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Resumo
A produção científica e tecnológica das últimas décadas tem modificado o homem e seu mundo. As implicações
sociais, políticas e éticas destes avanços, foram trabalhadas, de modo contextualizado durante as aulas de biologia, com
alunos do Ensino Médio. Este trabalho destina-se à área de formação de professores e aos mecanismos de produção de
conhecimentos pelos alunos. A coleta de dados aconteceu por meio de procedimentos múltiplos, usados como estratégia
investigativa para compreender as idéias, atitudes, valores e crenças dos alunos. A análise da prática pedagógica para a
formação de professores demonstrou a importância da investigação em ação como uma alternativa para o trabalho de modo
reflexivo. Assim, é possível melhorar a qualidade das aulas, formando alunos críticos e atuantes, capazes de atitudes bem
pensadas em sua vida pessoal e profissional.
ABSTRACT
Last decades, scientific and technological productions have modified the man and the environment where they
live. The social, politics and ethics implications of these advances which affect society were worked along with secondary
school students, in Biology classes, inserted in this context. This research is meant to graduated teachers and the mechanisms
of knowledge productions from students. The data was collected through multiple procedures used as investigative strategy
that allows the understanding of student’s ideas and their behavior, their values and beliefs. For the graduated
teachers, the pedagogical practice analysis had shown the importance of this investigation as an alternative to work in a
reflexive way, improving the quality to work in a reflexive way, improving the quality of the classes to graduated, critical,
participative and active students; capable to take well thought discussions in their own personal and professional life.
A Ciência produz pesquisas e informações veiculadas por diferentes meios de divulgação, científicos ou não.
Dentro desse conjunto de informações há aquelas que afetam diretamente a vida humana. Há também as decisões que o
indivíduo e a coletividade precisam tomar, muitas vezes apoiadas em conhecimentos cuja origem e compreensão fogem de
suas possibilidades.
Pesquisadores do Ensino de Ciências, como Wood-Robinson (et al. 1998) e Martins-Díaz (2002) têm destacado a
necessidade de educar o homem para uma cidadania responsável, por meio de uma alfabetização que contemple uma
formação cientifica. É na escola, ambiente cultural apropriado, que se deve iniciar um processo que permita aos cidadãos
obter informações e desenvolver a capacidade crítica.
Alguns professores têm concepções errôneas sobre Ciência e as transmitem aos seus alunos. Esta deficiência
deve-se à formação de professores e precisa ser repensada e reestruturada, segundo Gil-Pérez e Carvalho (2001), para
melhorar a prática pedagógica. Para os autores, a prática pedagógica de qualidade se baseia no currículo escolar e,
principalmente, na formação inicial (e permanente) dos professores, contemplando aspectos como a ruptura de visões
simplistas sobre o Ensino de Ciências. São requisitos necessários o conhecimento da matéria a ser ensinada, que o professor
mude sua visão sobre o que é ensinar Ciência (adquirida quando era aluno), uma sólida fundamentação teórica para analisar
criticamente o ensino tradicional, ter competência para preparar atividades, orientar os trabalhos dos alunos, na avaliação e na
atuação como professor-pesquisador.
Apesar da rapidez e facilidade, obter informações nos meios de comunicação não basta aos alunos. Sem uma
orientação adequada é difícil selecionar, interpretar e usar essas informações para construir um conhecimento escolar de
qualidade. Para evitar a vulgarização da Ciência, causada, de acordo com Fourez (1995), pela divulgação sensacionalista de
notícias pelos veículos de comunicação, fizemos esta pesquisa em busca de estratégias de ensino que trabalhassem, ao
mesmo tempo, a informação e a formação dos alunos.
Para estimular o interesse e a curiosidade deles, iniciamos um conjunto de atividades intitulado Projeto Genoma.
