o contrário. Logo, diante de uma
divergência doutrinária, é importante buscarmos o posicionamento
da jurisprudência, ou seja, o entendimento dos nossos juízes e
tribunais.

A esse respeito, o Supremo Tribunal Federal não faz distinção entre


caso fortuito e força maior, considerando ambas as causas como
excludentes de responsabilidade do Estado.

Ex.: um terremoto que destrói casas. O Estado não poderá ser


responsabilizado, pois o fato não ocorreu em razão de uma conduta
da Administração, mas sim de um fato alheio e imprevisível.

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Culpa Exclusiva da Vítima ou de Terceiro: quando a vítima do
evento danoso for a única responsável pela sua causa, o Estado não
poderá ser responsabilizado.

Ex: uma pessoa querendo suicidar-se, se atira na linha do trem.


Nesse caso, a família da vítima não poderá responsabilizar o Estado,
uma vez que a morte só ocorreu por culpa exclusiva da pessoa que
se suicidou.

Por outro lado, quando a culpa for concorrente (e não exclusiva) da


vítima, não haverá exclusão da responsabilidade do Estado, mas
atenuação.

Ex: O passageiro que viajava pendurado pelo lado de fora do trem


(pingente) caiu e sofreu danos.

Nesse caso, o Superior Tribunal de Justiça reduziu pela metade o


pagamento de indenização, pois concluiu pela culpa concorrente da
vítima, isto é, tanto a vítima quanto a empresa estatal de transporte
ferroviário foram considerados responsáveis pela causa do acidente. O
passageiro não deveria andar pendurado no trem e a empresa estatal
deveria proibir essa conduta.

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O Estado poderá ser responsabilizado pelos prejuízos causados a
terceiros pelas concessionárias e permissionárias de serviço público?
Em princípio, a resposta é negativa, não respondendo o Estado por
danos causados por suas concessionárias ou permissionárias. Isto
porque estas pessoas jurídicas prestam o serviço público em seu nome,
por sua conta e risco.

Entretanto, a responsabilidade do Estado será subsidiária, ou seja,


este responderá pelos prejuízos após o exaurimento do patrimônio das
empresas concessionárias e permissionárias do serviço público.
Portanto, se uma dessas empresas, por exemplo, falir e não possuir
condições de arcar com a indenização devida, o Estado deverá pagá-la,
não podendo o administrado prejudicado ficar sem o ressarcimento
devido.

ELEMENTOS PARA SER CONFIGURADA A RESPONSABILIDADE


CIVIL DO ESTADO

JURISPRUDÊNCIA, SEGUNDO O STF:

Os elementos que compõem a estrutura e delineiam o perfil da


responsabilidade civil objetiva do Poder Público compreendem (a) a
alteridade do dano; (b) a causalidade material entre o eventus damni e o
comportamento positivo (ação) ou negativo (omissão) do agente
público; (c) a oficialidade da atividade causal e lesiva, imputável a

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agente do Poder Público que tenha, nessa condição funcional, incidido
em conduta comissiva ou omissiva, independentemente da licitude, ou
não, do comportamento funcional (RTJ 140/636) e (d) a ausência de
causa excludente da responsabilidade estatal.

RESPONSABILIDADE NOS CASOS DE OMISSÃO

É a ideia de que a responsabilidade subjetiva do Estado nesses


casos depende da demonstração que o serviço foi mal prestado, então
a culpa não é do agente, se chama de culpa anônima porque não
precisa dar nome ao culpado, culpado é o serviço como um todo,
porque para que haja responsabilidade do Estado basta demonstrar
que o dano ocorreu da má prestação, da prestação ineficiente do
serviço.

Então, toda vez que se fala de responsabilidade por ato omissivo do


Estado, estamos falando de atividade decorrente da não prestação do
serviço, é má prestação, é a prestação ineficiente do serviço no caso
concreto.

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Grande parte da doutrina administrativista, capitaneada por Celso
Antônio Bandeira de Mello, sustenta ser restrita a aplicação do art. 37,
§6º, CF à responsabilidade por ação do Poder Público, sendo subjetiva a
responsabilidade da Administração sempre que o dano decorrer de
uma omissão do Estado. De acordo com o referido autor, nos casos de
omissão, o Estado não agiu, razão pela qual não é o causador do dano,
não restando obrigado a indenizar os prejuízos, podendo responder,
contudo, subjetivamente, com base na culpa anônima ou falta do
serviço.

