Como Escolher Um Livro Ilustrado para Seu Filho

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MeConta!

1
Índice interativo
Livro ilustrado: uma ponte entre
a criança e o prazer de ler......................... 4

Um tipo de livro que desenvolve


a criança como leitora............................... 8
O livro ilustrado é uma casa............................... 13

1) O livro infantil ilustrado é uma casa


aberta a todos.................................................... 15

2) O livro infantil ilustrado é uma casa


onde se valoriza a linguagem............................ 17

3) O livro infantil ilustrado é uma casa


onde podemos conversar..................................20

5) O livro infantil ilustrado é uma casa


onde se desenvolve o raciocínio matemático....23

6) O livro infantil ilustrado é uma casa


para ser vista......................................................24

7) O livro infantil ilustrado é um manual


do mundo...........................................................26

8) O livro infantil ilustrado é uma casa


onde as pessoas se divertem.............................28

MeConta! 2
9) O livro infantil ilustrado é uma casa
em que os adultos também gostam de morar....30

Aprendendo a escolher um bom livro


ilustrado................................................... 32
Ilustrações..........................................................34

Tema e trama.....................................................36

“Faça-me rir, pelo amor de Deus”:


algumas palavras sobre o humor.......................38

O que um livro ilustrado não deveria ter............40

Últimas considerações:...................................... 41

Um lugar para celebrar o livro ilustrado


(para sempre).......................................... 43

MeConta! 3
Livro ilustrado:
uma ponte entre
a criança
e o prazer de ler
fotografia de @escolinhasoldoamor

É um novo dia na Escolinha Sol do Amor, em


Moçambique. Após as atividades da educação
infantil, as crianças se encaminharão para o
momento de leitura em voz alta.1 Todo dia, elas se
reúnem em torno do leitor, ansiosas por embarcar
em aventuras com gigantes, pássaros nunca
vistos, mares nunca navegados. Cada página
do livro ilustrado é uma promessa de aventura e
encantamento, e as risadas que acompanham o
passar das páginas não deixam dúvidas de que
aquele é um dos momentos mais aguardados do
dia.

1 A escolinha infantil de Moçambique é mantida por missionários da Comunidade


Árvore da Vida. Para saber mais, visite a página da escola no Instagram: https://www.
instagram.com/escolinhasoldoamor/

MeConta! 5
Mas a lição acabou se estendendo além do previsto,
e já é hora de sair para o lanche. As crianças
reclamam: “E a história?” A professora explica que
está tarde, todos estão com fome, e será preciso
lanchar sem ouvir história. Clésio ergue a mão e
solta uma frase que, na maravilhosa espontaneidade
infantil, traduz o sentimento de todos: “Tia, tenho
fome de livro!”

Clésio podia até não saber, mas estava


reproduzindo o pensamento de Cecília Meireles,
uma das maiores vozes da poesia brasileira e um
coração amante das crianças. Ela já dizia, em suas
reflexões sobre a literatura infantil, que “literatura
não é mero passatempo; é nutrição”.

Foi no século XIX que essa forma de nutrição


ganhou um novo formato, especialmente voltado
para as crianças, que conjugava o texto literário e
o poder das artes visuais para contar histórias de
uma nova maneira. O moderno livro ilustrado, cujas
origens remontam a um trio de autores ingleses da
Era Vitoriana (cujos nomes o leitor conhecerá daqui
a pouco), modificaria para sempre a experiência
das crianças com os livros, tornando-se um item
indispensável para a infância.

MeConta! 6
Neste e-book, você vai aprender o que é um livro
ilustrado (já adianto que não basta ter ilustrações!),
seus benefícios para o desenvolvimento das
crianças e os critérios para a seleção daqueles que
contribuem efetivamente para o desenvolvimento
do seu filho como leitor, aprofundando o amor pela
leitura.

No final, você vai conhecer o maior portal do Brasil


com indicações de livros infantis e juvenis por
faixa etária, reunindo recomendações de obras
rigorosamente selecionadas para potencializar a
experiência do seu filho com os livros. ❤️
Espero que este e-book ajude você a apreciar
melhor o rico universo da literatura infantil ilustrada
e a aproximar seu filho da leitura com a ajuda dos
melhores livros para crianças.

Então, vamos começar!

MeConta! 7
Um tipo de livro
que desenvolve
a criança como
leitora
O livro ilustrado está por toda parte. As livrarias
estão repletas deles. As escolas contam
com eles. Em toda casa em que há crianças
encontraremos ao menos alguns deles. O livro
ilustrado é hoje uma figura tão onipresente, que
chega a parecer que sempre esteve por aí.

Mas a verdade é que o livro infantil ilustrado,


tal como o conhecemos hoje, é fruto de uma
configuração sócio-econômica específica e de
exigências educacionais que se tornaram prementes
na Inglaterra vitoriana do século XIX.

