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972 - ANÁLISE COMPARATIVA DAS NORMAS E LEGISLAÇÕES

CORRELATAS À LEI 12305/10 – POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS


SÓLIDOS (PNRS): CONTEXTO, APLICABILIDADE E DIFICULDADES.

Juliana Victoria Ferreira Maia(1)


Graduação em Engenheira Ambiental pela Universidade Estadual Paulista – UNESP. Rio Claro - SP. Analista
de Sustentabilidade na Neoenergia.
Clauciana Schmidt Bueno de Moraes (2)
Professora Doutora e Pesquisadora na UNESP. Graduação em Administração pela Universidade Paulista -
UNIP e Graduação em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP. Mestrado e Doutorado em
Ciências da Engenharia Ambiental pela Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo -
EESC/ USP. Pós-doutorado Empresarial em Ciências Ambientais - CNPq.
Willian Leandro Henrique Pinto (3)
Graduação em Engenheira Ambiental pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Mestrado em Tecnologia
pela Faculdade de Tecnologia da Universidade Estadual de Campinas (FT UNICAMP). Doutorando em
Tecnologia pela Faculdade de Tecnologia da Universidade Estadual de Campinas (FT UNICAMP). Analista
Ambiental na SERGEO Serviços Geológicos.
Danielle Paes Julião (4)
Mestrado em Ciências Ambientais - Universidade Federal Fluminense, Pós-graduação em Inovação e
Turismo - Escola Brasileira de Administração Pública e Empresas – EBAPE/FGV, Especialista em Docência
do Ensino Superior e Médio - Universidade Cândido Mendes e Bacharel em Turismo – Universidade Federal
de Juiz de Fora, Especialista Ambiental II da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de
São Paulo.

Endereço(1): Rua Coronel Quirino, 1343 – Cambuí – Campinas – SP. CEP: 13025-002 - Brasil - Tel: (19) 98112-
6471 e-mail: [email protected]

RESUMO
A geração de resíduos pelos seres humanos sempre aconteceu, e foi intensificada após a Revolução Industrial,
com o aumento da utilização de materiais de construção e com o crescimento acelerado das cidades. Assim, o
aumento da geração desses resíduos, associado à sua disposição inadequada impulsionou a criação de leis
nacionais e internacionais para o gerenciamento de resíduos. Em 2010, surgiu a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, que dispõe sobre princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão integrada e
gerenciamento de resíduos sólidos. Diversas outras normas e resoluções também foram criadas para garantir o
correto gerenciamento de resíduos sólidos, o que dificulta sua aplicação de forma efetiva e prática pelos
órgãos governamentais, empresas e municípios. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi analisar as
diferenças e similaridades da Política Nacional de Resíduos Sólidos com as normas e legislações do Estado de
São Paulo, por meio de uma matriz de correlação e uma análise de contexto, de aplicabilidade e de
dificuldades de aplicação, com o intuito de facilitar o gerenciamento e a gestão municipal no tema Resíduos
Sólidos. Com este trabalho, observou-se que existe uma grande quantidade de obrigações legais a serem
seguidas, mas que, devido ao desconhecimento de sua existência e à falta de recursos, muitas vezes não são
integralmente aplicadas. Isto fundamenta a necessidade deste estudo, o qual é de grande importância para a
maior aplicabilidade das legislações e normas nos órgãos públicos.

PALAVRAS-CHAVE: Políticas públicas, Gestão ambiental, Legislação ambiental, Resíduos Sólidos,


Política Nacional.

ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1


INTRODUÇÃO
A necessidade de tratamento e destinação adequada dos resíduos sólidos são assuntos recorrentes nas
discussões globais, intensificando-se a medida que se amplia a consciência ambiental e a percepção sobre a
urgência de soluções mais sustentáveis. Desde então, tal tema, que acompanha as mudanças econômicas e
sociais, ganhou ainda mais importância devido ao crescimento das cidades, atrelado à questão ambiental e às
doenças originadas pelas más condições de saneamento. De acordo com Machado (2013), é dever jurídico
evitar danos ao meio ambiente e este tema vem sendo discutido em convenções e legislações internacionais.

De acordo com o Artigo 23 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, é competência comum
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cuidar da saúde, proporcionar meios de acesso à
educação e à tecnologia, proteger o meio ambiente, combater a poluição, fomentar a produção agropecuária e
promover programas para melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico (BRASIL, 1988).

O Estado pode assumir papel facilitador das ações sustentáveis implementando mecanismos e instrumentos
econômicos, tais como a isenção de impostos, a criação de mercados para bens, a disponibilização de
subsídios e o financiamento às pesquisas em tecnologia limpa, (GAVIRA, MORAES, DADARIO, 2017), o
que pode auxiliar diretamente no gerenciamento dos resíduos em todas as esferas.

Dessa forma, em relação aos resíduos sólidos, foi instituída a Lei Federal n. 12.305/2010 - Política Nacional
de Resíduos Sólidos (PNRS), a qual dispõe dos princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relativas à
gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos. Além disso, a lei aborda as responsabilidades dos
geradores e do poder público a respeito dos resíduos gerados.

Entretanto, no campo das políticas públicas brasileiras, existe uma distância física e estrutural entre a
formulação e a execução dessas diretrizes, devido à falta de coordenação efetiva entre os diferentes órgãos
governamentais (MAIELLO et al., 2018). Isto se aplica à PNRS, que frequentemente se depara com
dificuldades de aplicação devido a disponibilidade de recursos e falta de gestão adequada.

O manejo e a destinação adequada dos resíduos estão relacionados à expansão urbana, pois muitas áreas não
contam com serviços de coleta, levando à destinação inadequada dos resíduos, ocasionada por ocupações
irregulares causadas por cidades não planejadas (MAIELLO et al., 2018).

Um dos desafios da construção do desenvolvimento sustentável é criar uma ferramenta de mensuração, ou


seja, indicadores que possam fornecer informações que simplifiquem a avaliação do nível de sustentabilidade
das sociedades, acompanhem as tendências de seu desenvolvimento e ajudem a definir metas de melhoria
(POLAZ, TEIXEIRA, 2009). Esses indicadores são indispensáveis na implementação e gerenciamento dos
resíduos sólidos e têm sido aplicados para aprimorar a base de informações sobre as questões ambientais,
auxiliar na estruturação das políticas públicas, garantir a comparabilidade das realidades das diferentes regiões
e facilitar estudos e relatórios, contribuindo para uma perspectiva mais clara e ampla da situação atual e
auxiliando na tomada de decisão referente a gestão ambiental urbana (PINTO et al., 2020; POLAZ;
TEIXEIRA, 2009).

Por isso, devido à grande complexidade e às diversas normas e legislações relacionadas à gestão de resíduos, é
de grande importância a realização de um planejamento e gestão de ações de forma que o meio ambiente
esteja sempre protegido, conforme a constituição.

O presente trabalho foi desenvolvido como parte da pesquisa “Política Nacional de Resíduos Sólidos: Proposta
Metodológica com o Uso de Instrumentos Legais, Administrativos e Tecnológicos como Subsídio para sua
Implementação e Gerenciamento Sustentável” (MORAES, 2021), e nesse sentido, foi desenvolvido com o
intuito de esclarecer as similaridades e diferenças entre as legislações e normas relacionadas a Resíduos
Sólidos no Estado de São Paulo, as quais muitas vezes não são aplicadas devido à falta de conhecimento de
sua existência, à dificuldade de interpretação e/ou à falta de recursos. A partir da aplicação da pesquisa
conforme Moraes (2021), foi realizada a análise das principais dificuldades na aplicação das legislações e
normas, e elaborada uma matriz de correlação que facilita o conhecimento das determinações vigentes, além
de proporcionar uma fácil interpretação.

