Guia Prático de Recursos Manuais em Fisioterapia

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FANOR DEVRY BRASIL

CURSO DE FISIOTERAPIA

ESTAGIO HOSPITALAR SUPERVISIONADO IV

GUIA PRÁTICO DE RECURSOS MANUAIS EM FISIOTERAPIA


RESPIRATÓRIA

FORTALEZA - CE

2012

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 1


Coordenador do Curso
Prof. Me. Romulo Sousa Porto
Coordenadora dos Campos de Estágio

Profa Ma. Rosiane Cavalcanti

Orientação
Profa Ma Ana Karina Monte Cunha Marques
Profa Esp. Anairtes Martins de Melo
Profa Ma Jamille Soares Moreira Alves

Pesquisadores
Cassio Diêgo Albuquerque Saraiva
Danny Garcia Sales
Francisca Erlângia Barbosa
Laryssa Zabulon Feijó
Pâmela Almeida Costa

Colaboradoras

Naiana Cabral Marques


Naiara Maria Fernandes Garcês
Patrícia de Souza Nascimento
Cibele Azevedo Herculano

FORTALEZA

2012

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 2


1. INTRODUÇÃO

É uma prática comum na fisioterapia respiratória a utilização de condutas que venham a


favorecer a reabilitação pulmonar de forma a desobstruir e reexpandir. As técnicas de higiene
brônquica, com a intenção de remover a secreção pulmonar, principalmente em pacientes
hipersecretivos e as condutas que foram idealizadas com intuito de expandir o pulmão após
serem comprometidos os volumes e as capacidades pulmonares.

O sistema respiratório tem como função primordial possibilitar o transporte de oxigênio


para o interior do sangue e dele removerem o produto do metabolismo celular o gás dióxido de
carbono. Os pulmões, portanto, são os órgãos responsáveis por fornecer oxigênio ao organismo
e, para tanto, as vias aéreas devem permanecer pérvias (BRITTO, 2009).

Após a publicação das recomendações da conferência do consenso de Lyon, em 1994,


houve unanimidade quanto à forma de classificação e denominação das técnicas de remoção de
secreção mais utilizadas e estudadas. Dessa forma as técnicas podem ser classificadas quanto
ao emprego da ação da gravidade para drenar ou deslocar as secreções de segmentos pré-
determinados da árvore traqueobrônquica; aos empregos de ondas de choque ou choque
mecânico na parede torácica e de compressão do gás ou variação do fluxo expiratório,
favorecendo a integração do gás líquido (MACHADO, 2008).

Este estudo foi desenvolvido por alunos acadêmicos do curso de fisioterapia do último
semestre com intuito de aprofundamento das técnicas, entenderem as varias formas de
interpretação registrada por autores renomados da área alêm da criação de material criativo que
organize, em um só instrumento, definições e imagens das principais condutas que hoje são
mais utilizadas na pratica fisioterapeutica respiratória.

Desta forma este trabalho tem como objetivos primeiro registrar as condutas sob o
prisma de alguns autores de renome na área respiratória, as formas descritas e como são
realizadas as condutas de remoção de secreção, demonstrando a técnica, com especificações de
posicionamentos, indicações, contraindicações e o efeito fisiológico da técnica. Segundo que
este sirva de guia pratico a ser utilizado por acadêmicos na facilitação de sua capacitação.

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2. CONDUTAS DESOBSTRUTIVAS LENTAS

EXPIRAÇÃO TOTAL LENTA COM A GLOTE ABERTA (ELTGOL)

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 POSTIAUX, Guy; et. al. Fisioterapia respiratória pediátrica: o tratamento guiado por
ausculta pulmonar. 2ª Ed. Porto Alegre: ARTMED, 2004.
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Fonte: Postiaux, Pag 153, 2004.

A expiração lenta total com a glote aberta em infralateral (ELTGOL) é uma expiração lenta,
iniciada na CRF e continuada ate a VR; o fisioterapeuta toma cuidado de colocar a região
obstruída, localizada graças a detecção de estalidos de media frequência durante a ausculta
mediata, no lado do plano de apoio, isto é, em infralateral.A escolha de decúbito lateral para
sua realização deve-se a busca de uma melhor desinsuflação no pulmão infralateral.

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Fonte própria a pesquisa (2012)

Modalidades de aplicação da ELTGOL

A ELTGOL é uma técnica ativo-passivo. O paciente é colocado em decúbito lateral e realiza


expirações lentas a partir da CRF ate o VR. Ele pode ser ajudado pelo fisioterapeuta que
localizado atrás do paciente, exerce uma pressão abdominal infralateral com uma das mãos e
uma pressão de contra-apoio no gradil costal supralateral com a outra mão. Essa pressão,
dirigida até o ombro contralateral, favorece a desinsuflação mais completa do pulmão
infralateral. A ELTGOL também pode ser realizada pelo paciente, de maneira autônoma, com
as mesmas reservas que as expostas a respeito da drenagem autógena sobre a necessidade de
um controle periódico da realização devido a uma má observância habitual da técnica por parte
dos pacientes.

Local e método de ação:

Seu local de ação demonstrado é a arvore traqueobrônquica média, onde as expirações forçadas
têm apenas um efeito limitado ou mesmo nulo. Destacamos o caráter seletivo dessa técnica, que
permite dirigir-se a uma região pulmonar infralateral determinada de acordo com as
observações clássicas de uma ventilação infralateral predominante em decúbito lateral. Os
mecanismos que subtendem esses efeitos na periferia do pulmão podem ser de naturezas
diversas e são mencionados na síntese dos efeitos das expirações lentas que segue. Referimos
ao leitor a nossa primeira obra para uma descrição mais detalhada dos efeitos broncocinéticos
da ELTGOL.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 5


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 SARMENTO, George Jerre Vieira. Fisioterapia respiratória em paciente crítico:


rotinas clinicas. 2ª edição – Barueri, SP: Manole, 2007.
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ELTGOL

Técnica que utiliza expirações lentas e prolongadas ate o volume residual, com o paciente
posicionado em decúbito lateral, com pulmão comprometido em posição dependente da
gravidade para obter o deslocamento das secreções localizadas em vias aéreas medias.

O objetivo é utilizar a propriedade de ação de cisalhamento de um fluxo aéreo lento sobre o


muco brônquico para facilitar sua eliminação. Inicialmente, localize-se a região de acumulo de
secreções pela ausculta pulmonar.

Justifica-se a escolha pela maior excursão diafragmática e maior desinflação, o que faz
aumentar o tempo e o fluxo expiratório. O paciente respira a volume-corrente e, a partir da
capacidade residual funcional, realiza, com a glote aberta expiração ate o volume residual.

O fisioterapeuta se posiciona atrás do paciente e exerce pressão abdominal infralateral com


uma das mãos e uma pressão de contra-apoio no nível do gradeado costal com a outra mão. A
compressão abdominal favorece maior esvaziamento do volume pulmonar infralateral. O
paciente é orientado a manter a glote totalmente aberta e expirar com o fluxo lento. Essa
técnica pode ser realizada pelo próprio paciente, de maneira autônoma.

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 BRITTO, Raquel Rodrigues; BRANT, Tereza Cristina; PARREIRA, Verônica Franco.


Recursos manuais e instrumentais em Fisioterapia respiratória. Barueri, SP:
Manole, 2009
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ELTGOL. Na década de 1980, o fisioterapeuta professor Guy Postiaux e seu grupo


questionaram o princípio da expiração forçada, bem como o efeito da ação da gravidade,como
métodos principais de desobstrução brônquica.

Estas hipóteses foram confirmadas em suas observações estetoacústicas e por meio de


medições objetivas que deram origem à técnica de expiração lenta total com a glote aberta em
infralateral, a ELTGOL. Portanto, o objetivo desta técnica é deslocar secreções situadas em
vias aéreas médias.
A ELTGOL é uma técnica que pode ser realizada pelo paciente com a colaboração do
fisioterapeuta ou de modo independente. Quando for possível utilizar o decúbito lateral, a
técnica assume o nome de ELTGO. Passo a passo:

1.Inspiração nasal em nível de VC;


2. Expiração oral lenta com a glote aberta em nível de VR;

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 6


Segundo o autor a técnica, a ELTGOL deve ser repetida até que se observe melhora da ausculta
respiratória inicial e mobilização de secreção bronquial.
O fisioterapeuta deve situar-se posteriormente ao paciente, posicionado uma de suas mãos e
região abdominal, inferiormente, e a outra no terço inferior do tórax superior, de modo a
realizar durante a expiração uma compressão no sentido diagonal, favorecendo a desinsuflação
do pulmão infralateral.
Um bucal deve ser utilizado com o objetivo de manter á glote aberta e aumentar a caixa de
ressonância do pulmão.

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 PRESTO, Bruno; PRESTO Luciana Damázio de Noronha. Fisioterapia Respiratória


na UTI, 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

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Expiração Lenta Total com a Glote Aberta em Decúbito Lateral

A Expiração Lenta Total com a Glote Aberta em Decúbito Lateral (ELTGOL) pode ser
considerada uma técnica de desobstrução brônquica com expiração lenta. Ela deve ser realizada
em pacientes cooperativos, já que exige alteração dos volumes durante a ventilação.

Técnica:

Nesta técnica, o paciente deve ser posicionado em decúbito lateral, e o pulmão a ser tratado
(desobstrução) deve estar na posição dependente, ou seja, para baixo. Solicita-se ao paciente
que promova expirações lentas e totais partindo do VC até o VR, mantendo a glote aberta. Para
que se assegure de que o procedimento será executado com a glote aberta, o paciente pode
utilizar um bocal, ou respirar pela boca com a língua para fora.

A manutenção da boca aberta durante a manobra possibilita ao fisioterapeuta escutar os sons do


deslocamento das secreções brônquicas transmitidos pela cavidade oral, de forma semelhante à
drenagem autógena. Durante o procedimento, o fisioterapeuta deverá colocar uma das mãos na
porção infralateral do abdome e a outra na porção supralateral do tórax. Na expiração, o
fisioterapeuta deve aproximar suas mãos, proporcionando uma espécie de “torção” no tronco
do paciente.

Método de execução:

- A ELTGOL é uma técnica proposta pelo fisioterapeuta belga Guy Postiaux, e consiste em
realizar uma expiração lenta com a glote aberta, estando o paciente em decúbito lateral com a
região a ser desobstruída em infralateral.

- O objetivo é utilizar a propriedade de ação de cisalhamento de um fluxo aéreo lento sobre o


muco brônquico para facilitar sua eliminação. Inicialmente, localize-se a região de acumulo de
secreções pela ausculta pulmonar.

- Realizada com a glote aberta expiração ate o volume residual.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 7


- O fisioterapeuta posiciona o paciente em decúbito lateral alinhando as escapulas e as cristas
ilíacas no plano vertical, quadril e joelhos infralateral devem estar fletidos, o paciente deve
estar em decúbito lateral ao lado que deseja remover secreções e realizar uma expiração lenta e
progressiva, com a glote aberta (pode-se utilizar bucal), deves-se exercer uma pressão
abdominal em direção obliqua a parede costal supralateral no período expiratório do paciente,
acompanhando-a ate obter uma completa deflação do pulmão infralateral.