As raízes daquilo que hoje entendemos por livro


ilustrado infantil remontam a um trio de artistas
ingleses que consolidaram um jeito novo de contar
histórias: Walter Crane (1845-1915), Kate Greenaway
(1846-1901) e, principalmente, Randolph Caldecott
(1846-1886).

Só para se ter uma ideia do tipo de transformação


que esses autores operaram no livro infantil,
tomemos como exemplo o trabalho de Caldecott na
ilustração das cantigas do folclore infantil inglês (as
famosas “nursery rhymes”). Em vez de simplesmente
ornamentar o texto das canções, Caldecott criou
verdadeiras narrativas visuais, retratando as ações
MeConta! 9
e os humores dos personagens, conferindo-lhes
personalidade e vida própria. A ilustração já não
vinha apenas ornamentar o texto, mas também
contá-lo. Por causa disso, muitos atribuem a
Randolph Caldecott o título de “pai do livro
ilustrado”.

Walter Crane, por sua vez, escreveu, em 1895, em


seu “Of the decorative illustration of books”:
MeConta! 10
“Um livro pode ser o lar do pensamento e do
olhar. Quanto à sua ornamentação, há quem se
contente com um barraco rústico na floresta e
procure aproximar-se da natureza somente nos
seus aspectos mais superficiais. Outros, por outro
lado, cercariam sua casa com um verdadeiro jardim
— neste caso, exigir-se-ia algo como um plano
arquitetônico.

Esses leitores olhariam para o frontispício [do livro]


como uma fachada; sentiriam-se acolhidos pela
página de rosto, como se fosse uma inscrição
de boas-vindas no alto de um pórtico, e então
penetrariam no hall de entrada, onde, tomando
o autor e o ilustrador pela mão, deixar-se-iam

guiar de sala em sala, conforme as páginas


fossem passando, adornadas por imagens (...),
tecendo sonhos nas mudanças de luz e sombra, e
esqueceriam o caminho difícil da vida e o mundo
tempestuoso lá fora.”

É bastante sugestiva a metáfora do livro como uma


casa, e a necessidade de um “plano arquitetônico”
para o livro ilustrado. De fato, ao terminar a leitura
de um livro ilustrado, muitas vezes sentimos como
se tivéssemos feito uma incursão em algum universo

MeConta! 11
que, sem ser exatamente como o nosso, dele nos
fala, e com uma clareza ímpar, deixando no espírito
uma forte impressão.
Uma consideração sobre o termo “livro ilustrado”
Em inglês, o termo “picture book” tem um significado
diferente de “illustrated book”. Neste último, a ilustração é
um adorno do texto, retratando um episódio, uma cena, sem
compor uma narrativa visual com início, meio e fim. O texto,
sem a ilustração, nada perde em significado. As ilustrações
visam a torná-lo mais atraente, sem chegar a constituir uma
parte indispensável da obra.

Exemplos: A versão ilustrada de “O gigante egoísta”, de


Oscar Wilde; “A Teia de Charlotte”, de E. B. White; “Grandes
histórias para pequenos viajantes”, de Mariana Machado.
Já no “picture book”, a ilustração tem tanto protagonismo
quanto o texto (ou mais). Ela conta a história juntamente
com o texto, expandindo-o, complementando-o, formando
um todo inseparável. “Picture books” nascem para ser
“picture books”: são assim planejados e executados.
Exemplos: “Guilherme Augusto Araújo Fernandes”, de Mem
Fox; “A casa sonolenta”, de Audrey e Don Wood; “Uma
lagarta muito comilona”, de Eric Carle.
Em português, temos apenas um nome para ambas as
espécies: “livro ilustrado”. Para diferenciar os conceitos, uma
opção é chamar de “livro ilustrado”, propriamente, o “picture
book”, e de “livro com ilustrações” o “illustrated book”.

MeConta! 12
Vamos explorar essa ideia do livro ilustrado como
uma casa e descobrir por que essa visita pode
transformar a relação do seu filho com os livros e a
leitura.

O livro ilustrado é uma casa


Walter Crane dizia que o livro de figuras precisa,
como uma casa, de um “plano arquitetônico”. A
metáfora é bastante sugestiva e servirá de ponto de
partida para nossa incursão pelos benefícios do livro
ilustrado para o desenvolvimento das crianças como
leitoras.

Algumas casas escondem em seu interior tesouros


de delicadeza e sensibilidade, convidando-nos a
revisitá-las e brindando-nos cada vez com novas
descobertas. Outras não chegam a valer uma visita:
suas paredes nuas nada nos comunicam, seus
cômodos nada nos dizem, não corre sangue nas
veias de seus habitantes. São livros sem vida, cuja
leitura não nos move um centímetro sequer.

O bom livro ilustrado, no entanto, reúne


características que o tornam verdadeiramente
insubstituível. Neste capítulo e no seguinte, vamos

MeConta! 13
conhecer as características do livro infantil ilustrado
que o tornam um item indispensável na vida
das crianças: seus benefícios e suas qualidades
essenciais.