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OBJETIVOS
 Objetivo Geral:
Diagnosticar e realizar uma análise comparativa das normas e legislações correlatas à Lei Federal n.
12305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), através de uma análise de contexto,
aplicabilidade e dificuldades de aplicação para a implementação do gerenciamento adequado dos resíduos
sólidos em alguns municípios do Estado de São Paulo.

 Objetivos Específicos:
- Elaborar uma matriz comparativa entre a Política Nacional de Resíduos Sólidos e outras legislações
aplicáveis no trabalho, através de indicadores gerados.
- Investigar o nível de conhecimento de técnicos e gestores municipais do Estado de São Paulo sobre a Política
Nacional de Resíduos Sólidos e demais instrumentos normativos correlatos a tal política e analisar a
aplicabilidade e dificuldades deste contexto.
- Utilizar as matrizes comparativas e análises de resultados como subsídio para o entendimento e
aplicabilidade da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, principais leis e normas correlatas, como
instrumento facilitador na implementação e no gerenciamento.

METODOLOGIA
De acordo com Gerhardt e Silveira (2009), a metodologia é o estudo da organização e trata dos caminhos a
serem percorridos para se chegar ao objetivo proposto em uma pesquisa. Além disso, uma pesquisa pode ser
classificada quanto à abordagem, à natureza, aos objetivos e aos procedimentos (GERHARDT & SILVEIRA,
2009).

Neste trabalho, a metodologia é caracterizada como pesquisa descritiva e bibliográfica, por envolver
levantamento bibliográfico com foco na atuação prática da problemática estudada. O trabalho tem como base a
abordagem por análise qualitativa, a partir de uma sequência de atividades realizadas por instrumentos de
pesquisa, conforme as etapas a seguir na Figura 1.

Figura 1: Fluxo de Etapas da Metodologia utilizada neste trabalho.

LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
Primeiramente, a fim de se obter um embasamento teórico referente ao estudo, foi realizado um levantamento
bibliográfico referente à Política Nacional de Resíduos Sólidos e as legislações e normas correlatas a ela, no
âmbito do Estado de São Paulo. Para a revisão bibliográfica deste trabalho foram realizadas pesquisas em
livros, dissertações, teses, legislações, normas e artigos nacionais e internacionais.

MATRIZ COMPARATIVA DAS LEGISLAÇÕES RELACIONADAS À RESÍDUOS SÓLIDOS


Nessa etapa, foi realizada uma matriz comparativa entre a PNRS e outras legislações correlatas, para um
melhor panorama dos itens abordados nos órgãos públicos do estado de São Paulo. A matriz facilita a reflexão
e elaboração de políticas públicas, auxiliando a aplicação da PNRS na prática.

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APLICAÇÃO DE PESQUISA SOBRE O GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO
ESTADO DE SÃO PAULO
Com o objetivo de diagnosticar diferentes aspectos do gerenciamento de resíduos sólidos e o panorama atual
da aplicabilidade das legislações e normas relacionadas no Estado de São Paulo, foi aplicado uma pesquisa
intitulado “Gerenciamento de Resíduos Sólidos” aos municípios paulistas, realizado como parte da pesquisa
“Política Nacional de Resíduos Sólidos: Proposta Metodológica com o Uso de Instrumentos Legais,
Administrativos e Tecnológicos como Subsídio para sua Implementação e Gerenciamento Sustentável”,
coordenada pela Profa. Dra. Clauciana Schmidt Bueno de Moraes (UNESP - Rio Claro) (MORAES, 2021).

A pesquisa foi elaborada e aplicada em parceria com o ACert - Auditoria, Certificação e Gerenciamento
Socioambiental (Laboratório/ Grupo de Pesquisa CNPq - UNESP/ UFSCar) e com a Coordenação do
Programa Município VerdeAzul (PMVA) e do Comitê de Integração de Resíduos Sólidos (CIRS) da
Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) do Estado de São Paulo, além de Docentes e Discentes
da Graduação e Pós-Graduação da UNESP, UNICAMP, Uniararas-FHO, USP e UFSCar, além de outros
colaboradores (MORAES, 2021).

Com 155 questões, as quais foram agrupadas em 10 blocos, o resultado da pesquisa visa subsidiar a elaboração
de metodologias, instrumentos administrativos e tecnológicos capazes de aperfeiçoar as ações de gestão e
gerenciamento integrado dos resíduos sólidos nos municípios e instituições, bem como atualizar o panorama
das Estruturas de Meio Ambiente existentes nos municípios do Estado de São Paulo.

Para realização das análises deste trabalho, foram utilizadas as questões do Bloco A (Dados Gerais), Bloco B
(Planos e Programas) e Bloco E (Legislação), para identificação dos municípios e apontamento das
dificuldades na aplicabilidade da PNRS e legislações correlatas, visando identificar oportunidades de
melhorias e facilitar a administração pública na prática.

DIAGNÓSTICO E ANÁLISE DOS DADOS


Como diagnóstico, foi realizada uma análise integrada dos dados obtidos pelo levantamento bibliográfico e a
matriz elaborada, visando identificar a aplicabilidade e as dificuldades de aplicação das legislações ambientais
relacionadas a resíduos nos órgãos públicos brasileiros. Por fim, foram elaboradas as conclusões que
envolvem a temática.

RESULTADOS

ELABORAÇÃO E ANÁLISE DA MATRIZ COMPARATIVA


Devido ao grande número e às complexidades das normas e legislações ambientais, é necessário um sólido
planejamento e um correto gerenciamento de ações para proteção do meio ambiente, conforme o que
determina o Artigo 225 da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) e a Política Nacional de Meio
Ambiente (BRASIL, 1981).

Neste sentido, para facilitar a interpretação e a aplicação das normas pelos gestores municipais, foi criada uma
matriz de correlação entre os subtemas mais abordados na PNRS, Resoluções Conama e nas Normas
Brasileiras publicadas pela ABNT.

Após leitura e análise da Política Nacional de Resíduos Sólidos, das Resoluções do Conselho Nacional do
Meio Ambiente e das Normas Brasileiras publicadas no âmbito da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), observou-se a repetição de determinadas temáticas. Nesse sentido, para facilitar a interpretação e a
aplicação das normas pelos gestores municipais, foi elaborada uma matriz de correlação entre os subtemas
mais abordados (Quadro 1).

Os subtemas escolhidos, os quais se repetem em algumas legislações, resoluções e normas e se situam nas
colunas da referida matriz, são:

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1. Classificações;
2. Planos;
3. Responsabilidade Compartilhada e Logística Reversa;
4. Redução, Reutilização e Reciclagem;
5. Tratamento, Acondicionamento e Disposição de Resíduos;
6. Licenciamento Ambiental.

Quadro 1: Matriz de correlação PNRS x CONAMA x ABNT NBR.


