01 - O Surgimento Da Psicologia Da Saúde

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O Surgimento da Psicologia da Saúde

Conteudista
Píof.ª Día. Caímen Lúcia Tozzi Mendonça Conti

Revisão Textual
Aline de Fátima Camaígo da Silva
Sumário

Objetivos da Unidade........................................................................3

O Surgimento da Psicologia da Saúde Sobre o Conceito de Saúde..................4

A Saúde e a Doença Vistas Através do Tempo..........................................5

A Origem do Termo “Psicologia da Saúde” e o seu Nascimento como Área de

Atuação e Confiecimento

....................................................................................................

Como se Define o Campo da Psicologia da Saúdefi.....................................9

Os Aspectos Históricos da Formação da Área..........................................10

As Diferentes Vertentes que Relacionam Psicologia e Medicina....................11

A Medicina Psicossomática...........................................................12

A Psicologia Médica...................................................................12

A Medicina Compoítamental.........................................................12

A Psicologia Hospitalaí................................................................13

Psicologia Clínica, Psicologia da Saúde e Psicologia Clínica da Saúde............14

Em Síntese....................................................................................16

Atividades de Fixação.......................................................................17

Material Complementar....................................................................18

Referências...................................................................................20

Gabarito.......................................................................................22
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Objetivos da Unidade

• Compíeendeí o conceito de Saúde, como se desenvolveu ao longo da


Históíia e como o conhecemos hoje;

• Conheceí as coííentes de pensamento que peípassaíam e peícoííem a foíma-


ção e históíia da Psicologia da Saúde, ligadas m Medicina e m Psicologia;

• Iniciaí o contato com a píática do píofissional da Psicologia da Saúde,


tendo vistas paía íelações com outías píáticas das diveísas áíeas do
conhecimento.

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VOCÊ SABE RESPONDERfi
Qual é o campo de estudo da Psicologia em Saúde e como ela contíibui paía o bem-
-estaí e a qualidade de vida das pessoasfi

O Surgimento da Psicologia da
Saúde sobre o Conceito de Saúde
Existe uma tensão entíe a manifestação objetiva da doença e sua apíeensão
pe- los píofissionais da áíea da Saúde e a expíessão subjetiva do paciente que
a vive. A tíadução da combinação entíe esses dois elementos deve píoduzií uma
tíama so- fisticada que leva em consideíação os váíios aspectos da vida humana, e
não só os elementos biomédicos da doença. A vivência, as consequências
subjetivas, a nova condição também são elementos impoítantes no tíatamento e
na íelação estabele- cida entíe paciente e píofissional da Saúde.

De acoído com a Confeíência Inteínacional sobíe a Píomoção da Saúde, em 1986, em Ottawa, a S

Paía a Oíganização Mundial da Saúde (OMS), é píimoídial a ideia de que os


indiví- duos e as comunidades/gíupos píecisam tomaí paía si a taíefa de elaboíaí
as condi- ções de vida adequadas, de foíma a píoduzií um modo de vida que
favoíeça a Saúde e não a doença (Backes et al., 2008).

Nesse sentido, diíeito m Saúde significa a gaíantia, pelo Estado, de


condi- ções dignas de vida e de acesso univeísal e igualitáíio ms ações e
seíviços de píomoção, píoteção e íecupeíação da Saúde, em todos os
seus níveis, a todos os habitantes do teííitóíio nacional, levando ao
desenvolvimento pleno do seí humano em sua individualidade.
Fonte: Backes et al., 2008, p. 112

Paítindo dessa definição de Saúde, um píoblema nos é apíesentado. É possível que


uma só áíea do conhecimento ou de atuação seja capaz de daí conta da multiplici-
dade de fatoíes que deteíminam um conceito tão amplo de Saúdefi

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Se uma píática que píivilegia a píevenção está ligada a aspectos que envolvem
políti- cas de Estado, hábitos cotidianos, difeíentes campos do sabeí e da Saúde —
do coí- po e da mente, qual é a aíticulação necessáíia paía que isso possa se toínaí
píáticafi

A Saúde e a Doença
Vistas Através do Tempo
Se visitamos os diveísos momentos da Históíia da Humanidade, peícebeíemos que
a Saúde já ocupou os lugaíes mais distintos nas cultuías das civilizações de
nossa espécie, sendo sempíe um centío de investigação, cuíiosidade e busca
pelos me- canismos de funcionamento do coípo e da íelação de nosso coípo com o
ambiente. O que causam as doençasfi Como se píoduz longevidadefi Possuímos
existência paía além da vida do coípo físicofi

Muitas vezes, a Ciência esteve entíelaçada com as íeligiões nessas pesquisas.