Desde sua origem, no século XIX, em uma Inglaterra


que se desenvolvia intensamente, o livro infantil
ilustrado foi visto como uma ponte entre a criança
e o desenvolvimento da literacia2 — e, assim, como
uma ferramenta para desenvolvê-la como leitora,
condição indispensável à sua boa formação e ao
futuro sucesso acadêmico e profissional.

A relação entre o nível de literacia da população e o


crescimento econômico das nações está hoje bem
documentada, sendo um dos motivos pelos quais os
governos ao redor do mundo colocam tanta ênfase
na formação leitora da população.3

Hoje, graças a inúmeros estudos realizados com


bebês e crianças em idade escolar, sabemos que o
livro ilustrado é a melhor forma de proporcionar aos
pequenos os primeiros contatos significativos com
a realidade da palavra escrita. Aliando a sugestiva
2 Literacia (“literacy”) é o termo internacionalmente utilizado para se referir, de
modo mais amplo e abrangente que “alfabetização”, aos conhecimentos, habilidades e
atitudes relacionados ao consumo e à produção da palavra escrita.
3 Apenas a título de exemplo, confiram este artigo: “The contribution of literacy to
economic growth and individuals’ earnings”: https://www150.statcan.gc.ca/n1/pub/81-
004-x/2004006/7780-eng.htm

MeConta! 14
imagem de Walter Crane — do livro ilustrado como
uma casa — com os achados da pesquisa científica
sobre o desenvolvimento da literacia, temos um
leque de benefícios, que serão expostos a seguir:

1) O livro infantil ilustrado é uma


casa aberta a todos
Uma das vantagens dos livros ilustrados é seu
apelo universal: a criança não precisa sequer saber
ler para apreciá-los. Esta acessibilidade os torna
especialmente encantadores para pré-leitores,
leitores iniciantes, ou para aquelas crianças que
enfrentam dificuldades na leitura.

Como já dissemos, as imagens desempenham um


papel vital na narrativa.

Em “Leo e a Baleia”, um delicado


livro de Benji Davies, as crianças
podem testemunhar o dia a dia de
um menino que vive à beira do mar
e passa a maior parte do tempo
sozinho, enquanto seu pai, um
pescador, sai para mais um dia de
trabalho.

MeConta! 15
As ilustrações definem o cenário, retratando umas
poucas casinhas de madeira, um vasto areal e a
imensidão do mar. Em um rochedo à frente, ergue-
se um farol, que é como uma testemunha solitária
da vida que se passa na praia. Tudo no cenário
comunica vastidão e silêncio. A edição em capa
dura, em tamanho grande e no formato horizontal,
comunica fisicamente essa amplitude. As cores
escolhidas por Davies afastam qualquer mácula de
tristeza, mesmo em um cenário tão melancólico, no
qual quase podemos ouvir o quebrar das ondas e o
grasnar das gaivotas.

As escolhas do ilustrador evidenciam o caráter


dos personagens. Em quase todas as páginas,
Leo é retratado sem boca, sugerindo um menino
que falava pouco — afinal, não tinha com quem
conversar. Em nenhum momento o texto afirma
que Leo era órfão, o que é apenas insinuado pelas
ilustrações — não há nada que indique a presença
de uma mulher na casa.

A descoberta da baleia no banheiro marca o


clímax da história, a partir do qual os eventos se
encaminham para uma resolução. Não está dito em
palavras que, a partir daquele dia, o pai dedicaria

MeConta! 16
mais atenção ao filho, mas as cenas posteriores o
confirmam. Graças à baleia, pai e filho estão mais
próximos que nunca.

E tudo isso em apenas 253 palavras!

Esta é a realização de um livro ilustrado, onde o


texto e as imagens contam a história juntos, em um
equilíbrio delicado que resulta em uma impressão
duradoura, acessível a qualquer idade.

2) O livro infantil ilustrado é uma


casa onde se valoriza a linguagem
Ler em voz alta para a criança é sempre benéfico
e um excelente recurso para o desenvolvimento
da linguagem. Nesse cenário, o livro ilustrado se
destaca como o melhor suporte para transmitir às
crianças conhecimento de mundo, de palavras e
noções sobre o funcionamento da linguagem.

O mais simples livro ilustrado apresenta à criança


palavras mais raras e construções frasais mais
sofisticadas do que as geralmente ouvidas na
conversação cotidiana. É comum, por exemplo,
vermos uma criança habituada a ouvir histórias

MeConta! 17
expressar-se com a “linguagem dos livros”,
empregando palavras pouco correntes na fala do
dia a dia (e que dificilmente seriam dirigidas por
adultos a uma criança, por serem consideradas
difíceis). É a criança que vê “uma árvore
majestosa”, “um belo gatinho”, e que tem “sonhos
surpreendentes”.

Além disso, costumam utilizar frases completas,


com riqueza de detalhes.