Disposição Geral / Resumo 1 2 3 4 5 6
Reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e
ações adotados pelo Governo Federal, isoladamente ou em regime de
PNRS cooperação com Estados, Distrito Federal, Municípios ou particulares, com x x x x x x
vistas à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos
resíduos sólidos.
Institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos e define princípios e
PERS diretrizes, objetivos, instrumentos para a gestão integrada e compartilhada de x x x x
resíduos sólidos no Estado de São Paulo.
CONAMA Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto
x
001/86 ambiental.
CONAMA Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na
x
237/97 Política Nacional do Meio Ambiente.
CONAMA
Dispõe sobre o licenciamento ambiental de obras de saneamento. x
005/88
CONAMA Dispõe sobre o tratamento a ser dado às cargas deterioradas, contaminadas ou
x x
002/91 fora de especificações.
CONAMA Dispõe sobre o tratamento de resíduos sólidos provenientes de
x
006/91 estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos.
CONAMA Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos sólidos gerados nos portos,
x x x x
005/93 aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários.
CONAMA Estabelece código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta
x
275/01 seletiva.
CONAMA Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da
x x x x x
307/02 construção civil.
CONAMA
Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais. x x x
313/02
CONAMA Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de
x x x
316/02 tratamento térmico de resíduos.
CONAMA Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de
x x x x
358/05 saúde e dá outras providências.
Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e
CONAMA
baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o x x x
401/08
seu gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras providências.
CONAMA Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro
x
404/08 sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos urbanos.
Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus
CONAMA
inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras x x
416/09
providências.
Dispõe sobre os procedimentos de controle da importação de resíduos,
CONAMA
conforme as normas adotadas pela Convenção da Basiléia sobre o Controle x x
452/12
de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito.
CONAMA Dispõe sobre os requisitos e critérios técnicos mínimos necessários para o x x
465/14 licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de

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Disposição Geral / Resumo 1 2 3 4 5 6
embalagens de agrotóxicos e afins, vazias ou contendo resíduos.
Estabelece critérios e procedimentos para garantir o controle e a qualidade
CONAMA
ambiental do processo de compostagem de resíduos orgânicos, e dá outras x x x
481/17
providências.
Esta Norma fixa as condições exigíveis para obtenção das condições mínimas
NBR
necessárias ao armazenamento de resíduos classes II - não inertes e III - x
11174:1990
inertes, de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente.
NBR Esta Norma fixa as condições exigíveis para o armazenamento de resíduos
x
12235:1992 sólidos perigosos de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente.
NBR Esta Norma define os termos utilizados na coleta, varrição e
12980:1993 acondicionamento de resíduos sólidos urbanos.
Esta Norma classifica a coleta de resíduos sólidos urbanos dos equipamentos
NBR
destinados a esta coleta, dos tipos de sistema de trabalho, do x
13463:1995
acondicionamento destes resíduos e das estações de transbordo.
NBR Esta Norma classifica os resíduos sólidos quanto aos seus potenciais ao meio
x x
10004:2004 ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente.
NBR Esta Norma define os termos empregados em relação aos resíduos de serviços
12807:2013 de saúde.
Esta Norma classifica os resíduos de serviços de saúde quanto à sua natureza
NBR
e riscos ao meio ambiente e à saúde pública, para que tenham gerenciamento x
12808:2016
adequado.
Esta Norma estabelece os procedimentos necessários ao gerenciamento
intraestabelecimento de resíduos de serviços de saúde os quais, por seus
NBR
riscos biológicos e químicos, exigem formas de manejo específicos, a fim de x
12809:2013
garantir condições de higiene, segurança e proteção à saúde e ao meio
ambiente.
Esta Norma especifica os requisitos aplicáveis às atividades de gerenciamento
NBR
de resíduos de serviços de saúde (RSS) realizadas fora do estabelecimento x
12810:2020
gerador
NBR Esta Norma estabelece os requisitos para o transporte terrestre de resíduos, de
x
13221:2017 modo a minimizar danos ao meio ambiente e a proteger a saúde pública.
Esta Norma estabelece os requisitos para os recipientes descartáveis
NBR
destinados ao acondicionamento de resíduos de serviços de saúde perfurantes
13853- x
ou cortantes, classificados conforme a ABNT NBR 12808, para sua coleta e
1:2018
encaminhamento a tratamento.
Total Número total de Legislações, Resoluções e Normas para cada subtema. 8 7 5 8 20 7
1 - Classificações; 2 - Planos; 3 - Responsabilidade Compartilhada e Logística Reversa; 4 - Redução,
Reutilização e Reciclagem; 5 - Tratamento, Acondicionamento e Disposição de Resíduos; 6 - Licenciamento
Ambiental.

Como pode-se observar, foram encontradas 17 Resoluções CONAMA e 11 Normas ABNT, que tratam do
tema de resíduos. Pode-se constatar que o subtema de maior incidência entre as categorias definidas dispõe
sobre o “Tratamento, Acondicionamento e Disposição de Resíduos”, seguido igualmente por “Classificações”
e “Redução, Reutilização e Reciclagem”.

Em seguida, será apresentada uma breve discussão referente a cada uma das categorias de análise e as
respectivas tabelas, juntamente com a síntese das informações obtidas em cada norma ou resolução.

De maneira geral, sabe-se que pelos Artigos 6º e 7º da PNRS, muitos dos princípios e objetivos na Política
mencionam a necessidade de prevenção; a gestão sistêmica, cooperada e integrada dos resíduos; a
responsabilidade compartilhada; o incentivo à reciclagem e serviços ambientalmente sustentáveis; a

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importância da redução, do tratamento e da disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; a
capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos; o desenvolvimento e aprimoramento de
tecnologias limpas e o estímulo a padrões sustentáveis de produção e consumo. Todos esses princípios e
objetivos são verificados nas outras normas e resoluções, que também os abordam de maneira clara.

a. No subtema Classificações, encontram-se definidos critérios para classificar resíduos ou sistemas de


trabalho. Os artigos e itens identificados foram agrupados no Quadro 2.

Quadro 2 - Subtema Classificações nas resoluções e normas analisadas.


Resolução/Norma Subtema: Classificações
Classificação Resíduos: (Art. 13º, inciso I) Quanto a origem (Art. 13º, inciso II) Quanto
PNRS
à periculosidade
CONAMA 005/93 Classificação dos Resíduos Sólidos: ANEXO 1 - Grupo A, B, C e D.
Classificação resíduos da construção civil: Classe A (Art. 3º, inciso I), Classe B (Art.
CONAMA 307/02
3º, inciso II), Classe C (Art. 3º, inciso III), Classe D (Art. 3º, inciso IV).
CONAMA 316/02 Classificação resíduos de serviços de saúde suscetíveis ao tratamento térmico: Art. 16.
CONAMA 358/05 Classificação resíduos de serviço de saúde: ANEXO 1.
Classificação da coleta de resíduos sólidos: Item 4.1
Tipos de sistemas de trabalho: Item 4.2
Classificação dos equipamentos de coleta: Item 4.3
Tipos de acondicionamento de resíduos urbanos: Item 4.4
NBR 13463:1995
Tipos de acondicionamento de resíduos domiciliares: Item 4.4.1
Tipos de acondicionamento dos resíduos dos serviços de saúde: Item 4.4.2
Tipos de acondicionamento dos resíduos da varrição, das feiras, dos calçadões e da
limpeza de praias: Item 4.4.3
Classificação de resíduos: resíduos classe I - Perigosos (Item 4.2.1), resíduos classe II –
NBR 10004:2004
Não perigosos (Item 4.2.2).
NBR 12808:2016 Classificação de resíduos de serviços de saúde de acordo com natureza de risco: Item 4.

Para o subtema Classificações, nota-se a partir da matriz elaborada que existem normas e resoluções
específicas para a classificação de resíduos sólidos, resíduos da construção civil e resíduos de serviços de
saúde. Além disso, também existem diferentes recomendações para resíduos suscetíveis a tratamento térmico
ou que são considerados perigosos ou de risco. Conhecer a classificação dos resíduos é essencial para
determinação de medidas de redução, formas de tratamento e destino mais adequado.

b. Para o subtema Planos, foram agrupadas as informações referentes aos diferentes planos de gerenciamento
municipais e estaduais, relacionados a questão de resíduos, e os respectivos artigos e incisos correspondentes
(Quadro 3).

Quadro 3 - Subtema Planos nas resoluções e normas analisadas.