EXEMPLO DE UM CASO POR OMISSÃO DO ESTADO COM


JURISPRUDÊNCIA DO STF:

JURISPRUDÊNCIA TEMA:

“Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção


previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal, o Estado é
responsável pela morte de detento”. RE 841526 Repercussão Geral –
Tema 362: “Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se
caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado por danos
decorrentes de cri-me praticado por pessoa foragida do sistema
prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o
momento da fuga e a conduta praticada”. “Diante de tal indefinição, a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal vem se orientando no
sentido de que a responsabilidade civil do Estado por omissão também
está fundamentada no artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, ou seja,
configurado o nexo de causalidade entre o dano sofrido pelo particular

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e a omissão do Poder Público em impedir a sua ocorrência – quando
tinha a obrigação legal específica de fazê-lo – surge a obrigação de
indenizar, independentemente de prova da culpa na conduta
administrativa, consoante os seguintes precedentes: […] Deveras, é
fundamental ressaltar que, não obstante o Estado responda de forma
objetiva também pelas suas omissões, o nexo de causalidade entre
essas omissões e os danos sofridos pelos particulares só restará
caracterizado quando o Poder Público ostentar o dever legal específico
de agir para impedir o evento danoso, não se desincumbindo dessa
obrigação legal. Entendimento em sentido contrário significaria a
adoção da teoria do risco integral, repudiada pela Constituição Federal,
como já mencionado acima.” (g.n.) (RE 841526, Relator(a): Min. LUIZ FUX,
Tribunal Pleno, j. 30/03/2016, Repercussão geral) “Para que fique
caracterizada a responsabilidade civil do Estado por danos decorrentes
do comércio de fogos de artifício, é necessário que exista violação de
um dever jurídico específico de agir, que ocorrerá quando for
concedida a licença para funcionamento sem as cautelas legais, ou
quando for de conhecimento do Poder Público eventuais
irregularidades praticadas pelo particular”.

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RESPONSABILIDADE POR ATOS DO LEGISLATIVO E DO JUDICIÁRIO

Responsabilidade objetiva do Estado: independe da comprovação


de dolo ou culpa, bastando demonstrar que os danos foram
causados (nexo de causalidade) por uma conduta da Administração
Pública.

Teoria do Risco:

Teoria do Risco Integral: não admite causas excludentes de


responsabilidade;
Teoria do Risco Administrativo: admite causas excludentes de
responsabilidade, como caso fortuito, força maior e culpa exclusiva
da vítima - teoria adotada em nosso Direito.

Previsão constitucional – Artigo 37, § 6º: “As pessoas jurídicas de


direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurando o direito de regresso
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

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Responsabilidade Subjetiva do Estado: diante de uma omissão do
Estado a responsabilidade deixa de ser objetiva e passa a ser
subjetiva, i. E., o particular lesado deverá demonstrar o dolo ou a
culpa da Administração, em qualquer de suas modalidades:
negligência, imprudência e imperícia.

Prazo prescricional da ação de indenização: a ação de reparação de


danos para se obter indenização do Estado deverá ser proposta
dentro do prazo de 05 anos, contado a partir do fato danoso.

Responsabilidade Subsidiária do Estado: o Estado poderá ser


responsabilizado pelos prejuízos causados a terceiros pelas
concessionárias e permissionárias de serviço público de forma
subsidiária, ou seja, este responderá pelos prejuízos após o
exaurimento do patrimônio das empresas concessionárias e
permissionárias do serviço público.

DICA RESUMIDA

Os danos morais decorrentes da responsabilidade civil do Estado


somente podem ser revistos em sede de recurso especial quando o
valor arbitrado é exorbitante ou irrisório, afrontando os princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade.

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O termo inicial da prescrição para o ajuizamento de ações de
responsabilidade civil em face do Estado por ilícitos praticados por seus
agentes é a data do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória.

As ações indenizatórias decorrentes de violação a direitos


fundamentais ocorridas durante o regime militar são imprescritíveis,
não se aplicando o prazo quinquenal previsto no art. 1º do Decreto n.
20.910/1932.

O prazo prescricional das ações indenizatórias ajuizadas contra a


Fazenda Pública é quinquenal (Decreto n. 20.910/1932), tendo como
termo a quo a data do ato ou fato do qual originou a lesão ao patrimônio
material ou imaterial. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 -
Tema 553)

A responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é


subjetiva, devendo ser comprovados a negligência na atuação estatal, o
dano e o nexo de causalidade.

Há responsabilidade civil do Estado nas hipóteses em que a omissão


de seu dever de fiscalizar for determinante para a concretização ou o
agravamento de danos ambientais.

A Administração Pública pode responder civilmente pelos danos


causados por seus agentes, ainda que estes estejam amparados por
causa excludente de ilicitude penal.

