Resi Duos
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RESUMO
A geração de resíduos pelos seres humanos sempre aconteceu, e foi intensificada após a Revolução Industrial,
com o aumento da utilização de materiais de construção e com o crescimento acelerado das cidades. Assim, o
aumento da geração desses resíduos, associado à sua disposição inadequada impulsionou a criação de leis
nacionais e internacionais para o gerenciamento de resíduos. Em 2010, surgiu a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, que dispõe sobre princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão integrada e
gerenciamento de resíduos sólidos. Diversas outras normas e resoluções também foram criadas para garantir o
correto gerenciamento de resíduos sólidos, o que dificulta sua aplicação de forma efetiva e prática pelos
órgãos governamentais, empresas e municípios. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi analisar as
diferenças e similaridades da Política Nacional de Resíduos Sólidos com as normas e legislações do Estado de
São Paulo, por meio de uma matriz de correlação e uma análise de contexto, de aplicabilidade e de
dificuldades de aplicação, com o intuito de facilitar o gerenciamento e a gestão municipal no tema Resíduos
Sólidos. Com este trabalho, observou-se que existe uma grande quantidade de obrigações legais a serem
seguidas, mas que, devido ao desconhecimento de sua existência e à falta de recursos, muitas vezes não são
integralmente aplicadas. Isto fundamenta a necessidade deste estudo, o qual é de grande importância para a
maior aplicabilidade das legislações e normas nos órgãos públicos.
De acordo com o Artigo 23 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, é competência comum
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cuidar da saúde, proporcionar meios de acesso à
educação e à tecnologia, proteger o meio ambiente, combater a poluição, fomentar a produção agropecuária e
promover programas para melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico (BRASIL, 1988).
O Estado pode assumir papel facilitador das ações sustentáveis implementando mecanismos e instrumentos
econômicos, tais como a isenção de impostos, a criação de mercados para bens, a disponibilização de
subsídios e o financiamento às pesquisas em tecnologia limpa, (GAVIRA, MORAES, DADARIO, 2017), o
que pode auxiliar diretamente no gerenciamento dos resíduos em todas as esferas.
Dessa forma, em relação aos resíduos sólidos, foi instituída a Lei Federal n. 12.305/2010 - Política Nacional
de Resíduos Sólidos (PNRS), a qual dispõe dos princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relativas à
gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos. Além disso, a lei aborda as responsabilidades dos
geradores e do poder público a respeito dos resíduos gerados.
Entretanto, no campo das políticas públicas brasileiras, existe uma distância física e estrutural entre a
formulação e a execução dessas diretrizes, devido à falta de coordenação efetiva entre os diferentes órgãos
governamentais (MAIELLO et al., 2018). Isto se aplica à PNRS, que frequentemente se depara com
dificuldades de aplicação devido a disponibilidade de recursos e falta de gestão adequada.
O manejo e a destinação adequada dos resíduos estão relacionados à expansão urbana, pois muitas áreas não
contam com serviços de coleta, levando à destinação inadequada dos resíduos, ocasionada por ocupações
irregulares causadas por cidades não planejadas (MAIELLO et al., 2018).
Por isso, devido à grande complexidade e às diversas normas e legislações relacionadas à gestão de resíduos, é
de grande importância a realização de um planejamento e gestão de ações de forma que o meio ambiente
esteja sempre protegido, conforme a constituição.
O presente trabalho foi desenvolvido como parte da pesquisa “Política Nacional de Resíduos Sólidos: Proposta
Metodológica com o Uso de Instrumentos Legais, Administrativos e Tecnológicos como Subsídio para sua
Implementação e Gerenciamento Sustentável” (MORAES, 2021), e nesse sentido, foi desenvolvido com o
intuito de esclarecer as similaridades e diferenças entre as legislações e normas relacionadas a Resíduos
Sólidos no Estado de São Paulo, as quais muitas vezes não são aplicadas devido à falta de conhecimento de
sua existência, à dificuldade de interpretação e/ou à falta de recursos. A partir da aplicação da pesquisa
conforme Moraes (2021), foi realizada a análise das principais dificuldades na aplicação das legislações e
normas, e elaborada uma matriz de correlação que facilita o conhecimento das determinações vigentes, além
de proporcionar uma fácil interpretação.