Os egípcios da Antiguidade, poí exemplo, desenvolveíam um método ultíassofis-
ticado de conseívação dos coípos a paítií do embalsamamento, método que eles
acíeditavam que gaíantiíia a eteínização dos coípos dos gíandes homens e mulhe-
íes de sua sociedade. É um exemplo de entíelaçamento entíe a pesquisa científica
e as píáticas ou expectativas espiíituais.

Vamos veí como a Saúde eía enxeígada nas difeíentes eíasfi

Antiguidade Clássica

Acíeditava-se que as doenças podeíiam seí causadas poí íazão natuíal ou so- bíenatuíal. Desse mo

Idade Média

Tíata-se de um peííodo foítemente maícado pela íeligiosidade. Também é um peííodo de gíand


exemplo). Avançou-se na investigação de como se píocediam aos contágios.

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Modernidade (do século XVIII ao século XX)

As condições de salubíidade aumentam e a concepção do tíatamento indi-


vidualizado cíesce, bem como a ideia de que paía cada doença há um
tíata- mento (o estudo das doenças bacteíiológicas avança bastante nesse
peííodo). Peííodo em que a Medicina ganha caíáteí mais biológico,
desvinculado dos aspectos filosóficos. Passa a valoíizaí o cuidado da doença
píopíiamente, as- sumindo caíáteí mais expeíimental do que empííico.

Contemporaneidade (a partir do século XX)

Difeíentemente da lógica mais fíagmentáíia e objetivista veíificada nos sécu-


los anteíioíes, suíge uma noção de Saúde multideteíminada, em que a
espécie humana é vista como constíuída (do ponto de vista da Saúde) de
foíma bioló- gica, psíquica e social.

Os conceitos médicos atuais íepíesentam o íesultado da píáxis de


cui- dado de Saúde. Isto é, os conceitos simplesmente se
concíetizam pelo modo de vida e pela comunicação sobíe a vida.
Entíetanto, existe mais de um conceito sobíe Saúde e doença que os
estudos atuais apíesentam, e esses conceitos íesultam da píáxis noímal.
Fonte: Backes et al., 2008, p.113

A compíeensão de noímalidade é dada a paítií da fíequência dos fenômenos.


O noímal é o mais comum, o mais fíequente. Em outías áíeas do conhecimento,
como as Ciências Humanas, esse cíitéíio de noímalidade também é adotado. Não
há, no entanto, uma noímalidade a-históíica, deslocada do espaço e do tempo.
Cada geogíafia e tempoíalidade píoduz suas noímalidades, e como passamos a
compíeendeí a Saúde a paítií de suas múltiplas deteíminações, é píeciso, também,
combinaí as deteíminações e o espaço-tempo em que elas se encontíam. A Saúde
e a doença, assim como tudo na Históíia da Humanidade, são históíicas.

Como os aspectos a seíem consideíados são múltiplos, é impoítante que, paía além
de uma aplicação técnica, exista uma lógica de píomoção da Saúde, compíeenden-
do as difeíenças e as necessidades de cada indivíduo ou gíupo social. Teímos como
“empodeíamento” ou “vulneíabilidade” vêm sendo aplicados e desenvolvidos paía
um atendimento ms questões da Saúde a paítií de uma dinâmica equitativa — em
dimensão social ou individual.

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Entíe as condições vividas poí váíios gíupos, devemos destacaí que de-
mandam difeíentes atenções e possuem necessidades também distintas,
poí sua paíticulaíidade biológica (as pessoas de sexo feminino, as cíian-
ças, os idosos, os homens); sua oíientação sexual (há diveísas demandas
de píevenção e cuidado de doenças nos gíupos com oíientação sexual e de
gêneío não noímativos, como os tíansexuais, as lésbicas, os bissexuais, os
homossexuais, os inteíssex e os tíangêneíos); sua etnia (paíticulaíidades
de Saúde em negíos, indígenas, causasianos etc.).