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É objetiva a responsabilidade civil do Estado pelas lesões sofridas
por vítima baleada em razão de tiroteio ocorrido entre policiais e
assaltantes

O Estado possui responsabilidade objetiva nos casos de morte de


custodiado em unidade prisional.

O Estado responde objetivamente pelo suicídio de preso ocorrido


no interior de estabelecimento prisional

O Estado não responde civilmente por atos ilícitos praticados por


foragidos do sistema penitenciário, salvo quando os danos decorrem
direta ou imediatamente do ato de fuga.

A despeito de situações fáticas variadas no tocante ao


descumprimento do dever de segurança e vigilância contínua das vias
férreas, a responsabilização da concessionária é uma constante,
passível de ser elidida tão somente quando cabalmente comprovada a
culpa exclusiva da vítima. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do
CPC/73 - Tema 517)

No caso de atropelamento de pedestre em via férrea, configura-se


a concorrência de causas, impondo a redução da indenização por dano
moral pela metade, quando: (i) a concessionária do transporte
ferroviário descumpre o dever de cercar e fiscalizar os limites da linha
férrea, mormente em locais urbanos e populosos, adotando conduta

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negligente no tocante às necessárias práticas de cuidado e vigilância
tendentes a evitar a ocorrência de sinistros; e (ii) a vítima adota conduta
imprudente, atravessando a via férrea em local inapropriado. (Tese
julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 518)

Não há nexo de causalidade entre o prejuízo sofrido por


investidores em decorrência de quebra de instituição financeira e a
suposta ausência ou falha na fiscalização realizada pelo Banco Central
no mercado de capitais.

A existência de lei específica que rege a atividade militar (Lei n.


6.880/1980) não isenta a responsabilidade do Estado pelos danos
morais causados em decorrência de acidente sofrido durante as
atividades militares

Em se tratando de responsabilidade civil do Estado por rompimento


de barragem, é possível a comprovação de prejuízos de ordem material
por prova exclusivamente testemunhal, diante da impossibilidade de
produção ou utilização de outro meio probatório.

É possível a cumulação de benefício previdenciário com


indenização decorrente de responsabilização civil do Estado por danos
oriundos do mesmo ato ilícito.

Nas ações de responsabilidade civil do Estado, é desnecessária a


denunciação da lide ao suposto agente público causador do ato lesivo.

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DECRETO Nº 1.171/ 1994

A ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

A Ética caracteriza-se por ser um conjunto de princípios que norteia


as ações humanas na sociedade. Ser ético é ser solidário, honesto e
justo. É respeitar seus semelhantes, o patrimônio público e o bem estar
da sociedade. Agir de acordo com a ética pública compreende prestar
bem seus deveres como servidor público, ser imparcial, agir dentro da
legalidade, ser assíduo e frequente ao serviço, prestar suas funções
com zelo e eficiência e economicidade. Além disso, é dever de todo
servidor público tratar bem os usuários dos serviços públicos.

O DEVER DOS SEGUIDORES PÚBLICOS

O Decreto nº 1.171 de 22 de junho de 1994, em seu Inciso II


estabelece: “O servidor público não poderá jamais desprezar o
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente
entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o
inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o
honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e
§ 4°, da Constituição Federal.” Condutas desonestas, injustas e
inoportunas que visem a atender interesses próprios e não o bem estar
da sociedade, que causem lesão ao erário, qualquer ação ou omissão,
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidade
pode ser considerado formas de improbidade administrativa.

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VEJA ALGUNS EXEMPLOS DE ATOS IMPROBOS:

Um exemplo de ato de improbidade é a fraude do controle de


ponto, ainda que não seja realizado por meio de controle eletrônico. A
legislação vigente determina que fraudar o ponto é ato passível de
sindicância e abertura de processo administrativo disciplinar (PAD) que
pode acarretar na demissão do servidor público a bem da
Administração por improbidade administrativa. Isso também não afasta
o servidor de responder nas esferas civil e penal. Podem caracterizar o
descumprimento do dever de observar as normas legais e
regulamentares (art. 116, III, da Lei nº 8.112/1990) ou, até mesmo, em
casos mais graves, ato de improbidade administrativa (art. 132, IV, da Lei
nº 8.112/1990).

O servidor tem uma jornada a cumprir e que deve registrar


corretamente os seus ingressos e saídas da repartição. Muitas vezes
essas regras são negligenciadas. Condutas vedadas: servidor que
registra o seu ingresso no órgão e se ausenta do ambiente de trabalho
sem justificativa plausível; servidor que pede a um colega para registrar
o ponto eletrônico ou assinar a folha de ponto por ele; servidor que
utiliza intervalo de almoço diferente daquele informado na folha de
ponto / registro no sistema.

