Monografia de Licenciatura. UAN-Angola-Stani& Fénica
Monografia de Licenciatura. UAN-Angola-Stani& Fénica
Monografia de Licenciatura. UAN-Angola-Stani& Fénica
Luanda, 2023
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
Luanda, 2023
Autorizamos a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou electrónico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte durante a
sua elaboração.
III
Agradecimentos
Os meus agradecimentos extensivos vão aquelas figuras que desde a minha terra-idade
têm proporcionado condições mínimas para que o desejo de atingir mais uma etapa de minha
formação académica se concretizasse. São eles: Lunsadisa Mayele e Ivone Nlandu Massala,
meus pais; Professor Catedrático Doutor Ivan Kolbin, meu orientador que mesmo trabalhando
remotamente conseguiu proporcionar as orientações precisas, rigorosas e sugestivas para que
se salvaguardasse a qualidade necessária exigida para o trabalho deste indona e toda comitiva
docente e não docente que compõe o departamento de Física; à Direcção da Multitel através do
seu CEO, Kussi Emanuel Bernardo pelo estágio profissional concedido, que por sua vez não
serviu apenas para colectar dados práticos que serviram de base de estudo deste trabalho, mas
também, por contribuir para meu crescimento profissional em Telecomunicação, de salientar
que a experiência passada por cada um dos seus colaboradores levarei para vida toda.
IV
Epígrafo
Rollo Carpenter
V
Resumo
VI
Abstract
Technology is a set of knowledge, processes and techniques that aim to facilitate tasks and solve
daily issues. In modern society, long distances that constitute major obstacles when it comes to
interpersonal interactions have been reduced due to developments of technology and Satellite
of communication plays a key role as it is the technology with ability to reach remote
geographic locations that other technologies cannot easily, at low cost, safety and reliability. If
we talk about security, speed, communicating at a distance, Satellite communication offers
Point-to-Point technology as it is the best option for reducing latency or delay and packet loss
on a certain link. A Satellite that operates in the C-band is another viable option when
considering greater signal coverage. This work results from a systematic study of Satellite
communication technology, with great emphasis on the Point-to-Point topology of the VSAT
network and an in-depth search for theoretical content in the most up-to-date bibliographic
references on the topic was initially carried out. It brings together content that will help readers
specializing in Telecommunications to enrich their knowledge by covering the characteristics
and fundamentals of Point-to-Point topology, space and terrestrial Satellite communication
systems, Internet service, types of bands and frequency ranges link via Satellite. The challenge
of implementing a Point-to-Point link in the C-band motivated research into the topic and above
all because the Internet service provider, Multitel, with Satellite transponder rental in the Ku-
band, via one of its most important line of business in national and international finance-
banking on the verge of termination of its link, thus putting pressure on the technical delegation
to consider new engineering in order to keep the link operational. In this sequence of research,
an analysis of the signal was carried out in the uplink and downlink direction on the Angolan
side, using the Field Meter and Spectrum Analyzer, description of the procedures for aligning
the antenna to the Satellite, of the equipment and accessories used and finally theoretical-
practical comparative analysis of the main parameters of link using the CDM-625 Comtech EF
Modem, Satmaster Pro software and mathematical equations, whose experimentally obtained
results are close to the theoretical results existing in different bibligraphies cited in the
throughout of this work and considered acceptable.
VII
Listas de ilustrações
IX
Listas de tabelas
X
Listas de abreviaturas e siglas
XI
Tx: Transmissão
Rx: Recepção
TTC &M: Rastreamento, Telemetria, Comando e Monitorização
TV (DTH): High Definition Television
VSAT: Very Small Aperture Terminal
W: Watt ou west
XII
SUMÁRIO
Dedicatória................................................................................................................................ III
Agradecimentos ........................................................................................................................IV
Epígrafo ..................................................................................................................................... V
Resumo .....................................................................................................................................VI
Abstract ................................................................................................................................... VII
Listas de ilustrações ............................................................................................................... VIII
Listas de tabelas ......................................................................................................................... X
Listas de abreviaturas e siglas ..................................................................................................XI
Capítulo 1. Introdução .............................................................................................................. 16
1.1. Actualidade do tema .................................................................................................... 3
1.2. Motivação .................................................................................................................... 3
1.3. Delimitação do problema ............................................................................................. 4
1.4. Objectivos .................................................................................................................... 5
1.4.1. Geral ..................................................................................................................... 5
1.4.2. Específicos ............................................................................................................ 5
1.5. Justificativas................................................................................................................. 6
1.6. Estrutura do trabalho .................................................................................................... 6
Capítulo 2. Princípios fundamentais de comunicação via satélite.............................................. 8
2.1. Conceitos gerais de comunicação via satélite .................................................................. 9
2.2. Marcos históricos de comunicação via Satélite ......................................................... 11
2.3. Leis físicas que regem os satélites artificiais em órbita ............................................. 13
2.3.1. Leis de Kepler ..................................................................................................... 14
2.4. Órbitas operacionais de satélite ................................................................................. 16
2.4.4. Órbita GEO ou GSO ........................................................................................... 20
2.4.5. Cinturas Van Allen ............................................................................................. 22
2.4.6. Comparação entre as órbitas mais comuns ......................................................... 22
2.4.7. Posições orbitais ................................................................................................. 24
2.5. Zonas de cobertura de satélite. Conceitos de beam de satélites ................................. 26
2.6. Topologias de redes VSATs ...................................................................................... 27
2.6.1. Topologia ponto-a-ponto .................................................................................... 27
2.6.2. Topologia em estrela .......................................................................................... 28
2.6.3. Topologia malha ................................................................................................. 29
2.6.4. Topologia híbrida ............................................................................................... 29
2.7. Técnica de acesso múltipla ........................................................................................ 30
2.7.1. Tipos ou métodos de acesso ............................................................................... 30
2.8. Bandas de frequências de operação em comunicação via satélite ............................. 32
2.8.1. Espectro disponível ............................................................................................ 33
2.8.2. Operadoras de Satélites ...................................................................................... 33
2.8.3. Tipos de bandas e faixas de frequências de operação ........................................ 34
2.9. Sistema de comunicação via satélite e seus componentes ......................................... 35
2.9.1. Subsistema espacial. Satélite e sua descrição ..................................................... 36
2.9.2. Subsistema terrestre ............................................................................................ 39
2.10. Conceitos de beacons de operadores de satélites ................................................... 42
2.11. Tipos de serviços em comunicação via satélite ...................................................... 43
Capítulo 3. Parâmetros de links de transmissão e recepção via Satélite .................................. 44
3.1. Geometria dos links GSO .............................................................................................. 50
3.1.1. Faixa de Satélite. Alcance do Satélite ................................................................ 51
3.1.2. Ângulo de elevação e azimute para satélite ........................................................ 52
3.2. Link de radiofrequência ............................................................................................. 54
3.2.1. Fundamentos de transmissão .............................................................................. 54
3.2.2. Perda de caminho no espaço livre ...................................................................... 58
3.2.3. Equação básica do link para potência recebida .................................................. 59
3.3. Ruídos do sistema e seus parâmetros ......................................................................... 60
3.3.1. Figura de ruído ................................................................................................... 62
3.3.2. Temperatura do ruído ......................................................................................... 63
3.3.3. Temperatura de ruído do sistema........................................................................ 66
3.3.4. Figura de mérito ................................................................................................. 68
3.4. Parâmetros de desempenho do link ........................................................................... 68
3.4.1. Relação portadora-ruído ..................................................................................... 68
3.4.2. Relação energia de bit por densidade de ruído ................................................... 70
Capítulo 4. Dados práticos de pesquisa .................................................................................... 71
4.1. Link SCPC na band-C................................................................................................... 72
4.2. Arquitetura do link ..................................................................................................... 73
4.3. Satélite usado. Eutelsat E3B ...................................................................................... 74
4.3.1. Beam ou cobertura do satélite Eutelsat E3B ...................................................... 74
4.4. Equipamentos e acessórios usados ............................................................................ 75
4.5. Parâmetros de operação do link ................................................................................. 78
Capítulo 5. Metodologia ........................................................................................................... 79
5.1. Tipo de estudo ............................................................................................................ 80
5.2. Campo ou local de estudo .......................................................................................... 80
5.3. Procedimento experimental ....................................................................................... 80
5.3.1. Procedimento de recolha dos dados.................................................................... 81
Capítulo 6. Resultados e discussões ......................................................................................... 85
6.1. Resultados obtidos ..................................................................................................... 86
6.1.1. Gráfico dos sinais de recepção das antenas a partir do analisador de espectro .. 86
6.1.2. Config Modem do Interface / Frame do modem CDM 625A da EMIS ............. 87
6.2. Discussões dos resultados .......................................................................................... 88
6.3. Análise de custos económicos ................................................................................... 90
Conclusões ................................................................................................................................ 92
Recomendações ........................................................................................................................ 93
Referências bibliográficas ........................................................................................................ 94
Apêndices ................................................................................................................................. 96
Anexos .................................................................................................................................... 102
Capítulo 1. Introdução
Capítulo 1. Introdução
A sociedade moderna está dia-pós-dia com a necessidade por informação digital, rápida
e móvel, obrigando o homem a busca de tendências por meios de comunicações capazes de
responder as tais exigências. A recente popularização e o desenvolvimento das redes sem fio é
o exemplo de como a mobilidade se tornou importante na vida moderna.