Objetivos Específicos:
- Elaborar uma matriz comparativa entre a Política Nacional de Resíduos Sólidos e outras legislações
aplicáveis no trabalho, através de indicadores gerados.
- Investigar o nível de conhecimento de técnicos e gestores municipais do Estado de São Paulo sobre a Política
Nacional de Resíduos Sólidos e demais instrumentos normativos correlatos a tal política e analisar a
aplicabilidade e dificuldades deste contexto.
- Utilizar as matrizes comparativas e análises de resultados como subsídio para o entendimento e
aplicabilidade da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, principais leis e normas correlatas, como
instrumento facilitador na implementação e no gerenciamento.
METODOLOGIA
De acordo com Gerhardt e Silveira (2009), a metodologia é o estudo da organização e trata dos caminhos a
serem percorridos para se chegar ao objetivo proposto em uma pesquisa. Além disso, uma pesquisa pode ser
classificada quanto à abordagem, à natureza, aos objetivos e aos procedimentos (GERHARDT & SILVEIRA,
2009).
Neste trabalho, a metodologia é caracterizada como pesquisa descritiva e bibliográfica, por envolver
levantamento bibliográfico com foco na atuação prática da problemática estudada. O trabalho tem como base a
abordagem por análise qualitativa, a partir de uma sequência de atividades realizadas por instrumentos de
pesquisa, conforme as etapas a seguir na Figura 1.
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
Primeiramente, a fim de se obter um embasamento teórico referente ao estudo, foi realizado um levantamento
bibliográfico referente à Política Nacional de Resíduos Sólidos e as legislações e normas correlatas a ela, no
âmbito do Estado de São Paulo. Para a revisão bibliográfica deste trabalho foram realizadas pesquisas em
livros, dissertações, teses, legislações, normas e artigos nacionais e internacionais.
A pesquisa foi elaborada e aplicada em parceria com o ACert - Auditoria, Certificação e Gerenciamento
Socioambiental (Laboratório/ Grupo de Pesquisa CNPq - UNESP/ UFSCar) e com a Coordenação do
Programa Município VerdeAzul (PMVA) e do Comitê de Integração de Resíduos Sólidos (CIRS) da
Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) do Estado de São Paulo, além de Docentes e Discentes
da Graduação e Pós-Graduação da UNESP, UNICAMP, Uniararas-FHO, USP e UFSCar, além de outros
colaboradores (MORAES, 2021).
Com 155 questões, as quais foram agrupadas em 10 blocos, o resultado da pesquisa visa subsidiar a elaboração
de metodologias, instrumentos administrativos e tecnológicos capazes de aperfeiçoar as ações de gestão e
gerenciamento integrado dos resíduos sólidos nos municípios e instituições, bem como atualizar o panorama
das Estruturas de Meio Ambiente existentes nos municípios do Estado de São Paulo.
Para realização das análises deste trabalho, foram utilizadas as questões do Bloco A (Dados Gerais), Bloco B
(Planos e Programas) e Bloco E (Legislação), para identificação dos municípios e apontamento das
dificuldades na aplicabilidade da PNRS e legislações correlatas, visando identificar oportunidades de
melhorias e facilitar a administração pública na prática.
RESULTADOS
Neste sentido, para facilitar a interpretação e a aplicação das normas pelos gestores municipais, foi criada uma
matriz de correlação entre os subtemas mais abordados na PNRS, Resoluções Conama e nas Normas
Brasileiras publicadas pela ABNT.
Após leitura e análise da Política Nacional de Resíduos Sólidos, das Resoluções do Conselho Nacional do
Meio Ambiente e das Normas Brasileiras publicadas no âmbito da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), observou-se a repetição de determinadas temáticas. Nesse sentido, para facilitar a interpretação e a
aplicação das normas pelos gestores municipais, foi elaborada uma matriz de correlação entre os subtemas
mais abordados (Quadro 1).
