Reclamatoria Trabalhista Rescisao Indireta

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) TITULAR DA VARA DO
TRABALHO DE .../....
Petiçã o Inicial

(RECLAMANTE), brasileiro, estado civil, profissã o, CPF ..., RG ..., residente e


domiciliado na Rua ..., por seus procuradores que esta subscrevem, estabelecidos
profissionalmente na..., endereço eletrô nico..., vem à presença de Vossa Excelência
ajuizar
RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
em face de (RECLAMADA), pessoa jurídica de direito privado, CNPJ , estabelecido
na ..., pelos motivos e fundamentos que a seguir expende:
I – PRELIMINARMENTE
I.I – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A Reforma Trabalhista, em seu art. 790 trouxe expressamente o cabimento do
benefício à gratuidade de justiça ao dispor:
§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o
pagamento das custas do processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Assim, considerando que o Reclamante está desempregado, tem-se por insuficiente


para cumprir todas suas obrigaçõ es alimentares e para a subsistência de sua família.
Trata-se da necessá ria observâ ncia a princípios constitucionais indisponíveis
preconizados no artigo 5º inc. XXXV da Constituiçã o Federal, pelo qual assegura a
todos o direito de acesso à justiça em defesa de seus direitos, independente do
pagamento de taxas, por ausente prova em contrá rio do direito ao benefício.
Outrossim, está perfeitamente tipificada pelo Có digo de Processo Civil de 2015, que
previu expressamente:
Art. 99. [...]
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à
parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.

Para tanto, junta em anexo declaraçã o de hipossuficiência que possui presunçã o de


veracidade, conforme expressa redaçã o da sú mula 463 do TST:
Súmula nº 463 do TST
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 304 da
SBDI-1, com alterações decorrentes do CPC de 2015) - Res.2199/2017, DEJT divulgado em2829999 e
30.06.2017 – republicada - DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017 I – A partir de 26.06.2017, para a
concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência
econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes
específicos para esse fim (art. 105 do CPC de 2015);

Por tais razõ es, com fulcro no artigo5ºº, LXXV daConstituiçã o Federall, pelos
artigos988 e999 doCPCC e7900§ 4ºº daCLTT requer seja deferida a AJG ao
requerente.
II – DOS FATOS
O reclamante foi admitido na empresa reclamada no dia .../.../..., sendo contratado
inicialmente como (FUNÇÃ O) até .../.../..., apó s passou a exercer a funçã o de
(INFORMAR A OUTRA FUNÇÃ O), e apó s .../.../... até hoje passou para o cargo de ...,
consoante anotaçõ es gerais da carteira de trabalho do reclamante.
Realizava o seu trabalho de segunda-feira à sá bado, das ... à s ..., e das ... à ..., sendo a
remuneraçã o contratada de R$ ... (...), recebendo atualmente o bruto de R$ ... (...).
Ocorre que desde ... o reclamante nã o vem recebendo seu salá rio, estando a reclamada
em atraso sob ... (...) parcelas salariais.
Todavia, sabendo que a reclamada nã o iria pagar as verbas atrasadas, bem como
temendo sobre o recebimento dos pró ximos salá rios, o reclamante buscou orientaçã o
jurídica, a fim de tentar uma saída amigá vel, para nã o perder os rendimentos
atrasados.
Em vista disso, foi constatado que além dos salá rios, a reclamada deixou de recolher
corretamente o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), sendo que em rá pida
aná lise foram recolhidos apenas ... contribuiçõ es, restando em débito ....
Para melhor elucidar o caso, o ano de 2017 teve apenas 02 recolhimentos, 2018
nenhum, 2019 apenas 02 e 2020 nenhum, sendo ainda que os demais anos foram
recolhidos em atraso, o que mostra a desídia da ré em cumprir com suas obrigaçõ es
enquanto empregadora.
Por sua vez, a verba previdenciá ria também nã o foi recolhida, as competências ..., ..., ...
e ..., bem como os meses de ... e ... retornaram com recolhimento abaixo do valor
mínimo.
Diante da situaçã o acima expendida, a partir do dia .../.../... o Reclamante nã o mais
retornou à suas atividades dentro da empresa, considerando rescindido seu contrato
de trabalho, nos termos do artigo 483, alíneas d.
Portanto, objetivando resguardar seus direitos o reclamante propõ e a presente
reclamató ria, para que a justiça declare, mediante sentença, a extinçã o do vínculo
laboral com o Reclamado, e determine a anotaçã o da data de saída em sua CTPS, a
partir de .../.../....
DIANTE dos fatos acima arrazoados, faz jus a Rcte a PROCEDÊ NCIA da presente
demanda em todos os seus termos, com o devido reconhecimento da rescisã o indireta
do contrato de trabalho e, pagamento de todos os pedidos e verbas abaixo postuladas.
III – DA RESCISÃO INDIRETA
O reclamante continua trabalhando, entretanto requer a rescisã o indireta, tendo em
vista as atitudes da reclamada, dignas de justa causa da empresa.
A demandada atrasa constantemente o pagamento dos salá rios, em desrespeito ao art.
459, § 1º da CLT, vejamos o que diz a referida norma:
Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por
período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações.
§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto
dia útil do mês subsequente ao vencido. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989).