DRENAGEM AUTÓGENA
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 POSTIAUX, Guy; et. al. Fisioterapia respiratória pediátrica: o tratamento guiado por
ausculta pulmonar. 2ª Ed. Porto Alegre: ARTMED, 2004.
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Fonte Postiaux, Pag. 147, 200.4

Trata-se de uma técnica de higiene brônquica que utiliza inspirações e expirações lentas
controladas pelo paciente em posição sentada, começando em VRE para mobilização de
secreções situadas nos brônquios médios, depois evoluindo progressivamente ate o VRI para a
eliminação das secreções que se localizam na arvore aérea proximal.

Proposta por um grupo belga, a técnica visa obter, graças às expirações lentas, melhores fluxos
brônquicos que os fluxos produzidos pelas expirações forçadas.

Modalidades de aplicação da DA:

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O paciente está em posição sentada, com as costas retas e as mãos apoiadas sobre a parte
superior esquerda e direita do tórax para perceber a mobilização das secreções ou ainda
apoiadas sobre o tórax e o abdome.

O paciente também pode colocar as mãos no prolongamento uma de outra, desde a boca ate a
orelha, com o propósito de perceber melhor seus ruídos brônquicos. A posição das mãos tem
por efeito aumentar o volume da caixa de ressonância nasobucofaríngea que transmite, dessa
maneira, os ruídos dos brônquios, normais e adventícios, com mais intensidade.

A escuta dos ruídos respiratórios é um meio mais seguro de perceber os sinais de obstrução
brônquica do que a percepção tátil sobre a parede torácica, a qual só permite a percepção de
frequências baixas. Uma inspiração diafragmática, nasal, seguida de uma pausa teleinspiratória,
com as vias aéreas superiores abertas, precede uma expiração nasal lenta. Como uma espécie de
suspiro, até o nível expiratório desejado. Na pratica, o tempo inspiratório reduzido e a pausa
teleinspiratória destinam-se a lutar contra o assincronismo ventilatório.

Fonte própria da pesquisa (2012)

Os promotores dessa técnica descrevem três modos ventilatórios:

1 – Uma ventilação a baixo volume pulmonar destinada a descolar as secreções distais;

2 – uma ventilação a médiovolume pulmonar destinada a reunir as secreções nas vias aéreas
médias; e
3 – Uma ventilação a médio ou alto volume pulmonar destinada a eliminar as secreções das
vias aéreas centrais.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 9


A drenagem autógena foi adaptada em 1984 por um grupo alemão que modificou ligeiramente
suas modalidades práticas.

O exercício começa com uma inspiração nasal seguida de uma pausa.

A expiração pode ser feita pelo nariz ou pela boca:

- de maneira passiva: fluxo de ar inicial rápido sem a ação dos músculos respiratórios.

- de maneira ativa: fluxo expiratório lento com sustentação dos músculos respiratórios.

A DA revelou-se capaz de modificar as capacidades reológicas das secreções no sentido de


uma melhor transportabilidade. É mais tolerada que as técnicas convencionais. Pode-se mesmo
observar uma melhor saturação de oxigênio durante a DA versus a DP.(pag.: 148)

Indicações da DA:

-Trata-se de uma técnica de higiene brônquica especialmente adaptada aos pacientes


acometidos por doenças respiratórias crônicas, sobretudo aos pacientes com fibrose
cística.(pag: 149)

Contra indicações, limites e particularidades da DA

-Suas limitações são a falta de cooperação do individuo não sendo, além disso, aplicável na
criança pequena, que coopera pouco ou se controla mal.

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 SARMENTO, George Jerre Vieira et. al., Fisioterapia respiratória no paciente


critico: rotinas clinicas. 2ª edição – Barueri, SP: Manole, 2007.

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Técnica de auto-remoção de secreções brônquicas por meio de respirações a diferentes volumes


pulmonares, caracterizados por expirações lentas e ativas.

- O objetivo é proporcionar o Maximo fluxo aéreo dentro das vias aéreas para deslocar e
mobilizar secreções de vias aéreas periféricas para vias aéreas centrais para serem eliminadas.

- Nessa técnica o paciente aprende a perceber o ruído das secreções brônquicas.

-A técnica é descrita em três fases:

1. Fase de deslocamento: Realizam-se respirações a baixos volumes pulmonares e volume


corrente reduzido, por quatro a cinco vezes com a expiração ocorrendo no Volume de reserva
expiratório (VRE).
2. Fase de coleta de muco: Nessa fase, a respiração é realizada com o volume corrente normal,
por quatro a cinco vezes, com expiração ate o volume de reserva expiratório (VRE).

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3. Fase de remoção do muco: A respiração é realizada com o volume-corrente aumentado, por
quatro a cinco vezes, no nível do volume de reserva inspiratório (VRI); a expiração ocorre no
nível do volume de reserva expiratório (VRE).

O paciente pode realizar expirações forçadas com a glote aberta (huffing) para eliminar as
secreções.

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 BRITTO, Raquel Rodrigues; BRANT, Tereza Cristina; PARREIRA, Verônica Franco.


Recursos manuais e instrumentais em Fisioterapia respiratória. Barueri, SP:
Manole, 2009.
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A drenagem autógena (DA) é uma técnica de desobstrução brônquica, cujas pesquisas
iniciaram-se na Bélgica, em 1967, pelo fisioterapeuta Jean Chevaillier.

Trata-se de um método de controle da respiração que mobiliza secreções de diferentes gerações


brônquicas, por meio da maior variação possível do fluxo expiratório, sem provocar a
compressão dinâmica das vias aéreas.

Por ser uma técnica ativa, a drenagem autógena requer treinamento e cooperação do individuo
para que possa ser realizada de modo independente. Uma vez aprendida, a técnica pode ser
realizada, inclusive, durante algumas atividades da vida diária, como, por exemplo, assistindo
televisão.

Posicionamento do paciente:

A DA geralmente é realizada com o paciente assentado, ereto, relaxado, com a cabeça


posicionada em neutro e as mãos apoiadas sobre o tórax superior para auxiliar a desinsuflação
pulmonar durante as etapas da técnica. Esta técnica pode ser realizada também com o auxilio
do fisioterapeuta na desinsuflação pulmonar.

Fases da técnica:

Para realizar a técnica adequadamente é necessária a utilização do bocal e deve-se seguir as


seguintes fases da DA:

1 – Fase do descolamento:
- inicia-se com uma expiração oral lenta e forçada, recrutando-se percentuais do volume de
reserva expiratório (VRE)
- Inspiração a baixo volume, recrutando-se percentuais do volume corrente (VC).

- Pausa pós-inspiratória de 2 a 3 segundos.


- Expiração oral lenta recrutando-se percentuais do VRE.
2 - Fase da coleta:

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- Inspiração nasal a médio volume, ou seja, com variações progressivas, recrutando-se
percentuais maiores do VC.
- Pausa pós inspiratória de 2 a 3 segundos.
- Expiração oral lenta recrutando-se percentuais do VRE
3 – Fase de eliminação (“desobstrução”)

- Inspiração nasal a alto volume, recrutando-se o VC e percentuais do volume de reserva


inspiratório (VRI)
- Pausa pós inspiratória de 2 a 3 segundos.
- Expiração oral em nível de VC.
- Por Último, realização da técnica de expiração forçada a altos volumes (huffing)

Para garantir um bom desempenho do paciente na realização da drenagem autógena, é


importante destacar alguns itens:

1. Durante a expiração, em todas as fases da DA, o paciente deverá utilizar um bocal para
ativação do reflexo bucofaríngeo que favorece a manutenção da glote aberta.
2. A fase de eliminação requer inspiração diafragmática.
3. Em todas as fases, a velocidade do fluxo expiratório deve ser controlada para se evitar
um pico de fluxo alto que resulte em fechamento precoce das vias aéreas com o
deslocamento do ponto de igual pressão para a periferia.
4. A tosse deve ser reprimida durante a realização das três fases.
5. Após todo esse processo, caso as secreções tenham alcançado as vias aéreas proximais e
o paciente não tiver apresentado o reflexo de tosse, ele deverá realizar uma cãoiração
forçada a alto volume (huffing) com o objetivo de mobilizá-las.

De acordo com a literatura, cada fase da técnica deve ser repetida de quatro a cinco vezes,
sucessivamente, sem intervalos. Concluídas as séries de repetições de três fases, todo o
procedimento pode ser repetido por 30 a 45 minutos, duas vezes ao dia. Porém, a duração e o
numero de sessões podem ser alterados, dependendo da quantidade e da viscosidade da
secreção.

 PRESTO, Bruno; PRESTO Luciana Damázio de Noronha. Fisioterapia Respiratória


na UTI, 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

A drenagem autógena, também conhecida como autodrenagem, tem como objetivo a realização
da desobstrução brônquica por meio da utilização de diferentes volumes pulmonares. Este
raciocínio é semelhante ao do ciclo ativo da respiração. Assim como o ciclo ativo, a drenagem
autógena depende principalmente da capacidade do fisioterapeuta em descrever como a técnica
deve ser executada pelo paciente.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 12


Técnica:

A drenagem autógena é dividida em três fases. O próprio paciente pode decidir a posição em
que a técnica será realizada. Alguns autores descrevem que a posição sentada seria a melhor
escolha, talvez pelo favorecimento da mecânica ventilatória. Após o paciente adotar a postura,
ele deve permanecer em uma posição confortável, como os ombros relaxados.

Em todas as fases da DA o paciente deverá inspirar, de preferência pelo nariz, de forma lenta, a
fim de evitar que as secreções se desloquem para áreas mais periféricas dos pulmões. Além
disto, a expiração deve ser sempre, realizada com a boca e a glote abertas, para facilitar a
audição do movimento das secreções. As secreções mais periféricas tendem a ser escutadas no
final da expiração. Durante a técnica, a posição das secreções pulmonares também pode ser
detectada por meio da palpação torácica, verificando-se sua frequência (variação de fluxo).
Secreções mais centrais possuem maior frequência.

Neste ponto serão discutidas como as três fases da DA devem ser executadas.

- Fase 1 (deslocamento): Nesta fase o paciente deverá realizar uma inspiração profunda, pelo
nariz, e realizar uma apneuse (pausa inspiratória). Esta inspiração deve ser tão lenta que não
deve ser escutada. Logo em seguida o paciente deverá expirar, de forma lenta, até seu volume
residual, e assim realizar incursões inspiratórias e expiratórias, tentando manter esta dinâmica
abaixo do seu volume corrente. Não esquecer de manter, ao final das inspirações, uma pausa de
aproximadamente 1 a 3 segundos e realizar as expirações com a boca e a glote abertas. Deve-se
manter esta fase até que o muco seja deslocado para VA de maior calibre.

- Fase 2 (coleta): Nesta fase, o paciente continuará realizando incursões ventilatórias, com
pausas, e expiração, com a glote aberta, entretanto os volumes pulmonares deverão atingir a
faixa do volume corrente, podendo chegar no VRI na inspiração e no VRE na expiração. Logo,
deve-se alterar as incursões ventilatórias: entre o VRI e o VC e entre o VRE e o VC. Esta fase
deve ser mantida até que o muco periférico esteja coletado em VA mais centrais.