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FICA A DICA

Não é legal, nem ético registrar no sistema de ponto entradas e/ou


saídas diferentes das que ocorreram de fato.

ÉTICA É DEVER

A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção


entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é
sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na
conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do
ato administrativo.

O servidor que trabalha em harmonia, respeitando seus colegas e


cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois
sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o
engrandecimento da Nação.

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TERMOS TÉCNICOS

Decreto Nº 1.171, de 22 de junho de 1994


Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o


art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da
Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de
dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de
1992,

DECRETA: Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor


Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa.
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e
indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias
à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a constituição
da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou
empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada
à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com
a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da República.

ITAMAR FRANCO
Romildo Canhim

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Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal

CAPÍTULO I
Seção I
Das Regras Deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios


morais são primados maiores que devem nortear o servidor público,
seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o
exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos,
comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da
honra e da tradição dos serviços públicos.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de
sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal,
o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o
inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto,
consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição
Federal. III - A moralidade da Administração Pública não se limita à
distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o
fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a
finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a
moralidade do ato administrativo.
IV - A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos
direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se
exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre
no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua
finalidade, erigindo-se, como conseqüência em fator de legalidade.

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V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade
deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que,
como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser
considerado como seu maior patrimônio.
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e,
portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim,
os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.
VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou
interesse superior do Estado e da Administração Pública, a serem
preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos
da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito
de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento
ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou
falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa
interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer
ou estabilizar-se sobre o poder corretivo do hábito do erro, da opressão,
ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana
quanto mais a de uma Nação.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço
público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa
que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe
dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem
pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má
vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às
instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que
dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus
esforços para construí-los.

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X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que
compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação
de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do
serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de
desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos
serviços públicos.
XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus
superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim,
evitando a conduta negligente Os repetidos erros, o descaso e o
acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e
caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função
pública.
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é
fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre
conduz à desordem nas relações humanas.
XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura
organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e
de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a
grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da
Nação.

Seção II
Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

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a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego
público de que seja titular;
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo
fim ou procurando prioritariamente resolver situações
procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça
suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu
caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a
melhor e a mais vantajosa para o bem comum;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da
gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o
processo de comunicação e contato com o público;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que
se materializam na adequada prestação dos serviços públicos;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a
capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço
público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça,
sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social,
abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar
contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se
funda o Poder Estatal;

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i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de
contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores,
benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações morais,
ilegais ou aéticas e denunciá-las;
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da
defesa da vida e da segurança coletiva;
l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência
provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em
todo o sistema;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou
fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os
métodos mais adequados à sua organização e distribuição;
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a
melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização
do bem comum;
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício
da função;
q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a
legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções
superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível,
com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa
ordem.
s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;
t) exercer, com estrita moderação, as prerrogativas funcionais que lhe
sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos
interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados
administrativos;

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v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a
existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral
cumprimento.

Seção III
Das Vedações ao Servidor Público
XV - E vedado ao servidor público;

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e


influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de
cidadãos que deles dependam;
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro
ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua
profissão;
d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de
direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;
e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou
do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões
ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o público, com
os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente
superiores ou inferiores;
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda
financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de
qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o
cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o
mesmo fim;

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h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para
providências;
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento
em serviços públicos; j) desviar servidor público para atendimento a
interesse particular;
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado,
qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de
seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de
terceiros;
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral,
a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;
p) exercer atividade profissional ética ou ligar o seu nome a
empreendimentos de cunho duvidoso.

CAPÍTULO II
Das Comissões de Ética

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal


direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou
entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá
ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e
aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as
pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer
concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de
censura.

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XVII - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007).
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos
encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os
registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e
fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos
próprios da carreira do servidor público.
XIX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007).
XX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007).
XXI - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007).
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de
censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer,
assinado por todos os seus integrantes, com ciência do faltoso.
XXIII - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007).
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se
por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de
qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente,
temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde
que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal,
como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais,
as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em
qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.
XXV – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)·.

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DECRETO Nº 6.029, DE 1º DE FEVEREIRO DE 2007
Vide Resolução nº 10, de 29 de setembro de 2008

Institui Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo Federal, e dá


outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art.


84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1o Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo


Federal com a finalidade de promover atividades que dispõem sobre a
conduta ética no âmbito do Executivo Federal, competindo-lhe:
I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas com a ética
pública;
II - contribuir para a implementação de políticas públicas tendo a
transparência e o acesso à informação como instrumentos
fundamentais para o exercício de gestão da ética pública;
III - promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a
compatibilização e interação de normas, procedimentos técnicos e de
gestão relativos à ética pública;
IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar procedimentos
de incentivo e incremento ao desempenho institucional na gestão da
ética pública do Estado brasileiro.