Portanto, o pagamento do salá rio mensal deve ser efetuado o mais tardar até o 5º dia
ú til do mês subsequente ao vencido, o que nã o está sendo respeitado pela empresa.
Outro motivo caracterizador da rescisã o indireta do contrato de trabalho é o fato da
reclamada nã o recolher corretamente as verbas previdenciá rias, nem depositar o
FGTS, restando com débitos de vá rios anos.
A alínea d do art. 483 da CLT define ser uma das causas da rescisã o indireta do
contrato de emprego o fato de o empregador nã o cumprir as obrigaçõ es contratuais, o
que resta configurado pela irregularidade encontrada nos depó sitos do FGTS, sem
contar com o atraso de 04 meses de salá rio.
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando:
[...]
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;

Em vista disso, considerando que o reclamado nã o cumpre com suas obrigaçõ es


trabalhistas, resta configurado o direito à rescisã o indireta.
III.I – DO ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO DOS SALÁRIOS
A lei determina expressamente o dever do empregador no pagamento dos salá rios em
dia (considerado até o 5º dia ú til em cada mês), configurando grave descumprimento
contratual o seu atraso reiterado:
Art. 459 - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por
período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações.
§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto
dia útil do mês subsequente ao vencido.
Ao atrasar reiteradamente o salá rio, o empregador corrompe com seu principal
compromisso no contrato pactuado, viabilizando a rescisão indireta nos termos do
art. 483, dda C:\lei\CLT\consolidacao-leis-trabalho CLT.
Conforme extratos que junta em anexo, o empregador deixou de pagar o salá rio dos
meses de janeiro, fevereiro, março e abril desde ano, sendo tal descumprimento ato
atentató rio a dignidade do trabalhador, uma vez que o salá rio representa o objeto
principal da relaçã o de emprego, cabendo assim a rescisã o indireta, senã o vejamos:
RESCISÃO INDIRETA. O atraso reiterado no pagamento dos salários, principal obrigação do empregador e
fonte de subsistência do trabalhador, aliado à irregularidade na realização dos depósitos ao FGTS, são
faltas suficientes a inviabilizar a continuidade do contrato de trabalho e justificar a declaração da rescisão
indireta, nos termos do art. 483, d, da CLT. Acórdao do processo 0020082-30.2016.5.04.0204 (RO). Data:
08/03/2018.Órgão julgador: 4ª Turma. (GRIFO NOSSO).
"A contraprestação salarial representa o próprio objeto da relação jurídica, sendo a principal obrigação
contratual do empregador. Assim, a mora salarial representa uma inexecução contratual grave a
possibilitar a exceção de contrato não cumprido, o que, no direito do trabalho, se traduz em rescisão
indireta pela justa causa do empregador, nos termos do previsto no artigo483, alínea d, da C:\lei\CLT\
consolidacao-leis-trabalho CLT." (TRT da 4ª Região, 3a. Turma, 0000431-58.2014.5.04.0373 RO, em
05/04/2016, Desembargador Gilberto Souza dos Santos - Relator) (GRIFO NOSSO).