Resolução/Norma Subtema: Planos
Plano Nacional de Resíduos Sólidos: Artigo 15 - responsável pela elaboração,
vigência, periodicidade de atualização e conteúdo mínimo.
Plano Estadual de Resíduos Sólidos: Artigo 16 - importância de elaboração; Artigo
17 - vigência, periodicidade de revisão e conteúdo mínimo.
Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos: Artigo 18 - importância
PNRS
de elaboração; Artigo 19 - conteúdo mínimo.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Art. 20 - sujeitos a elaboração; Art.
21 - conteúdo mínimo; Art. 22 e 23 - responsáveis pela elaboração, implementação,
operacionalização e monitoramento; Art. 24 - importância para o processo de
licenciamento ambiental.
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Art. 19 e 21 – responsabilidades e
PERS
elaboração

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CONAMA 005/93 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Art. 5º § 1º princípios da reciclagem.
Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil: Artigo 5º - responsável
pela elaboração; Artigo 6º - conteúdo mínimo.
CONAMA 307/02
Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil: Artigo 8º -
responsabilidade de elaboração e objetivo; Artigo 9º - conteúdo mínimo.
Programas Estaduais de Gerenciamento de Resíduos Industriais e Plano Nacional
CONAMA 313/02 para Gerenciamento de Resíduos Industriais: Art. 7º - responsável pela elaboração e
prazo.
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde: Art. 14. - deve constar a
opção em utilizar tratamento térmico dos resíduos.
CONAMA 316/02 Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos: Art. 24. - implementar programa de
segregação de resíduos antes da implantação do sistema de tratamento térmico de
resíduos de origem urbana.
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde-PGRSS: Art. 4º -
CONAMA 358/05
responsável pela elaboração.
Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos: Art. 12 - podem prever
metas progressivas de aumento da reciclagem da fração orgânica.
CONAMA 481/17
Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Art. 13 - priorizarão a destinação dos
resíduos orgânicos para a compostagem ou outras alternativas.

No subtema Planos tem-se diferentes resoluções CONAMA que tratam principalmente a respeito dos Planos
Municipais e Estaduais de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Além disso, também é necessária a
elaboração de planos de gerenciamento específicos para os resíduos de serviços de saúde e da construção civil.

c. O subtema Responsabilidade Compartilhada e Logística Reversa é abordado apenas em cinco das normas e
resoluções analisadas, cujos artigos foram apresentados no Quadro 9.

Quadro 4 - Subtema Responsabilidade Compartilhada e Logística Reversa nas resoluções e normas


analisadas.
Resolução/Norma Subtema: Responsabilidade Compartilhada e Logística Reversa
Responsabilidade Compartilhada: Art. 30 - institui e quem está envolvido; Art. 31 -
PNRS responsabilidades dos envolvidos.
Logística Reversa: Art. 33 - obrigados à implementação.
PERS Responsabilidade compartilhada pela degradação ou contaminação: Art. 16
CONAMA 002/91 Responsabilidade compartilhada pelas fontes potenciais de risco: Art. 4º.
Logística Reversa para embalagens de tintas usadas na construção civil: Art. 3º, inciso
CONAMA 307/02
IV, § 2º.
CONAMA 401/08 Logística Reversa para pilhas e baterias: Art. 4º, Art. 6º e Art. 18.
CONAMA 416/09 Logística reversa para pneus inservíveis: Art. 1º e Art. 11.

A responsabilidade compartilhada e a logística reversa são obrigatoriedades intituladas na Política Nacional de


Resíduos Sólidos, que tem seu detalhamento para diferentes tipos de resíduos, conforme apresentados na
matriz deste subtema.

d. O subtema Redução, Reutilização e Reciclagem é recorrente em algumas das resoluções e normas,


conforme mencionado nos artigos do Quadro 5.

Quadro 5 - Subtema Redução, Reutilização e Reciclagem nas resoluções e normas analisadas.


Resolução/Norma Subtema: Redução, Reutilização e Reciclagem

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Embalagens com materiais reutilizáveis ou recicláveis: Art. 32.
PNRS
Obrigações dos consumidores na coleta seletiva municipal: Art. 35.
Coleta seletiva preferencial: Art. 18 § 2º.
PERS
Reaproveitamento e reciclagem: Art. 29, inciso II.
CONAMA 005/93 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos: Art. 5º § 1º princípios da reciclagem.
Código das cores: Art. 1º e Anexo 1.
CONAMA 275/01
Programas de coleta seletiva. Art. 2º.
Princípios da não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição
CONAMA 307/02
final: Art. 4º.
CONAMA 358/05 Segregação dos resíduos na geração: Art. 14.
Recolhimento de pilhas e baterias: Art. 19.
CONAMA 401/08
Disposição final de pilhas e baterias: Art. 22.
CONAMA 452/12 Importação de Resíduos Controlados: Art. 7º.
Priorização de associações ou cooperativas para operação de unidades de
CONAMA 481/17
compostagem: Art. 11.

Conforme apresentado na matriz, várias resoluções abordam o subtema Redução, Reutilização e Reciclagem,
que também são apresentados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Neste caso, são determinados
planos e princípios que incentivam a reciclagem e outras formas de se reduzir a quantidade de resíduos a
serem destinados a aterros sanitários.

e. O subtema Tratamento, Acondicionamento e Disposição de Resíduos foi o mais recorrente entre as


resoluções e normas analisadas, e os artigos e itens que correspondem ao subtema em cada resolução/norma
está no Quadro 6.

Quadro 6 - Subtema Tratamento, Acondicionamento e Disposição de Resíduos nas resoluções e normas


analisadas.
Resolução/Norma Subtema: Tratamento, Acondicionamento e Disposição de Resíduos
Resíduos perigosos: Art. 37 - autorização e licenciamento; Art. 38 - Cadastro
Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos; Art. 39 - plano de gerenciamento de
resíduos perigoso; Art. 40 - contratação de seguro de responsabilidade civil; Art. 41 -
PNRS
descontaminação de áreas órfãs; Art. 49 - importação proibida.
Destinação e disposição final: Art. 47 - formas proibidas; Art. 48 - atividades
proibidas;
Proibição de formas de destinação e utilização de resíduos sólidos: Art. 14.
Acondicionamento de resíduos de limpeza urbana: Art. 28.
PERS
Resíduos industriais: Art. 32
Resíduos perigosos: Artigo 35.
Fontes potenciais de risco: Art. 1º - cargas deterioradas, contaminadas, fora de
CONAMA 002/91 especificação ou abandonadas; Art. 2º - medidas necessárias; Art. 3º - comunicação;
Art. 4º - responsabilidade compartilhada.
Incineração de resíduos de saúde, portos e aeroportos: Art. 1º - desobrigação; Art. 2º
CONAMA 006/91
e 3º - normas para tratamento dos resíduos;
Resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários:
Art. 4º - responsabilidades; Art. 5º - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos;
Art. 7º - acondicionamento; Art. 8º - transporte; Art. 9º - sistemas de tratamento e
CONAMA 005/93
disposição final.
Tratamento dos resíduos: Art. 10 - Grupo A; Art. 12 - Grupo B; Art. 13 - Grupo C;
Art. 14 - Grupo D; Art. 17 - controle e fiscalização.
CONAMA 307/02 Destinação dos resíduos de construção civil por classe: Art. 10.
CONAMA 313/02 Informações sobre geração, características, armazenamento, transporte e destinação
de seus resíduos sólidos industriais: Art. 4º, Art. 8º e Anexos I, II e III; Art. 5º -