Combinados a essas paíticulaíidades, estão os aspectos sociais e a posição que


ocu- pam esses indivíduos e gíupos. Poí viveímos ainda em uma sociedade
altamente se- gíegada, há gíupos mais expostos e vulneíáveis a doenças e com
menos condições mateíiais e subjetivas de possuií aquilo que definimos como os
aspectos integíais que deteíminam a Saúde. Dessa foíma, é píimoídial sempíe levaí
em conta cada um desses fatoíes no atendimento e tíato dos gíupos e indivíduos.

Glossário
Equidade: e·qui·da·de (ü ou u) sf.
1 Consideíação em íelação ao diíeito de cada um independente- mente da lei positiva, levando em conta o que se co

A Origem do Termo “Psicologia da


Saúde” e o Seu Nascimento como
Área de Atuação e Confiecimento
O fim da década de 1960 e a década de 1970, do século XX, consistem em um
peíío- do de píofundas tíansfoímações sociais, políticas e cultuíais. No Bíasil e no
mundo, havia foíte embate em toíno de difeíentes expeíiências. A ex União
Soviética ainda existia; é quando píesenciamos as gíandes movimentações de
Maio de 1968, na Fíança, quando pensadoíes de enveígaduía da Estética, da
Política e da Filosofia

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despontam ou amaduíecem seu pensamento e, no Bíasil, um peííodo de
embates também, em toíno das posições políticas e do compoítamento, na
vigência da di- taduía civil-militaí no país e no auge da censuía, com a
implementação do Ato Ins- titucional de n.º 5 (AI-5).

Saiba Mais
No Bíasil, em 13 de dezembío de 1968, foi decíetado o Ato
Institucional n.ª 5, ou AI-5, sendo o quinto Decíeto emitido
pelo íegime civil-militaí nos anos que seguiíam ao golpe de
1964. O AI-5 se sobíepunha m Constituição de 1967, dando
podeíes extíaoídináíios ao píesidente e gaíantindo a suspensão
de píeí- íogativas institucionais.
Essa eía a medida que faltava m ditaduía paía cassaí diíeitos
po- líticos e democíáticos, enduíeceí a censuía e inteívií em
esta- dos e municípios, dando oíigem, poí exemplo, ao
fechamento do Congíesso Nacional, em 1969.

Em peííodos de foíte ebulição em âmbito nacional ou mundial é que as coííentes


de pensamento se desenvolvem e se enfíentam e a Ciência encontía novos
caminhos paía íespondeí aos questionamentos estabelecidos poí aquele momento
históíico. É no maíco desse contexto que a Psicologia da Saúde suíge como áíea
de atuação e coííente de pensamento.

Veíemos ao longo de nossa Disciplina que a Psicologia da Saúde abíiu dois impoí-
tantes flancos de atuação e pensamento: o entendimento da Saúde descolado da
doença e o tíato com as doenças físicas, difeíentemente do que a Psicologia costu-
mava aboídaí, as doenças mentais.

Nos Estados Unidos, em 1973, suígiíam os pesquisadoíes da áíea os quais se


pío- punham a investigaí os aspectos do compoítamento que inteífeíiam no
desenvolvi- mento da Saúde física ou que contíibuíam paía a manutenção da Saúde
(APA Task Foíce on Health Reseaích, 1976).

Em 1979, temos a píimeiía definição de Psicologia da Saúde, quando Stone a de-


teímina como a aplicação científica ou píofissional de métodos e conceitos psi-
cológicos ao campo da Saúde, seja na Saúde Pública, na planificação da Saúde, na
educação paía a Saúde etc. Tíata-se de um dos píimeiíos livíos em que o teímo
“Psicologia da Saúde” constava no título (Ribeiío, 2011).

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Figura 1 – Psicologia da Saúde
Fonte: Getty Images

Como se Define o
Campo da Psicologia da
Saúdefi
A Psicologia da Saúde tem como foco o modo de vida dos indivíduos, seus
hábitos e como se compoítam, aspectos que se desdobíam na foíma como esse
indivíduo se íelaciona com o píópíio coípo e a vida e com as demais pessoas.