Neste viés, nã o há mais condiçõ es para a continuidade do vínculo empregatício, ao


passo que o reclamante restou furtada a sua verba salarial, isto por
responsabilidade inteira da reclamada.
Desta forma, se faz necessá ria a proteçã o do obreiro, o qual nã o suporta mais
trabalhar sem gozar de seus direitos empregatícios, tais quais salá rio, fundo de
garantia e INSS.
Requer através do provimento Judicial a condenaçã o da reclamada para que rescinda
o contrato de trabalho com o reclamante, adimplindo o pagamento de todas as verbas
rescisó rias devidas pela demissã o sem justa causa.
III.II – DA AUSÊNCIA DOS DEPÓSITOS DO FGTS – FUNDO DE GARANTIA POR
TEMPO DE SERVIÇO
Com base nos fatos expostos e nos documentos juntados (extratos), a Reclamada,
durante o período de trabalho, nã o efetuou os depó sitos corretamente na conta
bancá ria vinculada do empregado, junto ao Fundo de Garantia sob Tempo do Serviço
(FGTS).
A parte reclamada nã o faz os depó sitos em favor do reclamante dos depó sitos
fundiá rios, devendo ser condenada ao pagamento do valor equivalente a todo período
nã o depositado durante a relaçã o de emprego e da projeçã o do aviso prévio.
Ainda, deve ser condenada ao pagamento de juros sobre os depó sitos fundiá rios
devidos e atualizados, mês a mês, durante toda a relaçã o de emprego, bem como ao
pagamento de multa sobre o valor total do FGTS nã o depositado, conforme art. 22 da
Lei 8.036/90.
Para melhor elucidar os fatos, seguem os meses que nã o foram recolhidos:
Competência 2017......................................................... Mar, Abr, Mai, Jun, Jul, Ago, Set, Out,
Nov, Dez;
Competência 2018..................................... Jan, Fev, Mar, Abr, Mai, Jun, Jul, Ago, Set, Out, Nov,
Dez;
Competência 2019.......................................................... Jan, Fev, Mar, Jun, Jul, Ago, Set, Out,
Nov, Dez;
Competência 2020................................................................................................... Jan, Fev, Mar, Abr,
Mai, Jun.
Portanto, restando evidente a falta de pagamento dos valores fundiá rios, nasce o
direito do reclamante em ver rescindido o seu contrato de trabalho, sendo respeitado
todos os seus direitos rescisó rios.
RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. RESCISÃO INDIRETA DO
CONTRATO DE TRABALHO. IRREGULARIDADE NO RECOLHIMENTO DOFGTS. Nos termos do artigo 483, alínea
d, da C:\lei\CLT\consolidacao-leis-trabalho CLT, o empregado poderá considerar rescindido o
contrato de trabalho e pleitear os títulos trabalhistas daí decorrentes se o empregador não cumprir com
as obrigações contratuais. O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço-FGTS é direito social alçado a
patamar constitucional, conforme previsão do artigo 7º, C:\lei\CF\constituicao-federal\art-7,inc-
III III, da C:\lei\CF\constituicao-federal CF/88. A efetivação de tal direito incumbe ao empregador,
que deve depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, importância
correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida a cada empregado no mês anterior,
nos termos do artigo 15 da Lei nº 8.036, de 11/05/1990. Sendo nítida a relevância do Fundo, para o
trabalhador e para a sociedade em geral, firmou-se nesta Corte o entendimento de que a ausência ou
irregularidades no recolhimento da parcela implica falta grave apta a ensejar o reconhecimento da
rescisão indireta.Mediante exame do acórdão recorrido, o contexto factual ali lavrado revela-se
emblemático de que a recorrida deixara de efetuar com regularidade os depósitos do FGTS do recorrente, a
dar o tom da gravidade da falta patronal, nos exatos termos do artigo 483, alínea d, da C:\lei\CLT\
consolidacao-leis-trabalho CLT. Precedentes. Assim, o Tribunal Regional, ao entender que a
irregularidade dos recolhimentos do FGTS não configura falta grave do empregador suficiente a justificar a
rescisão indireta do contrato, violou o art. 483, alínea d, da C:\lei\CLT\consolidacao-leis-trabalho
CLT. Recurso de revista conhecido e provido. (TST, RR - 1320-94.2016.5.12.0057, Relator Ministro: Breno
Medeiros, Data de Julgamento: 21/02/2018, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 02/03/2018) (GRIFO
NOSSO)