Art. 2o Integram o Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo


Federal:

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I - a Comissão de Ética Pública - CEP, instituída pelo Decreto de 26 de
maio de 1999;
II - as Comissões de Ética de que trata o Decreto no 1.171, de 22 de junho
de 1994; e
III - as demais Comissões de Ética e equivalentes nas entidades e órgãos
do Poder Executivo Federal.

Art. 3º A CEP será integrada por sete brasileiros que preencham os


requisitos de idoneidade moral, reputação ilibada e notória experiência
em administração pública, designados pelo Presidente da República,
para mandatos de três anos, não coincidentes, permitida uma única
recondução.
§ 1o A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer remuneração para
seus membros e os trabalhos nela desenvolvidos são considerados
prestação de relevante serviço público.
§ 2o O Presidente terá o voto de qualidade nas deliberações da
Comissão.
§ 3o Os mandatos dos primeiros membros serão de um, dois e três anos,
estabelecidos no decreto de designação.

Art. 4o À CEP compete:

I - atuar como instância consultiva do Presidente da República e


Ministros de Estado em matéria de ética pública;
II - administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração
Federal, devendo:

143
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a) submeter ao Presidente da República medidas para seu
aprimoramento;
b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas normas,
deliberando sobre casos omissos;
c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas em desacordo
com as normas nele previstas, quando praticadas pelas autoridades a
ele submetidas;

III - dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas do Código de Ética


Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal de que
trata o Decreto no 1.171, de 1994; IV - coordenar, avaliar e supervisionar o
Sistema de Gestão da Ética Pública do Poder Executivo Federal;
V - aprovar o seu regimento interno; e
VI - escolher o seu Presidente. Parágrafo único. A CEP contará com uma
Secretaria-Executiva, vinculada à Casa Civil da Presidência da
República, à qual competirá prestar o apoio técnico e administrativo aos
trabalhos da Comissão.

Art. 5o Cada Comissão de Ética de que trata o Decreto no 1171, de 1994,


será integrada por três membros titulares e três suplentes, escolhidos
entre servidores e empregados do seu quadro permanente, e
designados pelo dirigente máximo da respectiva entidade ou órgão,
para mandatos não coincidentes de três anos.

Art. 6o É dever do titular de entidade ou órgão da Administração Pública


Federal, direta e indireta:
I - assegurar as condições de trabalho para que as Comissões de Ética
cumpram suas funções, inclusive para que do exercício das atribuições
de seus integrantes não lhes resulte qualquer prejuízo ou dano;

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II - conduzir em seu âmbito a avaliação da gestão da ética conforme
processo coordenado pela Comissão de Ética Pública.

Art. 7o Compete às Comissões de Ética de que tratam os incisos II e III do


art. 2o:
I - atuar como instância consultiva de dirigentes e servidores no âmbito
de seu respectivo órgão ou entidade;
II - aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto 1.171, de 1994, devendo:
a) submeter à Comissão de Ética Pública propostas para seu
aperfeiçoamento;
b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas normas e
deliberar sobre casos omissos;
c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desacordo com
as normas éticas pertinentes; e
d) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do órgão ou entidade
a que estiver vinculada, o desenvolvimento de ações objetivando a
disseminação, capacitação e treinamento sobre as normas de ética e
disciplina;

III - representar a respectiva entidade ou órgão na Rede de Ética do


Poder Executivo Federal a que se refere o art. 9o; e
IV - supervisionar a observância do Código de Conduta da Alta
Administração Federal e comunicar à CEP situações que possam
configurar descumprimento de suas normas.

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§ 1o Cada Comissão de Ética contará com uma Secretaria-Executiva,
vinculada administrativamente à instância máxima da entidade ou
órgão, para cumprir plano de trabalho por ela aprovado e prover o apoio
técnico e material necessário ao cumprimento das suas atribuições.
§ 2o As Secretarias-Executivas das Comissões de Ética serão chefiadas
por servidor ou empregado do quadro permanente da entidade ou
órgão, ocupante de cargo de direção compatível com sua estrutura,
alocado sem aumento de despesas.

Art. 8o Compete às instâncias superiores dos órgãos e entidades do


Poder Executivo Federal, abrangendo a administração direta e indireta:
I - observar e fazer observar as normas de ética e disciplina;
II - constituir Comissão de Ética;
III - garantir os recursos humanos, materiais e financeiros para que a
Comissão cumpra com suas atribuições; e
IV - atender com prioridade às solicitações da CEP.

