O ATSC 3.0 - Codificação e Multiplexação

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O ATSC 3.

0 utiliza as técnicas de codificação, modulação e multiplexação de canais mais


modernas e eficientes no mercado. Com ela é possível em um canal de TV de Banda de 6 MHz,
transmitir a uma taxa de bits de 0,83 a 57 Mbps.
Semelhante ao DVB-T2, o ATSC 3.0 pode executar vários PLP (Physical Layer Pipes) que
devem ser compactados e encapsulados no formato ATL (ATSC Link Layer Protocol).
Geralmente, podem ser transmitidos de 1 a 64 PLPs em um canal de TV, que depende da banda
a ser utilizada (6, 7 ou 8 MHz). Já na recepção, até 4 PLPs do mesmo quadro podem ser
decodificados simultaneamente.

Codificação
Em relação a codificação no ATSC 3.0 são utilizados 3 códigos corretores de erro
concatenados: o Cyclic Redundancy Check (CRC); o Bose, Chaudhuri, Hocquenghem (BCH)
para codificação externa e o Low Density Parity Check (LDPC) para codificação interna.
Existem 3 configurações para codificação no ATSC 3.0: usar somente o LDPC, usar o LDPC
concatenado com o BCH e usar o LDPC concatenado com o BCH e o CRC.

O código LDPC suporta dois comprimentos (Ninner), distintos: o comprimento de 16200 bits,
que insere menor latência, porém proporciona pior performance, e o comprimento de 64800
bits, que possui performance superior. As matrizes geradoras de paridade desses códigos
possuem m linhas e n colunas com as seguintes propriedades:

• As linhas possuem p elementos não nulos (valor um);


• As colunas possuem y elementos não nulos (valor um);
• O número de elementos não nulos comuns entre linhas e colunas, k, não é maior que um.
• p e y são pequenos quando comparados ao número de linhas e ao comprimento do código.

Analisando a última propriedade citada, o número de elementos não nulos da matriz de


verificação de paridade comparado ao comprimento do código é muito baixo, isso quer dizer
que a densidade da matriz é baixa, o que origina o nome do código.

A figura a seguir mostra um exemplo de uma matriz de verificação de paridade de baixa


densidade.

Existem dois tipos de estruturas para a utilização dos códigos LDPC no ATSC 3.0. A estrutura A
proporciona melhor performance para taxas de codificação baixas e a estrutura B para taxas
mais altas. As taxas de codificação disponíveis para cada estrutura da codificação LDPC no ATSC
3.0 estão listadas na tabela a seguir. Os códigos LDPC apresentam performances próximas ao
limite teórico de Shannon; em alguns estudos, há comprovação de performance a 0,43 dB do
limite
Agora falando um pouco mais sobre o código BCH, para quaisquer m (m ≥ 3) e t (t < 2(m−1))
positivos e inteiros, onde t é a capacidade de correção de erro do código, existe um código BCH
com os seguintes parâmetros:

• GF(2)

• Bloco: n = q^(m−1)

• Paridade: n−k ≤ m × t

• Distância mínima: dmin ≥ 2 × t + 1

O elemento primitivo α do GF (2m) é a base para o polinômio gerador deste código, sendo
definido como o polinômio de menor grau dentro do GF (2) com as raízes α, ..., α 2t. A
operação de mínimo múltiplo comum entre todos os polinômios mínimos de cada raiz é
necessária para obtenção do polinômio gerador.

Os códigos BCH previstos no sistema ATSC 3.0 possuem capacidade de correção de 12 bits.
Estes códigos são gerados por polinômios g(x) padrões do sistema com grau Mouter, que é o
número de bits de paridade da codificação externa, dados como g(x) = g1(x)g2(x)...g12(x);
exemplos de polinômios padrões estão apresentados na tabela a seguir. O código BCH
empregado no sistema adiciona à cada mensagem codificada 168 bits de paridade, quando o
LDPC de comprimento 16200 é utilizado, e 192 bits quando o LDPC de comprimento 64800 é
utilizado. O código BCH é utilizado para diminuir o piso de ruído inerente aos códigos LDPC
adicionando capacidade de correção e detecção de erro.
Por último, temo o CRC é um código de bloco gerado a partir de polinômio específico e que
adiciona 32 bits de paridade à mensagem. Este código é usado apenas para aumentar a
capacidade de detecção de erro.

No sistema ATSC 3.0 há apenas um entrelaçador de bit que é dividido em 3 partes:


entrelaçador de paridade, entrelaçador de grupo e entrelaçador de blocos.

O entrelaçador de paridade entrelaça os bits de paridade seguindo um algoritmo padrão do


sistema, para que a parte da paridade da matriz de verificação de paridade LDPC que possui
uma estrutura de escada seja transformada em uma estrutura quase cíclica assemelhando-se a
parte de informação da matriz.

Após o entrelaçamento dos bits de paridade, a palavra-código é dividida em grupos de 360


bits, que serão entrelaçados pelo entrelaçador de grupo, seguindo uma ordem de permutação
que depende da modulação escolhida e da taxa de codificação.

A última etapa é o entrelaçador de blocos, que também depende da modulação escolhida e da


taxa de codificação.

Multiplexação
Agora falando um pouco mais sobre a multiplexação do sistema ATSC 3.0, temos o sistema de
multiplexação em camadas ou também chamado de Layered Division Multiplexing (LDM).

O LDM surgiu de um conceito de reuso hierárquico de espectro do sistema Cloud Transmission,


dessa forma, é possível que dois sinais distintos sejam transmitidos em layers diferentes mas
em um mesmo canal. A figura seguir mostra como os sinais ocupam o espectro inteiro o tempo
todo, porém separados por uma diferença de potência que leva o nome de Injection Level.
Essa técnica torna o uso do espectro mais eficiente, robusto à interferência co-canal e maior
imunidade a distorção gerada por multipercurso. A interferência co-canal gera um impacto
semelhante ao do ruído gaussiano AWGN (Additive White Gaussian Noise), e o threshold de
funcionamento do LDM para este tipo de interferência é de -2 a -3 dB. Apesar do threshold ser
negativo – o que nada mais é do que o ruído com potência superior a do sinal em um cenário
muito ruim para recepção, o LDM permite a demodulação desse sinal sem erros.

Os dois layers previstos pelo ATSC 3.0 são: o Core Layer (CL), que é utilizado para enviar sinais
mais robustos para serviços móveis, dispositivos indoor, de mão e portáteis; e o Enhanced
Layer (EL), que é utilizado para o transporte de sinais de HDTV e até UHDTV.

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