Trata-se de falta grave ao empregador e, assim, apta a justificar a rescisã o indireta


consubstanciada na ausência de recolhimento dos depó sitos de FGTS, nos termos do
Art. 483, alínea d da C:\lei\CLT\consolidacao-leis-trabalho CLT:
Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando:
[...]
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
[...]
§ 3º - Nas hipóteses das letras d e g, poderá o empregado pleitear a rescisão de seu contrato de trabalho e o
pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo.
Assim, a parte autora realizou cá lculos com base no ú ltimo contracheque, sendo
estimada que a conta individual do reclamante deveria constar a quantia de R$ ... (...).
Ou seja, foi encontrada a diferença de R$ ... (...), valor que deverá ser depositado em
conta individual vinculado ao FGTS do reclamante.
Por todo exposto requer a condenaçã o da empregadora em pagamento do FGTS e
multa de 40%, bem como as suas devidas correçõ es e multas sobre o valor total do
FGTS nã o depositado.
IV – DAS VERBAS RESCISÓRIAS
Conforme narrado, o Reclamante prestou serviços para a Reclamada entre .../.../...
à .../.../..., data em que deixou de trabalhar, pois nã o recebe corretamente suas verbas
trabalhistas.
Ocorre que, por tratar-se de contrato por prazo indeterminado, além dos pagamentos
proporcionais de salá rio, férias e 13º devidos, o Autor ainda faz jus:
a) Ao aviso prévio (salá rio + adicional noturno);
b) Salá rios atrasados (... meses);
c) Saldo de salá rio (... dias);
d) Férias proporcionais;
e) FGTS e indenizaçã o de 40% sobre saldo do FGTS;
f) Multa do Art. 477, § 8º, da CLT.
Diante de todo o exposto, o Reclamante requer a procedência dos pedidos veiculados
na presente reclamaçã o trabalhista, com a condenaçã o da Reclamada no pagamento
das verbas rescisó rias, conforme valores indicados nos pedidos.
V – DO ADICIONAL NOTURNO
A jornada de trabalho era desenvolvida geralmente das ... até as ... e das ... à ... de
segunda-feira à sá bado. Portanto, configurado o trabalho noturno, a partir das 22
horas até à ... hora, nos termos do art. 73, § 2º da CLT:
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração
superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20% (vinte por cento), pelo
menos, sobre a hora diurna.
§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos.
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e
as 5 horas do dia seguinte.

A disposiçã o contida no artigo 73 da CLT objetiva a garantir a higidez física e saú de