Art. 9o Fica constituída a Rede de Ética do Poder Executivo Federal,


integrada pelos representantes das Comissões de Ética de que tratam
os incisos I, II e III do art. 2o, com o objetivo de promover a cooperação
técnica e a avaliação em gestão da ética.

Parágrafo único. Os integrantes da Rede de Ética se reunirão sob a


coordenação da Comissão de Ética Pública, pelo menos uma vez por
ano, em fórum específico, para avaliar o programa e as ações para a
promoção da ética na administração pública.

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Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comissões de Ética devem ser
desenvolvidos com celeridade e observância dos seguintes princípios:

I - proteção à honra e à imagem da pessoa investigada;


II - proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob
reserva, se este assim o desejar; e
III - independência e imparcialidade dos seus membros na apuração dos
fatos, com as garantias asseguradas neste Decreto.

Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito


privado, associação ou entidade de classe poderá provocar a atuação
da CEP ou de Comissão de Ética, visando à apuração de infração ética
imputada a agente público, órgão ou setor específico de ente estatal.

Parágrafo único. Entende-se por agente público, para os fins deste


Decreto, todo aquele que, por força de lei, contrato ou qualquer ato
jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária,
excepcional ou eventual, ainda que sem retribuição financeira, a órgão
ou entidade da administração pública federal, direta e indireta.

Art. 12. O processo de apuração de prática de ato em desrespeito ao


preceituado no Código de Conduta da Alta Administração Federal e no
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal será instaurado, de ofício ou em razão de denúncia
fundamentada, respeitando-se, sempre, as garantias do contraditório e
da ampla defesa, pela Comissão de Ética Pública ou Comissões de Ética
de que tratam o incisos II e III do art. 2º, conforme o caso, que notificará
o investigado para manifestar se, por escrito, no prazo de dez dias.

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§ 1o O investigado poderá produzir prova documental necessária à sua
defesa.

§ 2o As Comissões de Ética poderão requisitar os documentos que


entenderem necessários à instrução probatória e, também, promover
diligências e solicitar parecer de especialista.

§ 3o Na hipótese de serem juntados aos autos da investigação, após a


manifestação referida no caput deste artigo, novos elementos de prova,
o investigado será notificado para nova manifestação, no prazo de dez
dias.

§ 4o Concluída a instrução processual, as Comissões de Ética proferirão


decisão conclusiva e fundamentada.

§ 5o Se a conclusão for pela existência de falta ética, além das


providências previstas no Código de Conduta da Alta Administração
Federal e no Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
Poder Executivo Federal, as Comissões de Ética tomarão as seguintes
providências, no que couber:
I - encaminhamento de sugestão de exoneração de cargo ou função de
confiança à autoridade hierarquicamente superior ou devolução ao
órgão de origem, conforme o caso;

II -- encaminhamento, conforme o caso, para a Controladoria-Geral da


União ou unidade específica do Sistema de Correição do Poder
Executivo Federal de que trata o Decreto n o 5.480, de 30 de junho de
2005, para exame de eventuais transgressões disciplinares; e

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III - recomendação de abertura de procedimento administrativo, se a
gravidade da conduta assim o exigir.

Art. 13. Será mantido com a chancela de “reservado”, até que esteja
concluído, qualquer procedimento instaurado para apuração de prática
em desrespeito às normas éticas.

§ 1o Concluída a investigação e após a deliberação da CEP ou da


Comissão de Ética do órgão ou entidade, os autos do procedimento
deixarão de ser reservados.

§ 2o Na hipótese de os autos estarem instruídos com documento


acobertado por sigilo legal, o acesso a esse tipo de documento somente
será permitido a quem detiver igual direito perante o órgão ou entidade
originariamente encarregado da sua guarda.

§ 3o Para resguardar o sigilo de documentos que assim devam ser


mantidos, as Comissões de Ética, depois de concluído o processo de
investigação, providenciarão para que tais documentos sejam
desentranhados dos autos, lacrados e acautelados.

Art. 14. A qualquer pessoa que esteja sendo investigada é assegurado o


direito de saber o que lhe está sendo imputado, de conhecer o teor da
acusação e de ter vista dos autos, no recinto das Comissões de Ética,
mesmo que ainda não tenha sido notificada da existência do
procedimento investigatório.

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Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo inclui o de obter
cópia dos autos e de certidão do seu teor.
Art. 15. Todo ato de posse, investidura em função pública ou celebração
de contrato de trabalho, dos agentes públicos referidos no parágrafo
único do art. 11, deverá ser acompanhado da prestação de compromisso
solene de acatamento e observância das
regras estabelecidas pelo Código de Conduta da Alta Administração
Federal, pelo Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
Poder Executivo Federal e pelo Código de Ética do órgão ou entidade,
conforme o caso.