A comunicação via Satélite é o sistema VSAT (Very Small Aperture Terminal) surgiu
na década de 90 e consolidou o espaço como mais um meio físico para o uso das comunicações.
Sua principal característica é a necessidade de uma menor banda nos transponders, utilização
de antenas menores e, em consequência, a utilização de mais potência no Uplink e Downlink.
Uma rede VSAT é composta de um número de estações VSAT e uma estação principal (HUB
Station). A estação principal dispõe de antena maior e se comunica com todas as estações
remotas (VSATs), coordenando o tráfego entre elas, passando pelo Satélite. A estação HUB
também se presta como ponto de interconexão para outras redes de comunicação. São utilizados
frequentemente em regiões remotas, onde a infraestrutura local (cabos metálicos, enlaces de
micro-ondas ou fibra óptica) é pouco desenvolvida.
2
Capítulo 1. Introdução
A comunicação via Satélite não é tema recente na história das telecomunicações mas
quando se trata do mesmo assunto em Angola, nota-se grande escassez no que diz respeito as
fontes bibliográficas nacionais que tratem sobre assunto, limitando deste forma o interesse de
pesquisa neste ramo, então este trabalho após a sua conclusão e devidas correções, servirá de
grande fonte de pesquisa para os leitores em geral e em especial aos especialistas e estudantes
nas áreas de tecnologias de informação e comunicação a compreensão de muitos temas que
regem os Satélites em órbita, sobretudo porque Angola está começar a escrever a sua história
neste ramo com o lançamento do Angosat-2 e cuja comercialização dos seus diferentes
transponders encontram-se em processo.
Nos sentimos engajados por saber que está obra servirá de referência bibliográfica para
os estudantes e professores do departamento de Física principalmente, por conter temas que
ajudará a compreender melhor o funcionamento do sistema de comunicação via Satélite e conter
nele equações que ajudará a percepção dos parâmetros de desempenho do sistema com realce a
arquitetura ponto-a-ponto.
1.2. Motivação
A motivação na escolha deste tema deve se pelo facto de ser desafiante, uma vez que é
raro encontrar referência que trata assunto de forma isolada e ser a primeira a apresentação de
trabalho de fim de curso a nível do departamento de Física. O engajamento que os técnicos da
Multitel na procura de soluções que permitissem a operacionalidade de serviços de um dos seus
sites ou acesso serviu de motivação, uma vez que foi uma oportunidade de participar num
projecto real, de elevada importância e que proporcionou-nos bases que serviram para
3
Capítulo 1. Introdução
Este documento tem como objetivo descrever as técnicas utilizadas nas redes VSAT,
suas vantagens, desvantagens e aplicações passando por uma breve descrição de como os
Satélites servem de elo de ligação entre o início e o fim da comunicação e como evoluíram e
funcionam actualmente. Apesar de tudo que foi dito, sua maior vantagem é a rápida instalação,
quando o Satélite já está em órbita e a distribuição da informação em ampla escala que esta rede
é capaz de oferecer. Exemplos de aplicações das redes VSAT serão fornecidas mais adiante
bem como comparação entre os meios de transmissão.
4
Capítulo 1. Introdução
1.4. Objectivos
1.4.1. Geral
1.4.2. Específicos
5
Capítulo 1. Introdução
1.5. Justificativas
Tendo em conta os resultados obtidos durante o tratamento dos dados, após uma
profunda comparação com os dados teóricos consultados em diferentes bibliografias,
justificam-se dadas as aproximações e/ou baixos resultados em outros casos, pelo facto de se
tratar de um link que apesar de operar na banda-C, as frequências operacionais para uplink e
downlink disponibilizados pelo operador de Satélite estão fora dos limites nominais
estabelecidos pelas entidades gestores de telecomunicações mundialmente conhecidos. Por
tratar-se de um link dedicado, o operador de Satélite teve o cuidado de fornecer um plano de
frequências que fosse favorável as duas regiões de implementação do link, visto que pertencem
a países diferentes, apesar estarem na mesmo região conforme estabeleci pela ITU.
O trabalho está estruturado em cinco (5) capítulos, cujo capítulo 1 trata de assunto
relacionado a nota introdutório, capítulos 2 trata de princípios fundamentais que regem as
comunicações via Satélite. É neste capítulo que os conceitos teóricos que ajudam a
compreensão das leis físicas que regem os Satélites em órbita, tipos de órbitas e seus parâmetros
mais importantes, zonas de cobertura, topologias de rede, técnicas de acesso aos recurso de um
Satélite, de frequências de operação em função das suas bandas, composição de sistema de
comunicação via Satélite e por fim introduz os conceitos de beacons e tipos de serviços que o
sistema pode suportar.
O capítulo 3 faz menção aos parâmetros fundamentais usados em link de Satélite, com
apresentação das equações mais importantes que algebrizam tais parâmetros, como: ganho de
antena, ângulos de elevação e azimute, potência isotrópico efectiva radiada numa transmissão,
perdas de caminho no espaço livre, dada a natureza do meio de propagação das ondas de rádio,
que é o espaço devido os factores que causam redução na potência recebida em relação a
transmitida, relação portadora-ruído e muitos outros parâmetros.
6
Capítulo 1. Introdução
7
Capítulo 2. Princípios fundamentais de
comunicação via satélite
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Esses Satélites terrestres são usados para diferentes aplicações, dentre os quais:
comunicação, meteorologia, medições terrestres (gravitação e campos magnéticos), avaliação
de recursos (hídricos, minerais), transmissão de sinais de rádio e TV para usuários fixos e
móveis, banda larga, VSAT, Backhaul de rede celular (2G/3G/4G/5G) e como pontos de
referências para a navegação. [13]
As comunicações por Satélites oferecem uma série de recursos que não estão
disponíveis como modos alternativos de transmissão, tais como micro-ondas terrestres, cabo ou
rede de fibras ópticas. Algumas das vantagens das comunicações via Satélites são descritas a
seguir [13]:
estações terrestres. Custos de transmissão baseados nos Satélites tendem a ser mais
estáveis, particularmente para comunicações a nível Internacional ou Intercontinental
que implicam grandes distâncias;
Custos fixos de emissões: O custo de transmissão de difusão por Satélite, isto é, a
transmissão de um terminal terrestre de transmissão para receber um número de
terminais da terra, é independente do número de terminais terrestres que recebem a
transmissão;
Alta capacidade: links de comunicação via Satélite envolvem frequências portadoras de
altura, com grandes larguras de banda. As capacidades típicas de Satélites de
comunicação variam de 10 a 100 Mbps (megabits por segundo) e podem fornecer
serviços para várias centenas de canais de vídeo ou várias dezenas de milhares de
ligações de voz ou dados;
Baixo nível de erros: erros de bits em um link de Satélite digital tendem a ser aleatórios,
permitindo a utilização de técnicas de detecção e correcção de erros estatísticos. As
taxas de erro de um erro de bit em bits ou mais podem ser rotineiramente alcançadas de
forma eficiente e confiável com equipamento de série.
Beams maiores (podendo abrangir: continentes, país ou regiões de um país);
Baixo custo por receptor adicionado;
Comunicações móveis sem fio, independentemente da localização (aéreas, marítimas
ou em terra); serviços únicos de apoio à navegação e à aeronáutica;
Redes de usuários diversos: grandes áreas de terra são visíveis a partir do Satélite típico
de comunicação, permitindo uma interligação entre vários usuários simultaneamente.