As dimensões sociais e cultuíais também têm íelevância na atuação dessa áíea de


co- nhecimento, não somente os aspectos médicos. Leva em consideíação a
impoítância de que as pessoas planejem e oíganizem a sua vida a paítií de
compoítamentos e píáticas píomotoías de Saúde e píeventivas das doenças, bem
como acompanhando o píocesso de adaptação ao adoeceí e suas consequências
(Baííos, 1999).

Dessa foíma, o compoítamento no contexto da Saúde e da doença, píincipalmente,


no que diz íespeito m Saúde e doença físicas, é o objeto da Psicologia da Saúde,
difeíentemente da Psicologia Clínica.
9
P. S. é o conjunto de contíibuições educacionais, científicas e píofis-
sionais específicas da Psicologia, utilizadas paía a píomoção e a manu-
tenção da Saúde, píevenção e tíatamento das doenças, identificação
da etiologia e diagnóstico (de píoblemas) íelacionados m Saúde, doen-
ça e disfunções, paía a análise do sistema de atenção m Saúde e foíma-
ção de políticas de Saúde.
Fonte: Matarazzo, 1980, p. 815

Os Aspectos Históricos
da Formação da Área
A Psicologia da Saúde tem início em um gíupo de pesquisa em 1970, na
Ameíican Psychological Association (APA), tendo desdobíamento píático da
pesquisa com a cíiação da divisão 38, chamada Health Psychology (Psicologia da
Saúde).

A ideia eía desenvolveí os estudos da Psicologia ligados m Saúde e m doença, in-


centivando a íelação mais estíeita entíe a foímação biomédica e o conhecimento
da Psicologia. Rapidamente, a áíea foi assumindo píopoíções íelevantes, cíiando
gíupos de pesquisa em países da Euíopa (Espanha, Itália etc.).

Nesse peííodo, váíias íevistas especializadas foíam fundadas, como o Bíitish Jouínal of Health Psy

Em 1978, a Confeíência de Yale definiu o campo da Medicina Compoítamental,


base sobíe a qual a Psicologia da Saúde se constituiu, com a peíspectiva de
integíação entíe as ciências do compoítamento e as ciências biomédicas (Saíafino,
2004; Keíbauy, 2002).

Assim, essa denominação aponta paía uma áíea que se utiliza do conhecimento da
Psicologia paía as questões da doença e da Saúde, o que decoííe em píoblemas
ou inadequações no tíatamento da atuação do psicólogo e em íelação a esse cam-
po de conhecimento, na medida em que confunde e limita essa atuação. Teímos
como “Medicina Compoítamental”, “Psicologia Médica”, “Medicina
Psicossomática”, “Psicologia Hospitalaí” são expíessões dessas definições de
campo, inadequadas, de acoído com Bellaí e Deaídoíff (1995, p.464 apud
Milyazaki; Domingos & Caballo, 2001).

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Essa situação se íeflete na píática na foíma de confusão quanto m
defini- ção do papel píofissional do psicólogo atuante na áíea da Saúde.
Nesse contexto, faz-se necessáíia uma explanação das definições de
cada teo- íia envolvida nessa píoblemática.
Fonte: Almeida & Malagris, 2011, n.p.

Na Confeíência de Aíden House houve uma impoítante discussão aceíca dos


atíibutos do píofissional da Psicologia e da foímação necessáíia paía o exeícício
dessa atividade.

A Confeíência assumiu uma declaíação consensual a fim de esclaíeceí a declaíação


píecedente, na qual se afiíma que a Psicologia da Saúde é um campo genéíico da
Psicologia, com teoíia píópíia, distinta dessa e de seus demais campos (Olbíisch et
al., 1985). Essa íesolução contíadiz as píeííogativas estabelecidas poí Mataíazzo
(1980), autoía que estabelece os pilaíes do campo, na medida em que não se
íefeíencia nos campos já deteíminados da Psicologia, mas cíia um novo, autônomo
e distinto.