Os subtemas escolhidos, os quais se repetem em algumas legislações, resoluções e normas e se situam nas
colunas da referida matriz, são:
Como pode-se observar, foram encontradas 17 Resoluções CONAMA e 11 Normas ABNT, que tratam do
tema de resíduos. Pode-se constatar que o subtema de maior incidência entre as categorias definidas dispõe
sobre o “Tratamento, Acondicionamento e Disposição de Resíduos”, seguido igualmente por “Classificações”
e “Redução, Reutilização e Reciclagem”.
Em seguida, será apresentada uma breve discussão referente a cada uma das categorias de análise e as
respectivas tabelas, juntamente com a síntese das informações obtidas em cada norma ou resolução.
De maneira geral, sabe-se que pelos Artigos 6º e 7º da PNRS, muitos dos princípios e objetivos na Política
mencionam a necessidade de prevenção; a gestão sistêmica, cooperada e integrada dos resíduos; a
responsabilidade compartilhada; o incentivo à reciclagem e serviços ambientalmente sustentáveis; a
Para o subtema Classificações, nota-se a partir da matriz elaborada que existem normas e resoluções
específicas para a classificação de resíduos sólidos, resíduos da construção civil e resíduos de serviços de
saúde. Além disso, também existem diferentes recomendações para resíduos suscetíveis a tratamento térmico
ou que são considerados perigosos ou de risco. Conhecer a classificação dos resíduos é essencial para
determinação de medidas de redução, formas de tratamento e destino mais adequado.
b. Para o subtema Planos, foram agrupadas as informações referentes aos diferentes planos de gerenciamento
municipais e estaduais, relacionados a questão de resíduos, e os respectivos artigos e incisos correspondentes
(Quadro 3).
No subtema Planos tem-se diferentes resoluções CONAMA que tratam principalmente a respeito dos Planos
Municipais e Estaduais de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Além disso, também é necessária a
elaboração de planos de gerenciamento específicos para os resíduos de serviços de saúde e da construção civil.
c. O subtema Responsabilidade Compartilhada e Logística Reversa é abordado apenas em cinco das normas e
resoluções analisadas, cujos artigos foram apresentados no Quadro 9.
Conforme apresentado na matriz, várias resoluções abordam o subtema Redução, Reutilização e Reciclagem,
que também são apresentados pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Neste caso, são determinados
planos e princípios que incentivam a reciclagem e outras formas de se reduzir a quantidade de resíduos a
serem destinados a aterros sanitários.
f. Por fim, também foi analisado o subtema Licenciamento Ambiental, apresentado nas resoluções e normas
do Quadro 7.
A partir da elaboração dessas matrizes de correlação e divisão em subtemas, nota-se a grande variedade de
legislações, resoluções e normas no Estado de São Paulo, o que dificulta sua aplicação. Conforme citado na
metodologia, a fim de identificar a aplicabilidade dessas leis e normas correlatas à PNRS, e analisar as
dificuldades encontradas na prática deste contexto, foi aplicada a pesquisa “Gerenciamento de Resíduos
Sólidos” em parceria com o ACert - Auditoria, Certificação e Gerenciamento Socioambiental (Laboratório/
Grupo de Pesquisa CNPq - UNESP/ UFSCar) e com a Coordenação do Programa Município VerdeAzul
(PMVA) e do Comitê de Integração de Resíduos Sólidos (CIRS) da Secretaria de Infraestrutura e Meio
Ambiente (SIMA) do Estado de São Paulo, além de Docentes e Discentes da Graduação e Pós-Graduação da
UNESP, UNICAMP, Uniararas-FHO, USP e UFSCar, além de outros colaboradores (MORAES, 2021).
Para realização das análises dos resultados obtidos, foram escolhidos os blocos e perguntas que se referem à
temática e aos objetivos propostos neste trabalho.
Bloco A
No bloco A da pesquisa (MORAES, 2021), cujas questões consideradas nas análises estão apresentadas no
Quadro 8, o objetivo foi identificar os municípios respondentes e organizá-los. Neste bloco, também foram
introduzidas as questões referentes ao gerenciamento ambiental e de resíduos sólidos, através da verificação de
funcionários que trabalham diretamente com o tema. Um diagnóstico referente ao Conselho Municipal de
Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA) e à coleta e destinação final de resíduos também pode ser obtido por
meio das questões do Bloco A. Por fim, algumas questões foram inseridas para identificação das boas práticas
e ações bem-sucedidas aplicadas nos munícipios, referentes ao gerenciamento ambiental, tais como compras
sustentáveis e programas de gestão.