Parágrafo único . A posse em cargo ou função pública que submeta a


autoridade às normas do Código de Conduta da Alta Administração
Federal deve ser precedida de consulta da autoridade à Comissão de
Ética Pública, acerca de situação que possa suscitar conflito de
interesses.

Art. 16. As Comissões de Ética não poderão escusar-se de proferir


decisão sobre matéria de sua competência alegando omissão do
Código de Conduta da Alta Administração Federal, do Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal ou do
Código de Ética do órgão ou entidade, que, se existente, será suprida
pela analogia e invocação aos princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.

§ 1o Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comissão de Ética


competente deverá ouvir previamente a área jurídica do órgão ou
entidade.

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§ 2o Cumpre à CEP responder a consultas sobre aspectos éticos que lhe
forem dirigidas pelas demais Comissões de Ética e pelos órgãos e
entidades que integram o Executivo Federal, bem como pelos cidadãos
e servidores que venham a ser indicados para ocupar cargo ou função
abrangida pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal.

Art. 17. As Comissões de Ética, sempre que constatarem a possível


ocorrência de ilícitos penais, civis, de improbidade administrativa ou de
infração disciplinar, encaminharão cópia dos autos às autoridades
competentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo das medidas de
sua competência.

Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na análise de qualquer fato


ou ato submetido à sua apreciação ou por ela levantado, serão
resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos investigados,
divulgadas no sítio do próprio órgão, bem como remetidas à Comissão
de Ética Pública.

Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de Ética de que tratam os incisos II e


III do art. 2o são considerados relevantes e têm prioridade sobre as
atribuições próprias dos cargos dos seus membros, quando estes não
atuarem com exclusividade na Comissão.

Art. 20. Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal darão


tratamento prioritário às solicitações de documentos necessários à
instrução dos procedimentos de investigação instaurados pelas
Comissões de Ética .

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§ 1o Na hipótese de haver inobservância do dever funcional previsto no
caput, a Comissão de Ética adotará as providências previstas no inciso
III do § 5o do art. 12.
§ 2o As autoridades competentes não poderão alegar sigilo para deixar
de prestar informação solicitada pelas Comissões de Ética.

Art. 21. A infração de natureza ética cometida por membro de Comissão


de Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2o será apurada pela
Comissão de Ética Pública.

Art. 22. A Comissão de Ética Pública manterá banco de dados de


sanções aplicadas pelas Comissões de Ética de que tratam os incisos II e
III do art. 2o e de suas próprias sanções, para fins de consulta pelos
órgãos ou entidades da administração pública federal, em casos de
nomeação para cargo em comissão ou de alta relevância pública.

Parágrafo único. O banco de dados referido neste artigo engloba as


sanções aplicadas a qualquer dos agentes públicos mencionados no
parágrafo único do art. 11 deste Decreto.

Art. 23. Os representantes das Comissões de Ética de que tratam os


incisos II e III do art. 2o atuarão como elementos de ligação com a CEP,
que disporá em Resolução própria sobre as atividades que deverão
desenvolver para o cumprimento desse mister.

Art. 24. As normas do Código de Conduta da Alta Administração Federal,


do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal e do Código de Ética do órgão ou entidade aplicam-
se, no que couber, às autoridades e agentes públicos neles referidos,
mesmo quando em gozo de licença.

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Art. 25. Ficam revogados os incisos XVII, XIX, XX, XXI, XXIII e XXV do
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo
Federal, aprovado pelo Decreto no 1.171, de 22 de junho de 1994, os arts.
2o e 3o do Decreto de 26 de maio de 1999, que cria a Comissão de Ética
Pública, e os Decretos de 30 de agosto de 2000 e de 18 de maio de 2001,
que dispõem sobre a Comissão de Ética Pública.

Art. 26. Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 1º de fevereiro de 2007; 186o da Independência e 119o da


República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Dilma Rousseff

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RESOLUÇÕES 1 A 10 DA COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA DA
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.