Oposto aos pontos fortes acima citados, a comunicação via Satélites apresenta algumas
desvantagens que podem ser minimizadas em comparação as suas vantagens [13]:
O primeiro Satélite espacial (artificial) chamou-se Sputnik 1 e foi lançado pela URSS
em outubro de 1957, que realizou a primeira experiência de transmissão e recepção de sinais
do espaço, enviando para Terra sinais nas frequências de 20 MHz e 40 MHz, o que provava a
possibilidade de uma comunicação à longa distância. No mesmo ano, mas um mês depois, outro
Satélite artificial foi lançado pelos Estados Unidos. [10]
Somente no final de 1960, com a troca de sistema de alimentação das baterias por células
solares realizou-se uma retransmissão de dados enviados da Terra e a partir deste ano conclui-
se que a utilização de Satélites artificiais era a melhor opção para as comunicações, sendo
abandonado o experimento de Satélite natural (Lua). [10]
11
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
O Satélite AngoSat-2 surge com a missão de substituir o AngoSat-1, que dentro dos
acordos contratuais que tinham sido assinado com a Rússia, assegurava o Satélite e previa que
diante de situações de anomalia, deveria ser construído um novo Satélite em substituição do
inoperante do Satélite AngoSat-1, sem custos para o estado angolana. Em abril de 2018, O
consórcio russo Rosoboronexport, responsável pela construção e lançamento do AngoSat-1,
12
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
anunciou o início da sua construção, a partir de 24 de abril de 2018, sem custos para Angola,
decorrendo até meados de 2022. [11]
Angosat-2 opera, desde o dia 04 de Novembro de 2022, na posição operacional 23˚ Este
da órbita geoestacionário e sua massa de lançamento de 1550 kg. O Satélite foi desenhado e
construído para cobrir todo o continente Africano e parte significativa do Sul da Europa, na
Banda-C, e cobertura quase total da parte sul de África na Banda-Ku. A Banda-Ka servirá
somente para a Gateway que estará em Luanda. De ressaltar que o AngoSat-2 é um satélite HTS
(Altas Taxas de Transmissão, em inglês) projectado para fornecer serviços de Internet de banda
larga. A sua cobertura nas diferentes bandas é um factor que deve se levar em conta. [11]
Existem dois (2) requisitos para que um Satélite seja colocado em órbita estável num
certo ponto de inserção. É preciso, primeiro, levar o Satélite até essa altura (seu lançamento por
meio de um veículo de transporte) e depois comunicar-lhe a velocidade orbital necessária (por
meio de comandos, telemetry a partir de uma estação terrestre). [2]
Forças concorrentes actuam no Satélite: a força gravitacional (𝐹𝑖𝑛 ) que tende a puxar o
Satélite em direcção à terra, enquanto sua velocidade orbital (resultante da sua força centrípeta
(𝐹𝑖𝑛 )) tende puxar o Satélite para longe da Terra, conforme se ilustra na figura 2.1. As duas
forças podem ser representadas pelas equações:
μ
Fin = m ( 2 ) (2.1)
r
v2
Fout = m ( r ) (2.2.)
13
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Onde: m = massa do satélite (kg); v = velocidade orbital do satélite (km/s; r = distância desde
centro da terra (raio orbital) (km); μ = 3.986004 × 105 km3 ⁄s 2 = Constante de Kepler
(constante gravitacional geocêntrico)
1
μ 2
v= (r) (2.3)
As leis de movimento planetário de Kepler são descritas através de três (3) princípios
fundamentais.
1ª Lei ou lei das órbitas: “o percurso seguido por um satélite ao redor da Terra será uma elipse,
com o centro de massa de terra como um dos dois (2) focos da elipse”. Se nenhuma outra força
estiver a agir sobre o Satélite, o mesmo acabará por se estabelecer em uma posição orbital
elíptica, com a Terra como um dos focos da elipse. O tamanho da elipse dependerá da massa
do Satélite e da sua velocidade angular. [14]
14
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
2ª Lei ou lei das áreas: “para intervalos de tempo iguais, o Satélite varre áreas iguais no seu
plano orbital ", isso quer dizer que para intervalos de tempo iguais, o Satélite visualiza áreas
iguais no plano orbital. Na figura 2.3 pode se observar que a área varrida pelo Satélite em um
período de 1 hora em torno de um ponto mais distante da Terra, marcado como A2, será igual a
A1, ou seja: 𝐴1 = 𝐴2 . [14]
4π2
T2 = ( ) a3 (2.4)
μ
Onde: T é o período da órbita, em segundo (s); a é a distância entre os dois corpos, satélite e a
terra, em km.
1
2
μ 3
a = r = (4π2 ) T 3 (2.5)
2
Raio da órbita = (Constante) × (Período da órbita)3 (2.6)
15
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Por definição, uma órbita é a trajectória que um corpo celeste realiza ao redor de outro
corpo celeste ou não pela influência de sua gravidade. De forma mais suscita, uma órbita deve
ter um período, e com isso, consideramos uma órbita a trajectória fechada que um corpo celeste
realiza ao redor do outro corpo celeste pela influência de sua gravidade. [14]
Existem diversos tipos de órbitas terrestres para operação de um Satélite e cada uma
delas é utilizada por diferentes propósitos, dependendo da distância em que se encontram em
relação a superfície, da área de cobertura e do tempo necessário para completar a trajectória
orbital (período de revolução) e sua latência correspondente. Além dos parâmetros já citados,
dois (2) outros parâmetros orbitais importantes são: inclinação e excentricidade. [14]
16
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Os Satélites podem ser classificados de acordo com o tipo de órbita. Neste trabalho
trataremos apenas, as quatro (4) órbitas mais comumente usados por Satélites de comunicação,
que são: LEO (Low Earth Orbit ou órbita terrestre baixa), MEO (Medium Earth Orbit ou órbita
terrestre média), HEO (Highly Eliptical Orbit ou órbita altamente elíptica) e GEO
(Geostationary Orbit ou órbita geostacionária). [14, 16]
Órbita circular de baixa altitude, conforme o nome faz menção é a segunda órbita mais
comum. Os Satélites da Terra que operam bem abaixo da altitude geoestacionária, geralmente
em altitudes de 160 à 2.500 km, e em órbitas quase circulares, são chamados de órbita baixa da
Terra ou Satélite LEO. Essa órbita de Satélite tem várias características que podem ter
vantagens para aplicações em comunicações, como se pode observar na figura abaixo. [14]
As ligações entre Satélite e um ponto situado na terra são muito mais curtas (cerca de
10 minutos apenas), levando as perdas de caminho mais baixas, o que resulta em menor
consumo de energia e menores sistemas de antenas. O atraso de propagação é também menor
(latência de ∼10 ms) devido às distâncias de caminho mais curto. 32 Satélites LEO, com as
inclinações adequadas, podem cobrir locais de grande latitude, incluindo as áreas polares, que
não podem ser alcançadas pelos satélites geoestacionários. A grande desvantagem do Satélite
LEO é o seu período de revolução circular restritas, pois o Satélite não está num local fixo no
céu, mas varre determinada área por apenas alguns minutos (de 1h:30min à 2 horas) de um local
fixo na Terra. [14]
Para se ter a cobertura global ou grande área contínua é desejada, uma constelação de
Satélites múltiplos LEO é necessária, com ligações entre os Satélites para permitir
comunicações ponto-a-ponto. Algumas redes actuais de Satélites LEO operam com 12, 24, 66
e mais Satélites para atingir-se a cobertura desejada. Em termos de aplicação, a órbita LEO é a
17
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
mais popular para comunicações móveis por Satélites porque a pequena potência e o pequeno
tamanho da antena dos terminais terrestres são uma vantagem definitiva e também requerem
menos energia para serem inseridos em órbita. [14]
Órbita circular de altitude média. Os satélites nessa órbita são semelhante ao LEO,
porém, eles operam na faixa entre o LEO e GSO, normalmente em altitudes de 10.000 a 20.000
km em relação a terra, são referidos como órbitas de altitude média, ou Satélites MEO. [14]
O atraso de propagação nessa órbita é dez vezes maior (latência de ∼100 ms) que na
órbita LEO, devido às distâncias de caminho mais longos.
18
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
A orbita HEO é a única órbita não circular dos quatro (4) tipos citados neste trabalho.
Opera com uma órbita elíptica, com altitude máxima (apogeu) de aproximadamente 36.000 km,
semelhante ao GSO e altitude mínima (perigeu) de aproximadamente 160 km, semelhante ao
LEO. A órbita HEO é usado para aplicações especiais onde a cobertura de locais de alta latitude
é necessária. [14]
Satélites que operam em órbitas elípticas (alta excentricidade) são usados para fornecer
cobertura para áreas de alta latitude, inalcançáveis por GSO e que requerem mais longos
períodos de contacto do que os disponíveis com Satélites LEO. As propriedades orbitais
definidas pela segunda lei de Kepler podem ser usadas para oferecer tempo de permanência
prolongado em áreas próximas ao apogeu, quando está mais distante da Terra.