O material de estudo e pesquisa empregado nas aulas de biologia foram artigos, revistas, livros e textos da internet. Após
consultar o material e levantar as opiniões dos alunos sobre as conseqüências da manipulação do DNA, iniciamos um
processo de estudo, baseado em atividades diversificadas, que resultou em debates, relatos e reflexões. O Ensino de Biologia
e, em particular a Genética, favorecem essas reflexões porque envolve conteúdos conceituais pertinentes. Procuramos
enfatizar que a Ciência não é neutra. Ela está intimamente ligada aos processos políticos e econômicos de um país ou
instituição. Também destacamos que a Ciência não é infalível, trata-se de uma construção humana, suscetível de erros e em
constante mudança. Por isso, reforçamos a visão histórica da Ciência, para não oferecer aos alunos conhecimentos
definitivos. Procuramos mostrar quais problemas originaram sua construção, as rupturas e como os conhecimentos têm
evoluído. Outra preocupação é desfazer a concepção elitista da Ciência, na qual o conhecimento científico aparece como obra
de gênios, cientistas inatingíveis. Procuramos abordar o trabalho de equipes científicas, seu envolvimento e sua
responsabilidade social quanto à Ciência.
Esse processo revelou que investigar e refletir sobre a própria prática é, de fato, um grande campo de estudo para
professores de quaisquer áreas de conhecimento. Esse estudo se justifica com as expectativas sobre o futuro das pesquisas
genéticas. Isso nos faz repensar a função da escola na sociedade e do Ensino de Ciência. A partir de seus conteúdos
programáticos ela pode contribuir para a formação do homem na sociedade tecnológica, segundo a LDB/96. Ocupamo-nos
em pesquisar como a escola tem praticado o esclarecimento, conforme Adorno (1985), e como poderemos, na condição de
docentes, formar um educando com autonomia, para a refletir e compreender o outro.
A NATUREZA DA INVESTIGAÇÃO
Esta pesquisa foi desenvolvida no ano de 2002, com um grupo de 18 alunos do 3º ano do Ensino Médio de um
colégio confessional. Esses alunos foram escolhidos por estarem envolvidos com os estudos de Genética e por se
interessarem pela discussão de assuntos polêmicos, para adquirir argumentos para os exames vestibulares.
Para esta pesquisa utilizamos a abordagem qualitativa que, segundo Minayo (1997), trabalha com o universo
de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes. Isso corresponde a um espaço mais profundo das relações,
dos processos e dos fenômenos, que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis, como o faz a pesquisa
quantitativa. A abordagem qualitativa busca os significados das ações humanas, que não podem se limitar a uma equação.
Porém, numa pesquisa científica, os tratamentos quantitativos e qualitativos dos resultados podem se complementar,
enriquecendo a análise e as discussões finais.
Na investigação qualitativa aplicada à educação, denominada por Bogdan e Biklen de investigação
pedagógica, o investigador é um professor, que pretende usar a abordagem qualitativa para melhorar seu trabalho. Os autores
justificam o uso da perspectiva qualitativa na investigação pedagógica porque para eles, todas as pessoas têm potencial para
mudar o meio, a si mesmo e tornarem-se agentes de mudança. De acordo com Bogdan e Biklen (1994), os sociólogos e
antropólogos já utilizavam esse tipo de abordagem há um século, mas não com o nome de investigação qualitativa. Os
fenômenos estudados são avaliados mediante sua complexidade e o seu contexto natural. A abordagem qualitativa privilegia
a compreensão dos comportamentos, a partir da perspectiva dos sujeitos da investigação, no contexto ecológico natural,
analisando pormenores descritivos relativos a pessoas, locais e conversas. Ao considerar os diferentes pontos de vista dos
alunos, por meio de estudos qualitativos, é possível ver a dinâmica interna do processo. Isso seria imperceptível ao professor
se ele fosse um observador externo. Por isso são usados vídeos, transcrições de entrevistas, rascunhos de artigos e registros
rigorosos de como as pessoas interpretam os significados.
Esta pesquisa teve como estratégia a investigação em ação, por meio nossas observações de modo
participativo. Nela se estabelecem os ciclos ação-observação-reflexão, culminando em uma intervenção. A classificação da
pesquisa como etnográfica se justifica pelo trabalho realizado com um grupo fixo, durante quase um ano, dentro de um
ambiente escolar, com projeto político-pedagógico bem definido, num contexto educacional amplo. A estratégia de
investigação em ação requer que o professor-pesquisador exerça, ao mesmo tempo, o papel subjetivo de participante e o
papel objetivo de observador.