Existe um universo de pesquisas que estabelecem


a relação entre a leitura para crianças e o
desenvolvimento da compreensão em leitura, do
aumento do vocabulário e da motivação para ler.4
O impacto é ainda mais profundo quando a leitura
ocorre em casa como um hábito, e não apenas no
ambiente escolar.

Para maximizar a experiência de leitura para a


criança, é fundamental envolvê-la ativamente,
promovendo a interação verbal em torno do livro
que se lê em voz alta. O livro ilustrado, mais uma
4 O universo dessas pesquisas é praticamente inabarcável, mas aqui vão algumas
referências:
(1) Ceyhan, S., & Yıldız, M. (2021). The Effect of Interactive Reading Aloud on Student
Reading Comprehension, Reading Motivation and Reading Fluency. International
Electronic Journal of Elementary Education, 13(4). Retrieved from https://iejee.com/
index.php/IEJEE/article/view/1258. (2) Niklas, F., Cohrssen, C., & Tayler, C. (2016).
The Sooner, the Better: Early Reading to Children. Sage Open, 6(4). https://doi.
org/10.1177/2158244016672715

MeConta! 18
vez, é o recurso ideal para promover essa interação,
favorecendo o desenvolvimento linguístico da
criança e a compreensão de histórias.

O tipo de texto também pode favorecer essa


interação. Livros ilustrados que trazem histórias
rimadas naturalmente “chamam” a participação
da criança, que memoriza o texto mais facilmente
e consegue até mesmo completá-lo, depois de
algumas leituras. Histórias cumulativas apresentam
palavras ou frases recorrentes, apresentando de
novo e de novo aquele vocabulário e aquelas
estruturas que a criança acaba incorporando ao seu
repertório.

Por isso, a leitura de histórias rimadas e de histórias


cumulativas é excelente para promover a interação
da criança de forma quase espontânea, pois o texto
mesmo as convida a participar da leitura de forma
ativa.

No Me Conta!®, os pais poderão buscar por livros rimados e


histórias cumulativas selecionando essas categorias no menu
flutuante.

MeConta! 19
3) O livro infantil ilustrado é uma
casa onde podemos conversar
Em minha experiência lendo em voz alta para
meus filhos, sempre testemunho como os livros
ilustrados chamam a atenção da criança e suscitam
inúmeras perguntas. A leitura de um livro ilustrado
é um saborear mais vagaroso e compatível com
o processo natural de aprendizado do que a
exposição à velocidade e fugacidade das telas.

As crianças frequentemente perguntam sobre os


estados emocionais dos personagens e a razão por
que estão se sentindo assim ou por que fizeram
o que fizeram. Existe uma imersão na cena, pelas
mãos do ilustrador.

As imagens possibilitam a prática da nomeação:


“Isto é um dálmata’, ‘Isto é um pinheiro’, ‘Isto é um
iglu, uma casinha feita de gelo’’. Com a repetição
das leituras, a criança incorpora palavras novas
ao seu vocabulário expressivo e apreende as
circunstâncias adequadas para utilizá-las, tornando-
se capaz de se expressar cada vez com mais
precisão e riqueza de detalhes.

MeConta! 20
Além disso, o livro ilustrado é uma ótima maneira
de mostrar à criança realidades que são mais
bem apreendidas por meio de exemplos do que
de explicações, como a gentileza, a compaixão,
a amizade etc. Uma leitura de “Madeline Finn e
Bonnie”, de Lisa Papp, vale mais, para a criança
pequena, do que uma longa explicação sobre a
importância da amizade e da confiança em si para
superarmos os desafios.

MeConta! 21
4) O livro infantil ilustrado é uma
casa que forma leitores e escritores
competentes
Os bons livros ilustrados são capazes de
desenvolver habilidades de leitura sofisticadas,
permitindo às crianças adquirir uma compreensão
profunda do que lêem, a identificar estruturas
narrativas e a desenvolver empatia pelos
personagens de uma forma natural.

O programa ‘The Power of Pictures’, oferecido pelo


Center for Literacy in Primary Education, no Reino
Unido, colabora com escolas e autores-ilustradores
para promover o desenvolvimento da alfabetização
visual das crianças, a compreensão de leitura e
as habilidades de escrita criativa, permitindo que
elas aprendam sobre a estrutura narrativa e o
desenvolvimento do personagem de uma forma
acessível. Um dos relatórios do projeto afirma:

“Os professores envolvidos relataram não só


melhores resultados das crianças, melhores
competências de escrita e leitura e maior
entusiasmo delas com a aprendizagem, mas
também afirmaram que eles próprios se sentiram

MeConta! 22
mais confiantes e felizes. (...) Eles também
observaram uma melhora no vocabulário e na
linguagem dos alunos, bem como habilidades de
compreensão mais profundas.”

A linguagem de um bom livro ilustrado nada fica


a dever para histórias mais longas. Por isso, o
livro ilustrado pode ser uma “escola de estilo”,
fornecendo modelos que a criança irá incorporar
em sua expressão na hora de falar e escrever.