A HEO mais popular usada para Satélites de comunicações é a órbita Molniya, nomeada
para o sistema de Satélite que servia a ex-União Soviética. A órbita é projectada para fornecer
cobertura alargada nas altas latitudes do norte que compõem a maior parte da massa terrestre
da ex-União soviética, onde Satélites geoestacionários não podem fornecer cobertura. A órbita
típica Molniya tem uma altitude perigeu de 1.000 km, e uma altitude apogeu de 40.000 km. Isto
corresponde a uma excentricidade de acerca 0,722. [14]
A órbita tem um período nominal de 12 horas, o que significa que ela repete o mesmo
rastreio no solo duas vezes por dia e faz com que o Satélite passe quase 10 horas de cada rotação
sobre o hemisfério norte e apenas 2 horas sobre o hemisfério sul. Dois (2) Satélites em órbita
HEO Molniya, devidamente faseadas, podem fornecer a cobertura quase contínua para locais
de alta latitude no hemisfério norte, porque pelo menos um dos Satélites estará à vista, em
qualquer momento, durante o dia. [14] O atraso de propagação é menor em perigeu (latência de
∼10 ms), o mesmo que LEO e maior em apogeu (latência de ∼260 ms), mesmo que GSO,
devido às distâncias de caminho mais curtos e longos respectivamente em cada altitude.
Nota: Órbitas de Satélite que não são síncronas, como o LEO, MEO e HEO são frequentemente
denominados como Satélites de órbita não geossíncrona (NGSO).
A órbita GEO, também conhecida como órbita geossíncrona (GSO) é de longe a órbita
mais popular usada para Satélites de comunicação. Um Satélite GSO está localizado em uma
órbita circular equatorial geossíncrona ou geoestacionária no plano equatorial, em um ponto
estável que o mantém em um local fixo no espaço. Isso é uma grande vantagem para
comunicações via Satélite, porque a direcção apontada permanece fixa no espaço e uma antena
terrestre não precisa rastrear um Satélite em movimento. Uma desvantagem desta órbita é o
longo tempo de atraso de propagação do sinal (latência de ~260 ms), que pode afectar a
sincronização da rede ou afectar a comunicação de voz. [14]
Se o raio da órbita for escolhido de forma que o período de revolução do Satélite seja
exactamente definido ao período de rotação da Terra, um dia sideral médio, define-se uma única
órbita de Satélite. Além disso, se a órbita for circular (excentricidade = 0˚) e a órbita estiver no
plano equatorial (ângulo de inclinação = 0˚), o Satélite parecerá pairar imóvel acima da Terra
no ponto subsatélite acima do equador. [14]
Da 3ª lei de Kepler, o raio da órbita GEO, 𝑟𝑆 é encontrado como órbita circular equatorial
geossíncrona ou geoestacionária. Um Satélite posicionado sobre a linha de Equador em GSO
ou GEO tem um período de revolução de 23 h 56 m 4,091 s sobre a Terra, que por coincidência
é o mesmo tempo que a Terra leva para completar seu movimento de rotação ou seja, os
Satélites que operam na GEO são posicionados de tal forma que giram com a mesma velocidade
angular que a Terra, e por consequência, eles estarão, portanto parados em relação à um
observador localizado na Terra e assim, um ponto na Terra se comunicará com o Satélite 24
horas por dia. Esta órbita, representada pela figura 2.8, corresponde a uma altitude média de
35.786 km, aproximadamente 36.000 km da superfície terrestre (nível do mar). [14]
20
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Um Satélite GSO vê cerca de um terço da superfície da Terra então, três (3) GSO
Satélites, colocados a 120˚ de distância cada no plano equatorial, poderiam fornecer cobertura
global, excepto para as áreas dos pólos Norte e Sul. [14]
Uma órbita perfeita como GEO, ou seja, uma com características exactamente iguais
ao GEO, não pode ser praticamente alcançado sem extensa manutenção de estação e uma
grande quantidade de combustível para manter a precisão posição necessária e porque existem
muitas outras forças que actuam ao Satélite além da gravidade da terra. Uma órbita GEO típica
em uso hoje teria um ângulo de inclinação ligeiramente maior que zero graus (0˚) e
possivelmente uma excentricidade que também excede zero graus (0˚). A órbita GEO do mundo
real é muitas vezes referido como uma órbita terrestre geossíncrona (GSO) para diferenciá-lo
da órbita geoestacionária ideal. [14]
A GSO não pode fornecer cobertura para locais de alta latitude. A latitude mais alta, na
qual o Satélite GSO é visível, com um ângulo de elevação da ET de 10° é de cerca de 70° norte
ou latitude sul. A cobertura pode ser aumentada um pouco pela operação em ângulos de
inclinação mais altos, mas isso produz outros problemas, como a necessidade de aumentar o
rastreamento da antena terrestre, o que aumenta os custos e a complexidade do sistema. [14]
21
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Figura 2.10. Representação das altitudes das órbitas LEO, MEO, GEO e dos cinturões de radiação de Van Allen. [16]
22
Tabela 2.2. Descrição entre as órbitas mais usados em comunicação via satélite
23
os Pôlos Norte e Sul Menor visibilidade do sinal
Perigeu: 160 Cobre áreas inacessíveis Necessita de uma antena
Para Telecomunicações nas em altas latitudes do globo; direccionável para rastrear o
HEO mais de 24 horas 8 horas 3
Apogeu: 36.000 regiões (Árctico e Antárctico) Baixo custo de lançamento Satélite a partir da ES;
não cobertas por GEO em comparação a GEO; Menor visibilidade do sinal
É usado por Satélites Facilidade de rastreamento; Maior latência que todas;
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
A ITU é uma agência das Nações Unidas responsável por atribuir e alocar “vagas de
estacionamento” ou slots orbitais no GEO para Satélites. Com sede em Genebra, é também a
principal agência responsável por resolver quaisquer disputas relacionadas à interferência de
frequência entre diferentes entidades globais. A ITU dividiu o espaço GEO em 180 posições
orbitais, separada uma da outra de um ângulo de dois graus (2°), que anteriormente era de quatro
graus (4°) devido aumento significativo de números de Satélites agora alocados. [16]
Actualmente a ITU é constituído por três (3) sectores básicos:
24
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
A dificuldade em obter uma posição orbital é um dos factores que torna a comunicação
via Satélite um pouco tanto difícil de materializar, isso deve-se pelo facto das órbitas de
operação de Satélites, principalmente a GEO estar quase ocupadas pelos denominados gigantes
espaciais (como USA, China. Rússia, Europa, etc.). De modos a tornar o negócio mais rentável
em um período de tempo não muito prolongado, os concessionários de Satélites devem negociar
uma posição orbital que permitisse que os beams de seus Satélites cobrissem maiores áreas
geográficas possíveis, dependendo da capacidade dos Satélites e assim, levar mais interesse dos
clientes regionais ou Internacionais em aderir os serviços por eles prestados, conforme
acontecerá com o Angosat-2.
25
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
26
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
27
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
A maioria das redes configuradas em Estrela usam uma única portadora de saída TDM
da HUB e várias portadoras de entrada TDMA ou FDMA dos locais remotos. O exemplo deste
tipo de topologia é ilustrado na figura 16. As principais vantagens de uma rede em topologia
estrela incluem [29]:
28
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
29
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Para que as comunicações aconteçam entre as remotas VSATs e a HUB, é preciso que
a uma estação remota esteja associado um canal de RF. Essa associação pode ser permanente
ou por demanda, variando dinamicamente. Quando a associação é permanente, existe um canal
fixo para cada VSAT e neste caso, temos o método de alocação do tipo PAMA (Permanent
Assignment Multiple Access) ou Acesso Múltiplo com Alocação Permanente. [17]
Quando a alocação é dinâmica existe um pool de canais administrados pela estação HUB
do qual são alocados os canais para cada VSAT na medida em que são solicitados e para o qual
são liberados ao término do uso. Neste caso, temos o método de alocação DAMA (Demand
Assignment Multiple Access) ou Acesso Múltiplo com Alocação por Demanda. [17]
Seja a alocação de canais PAMA ou DAMA, existe uma variedade de métodos de acesso
e partilhamento de canais e são usados frequentemente os códigos correctores, como: FEC com
táxas de 1/2 ou 3/4 e detectores de erros, para correção de erros, ambos através de redundância.
[17] As técnicas de acesso em comunicação via Satélite são muitas mas neste trabalho
abordaremos apenas as principais, conforme se segue abaixo.
