Artigo Científico - A Escuta Na Psicanálise - Diego

A Escuta na Psicanálise
Resumos
A escuta é um dos pilares fundamentais da prática psicanalítica, sendo essencial para
a construção do setting terapêutico e para a compreensão dos processos
inconscientes do paciente. Este artigo revisa a literatura psicanalítica sobre a escuta,
abordando suas bases teóricas, técnicas e clínicas, com ênfase nas contribuições de
Freud, Lacan, Winnicott e Bion. Discute-se também a importância da escuta na
formação do psicanalista e as suas implicações para a prática clínica contemporânea.
Psicanálise; Escuta; Subsconciente
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Listening is one of the fundamental pillars of psychoanalytic practice, being essential

for the construction of the therapeutic setting and for understanding the patient's
unconscious processes. This article reviews the psychoanalytic literature on listening,
addressing its theoretical, technical and clinical bases, with an emphasis on the
contributions of Freud, Lacan, Winnicott and Bion. The importance of listening in
psychoanalyst training and its implications for contemporary clinical practice is also
discussed.
Psychoanalysis; Listening; Subconscious
ARTIGOS
A escuta na psicanálise
Listening in psychoanalysis
Diego Figura Martins Ferrarini
Taguatinga Shopping, Torre A, Sala 1201, Brasília/DF
Academia Enlevo
Resumos
A escuta é um dos pilares fundamentais da prática psicanalítica, sendo essencial para
a construção do setting terapêutico e para a compreensão dos processos
inconscientes do paciente. Este artigo revisa a literatura psicanalítica sobre a escuta,
abordando suas bases teóricas, técnicas e clínicas, com ênfase nas contribuições de
Freud, Lacan, Winnicott e Bion. Discute-se também a importância da escuta na
formação do psicanalista e as suas implicações para a prática clínica contemporânea.
Psicanálise; Escuta; Subsconciente
ABSTRACT
Listening is one of the fundamental pillars of psychoanalytic practice, being essential
for the construction of the therapeutic setting and for understanding the patient's
unconscious processes. This article reviews the psychoanalytic literature on listening,
addressing its theoretical, technical and clinical bases, with an emphasis on the
contributions of Freud, Lacan, Winnicott and Bion. The importance of listening in
psychoanalyst training and its implications for contemporary clinical practice is also
discussed.
Keywords: Psychoanalysis; Listening; Subconscious
INTRODUÇÃO
A escuta, na psicanálise, é um processo ativo e complexo que envolve não apenas a
audição das palavras do paciente, mas também a compreensão das emoções,
fantasias e resistências que se expressam por meio do discurso. Desde os primórdios
da psicanálise, com Freud, a escuta tem sido considerada uma ferramenta crucial para
a análise do inconsciente. Este artigo visa explorar as diferentes dimensões da escuta
na psicanálise, suas técnicas e seu impacto na prática clínica.
1. Fundamentos Teóricos da Escuta na Psicanálise
1.1. Sigmund Freud e a Escuta Flutuante

Freud introduziu o conceito de "atenção flutuante" como uma técnica fundamental
para a escuta psicanalítica. Ele argumentava que o analista deve escutar sem
direcionar a atenção para qualquer conteúdo específico, permitindo que o
inconsciente do paciente se revele espontaneamente (FREUD, 1912).
1.2. Jacques Lacan e a Escuta Estrutural

Lacan destacou a importância da linguagem na estruturação do inconsciente,
propondo que a escuta deve focar nas falhas, nos lapsos e nas contradições do
discurso do paciente. Para Lacan, a escuta do analista deve ser atenta aos
significantes que emergem no discurso (LACAN, 1953).
1.3. Donald Winnicott e a Escuta do Verdadeiro Self

Winnicott enfatizou a importância da relação mãe-bebê como base para a
compreensão do desenvolvimento do self. Na prática clínica, a escuta deve ser
sensível às expressões do verdadeiro self do paciente, facilitando um ambiente seguro
para a emergência desse self (WINNICOTT, 1965).
1.4. Wilfred Bion e a Escuta Contenidora

Bion introduziu o conceito de "função alfa" e destacou a importância do analista como
um recipiente para os estados emocionais não-digeridos do paciente. A escuta deve,
portanto, funcionar como um processo de contenção e transformação dessas
experiências emocionais (BION, 1962).
2. Técnicas de Escuta na Psicanálise
2.1. Associação Livre