5) O livro infantil ilustrado é uma


casa onde se desenvolve o raciocínio
matemático
O livro ilustrado pode servir ao desenvolvimento
da compreensão de conceitos matemáticos pela
criança. Muitos incorporam conceitos matemáticos
como parte da história, contribuindo para que as
crianças pensem matematicamente.

Um estudo que analisou os efeitos dos livros


ilustrados no pensamento matemático das crianças
constatou que eles auxiliaram no aprendizado
de geometria (incentivando a criança a observar
formas e como os objetos se ajustam e podem ser
MeConta! 23
movidos), manipulação de dados (pensamento
estatístico, reconhecimento de padrões e realização
de previsões) e medição (levando a criança a
pensar em pesos e comprimentos e a comparar
quantidades).

6) O livro infantil ilustrado é uma


casa para ser vista
O termo “alfabetização visual” refere-se à
capacidade de interpretar imagens. Em uma
sociedade cada vez mais visual, essa é uma
condição indispensável à compreensão das
mensagens que recebemos e um poderoso aliado
em nossa própria capacidade de expressão.

No livro ilustrado, cada ilustração é planejada


conscientemente para, em conjunto com o texto,
contar a história. À ilustração cabe acrescentar
à experiência de leitura aquilo que “vale por
mil palavras”. Por isso é tão frustrante, em um
livro ilustrado, encontrar imagens grosseiras e
comerciais, sem nenhuma consideração artística.

O potencial educativo do livro ilustrado reside


justamente em seu poder de evocar aquilo que vai

MeConta! 24
além das meras palavras. A palavra “Obrigado”, dita
por um personagem que abre um sorrriso, tem um
sentido muito diferente da mesma palavra dita por
um personagem que olha de soslaio e franze os
lábios.

Além disso, quando cuidadosamente planejado,


o livro ilustrado leva em conta não apenas o texto
e a imagem, mas também aspectos concernentes
à produção, como o formato (quadrado ou
retangular), a orientação (vertical ou horizontal), o
material, a capa e a sobrecapa, as folhas de guarda,
a folha de rosto, a tipografia — pois o livro ilustrado
é, em última instância, uma obra de arte visual.

Por isso, quando se trata de livro infantil ilustrado,


as aparências raramente enganam: não é
impossível, mas é relativamente raro encontrar
um texto excelente em uma obra descuidada nos
aspectos visuais, ou ilustrações de alta qualidade
acompanhando um texto sem valor.

Os livros da escritora sueca Elsa Beskow, trazidos


para o Brasil pela Editora João & Maria, sintetizam
o que expusemos aqui: do formato do livro à
sonoridade do texto lido em voz alta, passando
pelo material e pela orientação, tudo converge no
MeConta! 25
sentido de uma experiência de leitura satisfatória,
proporcionando à criança o contato com uma obra
de arte acessível e, ao adulto, o prazer de ver uma
obra bem executada nos seus mínimos detalhes.

7) O livro infantil ilustrado é um


manual do mundo
Os livros ilustrados de não ficção oferecem às
crianças a oportunidade de conhecer as maravilhas
da natureza, de entender o funcionamento das
coisas que existem, de contemplar e se admirar com
a riqueza da criação. Elas podem aprender sobre
predadores e presas, os planetas do sistema solar,
as florestas, os desertos, as selvas e os oceanos
da Terra. Não é raro que uma criança se descubra
intensamente interessada por um determinado
MeConta! 26
assunto, e que esse interesse tenha nascido a partir
da leitura de um livro ilustrado.

Com efeito, esses livros podem despertar o


interesse das crianças em aprender sobre diversos
assuntos. E, mesmo nos livros ilustrados de ficção,
a possibilidade desse tipo de aprendizado está
sempre aberta, pois a criança passa a reconhecer,
por exemplo, diferentes animais, paisagens, objetos
e atividades, conforme o adulto os aponta e
descreve.

No Me Conta!®, os pais encontrarão muitas opções de livros


da categoria “informativos”, enriquecendo a experiência da
criança com os livros por meio da exposição à leitura de não
ficção.

MeConta! 27
8) O livro infantil ilustrado é uma
casa onde as pessoas se divertem
O bom humor e a descontração abrem caminhos
para o coração da criança. Sem chegar a
constituir um fim em si mesmo, o humor facilita
a transmissão do que desejamos comunicar e,
aliviando as tensões, permite o encontro com a
história e desperta a cumplicidade entre as pessoas
envolvidas no ato de leitura. Por isso, se existe um
tipo de livro que poderia ser considerado a “ponte
ideal” entre a criança e o amor pela leitura, eu
apostaria nos livros bem-humorados.

Retomando o que dissemos sobre a “alfabetização


visual”, nos livros ilustrados divertidos a atenção
às ilustrações é um fator decisivo para a fruição
da leitura. O leitor não acessará o humor da série
infantil da Vaca Mimosa, por exemplo, se não
“ler” as situações inusitadas nas ilustrações. Nelas
identificamos tipos caricatos (como as galinhas
inteligentes, os porcos bobalhões, a fazendeira
desorganizada) e conflitos tipicamente infantis, na
pele dos animais da fazenda (brigas por brinquedos,
implicâncias infantis e uma amizade à prova de
balas).