TDMA (Time Division Multiple Access) ou Acesso Múltiplo por Divisão de Tempo:
permite que os usuários acessem a capacidade do transponder através do intervalo de
tempo, onde em cada instante um terminal utiliza os recursos disponíveis para se
comunicar e é o método mais amplamente utilizado nas redes VSATs comerciais. A
variante mais utilizada desta técnica é o TDMA-DA (Demmand Assignment) com HUB
responsável por alocar o slot para cada terminal VSAT de acordo com a transmissão
30
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
FTDMA (Frequency Time Division Multiple Access) ou Acesso Múltiplo por Divisão
de Frequência e Tempo: essa técnica consiste na combinação das duas(2) referidas
anteriormente, isto é, TDMA e FDMA respectivamente, onde cada canal está associado
a um par ordenado de frequência e intervalo de tempo. Uma paortadora única, formada
31
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
CDMA (Code Division Multiple Access) ou Acesso Múltiplo por Divisão de Código:
neste método utiliza se a técnica de espalhamento espectral (spread spectrum), cada
terminal está associado um único código de ruído pseudorrandómico para representar
cada bit de dados a ser transmitido e é utilizado para codificar e decodificar suas
transmissões. [10]
Outro sim, necessita de uma grande largura de banda, o que se refle em uma ineficiência
no uso do transponder. É, portanto, adequado para aplicações com baixa taxa de dados (menor
que 9.6kbps) e aplicações que necessitem do uso do sistema spread spectrum (SS/CDMA) para
a coordenação de frequência, devido as restrições quanto a interferência (como, por exemplo,
redes VSATs operando na banda-C). [21]
32
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Figura 2.22. Faixa de frequência para operação das bandas de frequências de sistemas via satélite. [18]
A maioria das grandes frotas de Satélites pertencem e são controladas por apenas
algumas empresas (Intelsat, Eutelsat, New Skies, SES, etc.). Cada operadora de Satélite possui
um conjunto de especificações técnicas que o usuário deve cumprir de modos a estabelecer
harmonia no sistema. Para ter acesso ao Satélite, é necessário registrar o terminal (HUB) e
realizar alguns testes. As especificações estão contidas em um guia de operações e os
procedimentos dentro do procedimento relativamente formalizado ou de programação. [29]
33
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Cada uma destas faixas citadas acima são mais recomendadas a determinados tipos de
aplicações, onde as frequências mais utilizadas para comunicação via Satélite actualmente são
as da banda-C e banda-Ku, que é a banda mais popular Internacionalmente, pois permite cursar
um tráfego com antenas de menores tamanho (diâmetro) que as usadas na banda-C, por operar
em frequências mais altas. Entretanto, pelo mesmo motivo, a transmissão em banda-Ku é mais
suscetível as interrupções causadas pela chuva, por exemplo. Desta forma, a banda-C é mais
popular em países tropicais, como Angola. Dependendo da intensidade da chuva, uma
interrupção ou degradação do link via Satélite pode ocorrer, tornando interrupto o serviço
prestado. [17]
A banda-C, actualmente com menos uso em novos projectos, foi a primeira a ser
explorada comercialmente devido a sua cobertura ser mais ampla. Esta banda apresenta elevada
interferência terrestre dificultando, principalmente, a recepção, já que os links de micro-ondas
de RF operam nesta mesma faixa no espectro electromagnético. [17]
34
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Depois de se debruxar sobre as topologias de redes através das suas arquiteturas típicas,
nessa secção descutiremos sobre os componentes de comunicação VSAT. Um sistema de
comunicação via Satélite é composto basicamente pelo Satélite e pelas Estações Terrestres.
35
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Além destas, ainda podem existir estações responsáveis pelo gerenciamento da comunicação.
Agrupamos os componentes do sistema em dois (2) segmentos, como se segue na figura abaixo.
De uma forma mais técnica, podemos dizer que o Satélite é uma estação repetidora de
sinais provenientes da Terra. O Satélite é sem dúvida o primeiro e mais crítico componente do
sistema VSAT. Caso haja algum problema nos seus diferentes subsistemas (por exemplo, nos
seus paineis solares ou controlo do seu sistema geonavegação) inviabiliza-se a comunicação e
por falta de técnicas e tecnologias que possibilitam de ter um engenheiro orbitando junto do
Satélite a 36.000 Km de altura, fica difícil a manutenção quando ocorrem problemas. [4; 17]
36
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Nota: Os mais modernos Satélites são compostos de 24 transponders, cada um com largura de
banda que chega até 110 Mbps. A largura de banda pode ser combinada de diversas formas,
desde que o bit rate total permaneça contido no limite do transponder. [4]
37
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
designado, então, é neste caso que este subsistema intervem, alertando o subsistema de
propulsão para accionar os thrusters que moverão o Satélite para sua correcta posição
orbital. [17]
Subsistema de comando e telemetria: Fornece mecanismo para que uma Estação
Terrestre tenha condições de monitorar e controlar acções de um Satélite através de
envio e recepção dos dados que permitem o acompanhamento do funcionamento e
comando do Satélite a partir da órbita e é formado basicamente por: transmissores,
receptores e antenas. [17; 24]
Para melhor compreensão dos conceitos acima descutidos, na figura 2.26 ilustra-se
como os subsistemas estão compostos e agrupados e no anexo 5 procurou-se ilustrar a
arquitetura física do Satélite e lembrar que os Satélite apresentam configurações físicas
diversificadas, resultado de processos de engenharia que visam obter um projecto que cumpra
os requisitos de desempenho e confiabilidade a um custo mínimo do próprio Satélite, durante
seu lançamento e operação.
38
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Analisando agora o HUB, observa-se pela figura 2.24 que para além de uma antena
Master e seus constituintes, tem-se também um sistema de gestão cujos alguns computadores
estão ligados fisicamente a esta unidade. O primeiro deles é o anfitrião (Host Computer), com
a função de fornecer a informação necessária às estações ou conectá-las a uma rede externa. O
centro de informações (Information Center) é utilizado para guardar as informações dos
clientes, podendo ser convertido para uma estação junto ao HUB. E, finalmente, NMS (Network
Management System) é utilizado pelo gerente da rede. Por meio do NMS podem-se monitorar
e controlar o uso do transponder pelas diversas transmissões em termos de potência e faixa
39
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Figura 2.29. Estrutura real de uma HUB e seus equipamentos RF. [Autores]
As estações VSATs são infraestruturas que fornecem serviços solicitados aos usuários
finais de uma rede via comunicação Satélite e podem com uma única antena agrupar vários
tipos de serviço. Pode ser visto na figura 2.24 que uma única estação pode agrupar serviços
como: ATM (caixa electrónico), terminais isolados que são conectados a mainframes, serviço
de telefone, rede para computador e videoconferência. [24] Um terminal VSAT consiste
tipicamente de seguintes componentes:
40
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Cabos e conexões (conectores): Os tamanhos mais comuns dos cabos coaxiais são: RG-
6 (6,15 mm), RG-11 (10,30 mm), RG-58 (4,95mm), RG-59 (6,15mm), RG-62 (6,15
mm), RG-12 (14.10mm) e RG-213 (10,33mm);
Unidade interna (indoor unit - IDU): constituído tipicamente pelo Modem, responsável
por modulação e demodulação dos sinais de uplink e downlink em frequência adequadas
para as respectivas finalidades.
41
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
O beacon do Satélite é um sinal muito fraco da ordem de 1.5 × 10−15 𝑊 (1.5 feto Watts)
ou seja menos 118 dBm - normalmente não modulado, cuja finalidade é permitir o apontamento
como telemetria, pesquisa. O sinal é “transposto” sucessivamente e amplificado em unidades
conversoras de forma a colocar o beacon centrado na IF de 70 MHz no “beacon receiver” que
selecciona um dos pilotos (cada Satélite tem mais do que 1) fornecendo um sinal DC à unidade
de controlo da antena. [19]
42
Capítulo 2. Princípios Fundamentais de Comunicação Via Satélite
Os três (3) tipos de serviços mencionados acima dos quais estão divididos as
comunicações via Satélite podem ser agrupados em diferentes aplicações nos diversificados
segmentos da vida, a citar: Transmissão de TV (DTH), VSAT, Transmissão de TV para
usuários móveis (S-DMB), Backhaul de rede celular (2G/3G/4G e agora 5G), Banda larga de
Internet, GPS (para navegação terrestre, marítima e aérea), Comunicação militar, Telefonia
fixa. [21] A figura 2.34 ilustra acessibilidade de comunicação VSAT em relação a fibra óptica
e cabos metálicos.