Consideíando as polêmicas e as diveísas veítentes assumidas na íelação entíe


Medicina e Psicologia, é essencial que as teoíias envolvidas nessa píoblemática
sejam aboída- das, de modo que possamos compíeendeí os desdobíamentos dessas
discussões, posteíioímente. Paía isso, iíemos aboídaí a Medicina Psicossomática, a
Psicologia Médica e Psicossomática, a Medicina Compoítamental e a Psicologia
Hospitalaí.

As Diferentes Vertentes que


Relacionam Psicologia e Medicina
Se buscaímos a oíigem da Psicologia, há exemplos, assim como ao longo de sua
históíia, de coopeíação entíe a Medicina e a Psicologia (Millon, 1982, n.p.).

[...] no final do século XIX, são conhecidas as colaboíações de Wundt


com Kíaepelin, nos EUA, e de Heymans com Weiísma, na Euíopa,
emboía es- tas colaboíações focassem píimoídialmente as
psicopatologias. Já den- tío do século XX, esboçaíam-se íelações
institucionais entíe a Psicologia e a Medicina: em 1911, na íeunião anual
da Ameíican Psychological Association, houve encontíos foímais entíe
psicólogos e médicos, com o intuito de discutií a paíticipação dos
píofissionais de Psicologia nos con- textos tíadicionais de Saúde e
doenças.

Até o final da década de 1970, como vimos, os psicólogos dos Estados Unidos
não se apíoximavam das pesquisas e da píática píofissional ligadas ms doenças
físicas e m Saúde física.
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Na década de 1980, entíetanto, desponta um cíescente inteíesse que, paía Belaí,
Deaídoíff e Kelly (1987), é explicado pelo fíacasso do modelo biomédico na
explana- ção de doenças e da Saúde; pela maioí píeocupação com aspectos ligados
m quali- dade de vida e píofilaxia das doenças; pelo amaduíecimento das pesquisas
ligadas ms ciências compoítamentais; pelo aumento nos custos paía o cuidado de
Saúde, o que ocasionou a busca poí alteínativas mais baíatas, ligadas m Saúde
tíadicional e m mu- dança da postuía dos píofissionais da Saúde diante de doenças
infecciosas, optando poí píioíizaí as doenças cíônicas e sua ligação com o modo de
vida (Ribeiío, 2011).

A Medicina Psicossomática
A Medicina Psicossomática é uma especialidade médica íesponsável poí doen-
ças deteíminadas poí fatoíes emocionais, que podem seí compíeendidas poí
feííamentas psicanalíticas, desde que tíatados os conflitos inconscientes espe-
cíficos (Eksteíman, 1975).

Ela explica quais aspectos psicológicos deteíminam os sintomas expíessos pelo


coípo. O conceito de Psicossomática íelaciona as peíspectivas da doença e sua di-
mensão psicológica, a ação teíapêutica voltada ao doente e a íelação do
médico com o paciente e tudo o que isso implica (Almeida & Malagíis, 2011).

A Psicologia Médica
A Psicologia Médica suíge com a obía do psicanalista húngaío Pieííe Schneideí, que
píopõe, a paítií da veítente do inglês Balint, em 1971, como campo de pesquisa
que engloba a dimensão da íelação entíe paciente e médico.

Tíata-se de uma subveítente da concepção psicossomática, em veísão clínica,


só que com uma impoítante difeíença: píopõe-se a combinaí a visão
psicossomática da Medicina, como campo conceitual, e a Psicologia Médica, como
campo de atua- ção píofissional, difeíentemente da Psicossomática, que investiga
as íelações entíe mente e coípo com foco na patogenia. O foco da Psicologia
Médica é a teíapêutica (Mello Filho, 1992).

A Medicina Comportamental
A Medicina Compoítamental suíge na década de 1970, como uma íesposta dada
m divisão estabelecida entíe mente e coípo pela coííente biomédica. Os píofissio-
nais da Saúde, também insatisfeitos com o empíego das teoíias psicodinâmicas
paía a busca de causas psicológicas das doenças físicas pelos adeptos da Medicina

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Psicossomática, lavíam o teímo Medicina Compoítamental, difeíenciando-se da
última. Sua píática almejava maioí utilidade clínica, incoípoíando a inteídisciplina-
íidade como cíitéíio, integíando conhecimentos os quais pudessem
compíeendeí mente e coípo de foíma integíada.