MeConta! 28
Os pais não deveriam buscar sempre “a mensagem”
das histórias. Algumas foram escritas simplesmente
para nos fazer rir das situações cotidianas. Entendo
que esta é uma “mensagem” valiosa, especialmente
quando as opções disponíveis no “mercado da
educação de filhos” oscilam entre os extremos de
uma sisudez que enrijece a espontaneidade da vida
e a descontração a qualquer custo, que ri de tudo e
nada reverencia.

MeConta! 29
9) O livro infantil ilustrado é uma
casa em que os adultos também
gostam de morar
O excesso de livros ilustrados de baixa qualidade
em circulação, a facilidade de encontrá-los e sua
quase obrigatoriedade nas escolas faz com que
muitas pessoas formem uma ideia do livro ilustrado
como um tipo de livro inferior — na melhor das
hipóteses, um trampolim para os livros “que
realmente contam como leitura”.

A verdade é que os livros ilustrados não são uma


“etapa”, uma “fase”, um “começo”. São livros no
sentido pleno do termo. Livros que podem ser lidos
e relidos por adultos, como ocasião de prazer e
iluminação.

A linguagem de um bom livro ilustrado não perde


em nada para os melhores livros dirigidos ao
público não-infantil. As ilustrações não são um
“facilitador” da compreensão, mas um pilar desse
gênero de livro que inaugura uma nova forma de
contar histórias, na qual a arte do texto e a arte da
imagem formam um todo no qual a redução de um
resultaria em prejuízo do outro.

MeConta! 30
Assim, sabendo escolher livros ilustrados de
qualidade, você proporcionará a seu filho
momentos memoráveis de leitura, e, a si mesmo,
uma ocasião daquele raro prazer que derivamos de
uma obra de arte bem-feita.

MeConta! 31
Aprendendo
a escolher
um bom livro
ilustrado
A gora que conhecemos um pouco da gênese
e dos benefícios dessa forma de arte visual
chamada livro ilustrado, passemos aos critérios que
auxiliarão os pais na escolha daqueles livros mais
adequados à sua criança.

Escolhi abordar apenas aqueles aspectos que


podem ser percebidos em uma avaliação rápida.
Minha intenção é que você saia desta leitura com
alguns critérios para dizer, com mais conhecimento
de causa, “este é um bom livro, pelas seguintes
razões”, ou “este livro é falho por aquelas outras
razões”.

Como em tudo o mais, a prática aprimora a


habilidade. Você precisará conhecer muitos e
muitos livros ilustrados até refinar sua percepção —
sem descontar o fator personalíssimo de que alguns
simplesmente não serão do seu gosto, embora
sejam bons livros.

MeConta! 33
Uma avaliação possível e maximamente genérica
de um livro ilustrado pode se ancorar no exame dos
seguintes aspectos essenciais:

Ilustrações
As ilustrações são a base fundamental de um
livro ilustrado. Saber identificar um livro com boas
ilustrações é a chave do sucesso para garantir o
encantamento e a atenção do seu filho durante a
leitura.

As melhores ilustrações infantis são as que ajudam a


contar a história. Por isso, quando o assunto é livro
para crianças, a máxima clareza é o ideal (o que
não significa ilustrações pobres e pouco artísticas).
Ilustrações descontruídas, abstratas, que retratam
uma “história sob a história”, ou que contam uma
“história paralela” vão apenas deixar a criança
confusa e se sentindo defraudada.

Ilustrações com exagero e distorção tendem a não


agradar às crianças, que se baseiam muito em uma
interpretação literal. Crianças pequenas não gostam
de distorção excessiva, especialmente de rostos.
Elas podem ver olhos grandes e interpretá-los

MeConta! 34
como ferozes, e bocas grandes como ameaçadoras,
mesmo que a narrativa não aponte para isso.

Como nos lembra Joy Cowley, autora de


“Escrevendo com o coração”, as inconsistências nas
ilustrações são facilmente percebidas pelas crianças
acostumadas à experiência do livro ilustrado.
Portanto, pessoas rindo com os olhos arregalados
causa estranheza. Quando sorrimos ou rimos,
nossos olhos costumam se fechar um pouco. Uma
boca gargalhando e olhos esbugalhados costumam
ser vistos como uma careta ameaçadora.

Cowley nos lembra ainda que, ao avaliar um livro


ilustrado, devemos observar se os personagens
na arte estão na mesma ordem em que aparecem
no texto. Se o texto diz “um sapo e um pato” e o
ilustrador desenha um pato à esquerda da página e
um sapo à direita, então é dada uma dica errada na
ilustração.