Figura 2.34. Aplicações de comunicação via satélite e ilimitação da sua tecnologia. [3]
43
Capítulo 3. Parâmetros de links de
transmissão e recepção via Satélite
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
Os ângulos de azimute (𝜑𝑧 ) e de elevação (𝜃) são referidos como os ângulos de visão
da Estação terrestre ao Satélite como se vê na figura 3.1. e de lembrar que a antena deve ter
vista desobstruída ao Satélite, comparativamente à elevação. [11]
Na figura 3.2 esclarece-se a definição de altitude da estação terrestre referida acima para
maior compreensão.
50
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
Para finalizar, o parâmetro adicional necessário para o cálculo dos parâmetros GSO é o
diferencial de longitude, B, que define-se como a diferença entre a Estação terrena e as
longitudes do Satélite [14]:
B = 1E − 1S (3.1)
51
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
R = √I2 + z 2 (3.2)
Sendo:
re
I=( + H) cos(LE ) (3.3)
√1−e2e sin2 (LE )
re (1−e2e )
z=( + H) sin(LE ) (3.4)
√1−e2e sin2 (LE )
Z
ψE = tan−1 ( I ) (3.6)
Este resultado usa-se para determinar vários parâmetros importantes para análise de link
de Satélite, incluindo a perda de caminho de espaço livre, que depende directamente do
comprimento completo do caminho da antena da estação terrestre à antena do Satélite. [14]
re +hGSO
θ = cos −1 ( √1 − cos 2 (B)cos 2 (LE )) (3.7)
d
52
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
sin(|B|)
Ai = sin−1 ( sin(β) ) (3.8)
Nordeste (NE);
Noroeste (NW);
Sudeste (SE);
Sudoeste (SW).
A equação resultante para determinar o ângulo de azimute, φz para cada uma das (4)
condições é dada na Tabela 3.1. [14]
53
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
3.2.Link de radiofrequência
54
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
c
λ= (3.11)
f
30 0,3
λ(cm) = f(GHz) ou λ(m) = f(GHz) (3.12)
eirp ≡ Pt g t (3.13)
Ou em decibel (dB)
55
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
A potência isotrópica efectiva radiada (𝑒𝑖𝑟𝑝) serve como um único parâmetro de “figura
de mérito” para a porção de transmissão do link de comunicação. [14]
As antenas físicas não são ideais, neste caso parte da energia recebida é refletida pela
estrutura e outra parte da energia é absorvida por componentes com perdas. Para melhor
56
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
Ae = ηA A (3.17)
Então, define-se o ganho real ou ganho físico da antena conforme a equação abaixo:
4πAe 4πA
g real ≡ g = = ηA (3.18)
λ2 λ2
g λ2
Ae = (3.19)
4π
4πA
G (dBi) = 10 log [ηA ] (3.20)
λ2
πd2
A= 4
(3.21)
57
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
πd 2
g = ηA ( λ ) = ηA (πfd)2 (3.22)
πd 2
G(dBi) = 10 log [ηA ( λ ) ] = 10 log[ηA (πfd)2 ] (3.23)
t t P g
Pr (W) = (pfd)r Ae = 4πr2 Ae
(3.24)
Pg
t t λ2
Pr = [4πr2 ] g r [4π]
(3.26)
λ2 0.00716
s = 4π = (3.27)
f2
Em decibel:
58
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
λ 2
Pr = Pt g t g r [(4πr) ] (3.29)
4πr 2
ℓFS = ( ) (3.30)
λ
Em decibel:
2πr
LFS (dB) = 20 log ( ) (3.31)
λ
O termo é invertido para conveniência de engenharia para manter LFS (dB) como uma
quantidade positiva, isto é, (ℓFS > 1). A perda de caminho no espaço livre está presente para
todas as ondas de Rádio que se propagam no espaço livre ou em regiões cujas características se
aproximam da uniformidade do espaço livre, como a atmosfera terrestre. [14]
4πr 2 4πrf 2
ℓFS = ( ) =( ) (3.32)
λ c
59
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
comunicação via Satélite. [14] A potência recebida nos terminais da antena receptora, Pr , é dada
como:
1 1
Pr = Pt g t (l ) g r = eirp (l ) g r (3.35)
FS FS
60
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
nN (W) = k Te bN (3.37)
Pin Pin
nin kto b (to +te )
nf ≡ Pout = gPin = (3.38)
to
nout gk(to +te )b
62
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
Esses podem ser representados por um circuito de ruído equivalente para melhor
determinar as contribuições de ruído para o link. A figura 3.11 mostra o circuito de ruído
equivalente para um dispositivo activo com ganho 𝑔 e figura de ruído 𝑁𝐹 (dB). Observe que
este circuito equivalente é usado apenas para avaliação da contribuição de ruído do dispositivo
e não é necessariamente o circuito equivalente aplicável à análise da porção de informação da
transmissão do sinal através do dispositivo. [14]
𝑒 𝑡
𝑡𝑒𝐼𝑁 = 290 ((1 + 290) − 1) = 𝑡𝑒 (3.42)
63
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
Nota: O circuito de ruído equivalente da figura 3.11, juntamente com a contribuição do ruído
de entrada da equação (3.41), pode ser usado para representar cada dispositivo activo inserido,
com o propósito de determinar as contribuições de ruído para o sistema. [14]
Guias de onda (como Feed), cabos, fichas, conectores e filtros são exemplos de
dispositivos passivos que reduzem o nível de energia que passa pelo dispositivo (𝑔 < 1, 𝐺 <
0𝑑𝐵). [14] Um dispositivo passivo é definido pelo factor de perda, ℓ:
P
ℓ = P in (3.43)
out
A(dB)
t eIN = 290(ℓ − 1) = 290 (10 10 − 1) (3.45)
A(dB)
1 1
= A(dB) = 10− 10 (3.46)
ℓ
10 10
64
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
O ruído pode ser introduzido no sistema da antena do receptor de duas (2) formas
possíveis: a partir da própria estrutura física da antena, na forma de perdas na antena, e a partir
do caminho do rádio, geralmente referido como ruído de rádio ou ruído do céu. [14]
As perdas da antena são perdas de absorção produzidas pela estrutura física (reflector,
suportes, etc.), que efectivamente reduzem o nível de potência das ondas de rádio. As perdas
da antena são geralmente especificadas por uma temperatura equivalente do ruído da antena e
está na faixa de 10 graus Kelvin (de 0,5 a 1 dB de perda). A perda da antena geralmente é
incluída como parte da eficiência de abertura da antena, ηA e não precisa ser incluída
directamente nos cálculos do balanço de potência do link. Entretanto, para antenas
especializadas, o fabricante pode especificar uma perda de antena que pode depender do ângulo
de elevação (ver anexo 1), devido as perdas nos lóbulos laterais ou outras condições físicas.