- Fase 3 (evacuação): Na ultima fase, o paciente continuará realizando incursões ventilatórias,


com pausas e expiração, com a glote aberta, entretanto os volumes pulmonares deverão atingir
o VRI, aumentando gradativamente o volume inspirado até a realização de uma técnica de
huffing. Na fase 3 a expiração não deve ultrapassar o VC. Neste ponto, as secreções
pulmonares serão “evacuadas”, ou seja, expectoradas.

Método de Execução:

- A técnica foi desenvolvida por Chevalier.

- Proposta por um grupo belga, a técnica visa obter, graças as expirações lentas, melhores
fluxos brônquicos que os fluxos produzidos pelas expirações forçadas.

- A técnica é descrita em três fases:

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1. Fase de deslocamento: Realizam-se respirações a baixos volumes pulmonares e volume
corrente reduzido, por quatro a cinco vezes com a expiração ocorrendo no Volume de reserva
expiratório (VRE).
2. Fase de coleta de muco: Nessa fase, a respiração é realizada com o volume corrente normal,
por quatro a cinco vezes, com expiração ate o volume de reserva expiratório (VRE).
3. Fase de remoção do muco: A respiração é realizada com o volume-corrente aumentado, por
quatro a cinco vezes, no nível do volume de reserva inspiratório (VRI); a expiração ocorre no
nível do volume de reserva expiratório (VRE). No final o paciente realiza expirações forçadas
com a glote aberta (huffing) para eliminar as secreções.

- O paciente também pode colocar as mãos no prolongamento uma de outra, desde a boca ate a
orelha, com o propósito de perceber melhor seus ruídos brônquicos.

É uma técnica de auto-remoção de secreções brônquicas por meio de respirações a diferentes


volumes pulmonares, caracterizados por expirações lentas e ativas.

O objetivo é proporcionar o Maximo fluxo aéreo dentro das vias aéreas para deslocar e
mobilizar secreções de vias aéreas periféricas para vias aéreas centrais para serem eliminadas.

EXERCICIOS DE FLUXO INSPIRATORIO CONTROLADO (EDIC)

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 POSTIAUX, Guy; et. al. Fisioterapia respiratória pediátrica: o tratamento guiado por
ausculta pulmonar. 2ª Ed. Porto Alegre: ARTMED, 2004.

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Definição de EDIC

Os exercícios fluxo inspiratório controlado (EDIC) consistem de manobras inspiratórias lentas


e profundas executadas em decúbito lateral, colocando-se a região que será tratada em
supralateral. São realizados com a ajuda dos mesmos exercitadores inspiratórios utilizados na
espirometria de incentivo, quer dizer, aqueles que são capazes de objetivar um fluxo
inspiratório lento e o volume inspirado. A posição de decúbito lateral, utilizada para o EDIC,
explora os efeitos de expansão regional passiva dos espaços aéreos periféricos, obtida pela
hiperinsuflação relativa do pulmão supralateral, e o aumento do diâmetro transversal do tórax,
obtido pela inspiração profunda. Esse conceito é então diferente do da “drenagem” postural.

Modalidades de aplicação do EDIC

A execução da manobra de EDIC em supralateral difere pouco de um exercício de espirometria


de incentivo, do qual ela se distingue sob dois aspectos fundamentais: a escolha precisa ou a
seletividade da região que deverá ser tratada e a duração da apneia teleinspiratória.

1. A seletividade é obtida pela adoção de uma posição precisa em função da localização da


afecção:

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 14


- para o tratamento de uma afecção póstero-basal, o sujeito deverá estar em decúbito lateral,
com o corpo ligeiramente girado para frente e a pélvis permanecendo perpendicular ao plano da
maca.

- para o tratamento de uma afecção ântero-basal, como, por exemplo, do lobo médio, o
corpo deverá estar ligeiramente girado para trás e a pélvis mantida perpendicularmente em
relação ao plano de apoio.

A supralateralização da região a ser tratada é recomendada para alcançar um maior diâmetro


torácico transversal no final da inspiração. Esse aumento torácico tende a acentuar as forças
gravitacionais sobre o parênquima pulmonar à procura de uma pressão pleural circundante, “de
chamada”, mais baixa possível, dando lugar a um estado ótimo e localizado de insuflação.

2. A realização de uma apneia teleinspiratória mais longa do que aquela aplicada durante a
EI devido às importantes forças de coesão das obstruções periféricas.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 15


).

Fonte própria da pesquisa, 2012. Afecção póstero-basa.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 16


Fonte: própria da pesquisa, 2012. Afecção ântero-basal

Fonte: Sarmento, pag. 374, 2007.

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 BRITTO, Raquel Rodrigues; BRANT, Tereza Cristina; PARREIRA, Verônica Franco.
Recursos manuais e instrumentais em Fisioterapia respiratória. Barueri, SP:
Manole, 2009
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Exercícios de Fluxo Inspiratório Controlado

Histórico e definição

Os exercícios de fluxo inspiratório controlado (EDIC) são manobras ventilatórias cujas


pesquisas iniciaram-se na década de 1980 pelo fisioterapeuta belga Professor Guy Postiaux e
seu grupo. Segundo os pesquisadores, a ausculta e a analise dos ruídos respiratórios permitem
considerar a ação das inspirações lentas sobre as condensações pulmonares, já que quantidades
importantes de secreção são mobilizadas.

Descrição da técnica

O EDIC constitui-se de duas modalidades de aplicação: póstero-lateral e ântero-lateral. A


seleção da modalidade depende da localização da patologia e definem os efeitos ventilatórios
regionais específicos de sua utilização. A região pulmonar a ser ventilada deve-se encontrar em
posição supralateral.

Posicionamentos do paciente

1. Póstero-lateral

Para realizar o EDIC póstero-lateral, deve-se posicionar o paciente em decúbito lateral com o
tronco ligeiramente inclinado anteriormente e a pelve perpendicular ao plano de apoio.

2. Ântero-lateral

No EDIC ântero-lateral, deve-se posicionar o paciente em decúbito lateral, com o membro


superior fletido e a mão apoiada na região occipital para favorecer o alongamento da
musculatura peitoral.

Passo a passo da técnica

1. Inspiração nasal lenta e profunda recrutando o VRI


2. Pausa pós-inspiratória de 2 a 3 segundos.
3. Expiração oral em nível de capacidade residual funcional (CRF).

Durante a realização do EDIC ântero-lateral, cabe ao fisioterapeuta a realização do


alongamento da musculatura peitoral supralateral durante a inspiração e o retorno do membro
superior em direção ao plano de apoio durante a expiração.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 18


Método de Execução:

A EDIC é uma técnica proposta pelo fisioterapeuta belga Guy Postiaux, estando o paciente com
a região a ser tratada em decúbito supralateral.

- A região pulmonar a ser ventilada deve-se encontrar em posição supralateral.

A seletividade é obtida pela adoção de uma posição precisa em função da localização da


afecção:

 Para o tratamento de uma afecção póstero-basal, o sujeito devera estar em


decúbito lateral, com o corpo ligeiramente girado para frente e a pélvis
permanecendo perpendicularmente ao plano da maca, membro inferior
infralateral com joelho e quadril fletidos.
 Para o tratamento de uma afecção ântero-basal, como por exemplo, do lobo
médio o corpo devera estar ligeiramente girado para trás e a pélvis mantida
perpendicularmente em relação ao plano de apoio, membro inferior infralateral
com joelho e quadril fletidos.
 O Fisioterapeuta pede ao paciente que realize uma inspiração profunda e lenta
com uma mão afastando a crista ilíaca do paciente das costelas e a outra
alongando os músculos peitorais, após a inspiração faz-se um período de apneia
de mais ou menos 6 segundos seguido de uma expiração lenta com o
fisioterapeuta ajudando na deflação pulmonar aproximando as mãos.

CICLO ATIVO DA RESPIRAÇÃO

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 PRESTO, Bruno; PRESTO Luciana Damázio de Noronha. Fisioterapia Respiratória


na UTI, 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
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Ciclo ativo da respiração:

O ciclo ativa da respiração é uma técnica que consiste na associação de manobras de controle
da ventilação (exercício diafragmático), manobras de expansão pulmonar e técnicas de
expiração forçadas (TEF), podendo as manobras de expansão pulmonar estar acompanhadas de
manobras desobstrutivas manuais (vibração, percussão e compressão). Para que o resultado
desta técnica seja positivo, o fisioterapeuta deve assegurar que o paciente compreendeu todas as
etapas da manobra. O ciclo ativo da respiração tem boa indicação em pacientes como doenças
pulmonares crônicas, porém sua execução em crianças e pacientes pouco cooperativos pode ser
impraticáveis.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 19


Técnica:

A técnica pode ser dividida em três fases. A primeira consta em realizar em relaxamento
associado ao exercício diafragmático. Na segunda devem ser executadas manobras de expansão
pulmonar, como por exemplo, incursões profundas associadas à SMI. Há relatos de que as
manobras de expansão torácicas poderiam estar associadas a manobras desobstrutivas manuais,
como vibração torácica, tapotagem e compressão torácica. Por fim, na terceira etapa, o paciente
deverá realizar a técnica de expiração forçada, ou seja, realizar um ou dois huffs e, em seguida,
exercícios diafragmático. É importante enfatizar que o huffing deve ser de volume e fluxo
médios a baixos, mas ele poderá ser de alto fluxo se as secreções brônquicas estiverem em VA
centrais.

A técnica deve ser realizada com o paciente sentado ou adotando uma postura de drenagem.
Geralmente, em pacientes com volume médio de secreção brônquica, deve-se permanecer por
aproximadamente 10 minutos em posição de drenagem, e assim continuar as fases da técnica.
Os ciclos devem Cesar quando a remoção da secreção for alcançada ou se o paciente cansar, ou
seja, até que os objetivos do fisioterapeuta sejam concluídos ou não haja possibilidade de
realizar a técnica por parte do paciente.

Bases fisiológicas:

As bases fisiológicas do ciclo ativo são, na verdade, a associação da resposta fisiológica à


execução de cada técnica.

A execução do exercício diafragmático tem como objetivo relaxar o paciente, a fim de que ele
possa descansar entre a execução das técnicas e, consequentemente, reduzir o trabalho
ventilatório.

