Cópia de TCC Versão 4 Uiara
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1. INTRODUÇÃO
Sobretudo quando a escola é o lugar que lida com os valores, as tradições, com os
projetos de vida das pessoas, e a construção da identidade de cada um.
Mas para que escola promova uma boa educação é necessária à consolidação de uma
sociedade mais justa e democrática, onde através do seu papel na formação do aluno a escola
possa levar os estudantes ao desenvolvimento do pensamento crítico, ou seja, formar
indivíduos que sejam capazes de se adaptar as modificações do mundo moderno. A finalidade
da educação escolar significativa na sociedade multimídia, tecnológica e globalizada, é
possibilitar que os alunos trabalhem os conhecimentos científicos e tecnológicos,
desenvolvendo capacidade para operá-los, revê-los e reconstruí-los com sabedoria. O que
implica analisá-los, confrontá-los, e contextualizá-los permitindo aos alunos construírem a
noção de cidadania. (PIMENTA, 2000, p.23).
De acordo com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) conforme o Artigo 2º:
“A educação é dever da família e do Estado e tem por finalidade o desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho”.
(BRASIL, 1996).
Portanto, Educação de qualidade significa preparar as crianças e os jovens para que
possam se elevar ao nível da civilização atual é dar caminho para o aluno buscar mais
conhecimento, resolver os seus problemas, o que requer uma preparação científica, técnica e
sócio/cultural muito grande por parte da família dos professores e do corpo escolar. Educar
com qualidade não é apenas preparar o estudante para o mercado de trabalho, é também
preparar para a vida e para exercer a cidadania.
Saúde é o estado de completo bem – estar físico, mental e social e não apenas a
ausência de doença. Tantas vezes citado, o conceito adotado pela Organização Mundial de
Saúde (OMS), longe de ser uma realidade, simboliza um compromisso, um horizonte a ser
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perseguido. Diversas tentativas vêm sendo feitas a fim de construir um conceito mais
dinâmico, que dê conta de tratar a saúde não como imagem de doença e sim como construção
permanente de cada indivíduo e da coletividade. (BRASIL, 1997, p.89).
Entende-se Educação para à saúde como um fator que contribui para o acesso à
proteção a saúde e para a conquista dos direitos de cidadania. Educar para a saúde representa
explorar condições favoráveis e indispensáveis no processo de formação de comportamentos
que venha originar ou manter uma boa saúde.
Sua inclusão no currículo escolar replica a uma forte questão social, numa situação em
que haja o desenvolvimento da consciência sanitária da população e dos governantes para que
o direito à saúde seja encarado como prioridade, assim como a educação. (BRASIL, 1997, p.
90).
A escola, local onde as crianças passam grande parte da sua vida, atua de maneira
significativa na formação de opiniões e na construção de caráter dos alunos, sendo um local
de referência para a implantação de qualquer programa que vise à educação e conscientização.
Apesar da saúde ainda ser de difícil compreensão para os adolescentes, e principalmente para
as crianças, acredita-se que isto possa ser resultado da pouca abordagem desse assunto por
parte dos educadores.
Entretanto, a escola sozinha não irá induzir os alunos a adquirirem uma boa saúde, ela
pode e deve, contudo, fornecer elementos que os capacitem para uma vida saudável. Por isso,
não se pode compreender ou transformar a situação de saúde de um indivíduo ou de uma
coletividade, sem levar em conta que ela é produzida nas relações com o meio físico, social e
cultural. (BRASIL, 1997, p.90).
Desse modo, a educação para a saúde cumpre um papel fundamental, no qual o acesso
à saúde se faz por meio da escolha de estilos de vida saudáveis, em conjunto com a educação,
o desenvolvimento de habilidades e capacidades individuais, e da produção de um ambiente
saudável.