A capa do livro é importante? Tão importante


quanto a fachada de uma casa. Ela é uma promessa
e uma antecipação do que encontraremos dentro
do livro. A capa é um convite. Ela pode enganar, é
claro, mas isso não acontece com tanta frequência.
Em geral, a capa costuma ser um indício confiável
MeConta! 35
da qualidade do livro. Se a ilustração da capa
parece “baratinha”, do tipo vetores de computador,
essa estética tende a se reproduzir nas páginas
internas — e o texto não costuma ser muito melhor.

Tema e trama
Vamos começar comparando dois termos que não
podem ser confundidos: tema e trama.

Basicamente, o tema é o que a história trata e a


trama é o que acontece na história.

Você pode ter livros que falem sobre família,


amizade, coragem, bondade, celebração, Natal,
festa de aniversário. Esses são temas de histórias.

Trama é o que acontece dentro do tema. E, se


não houver trama, não há uma história. História é,
necessariamente, algo que se desenrola no tempo
— se não há eventos se desenrolando no tempo,
não há história.

Em uma trama, algo acontece, e a resolução desse


acontecimento se dá no fim da história. Às vezes, a
trama é tão frágil, que lamentamos o tempo gasto
para descobri-la.

MeConta! 36
Mas como avaliar, rapidamente, se uma trama é
bem-feita?

Aqui vão algumas dicas práticas:

1) Leia alguns parágrafos do início da história e se


pergunte: a) há alguma informação interessante/
instigante?; b) somos apresentados ao personagem
principal? Parece haver algo de interessante sobre
ele?; c) fico com alguma pergunta na cabeça
quando leio o início?

2) Leia frases aleatórias do livro e perceba se há


ação, se há coisas acontecendo. Há livros que
prometem contar uma história, mas nos quais
nada acontece — só ouvimos a voz do narrador
refletindo em voz alta sobre um determinado tema,
um sentimento, uma recordação.

3) Leia os paratextos, se houver (prefácio, posfácio,


orelha do livro, contracapa etc.). Eles foram criados
para auxiliar na compreensão do livro e servem
para nos dar uma ideia do que encontraremos.
Mas, atenção: os paratextos muitas vezes veiculam
interpretações das histórias! Não é isso que você
deve procurar. Procure elementos concernentes
ao enredo. Somente interprete a história depois de

MeConta! 37
lê-la (e não se deixe levar por tudo que os editores
decidem inserir além do texto do próprio autor
— eles frequentemente abraçam suas próprias
opiniões como a interpretação definitiva da obra).

Sabendo que as histórias têm alcances diferentes,


conforme a complexidade da trama e do número
de personagens, é essencial estarmos focados na
tradicional história de três partes - início, meio e
fim. Ouvir histórias bem contadas, com suas partes
nos devidos lugares, irá fornecer à criança modelos
para que ela aprenda a narrar — uma habilidade
fundamental para a vida.

“Faça-me rir, pelo amor de Deus”:


algumas palavras sobre o humor
Os carrancudos que me desculpem, mas bom
humor é fundamental.

Nossa autora já citada, Joy Cowley, afirma que


“o primeiro dever do livro infantil é entreter”. Se
estivermos lendo sobre um assunto sério, então,
precisamos de equilíbrio e humor.

MeConta! 38
Cowley afirma ainda: “Nós, adultos, não lemos
materiais maçantes e de difícil compreensão por
escolha, embora com frequência esperemos isso
das crianças.”

Nem todas as histórias se prestam ao riso, mas


lembre-se de que os livros preferidos das crianças
costumam ser os bem humorados.

Crianças em idade pré-escolar costumam apreciar


humor do tipo pastelão. Basta observar como
as crianças pequenas se divertem com algumas
palavras, como “pum”, para entender que a graça
está no som e nas combinações inusitadas dessas
palavras.

Esses pequenos leitores também se deleitam com


o encanto do humor situacional, onde o comum
encontra o absurdo. É como criar uma obra-prima
da comédia olhando para o que é familiar através
de lentes novas, nunca usadas.

Assim, à medida que os seus pequenos navegam


no playground da linguagem, eles não estão apenas
em busca de risadas; estão em uma jornada de
descoberta, onde o humor se torna um delicioso
encontro entre o esperado e o inesperado.

MeConta! 39
Além disso, o humor alivia a tensão em um leitor
nervoso ou relutante. Ninguém pode continuar
tenso enquanto estiver rindo.

O que um livro ilustrado não deveria


ter
Tentarei, abaixo, listar os piores defeitos de um livro
ilustrado. Para isso, vou me valer, uma vez mais,
das considerações de Joy Cowley, acrescentando
também algo da minha experiência.

Eis as características que deveriam passar longe de


um livro ilustrado:

• Histórias que falam sobre sentimentos, mas que


são incapazes de despertar qualquer sentimento
além do tédio 🥱
• Livros que se preocupam tanto em “ensinar” que
se esquecem de “contar”.
• Histórias não específicas para a idade da criança.
Ideia vaga da infância.
• Histórias piegas ou excessivamente sentimentais.
• Excesso de fala infantil e diminutivos.