As manobras de expansão torácica são utilizadas para favorecer a ventilação colateral tentando
“alcançar” as constantes de tempo, para abrir VA colapsadas e evitar a precipitação de
airtrapping e crises de broncoespasmo após a realização do huffing

Nas manobras de TEF, o objetivo estará diretamente relacionado à execução dos huffs. Um
huffing de médio a baixo volume pulmonar associado a baixos volumes expiratórios favorece a
remoção de secreção de VA periféricas pelo deslocamento dos pontos de igual pressão. Este
tipo de manobra pode ser utilizado no inicio do ciclo ativo para deslocar as secreções em
direção às VA de grande calibre. Em contrapartida, o huffing com altos volumes tem como
finalidade a expectoração de secreções em VA centrais, por meio do deslocamento dos pontos
de igual pressão para as VA de grande calibre. Logo, este tipo de manobra deve ser realizado
apenas quando for assegurado que as secreções estão “alcançáveis”. Um método simples para
avaliar a localização das secreções nas VA, durante a aplicação do ciclo ativo. É a ausculta
pulmonar. É fundamental a execução do controle diafragmático após a técnica de huffings, para
que o paciente descanse e para evitar o colapso dinâmico das VA.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 20


Precauções:

As precauções do ciclo ativo, na realidade, são recomendações. O ciclo ativo pode ser útil
como manobra desobstrutiva, porém, se as manobras forem executadas em ordem errada, pode-
se estar comprometendo a eficácia dele. Não se deve, por exemplo, realizar primeiro o huffing
com altos volumes se as secreções não estiverem em VA centrais. A falta de execução dos
ciclos de exercício diafragmático pode prejudicar a técnica e levar o paciente a uma exaustão
precoce.

Dessa forma sugere-se a execução da seguinte estratégia. Começar o ciclo ativo, sempre, com o
exercício diafragmático com aproximadamente 5 ciclos ventilatórios, para que o paciente se
familiarize com a técnica. Na sequência, utilizar as técnicas de expansão pulmonares durantes
três ou quatro incursões ventilatórias. Em seguida, realizar outro ciclo de exercício
diafragmático seguido da TEF, com volumes baixos e realização de, no máximo, dois huffs,
com a realização do exercício diafragmático novamente. Por fim, recomenda-se terminar o
ciclo ativo com as manobras de expansão torácica, para evitar que após a técnica haja colapso
dinâmico das VA, tentando assegurar ventilação pulmonar.

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 BRITTO, Raquel Rodrigues; BRANT, Tereza Cristina; PARREIRA, Verônica Franco.
Recursos manuais e instrumentais em Fisioterapia respiratória. Barueri, SP:
Manole, 2009.
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O ciclo ativo das técnicas respiratórias (CATR) é uma técnica desobstrutiva com a finalidade
de promover a perviedade das vias aéreas a partir da periferia pulmonar. O controle da
respiração, os exercícios de expansão torácica e a técnica de expiração forçada (TEF)
combinados fundamentam o CATR. A TEF foi desenvolvida por Thompson e Thompson, em
1968, para auxiliar no deslocamento das secreções em pacientes asmáticos. Pryor e Webber,
1979, descreveram pela primeira vez a técnica, e em 1992, renomearam a TEF para Ciclo Ativo
das técnicas respiratórias com o objetivo de incorporar os exercícios de expansão torácica e os
períodos de controle da respiração juntamente com a TEF.

Descrição da técnica:

O paciente pode posicionar-se em decúbito dorsal, ventral, lateral ou assentado e realizar a


técnica de forma independente ou com assistência. A drenagem postural pode estar associada a
essas posições.

O ciclo ativo das técnicas respiratórias compõe-se das seguintes fases:

1. Controle da respiração (CR)


Esta é a fase na qual o paciente deve relaxar a região torácica superior e os ombros e respirar
calmamente usando o tórax inferior. O controle da respiração deve ser realizado por meio de
inspirações e expirações em nível de VC. Esta fase pode ser repetida de três a quatro vezes.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 21


2. Exercícios de expansão torácica (EET)

Consistem em exercícios de inspirações profundas realizadas da seguinte forma.


- Inspiração nasal lenta em nível de VRI
- Pausa Pós Inspiratória de 2 a 3 segundos em nível de CRF
essa fase pode ser repetida de 3 a 4 vezes.
-Durantes esta fase, no momento da pausa, podem ser realizadas as técnicas de percussão,
tapotagem e vibração.
3. Técnica de expiração Lenta (TEL)
Esta técnica consiste em uma ou duas expirações lentas realizadas a baixo volume pulmonar
conforme descrição a seguir.

- Inspiração nasal a VC;


- expiração oral lenta com a glote aberta recrutando percentuais de VRE.
Após sua realização, faz-se um período de controle da respiração.

Esta fase pode ser repetida até duas vezes, caso as secreções atinjam as vias aéreas proximais, o
paciente deve finalizar o ciclo utilizando uma expiração rápida a alto volume (huffing),
promovendo a higiene brônquica. Alguns pacientes não realizam, até mesmo, a tosse
espontânea. Caso as secreções não atinjam as vias aéreas proximais, todo o ciclo deve ser
repetido.

-- Para que a etapa 2 da TEL seja realizada de modo eficiente, é necessário manter a glote
aberta com auxilio de um bocal e utilizar ativamente a musculatura abdominal e da parede
torácica.

Os três componentes do ciclo ativo estão combinados conforme a seguinte sequencia:


- Controle da respiração;
- Exercícios de expansão torácica;
- Controle da respiração;
- Exercícios de expansão torácica;
- Controle da respiração;
- Técnica de expiração Lenta;
- Controle da Respiração;
- Técnica de Expiração Forçada (huffing) ou tosse espontânea.

Recomenda-se que o CATR seja realizado por no mínimo, 10 minutos na posição que melhor
favorecer a desobstrução. A técnica deve ser interrompida quando a tosse se apresentar seca

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 22


após uma ou duas expirações forçadas a baixo volume pulmonar em um período de até 30
minutos.

É importante salientar que a técnica pode ser aprendida pelo paciente para que ele possa
realizá-la quantas vezes forem necessárias durante o dia de forma autônoma e segura.

Princípios Fisiológicos de cada técnica respiratória:

Controle da respiração:

Nesta fase, em que o paciente é encorajado a respirar a volume corrente utilizando o diafragma,
é possível prevenir o aumento na obstrução ao fluxo aéreo. O controle da respiração é o único
momento, durante a realização do ciclo ativo, em que o paciente se encontra relaxado e com
dispêndio mínimo de energia.

Exercícios de expansão torácica:

Estes exercícios auxiliam a ventilação dos canais colaterais por diminuírem a resistência ao
fluxo aéreo no sistema colateral e gerarem forças expansivas nos alvéolos adjacentes. A pausa
pós-inspiratória, realizada durante esta fase, tem o propósito de diminuir a velocidade do fluxo
aéreo, equalizar as pressões, e, assim, ventilar as vias periféricas e favorecer o deslocamento
das secreções durante a expiração.

Técnica de expiração lenta:

A TEL requer o mínimo de esforço do paciente e tem a finalidade de mobilizar as secreções


situadas em vias aéreas médias em direção às vias aéreas centrais. Por ser uma manobra de
expiração forçada, ocorrerá compressão dinâmica das vias aéreas a partir do ponto de igual
pressão, e a velocidade do fluxo aéreo aumentará, permitindo o deslocamento ascendente das
secreções. Portanto, é necessário que o ponto de igual pressão desloque para as vias aéreas
centrais, evitando o colabamento alveolar. Isso ocorrerá se o volume pulmonar a ser exalado for
baixo e realizado lentamente de modo a prolongar a expiração.

Efeitos Fisiológicos:

- maximização da ventilação nos canais colaterais;

- mobilização de secreções das vias aéreas médias.

Indicações:

- Pacientes Idosos, Jovens e crianças cooperativas e com bom entendimento da técnica;

- pacientes hipersecretivos e com patologias pulmonares de diversas origens;

- pacientes em pós-operatório;

- pacientes com DPOC

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Contra-indicações:

- Pacientes não cooperativos;

- pacientes extremamente doentes.

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 SARMENTO, George Jerre Vieira et. al., Fisioterapia respiratória em pediatria e


neonatologia. Barueri, SP: Manole, 2007.
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Ciclo Ativo da Respiração (CAR):

A técnica do ciclo ativo da respiração foi inicialmente descrita como técnica de expiração
forçada, e só, aos tarde, em 1968, documentada como CAR, PR/or Thompsom & Thompsom².
Essa técnica tem se mostrado efetiva tanto para depuração das vias aéreas como para a melhora
da função pulmonar.

A técnica deve ser adaptada às características individuais de cada paciente, mas cada
componente do ciclo é claramente definido: controle respiratório (CR), exercícios de expansão
torácica (EET) e técnica de expiração forçada (TEF).

Controle respiratório

Consiste em respiração suave, normal, em volume-corrente, usando o tórax inferior com


relaxamento do tórax superior. É a parte essencial do ciclo, pois permite pausas para descanso,
minimiza qualquer potencial aumento para obstrução do fluxo aéreo e mantém a saturação do
oxigênio. A duração da pausa depende dos sinais de obstrução ao fluxo aéreo de cada paciente
individualmente.

Exercícios de expansão torácica.

São exercícios respiratórios profundos que enfatizam a inspiração, com a expiração suave, não
forçada. Com o aumento no volume pulmonar se reduz a resistência ao fluxo aéreo em direção
aos canais colaterais. A passagem do ar ao longo desses canais e por trás das secreções pode
facilitar a mobilização do muco. Em alguns pacientes, uma apneia de três segundos ao final da
inspiração aumentará este efeito. Três ou quatro EET podem ser combinados com vibrações
torácicas ou tapotagem, e devem ser seguidos por CR. A tapotagem e as vibrações parecem ser
úteis em alguns pacientes, mas são desnecessárias em outros.

Técnica de expiração forçada (TEF)

Consiste na combinação de uma ou duas expirações forçadas (huffs) iniciadas a alto, médio ou
baixo volume pulmonar, e períodos de respiração controlada. Os huffs são obtidos graças a
contração energética dos músculos respiratórios, principalmente abdominais.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 24


A TEF é realizada de forma ativa em crianças maiores, ou pode ser executada por meio de uma
pressão manual toracoabdominal, passivamente pelo terapeuta, nos pacientes não
colaborativos.

Um huff de baixo volume, ou seja, iniciado na capacidade residual funcional, devera ser
utilizado para mobilizar secreções localizadas na periferia pulmonar. Quando o muco atingir
vias aéreas mais proximais, um huff ou tosse com alto volume pulmonar (iniciado na
capacidade pulmonar total) pode ser usado para elimina-lo. O comprimento do huff e a força de
contração dos músculos expiratórios deverão ser alterados para maximizar a depuração das
secreções.

Durante a execução da técnica, a pressão intratorácica e o fluxo bucal aumentam


simultaneamente, o que leva a um fluxo inicial menos elevado que durante a tosse, mas seus
efeitos são semelhantes, pois possuem o mesmo mecanismo. Deve-se, por tanto, preferir a TEF
no lugar da tosse, em casos de possível instabilidade das vias aéreas proximais.

É indicada quando as secreções estão localizadas em brônquios de maior calibre e traqueia.


Esse fato implica sua associação com outras técnicas para depuração de vias aéreas periféricas.

Atualmente, as indicações da TEF foram reduzidas em razão das numerosas contra-indicações


e limites que apresenta. A técnica pode levar ao aumento do tônus da musculatura lisa dos
brônquios, hipoxemia e atelectasias. Em afecções crônicas, pode causar o aparecimento de
colapso brônquico em regiões dependentes do pulmão e principalmente, em brônquios
proximais. Não deve ser utilizada em doenças neuromusculares, pois requer participação
muscular ativa efetiva.