[14]
66
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
Figura 3.14. Sistema de recepção via satélite e sistema de temperatura do ruído. [14]
290(ℓ − 1)
g LA
O valor da figura do ruído do sistema pode ser obtido a partir da equação (3.48), após
conhecer o valor do ruído total do sistema:
𝑆 𝑡
𝑁𝐹𝑆 = 10 log (1 + 290) (3.48)
67
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
como a razão entre o ganho da antena receptora e a temperatura de ruído do sistema receptor
[14]:
G
M = (T) = Gr − TS = Gr − 10 log(t S ) (3.49)
receptor e é análogo ao eirp como parâmetro de medida único de desempenho para a porção
transmissora do link. [14]
A figura do mérito pode variar com o ângulo de elevação conforme t S varia. Os links de
G
Satélite operacionais podem ter valores de (T) de 20 dB/K e superiores ou tão baixos quanto -3
dB/K. Os valores mais baixos são normalmente encontrados em receptores de Satélite (uplinks)
com antenas de feixe largo, onde o ganho pode ser inferior à temperatura de ruído do sistema
expressa em dB. [14]
c G
do demodulador. O pode ser expresso em termos de eirp, e outros parâmetros de link
n T
desenvolvidos mais cedo. Considere o link com uma potência de transmissão 𝑃𝑡 , ganho de
antena de transmissão, 𝑔𝑡 e antena de recepção com ganho, 𝑔𝑟 conforme mostrado na figura
3.15. [14]
Para completar, definimos as perdas no link por dois (2) componentes, a perda do
caminho do espaço livre (equação (3.30)) e todas as outras perdas, 𝑙0 , definidas como:
Onde as outras perdas poderiam ser do próprio caminho do espaço livre, como atenuação
de chuva, atenuação atmosférica, etc., ou de elementos de hardware como Feeds, de antena,
perdas de linha, etc. já discutidos acima. [14] A potência nos terminais da antena receptora, 𝑃𝑟
é encontrada como:
1
Pr = Pt g t (l ) gr (3.51)
FS lo
nr = kTs bN (3.52)
Em decibéis
C G
(dB) = EIRP + (T) − (LFS + ∑ outras perdas) − 228.6 − BN (3.56)
N
C
O é o único parâmetro mais importante que define o desempenho de um Satélite de
N
𝐶
telecomunicações. Quanto maior o , melhor será o desempenho do link. Os links de
𝑁
𝐶
comunicação típicos requerem um , com valores mínimos de 6 à 10 dB para um desempenho
𝑁
aceitável. Alguns sistemas modernos que empregam codificação significativa podem operar em
valores muito mais baixos. Sistemas de espectro espalhado podem operar com sinais negativos
𝐶
de valores de 𝑁 e ainda atingir níveis aceitáveis de desempenho. [14]
69
Capítulo 3. Parâmetros de Links de Transmissão e Recepção Via Satélite
Para sistemas de comunicação digital, a energia do bit, 𝑒𝑏 é mais útil que a potência da
portadora para descrever o desempenho do link. A energia do bit está relacionada à potência da
portadora da forma como se segue a equação abaixo [14]:
eb = cTb (3.57)
A relação entre energia por bit e densidade de ruído é o parâmetro usado com mais
frequência para descrever o desempenho do link de comunicação digital e está relacionado a
relação portador-densidade de ruído pela equação:
e c 1 c
(nb ) = Tb (n ) = R (n ) (3.58)
o o b o
e 1 c b c
(nb ) = R {(n ) bN } = RN (n) (3.59)
o b o b
Em decibel, será:
E BN C
(Nb ) = + (N) (dB) (3.60)
o Rb
e c
A (nb ) será numericamente igual a (n ) quando a taxa de bits (bps) for igual à largura
o o
de banda do ruído (Hz). A relação energia de bit por densidade de ruído também se comporta
de forma semelhante a relação portador-ruído e a portador-densidade de ruído em termos de
desempenho e confiabilidade do sistema, tendo relação directa com a probabilidade de erro de
bit (BER), normalmente especificada pelo usuário; quanto maior o valor, melhor o desempenho.
Todos os três (3) parâmetros podem geralmente ser considerados indistintamente ao avaliar
links de Satélite, no que diz respeito ao seu impacto no desempenho do sistema. [14]
70
Capítulo 4. Dados práticos de pesquisa
Capítulo 4. Dados Práticos de Pesquisa
Os links SCPC têm uma frequência fixa de transmissão (Tx) e recepção (Rx),
estabelecida pela empresa operadora de Satélite. Neste tipo de links, as comunicações não
precisam necessariamente passar pelo HUB, duas (2) estações remotas podem ser conectadas
entre si, estabelecendo comunicação directa com um único salto de Satélite. São links ideais
para serviços em que uma grande quantidade de informação deve ser transmitida entre poucas
estações remotas. Ao usar o SCPC, os usuários de Satélite podem transmitir para o mesmo
transponder de vários locais.
A arquitetura de rede SCPC envolve um link dedicado entre dois (2) acessos que estão
localizados na mesma área de cobertura de um certo Satélite, que para o caso prático, o
objectivo consiste em comunicar duas (2) instituições bancárias localizadas entre Angola
(EMIS - Empresa Interbancária de Serviços, S.A. é a empresa que gere a rede multicaixa e a
câmara de compensação automatizada de Angola (CCAA), compreendendo o sistema de gestão
de cartões de pagamento (multicaixa), o sistema de transferências a crédito (STC), o sistema de
compensação de cheques (SCC) o sistema de débitos directos (SDD) e o sistema de
transferências instantâneas (STI), está localizado em Luanda com coordenadas geográficos:
latitude de 8°81'90.92"S, longitude de 13°25'26.40"E e altitude 6 metros acima do nível mar) e
Portugal (SIBS - Sociedade Interbancária de Serviços, SA, é uma empresa portuguesa que
desenvolve, em várias geografias, a sua actividade no domínio dos serviços financeiros,
designadamente na área dos pagamentos, estabelecendo-se como um dos principais
processadores de pagamentos da Europa. É a empresa responsável pela gestão das
redes Multibanco e ATM Express, onde gere desde os terminais automáticos aos meios online
e telemóveis. SIBS está localizado em Lisboa-Sintra com as coordenadas geográficas: latitude
de 38˚48̍10,33"N, longitude de 9˚22̍53,97"e altitude de 12,87 km acima do nível do
mar,respectivamente) cujá a distância geográfica é de aproximadamente 5.779,73 km, passando
pelas zonas desertícas do Norte de África. (ver anexo 2)
72
Capítulo 4. Dados Práticos de Pesquisa
O Satélite usado para se efectivar essa comunicação é Eutelsat E3B, cuja rede vai
suportar facilmente transmissões de voz, vídeo, dados e Internet usando um modem de Satélite,
CD-6225 Advanced Sattelite, dois (2) terminais VSAT com os elementos reflectores (antenas)
de 2.4 metros de diâmetro e amplificador de 5W e 18 metros de diâmetro e amplificador de
100W do lado de Angola e Portugal respectivamente. Nesta perspectiva, alugou-se o
transponder do Satélite acima referida que opera na banda-C, conforme veremos abaixo.
Vantagens/Descantagens
A arquitetura física e lógico do link será ponto-a-ponto dedicado por ser a melhor opção
tanto para redução da latência como evitar compartilhamento do stream spectrum em termos
de acesso ao Satélite para uplink e downlink respectivamente. A figura 4.1 ilustra essa
arquitetura referida.
O Satélite foi lançado com sucesso ao espaço aos 26 de Maio de 2014, por meio de um
veículo Zenit-3SL a partir da Base de lançamento espacial da Sea Launch, a Odyssey, com altura
orbital de 35.786 km, velocidade máxima de 11.050 km/h, velocidade orbital de 3,07 km/s. Ele
tinha uma massa de lançamento de 6.000 kg. Em órbita o Satélite tem uma altura de 7,5 metros,
comprimentos dos seus painéis solares é de 31 metros. [9]
74
Capítulo 4. Dados Práticos de Pesquisa
Figura 4.3. Beam ou footprint do satélite Eutelsat E3B dos 12 transponders da banda-C. [9]
Equipamentos externos (ODU): a antena usada é 2.4 metros de diâmetro, com reflector
feito a Poliéster Reforçado com Fibra de Vidro SMC e série 1241 de fabricante Prodelin (ver
anexo 1), Feed para 2.4m, BUC de 5W, LNB da banda-C de fabricante Norsat e série 8530F
com Ganho de 6 dB. [20; 26]
76
Capítulo 4. Dados Práticos de Pesquisa
77
Capítulo 4. Dados Práticos de Pesquisa
Para o caso prático, em função das condições técnicas e éticos da empresa Multitel e
seus clientes, faremos apenas uma análise de alguns parâmetros de operação do link como:
ângulo de elevação, azimute e outros parâmetros de antena, o intervalo de alcance entre a
estação terrestre, a EMIS e o Satélite, Eutelsat E3B em função das suas coordenadas
geográficas, faremos a seguir uma comparação entre os gráficos da potência de sinais de
recepção e transmissão obtidos a partir do analisador de espectro em função do tamanho da
antena instalado no acesso da EMIS durante seu alinhamento ao Satélite.
O link opera nas seguintes frequências: 1449,6495 MHz ou 1,4496495 GHz para uplink
do lado de Angola e downlink do lado de Portugal e 1025,9630 MHz ou 1,0259630 GHz para
downlink do lado de Angola e uplink do lado de Portugal.
78
Capítulo 5. Metodologia
Capítulo 5. Metodologia
80
Capítulo 5. Metodologia
Aqui vamos apresentar os procedimentos usados para recolha dos dados dos
parâmetros do link já descrita acima.
Passo 1: Com recurso a aplicativo Google Earth Pro, pesquisou se as coordenadas geográficas
da EMIS (ver apêndice 1) e forneceu-se os mesmos dados ao operador de Satélite;
Passo 3: Montou-se as estruturas que compõem antena (reflector, perfis de suporte de ODU)
ao canister e este por sua vez ao mastro fixado na estrutura de alvenaria para fornecer uma
resistência mecânica estável, evitando que se movimente por influência de acções mecânicas
atmosféricas, humanas e animais;
Passo 4: Estando antena montada, interligou-se o LNB ao analisador de espectro FLS Spectrum
Analyzer 9kHz-3GHz com patch cord coaxial RG11 e os respectivos conectores;
Passo 6: Após o apontamento da antena com perto dos parafusos do kit de elevação e azimute,
Feed, BUC e LNB, retirou-se o patch cord e ligou-se os cabos coaxiais RG11 ao LNB (sinal de
recepção) e BUC (sinal de transmissão) onde trafega os dados em forma de sinais eléctricos
(corrente eléctrica) e cabo de aterramento a esta estrutura para escoar as descargas eléctricas;
Passo 7: Instalou-se o IDU (Modem CDM-625 Advanced Sattelite) no hack da Data Center do
cliente (EMIS), conectou-se os cabos vindo do LNB e BUC as portas Rx e Tx do IDU;
81
Capítulo 5. Metodologia
1) Frequência intermédia:
Recorrendo as equação (3.7), (3.8) e a tabela 3.1, temos finalmente os valores de ângulos
de elevação, 𝜃 = 74,97° e azimute, 𝜑𝑧 = 308,28° para 𝐴𝑖 = 51.72°, com ponto SS conforme
a figura 3.4.b.