A estratégia para estimular a reflexão crítica foi a polêmica em torno da manipulação do DNA, trabalhada com
atividades diversificadas, planejadas, selecionadas e submetidas a várias ações. Essas ações possibilitaram a observação e
reflexão sobre o processo. Os resultados de cada atividade/ação realizada pelos alunos, durante a pesquisa, foram analisados
O cotidiano de uma sala de aula nos mostra que não existe um método ideal de trabalho pedagógico. As razões para
essa conclusão se devem à complexidade do processo educativo, caracterizado por diferentes fatores institucionais e do meio.
O mesmo acontece com as idéias, valores e hábitos pedagógicos. Um mesmo tema pode ser abordado de modo diferente,
conforme o enfoque dado pelo professor e o tipo de intervenção que ele faz. Segundo Zabala (1998), reconhecer a função
social do ensino e o papel atribuído aos cidadãos, em um projeto de sociedade, é o caminho para julgar um modelo de
intervenção educacional. Ao estabelecer a concepção social do ensino, são determinadas as intenções educativas, aquilo que
se pretende para os cidadãos em formação, e a posição ideológica da qual se pretende partir, isto é, em qual aspecto do
ensino–aprendizagem terá maior ênfase.
Neste trabalho, o Ensino de Biologia foi um meio para socializar e desenvolver cidadãos atuantes e
comprometidos com a melhoria da sociedade. Portanto, enfatizamos os conteúdos que envolvem valores, normas e atitudes.
A seguir, são apresentadas a sistematização dos dados e as reflexões sobre as ações desenvolvidas pela ordem do processo:
O objetivo da questão aberta inicial foi levantar os conhecimentos prévios dos alunos sobre as conseqüências da
manipulação do DNA pelos cientistas. As respostas foram analisadas e categorizadas. Nas respostas dos dezoito alunos,
aparecem 56 conseqüências positivas e 44 conseqüências negativas sobre a manipulação do DNA. Cada aluno emitiu mais de
uma opinião, por se tratar de uma pergunta aberta. As respostas foram organizadas em tabelas, por categorias boas ou ruins
segundo critérios pessoais de cada aluno. Depois seriam classificadas por grupos de significados, numa tentativa de reunir as
idéias dos alunos que tenham o mesmo sentido. As opiniões classificadas como conseqüências boas foram reunidas em seis
grupos.
Em ordem decrescente, o maior número de alunos (46,5%) acredita que a manipulação do DNA pelos cientistas
pode trazer melhorias para a saúde humana; o segundo maior grupo (14%) aposta em melhor qualidade de vida, com avanços
tecnológicos na produção e conservação de alimentos; o terceiro grupo (12,5%) pensa na imortalidade a partir da cura das
doenças, na clonagem de entes queridos, na criação de um ser perfeito e na satisfação da vaidade humana. O quarto grupo
(11%) vê vantagens quanto à reprodução, à garantia de saúde dos bebês; o quinto grupo (9%) aponta o avanço no
conhecimento científico e sua aplicação; o sexto grupo (7%) acredita na importância das discussões pelas comissões de Ética
e no envolvimento da população em geral.
Nesta primeira argüição percebemos a tendência dos alunos em pensar primeiro nas vantagens ligadas à
manutenção da vida. Em contraponto, a menor porcentagem de opiniões aparece dentro de uma categoria que envolve o
esclarecimento da população e as comissões de ética como órgãos moderadores das práticas da engenharia genética. Esses
resultados mostram que os alunos receberam informações sobre engenharia genética através dos meios de comunicação.
Conhecem o tema, atrelado à questão da melhoria da qualidade de vida, mas desconhecem a possibilidade e o direito de
participarem, como cidadãos comuns, para esse tipo de decisão. As novas tecnologias na área da genética trazem numerosas
questões sociais e éticas para serem discutidas e resolvidas pelos cidadãos, que hoje são nossos alunos.