Método de Execução:

- A técnica do ciclo ativo da respiração foi inicialmente descrita como a técnica de expiração
forçada e só mais tarde, em 1968, documentada como CAR, por Thompson & Thompson.

- Pryor e Webber, em 1979, descreveram pela primeira vez a técnica

- A técnica é uma combinação de técnica de expiração forçada, controle da respiração e


exercícios de expansão torácica. Dessa forma, a técnica de ciclo ativo da respiração (CAR) é
efetiva na remoção de secreções.

- A técnica deve ser adaptada às características individuais de cada paciente, mas cada
componente do ciclo é claramente definido: controle respiratório (CR), exercícios de expansão
torácica (EET) e técnica de expiração forçada (TEF).

- O paciente pode posicionar-se em decúbito dorsal, ventral, lateral ou assentado e realizar a


técnica de forma independente ou com assistência.

- O tempo de execução do CAR, como em qualquer técnica de fluxo expiratório ou compressão


do gás, depende da quantidade de secreção, da localização da secreção e da fadiga do paciente.

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Os três componentes do ciclo ativo estão combinados conforme a seguinte sequencia:

- Controle da respiração;
- Exercícios de expansão torácica;
- Controle da respiração;
- Exercícios de expansão torácica;
- Controle da respiração;
- Técnica de expiração Lenta;
- Controle da Respiração;
- Técnica de Expiração Forçada (huffing).

GLOSSOPULSÃO RETRÓGRADA (GPR)

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 POSTIAUX, Guy; et. al. Fisioterapia respiratória pediátrica: o tratamento guiado por
ausculta pulmonar. 2ª Ed. Porto Alegre: ARTMED, 2004.
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A Glossopulsão retrógrada (GPR)

Definição da GPR

A glossopulsão retrógrada (GPR) é uma manobra aplicada na criança pequena, que não
consegue expectorar. Tem como objetivo conduzir as expectorações expulsas pela tosse desde
o fundo da cavidade bucal, onde podem ser coletadas. Embora essa técnica não seja uma
inspiração forçada, ela faz parte das técnicas de desobstrução das vias aéreas extratorácicas,
complementando-as, o que justifica sua descrição nesta seção do capitulo.

Modalidade de aplicação da GPR

Depois de a tosse ter projetado as secreções no fundo da cavidade bucal, o fisioterapeuta seguro
com uma das mãos a cabeça do lactente. Os quatro dedos exteriores são ligeiramente apoiados
sobre o crânio, e o polegar deve ser apoiado sob o maxilar inferior, na base da língua,
impedindo a deglutição. Durante o tempo expiratório segue, o estreitamento da região
orofaríngea aumenta a velocidade do ar expirado e impulsiona o catarro até a comissura dos
lábios. O escarro é coletado então sobre um lenço de papel ou em um recipiente.

Elementos objetivos da validação da GPR

Esta técnica permite coletar as expectorações do lactente, o qual evidentemente não consegue
cuspir e, habitualmente, as deglute. A deglutição das secreções leva à destruição da maior parte
dos germes pela acidez gástrica. Convém assinalar que um volume importante de
expectorações deglutidas pode provocar um reflexo emetizante e o vômito. É um inconveniente
menor. A validação dessa técnica não parece ser necessária.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 26


Indicações, contra-indicações e limites da GPR

Embora o gesto seja elegante, é muito desconfortável e não tem outra utilidade prática a não ser
o exame macroscópico da expectoração pelo fisioterapeuta, que aprecia sua coloração,
consistência, qualidades reológicas e a eventual presença de sangue. Em caso de expectorações
purulentas, ocasionalmente aplicamos para mostrá-la aos familiares, para que assim tomem
consciência da importância da boa higiene e da necessidade de um ambiente sadio, não
agressivo, no que diz respeito ao aparelho respiratório.

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 SARMENTO, George Jerre Vieira. Fisioterapia respiratória em pediatria e


neonatologia.– Barueri, SP: Manole, 2007.
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Glossopulsão Retrógrada

Fonte: Sarmento, pag. 237, 2007

Técnica utilizada em pacientes pediátricos, com a finalidade de conduzir as secreções expulsas


pela tosse contidas no fundo da cavidade bucal.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 27


Após a tosse, a secreção deslocada pode se acumular no fundo da cavidade bucal. A técnica de
glossopulsão retrógrada consiste em segurar a cabeça da criança apoiando quatro dedos sobre
ela, enquanto o polegar apoia a mandíbula e exerce uma discreta pressão na base da língua,
para impedir a deglutição. Na fase expiratória, o estreitamento provocado pela compressão
aumenta a velocidade do ar expulsando e impulsionando a secreção em direção as comissuras
labiais, de onde podem ser retiradas. Essa técnica foi proposta por Bartle em 1988 e sua
denominação foi dada por Postiaux et AL., após discussão com o autor.

Método de Realização:

A GPR é uma Técnica utilizada em pacientes pediátricos, com o objetivo final de conduzir as
secreções expulsas pela tosse que se encontram no fundo da cavidade oral.

Essa técnica foi proposta por Bartle em 1988 e sua denominação foi dada por Postiaux.

- A glossopulsão retrógrada (GRP) é uma manobra aplicada na criança pequena, que não
consegue expectorar. Tem como objetivo conduzir as expectorações expulsas pela tosse desde
o fundo da cavidade bucal, onde elas aparecem, ate a comissura labial, onde podem ser
coletadas.

A técnica consiste em:

Depois de a tosse ter projetado as secreções no fundo da cavidade oral, o fisioterapeuta segura
com uma das mãos a cabeça do lactente, apoiando quatro dedos sobre ela, enquanto o polegar
deve ser apoiado sob o maxilar inferior, na base da língua, impedindo a deglutição. Na fase
expiratória, o estreitamento provocado pela compressão aumenta a velocidade do ar expulsando
e impulsionando a secreção em direção as comissuras labiais, de onde podem ser retiradas.

EXPIRAÇÃO LENTA E PROLONGADA (ELPR)

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 BRITTO, Raquel Rodrigues; BRANT, Tereza Cristina; PARREIRA, Verônica Franco.


Recursos manuais e instrumentais em Fisioterapia respiratória. Barueri, SP:
Manole, 2009.
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Expiração Lenta e Prolongada (ELPr)

A expiração Lenta Prolongada (ELPr) é uma técnica de higiene brônquica com o objetivo de
deslocar secreções de vias aéreas periféricas para vias aéreas mais proximais.

A criação dessa técnica se deu a partir de estudos a respeito da técnica de expiração lenta total
com glote aberta em infralateral (ELTGOL). Como a ELTGOL é dirigida a adolescentes e
adultos, criou-se a ELPr com base nos mesmos princípios fisiológicos, porem dirigida a
crianças.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 28


A validação de eficácia desta técnica foi obtida por meio de parâmetros clínicos e pela
comparação de parâmetros mecânicos ventilatórios e estetoacústicos.

As técnicas de expiração lenta são direcionadas a todos os distúrbios ventilatórios e obstrutivos


causados por acúmulo de secreções em vias aéreas médias. Suas vantagens estão relacionadas
ao baixo gasto de energia imposto ao paciente e a pequena variação na pressão transmural
bronquial, diminuindo assim o risco de colapso das estruturas pulmonares distais e o sequestro
de ar sem que ocorra zona de estreitamento bronquial.

Descrição da técnica:

Trata-se do prolongamento de uma expiração espontânea, que se dá por meio de uma


pressão manual exercida de forma continua simultaneamente sobre o tórax e o abdome, com o
objetivo de potencializar o fluxo expiratório e obter um aumento do tempo de saída do ar nas
diferentes gerações brônquicas do aparelho respiratório periférico.

Com a criança em decúbito dorsal em uma superfície rígida, o fisioterapeuta posiciona


uma das mãos sobre o tórax, respeitando-se a mobilidade costal, e a outra sobre o abdome. Ao
final da expiração espontânea da criança, faz-se o deslocamento no sentido caudal da mão
apoiada sobre o tórax concomitantemente ao deslocamento no sentido cranial da mão apoiada
sobre o abdome. Essa pressão deve ser mantida durante dois a três tempos inspiratórios, quando
então é liberada, permitindo que a criança respire normalmente. Aguarda-se então a próxima
expiração para que possa ser reiniciada a manobra, caso seja necessário. Para se certificar de
que o número de manobras realizadas foi suficiente para deslocar a secreção intratorácica, é
importante que o fisioterapeuta realize a ausculta respiratória entre uma manobra e outra.

Esta técnica é indicada para lactentes que apresentam secreção em vias aéreas
intratorácicas, preferencialmente vias aéreas médias, porém, pode ser aplicada em crianças até
a faixa etária entre 8 e 10 anos.

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 POSTIAUX, Guy; et. al. Fisioterapia respiratória pediátrica: o tratamento guiado por
ausculta pulmonar. 2ª Ed. Porto Alegre: ARTMED, 2004.

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Expiração Lenta e Prolongada (ELPr)

É uma técnica de ajuda expiratória ao lactante obtida por meio de uma pressão manual tóraco
abdominal lenta que se inicia ao final de uma expiração espontânea e prossegue até o volume
residual (VR). Seu objetivo é obter um volume expirado maior que o de uma expiração normal
que ela apenas prolonga e completa.

Modalidades de aplicação da ELPr

É uma técnica totalmente passiva em função da idade e da incapacidade do pequeno paciente


em cooperar. Coloca-se a criança em decúbito dorsal sobre uma superfície semi-rígida. Uma

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 29


pressão manual conjunta abdominal e torácica é exercida pelo fisioterapeuta ao final do tempo
expiratório espontâneo e prossegue até o volume residual. Essa pressão é lenta e chega a se
opor a duas ou três tentativas inspiratórias. Não se deve exercer qualquer pressão durante a
primeira parte da expiração. A manobra pode ser acompanhada de vibrações. Ao final, o
reflexo de Hering-Brewer pode induzir uma fase inspiratória rápida que se aproveita para
realizar a desobstrução rinofaríngea retrógrada – DRR.

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 SARMENTO, George Jerre Vieira. Fisioterapia respiratória em pediatria e


neonatologia. Barueri, SP: Manole, 2007.

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Expiração Lenta Prolongada (ELPr)

Fonte: Sarmento, pag 365, 2007.

É uma adaptação da técnica ELTGOL para aplicação em neonatos e/ou lactentes, baseada no
mesmo princípio de cisalhamento do muco brônquico por fluxo aéreo lento.

- Descrita por Postiaux, por volta de 1980. Seu objetivo é obter um volume expiratório maior
que o de uma expiração normal, buscando a melhor desinsuflação pulmonar e a depuração da
periferia bronco pulmonar.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 30


Trata-se de uma técnica inteiramente passiva em razão da idade e incapacidade do recém-
nascido (RN) em cooperar.

- É uma técnica de higiene brônquica com o objetivo de deslocar secreções de vias aéreas para
vias aéreas mais proximais.