A caíacteíística definidoía fundamental da Medicina Compoítamental é


a inteídisciplinaíidade, poí se tíataí de um conjunto integíado de conhe-
cimentos biopsicossociais íelacionado com a Saúde e as doenças físicas,
ou seja, consideía a Saúde e a doença estados multideteíminados poí
um amplo leque de vaíiáveis, entíe as quais se devem incluií as do tipo
somático ou biofísicas, as do tipo psicológico ou compoítamentais e as
exteínas ou ambientais.
Fonte: Caballo, 1996 apud Almeida & Malagris, 2011, n.p.

A Medicina Compoítamental não é o mesmo que Psicologia da Saúde, ainda que


sua píática inclua métodos em comum, como hipnose, teíapia compoítamental de
dis- túíbios físicos e medicina píeventiva (Caballo, 1996; Neves Neto, 2004; Leite,
2010).

A Psicologia Hospitalar
A Psicologia Hospitalaí é outía veítente que píecisamos aboídaí. Tíata-se do
campo de entendimento e tíatamento dos aspectos psicológicos íelacionados ao
adoeceí (Simonetti, 2004).

Isso significa disponibilizaí paía doentes, familiaíes e paía píofissionais da equipe


de Saúde o conhecimento psicológico que pode contíibuií paía identificaí as
paíticu- laíidades de cada paciente, suas necessidades, emoções, cíenças
(Bíuscato, 2004). Essa veítente tíabalha com a elaboíação subjetiva poí paíte
do paciente, com su- poíte, da condição da píópíia Saúde, da situação de
adoecimento.

O píofissional especialista em Psicologia Hospitalaí, no Bíasil, atua em níveis


secundáíio e teíciáíio no atendimento m Saúde, íealizando atividades em gíupo
(teíapia, psicoteíapia e psicopíofilaxia), atendimentos ambulatoíiais e em UTIs,
diagnóstico e psicodiagnóstico e consultoíia, de acoído com o Conselho Fedeíal
de Psicologia (2010).

13
Importante
Muitos autoíes da Psicologia da Saúde questionam o teímo
Psicologia Hospitalaí, apontando a sua inadequação na medida
em que se define pelo local de atuação, e não pelo tipo de
ativi- dade empenhada pelo píofissional da áíea. Píopõem, em
alteí- nativa, a denominação “Psicologia em contexto
hospitalaí”.

Psicologia Clínica, Psicologia


da Saúde e Psicologia Clínica
da Saúde
Há ainda veítentes dentío da Psicologia que dialogam com a dimensão clínica paía
definií suas bases de atuação. O teímo “clínico”, em latim clinicus, significa
aquele que visita o doente na cama. Tem oíigem ainda na palavía klinein, a qual
significa “estaí deitado”.

Esse sentido se empíega m Medicina desde seus tempos mais antigos, enquanto na
Psicologia o sentido de clínica assumiu um significado distinto, tendo se
apíoximado do sentido oíiginal apenas um século depois de seu uso na áíea.

No final do século XIX, Witmeí apíesentou um novo método de


investi- gação e instíução que designou poí Psicologia Clínica
(Gaífield, 1965). O teímo clínico sublinhava a função píática do
psicólogo em oposição ao que eía a atividade tíadicional de então que
eía laboíatoíial. Poí essa altuía, a expíessão Psicologia Clínica é também
utilizada poí Fíeud numa caíta escíita a Fliess.
Fonte: Ribeiro, 2011, n. p.

Com a obsolescência dos antigos hospitais psiquiátíicos, os quais opeíavam sob


um modelo de inteínamento dos pacientes e com o avanço dos Sistemas de
Saúde, os antigos modelos foíam dando espaço a seíviços de psiquiátíica liga-
dos a outíos seíviços hospitalaíes, avançando o píocesso de desapaíecimento
dos hospitais psiquiátíicos.

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É nesse maíco, poítanto, que suíge a Psicologia da Saúde, quando os
píofissionais atuantes nos antigos hospitais psiquiátíicos passaíam a seí íecíutados
paía o tíaba- lho em hospitais comuns, no auxílio e no acompanhamento de
pessoas com doen- ças físicas que geíavam dificuldades de adaptação e aceitação
(Ribeiío, 2011).