MeConta! 40
• Falta de compreensão da natureza de um livro
ilustrado. Palavras em excesso.
• Histórias de mensagem com material maçante e
pouco acessível para a faixa etária da criança.
• Falha em perceber que fantasia deve funcionar
como realidade.
• Rimas forçadas. (Rima é algo difícil e deve ser
bem feito. Muitas vezes, encontramos construções
estranhas e ideias mal formuladas, simplesmente
porque o autor, na tentativa de manter a rima, não
conseguiu encontrar uma palavra mais adequada.)

Últimas considerações:
Criança não gosta de finais abertos, inconclusivos
ou infelizes para uma história. Podemos, sim,
conduzi-la por uma trama tensa, desde que haja
um final feliz ou, ao menos, que aponte para a
esperança.

Há que se resistir à tentação de fazer pregação


para os pequenos leitores. A escrita didática
normalmente obtém uma reação negativa das
crianças. Nem todas as histórias se prestam a ter

MeConta! 41
uma “moral da história”. Nem tudo é fábula de
Esopo.

A distinção entre transmitir uma mensagem e fazer


pregação reside na diferença entre mostrar e dizer.
Ao mostrar, podem-se apresentar as escolhas
disponíveis e suas consequências. Ao dizer o que
deve ser feito, você dita ao leitor em que ele deve
acreditar. Isso costuma afastá-lo.

Quando falamos no poder pedagógico das histórias,


estamos certamente falando do poder uma história
bem contada. Se o autor joga fora a narrativa e se
concentra no “ensinamento da mensagem”, ele
deixou de escrever uma história.

MeConta! 42
Um lugar para
celebrar o livro
ilustrado
(para sempre)
Q uando comecei a pesquisar livros infantis
para ler para minha filha (ela tinha 7 meses na
época), tive muita dificuldade de encontrar leituras
adequadas.

Eu não tinha ideia do que um livro para bebês


precisaria ter, nem sabia onde encontrá-los.
As recomendações das livrarias pareciam-me
aleatórias, e a qualidade deixava muito a desejar.

Ninguém parecia ter as respostas que eu procurava.


As boas indicações eram, em sua maioria, muito
avançadas para uma criança tão pequena. Percebi
que, se eu queria ler para ela e valorizar a leitura em
voz alta como parte da nossa rotina familiar, seria

MeConta! 44
preciso arregaçar as mangas e sair à caça desses
livros.

Tornei-me uma ávida leitora de literatura infantil,


aliando meu interesse por literatura a essa nova
realidade dos livros infantis e juvenis.

Ao longo do caminho, fui colecionando e


catalogando títulos excelentes. Minha impressão
inicial de que nosso mercado de livros para crianças
pouco tinha a nos oferecer foi se dissipando
à medida que eu descobria mais e mais livros
fascinantes.

E, sem negar as deficiências desse mercado em


nosso país (estamos muito longe da riqueza de
opções dos países de língua inglesa, por exemplo),
hoje posso afirmar que temos nas mãos um
arsenal poderoso de livros infantis, que precisa ser
descoberto e explorado.

Foi com isso em mente que eu criei o primeiro


portal para pais e mães com indicações de
livros para crianças de 0 a 12 anos, o Me
Conta!®, onde as famílias poderão encontrar
livros de qualidade para oferecer aos filhos

MeConta! 45
— seja na leitura em voz alta ou na leitura
autônoma.

Fruto do amor pela literatura e do desejo de


proporcionar às famílias um local seguro para
encontrar livros infantis de qualidade, o Me Conta!®
reúne, hoje, mais de 1.000 indicações de livros
infantis e juvenis rigorosamente selecionados (e a
plataforma não pára de crescer).

Os livros estão categorizados por faixa etária e tipo


de livro (ilustrado, livro de capítulos, conto de fadas,
história rimada etc.), facilitando aos pais encontrar
aquela leitura que atenderá às suas necessidades
e ao gosto da criança. A busca também pode ser
feita por palavra-chave, tornando muito mais fácil
encontrar o livro que você procura.

Com as indicações do Me Conta!®, fica muito


mais fácil encontrar um livro que atenda às
suas necessidades e ao gosto do seu filho,
proporcionando momentos de leitura em família
prazerosos, instrutivos, divertidos e sem sustos! (Pois
o respeito à dignidade da criança é um dos pilares
do Me Conta!®).

MeConta! 46
Em suma, ali eu não indico nada que eu mesma
não leria aos meus filhos. São indicações de
mãe para mãe.

E mais: para que o Me Conta!® acompanhe o


crescimento dos seus filhos, os membros terão
acesso vitalício à plataforma. Isso significa que
você entra hoje no Me Conta!® e terá um portal
melhor a cada dia, com mais livros e recursos para
transformar a experiência de leitura em sua família!

Indicações de livros de mãe pra mãe

VOCÊ PODE SE TORNAR UM MEMBRO HOJE


MESMO DO ME CONTA!® CLICANDO AQUI

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