- Coloca-se a criança em decúbito dorsal sobre uma superfície semirrígida. Uma pressão
manual conjunta abdominal e torácica é exercida pelo fisioterapeuta ao final do tempo
expiratório espontâneo e prossegue ate o volume residual.

DESOBSTRUÇÃO RINOFARINGEA RETROGRADA (DRR)

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 BRITTO, Raquel Rodrigues; BRANT, Tereza Cristina; PARREIRA, Verônica Franco.


Recursos manuais e instrumentais em Fisioterapia respiratória. Barueri, SP:
Manole, 2009.

Desobstrução rinofaríngea Retrograda associada à instilação (DRR+I):

A criança deve estar posicionada em decúbito dorsal. O fisioterapeuta deve prepara o


soro a ser instilado em um conta-gotas ou em uma seringa (sem agulha). Ao realizar-se a
manobra, como já descrita no item anterior, instila-se o soro em uma das narinas. Repetir o
mesmo procedimento na outra narina.

Durante a aplicação da DRR ou Desobstrução Rinofaríngea Retrograda associada a


Instilação (DRR+I), pode ocorrer um breve episódio de “perda de fôlego”, principalmente em
crianças menores, o que pode ser contornado posicionando-a assentada ou elevando-a em
decúbito ventral.

A obstrução de vias aéreas extratorácicas em grau severo requer um número maior de


intervenções que podem ser realizadas diariamente. A prevenção de reincidência dos casos de
obstrução de vias aéreas extratorácicas faz-se por meio da orientação à mãe quanto à utilização
da técnica em domicilio.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 31


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 POSTIAUX, Guy; et. al. Fisioterapia respiratória pediátrica: o tratamento guiado por
ausculta pulmonar. 2ª Ed. Porto Alegre: ARTMED, 2004.
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Desobstrução Rinofaríngea Retrógrada (DRR)

Chamamos de Desobstrução Rinofaríngea Retrógrada (DRR) a uma manobra inspiratória


forçada destinada à desobstrução da rinofaringe, acompanhada ou não de instilação local de
uma substância terapêutica. Essa técnica é direcionada à criança pequena com menos de 24
meses. Na criança com mais idade, pode-se recorrer a nasoaspiração ativa.

Esta manobra tem sido intuitivamente aplicada no lactente bronco-obstrutivo.


Complementamo-no-la pessoalmente com a instilação local de substancias medicamentosa. Ela
se baseia no principio da nasoaspiração passiva na criança pequena e possui dois objetivos.

1 – A desobstrução da nasofaringe

2 – O depósito local de substâncias medicamentosas.

Modalidades de aplicação da DRR

A DRR empregada sozinha:

Passiva ou ativa, a DRR aproveita o reflexo inspiratório que se segue à ELPr, à TP ou, melhor
ainda, ao choro no final do tempo expiratório, a boca da criança é fechada com o dorso da mão
que acaba de concluir seu apoio torácico expiratório e eleva a mandíbula inferior, obstruindo
rapidamente o orifício bucal e forçando assim, a criança a uma nasoaspiração. De outra
maneira, a mão abdominal, que conclui seu apoio expiratório passa a apoiar a mandíbula
inferior para fechar a boca. Quando a obstrução das vias aéreas extratorácicas é patente, essa
manobra é repetida várias vezes durante a higiene brônquica.

A DRR complementada por uma instilação local (DRR+I)

Propomos complementar a DRR com uma instilação local (DRR+I) de uma substância
medicamentosa cuja escolha é feita em acordo com o médico responsável. A instilação nas vias
respiratórias extratorácicas de soro fisiológico, ou, em acordo com o médico, de uma substância
medicamentosa, deveria quase sistematicamente complementar a higiene broncopulmonar do
lactente devido a associação frequente da obstrução brônquica com a da nasofaringe. A DRR
realizada para instilar a nasofaringe garante a penetração mais profunda possível da substancia,
isto é, até o cavum.

A modalidade de aplicação difere um pouco da DRR utilizada isoladamente:

1- Fase Preparatória: o fisioterapeuta prepara a quantidade desejada da substancia que


será administrada em uma conta gotas que sustenta com uma das mãos diante do

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 32


orifício nasal a ser instilado, enquanto o antebraço correspondente é apoiado sobre o
tronco e localiza os movimentos respiratórios do paciente. A palma da outra mão é
apoiada sobre a boca do paciente, permitindo uma expiração bucal por meio do dedo
mínimo e do anular ligeiramente separado. A mesma mão permite ao fisioterapeuta,
por um lado, garantir a imobilidade da cabeça e, por outro, mantê-la em ligeira
hiperextensão, com a narina verticalmente ao lobo da orelha homolateral. O lobo da
orelha está localizado quase na altura do cavum, lateralmente. A cabeça também
está ligeiramente girada para o lado da narina que deverá ser instilada, de tal forma
que o produto instilado, sobretudo quando se trata de um mucolítico ou antibiótico,
banhe o orifício da trompa de Eustáquio durante sua passagem pelo cavum. De uma
correta posição da cabeça dependem a penetração e a chegada com êxito do produto
até o cavum, objetivo essencial da manobra.
2- Fase de Instilação: durante o tempo inspiratório que se segue à expiração prolongada
induzida pelo choro, os dedos se juntam para fechar o orifício bucal e para impor
uma inspiração nasal repentina. Esse breve tempo inspiratório é aproveitado para
expulsar vigorosamente o produto do conta-gotas na narina. A inspiração que se
segue ao choro é muito rápida, e o ar inspirado serve de vetor ao produto instilado.
3- Fase de mobilização das secreções: após ter instilado cada narina, a criança é
mantida de decúbito dorsal durante cerca de um minuto, durante o qual são
realizados leves pressões na base da língua com o polegar. Essa manobra empurra a
língua contra o palato e obstrui a via respiratória bucal. O desconforto respiratório
resultante é traduzido em alguns movimentos ventilatórios de vai-e-vem rápidos e
desordenados, que têm como efeito agitar as secreções e a medicação que estão
contidas no cavum. É a fase para sua expulsão.
4- Fase de evacuação: depois de cerca de um ou dois minutos, as secreções podem ser
eliminadas de três formas: espontaneamente, por intermédio de uma “tosse nasal”
que as projeta para o exterior; por deglutição ou por expulsão durante uma manobra
de retorno. A manobra de retorno consiste em colocar a criança em decúbito ventral.
Isso provoca um reflexo postural de manutenção da cabeça, que faz com que ela se
projete para trás, ficando a criança apoiada sobre as mãos. O conteúdo do cavum
submetido a ação da gravidade desloca-se para baixo e para a frente, em uma
espécie de “drenagem postural do cavum”, irritando os receptores mecânicos
laríngeos e desencadeando a tosse. Quando esta não ocorre espontaneamente, o
fisioterapeuta recorre a TP.

Elementos objetivos de validação da DRR+I

Esse procedimento constitui uma verdadeira higiene do cavum e, às vezes, dá lugar à emissão
de um volume muito importante de secreções purulentas provenientes da nasofaringe.
Conhecemos o desconforto ventilatório e até o mal-estar geral que sofrem as crianças afetadas
por uma quantidade tão relevante de secreções estagnando e obstruindo as vias aéreas
respiratórias extratorácicas. É pouco provável que, na ausência de um meio mecânico de
expulsão, a simples administração medicamentosa por via sistêmica geral e, inclusive, local

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 33


possa atingir essa região critica e profunda e ter um efeito terapêutico rapidamente observável e
eficaz.

Os sintomas dessas infecções mantidas, relatados pela família, estão muitas vezes presentes há
muitos dias; às vezes, semanas.

É surpreendente constatar a melhora objetiva, eventualmente espetacular, dessas crianças após


duas ou três aplicações do procedimento descrito. Podemos observar também: a sedação da
tosse, a diminuição da temperatura, o desaparecimento do ronco, o restabelecimento da
respiração nasal, o bem-estar geral do lactente e um retorno à alimentação normal.

Indicações da DRR

A DRR, associada ou não à instilação local, costuma ser eficaz no lactente com obstrução
brônquica. Constitui um elemento importante na avaliação especifica do fisioterapeuta. A
instilação por si só consiste, sobretudo, em colocar a mucosa em contato direto com os agentes
medicamentosos, já que sua administração por via geral proporciona uma concentração local
insuficiente. A técnica deveria ser utilizada nas infecções das vias aéreas extratorácicas, rinite,
sinusite, faringite, qualquer que seja sua etiologia. É bom lembrar que se trata de uma manobra
física que não pode substituir nenhum agente medicamentoso. Em caso de infecções repetidas,
teremos que preparar a mãe para que aprenda a realizá-la.

Contra indicações, limites e particularidades da DRR

Em nossa pratica profissional, já nos deparamos com duas contra-indicações formais desta
manobra: a ausência de tosse reflexa ou eficaz, como a que encontramos em pacientes
acometidos de doenças neuromusculares, e a presença de um estridor laríngeo que constitui
uma contra-indicação para a fisioterapia em geral. O médico responsável deverá levar em conta
os antecedentes de reações de hipersensibilidade a algum componente do produto. Devem
também ser tomadas algumas precauções durante a utilização de certos produtos. Embora os
efeitos secundários do tipo broncoespasmáticos sejam raros, foram descritos casos de
pancitopenia provocada pela administração de clorafenicola (contido no fluimucil) no lactente
(sindrome de Grey). Todavia, esse fato fazia referencia à administração prolongada de colírios
por mais de três meses! O número de sessões de instilação aqui descritas e as doses
relativamente baixas utilizadas fazem com que os riscos sejam praticamente nulos. A
reinfecção por germes resistentes não pode ser excluída, embora nunca a tenhamos
comprovado. Deve ser evitado o uso prolongado de certos medicamentos, porque pode ocorrer
a absorção aumentada na mucosa inflamada, sobretudo na criança jovem. A instilação tópica de
um antibiótico só será adotada rara e unicamente em acordo e sob a prescrição do médico
responsável. De fato, alguns antibióticos de uso local, devem, às vezes, ser evitados,
principalmente em caso de angina viral. Os antibióticos podem perturbar a flora bacteriana, e
existe risco de seleção de cepas resistentes.

A acetilcisteína, quando utilizada isoladamente, pode bastar para obter uma fluifidicação que
permita a eliminação das secreções nasofaringeas. Sua ação é imediata e intensa sobre os
líquidos nasofaringeos solidificados (crosta).

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 34


Quando são instilados volumes importantes, pode aparecer um breve episodio de sufocação.
Nesse caso, a criança deve ser colocada em posição sentada, o que normaliza a situação.

Modo e local de ação da DRR + I

Este tratamento local pretende diminuir a obstrução nasal, favorecer a expulsão das secreções
nasofaringeas e, descongestionando os orifícios sinusais e a desembocadura da trompa de
Eustáquio, tentar ventilar novamente essas cavidades. A técnica baseia-se essencialmente na
função de vetor que o ar assume durante a inspiração forçada. Ela também pretende criar o
efeito de Venturi diante dos orifícios sinusais e da trompa de Eustáquio, o que tende a favorecer
a mobilização das secreções dessas cavidades para a corrente principal.