Analisando as respostas obtidas no bloco A (MORAES, 2021), dos 156 municípios que responderam à
pesquisa, 87,8% dispõem de Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA) instituído e em
funcionamento (Figura 2). Tal dado é bastante expressivo e importante, pois se trata de um órgão de apoio que
promove a participação comunitária na coordenação do meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Figura 3 - Destinação final dos Resíduos Sólidos Urbanos dos municípios respondentes da pesquisa.
Referente a adesão de boas práticas adotas pelos municípios para a gestão ambiental, mais de 96% dos
municípios informaram que aderem ao Programa Município VerdeAzul e menos de 20% ao Programa Cidades
Sustentáveis (Figura 4), sendo que todos os municípios que aderem ao PCS, também participam do PMVA. A
adesão ao PMVA e ao PCS são de extrema importância, pois tratam de programas de gerenciamento e gestão
ambiental, que permitem o monitoramento da sustentabilidade ambiental, inclusive no âmbito de resíduos
sólidos, auxiliando no estabelecimento de prioridades e facilitando a tomada de decisão, por meio da
elaboração de planos de ação, políticas e programas.
Figura 4 – Adesão dos municípios respondentes nos Programas Municípios VerdeAzul e Cidades
Sustentáveis.
Os programas avaliados são instrumentos que servem como base no estabelecimento de ações e prioridades
para um melhor gerenciamento ambiental, facilitando a tomada de decisão e a elaboração de políticas e ações
públicas.
Bloco B
No bloco B (MORAES, 2021), as questões focaram em avaliar os planos e programas aplicados nos
munícipios do Estado de São Paulo. Foi verificada a existência e os conhecimentos sobre o Plano Municipal
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), bem como as dificuldades encontradas em sua aplicação.
A participação em programas de apoio ao gerenciamento ambiental, tais como os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Programa Município VerdeAzul (PMVA) e o Programa Cidades
Sustentáveis também foi questionada aos municípios (Quadro 9).
Para as questões do Bloco B (MORAES, 2021), referente aos Planos e Programas, identificou-se que 82,6%
dos municípios possuem Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), e outros 10,3% estão em
elaboração, sendo a maioria realizada por Consultoria (60,9%) (Figura 5).
De acordo com a questão de número 4 do bloco B, cerca de 70% dos municípios apresentam Plano Municipal
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) ou Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos (PRGIRS) instituído e em funcionamento, porém apenas 20,5% deles são integralmente aplicados
(Figura 6).
Figura 6 - Aplicabilidade do Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos ou Plano
Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos nos respondentes da pesquisa.
De acordo com a questão 19, mais da metade dos municípios (51,9%) informou que não utiliza os ODS na
agenda municipal e apenas 21,4% participam do Programa Cidades Sustentáveis. Por outro lado, as respostas
revelam que há um grande envolvimento dos municípios ao Programa Município VerdeAzul, o qual é aderido
por 96,1% dos municípios que responderam à pesquisa (MORAES, 2021).
Bloco E
O Bloco E (MORAES, 2021) foi elaborado para tratar especificamente das legislações, visando a
aplicabilidade de normas e resoluções, além de valorar a importância de instrumentos de auxílio para o
gerenciamento de resíduos sólidos. As questões analisadas estão no Quadro 10.
Ao avaliar as respostas do Bloco E, sobre as legislações, fica comprovada a dificuldade na aplicação das
normas e resoluções correlatas à PNRS, visto que das 33 legislações, normas e resoluções apresentadas na
pesquisa (MORAES, 2021), apenas uma média de 34,25% são integralmente aplicadas, de acordo com os
respondentes dos municípios. A porcentagem de aplicação de cada uma das leis, normas e resoluções se
encontra na Figura 8.
Para os problemas mais comumente encontrados na aplicação das legislações, normas e resoluções nos órgãos
públicos estão apresentados na Figura 9. A escala adotada para análise dos problemas enfrentados foi
escolhida para que sejam identificados os maiores ofensores, mesmo nos municípios que apresentam todos os
problemas mencionados.
