Grafeno - O Material Que Pode Mudar o Futuro

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Autor: Matheus Amaral Gonçalves

Série: Primeira (2019) do Ensino Médio


Professores: João Manoel e Roberto Fonseca
Colégio: Espaço Potencial Objetivo, Cotia

Grafeno - O material que pode mudar o futuro

A ciência está constantemente evoluindo, através dela o ser humano descobre


novos mundos, ou até universos, é inegável que a nanoquímica e a nanotecnologia (N&N)
poderão abrir as portas para o futuro da humanidade. O termo “nanoquímica” vem do fato
de se tratar do estudo da matéria em escala nanométrica, cuja unidade equivale a um
bilionésimo do metro (1 nm = 1.10-9 m), todos os nanomateriais apresentam propriedades
diferentes daqueles de escala macroscópica, as quais se manifestam a partir de
determinados tamanhos, por exemplo: um nanomaterial pode manifestar suas propriedades
ópticas numa escala de 40 nm, mas, com 20 nm, manifesta as magnéticas; estes são os
denominados tamanhos críticos. Por adição, o formato das partículas também pode
influenciar na propriedade que será exibida pelo material, logo, formatos diferentes de
partículas mostram propriedades distintas.
Os nanomateriais mais conhecidos são aqueles à base de carbono, talvez porque
sejam os que apresentam mais peculiaridades em suas composições, esses mesmos
compostos têm recebido muita atenção de muitos químicos do mundo inteiro por conta do
grande potencial que estes materiais mostram. Os mais conhecidos são os nanotubos de
carbono (NTC) e o grafeno (material ao qual o artigo direcionará seu foco), os alótropos do
sexto elemento na tabela periódica que intrigaram os cientistas do mundo todo.

Alótropos de carbono

Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422013001000009

Grafeno é um material formado por uma única camada bidimensional de, somente,
átomos de carbono, que possui os maiores índices de algumas propriedades químicas,
tornando-o o que alguns chamam de “material do futuro”. Descoberto em 2004 por dois
cientistas de origem russa, o grafeno tem sido alvo da atenção de muitos pesquisadores e
até de órgãos governamentais, uma vez que suas características lhe proporcionam uma alta
gama de aplicações em diversas áreas como: medicina, eletrônica e comunicação.
A estrutura deste material é, conforme já mencionado, uma monocamada de átomos
de carbono organizados em hexágonos, ou seja, a espessura da folha de grafeno é
equivalente ao diâmetro de um átomo, é o material mais fino descoberto pelo homem, seu
formato bidimensional lhe proporciona alta maleabilidade e flexibilidade, chega a ser mais
resistente que o diamante, outro alótropo cristalino de carbono.

Estrutura do grafeno
Fonte:https://www.todamateria.com.br/grafeno/

Os átomos de carbono têm 6 elétrons no total, estando 4 deles em sua camada de


valência (no caso, a camada L), portanto ele está constantemente procurando átomos para
fazer ligações e se estabilizar eletronicamente. No grafeno, cada átomo de carbono se liga a
outros três, compartilhando um elétron com cada átomo, desse jeito uma das partículas de
carga negativa de cada carbono fica circulando livremente em uma velocidade de 106 m/s,
sem ser atraído por nenhum átomo, por essa razão, o grafeno possui a melhor
condutividade elétrica, podendo ser uma substituição para o silício em aparelhos eletrônicos.
Além disso, o grafeno apresenta a maior condutividade térmica, cerca de 5000
W/m.K, enquanto o cobre apresenta 400 W/m.K; implicando em aplicações para
gerenciamento térmico de aparelhos eletrônicos e até roupas esportivas. O material é muito
rentável, possui uma área superficial de 2600 m2/g, 260 vezes maior que a área superficial
do grafite, alótropo de carbono do qual o grafeno é extraído. Quanto às propriedades
ópticas, o grafeno tem uma transparência quase total, permite a passagem de 97,7% da luz.
Suas propriedades ópticas estão fortemente relacionadas com suas propriedades
eletrônicas bem como a sua estrutura eletrônica de baixa energia, onde bandas cônicas se
encontram no ponto de Dirac. O sistema de grafeno exibe comportamento que permite a
sintonia de propriedades óticas ultrarrápidas.
Em 2004, Andre Geim e Konstantin Novoselov, dois cientistas da Universidade de
Manchester, foram capazes de isolar uma única camada de um fragmento de grafite, através
da esfoliação com fita adesiva, processo que consiste em esfoliar o grafite sucessivamente
para obter pedaços cada vez menores e mais finos, foi desse jeito que os cientistas isolaram
o único material monocamada conhecido. Até hoje, é um dos métodos de extração mais
utilizados, pois obtém-se um grafeno muito puro que pode ser utilizado para construir
dispositivos eletrônicos, o único problema é que o processo é demorado, deve ser realizado
em um lugar extremamente limpo, pois qualquer pequena impureza pode comprometer a
qualidade da folha e rende uma quantidade muito baixa do material, apesar da eficiência na
extração.
Esfoliação do grafite