Quando a criança inicia a sua vida escolar, ela traz uma série de conhecimentos
empíricos ligados à valorização de comportamentos favoráveis à saúde oriundos da família e
outros grupos. Durante a infância e a adolescência, em fases decisivas na construção de
condutas, a escola passa a assumir um papel importante devido a sua função social e pela sua
responsabilidade para o desenvolvimento de um trabalho consecutivo. Deve, por isso, tornar-
se responsável para educar sobre a saúde, já que a formação de atitudes está profundamente
associada a valores que o professor e todo o corpo da escola transmitem aos alunos durante o
convívio escolar. (BRASIL, 1997, p.101).
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A química nesse contexto é como uma ciência que interpreta o mundo para intervir na
realidade. Serve como um instrumento de formação humana e pode interagir com as diversas
áreas do conhecimento, no que concerne à representação, análise, interpretação, usando
símbolos, nomenclaturas, investigação de diferentes estratégias para solucionar problemas e
integrar o conhecimento interdisciplinar ou multidisciplinar.
A química atua buscando uma forma de compreender o mundo natural junto com o
conhecimento científico, tecnológico e moderno.
Assim, o estudo da química deve ser abordado de forma simples. O ensino deve ter um real
significado para o educando, onde o saber científico possa estar ligado à sua vida cotidiana e
que não seja esquecido facilmente. Não foi feito para ser decorado em apenas um determinado
momento na sala de aula. Precisa realmente ter algum significado.
Por isso, a disciplina de química não pode ter como principal objetivo apenas a
passagem de conteúdo pelo professor e a absorção desse conteúdo por parte do aluno. Deve se
ajustar às competências desenvolvidas a partir da leitura e da experimentação.
Deve-se compreender que a química precisa ser vista e aplicada na prática e o
educando possa perceber que a cada dia que passa ela está cada vez mais presente e
constantemente ao nosso redor.
Ela está presente em vários aspectos, rodeados de produtos e tecnologias produzidos
através da ciência, no meio ambiente, nas indústrias, na produção de plásticos, refino de
petróleo, na produção de medicamentos e produtos de higiene, também na saúde, na
sexualidade e prevenção através da fabricação de camisinhas.
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Algumas pesquisas mostram que o látex nativo, matéria prima para a fabricação das
camisinhas, é de 7% a 8% superior a do látex extraído em seringais de cultivo. De acordo com
a Fábrica de camisinhas do Estado do Acre, NATÉX as camisinhas produzidas na fábrica
chegaram a suportar 50 litros de ar no teste de capacidade volumétrica enquanto ao
preservativo similar, fabricado no sistema tradicional agüentou no máximo 36 litros antes de
estourar. No entanto isso não significa que o preservativo seja de má qualidade, mas mostra
que o material de látex nativo tem realmente mais resistência. Os testes de qualidade
realizados pela fábrica do Estado do Acre revelaram que a presença de minerais é 50% menor
que no látex de cultivo, e não são utilizados produtos como ferro ou zinco para manter a
produção, pois quanto menos minerais mais resistência o preservativo apresenta.
(AGENCIAS DE NOTÏCIAS DO ACRE, 2007)
Por isso o presente trabalho, vem tratar da saúde, sexualidade, prevenção e construção
do conhecimento dentro da área da química e ressalta a fabricação das camisinhas e o uso
dessas pelos jovens, devido aos altos índices de contaminação pelo vírus da AIDS.
Dados obtidos da Associação Brasileira e Interdisciplinar de AIDS (ABIA) ressaltam
que a disseminação da síndrome de imunodeficiência adquirida no Brasil, e muitos casos de
contaminação ocorrem durante a adolescência. Não só a AIDS, como também outras doenças
sexualmente transmissíveis e também problemáticas sobre gravidez precoce.
Estima-se ainda que 10 milhões de adolescentes vivam hoje com o HIV ou estão
propensos a desenvolver AIDS entre os próximos três ou quinze anos, o que representa um
sério impacto à saúde física, psíquica e social dos adolescentes. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
1999).
A adolescência é um período de mudanças físicas e emocionais, considerado um
momento de conflito ou de crise. Não se pode descrever a adolescência como simples
adaptação às transformações corporais, mas como uma importante fase do ciclo existencial da
pessoa, uma tomada de posição social, familiar, sexual e entre o próprio grupo jovem.
(SANTOS, 2009, p.23 apud BALLONE, 2003).
Reconhecendo essa problemática foi que o Ministério da Educação e o Ministério da
Saúde fundaram o programa “Saúde e Prevenção nas Escolas” (SPE).
Esse Programa apresenta o tema da educação e saúde, privilegiando a escola como
espaço para a articulação de políticas voltadas para adolescentes e jovens tendo como
principal objetivo a promoção da saúde e educação sexual, visando reduzir a vulnerabilidade
de adolescentes e jovens às doenças sexualmente transmissíveis, a infecção pelo HIV á AIDS
e a gravidez não planejada.
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Além desse e outros programas, a maior parte das iniciativas de educação sexual da
juventude, inclusive no Brasil, focaliza as ações voltadas para a prevenção de doenças e novas
infecções pelo HIV em especial pela faixa etária de 15 aos 19 anos. (PAIVA, et. al. , 2008).
Estudos sobre o início da vida sexual e o uso de contraceptivos e preservativos têm
indicado que adolescentes e jovens tendem a não usá-los quando iniciam a vida sexual muito
cedo. (PAIVA, et. al. , 2008).
O Brasil é um dos Países que sempre tem dado apoio à política nacional de controle
de doenças e tem como foco a promoção de políticas de acesso dos jovens à educação sexual
e à prevenção, mas observa-se que ainda não é suficiente, visto que os casos de contaminação
e difusão do vírus da AIDS ainda são grandes no País.
Na maioria das vezes os alunos são ensinados desde a infância e antes do início da
vida sexual. Essa preocupação é muito importante para assegurar melhores condições do
desenvolvimento incluindo a promoção do uso de preservativos.
Por isso, esse trabalho aborda o tema “Camisinha na sala de aula: a partir de testes de
qualidade” no qual se refere à abordagem de um assunto diretamente ligado a vivência social
dos adolescentes, que é o uso da camisinha, além de apresentar uma proposta e uma
metodologia de ensino interessante e adequada para ser utilizada na sala de aula.
Para que o preservativo seja fabricado, o látex passa por um processo denominado
Vulcanização, que é a reação da borracha aquecida com enxofre produzindo a borracha
vulcanizada. Borracha elástica que não sofre alteração significativa com pequenas variações
de temperatura, porque o processo de vulcanização confere à borracha ligações
tridimensionais gerando rigidez e resistência proporcional à quantidade de ligações dos
polímeros, além de ser bastante resistente ao atrito.
Para que o preservativo seja moldado, moldes de vidro são imersos em um tanque
contendo compostos de látex. Ainda no molde, a camisinha em estado bruto segue a linha de
montagem até chegar aos testes de qualidade, que são obrigatórios e detalhadamente
regulados por norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Exemplo no
organograma.
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O látex passa pelo processo No tanque de imersão, o Passa então por uma estufa
de vulcanização: adiciona látex ganha forma de para secar e depois por
enxofre e outros produtos preservativo através dos outra imersão, no tanque
sob altas temperaturas. moldes de vidro. de compostos de látex.
O preservativo é
Então é lavado, seco, e Ainda no molde o
mergulhado em um tanque
depois passa por um banho preservativo passa por
contendo produtos para
de talco ou sílica para escovas rotativas que
eliminar partículas que
retirar o aspecto grudante. formam a bainha.
causam alergias.
Em seguida é levado ao
teste de qualidade, recebe
uma gora de lubrificante e
é embalado.
2. OBJETIVOS
2.1 GERAL
2.2 ESPECÍFICOS
Ressaltar como a sexualidade vem sendo abordada nas escolas com relação à
vulnerabilidade dos alunos às doenças transmissíveis e a prevenção através do uso de
preservativos.
3. METODOLOGIA
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Esse estudo trata-se de uma pesquisa exploratória visando maior familiaridade com o
problema, na intenção de torná-lo mais explícito, possibilitando a consideração de vários
aspectos relacionados aos fatos estudados, e de abordagem quantitativa e qualitativa.
3.1 LOCAL
3.2 INVESTIGAÇÃO
Foi realizada uma investigação juntamente com os professores das escolas, em relação
à postura dos pais dos alunos sobre o impacto do assunto, para que o desenvolvimento do
trabalho não ocasionasse nenhum conflito ou rejeição dos pais ou estudantes. Depois foi feito
o primeiro contato com os alunos para a familiarização do projeto. A partir disso, em ambas
as escolas, foram então realizadas discussões nas salas de aula para introduzir o assunto sobre
o uso e a fabricação de camisinhas, a saúde, sexualidade e prevenção na adolescência.
Algumas questões propostas como: De que forma a camisinha nos protege? Como são
26
fabricadas? Que material é utilizado? Como são testados em laboratório? A história dos
preservativos; A prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, principalmente a AIDS;
Como a escola pode discutir a sexualidade e porque os temas relacionados à sexualidade
ainda são tabus na maioria dos contextos sociais.
O projeto foi aplicado inicialmente a partir de Novembro de 2009 onde alguns dados
foram coletados, a experiência e as palestras (Figura 8 e 9) foram realizadas também durante
o período de Agosto a Setembro de 2010, utilizando como instrumento para coleta de dados
um questionário composto de 15 perguntas aplicado nas escolas, onde os alunos encontravam-
se em atividades escolares. O Questionário foi constituído por perguntas ordenadas,
respondidas objetivamente pelos alunos, sem identificação pessoal, com exceção da idade e
do sexo do entrevistado, sendo ele masculino ou feminino, além das perguntas de
conhecimento gerais sobre polímeros, preservativos e a sexualidade.
Posteriormente foi feita uma aula expositiva (Figura 10 e 11) utilizando recursos
audiovisuais para facilitar a compreensão dos alunos sobre polímeros, usando como exemplo
a borracha natural, apresentando a composição e propriedades do látex, além de outros
polímeros encontrados no dia-a-dia.
A partir da interação dos alunos com a visita na escola, objetivando contribuir com o
aprendizado dos estudantes, foi organizada uma palestra sobre a sexualidade juntamente com
uma oficina para a classe dos alunos da Escola Estadual Armando Nogueira (Figura 19, 20 e
21). Essa palestra foi organizada com o intuito de sanar as dúvidas, além de oferecer outros
conceitos básicos sobre saúde, sexualidade e prevenção de doenças. Os alunos puderam
participar de forma interativa da oficina realizada. A palestra foi ministrada pelas palestrantes
do programa SPE, já citadas, e teve duração média de 90 minutos.
32
Figura 21: Alunos do CEAN escrevendo suas dúvidas sobre os temas apresentados.
Fonte: FERRAZ. U. M (2010)
33
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Esse trabalho foi realizado em conjunto com o Artigo da Revista Química Nova, a qual
mostra propostas e estratégias de ensino interessantes e adequadas para serem trabalhadas na
sala de aula, principalmente no ensino escolar da Química, além da utilização de materiais
alternativos e práticos. (FERREIRA, et. al. 2001).
No primeiro contato com os alunos do Colégio de Aplicação da UFAC e do Colégio
Estadual Armando Nogueira, foram apresentados os objetivos do trabalho e os conceitos
gerais do assunto que seria abordado, Camisinha na Sala de aula: Saúde, Sexualidade e
Construção do Conhecimento a partir de Testes de Qualidade. Também foram apresentadas as
propostas do experimento o qual seria realizado durante a execução do projeto.
O questionário aplicado demonstrou que a faixa etária dos entrevistados era de 15 a 19
anos, onde 29 alunos são do sexo masculino e 31 do sexo feminino, totalizando 60 alunos. Na
tabela 1 estão os percentuais dos alunos de Aplicação que responderam às perguntas do
questionário apresentado no Apêndice 1, no qual foram 37 alunos entrevistados e na tabela 2
os resultados referentes aos alunos do Colégio Estadual Armando Nogueira, 23 alunos.
Tabela 1. Perguntas feitas aos alunos do Colégio de Aplicação com relação à sexualidade.
Tabela 2. Perguntas feitas aos alunos do Colégio Estadual Armando Nogueira com relação à sexualidade.
.
Gráfico 1: Dados referentes a ambas as escolas de Ensino médio CAP e CEAN.
Fonte: FERRAZ, U.M. (2010)
Foi perguntado se eles achavam importante a orientação sexual ser feita nas escolas e
100% dos alunos responderam que Sim. Os dados obtidos ressaltam ainda mais a preocupação
da transmissão de informações sobre sexualidade, e prevenção aos alunos, pois os mesmo
revelam que a escola tem esse objetivo no qual os alunos atribuíram a responsabilidade.
Perguntou-se aos jovens se o conhecimento que eles tinham sobre sexualidade era
satisfatório. De acordo com resultado geral, 78,3% respondeu que Sim e os 21% restante
responderam que Não, conforme o Gráfico 2.
A responsabilidade do ensino da educação sexual deve ser muito discutida, para que de
fato a família e a escola sejam as responsáveis por ensinar sobre a sexualidade aos
adolescentes. Nota-se que parte desses adolescentes (21%) diz que o conhecimento sobre
sexualidade que possui não é satisfatório, quando ela deveria ser um assunto visto desde a 5ª
série do ensino fundamental e esses alunos deveriam estar satisfeitos, tendo em vista que esses
alunos estão terminando o ensino médio e ainda acabam por aprender sobre sexualidade com
amigos, conforme o Gráfico 3.
aprenderam com os pais, mas quanto aos alunos (18,9%) aprenderam com os amigos, e 10,8%
aprenderam com os pais, que deveriam ser os principais responsáveis para ensinar esse
assunto aos filhos. Destaca-se então que a quantidade de alunos que aprenderam sobre
sexualidade com os professores é bem pequena, mas equipara-se aos que aprenderam sobre
sexualidade sozinhos. Esses resultados são observados também para os alunos do CEAN
(Gráfico 4).
Quando foi perguntado aos alunos quem deveria ensinar sobre sexualidade verificou-
se que 66,6% dos estudantes atribuíram essa responsabilidade aos pais 33,3% atribuíram a
responsabilidade aos professores. Isso evidencia a opinião dos estudantes referente ao ensino
de sexualidade, mas o que se observa na realidade é que isso não ocorre, e os adolescentes
acabam aprendendo sobre sexualidade e as questões relacionadas a esses temas sozinhos ou
com os amigos.
Apesar das dificuldades dos pais, entende-se que é no convívio familiar, entre
pessoas que se estimam e tentam superar as dificuldades do dia-a-dia, que as
questões de sexualidade devem ser debatidas, levando-se em conta os valores,
atitudes, crenças religiosas e culturais da família. (CANO, 2000).
A escola atua de maneira significativa na formação das opiniões dos alunos. Sendo
assim, os estudantes indicaram que a educação sexual deve começar a partir dos 11 anos de
idade. Mas a abordagem do assunto deveria começar quando a criança entra na escola e se
desenvolve ao longo de toda a vida escolar.
Nas séries iniciais, esse trabalho pode ser transversalizado, com base na observação e
na demanda das crianças. A partir da 5ª série, ela deve ser sistematizada, pois nesta fase os
alunos já apresentam condições de canalizar suas dúvidas ou questões sobre sexualidade para
um momento e local especialmente reservado para esta discussão e com um professor
disponível. (EGYPTO, 1991).
Antes da aula teórica foram feitas perguntas aos alunos referentes aos processos de
fabricação das camisinhas e em relação ao uso e prevenção, 30% dos alunos respondeu que
sim, sabem como são fabricados e 70% responderam que não sabem como são fabricados.
Assim foi perguntado sobre o processo de fabricação das camisinhas e a partir de que matéria
prima o preservativo masculino é fabricado, os quais os alunos 85% responderam que é feito
de borracha sintética e 13,3% respondeu que é feito de látex, conforme a Tabela 3.
Tabela 3. Freqüência Relativa dos conhecimentos sobre o uso e a fabricação dos preservativos masculinos,
dos adolescentes do CAP e CEAN. Antes da aula expositiva.
Tabela 4. Freqüência Relativa dos conhecimentos sobre o uso e a fabricação dos preservativos masculinos,
dos adolescentes do CAP e CEAN. Após a aula expositiva.
100% dos alunos após a palestra e oficina realizada responderam estar ciente que um
dos métodos que previne gravidez e DST ao mesmo tempo é o preservativo. Isso mostra que
os adolescentes aprenderam melhor com auxilio da palestra, sabem como se prevenir e que a
camisinha é um dos métodos contraceptivos mais eficientes que impede a contaminação ou
uma gravidez indesejada.
Mas alguns ainda se contradizem quando afirmam saber como o preservativo é
fabricado, e na verdade quando foi questionada a matéria prima das quais os preservativos são
fabricados 44,9% dos alunos respondeu que é a borracha sintética ou tecido emborrachado,
mesmo após as aulas. Isso revela que alguns alunos não conseguiram assimilar o que
realmente foi passado durante a execução do trabalho, algumas vezes devido à falta de
atenção na sala de aula, e outros fatores que podem ter interferir no aprendizado.
42
No entanto, os resultados ainda assim foram bons, pois apesar de alguns alunos não ter
respondido corretamente, os 55% restante respondeu de forma correta, o que indica que
grande parte desses alunos conseguiu assimilar o que foi ensinado.
Observa-se que de acordo com o Gráfico 7 a porcentagem de erros apresentados pelos
alunos após as aulas foi menor comparado aos erros anterior às aulas, as perguntas referentes
ao gráfico encontram-se no Apêndice 1 a partir da questão 7.
Isso mostra que esses assuntos nunca devem ser deixados de lado, devem sempre estar
presentes no processo de ensino e precisam constantemente ser discutidos para que os alunos
não esqueçam e venham a utilizar os conhecimentos adquiridos na sua vida.
Tabela 5. Resultados das marcas de preservativos analisados pelos alunos de ambas as escolas.
Comprimento 21 21 20 21 19 20
Diâmetro 8 10 10 10 8 10
Quantidade 6L 6L 5L 6L 4.8 L 6L
máxima de
água
5. CONSIDERAÇOES FINAIS
Sendo assim, devem ser inseridos novos cursos de capacitação para os professores,
para que possam ter subsídios para cumprir o seu papel, e também criar e incentivar
investimentos que ajudem em sua capacitação técnica e didática, para que possa atuar com
segurança e de forma consciente.
Portanto, a realização desse estudo foi constituída para reforçar as necessidades de esse
trabalho ser realizado nas escolas junto aos profissionais de saúde e de todo o apoio da
comunidade, na intenção de implementar ações de prevenção próximas às realidades
vivenciadas pelos adolescentes. Levando em consideração a amplitude dos diversos
problemas como as DST e a abordagem da sexualidade pela escola e pela família.
Deixando claro que a participação dos professores, da família e dos profissionais de
saúde é imprescindível na formação desses alunos enquanto aprendizes, mas deve ser
abordado e discutido dentro das diversas áreas. Nesse caso, utilizando a química para que o
aluno tenha uma formação completa e consciente e não apenas através da biologia como é
feito. A química nesse contexto foi de real importância, pois a partir da experimentação os
alunos puderam desmistificar que a química é um assunto abstrato e de difícil compreensão e
puderam observar a aplicabilidade da química nesses processos e que ela está presente na vida
cotidiana.
Mas existem dificuldades para implantar projetos que visem à educação sexual e uma
luta de reconhecer que realmente há uma necessidade de se implantar projetos e trabalhos
nessa área, e pior são os obstáculos postos à frente, quando se sugere um trabalho dessa
natureza.