A Comissão de Ética Pública, com fundamento no art. 2º, inciso V, do


Decreto de 26 de maio de 1999, e considerando que:

a) de acordo com o art. 9º do Código de Conduta da Alta Administração


Federal, é vedada a aceitação de presentes por autoridades públicas a
ele submetidas;
b) a aplicação da mencionada norma e de suas exceções requer
orientação de caráter prático às referidas autoridades,
Resolve adotar a presente Resolução de caráter interpretativo:
Presentes
1. A proibição de que trata o Código de Conduta se refere ao
recebimento de presentes de qualquer valor, em razão do cargo que
ocupa a autoridade, quando o ofertante for pessoa, empresa ou
entidade que:
I – esteja sujeita à jurisdição regulatória do órgão a que pertença a
autoridade;
II – tenha interesse pessoal, profissional ou empresarial em decisão que
possa ser tomada pela autoridade, individualmente ou de caráter
coletivo, em razão do cargo;
III – mantenha relação comercial com o órgão a que pertença a
autoridade; ou

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IV – represente interesse de terceiros, como procurador ou preposto, de
pessoas, empresas ou entidades compreendidas nos incisos I, II e III.
2. É permitida a aceitação de presentes:
I – em razão de laços de parentesco ou amizade, desde que o seu custo
seja arcado pelo próprio ofertante, e não por pessoa, empresa ou
entidade que se enquadre em qualquer das hipóteses previstas no item
anterior;
II – quando ofertados por autoridades estrangeiras, nos casos
protocolares em que houver reciprocidade ou em razão do exercício de
funções diplomáticas.
3. Não sendo viável a recusa ou a devolução imediata de presente cuja
aceitação é vedada, a autoridade deverá adotar uma das seguintes
providências, em razão da natureza do bem:
3. Não sendo viável a recusa ou a devolução imediata de presente cuja
aceitação é vedada, a autoridade deverá adotar uma das seguintes
providências:(Redação dada pela Resolução nº 6, de 25.7.2001)
I – tratando-se de bem de valor histórico, cultural ou artístico, destiná-lo
ao acervo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-
IPHAN para que este lhe dê o destino legal adequado;
II – nos demais casos, promover a sua doação a entidade de caráter
assistencial ou filantrópico reconhecida como de utilidade pública,
desde que, tratando-se de bem não perecível, esta se comprometa a
aplicar o bem ou o produto da sua alienação em suas atividades fim.

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II - promover a sua doação a entidade de caráter assistencial ou
filantrópico reconhecida como de utilidade pública, desde que,
tratando-se de bem não perecível, se comprometa a aplicar o bem ou o
produto da sua alienação em suas atividades fim; ou(Redação dada pela
Resolução nº 6, de 25.7.2001)
III - determinar a incorporação ao patrimônio da entidade ou do órgão
público onde exerce a função.(Incluído pela Resolução nº 6, de
25.7.2001)"
4. Não caracteriza presente, para os fins desta Resolução:
I – prêmio em dinheiro ou bens concedido à autoridade por entidade
acadêmica, científica ou cultural, em reconhecimento por sua
contribuição de caráter intelectual;
II – prêmio concedido em razão de concurso de acesso público a
trabalho de natureza acadêmica, científica, tecnológica ou cultural;
III – bolsa de estudos vinculada ao aperfeiçoamento profissional ou
técnico da autoridade, desde que o patrocinador não tenha interesse
em decisão que possa ser tomada pela autoridade, em razão do cargo
que ocupa.
Brindes
5. É permitida a aceitação de brindes, como tal entendidos aqueles:
I –que não tenham valor comercial ou sejam distribuídos por entidade
de qualquer natureza a título de cortesia, propaganda, divulgação
habitual ou por ocasião de eventos ou datas comemorativas de caráter
histórico ou cultural, desde que não ultrapassem o valor unitário de R$
100,00 (cem reais);
II – cuja periodicidade de distribuição não seja inferior a 12 (doze) meses;
e

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III – que sejam de caráter geral e, portanto, não se destinem a agraciar
exclusivamente uma determinada autoridade.
6. Se o valor do brinde ultrapassar a R$ 100,00 (cem reais), será ele
tratado como presente, aplicando-se-lhe a norma prevista no item 3
acima.
7. Havendo dúvida se o brinde tem valor comercial de até R$ 100,00
(cem reais), a autoridade determinará sua avaliação junto ao comércio ,
podendo ainda, se julgar conveniente, dar-lhe desde logo o tratamento
de presente.
Divulgação e solução de dúvidas
8. A autoridade deverá transmitir a seus subordinados as normas
constantes desta Resolução, de modo a que tenham ampla divulgação
no ambiente de trabalho.
9. A incorporação de presentes ao patrimônio histórico cultural e
artístico, assim como a sua doação a entidade de caráter assistencial ou
filantrópico reconhecida como de utilidade pública, deverá constar da
respectiva agenda de trabalho ou de registro específico da autoridade,
para fins de eventual controle.
10. Dúvidas específicas a respeito da implementação das normas sobre
presentes e brindes poderão ser submetidas à Comissão de Ética
Pública, conforme o previsto no art. 19 do Código de Conduta.
Brasília, 23 de novembro de 2000

João Geraldo Piquet Carneiro


Presidente da Comissão

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