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 SARMENTO, George Jerre Vieira et. al., Fisioterapia respiratória em pediatria e


neonatologia. Barueri, SP: Manole, 2007.
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Desobstrução Rinofaríngea Retrógrada (DRR)

Fonte: Sarmento, pag. 234, 2007.

É uma manobra de inspiração rápida e forçada que utiliza o reflexo inspiratório como recurso
para desobstrução da rinofaringe, com o objetivo de promover a remoção de secreção da
rinofaringe.

O paciente é colocado em decúbito dorsal; ao final da expiração, o fisioterapeuta oclui com os


dedos indicador e médio a boca, enquanto os outros dedos elevam a mandíbula inferior. Como
ação reflexa, o paciente realiza uma inspiração brusca pelo nariz. A desobstrução rinofaríngea
retrógrada (DRR) Poe ser realizada associada à instilação local de solução fisiológica ou à
substância medicamentosa prescrita; esse procedimento é denominado desobstrução
rinofaríngea retrógrada com instilação (DRRI). A secreção mobilizada é removida da
rinofaringe pelo fisioterapeuta.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 35


Método de Execução

- Chamamos de desobstrução rinofaríngea retrograda (DRR) a uma manobra inspiratória


forçada destinada a desobstrução da rinofaringe, acompanhada ou não de instilação local de
uma substancia terapêutica.

A DRR é uma manobra inspiratória forçada destinada à desobstrução da rinofaringe,


acompanhada ou não de instilação local de uma substância terapêutica. Essa técnica é
direcionada à criança pequena com menos de 24 meses e se baseia no principio da
nasoaspiração passiva na criança pequena e possui dois objetivos.

A DRR aproveita o reflexo inspiratório como recurso para desobstrução da rinofaringe, com o
objetivo de promover a remoção de secreção da rinofaringe.

O paciente é colocado em Decúbito Dorsal e ao final da expiração o fisioterapeuta oclui a boca


da criança com o dorso da mão obstruindo rapidamente o orifício bucal, como ação reflexa, o
paciente realiza uma inspiração brusca pelo nariz. Quando a obstrução das vias aéreas
extratorácicas é patente, essa manobra é repetida várias vezes durante a higiene brônquica. A
desobstrução rinofaríngea retrógrada (DRR) Pode ser realizada associada à instilação local de
solução fisiológica ou à substância medicamentosa prescrita; esse procedimento é denominado
desobstrução rinofaríngea retrógrada com instilação (DRRI).

AUMENTO DE FLUXO EXPIRATÓRIO (AFE)

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 BRITTO, Raquel Rodrigues; BRANT, Tereza Cristina; PARREIRA, Verônica Franco.


Recursos manuais e instrumentais em Fisioterapia respiratória. Barueri, SP:
Manole, 2009
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Aumento de Fluxo Expiratório (AFE)

O aumento de fluxo expiratório (AFE) é uma técnica de higiene brônquica que tem como
objetivo terapêutico mobilizar e eliminar as secreções das vias aéreas proximais.

Fisiologia: O aumento do volume de ar produzido pela pressão manual exercida sobre o tórax
da criança promove o deslocamento das secreções presentes na via aérea devido à interação
gás-líquido entre as moléculas de ar que circulam em alta velocidade pela via aérea e a secreção
aderida a parede bronquial. Além disso, a alteração do tipo de fluxo aéreo brônquico, que se
torna instável com formação de turbulências, também modifica as propriedades reológicas do
muco fazendo com que a eliminação das secreções diluídas e deslocadas se torne mais fáceis.

Descrição da técnica:

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 36


Essa técnica deve ser realizada durante o tempo expiratório por meio de uma pressão exercida
por uma das mãos do fisioterapeuta sobre o tórax da criança, deitada em decúbito dorsal. A
outra mão do profissional permanecerá estática sobre o abdome para impedir a dissipação da
pressão para o compartimento abdominal. O fisioterapeuta realizará o movimento sobre o tórax
com o objetivo de desinsuflação, cuja velocidade deve ser superior à de uma expiração
espontânea. Por ser uma manobra antifisiologica, nas crianças menores de 24 meses, seus
efeitos terapêuticos ainda necessitam ser testados.

É indicado para crianças com idade superior a dois anos, que apresentam obstrução brônquica
proximal ou distal.

Fonte própria da pesquisa (2012)

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 SARMENTO, George Jerre Vieira. Fisioterapia respiratória em pediatria e


neonatologia. Barueri, SP: Manole, 2007.

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Aumento de fluxo expiratório (AFE)

Manobra que associa a compressão do tórax e do abdome com a finalidade de aumentar o fluxo
aéreo expiratório. Deslocar secreções brônquicas por aumento brusco do fluxo expiratório é o
principal objetivo dessa manobra.

Ela é aplicada, sobretudo em crianças. O fisioterapeuta coloca uma Mão sobre o tórax e a outra
sobre o abdome e acompanha alguns ciclos respiratórios. No início de uma expiração,
comprime-se o tórax bruscamente, no sentido Antero-posterior e cefalocaudal, enquanto a mão
sobre o abdome impede que haja dissipação da pressão gerada para o compartimento

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 37


abdominal. O aumento do fluxo expiratório apresenta algumas variações, nas quais essa
manobra pode ser aplicada de forma lenta.

Método de Execução

- Tal técnica foi sugerida e apresentada por Barthe, em 1976.

É uma técnica de higiene brônquica que tem como objetivo terapêutico mobilizar e eliminar as
secreções das vias aéreas proximais por aumento brusco do fluxo expiratório, associando a
compressão do tórax e do abdome. É indicado para crianças com idade superior a dois anos que
apresentam obstrução brônquica proximal.

È realizada durante todo tempo expiratório onde o Fisioterapeuta exerce uma pressão com uma
das mãos sobre o tórax da criança, deitada em decúbito dorsal e a outra mão deverá ficar
estática sobre o abdome. No inicio de uma expiração, o fisioterapeuta comprime o tórax
bruscamente, no sentido ântero-posterior e cefalo-caudal, com o objetivo de desinsuflação, cuja
velocidade deve ser superior à de uma expiração espontânea. Enquanto a mão sobre o abdome
impede que haja dissipação da pressão gerada para o compartimento abdominal.

TÉCNICAS EXPANSIVAS ______________________________________________

EXPIRAÇÃO ABREVIADA

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 AZEREDO, Carlos Alberto Caetano; et all. Fisioterapia Respiratória Atual. Ed.


Edusuam, Rio de Janeiro – RJ, 1998.
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É um padrão ventilatorio eminentemente expansivo proposto por Cuello et. al., pelo qual é
possível incrementar o VRI, a CRF e a CPT, favorecendo ainda a dilatação brônquica e
diminuindo o infiltrado intersticial e a congestão vascular pulmonar.
A expiração abreviada consiste em ciclos intermitentes de inspiração profunda, intercalados
com pequenas expirações.

Descrição da Técnica

1ª fase – O paciente inspira pelo nariz, suave e profundamente. Em seguida, expira uma
pequena quantidade de ar
2ª fase – Volta a inspirar profundamente a partir do término da fase 1. Expira novamente uma
pequena quantidade de ar.
3ª fase – Volta a inspirar profundadmente a partir do termino da fase 2, expirando
completamente.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 38


Na expiração abreviada, a realização inspiração/expiração é igual a 3:1, razão pela qual,
mediante volumes de ar acumulativos, atingimos a reeducação da CPT, que em verdade é a
soma dos volumes correntes de reserva inspiratória, expiratória e residual.

Fonte: AZEREDO, pag. 94, 1998

INSPIRAÇÃO FRACIONADA OU EM TEMPOS

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 PRESTO, Bruno; PRESTO Luciana Damázio de Noronha. Fisioterapia Respiratoria


na UTI, 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

A inspiração fracionada e os soluços inspiratórios têm o mesmo objetivo, que é aumentar o


volume pulmonar. A técnica para realiza-las, entretanto, é um pouco diferente. Na inspiração
fracionada, o fisioterapeuta deve solicitar ao paciente que realize uma inspiração seguida de
uma apneuse (pausa inspiratória), e assim sucessivamente até a CPT ser alcançada.

 AZEREDO, Carlos Alberto Caetano; et all. Fisioterapia Respiratória Atual. Ed.


Edusuam, Rio de Janeiro – RJ, 1998.
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Inspiração Fracionada ou em tempos

A inspiração feita de uma só vez pode não ser suficiente para que o paciente desenvolva uma
plenitude inspiratória com finalidade expansiva.

Desta forma, o uso de varias inspirações em um mesmo ciclo ventilatório pode desempenhar
um paple muito importante na terapia atual.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 39


A inspiração é nasal, suave, curta, interrompida por breves períodos de apneia pós inspiratória e
programada para 2,3,4 ou 6 tempos repetitivos.

Para atingir a inspiração em 6 tempos o paciente deve estar em excelentes condições de


mobilidade torácica e bem familiarizado com a técnica, devendo gastar no máximo 2 segundos
por tempo fragmentado; assim sendo, cada ciclo irá demorar aproximadamente 12 segundos
para inspirar, 6 segundos de apneia pós-inspiratória e 4 aa 6 segundos para expirar, totalizando
um gasto aproximado de 25 segundos por ciclo ventilatório.

A expiração é oral até o nível de repouso expiratório, podendo em alguns casos se estender ao
VRE médio. A inspiração é dependente do numero de tempos programados, podendo ser
realizada a médios ou pequenos volumes.

Fonte: AZEREDO, pag. 92, 1998

INSPIRAÇÃO PROFUNDA

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 PRESTO, Bruno; PRESTO Luciana Damázio de Noronha. Fisioterapia Respiratória
na UTI, 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
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A inspiração profunda talvez seja a técnica mais simples de se realizar. Nela o fisioterapeuta
solicita que o paciente realize incursões ventilatórias profundas. Esta técnica pode estar
associada a cinesioterapia motora de membros superiores e/ou membros inferiores.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 40


As incursões profundas podem ser feitas com o paciente deitado, sentado ou até mesmo em
posição ortostática, o principal objetivo desta técnica é aumentar o volume pulmonar. Observa-
se que ao realizar as incursões profundas associadas a cinesioterapia motora, o volume de ar
nos pulmões, ao final da inspiração, tende a ser maior, devido á ventilação colateral, assim
como em pulmões com patologias associada.

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 AZEREDO, Carlos Alberto Caetano; et all. Fisioterapia Respiratória Atual. Ed.


Edusuam, Rio de Janeiro – RJ, 1998
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Inspiração Profunda

Quando temos um paciente estável, motivado, disposto e encorajado a colaborar, o emprego de


padrões de respiração com a inspiração a grandes volumes pulmonares pode traduzir, como
resposta, uma eficiente expansão pulmonar, impedindo o aparecimento de shunt intrapulmonar
e atelectasia.

Os quadros de hipoxemia leve e moderada podem ser revertidos com um programa de


cinesioterapia, no qual a inspiração profunda associada a efetivo controle postural e
suplementação de oxigênio com baixas taxas de fluxo sejam administradas pelo fisioterapeuta
de forma intermitente.