mental do trabalhador, considerando a penosidade do labor noturno, uma vez que o
trabalhador dedica maior esforço do que na jornada em período diurno.
Portanto, será acrescido de adicional noturno as verbas rescisó rias aqui apresentadas,
ao passo que o requerente sempre laborou em horá rio noturno, ou seja, apó s as 22
horas. Assim, demonstrada a atividade noturna, devido o pagamento do adicional de
20% sobre cada hora (52min e 30s).
VI –DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO
Diante da inexistência de justa causa para a rescisã o do contrato de trabalho surge
para o Reclamante o direito ao Aviso Prévio indenizado, diante do evidente
descumprimento das obrigaçõ es trabalhistas cometidas pela reclamada.
Assim é justo que o Reclamado seja condenado ao pagamento do aviso prévio ao
Reclamante, além dos reflexos e integraçõ es em férias, 1/3 constitucional, 13º
salá rios, R.S.R., FGTS e multa de 40%, tudo atualizado na forma da lei.
Por fim, vale destacar que o aviso prévio do reclamante deverá corresponder a ... dias,
ao passo que completou ... anos de trabalho para a empresa, assim perfazendo a monta
de R$ ... (...).
VII – DO SEGURO DESEMPREGO
Acerca do seguro desemprego, por ora o reclamante informa que está aguardando a
resoluçã o desta demanda para vincular-se ao quadro de funcioná rio de outra
empresa, uma vez que possui carta desta informando o desejo de contratar.
Portanto, a parte autora resguarda o direito de requerer a liberaçã o das guiar para o
encaminhamento do seguro-desemprego, caso o reclamante nã o consiga o referido
trabalho.
VIII – DO SALDO DE SALÁRIO E ATRASADOS
Consoante já narrado, o reclamante nã o recebeu ... parcelas de seu salá rio,
especificamente, no meses de ....
Assim, comparando com o ú ltimo contracheque em posse do requerente, este tinha
por salá rio base o valor de R$ ... (...), portanto, utilizando este valor somado aos
acréscimos legais (adicional noturno, quinquênio) perfaz a monta de R$ ... (...).
Portanto, os salá rios atrasados perfazem a quantia de R$ ... (...).
Destaca-se que o requerente saiu em .../.../..., assim possuindo um saldo de salá rio de
R$ ... (...), finando à verba em R$ ... (...).
IX – DO CABIMENTO DA MULTA DO ART. 477
Considerando que o Reclamante nã o recebeu no prazo legal as verbas a que fazia jus
quando da dispensa, resta configurada a multa do art. 477, § 8º, da CLT, especialmente
porque o reconhecimento da relaçã o de emprego com a reclamada vir a ocorrer
somente em Juízo.
No mesmo sentido, os seguintes precedentes da Alta Corte Trabalhista:
MULTA ART. 477 DA CLT - VERBAS RESCISÓRIAS - AUSÊNCIA DE PAGAMENTO - DEFERIMENTO. Restando
incontroversa a ausência de quitação dos haveres rescisórios no prazo previsto no § 6º, do art. 477, da CLT,
é devida a multa prevista no § 8º do mesmo dispositivo, merecendo ser mantida a sentença que nesse
mesmo sentido decidiu. (TRT-20 00004627920165200012, Relator: VILMA LEITE MACHADO AMORIM, Data
de Publicação: 27/09/2018)
MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. Não provado o depósito tempestivo das verbas rescisórias discriminadas no
TRCT, mantém-se a condenação ao pagamento da multa de que trata o artigo 477, § 8º, da CLT. (TRT-1 - RO:
00001194820145010282, Relator: Angela Fiorencio Soares da Cunha, Data de Julgamento: 06/06/2017,
Quarta Turma, Data de Publicação: 20/06/2017)

Assim, devido o pagamento da multa, eis que as verbas rescisó rias nã o foram pagas no
prazo legal, impondo-se a penalidade em razã o da mora.
X – DA MULTA DO ART. 467 DA CLT
Tratando-se de verbas incontroversas, tem-se pelo devido pagamento da multa
prevista no art. 467 da CLT, que assim dispõ e:
Art. 467.Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas
rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do
Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinqüenta por cento.

Portanto, considerando que as verbas rescisó rias nã o foram pagas em sua


integralidade ao final do contrato, devido o pagamento da multa de 50%, conforme
precedentes sobre o tema:
ART. 467 DA CLT. MULTA DE 40% DO FGTS. NATUREZARESCISÓRIA. O inadimplemento da multa de 40% do
FGTS é capaz de caracterizar a violação ao art. 467 da CLT, implicando no pagamento da respectiva multa,
visto que corresponde a uma parcela rescisória. (TRT12 - RO - 0001110-46.2016.5.12.0056, Rel. UBIRATAN
ALBERTO PEREIRA, 5ª Câmara, Data de Assinatura: 09/04/2018)

Assim, devido o pagamento da multa, eis que as verbas rescisó rias nã o foram pagas no
prazo legal, impondo-se a penalidade em razã o da mora.
XI – DOS DANOS MORAIS
Conforme relatado, trata-se de inequívoco abalo à dignidade do trabalhador. A
conduta da reclamada por arbitrá ria, abusiva e inconveniente submetia o Reclamante
a situaçõ es insustentá veis, gerando o dever de indenizar.
A redaçã o dada pela reforma Trabalhista é de perfeita aplicaçã o:
Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou
existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação.
Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o
lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.