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Resolução/Norma Subtema: Tratamento, Acondicionamento e Disposição de Resíduos
informações sigilosas; Art. 3º - PCBs.
Tratamento térmico de resíduos e cadáveres: Art. 1º - procedimentos, limites e
critérios; Art. 4º - estudo de análise de alternativas tecnológicas; Art. 5º -
documentação e registro; Art. 6º e 7º - acondicionamento e armazenamento; Art. 8º -
responsabilidades; Art. 10 - informações a serem registradas; Art. 11 - taxa de
CONAMA 316/02
eficiência de destruição e remoção (EDR); Art. 27 - unidades; Art. 31 - Plano de
Inspeção e Manutenção do Sistema e Sistema de Automonitoramento; Art. 38 -
limites de emissão de poluentes atmosféricos.
Sistema crematório: Art. 18 - limites e parâmetros; Art. 21 - teste de queima.
Gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde: Art. 3º - responsabilidades; Art. 6º
- declaração anual; Art. 7º - acondicionamento; Art. 8º - coleta e transporte; Art. 9º -
estações para transferência; Art. 10 - sistemas de tratamento e disposição final; Art.
CONAMA 358/05 11 - efluentes líquidos;
Tratamento: Art. 15 - Grupo A1, Art. 16 - Grupo A2, Art. 17 - Grupo A3, Art. 18 -
Grupo A4, Art. 19 - Grupo A5; Art. 23 - Grupo C. Art. 24 - Grupo D; Art. 25 -
Grupo E; Art. 20, 21 e 22 - tratamento prévio e reciclagem.
CONAMA 401/08 Remoção de pilhas e baterias para destinação: Art. 15.
Fabricação e importação de pneus: Art. 4º - Cadastro Técnico Federal - CTF; Art. 5º
- declaração anual; Art. 7º - plano de gerenciamento de coleta, armazenamento e
destinação de pneus inservíveis (PGP); Art. 8º - pontos de coleta de pneus usados.
Comercialização de pneus: Art. 9º - armazenamento temporário de pneus usados;
CONAMA 416/09
Art. 10 - condições necessárias.
Coleta e destinação de pneus inservíveis: Art. 1º - responsabilidades; Art. 3º -
mercado de reposição; Art. 6º - comprovante de destinação; Art. 15 - disposição
proibida.
Importação dos Resíduos Perigosos - Classe I, rejeitos ou Outros Resíduos: Art. 3º e
CONAMA 452/12
4º - proibição.
Transporte de cargas perigosas: Art. 4º.
Critérios de adequação de estabelecimento comercial para as operações de
CONAMA 465/14
recebimento e armazenamento temporário das embalagens de agrotóxicos e afins:
Art. 5º
CONAMA 481/17 Compostagem: Art. 3º - resíduos orgânicos; Art. 4º - resíduos vedados; Art. 5º e
Anexo 1 - período termofílico mínimo; Art. 6º - relação carbono/nitrogênio; Art. 7º -
insumo agrícola; Art. 10. - requisitos mínimos de prevenção e controle ambiental.
Armazenamento de resíduos: identificação (Item 4.1.2), local (Item 5.1) e maneira
(Item 5.2).
Acondicionamento de resíduos: Item 5.3.
NBR 11174:1990
Execução e operação das instalações: Item 5.4 (isolamento, sinalização, acesso,
poluição, treinamento, segurança)
Inspeção da instalação e encerramento das atividades: Item 6
Armazenamento de resíduos perigosos: acondicionamento (Item 4.1), características
dos resíduos (Item 4.2), critérios de localização (Item 4.3), isolamento e sinalização
NBR 12235:1992 (Item 4.4), iluminação e força (Item 4.5), comunicação (Item 4.6), acessos (Item 4.7),
treinamento (Item 4.8), manuseio (item 4.9), controle da poluição (Item 4.10),
formas de armazenamento (Item 4.11 e 4.12), condições específicas (Item 5).
NBR 10004:2004 Métodos de ensaio para análises químicas: Item 5.
Geração e segregação: Item 4.1.
Manuseio e acondicionamento: Item 4.2.
Coleta e transporte: Item 4.3 e Item 4.5.
NBR 12809:2013
Armazenamento interno e externo: Item 4.4 e Item 4.6.
Resíduos de risco biológico: Item 5.1
Resíduos de risco químico: Item 5.2

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Resolução/Norma Subtema: Tratamento, Acondicionamento e Disposição de Resíduos
Controle quantitativo de resíduos: Item 4.1.3
Monitoramento e medição: Item 4.1.5
Proteção dos trabalhadores: Item 4.1.6
NBR 12810:2020
Preparação e resposta a emergências: Item 4.1.7
Requisitos aplicáveis às atividades de tratamento: Item 4.4
Requisitos específicos das atividades de disposição final: Item 4.5
Transporte: veículo (Item 4.1.1 e 4.1.2), proteção (Item 4.1.3 e 4.1.4), legislação
ambiental (Item 4.1.5).
NBR 13221:2017 Resíduos perigosos: Item 4.2 (riscos, segregação de carga, identificação do resíduo e
risco).
Resíduos médicos ou clínicos: Item 4.3.
Requisitos para os recipientes descartáveis destinados ao acondicionamento de
NBR 13853-1:2018 resíduos de serviços de saúde perfurantes ou cortantes: Item 4.
Métodos de ensaio: Item 5.

O subtema Tratamento, Acondicionamento e Disposição de Resíduos possui diversas resoluções e normas


relacionados. A existência de um número significativo de normas e resoluções que tratam do “Tratamento,
Acondicionamento e Disposição de Resíduos” decorre do fato de que tais características são determinadas de
acordo com a especificidade de cada resíduo.

f. Por fim, também foi analisado o subtema Licenciamento Ambiental, apresentado nas resoluções e normas
do Quadro 7.

Quadro 7 - Subtema Licenciamento Ambiental nas resoluções e normas analisadas


Resolução/Norma Subtema: Licenciamento Ambiental
Fiscalização das atividades sujeitas a licenciamento ambiental: Art. 11 -
PNRS
responsabilidade.
Atividades que dependem de elaboração de estudo de impacto ambiental - EIA e
respectivo relatório de impacto ambiental - RIMA: Art. 2º.
Atividades de competência federal: Art. 3º.
Planejamento e implantação das atividades: Art. 4º - responsáveis.
CONAMA 001/86
EIA: Art. 5º - diretrizes gerais; Art. 6º - atividades técnicas mínimas; Art. 7º e 8º -
responsáveis pela elaboração e custos.
RIMA: Art. 9º - conteúdo mínimo; Art. 10 - conclusão sobre o RIMA; Art. 11 -
acessibilidade pública e sigilo industrial.
Licenciamento ambiental: Art. 2º e Anexo 1 - empreendimentos necessários; Art.
3º - EIA/RIMA; Art. 4º - atividades com significativo impacto nacional ou
regional; Art. 5º, 11 e 13 - responsabilidades e custos; Art. 10 - etapas.
CONAMA 237/97
Licenças: Art. 8º - Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de
Operação (LO); Art. 9º e 12 - Licenças ambientais específicas; Art. 14, 15 e 18 -
prazos.
Licenciamento de obras: Art. 1º - obras de saneamento; Art. 2º - obras de sistemas
CONAMA 005/88
de abastecimento de água, de esgotos sanitários, de drenagem e de limpeza urbana.
CONAMA 313/02 Controle de resíduos industriais para o licenciamento ambiental: Art. 1º.
Procedimento para licenciamento ambiental de aterros sanitários de pequeno porte:
Art. 1º.
CONAMA 404/08
Dispensa de EIA/RIMA para aterros dessa resolução: Art. 2º.
Condições, critérios e diretrizes: Art. 4º.
CONAMA 465/14 Licenciamento ambiental de posto e de central: Art. 3º, 6º e 7º.

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Por fim, o subtema Licenciamento Ambiental apresenta as resoluções que tratam das atividades que
necessitam de um estudo prévio, tais como a construção de aterros sanitários. Estas resoluções também
especificam o conteúdo mínimo necessário para o estudo referente ao licenciamento de cada atividade.