A técnica de associação livre é fundamental para a prática psicanalítica, onde o
paciente é encorajado a expressar seus pensamentos sem censura. A escuta do
analista deve capturar as associações e as ligações entre os pensamentos
aparentemente desconexos (FREUD, 1900).
2.2. Interpretação e Pontuação

A interpretação é uma técnica onde o analista oferece uma compreensão sobre os
conteúdos inconscientes do paciente. A pontuação, proposta por Lacan, envolve
destacar certas palavras ou frases do discurso do paciente para revelar significados
ocultos (LACAN, 1966).
2.3. Uso do Silêncio

O silêncio é uma técnica poderosa na escuta psicanalítica. Ele permite que o paciente
explore seus pensamentos e sentimentos sem a interferência imediata do analista,
promovendo a introspecção e a emergência de conteúdos inconscientes
(WINNICOTT, 1967).
3. A Formação do Psicanalista e a Escuta

A formação do psicanalista envolve um processo rigoroso de autoanálise e
supervisão, onde a capacidade de escuta é continuamente desenvolvida e refinada.
A experiência pessoal do analista em análise é crucial para a sua habilidade de
escutar os pacientes de maneira profunda e empática (FREUD, 1910).
4. Implicações Clínicas da Escuta na Psicanálise Contemporânea

Na prática clínica contemporânea, a escuta continua a ser um aspecto central da
psicanálise. Com o surgimento de novas formas de sofrimento psíquico e a
diversificação das práticas terapêuticas, a escuta psicanalítica precisa adaptar-se às
novas demandas, mantendo seu compromisso com a compreensão profunda do
inconsciente (GREEN, 2002).
CONCLUSÃO
A escuta na psicanálise é uma prática multifacetada que envolve atenção, empatia e
uma profunda compreensão dos processos inconscientes. As contribuições teóricas
de Freud, Lacan, Winnicott e Bion enriquecem a prática clínica, oferecendo diversas
perspectivas sobre como escutar de maneira eficaz e terapêutica. A formação
contínua e a autoanálise são essenciais para o desenvolvimento dessa habilidade,
que permanece central na prática psicanalítica contemporânea.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BION, W. R. Learning from Experience. London: Karnac Books, 1962.
FREUD, S. The Interpretation of Dreams. London: Hogarth Press, 1900.
FREUD, S. Recommendations to Physicians Practicing Psychoanalysis.
Standard Edition, v. 12. London: Hogarth Press, 1912.
GREEN, A. The Fabric of Affect in the Psychoanalytic Discourse. London:
Routledge, 2002.
LACAN, J. The Function and Field of Speech and Language in Psychoanalysis.
In: Écrits. New York: W.W. Norton & Company, 1953.
LACAN, J. The Instance of the Letter in the Unconscious or Reason Since Freud.
In: Écrits. New York: W.W. Norton & Company, 1966.
WINNICOTT, D. W. The Maturational Processes and the Facilitating Environment.
London: Hogarth Press, 1965.
WINNICOTT, D. W. Playing and Reality. London: Tavistock Publications, 1967.

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A Escuta na Psicanálise

Listening is one of the fundamental pillars of psychoanalytic practice, being essential

1. Fundamentos Teóricos da Escuta na Psicanálise

1.1. Sigmund Freud e a Escuta Flutuante

1.2. Jacques Lacan e a Escuta Estrutural

1.3. Donald Winnicott e a Escuta do Verdadeiro Self

1.4. Wilfred Bion e a Escuta Contenidora

2. Técnicas de Escuta na Psicanálise

2.1. Associação Livre

2.2. Interpretação e Pontuação

2.3. Uso do Silêncio

3. A Formação do Psicanalista e a Escuta

4. Implicações Clínicas da Escuta na Psicanálise Contemporânea

BION, W. R. Learning from Experience. London: Karnac Books, 1962.

FREUD, S. The Interpretation of Dreams. London: Hogarth Press, 1900.

FREUD, S. Recommendations to Physicians Practicing Psychoanalysis.

Standard Edition, v. 12. London: Hogarth Press, 1912.

GREEN, A. The Fabric of Affect in the Psychoanalytic Discourse. London:

LACAN, J. The Function and Field of Speech and Language in Psychoanalysis.

In: Écrits. New York: W.W. Norton & Company, 1953.

In: Écrits. New York: W.W. Norton & Company, 1966.

WINNICOTT, D. W. The Maturational Processes and the Facilitating Environment.

London: Hogarth Press, 1965.

WINNICOTT, D. W. Playing and Reality. London: Tavistock Publications, 1967.

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