SOLUÇOS INSPIRATÓRIOS

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 PRESTO, Bruno; PRESTO Luciana Damázio de Noronha. Fisioterapia Respiratória


na UTI, 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
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A inspiração fracionada e os soluços inspiratórios têm o mesmo objetivo, que é aumentar o


volume pulmonar. A técnica para realiza-las, entretanto, é um pouco diferente. Nos soluços
inspiratórios, o fisioterapeuta vai solicitar ao paciente que realize uma inspiração subdividida
em inspirações curtas e sucessivas, sem apneuse, até alcançar a CPT.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 41


 AZEREDO, Carlos Alberto Caetano; et all. Fisioterapia Respiratória Atual. Ed.

Edusuam, Rio de Janeiro – RJ, 1998

Soluços Inspiratórios

O regime ventilatório imposto consiste em inspirações subdivididas em curtas e sucessivas,


enérgicas, sem apneia pós-inspiratória, até completar a máxima capacidade inspiratória e a
capacidade pulmonar total, sendo a última inspiração efetuada por via oral.

Cuello demonstrou que, utilizando o padrão ventilatório com soluços inspiratórios, é possível
reexpandir as zonas basais, incrementando a capacidade residual funcional e o VRI,
promovendo a dilatação brônquica e diminuindo o infiltrado intersticial e a congestão vascular
pulmonar.

As sucessivas inspirações são feitas por via nasal e a expiração, por via oral.

Para maior efeito da técnica, as narinas devem estar desobstruídas ou permeáveis, o que pode
ser conseguido por meio da higiene nasal.

Fonte: AZEREDO, pag. 93, 1998

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 42


SUSTENTAÇÃO MÁXIMA DA INSPIRAÇÃO (SMI)

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 PRESTO, Bruno; PRESTO Luciana Damázio de Noronha. Fisioterapia Respiratória


na UTI, 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

A Sustentação máxima da inspiração (SMI) é uma técnica que pode ser utilizada associada a
varias outras.

A técnica consiste em se manter uma apneuse por aproximadamente 5 a 10 segundos. O


objetivo desta pausa é manter o ar por mais tempo nas VA, de forma a promover melhor
ventilação pulmonar e melhor distribuição do fluxo aéreo por meio da interdependência
alveolar e, consequentemente, tentar “alcançar” as maiores constantes de tempo, ou seja, levam
mais tempo para se expandir. Logo, nestes casos, a SMI deve ser mantida por mais tempo.

A frequência do tratamento na maioria dos estudos está em torno de 10 repetições por hora, ou
seja, o fisioterapeuta deve ensinar e encorajar o paciente a realizar a técnica.

 AZEREDO, Carlos Alberto Caetano; et all. Fisioterapia Respiratória Atual. Ed.


Edusuam, Rio de Janeiro – RJ, 1998

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Fonte: AZEREDO, pag. 87, 1998

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 43


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 AZEREDO, Carlos Alberto Caetano; et all. Fisioterapia Respiratória Atual. Ed.


Edusuam, Rio de Janeiro – RJ, 1998
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É a forma como se processa a ventilação pulmonar em um determinado momento, levando-se


em consideração o ritmo ventilatório, profundidade ventilatória e trabalho respiratório.

O padrão ventilatório sempre estará alterado na presença de distúrbios obstrutivos ou restritivos


e a manutenção do mesmo implica sempre a normalidade da complacência e da resistência das
vias aéreas.

Toda atividade cinesica de padrão ventilatório, seja simples ou complexa, deverá ser eleita,
focada na fundamentação dos objetivos a serem alcançados, baseando-se em ausculta
pulmonar, controle radiológico, inspeção (ritmo, profundidade e trabalho ventilatório) e história
do paciente.

Sua utilização serve para não provocar um trabalho excessivo, não necessitando de aparatos
especiais, sendo de fácil aprendizagem.

Podem ser classificados em padrões respiratórios reexpansivos e desinsuflativos.

PADRÕES RESPIRATÓRIOS REEXPANSIVOS____________________________

Os principais objetivos dos padrões Respiratórios Reexpansivos são:


- aumentar a expansibilidade tóraco-pulmonar;

- aumentar a complacência;
- aumentar a ventilação pulmonar;
- aumentar volumes e capacidades pulmonar;
- melhorar as trocas gasosas e oxigenação;
- reverter atelectasias;
- aumentar a força muscular respiratória.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 44


 Inspiração Profunda ou Deep Inspiration – Nesse tipo de padrão predomina a
inspiração profunda não excessiva, sempre ao nível do volume de reserva inspiratório,
sem forçar a capacidade inspiratória máxima, lenta e uniforme por via nasal. A
expiração é por via oral, uniforme e sem variações bruscas, não excedendo muito o
nível do VRE. O objetivo deste padrão é melhorar a profundidade ventilatória e a
complacência pulmonar, podendo ser aplicada, portanto, em pacientes portadores de
complacência pulmonar diminuída sem incremento da resistência das vias aéreas.

 Inspiração Máxima Sustentada (SMI): Trata-se de fazer com que o paciente,


utilizando-se de inspirômetros de incentivo ou não, realize uma inspiração ativa forçada
que deverá ser sustentada por um determinado intervalo de tempo. Atua basicamente
em termos de acréscimo sobre o VRI, na pressão transpulmonar e na capacidade
pulmonar total.

Fonte da pesquisa (2012) Inspiração Máxima Sustentada

 Inspiração em Tempos ou Inspiração Fracionada - Consiste em inspirações nasais,


suaves e curtas, interrompidas em curtos períodos de pausas inspiratórias, programadas
para 2,3,4 ou 6 tempos e finalizadas com expiração oral até o nível do repouso
expiratório, podendo, em alguns casos, se estender ao volume de reserva expiratório. É
indicado para melhorar a complacência tóraco-pulmonar e no incremento da capacidade
inspiratória, sendo, porém contra -indicado em pacientes que apresentam elevada
resistência das vias aéreas.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 45


Fonte da pesquisa (2012) Inspiração em Tempos

 Soluços Inspiratórios (Sniff Inspiration) – Baseia-se em uma inspiração subdividida


em inspirações curtas e sucessivas efetuadas pelo nariz, acumulativamente, até atingir a
capacidade pulmonar total, e então, realiza-se uma expiração oral completa e suave. Ao
realizar este padrão respiratório, é possível reexpandir as zonas basais, incrementando a
capacidade residual funcional e o volume de reserva inspiratório, promovendo melhora
da complacência tóraco-pulmonar.

Fonte: Azeredo, pag 93, 1998. Fonte: Azeredo, pag. 244, 1994.

 Expiração Abreviada - Consiste em inspirações nasais profundas e suaves intercaladas


por expirações orais abreviadas. Com esse padrão consegue-se incrementar o volume de
reserva expiratório, a capacidade residual funcional (CRF) e a capacidade pulmonar
total (CPT).

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 46


 Inspiração desde a Capacidade Residual Funcional – Fundamenta-se em uma
expiração oral tranqüila até o nível do repouso expiratório para, em seguida, ocorrer
uma inspiração profunda. Neste padrão a atividade diafragmática é evidente, ocorrendo,
portanto um incremento na ventilação de zonas basais pulmonares.

Fonte: Azeredo, pag. 97, 1998.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 47


 Inspiração desde o Volume Residual – Tem como base uma expiração oral forçada até
atingir o volume residual, seguida de uma inspiração nasal ao nível da capacidade
inspiratória. Com este padrão ocorre um aumento do volume corrente e da capacidade
vital, favorecendo o incremento da ventilação nas zonas apicais do pulmão.

Fonte: Azeredo, pag. 98, 1998.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 48


PADRÕES RESPIRATÓRIOS DESINSUFLATIVOS _____________________________

Os principais objetivos desta categoria de padrões ventilatórios são:


- aumento do fluxo expiratório;
- melhora do trabalho antagônico e sinérgico desta musculatura em relação à musculatura
inspiratória;

- interação tórax-abdome;
- melhora da mecânica ventilatória.

 Inspiração Abreviada – Trata-se de uma inspiração ao nível do volume corrente,


seguida de uma expiração contínua, lenta, de preferência associada ao freno labial até
atingir o nível do volume de reserva expiratório para, em final de três repetições, voltar
com uma inspiração profunda ao nível da capacidade inspiratória máxima. Com o uso
desse padrão que interrompe o ciclo expiratório contínuo ao seu nível máximo por uma
pequena inspiração, torna-se possível criar condições biomecânicas e ventilatórias que
ajudem a desinsuflar os pulmões em condições em que a complacência se encontre
alterada.

Fonte: Azeredo, pag.96, 1998.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 49


 Freno Labial ou Retardo Expiratório – Esta é fundamentada em uma inspiração nasal
seguida por uma expiração oral suave, realizando-se um retardo expiratório que pode
ser obtido através dos dentes cerrados e lábios propulsados ou franzidos. Este padrão
permite a manutenção da integridade dos condutos aéreos pelo deslocamento do ponto
de igual pressão, evitando o colabamento precoce que ocorre por influência do
predomínio da pressão intratorácica sobre as paredes brônquicas promovendo, portanto
a desinsuflação pulmonar.

Fonte da pesquisa (2012) Freno Labial

Fonte: Azeredo, pag. 100, 1998.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 50


 Padrão durante Broncoespasmo ou Ping-Pong - Consiste na realização de um padrão
ventilatório de alta frequência com relação Inspiração\Expiração de 1:1 tendo baixos
volumes pulmonares com o objetivo de promover o esvaziamento pulmonar
homogêneo, diminuir a capacidade residual funcional, diminuir o broncoespasmo e
diminuir o trabalho.

Fonte: Azeredo, 102, 1998

Fonte: Azeredo, pag. 99, 1998

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 51


Referencias Bibliográficas

AZEREDO, Carlos Alberto Caetano; et all. Fisioterapia Respiratória Moderna. Panamed


editorial, Rio de Janeiro-RJ, 1984.

AZEREDO, Carlos Alberto Caetano; et all. Fisioterapia Respiratória Atual. Edusuam, Rio
de Janeiro – RJ, 1998

BRITTO, Raquel Rodrigues; BRANT, Tereza Cristina; PARREIRA, Verônica Franco.


Recursos manuais e instrumentais em Fisioterapia respiratória. Barueri, SP: Manole, 2009.

MACHADO, Maria da Gloria Rodrigues. Bases da Fisioterapia Respiratória: Terapia


Intensa e reabilitação.

PRESTO, Bruno; PRESTO Luciana Damázio de Noronha. Fisioterapia Respiratória na UTI,


2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

POSTIAUX, Guy; et. al. Fisioterapia respiratória pediátrica: o tratamento guiado por
ausculta pulmonar. 2ª Ed. Porto Alegre: ARTMED, 2004.

SARMENTO, George Jerre Vieira. Fisioterapia respiratória em pediatria e neonatologia.


Barueri, SP: Manole, 2007.

SARMENTO, George Jerre Vieira et. al., Fisioterapia respiratória no paciente critico:
rotinas clinicas. 2ª edição – Barueri, SP: Manole, 2007.

Recursos Manuais em Fisioterapia Respiratória Página 52

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