A partir da elaboração dessas matrizes de correlação e divisão em subtemas, nota-se a grande variedade de
legislações, resoluções e normas no Estado de São Paulo, o que dificulta sua aplicação. Conforme citado na
metodologia, a fim de identificar a aplicabilidade dessas leis e normas correlatas à PNRS, e analisar as
dificuldades encontradas na prática deste contexto, foi aplicada a pesquisa “Gerenciamento de Resíduos
Sólidos” em parceria com o ACert - Auditoria, Certificação e Gerenciamento Socioambiental (Laboratório/
Grupo de Pesquisa CNPq - UNESP/ UFSCar) e com a Coordenação do Programa Município VerdeAzul
(PMVA) e do Comitê de Integração de Resíduos Sólidos (CIRS) da Secretaria de Infraestrutura e Meio
Ambiente (SIMA) do Estado de São Paulo, além de Docentes e Discentes da Graduação e Pós-Graduação da
UNESP, UNICAMP, Uniararas-FHO, USP e UFSCar, além de outros colaboradores (MORAES, 2021).

APLICAÇÃO DA PESQUISA “GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS” NO ESTADO DE


SÃO PAULO
A pesquisa de Moraes (2021), intitulada “Gerenciamento dos Resíduos Sólidos”, foi avaliada conforme
resultados obtidos entre os dias 22 de fevereiro e 18 de março de 2021. Foi totalizada a participação de 156
municípios, que corresponde a 23,85% de aderência, visto que o Estado de São Paulo é composto por 645
municípios. A pesquisa continua aberta para a coleta e obtenção do maior número de respostas possível, o que
oportuniza a ampliação futura da análise da temática envolvida neste trabalho.

Para realização das análises dos resultados obtidos, foram escolhidos os blocos e perguntas que se referem à
temática e aos objetivos propostos neste trabalho.

 Bloco A

No bloco A da pesquisa (MORAES, 2021), cujas questões consideradas nas análises estão apresentadas no
Quadro 8, o objetivo foi identificar os municípios respondentes e organizá-los. Neste bloco, também foram
introduzidas as questões referentes ao gerenciamento ambiental e de resíduos sólidos, através da verificação de
funcionários que trabalham diretamente com o tema. Um diagnóstico referente ao Conselho Municipal de
Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA) e à coleta e destinação final de resíduos também pode ser obtido por
meio das questões do Bloco A. Por fim, algumas questões foram inseridas para identificação das boas práticas
e ações bem-sucedidas aplicadas nos munícipios, referentes ao gerenciamento ambiental, tais como compras
sustentáveis e programas de gestão.

Quadro 3 – Questões analisadas no Bloco A (Dados Gerais)


Questões analisadas no Bloco A (Dados Gerais)
1. Nome do município
14. O Município dispõe de Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA) instituído e
em funcionamento?
a. Sim
b. Não
18. Qual é a porcentagem da população atingida por coleta de Resíduos Sólidos Urbanos no município?
a. 0 a 10% da população
b. 11 a 20% da população
c. 21 a 30% da população
d. 31 a 40% da população
e. 41 a 50% da população
f. 51 a 60% da população
g. 61 a 70% da população
h. 71 a 80% da população
i. 81 a 90% da população

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Questões analisadas no Bloco A (Dados Gerais)
j. 91 a 100% da população
20. A Destinação final dos Resíduos Sólidos Urbanos é em
a. Aterro Sanitário próprio
b. Aterro Sanitário particular contratado
c. Aterro Sanitário Consorciado
d. Aterro Controlado
e. Aterro em Valas
f. Lixão
g. Outro:
23. Assinale, a seguir, as práticas e ações bem-sucedidas que foram adotadas no município na área de
gestão ambiental. Marque todas as opções que se aplicam.
a. Adesão ao Programa Município VerdeAzul (PMVA/SIMA/SP)
b. Adesão ao Programa Cidades Sustentáveis (PCS/MMA)
c. Participação em Consórcios Intermunicipais para a gestão de Resíduos Sólidos
d. Criação de comissão permanente para o acompanhamento do Plano Municipal de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos
e. Sistema ou Rota de Coleta de Resíduos Domésticos na Zona Rural
f. Criação de Ecopontos
g. Iniciativas de segregação e coleta seletiva de resíduos sólidos
h. Instalação de central de triagem mecanizada para recicláveis
i. Iniciativas de aproveitamento energético de resíduos sólidos
j. Implantação de Pilotos de Compostagem por indução do PMVA
k. Programa de compostagem em escolas
l. Programa de Compostagem de Resíduos de Arborização Urbana
m. Programa de compostagem de Resíduos de Feiras Livres (FLV)
n. Programa de incentivo ao uso de composteiras domésticas
o. Programa de Compostagem comunitárias
p. Programa de composteiras comunitárias associadas a Políticas de incentivo a Hortas urbanas e
Periurbanas
q. Programa de vermicompostagem por cooperativas
r. Programa de Compostagem de lodos resultantes de ETE
s. Programa de compostagem em Aterro Sanitário Municipal
t. Política de incentivo/compulsória de sistema de compostagem por grandes geradores
u. Programa/Plano de Educação Ambiental
v. Programas de educação e comunicação ambiental específicos para a política de resíduos sólidos
w. Centro de Educação Ambiental
x. Espaço de Educação Ambiental
y. Outros:

Analisando as respostas obtidas no bloco A (MORAES, 2021), dos 156 municípios que responderam à
pesquisa, 87,8% dispõem de Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA) instituído e em
funcionamento (Figura 2). Tal dado é bastante expressivo e importante, pois se trata de um órgão de apoio que
promove a participação comunitária na coordenação do meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Figura 2 – Resposta ao questionamento se o município possui COMDEMA.

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Referente ao diagnóstico de coleta, 88,5% dos municípios informaram que a coleta de resíduos sólidos nos
respectivos municípios é superior a 91%, porém ainda foi identificada destinação inadequada de resíduos em
lixões em 0,6% dos municípios, conforme a Figura 3.

Figura 3 - Destinação final dos Resíduos Sólidos Urbanos dos municípios respondentes da pesquisa.

Referente a adesão de boas práticas adotas pelos municípios para a gestão ambiental, mais de 96% dos
municípios informaram que aderem ao Programa Município VerdeAzul e menos de 20% ao Programa Cidades
Sustentáveis (Figura 4), sendo que todos os municípios que aderem ao PCS, também participam do PMVA. A
adesão ao PMVA e ao PCS são de extrema importância, pois tratam de programas de gerenciamento e gestão
ambiental, que permitem o monitoramento da sustentabilidade ambiental, inclusive no âmbito de resíduos
sólidos, auxiliando no estabelecimento de prioridades e facilitando a tomada de decisão, por meio da
elaboração de planos de ação, políticas e programas.

Figura 4 – Adesão dos municípios respondentes nos Programas Municípios VerdeAzul e Cidades
Sustentáveis.

Os programas avaliados são instrumentos que servem como base no estabelecimento de ações e prioridades
para um melhor gerenciamento ambiental, facilitando a tomada de decisão e a elaboração de políticas e ações
públicas.

 Bloco B

No bloco B (MORAES, 2021), as questões focaram em avaliar os planos e programas aplicados nos
munícipios do Estado de São Paulo. Foi verificada a existência e os conhecimentos sobre o Plano Municipal
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), bem como as dificuldades encontradas em sua aplicação.
A participação em programas de apoio ao gerenciamento ambiental, tais como os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Programa Município VerdeAzul (PMVA) e o Programa Cidades
Sustentáveis também foi questionada aos municípios (Quadro 9).