Fonte:https://www.researchgate.net/figure/Figura-31-Ilustracao-do-processo-de-esfoliacao-mi
cromecanica-do-grafeno-a-partir-do_fig6_320840161

Outra forma de se extrair o material é pelo chamado CVD - Chemical Vapor


Deposition (Deposição Química em Fase Vapor), que consiste em isolar fontes carbônicas
(hidrocarbonetos, por exemplo) no estado gasoso, aquecê-las até que ocorra a dissociação
dos átomos de carbono do restante das moléculas, então espera-se os fragmentos se
reencontrem num substrato de cobre e se juntem no formato hexagonal da folha de grafeno.
Este método pode garantir uma quantidade maior de material que o anterior, entretanto, o
fato de o grafeno extraído por CVD formar-se em um substrato acarreta no
comprometimento da circulação de elétrons, portanto, não pode ser usado na indústria
eletrônica.

Chemical Vapor Deposition-CVD

Fonte:https://www.comsol.com/blogs/synthesizing-graphene-chemical-vapor-deposition/

Conforme já foi dito antes, o grafeno tem propriedades que lhe oferecem uma
infinidade de aplicações em diversas áreas, será especificado, a seguir, algumas de suas
aplicações na indústria nanoeletrônica. Um exemplo disso é que o material pode ser uma
alternativa para o silício em microcomputadores, visto que este perde sua estabilidade
quando em escala nanométrica. O grafeno também pode ser utilizado para construir
processadores mais eficientes e duráveis, por conta de suas altas condutividade térmica e
elétrica, pois os computadores não precisariam consumir muita energia e não esquentariam
demais, pois pode-se conduzir o calor para fora do dispositivo (essa última aplicação
também serve para o setor têxtil, mais especificamente, para roupas esportivas).
O grafeno também pode servir para construir celulares flexíveis, semelhantes
àqueles que se vê na ficção científica, aparelhos resistentes e dobráveis são uma das
grandes apostas das empresas para a utilização do nanomaterial. No setor da comunicação
sem fio, o grafeno também é uma opção, devido à sua alta mobilidade eletrônica,
transistores à base do material podem apresentar um desempenho melhor na emissão de
frequências, as ligações se tornariam cada vez mais rápidas e o sinal de Wi-Fi seria mais
estável.
É importante ressaltar que nenhum dos métodos de obtenção de grafeno garante
uma quantidade em escala industrial, por consequência, todas as aplicações citadas acima
não passam de previsões para o futuro do mercado eletrônico.
Após as informações supracitadas, pode-se concluir que o grafeno é um material de
grande potencial, em minha opinião, deve ser dada muita atenção às pesquisas das
aplicações do composto, não só na indústria eletrônica, mas em muitas outras áreas, como
a medicina e a comunicação via fibra óptica, porque além de ser muito rentável, não
prejudica o meio ambiente e sua matéria-prima é abundante e de baixo custo, o que coloca
o Brasil em uma posição vantajosa para sua exploração, pois possui as maiores reservas de
grafite do mundo.

BIBLIOGRAFIA

https://www.ufms.br/instituto-de-fisica-desenvolve-nanomateriais-para-aplicacoes-tecnologic
as/ (Acessado em: 17/11/2019)/
http://www2.ufcg.edu.br/revista-remap/index.php/REMAP/article/view/493/387 (Acessado
em: 17/11/2019)/
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422013001000009
(Acessado em: 17/11/2019)/
https://www.comsol.com/blogs/synthesizing-graphene-chemical-vapor-deposition/ (Acessado
em: 19/11/2019)/
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/10/cientistas-que-descobriram-o-grafeno-vencem-n
obel-de-fisica.html (Acessado em: 18/11/2019)/
https://www.abq.org.br/rqi/2012/737/RQI-737-pagina14-Grafeno-Aplicacoes-e-Tendencias-T
ecnologicas.pdf (Acessado em: 18/11/2019)/
(Acessado em: 19/11/2019)/
http://quimicaparatodosuevora.blogspot.com/2011/01/nanoquimica-um-novo-mundo.html
(Acessado em: 18/11/2019)/
https://betaeq.com.br/index.php/2015/09/29/a-origem-da-nanotecnologia-e-suas-varias-aplic
acoes/ (Acessado em: 19/11/2019)

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