Afinal, diante de conduta lesiva à honra objetiva do Reclamante, perfeitamente


caracterizado o dano extrapatrimonial indenizá vel.
Nã o há de se falar, portanto, em obrigaçã o da parte autora de comprovar o efetivo
dano moral que se lhe causou, tratar-se-ia de tarefa inalcançá vel a necessidade de
demonstraçã o de existência de um dano psíquico.
A exposiçã o do empregado a situaçõ es constrangedoras por parte do reclamado, que
extrapolou no exercício do poder diretivo caracteriza abuso de direito do qual resulta
em dano à honra e à integridade psíquica do autor, com violaçã o aos direitos bá sicos
da personalidade tutelados pela lei.
Em julgamento sobre o tema, tem-se importante disciplina:
"São invioláveis a honra, a dignidade e a integridade física e psíquica da pessoa, por força de expressa
disposição de lei, garantias que têm destacada importância também no contexto do pacto laboral, fonte de
dignidade do trabalhador. Daí porque a violação a qualquer desses bens jurídicos, no âmbito do contrato de
trabalho, importará a indenização pelos danos dela decorrentes, tendo em conta que a igualdade
preconizada no artigo 5º da C:\lei\CF\constituicao-federal Magna Carta deve ser considerada
também na relação de respeito que deve nortear o contrato de trabalho. A indenização por dano moral
sofrido pelo empregado, no âmbito do contrato de trabalho, pressupõe, portanto, um ato ilícito,
consubstanciado em erro de conduta ou abuso de direito, praticado pelo empregador ou por preposto seu,
um prejuízo suportado pelo ofendido, com a subversão dos seus valores subjetivos da honra, dignidade,
intimidade ou imagem, um nexo de causalidade entre a conduta injurídica do primeiro e o dano
experimentado pelo último. (...) O exercício abusivo do direito e o conseqüente ato ilícito em questão
caracterizam o assédio contra a dignidade ou integridade psíquica ou física do trabalhador, objetivando a
sua exposição a situações incômodas e humilhantes caracterizadas pela repetição de um comportamento
hostil de um superior hierárquico ou colega, ameaçando o emprego da vítima ou degradando o seu
ambiente de trabalho moral, também denominadomobbing ou bullying, tema que já vem merecendo
destacada importância na sociologia e medicina do trabalho, assim como no meio jurídico. Essa conduta
injurídica vem sendo conceituada, no âmbito do contrato de trabalho, como a manipulação perversa e
insidiosa que atenta sistematicamente". (Relator o Dr. Emerson José Alves Lage.01245-2005-012-03-00-0-RO
TRT3)

Qualquer tratamento discriminató rio deve ser indenizado e punido, para fins de que
nã o se perpetue no ambiente de trabalho.
No presente caso, "são responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos os que
tenham colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da ação
ou da omissão", nos termos do Art. 223-E da C:\lei\CLT\consolidacao-leis-trabalho
CLT.
A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho está sedimentada no sentido de
condenar as empresas ao pagamento de danos morais quando da prá tica reiterada de
atraso salarial, uma vez que deixa o seu trabalhador em situaçã o grave de
vulnerabilidade econô mica, ao passo de nã o suprir suas necessidades bá sicas,
configurando em dano moral in re ipsa, senã o vejamos:
RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/2014 - INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.
ATRASO SALARIAL REITERADO. O atraso reiterado de pagamento de salários configura dano moral
presumido, tendo em vista que gera estado permanente de apreensão do trabalhador, que se vê incapaz
de honrar seus compromissos financeiros bem como de prover suas necessidades básicas. Precedentes.
Recurso de revista não conhecido. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO. CULPA IN VIGILANDO
DEMONSTRADA. Decisão em consonância com a Súmula 331, V, do TST. Recurso de revista não conhecido.
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AVISO PRÉVIO INDENIZADO. Esta Corte já sedimentou o entendimento de
que não incide contribuição previdenciária sobre o aviso prévio indenizado. Recurso de revista conhecido e
provido. (TST - RR: 4148420145040611, Relator: Márcio Eurico Vitral Amaro, Data de Julgamento:
03/08/2016, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 05/08/2016) (GRIFO NOSSO)
DANO MORAL. ATRASO SALARIAL. Este E. Tribunal editou as Súmulas 45 e 46, firmando entendimento no
sentido de que o atraso salarial, contumaz ou expressivo, bem como o não pagamento das verbas
rescisórias causa ofensa à dignidade do trabalhador, ensejando uma reparação por dano moral, não
havendo necessidade de prova dos prejuízos advindos do ato ilícito, porque presumidos. (TRT 17ª R., ROT
0000721-45.2017.5.17.0005, Divisão da 1ª Turma, DEJT 24/01/2020). (TRT-17 - ROT:
00007214520175170005, Relator: DESEMBARGADOR MARIO RIBEIRO CANTARINO NETO, Data de
Julgamento: 17/12/2019, Data de Publicação: 24/01/2020) (GRIFO NOSSO).