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Quadro 9 - Questões analisadas no Bloco B (Planos e Programas)
Questões analisadas no Bloco B (Planos e Programas)
1. O município possui Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB)?
a. Sim, possui PMSB
b. Em elaboração
c. Não
3. O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) foi elaborado por:
a. Técnicos da Prefeitura
b. Consultoria
c. O município não possui PMBS
d. Outro
4. O município possui Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) ou Plano
Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PRGIRS) instituído e em funcionamento?
a. Sim, possui PMGIRS
b. Sim, possui PMGIRS inserido no PMSB
c. Sim, possui PRGIRS
d. Em elaboração
e. O município não possui nenhum dos dois Planos citados
6. Considerando a existência de um Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos ou Plano
Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos no município, de que forma pode ser considerado a
aplicabilidade desse Plano:
a. É totalmente aplicado
b. É parcialmente aplicado
c. Não é aplicado
d. O município não possui nenhum dos dois Planos citados
16. Assinale as dificuldades encontradas para a elaboração e implementação do PMGIRS/PRGIRS no seu
município. Marque todas as opções que se aplicam.
a. Falta de funcionários em número suficiente
b. Falta de capacitação técnica
c. Falta de recursos financeiros
d. Falta de informação e dados disponíveis na prefeitura
e. Dificuldade de acesso aos dados dos diferentes setores da prefeitura
f. Falta de conscientização da população sobre importância de participar do processo
g. Integração a consórcio intermunicipal
h. Dificuldade de estabelecimento de acordos setoriais para a implantação da logística reversa
i. Baixa incidência de programas voltados à educação ambiental
j. Baixo índice de participação popular em audiências públicas
k. Insuficiência de estratégias para a redução do volume dos resíduos gerados
l. Insuficiência de infraestrutura e equipamentos (caminhões compactadores, tratores, balanças, esteiras etc. )
m. Insuficiência dos processos de recuperação de resíduos (reaproveitamento, reciclagem e/ou
compostagem)
n. Insuficiência da inclusão social de catadores
o. Falta de fiscalização ambiental e aplicação da legislação pertinente
p. Baixa aquisição de equipamentos/investimentos para gerenciamento alternativo de resíduos destinados aos
aterros
q. Ausência de participantes de Acordos setoriais ou de Termos de Compromisso para a implantação de
Programas de Logística Reversa
r. O município não encontrou dificuldades
s. O município não possui nenhum dos dois Planos citados
t. Outros:
19. O município utiliza os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da ONU, ativamente na agenda
municipal?
a. Não utiliza os ODS na agenda municipal
b. As metas do PPA estão alinhadas com os ODS
c. A maioria dos projetos / programas utilizam indicadores baseados nas metas dos ODS

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Questões analisadas no Bloco B (Planos e Programas)
d. Alguns projetos ou programas utilizam indicadores baseados nas metas dos ODS
e. A maioria dos projetos / programas fazem menção aos ODS
f. Alguns projetos ou programas fazem menção aos ODS
g. Outro

Para as questões do Bloco B (MORAES, 2021), referente aos Planos e Programas, identificou-se que 82,6%
dos municípios possuem Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), e outros 10,3% estão em
elaboração, sendo a maioria realizada por Consultoria (60,9%) (Figura 5).

Figura 5 - Municípios que apresentam PMSB e por quem foram elaborados.

De acordo com a questão de número 4 do bloco B, cerca de 70% dos municípios apresentam Plano Municipal
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) ou Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos (PRGIRS) instituído e em funcionamento, porém apenas 20,5% deles são integralmente aplicados
(Figura 6).

Figura 6 - Aplicabilidade do Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos ou Plano
Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos nos respondentes da pesquisa.

Os motivos de dificuldade de elaboração e implementação do PMGIRS/PRGIRS nos municípios, em


percentual, podem ser observados na Figura 7.

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Figura 7 – Dificuldades encontradas para implementação PMGIRS/PRGIRS nos respondentes da
pesquisa.

De acordo com a questão 19, mais da metade dos municípios (51,9%) informou que não utiliza os ODS na
agenda municipal e apenas 21,4% participam do Programa Cidades Sustentáveis. Por outro lado, as respostas
revelam que há um grande envolvimento dos municípios ao Programa Município VerdeAzul, o qual é aderido
por 96,1% dos municípios que responderam à pesquisa (MORAES, 2021).

 Bloco E

O Bloco E (MORAES, 2021) foi elaborado para tratar especificamente das legislações, visando a
aplicabilidade de normas e resoluções, além de valorar a importância de instrumentos de auxílio para o
gerenciamento de resíduos sólidos. As questões analisadas estão no Quadro 10.

Quadro 10 - Questões analisadas no Bloco E (Legislação)


Questões analisadas no Bloco E (Legislação)
1. Quais das leis/resoluções/normas a seguir são integralmente aplicadas no município? Marque todas as
opções que se aplicam.
a. Constituição Federal de 1988
b. Lei 12305/10 - Política Nacional de Resíduos Sólidos
c. Lei nº 14.026/20 – Lei de Saneamento Básico
d. Plano Nacional de Resíduos Sólidos
e. Plano Estadual de Resíduos Sólidos – Estado de São Paulo
f. CONAMA 001/86 - Impacto ambiental
g. CONAMA 237/97 - Licenciamento ambiental
h. CONAMA 005/88 - Licenciamento – obras de saneamento
i. CONAMA 002/91 - Manuseio de cargas contaminadas
j. CONAMA 006/91 - Incineração de resíduos
k. CONAMA 005/93 - Gerenciamento de resíduos - transportes
l. CONAMA 275/01 - Código cores – tipos de resíduos
m. CONAMA 307/02 - Resíduos de Construção Civil
n. CONAMA 313/02 - Inventário - Resíduos Sólidos Industriais
o. CONAMA 316/02 - Tratamento térmico de resíduos
p. CONAMA 358/05 - Resíduos dos serviços de saúde

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Questões analisadas no Bloco E (Legislação)
q. CONAMA 401/08 - Pilhas e Baterias
r. CONAMA 404/08 - Licenciamento ambiental – aterro sanitário
s. CONAMA 416/09 - Pneus
t. CONAMA 452/12 - Controle de entrada de resíduos no país
u. CONAMA 465/14 - Embalagem de agrotóxico
v. CONAMA 481/ 17 - Compostagem de resíduos orgânicos
w. NBR 11174:1990 - Armazenamento de resíduos classes II - não inertes e III - inertes – Procedimento
x. NBR 12235:1992 - Armazenamento de resíduos sólidos perigosos – Procedimento
y. NBR 12980:1993 - Coleta, varrição e acondicionamento de resíduos sólidos urbanos – Terminologia
z. NBR 13463:1995 - Coleta de resíduos sólidos
aa. NBR 10004:2004 - Resíduos sólidos – Classificação
bb. NBR 12807:2013 - Resíduos de serviços de saúde – Terminologia
cc. NBR 12808:2016 - Resíduos de serviços de saúde – Classificação
dd. NBR 12809:2013 - Resíduos de serviços de saúde — Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde
intraestabelecimento
ee. NBR 12810:2020 - Resíduos de serviços de saúde — Gerenciamento extra estabelecimento — Requisitos
ff. NBR 13221:2017 - Transporte terrestre de resíduos
gg. NBR 13853-1:2018 Versão Corrigida:2020 - Recipientes para resíduos de serviços de saúde perfurantes
ou cortantes - Requisitos e métodos de ensaio Parte 1: Recipientes descartáveis
hh. Nenhuma
2. Classifique, utilizando a escala abaixo, quão frequente os motivos expostos são a razão para a não
aplicação de algumas leis/resoluções/normas no município.
Escala: Nada Frequente/ Raramente/Ocasionalmente/Frequente/Muito frequente
a. Desconhecimento referente à existência
b. Desconhecimento referente ao que está vigente
c. Difícil interpretação
d. Falta de verba específica
e. Falta de recursos humanos
f. Grande número de legislações
g. Não há dificuldade na aplicação de legislações/resoluções/normas
3. Na sua opinião, a quantidade atual de leis/resoluções/normas para resíduos sólidos dificulta a aplicação no
município?
a. Sim
b. Não
4. Marque os instrumentos a seguir que auxiliariam na aplicação das Leis/resoluções/normas no município.
Marque todas as opções que se aplicam.
a. Utilização linguagem mais acessível
b. Estudo da interpretação das leis, resoluções e normas
c. Estudo das correlações entre as leis, resoluções e normas
d. Informativo periódico sobre as novidades em legislações e normas técnicas
e. Outro:

Ao avaliar as respostas do Bloco E, sobre as legislações, fica comprovada a dificuldade na aplicação das
normas e resoluções correlatas à PNRS, visto que das 33 legislações, normas e resoluções apresentadas na
pesquisa (MORAES, 2021), apenas uma média de 34,25% são integralmente aplicadas, de acordo com os
respondentes dos municípios. A porcentagem de aplicação de cada uma das leis, normas e resoluções se
encontra na Figura 8.