As conseqüências “ruins” também foram organizadas em oito grupos. O maior deles (41%) sinaliza a crise de
valores e agrega opiniões que se referem à ética, à religião, ao futuro dos embriões congelados Também questionam sobre a
postura das famílias que tenham filhos doentes que necessitam de células tronco para tratamento. O segundo e o terceiro
Você talvez tenha se dado conta, irmão. O homem começou a ficar obsoleto.
Você, eu não sei, mas já estou me sentindo como um disco de vinil. Teoricamente, o
espermatozóide perdeu sua função no mundo. Estávamos no mundo para fazer
espermatozóide. A Capela Sistina, a Nona Sinfonia, a Itaipu Binacional, tudo foi produção
secundária, tudo bico. Nossa missão era fornecer espermatozóides; nossa missão acabou.
Depois de lerem o texto, incentivamos os alunos a falarem sobre suas expectativas em relação a cura de
doenças, os clones e a mídia, a curiosidade dos cientistas e os conflitos que devem enfrentar como pesquisadores. Também
discutiram sobre os limites da Ciência, seus medos pessoais e a Bioética, ainda desconhecida por alguns. Nessa aula fui
mediadora do debate - provocando-os para saber suas opiniões e acalmando-os quando se exaltavam com as opiniões
divergentes - e como relatora, anotando suas falas.
Podemos observar a riqueza da discussão do texto e como estas aulas têm sido prazerosas. Os alunos
aproveitaram esse espaço nas aulas de Biologia, tendo a Genética como tema, para articular outros ramos do conhecimento
que permeiam a Ciência e a Sociedade. As opiniões dos alunos são firmes e alguns são arrojados, mas a maioria está bastante
presa aos valores religiosos ao afirmar que só Deus pode criar. Eles opinam e argumentam, mas preocupam-se com a postura
dos cientistas. Suas inquietações se fundamentam, sobretudo, no fato de o pesquisador ser humano e, portanto, passível de
erro. Os alunos questionavam se todo pesquisador é um cidadão com boa formação de caráter. Eles concordaram que a
tecnologia do DNA é uma realidade. Acreditam que a cura para alguns males virá e que tudo isso pode ser benéfico, mas
lembraram que o cientista é humano, que o ser humano falha e que o desconhecido lhes causa medo. Isso fica claro quando se
discute sobre os valores humanos. Encontramos referências a este tipo de preocupação em Morin (2000 p.42), quando diz ser
preciso encontrar uma nova ética, a ética da responsabilidade.
De acordo com o autor, este seria um momento importante para intervir. Afirma que, a um bom profissional,
não bastam as informações, ele deve participar, paralelamente, da formação do caráter do indivíduo. Esta intervenção se
baseou nos referenciais propostos por Farah (2000), Morin (2000) e Bernard (1990).
Além do respeito ao Deus criador, aos valores humanos e às expectativas de cura, aparece com freqüência a
preocupação com o aborto de embriões mal formados, a legislação do aborto, e o ritmo das mudanças na Ciência. Também se
preocupam com as atitudes éticas dos pesquisadores, apesar de esperarem que sejam suficientemente arrojados. Nesta aula os
alunos associaram conhecimentos adquiridos em outras disciplinas. Para enriquecer seus comentários sobre as comissões de
ética, recordaram a história da fabricação da bomba atômica, suas reais intenções e as conseqüências que o mundo sofreu.
Encontramos referências à esta preocupação dos alunos nas publicações de Farah (2000). Outras
preocupações levantadas por eles e discutidas por Farah, referem-se à seleção de embriões, seu uso, o posterior descarte e a
legalização dos procedimentos genéticos. Foram discutidos também os limites entre ciência-religião e ciência–ética, já que o
personagem principal no filme, era considerado um ser inferior por aqueles gerados através de manipulações genéticas. Note
que o ser inferior foi gerado pelas vias normais (o ato sexual) e carregava em seu DNA as características positivas e
negativas determinadas, ao acaso. Percebemos que os alunos procuraram selecionar argumentos que sustentavam seus modos
de pensar. Para eles é imprescindível a necessidade de se posicionar “contra ou a favor”. Essa posição centrada em suas
próprias concepções pode ser entendida como um início de conscientização das referências, pois ao jovem, posicionar-se, é
primordial. É um momento de sua formação que deve ser respeitado e que servirá de base para reformulações futuras.