Assim, considerando que o salá rio do Reclamante é de R$ ... (...), nos parâ metros
fixados pelo Art. 223-G, C:\lei\CLT\consolidacao-leis-trabalho\art-223-G,par-1 § 1º
da C:\lei\CLT\consolidacao-leis-trabalho CLT, o valor dos danos morais deve
corresponder a R$ ... (...).
Por tal motivo é que se requer que a reclamada seja compelida a reparar o reclamante
pelos danos morais sofridos.
XII – LIMINARMENTE
Nos termos do Art. 300 do C:\lei\CPC\codigo-processo-civil CPC/15, "a tutela de
urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado ú til do processo."
A C:\lei\130088\instrucao-normativa-tst\num-39 Instrução Normativa nº 39 do TST, que
dispõe sobre a aplicação das normas do C:\lei\CPC\codigo-processo-civil Código de Processo Civil
de 2015 ao Processo do Trabalho, dispõe em seu Art. 3º: "Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do
Trabalho, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do C:\lei\CPC\codigo-processo-civil
Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas: VI - arts. 294 a 311 (tutela provisória)"

A doutrina ao disciplinar sobre a matéria, reforça o entendimento de que: "A tutela de


antecedência, prevista no C:\lei\CPC\codigo-processo-civil CPC, é compatível com o
Processo do Trabalho por força da aplicação do art. 769 da C:\lei\CLT\consolidacao-
leis-trabalho CLT." (SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 13ª
ed. Ed. LTR, 2018. p. 1.438)
Desta forma, diante da aplicabilidade do Art. 300 do C:\lei\CP\codigo-penal CP/15,
passa a demonstrar o cumprimento aos requisitos do referido dispositivo legal.
Tendo em vista que o reclamante possui uma carta de intençã o de contrataçã o, este
nã o possui outra alternativa senã o a baixa na sua CTPS do emprego anterior, ou seja,
vinculado com a reclamada.
Ocorre que sem a baixa o reclamante corre sérios riscos de perder a referida vaga,
uma vez que nos cadastros governamentais consta como ativo este vínculo
empregatícios, assim, sendo de extrema importâ ncia a devida baixa no vínculo com a
reclamada, ao passo que já está documentalmente comprovado o descumprimento
contratual por ato da empregadora, ensejando o direito na dispensa indireta.
Ademais, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza conduta
irreversível, nã o conferindo nenhum dano ao Reclamado, sendo devida a concessã o
da tutela de urgência aqui pleiteada.
Portanto, requer desde já seja determinada a baixa do vínculo empregatício do
reclamante até a data de .../.../..., uma vez que iniciará seu novo trabalho junto à
empresa ....
XIII - DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Cediço que, com a nova redaçã o da CLT, em razã o da Reforma Trabalhista, passou-se a
prever em seu artigo 791-A a possibilidade de honorá rios advocatícios em favor dos
advogados de ambas as partes.
Assim, em razã o do trabalho dos procuradores da parte Autora, necessá rio que, diante
os aspectos do presente caso, sejam fixados em 15% sobre o valor que resultar da
liquidaçã o da sentença, do proveito econô mico obtido ou, nã o sendo possível
mensurá -lo, sobre o valor atualizado da causa.
DIANTE DO EXPOSTO, r e q u e r:
a) LIMINARMENTE, requer seja determinada a imediata baixa na carteira do
reclamante, uma vez que precisa da referida decisã o para ingressar no quadro de
funcioná rio da empresa ..., uma vez que recebeu proposta de emprego e nã o
conseguirá com anotaçã o ativa em sua CTPS;
b) INCIDÊ NCIA das alíneas c e d do art. 483 da CLT, por evidente infraçã o a estes
dispositivos, declarando-se rescindido de forma indireta o contrato de trabalho