82
Capítulo 5. Metodologia
Recorrendo a equação (3.14), para potência de transmissão de 15,0 dBm fornecido nos
parâmetros de transmissão do Modem (ver figura 6.2) e ganho da antena durante a transmissão,
𝐺 = 28,64 𝑑𝐵𝑖 , a potência isotrópica efectiva radiada será:
𝐸𝐼𝑅𝑃 = 43,64 𝑑𝐵
A potência recebida pela antena receptora foi determina recorrendo a equação (3.36)
para os valores de EIRP, ganho da antena receptora e perda de caminho no espaço livre.
𝑃𝑟 = −117,51 𝑑𝐵𝑚
7) Ruído do sistema:
Por ser constituído por parâmetros de interesse e ao mesmo tempo complexo para avaliar
o desempenho de um link, determinou-se alguns desses em função dos dados conseguidos nos
83
Capítulo 5. Metodologia
𝑁𝐹𝑠 = 3,72𝑑𝐵
E a figura de mérito determinou-se de acordo a equação (3.49) para ganho de 25,63 dBi, cujo
valor é:
𝐺
( ) = −0,32 𝑑𝐵/𝐾
𝑇
84
Capítulo 6. Resultados e discussões
Capítulo 6. Resultados e Discussões
Valor Observações
N˚ Parâmetro Valor teórico Valor prático
calculado
1 Potência de Tx 15,00 dBm
2 EIRP 41 dBW 43,64 dBm Aceitável
3 Potência de Rx -76,60 dBm -117,51 dBm Razoável
4 LFC 200 dB em GSO 186,78 dB Razoável
5 S -24,67 dB ----
G⁄T ≥ 20 dB⁄K
6 -0,34 dB⁄K Aceitável
≤ −3 dB⁄K
7 NFs 3.72 dB ----
8 𝐸𝑂 ⁄No < 0 dB <10 dB 3.0dB Aceitável
6.1.1. Gráfico dos sinais de recepção das antenas a partir do analisador de espectro
Na figura abaixo, temos os resultados das duas (2) portadoras do link, representam as
potências dos sinais de recepção das antenas da EMIS e SIBS, respectivamente durante
alinhamento das antenas. O sinal com maior amplitude em termos de potência, -73.49 dBm é o
sinal de recepção da antena de 18 metros de diâmetro apontado ao Satélite do lado da SIBS e o
de menor amplitude, de aproximadamente -76.60 dBm é o sinal de recepção da antena de 2.4
metros de diâmetro do lado da EMIS.
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Capítulo 6. Resultados e Discussões
Figura 6.1. Gráfico de recepção de sinal do Analizador de espectro durante alinhamento da antena ao Satélite. [Autores]
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Capítulo 6. Resultados e Discussões
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Capítulo 6. Resultados e Discussões
Os obstáculos referidos acima são tratados como perda de caminho no espaço livre, cujo
valor prático concorda (apesar do link operar com frequências abaixo do previsto na banda-C),
por encontrar-se dentro dos limites defendidos do valor teórico (ver tabela 5.1) para um link na
GSO e este parâmetro serviu também de base para o cálculo da potência de recepção, a par do
ganho de recepção da antena.
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Capítulo 6. Resultados e Discussões
justifica-se por ter se usado valores práticos de ganhos de Tx e Rx da antena (ver tabela 5.1) e
não os previstos na ficha técnica (ver anexo 1), então assume-se comparação aceitável.
Vamos discutir outro parâmetro de elevada importância do link de recepção, que assume
a mesma importância que a potência isotrópica efectiva radiada (EIRP) para transmissão, este
parâmetro é figura de mérito (G/T).
Recorrendo a tabela 5.2, nota-se o valor de figura de mérito calculado concorda com os
limites previstos teoricamente, apesar de não ter se levado em consideração a temperatura de
ruido de todas fontes que contribuem para ruído de link do sistema, mas a aproximação
encontrada considera se aceitável.
Por último, vamos discutir o parâmetro relação bit de energia-ruído. Por ser parâmetro
que defini o desempenho geral do sistema em um sistema digital de comunicação via Satélite,
prestar-se-á maior atenção do seu valor, que se encontra dentro dos limites defendidos para uma
boa eficiência do link. Este parâmetro reflete a qualidade de sinal recebido, para o nível de ruído
do sistema, ou seja, o nível de deterioração da qualidade do sinal do link recebido e o mesmo
relaciona-se com Bit Error Rate (BER), que é o parâmetro que mede a probabilidade de erro de
bit.
Após o tratamento de assuntos técnicos, faremos a seguir uma análise objectiva dos
custos globais do projecto com realce aos custos relativos de aluguer de spectrum (frequência)
no transponder do Satélite Eutelsat E3B, aquisição dos equipamentos no mercado nacional e
internacional.
90
Capítulo 6. Resultados e Discussões
Nº ordem Descrição do equipamento Código Quantd Unidad Preço Unitário (AOA) Preço Total (AOA)
1 Satélite Eutelsat E3B. Transponder 1 MHz 843.000,00 /mês 843.000,00 /mês
Quando aos custos de largura de banda (capacidade do link), a Multitel não forneceu
nos esses dados por serem de capital importância para o negócio, geralmente são dados que
somente o departamento de Vendas e finanças têm acesso por serem sigilosos e segredos de
negócio.
91
Conclusões
Dada escassez de fontes bibliográficas nacionais que trate de assuntos relacionados área
de estudo, o presente trabalho serve de contributo para colmatar esse escassez, principalmente
a nível da comunidade académica e especialistas em telecomunicações, pela linha de
abordagem dos diferentes tópicos do trabalho.
Intendeu-se que para um link ponto-a-ponto seja operacional a sua rede VSAT em
termos arquitetónicos físico e lógico esteja na área de cobertura do satélite, repetidor de sinal
nos dois extremos do link e as bandas de operação são de extrema importância na determinação
de cobertura e a banda-C cobre maiores beams que outras bandas, apesar de apresentar
inconveniências no que diz respeito ao tamanho elevado das suas antenas VSATs e seus
acessórios e interferências de links de microondas terrestres.
As vantagens de recorrer ao AngoSat-2 são muitas, que vão desde redução dos custos
financeiros mensais de aluguer (1 MHz de 632.250,00 AOA/mês à 758.700,00 AOA/mês)
porque se deixará pagar em moeda estrangeiro para pagar se em moeda nacional, o Kwanza e
por outro, o intercâmbio entre a Multitel, a provedor do Satélite e o seu cliente EMIS-SA como
SIBS.
93
Referências bibliográficas
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94
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em Sistemas de Satélites Geoestacionários de Comunicação. Revista Mackenzie de Engenharia
e Computação, 29-59.
95
Apêndices
96
APÊNDICE 2. Parâmetro de apontamento da antena ao Satélite em função das coordenadas
geográficas do acesso e indicação do respectivo sistema subsatélite.
97
APÊNDICE 4. Aulas de campo de alinhamento da antena 2.4m na banda-C (à esquerda) e
montagem de antena do acesso-EMIS.
98
APÊNDICE 6. Temperatura de ruído estimada da antena
99
APÊNDICE 7. Gráfica de sinal Rx do beacon do Satélite Eutelsat E3B a partir do analisador
de espectro e medidor de campo durante os testes laboratoriais de apontamento de antena no
VOC-Multitel.
100
APÊNDICE 8. Interface / Frame do Modem e respectivos parâmetros
101
Anexos
102
ANEXO 2. Distância entre Angola e Portugal
103
ANEXO 4. Comparação dos beams do Satélite Eutelsat E3B para banda-Ku, banda-Ka Leste
banda-C
104
ANEXO 5. Posições orbitais de alguns Satélites na GEO
105
ANEXO 7. Ficha técnica do Modem CDM-625 Advanced Sattelite
106
107
108
109
110