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Figura 8 – Aplicabilidade integral de leis/resoluções/normas nos municípios respondentes da pesquisa.

Para os problemas mais comumente encontrados na aplicação das legislações, normas e resoluções nos órgãos
públicos estão apresentados na Figura 9. A escala adotada para análise dos problemas enfrentados foi
escolhida para que sejam identificados os maiores ofensores, mesmo nos municípios que apresentam todos os
problemas mencionados.

Figura 9 – Problemas enfrentados na aplicação de leis/resoluções/normas nos municípios respondentes


da pesquisa.

Além disso, 61,5% dos municípios mencionaram que a grande quantidade de leis/normas/resoluções dificulta
a aplicação no município (Figura 10). (MORAES, 2021)

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Figura 10 – Resposta dos municípios ao questionamento de se a quantidade de legislações é uma
dificuldade para a aplicação.

Tal estudo demonstra ter imensa importância para os órgãos governamentais, pois conforme a Figura 11, pois
66,03% dos respondentes da pesquisa (MORAES, 2021) afirmaram que um estudo da correlação das leis,
resoluções e normas auxiliariam na aplicação. Além disso, 62,82% das respostas mencionaram a importância
de estudos que trazem interpretações de leis, resoluções e normas. Também, 67,31% consideram a linguagem
das legislações pouco acessíveis e informam que isto dificulta a aplicação nos municípios. (MORAES, 2021)

Figura 11 - Instrumentos para auxílio na aplicação de leis/resoluções/normas.

 Outros Blocos

As questões do Bloco C (MORAES, 2021), referente ao Programa de Educação Ambiental e do Bloco D,


referente ao Consórcio Intermunicipal não serão detalhadas no momento, pois não compuseram as análises
deste trabalho.

No Bloco F (MORAES, 2021), foi tratado o tema Tecnologia/Instrumentos Administrativos, cujas questões
também não serão detalhadas, pois foram produtos para a análise de outros projetos e não compõem o objetivo
deste trabalho. As questões se referem a diferentes softwares para gerenciamento de resíduos sólidos, tais
como o Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduo Sólido (SIGOR) e o Sistema Nacional de
Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR).

Do mesmo modo, as questões do Bloco G (MORAES, 2021), cujo objetivo foi de compreender a participação
de cooperativas e associações no município para a coleta seletiva não serão tratadas no momento. O Bloco H é
referente aos resíduos de construção e demolição e o Bloco I trata dos resíduos de saúde. Por fim, o Bloco J se
refere à gestão dos resíduos sólidos na pandemia do Covid-19, e foi inserido com o intuito de verificar as
alterações nos diagnósticos dos municípios durante este período atípico. Todos esses blocos não serão
detalhados, pois não abrangem o objetivo deste trabalho.

Dessa forma, propõe-se que este trabalho seja utilizado como forma de auxílio e apoio aos órgãos
governamentais, para descomplexificar o entendimento de legislações, normas e resoluções. Além disso, as
matrizes de correlação permitem um rápido e fácil entendimento dos temas tratados em cada documento,
estimulando a aplicação no município.

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CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Com o aumento populacional ocorre também o crescimento das cidades e consequentemente uma maior
geração dos resíduos sólidos e impactos socioambientais negativos. Assim, torna-se essencial o gerenciamento
adequado dos resíduos sólidos, em todas as suas etapas, para o cumprimento das legislações aplicáveis e ações
de políticas públicas para a gestão ambiental urbana.

Neste estudo, percebe-se a grande variedade de legislações, normas e resoluções correlatas à Política Nacional
de Resíduos Sólidos, e a consequente necessidade de avaliação individual dos subtemas abordados em cada
uma delas, para a qual foi elaborada a matriz correlação. Esta avaliação se fez necessária para um maior
esclarecimento de todos os subtemas tratados nas legislações avaliadas e uma análise de similaridade entre
elas.

Tal fato é observado através da pesquisa aplicada aos municípios do Estado de São Paulo, na qual foram
identificadas as principais dificuldades de aplicação das legislações, normas e resoluções referentes a resíduos
sólidos. O principal motivo identificado foi a falta de recursos humanos e financeiros, porém grande parte dos
municípios (61,5%) mencionou que o grande número de legislações, normas resoluções dificultam a aplicação
dos mesmos nos órgãos municipais.

Além disso, as matrizes de correlação elaboradas neste trabalho e a interpretação dos subtemas tratados em
cada legislação, foram identificadas como instrumentos facilitadores da aplicabilidade, por 66,03% e 62,8%
dos municípios, respectivamente. Dessa forma, recomenda-se que este trabalho seja utilizado como diretriz
para a aplicação das legislações, normas e resoluções correlatas à Política Nacional de Resíduos Sólidos, pelos
responsáveis pelo tema nos órgãos municipais. Tal diretriz permite que as legislações sejam todas
consideradas e aplicadas pelos municípios, a fim de direcionar políticas públicas e desenvolver às ações
aplicadas nas dimensões ambientais, sociais e econômicas.

Dessa forma, conhecer as legislações e possuir instrumentos que facilitem seu entendimento é de extrema
importância para que as legislações sejam aplicadas na prática, garantindo um gerenciamento ambiental
adequado e com ações que beneficiam a sociedade, a economia e o meio ambiente. Este trabalho pode ser
aplicado em projetos futuros com o intuito de desenvolver novas ferramentas para facilitar o entendimento de
legislações, normas e resoluções para maior aplicabilidade no Brasil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BRASIL. Lei Federal nº. 6.983 de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
2. BRASIL. Constituição da República Federal do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
3. BRASIL. Lei Federal nº. 12.305 de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
4. GAVIRA, M. O.; MORAES, C.S.B.; DADARIO, A. M. V. Administração e Gestão Sustentável:
Contexto e Ferramentas. 1ª edição. São Carlos: Editoria Rima, 2017.
5. GERHARDT, T. E; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa. Plageder, 2009.
6. MAIELLO, A. et al. Implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Revista de Administração
Pública. Rio de Janeiro, vol.52 no.1, p.24-51. Jan/fev. 2018.
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8. MORAES, C. S. B. Pesquisa sobre o Gerenciamento dos Resíduos Sólidos nos Municípios do Estado de
São Paulo, Brasil. Universidade Estadual Paulista. Programa Município VerdeAzul. Comitê de Integração
de Resíduos Sólidos. Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo. UNESP -
PMVA/ CIRS/ SIMA. Rio Claro/ SP, 2021.
9. PINTO, W. L. H.; MORAES, C. S. B.; CAPPAROL, D. C. A.; OLIVEIRA, J. C.; ANSANELLI, S. L.
M.; DOLPHINE, L. M. Gestão Municipal de Resíduos Sólidos e Proposta de Indicadores de
Sustentabilidade. Brazilian Applied Science Review. v. 4, n.1, 2020.
10. POLAZ, C. N. M.; TEIXEIRA, B. A. N. Indicadores de sustentabilidade para a gestão municipal de
resíduos sólidos urbanos: um estudo para São Carlos (SP). Engenharia sanitária ambiental, São Paulo, v.
14, n. 3, p. 411 – 420, jul./set. 2009.

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