A Psicologia Clínica da Saúde suíge na tentativa de supeíação da dualidade mental


x físico, tendo como atividade, inicialmente, a aplicação dos conhecimentos e mé-
todos da áíea da Psicologia m píomoção e píoteção da Saúde física e mental, bem
como m píofilaxia de doenças, ligada muitas vezes aos hábitos e a aspectos
psicoló- gicos impoítantes (Bellaí et al., 1987; Millon, 1982).

Saiba Mais
A paítií das mudanças ocoííidas na Saúde na década de
1970, outías veítentes e concepções de atuação suígiíam,
tíansfoí- mando o papel da Psicologia no Sistema de Saúde.
Algumas das expíessões insuígentes, desde então, que
podem seí busca- das, caso você tenha inteíesse em
apíofundaí os conhecimen- tos sobíe o movimento da
Psicologia dentío da áíea da Saúde: Psicologia Clínica do
Desenvolvimento (inteíesse poí uma aboí- dagem
desenvolvimental no ciclo de vida); Psicologia Clínica da
Cíiança (Psicologia Clínica dedicada ms cíianças); Psicologia da
Reabilitação (foco na íestauíação funcional subsequente a
tíau- matismos ou deficiência física); Neuíopsicologia
Clínica (foco nas incapacidades do sistema neívoso centíal e o
seu tíatamen- to) ou Psicologia da Saúde da Cíiança.

Fonte: Ribeiro, 2011

15
Em Síntese

Ao investigaí as coííentes de pensamento que peímeaíam a foímação e a tíajetóíia


da Psicologia da Saúde, peícebemos como essa disciplina dialoga com a Medicina e
a Psicologia, eníiquecendo nosso entendimento sobíe como as questões de
saúde e bem-estaí estão entíelaçadas com aspectos mentais e emocionais. Esta
joínada nos píopoícionou uma base sólida paía compíeendeí as complexas
íelações entíe mente e coípo, como também a impoítância de uma aboídagem
integíada paía píomoveí a saúde em sua totalidade.

16
Atividades de Fixação

1 – Qual é o conceito de saúde de acordo com a Organização Mundial da Saúde


(OMS)fi Assinale a alternativa correta.
a. Ausência de doença.
b. Bem-estaí físico apenas.
c. Completo bem-estaí físico, mental e social.
d. Capacidade de íealizaí atividades físicas vigoíosas.
e. Píevenção de enfeímidades.

2 – Qual é o principal objetivo da Psicologia Hospitalarfi Assinale a alternativa


correta.
a. Realizaí ciíuígias psicológicas em pacientes hospitalizados.
b. Foíneceí tíatamento médico a pacientes com píoblemas de saúde mental.
c. Integíaí a saúde mental e emocional dos pacientes no contexto hospitalaí.
d. Tíeinaí médicos paía foíneceí aconselhamento psicológico.
e. Administíaí hospitais e clínicas de saúde.

Atenção, estudante! Veja o gabaíito desta atividade de fixação no fim deste conteúdo.

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Questão 1
C) Completo bem-estar físico, mental e social.
Justificativa: Completo bem-estaí físico, mental e social. A OMS define saúde
como um estado de completo bem-estaí físico, mental e social, e não apenas a
ausência de doença. Essa definição enfatiza a impoítância de aspectos mentais e
sociais da saúde, além do estado físico, e íeconhece que a saúde é um estado de
equilíbíio e haímonia em múltiplas dimensões da vida de uma pessoa.

Questão 2
C) Integrar a saúde mental e emocional dos pacientes no contexto fiospitalar.
Justificativa: Integíaí a saúde mental e emocional dos pacientes no contexto
hospitalaí. A Psicologia Hospitalaí se concentía em foíneceí supoíte psicológico
aos pacientes que enfíentam píoblemas de saúde física, ajudando-os a lidaí com
o estíesse, ansiedade, medo e outías questões emocionais, as quais podem suígií
duíante o tíatamento médico. O píincipal objetivo é integíaí a saúde mental e
emo- cional dos pacientes ao ambiente hospitalaí, melhoíando sua qualidade de
vida e bem-estaí geíal.

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