Além disso, 61,5% dos municípios mencionaram que a grande quantidade de leis/normas/resoluções dificulta
a aplicação no município (Figura 10). (MORAES, 2021)
Tal estudo demonstra ter imensa importância para os órgãos governamentais, pois conforme a Figura 11, pois
66,03% dos respondentes da pesquisa (MORAES, 2021) afirmaram que um estudo da correlação das leis,
resoluções e normas auxiliariam na aplicação. Além disso, 62,82% das respostas mencionaram a importância
de estudos que trazem interpretações de leis, resoluções e normas. Também, 67,31% consideram a linguagem
das legislações pouco acessíveis e informam que isto dificulta a aplicação nos municípios. (MORAES, 2021)
Outros Blocos
No Bloco F (MORAES, 2021), foi tratado o tema Tecnologia/Instrumentos Administrativos, cujas questões
também não serão detalhadas, pois foram produtos para a análise de outros projetos e não compõem o objetivo
deste trabalho. As questões se referem a diferentes softwares para gerenciamento de resíduos sólidos, tais
como o Sistema Estadual de Gerenciamento Online de Resíduo Sólido (SIGOR) e o Sistema Nacional de
Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR).
Do mesmo modo, as questões do Bloco G (MORAES, 2021), cujo objetivo foi de compreender a participação
de cooperativas e associações no município para a coleta seletiva não serão tratadas no momento. O Bloco H é
referente aos resíduos de construção e demolição e o Bloco I trata dos resíduos de saúde. Por fim, o Bloco J se
refere à gestão dos resíduos sólidos na pandemia do Covid-19, e foi inserido com o intuito de verificar as
alterações nos diagnósticos dos municípios durante este período atípico. Todos esses blocos não serão
detalhados, pois não abrangem o objetivo deste trabalho.
Dessa forma, propõe-se que este trabalho seja utilizado como forma de auxílio e apoio aos órgãos
governamentais, para descomplexificar o entendimento de legislações, normas e resoluções. Além disso, as
matrizes de correlação permitem um rápido e fácil entendimento dos temas tratados em cada documento,
estimulando a aplicação no município.
Neste estudo, percebe-se a grande variedade de legislações, normas e resoluções correlatas à Política Nacional
de Resíduos Sólidos, e a consequente necessidade de avaliação individual dos subtemas abordados em cada
uma delas, para a qual foi elaborada a matriz correlação. Esta avaliação se fez necessária para um maior
esclarecimento de todos os subtemas tratados nas legislações avaliadas e uma análise de similaridade entre
elas.
Tal fato é observado através da pesquisa aplicada aos municípios do Estado de São Paulo, na qual foram
identificadas as principais dificuldades de aplicação das legislações, normas e resoluções referentes a resíduos
sólidos. O principal motivo identificado foi a falta de recursos humanos e financeiros, porém grande parte dos
municípios (61,5%) mencionou que o grande número de legislações, normas resoluções dificultam a aplicação
dos mesmos nos órgãos municipais.
Além disso, as matrizes de correlação elaboradas neste trabalho e a interpretação dos subtemas tratados em
cada legislação, foram identificadas como instrumentos facilitadores da aplicabilidade, por 66,03% e 62,8%
dos municípios, respectivamente. Dessa forma, recomenda-se que este trabalho seja utilizado como diretriz
para a aplicação das legislações, normas e resoluções correlatas à Política Nacional de Resíduos Sólidos, pelos
responsáveis pelo tema nos órgãos municipais. Tal diretriz permite que as legislações sejam todas
consideradas e aplicadas pelos municípios, a fim de direcionar políticas públicas e desenvolver às ações
aplicadas nas dimensões ambientais, sociais e econômicas.
Dessa forma, conhecer as legislações e possuir instrumentos que facilitem seu entendimento é de extrema
importância para que as legislações sejam aplicadas na prática, garantindo um gerenciamento ambiental
adequado e com ações que beneficiam a sociedade, a economia e o meio ambiente. Este trabalho pode ser
aplicado em projetos futuros com o intuito de desenvolver novas ferramentas para facilitar o entendimento de
legislações, normas e resoluções para maior aplicabilidade no Brasil.
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