Depois de entregarem as respostas da questão aberta final, tivemos uma avaliação oral sobre a importância destas
aulas, de sua contribuição para esclarecer assuntos que não estavam incluídos no currículo escolar. Além disso, havia o
interesse em saber se desse modo, participativo e interativo, as atividades desenvolvidas foram mais esclarecedoras. Houve
também a preocupação com a ação ética no campo da pesquisa científica e no futuro profissional destes garotos. Embora
houvesse intensa participação nas atividades, não registramos mudanças significativas quanto às opiniões de alguns deles
sobre os perigos da manipulação genética. No entanto, vimos por meio de suas declarações que poderão mudar de idéia se, no
Ensino de Biologia, os trabalhos de esclarecimento e participação tiverem continuidade. Entre aqueles que temiam os
avanços da Engenharia Genética, três passaram a defender que, se todos os passos das descobertas forem explicados para os
povos do mundo, talvez deixem de temer que a humanidade corra algum risco. É possível validar a contribuição de Wood-
Robinson et al (1998), ao defender a remodelagem do currículo da Ciência na Espanha para que os projetos de alfabetização
científica saiam do papel. E possam também esclarecer a população jovem, para que no futuro, sejam capazes de atuar
criticamente tanto na vida cotidiana como na busca de soluções para problemas sociais.
Não acreditamos que seja necessário mudar o currículo das Ciências como solução para estes alunos
especificamente. É possível leva-los a trabalharem sob hipóteses alternativas e ou novas proposições teóricas a partir de
debates e tendo acesso às novidades da Ciência. Podemos todos dar um salto qualitativo em nossas práticas docentes se
utilizarmos tais ferramentas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho permitiu a elaboração de algumas considerações sobre nossa prática pedagógica. Em relação aos
alunos, os objetivos foram: perceber o nível de compreensão sobre conceitos de Genética e quais atitudes começam a
construir e adotar em suas vidas cotidianas, em relação aos valores que envolvem conceitos de Engenharia Genética. Através
das declarações dos alunos, colhidas durante as atividades que compõem esta pesquisa, percebemos uma forte influência de
crenças e valores morais e familiares. Estas influências estão enraizadas na sociedade desde os gregos e são carregadas pelas
famílias como tentativa de dar início à formação e socialização dos filhos.
Os alunos também se referiam à Ética religiosa como ponto de partida para refletir e emitir suas opiniões. Essa é
uma característica própria e importante deste grupo de alunos de uma escola de credo confesso. Isso demonstra a necessidade
de divulgar a História da Ciência, os problemas que geraram novas descobertas, seus percursos e as relações entre Ciência,
Tecnologia e Sociedade, como possibilidade de permitir aos alunos novas interpretações do mundo natural e social.
Sobre suas atitudes, percebemos que ainda predomina a visão utilitária da Ciência, motivada por razões pessoais.
Apesar de não haver grandes alterações nas respostas depois das atividades, é possível afirmar que eles conseguiram integrar
conceitos de diferentes áreas para construir um pensar reflexivo. Ainda que isso fosse evidente apenas em algumas situações.
Um exemplo disso é o fato de afirmarem que as pesquisas genéticas não devem ser interrompidas, que a população precisa
ser esclarecida e informada. Eles estenderam nossas discussões para as aulas de História, Atualidades e Filosofia.
Percebemos o processo de construção de conhecimento científico, ainda que se desenvolva de diferentes modos em diferentes
alunos. Em alguns deles foi possível observar mudanças de atitudes, através de suas respostas. Para outros, entendemos que
ainda é preciso dar tempo. Ainda estão presos à Ética familiar e religiosa. Apenas conheceram um pouco sobre a Ética
científica.
Observamos e avaliamos constantemente nossa prática, nossos alunos e nossa escola. Mas não temos o hábito de
sistematizar esses dados ao avaliá-los. Essa mudança nos direciona para um processo de reflexão, que culmina em uma
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS