Ad2-Eduação Infantil

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AD2 – 2024.

Você deverá entrevistar um educador que trabalhe com crianças entre 0


e 6 anos e o foco da entrevista será o cuidar e o educar.

Antes da entrevista é importante que você faça um roteiro com as


perguntas que deseja fazer. O objetivo desta entrevista é mapear como
esse educador compreende o cuidar e o educar na Educação Infantil e
como ele organiza sua prática cotidiana.

A entrevista deverá ser registrada imediatamente para que você não


perca nenhuma informação, podendo ser utilizado um gravador de voz
ou o registro por escrito das respostas.

Após a realização da entrevista, chegará o momento em que você fará


uma comparação entre as respostas dadas na entrevista e a teoria
estudada até o momento, especialmente na aula 12.

Em sua análise o que você precisará fazer é perceber se, o que educador
compreende em relação ao cuidar e educar, está de acordo com o que
ele realiza em sua rotina. E, comparar se o pensar e o agir deste
educador estão de acordo com os aspectos estudados.

É importante que o seu trabalho tenha informações socioeconômicas do


entrevistado (idade,nível de escolaridade, quanto tempo trabalha com
Educação Infantil, etc) e informações da escola/creche em que ele atua
(pública/privada, número de crianças e funcionários, horário de
atendimento, rotinas, etc...) .

Obs.:

1)Toda a entrevista (roteiro e respostas) deverá constar no seu trabalho


como anexo.

2) A parte da análise da entrevista deverá conter entre 2 e 3 laudas. A


entrevista entra como anexo e pode conter quantas laudas forem
necessárias.

3) É necessário que você traga fundamentação teórica apropriada para a


sua discussão e colocar referência bibliográfica.

Bom trabalho!

Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado


do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de
Janeiro

Curso de Licenciatura em Pedagogia- UERJ / CEDERJ

Disciplina: EDUCAÇÃO INFANTIL 1

Coordenadora: Karla Seabra

Avaliação a Distância 2 (AD2) - 2024/ 2º SEMESTRE

Aluno(a): Vanessa Gomes da Costa de Andrade

Polo: TRI Matrícula 24112080291

ETREVISTA COM O EDUCADOR

Idade: 33 anos
Nível de escolaridade: Ensino Superior

Tempo de trabalho: 5 anos

Creche pública, 110 crianças, 20 funcionários

Horário de atendimento: 07:00 às 11:30 horas (manhã), 13:15 às 17:00


horas (tarde)

1-Como você compreende o cuidar e o educar na Educação Infantil?

É fazer com que a ação pedagógica seja correspondente ao universo infantil,


estabelecendo uma visão integrada do desenvolvimento da criança com base
em compreensões que respeitem a diversidade, o momento e a realidade
peculiares à infância.

Creches e pré-escolas são modalidades de educação infantil, o trabalho


realizado no seu interior tem caráter educativo e visa garantir assistência,
alimentação, saúde, lazer e segurança com condições materiais e humanas
que tragam benefícios sociais e culturais.

De acordo com Piaget, o desenvolvimento infantil é dividido por etapas que


podem ser estimuladas com diferentes atividades e brinquedos, respeitar

as etapas do desenvolvimento é propiciar cuidados próprios permeados de


estímulos com brincadeiras e jogos, a fim de promover a interação para um
completo desenvolvimento cognitivo, respeitando os direitos da criança. Cuidar
e educar apesar de desafiador poderá ser estimulador na medida em que os
educadores e os pais se envolvam no processo, não só através de teorias, mas
percebendo o prazer mútuo da prática.

A educação da criança de zero a cinco anos tem o papel de valorizar os


conhecimentos que as crianças possuem, e garantir a aquisição de novos
conhecimentos, mas, para tanto, requer um profissional que reconheça as
características da infância. Hoje, a educação infantil no Brasil já faz parte do
cotidiano e não deve ser vista como uma opção de cuidados, mas sim como
um direito de toda a criança; o direito de conviver e ampliar seus espaços de
socialização. A infância é entendida como um mundo de possibilidades que, se
devidamente amparado, é capaz de proporcionar vivencias e a formação
integral e harmônica da criança nesta sociedade em constante e rápida
transformação.

Nessa etapa também é necessário ter um amplo espaço, que seja limpo,
organizado, de fácil acesso e seguro. Ter salas adequadas às idades dos
alunos, terem recursos pedagógicos variados, funcionários, como professores
qualificados que apresentem planos pedagógicos coerentes.

O educador deve estar em permanente estado de observação e vigilância para


que não transforme as ações em rotinas mecanizadas, guiadas por regras.
Consciência é a ferramenta de sua prática, que embasa teoricamente, inova
tanto a ação quanto à própria teoria.

Cuidar e educar implica reconhecer que o desenvolvimento, a construção dos


saberes, a constituição do ser não ocorre em momentos compartimentados, a
criança é um ser completo, tendo sua interação social e construção como ser
humano permanentemente estabelecido em tempo integral. Significa
compreender que o espaço e tempo em que à criança vive exigem seu esforço
particular, e a mediação dos adultos como forma de proporcionar ambientes,
materiais, que estimulem a curiosidade com consciência e responsabilidade.
Cuidar e educar caminha simultaneamente e de maneira indissociável,
possibilitando que ambas as ações construam na totalidade, a identidade e a
autonomia da criança.

Para cuidar é preciso antes de tudo estar comprometido com o outro, com sua
singularidade, ser solidário com suas necessidades, confiando em suas
capacidades. Disso depende a construção de um vínculo entre quem cuida e
quem é cuidado. (RCNEI, vol. I, 1998, p.25)

O processo pedagógico nas instituições coletivas de cuidado e educação deve


considerar, dentre outros aspectos, a brincadeira como forma privilegiada da
criança conhecer o mundo (BRASIL, 2003). Neste enfoque, o prazer, a alegria,
o bem estar devem ser elementos garantidos no espaço das creches e pré-
escola uma vez que o que está em jogo é a construção da pessoa e não a
preparação para as etapas posteriores.
De acordo com o RCNEI(BRASIL,1998), educar significa:

Propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de


forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das
capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em
uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso pelas
crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste
processo a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de
apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas,
emocionais, estéticas e éticas na perspectiva de contribuir para a formação de
crianças felizes e saudáveis (BRASIL,1998, p.23).

2-Como você organiza sua prática cotidiana?

Para organizar e dirigir tais situações de aprendizagem, é indispensável que o


professor domine os saberes, que esteja mais de uma lição à frente dos alunos
e que seja capaz de encontrar o essencial sob múltiplas aparências, em
contextos variados.

ANÁLISE DA ENTREVISTA
Refletindo diante do significado, para educar, faz-se necessário que o professor
crie situações significativas de aprendizagem, se quiser alcançar o
desenvolvimento de habilidades cognitivas, psicomotoras e socioafetivas, mas
e, sobretudo, fundamental que a formação da criança seja vista como um ato
inacabado, sempre sujeito a novas inserções, a novos recuos, a novas
tentativas. O cuidar e o educar devem ser visto como um sistema que amplia o
cuidado, promovendo o desenvolvimento global da criança. Partindo desta
visão, o termo cuidado inclui: todas as atividades ligadas á proteção e apoio
necessárias ao cotidiano de qualquer criança: alimentar, lavar, trocar, proteger,
consolar, enfim “cuidar”, todas fazendo parte integrante do que chamamos de
“educar”.(CAMPOS, 1994, p. 35). Portanto, a necessidade de compreender a
criança da Educação Infantil exige caracterizá-la concretamente e
historicamente, assumi-la como sujeito e cidadã de direitos, que se constitui na
sociedade da qual faz parte. Para isso é preciso que cuidar e o educar estejam
sempre juntos e se faça sempre presente no cotidiano da criança.

Para compreender um pouco mais acerca da relação entre cuidar e educar e


sua contribuição com a infância abordaremos, neste capítulo, o que chamamos
de breve história e legislação da Educação Infantil. A Educação Infantil, ao
longo de sua trajetória histórica passou por muitas transformações que fizeram
com que essa etapa da educação básica se tornasse cada vez mais
significativa no panorama educacional mundial e principalmente do Brasil. No
decorrer da história da Educação Infantil, podemos perceber que ela passou
por muitas visões. Dentre elas, o assistencialismo, que esteve presente por
muito tempo nas escolas e escolas infantis e tinha como função principal dar a
assistência necessária às crianças pobres tirando das ruas e oferecendo
cuidados para que elas pudessem viver, principalmente em virtude do trabalho
dos pais que não tinham onde deixar os seus filhos. Logo, a escola era o local
mais apropriado para as crianças, pois ali estariam seguras durante o tempo
em que os pais permaneciam no trabalho. Na escola, as crianças recebiam
alimentação, podiam dormir, eram cuidadas para não caírem e nem se
machucarem e, ainda, havia o cuidado com a sua higiene. A educação
assistencialista era de baixa qualidade, pois preparava os pequenos para
exclusivamente continuar no meio social onde estavam inseridos, ou seja, não
oferecia nenhuma esperança de melhoria de vida e de crescimento
sociocultural. Contudo, a Educação Infantil tem se expandido. Sua
consolidação, como espaço para a educação das crianças pequenas, tem sido
sinalizada a partir do reconhecimento de sua importância pelas políticas
públicas. Com a criação de documentos e leis de diretrizes e bases, que
fundamental e definem parâmetros para essa etapa de formação do ser
humano, mesmo não sendo obrigatório, o direito da criança à educação torna-
se uma importante conquista social. Aos poucos, em decorrência da ampliação
dos debates em torno dos espaços destinados ao atendimento das crianças e
suas respectivas funções, a partir 10 de movimentos sociais, na década de
1970, as instituições passam a ser pensadas como um espaço de educação
para as crianças. (ABRAMOWICZ e WAJSKOP, 1999). No Brasil o surgimento
da Educação Infantil não foi diferente dos outros países, pois as escolas tinham
função de cuidar de crianças cujas mães estavam no mercado de trabalho.
Entretanto, nesse momento da história, a única preocupação dessas
instituições era com a alimentação, higiene e com os cuidados físicos da
criança. Na década de 1970, devido ao alto índice de evasão escolar e de
reprovação dos alunos de classe baixa na educação básica, criou-se a
Educação Pré-escolar, que abrangia a faixa etária de quatro a cinco anos,
surgindo então a visão compensatória com o objetivo de suprir as carências
culturais das crianças. As famílias pobres não conseguiam ajudar os filhos a
avançar nos estudos e as crianças entravam na Educação Básica, com pouca
informação e conhecimento cultural. Devido ao baixo nível de instrução dos
pais, caberia à educação pré-escolar suprir essas ausências nas crianças, isso
é compensar a falta de conhecimentos prévios e informações que deveriam ser
transmitidas pelos pais. Ao iniciar a Educação Infantil, no Brasil o atendimento
voltado para as crianças não era pedagógico. Referia à alimentação, higiene e
segurança física. Eram chamadas de Casa dos Expostos ou Roda dos
Expostos. Segundo Faria (1997, p.27) [...] foram construídas algumas escolas
por indústrias e entidades filantrópicas laicas e religiosas, para albergar filhos
de operários enquanto as mães estivessem no trabalho. As escolas surgiram
não para atender as necessidades das crianças, mas sim, para permitir a ida
das mães para o trabalho. Nestas instituições infantis desenvolvia-se um
trabalho de cunho assistencial-custodial, pois a preocupação era apenas com a
alimentação, higiene e segurança física. Não se desenvolvia um trabalho
educativo voltado para o desenvolvimento intelectual e afetivo das crianças,
pois não era considerado como um dever social e sim, favor ou caridade de
certas pessoas ou grupo. As escolas eram criadas sem nenhuma base ou
orientação pedagógica. As crianças recebiam a continuação dos cuidados que
recebiam em suas casas, pois essas escolas eram somente uma extensão dos
cuidados que as crianças recebiam em 11 casa. Muitas crianças não tinham os
mesmos cuidados que recebiam na escola devido as condições precárias que
viviam com os pais. Segundo Oliveira (1994, p.17 apud PINHEIRO, 1998,
p.48): [...] enquanto os filhos das camadas médias e dominantes eram vistos
como necessitando um atendimento estimulador de seu desenvolvimento
afetivo e cognitivo, às crianças mais pobres era proposto um cuidado mais
voltado para a satisfação de necessidade de guarda, higiene e alimentação. A
Educação Infantil no Brasil é uma conquista que vem evoluindo. Por esse fato
ela ainda é recente. No século XX se comemora um grande avanço na história
da Educação Infantil.

Referências

ARIÈS, Philippe. A história social da criança e da família. Rio de Janeiro:


Guanabara, 1981. BRASIL: Ministério da Educação e do desporto. Por uma
política de formação do profissional em educação infantil. Brasília: MEC/SEF/
Coedi, p. BRASIL: Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental.
Brasília: MEC/SEF, 1998. Volume 1: Introdução. CALLEGARI, Cesar.
http://www.cesarcallegari.com.br/files/legislacoes/ pceb020_09.pdf. acesso dia
15 de janeiro de 2013. CAMPOS, M. M. Educar e cuidar: questões sobre o
perfil do profissional de Educação Infantil. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n
78, 1991. CAMPOS, M. M. Educar e Cuidar: questões sobre o perfil do
profissional da educação infantil.In MEC\ESF\COED. Por uma 162 Revista
Amor Mundi, Santo Ângelo, v. 4 , n. 11, p. 153-162, 2023. formação do
profissional de educação infantil.Brasília.1994. DIDONET, Vital. Creche: a que
veio, para onde vai. In: Educação Infantil: a creche, um bom começo. Em
Aberto/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. v 18, n.73.
Brasília, 2001. p.11-28. DELORS, Jacques (org). Educação um tesouro a
descobrir.

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