Nesse âmbito é preciso trabalhar os assuntos relacionados à sexualidade com muita
cautela, pois o tema não deixa de ser polêmico e difícil de ser tratado. Por isso, todos,
incluindo a família, a escola e a sociedade, devem se comprometer em fazer parte desse
desafio e enfrentar os obstáculos para que as escolas e os adolescentes de hoje possam ter o
direito de se proteger, buscando a garantia de uma vida melhor.
SUPLICY (1995) diz que a Orientação Sexual na escola é um grande desafio, ou seja,
acontece por ser um processo altamente dinâmico e exige um investimento de tempo e
financeiro, cujo projeto deve atender pais, professores e alunos. Portanto é indispensável
integrar família e escola e é um grande desafio porque a escola deve fomentar no aluno a
capacidade de tornar-se dono de seu destino.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Universidade de Sao Paulo, 2002.
CAFARDO, Renata. Longe das salas de aula, Associação brasileira interdisciplinar de Aids.
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Acesso em: 22 set 2010.
GALINDO, Camila José. Orientação sexual limiar no século XXI: proposta para o 1º
ciclo do ensino fundamental. Disponível em:< http://www.anped.org.br/reunioes
/27/ge23/.pdf > p.231 . Acesso em: 23 jul. 2008.
LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA J. F.; TOSCHI M. S.; Educação escolar: políticas estrutura e
organização. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005.
PAIVA, V.; CALAZANS, G.; VENTURI, G.; DIAS, R.; Idade e uso de preservativo na
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de-15-a-29-anos-no-acre-.html> . Acesso em: 22 set. 2010.
SUPLICY, Marta . Orientação Sexual nas escolas de São Paulo . AMA Educando, 1995.
VIANA, M. GOMES, R.; Educação sexual nas escolas ajuda a diminuir a incidência de
doenças e gravidez precoce. O globo online, Rio de Janeiro 07 set. 2009. Disponível em:
APÊNDICES
APÊNDICE 1
1.Você já assistiu alguma palestra sobre sexualidade, ou prevenção de doenças na sua escola?
( ) Intestino de animais
52
14. Para que a camisinha seja comercializada é necessário que seja aprovada pelo INMETRO?
( ) Sim ( ) Não ( ) Sim mas não é necessário que o selo do INMETRO esteja na embalagem
APÊNDICE 2
1. Informações na embalagem
2. Medidas
Desenrole o preservativo inteiro. Usando uma régua, faça medidas de comprimento e diâmetro (cm).
Com o auxílio de uma balança determine a massa de cada preservativo (sem a embalagem).
3. Teste de tração-elasticidade
O terceiro componente do grupo, utilizando uma régua poderá medir o aumento máximo do anel até
rompimento.
Encha o preservativo com água e deixe-o suspenso por um minuto sobre papel toalha. Anote se a
toalha ficou molhada ou continua seca.
Coloque água (medindo a quantidade através de uma proveta) dentro do preservativo até ele se
romper. Anote a quantidade de água necessária para chegar a este limite.
6. Teste de poros
Encha o preservativo com uma solução de água com sal (caso o preservativo seja do tipo lubrificado,
deve-se anteriormente lavá-lo cuidadosamente para retirar a camada de lubrificante). Em seguida,
mergulhe o preservativo em um béquer contendo, também, solução salina. Coloque um dos eletrodos
ligado ao amperímetro dentro do preservativo
Utilizando uma agulha fure o preservativo testado anteriormente. Verifique novamente a condução de
corrente elétrica.
APÊNDICE 3
Os testes a serem realizados são para análise de vários preservativos de diferentes fabricantes, para
se observar as diferenças entre as marcas, caso existam. Com os dados obtidos deve-se preencher a
Tabela.
Marca do
preservativo
Composição
Data de
fabricação
Comprimento
Diâmetro
Massa do
preservativo
Aumento máximo
do anel
Quantidade
máxima de água
Houve
Vazamento?
Houve Condução
de Corrente?
Informações Adicionais:
55
ANEXO
ANEXO 1