celebrado entre as partes, e determine a anotaçã o da data de saída em sua CTPS, a
partir de .../.../...;
c) REQUER a condenaçã o da empregado no recolhimento das verbas fundiá rias, bem
como as suas devidas correçõ es, na importâ ncia de R$ ... (...);
d) REQUER a condenaçã o da empregadora ao pagamento da multa de 40% sobre o
saldo do FGTS, na importâ ncia de R$ ... (...);
e) REQUER seja a reclamada condenada ao pagamento das férias proporcionais do ano
de ..., correspondendo à .../12 no valor de R$ ...(...);
f) REQUER o pagamento do 13º salá rio proporcional, no valor de R$ ... (...);
g) REQUER o pagamento do 1/3 constitucional proporcional no valor de R$ ... (...);
h) PAGAMENTO do aviso prévio indenizado e, respectiva integraçã o no tempo de
serviço, consoante preceitos emanados no art. 487, § 1º da CLT e, respectivas
repercussõ es legais em férias, abono natalino, depó sitos e multa de 40% do FGTS, nos
valores;
a. Aviso prévio indenizado (... dias).......................................... R$ ...;
b. 13º salá rio sobre o aviso.................................................................. R$ ...;
c. Férias sobre o aviso............................................................................. R$ ...;
d. 1/3 férias sobre o aviso........................................................................ R$ ...;
e. TOTAL....................................................................... R$ ....
i) PAGAMENTO do Saldo de Salá rio de ... dias no valor de R$ ... (...);
j) PAGAMENTO dos salá rios em atraso no valor de R$ ... (...);
k) A condenaçã o ao pagamento de danos morais pelo atraso de salá rio e depó sitos em
sua conta vinculada do FGTS no valor de R$ ... (...);
l) Aplicaçã o da multa do art. 467 da CLT;
m) Aplicaçã o da multa do art. 477 da CLT;
n) A determinaçã o da juntada da folha ponto do reclamante, a fim de elaborar os
cá lculos acerca das horas extras, uma vez que sem acesso a tais dados nã o há como
estabelecer o cá lculo exato;
o) Resguarda-se o direito de pleitear a expediçã o das guias para o encaminhamento
do seguro-desemprego caso o reclamante nã o consiga o emprego antes informado;
p) EXPEDIÇÃ O de alvará judicial para determinar a liberaçã o dos valores havidos em
depó sito do FGTS;
q) A determinaçã o da reclamada ao recolhimento das verbas previdenciá rias em
atraso;
r) l) Honorá rios Advocatícios no valor de 15% sobre o valor da Açã o;
s) TUDO a apurar em liquidaçã o de sentença, com correçã o monetá ria e juros legais,
durante toda a vigência do contrato de trabalho.
“EX POSITIS” r e q u e r :
I – A NOTIFICAÇÃ O da Rcda., para comparecer à audiência que for designada e
contestar, querendo, sob pena de revelia, prosseguindo-se no feito até o final, com a
condenaçã o da mesma ao pagamento do pedido e acréscimos legais, inclusive
honorá rios advocatícios.
II – DEPOIMENTO pessoal de representante da Rcda., pena de confissã o, a inquiriçã o
de testemunhas, a juntada de documentos, a produçã o de prova pericial e, todos os
demais meios de provas admissíveis à espécie.
III – O BENEFÍCIO da Gratuidade Judiciá ria, que trata as Leis 5.584/70, 1.060/50 e art.
5º da Constituiçã o Federal, para o que DECLARA o Autor ser pessoa pobre, estando
inclusive desempregado, nã o tendo condiçõ es econô mica e financeira de suportar o
ô nus processual, sem que reste prejudicado o sustento pró prio e de seus familiares.
Dá -se à causa, o valor de R$ ... (...).
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Local e Data.
ADVOGADO - OAB/...

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