A Arte Cinética de Abraham Palatnik
A Arte Cinética de Abraham Palatnik
A Arte Cinética de Abraham Palatnik
Também conhecida como cinetismo, a arte cinética é uma corrente ou escola artística do
século XX, que tem como principal característica o uso de recursos visais e técnicas
destinadas a dar movimento ou impressão de movimento à obra de arte. A arte cinética
desenvolveu-se, principalmente, no campo das esculturas. Os mobiles artísticos, por exemplo,
são exemplos deste tipo de arte.
- Ruptura com a ideia de obra de arte estática, através do uso de recursos que dão movimento.
- Utilização de recursos tais como: eletromagnetismo, motores, vento, água, efeitos especiais,
ilusões de ótica, etc.
- Na construção das esculturas cinéticas, vários materiais são utilizados: madeira, metais,
vidros, fios, arames, plásticos, etc.
Alexander Calder
Vega-Nor Supernovae
Essa corrente artística se espalhou pelo mundo de forma que despontou no Brasil na década
de 60, sendo seus maiores representantes: Lygia Clark (1920-1988), Ivan Serpa (1923-1973),
Abraham Palatnik (1928), Lothar Charoux (1912-1987), Luiz Sacilotto (1924-2003), Almir
Mavignier (1925), Mary Vieira (1927-2001), dentre outros.
Lygia Clark
Desde que decidiu abandonar Belo Horizonte e sua tradicional família de juristas
para se dedicar à arte, Lygia Clark não parou de revolucionar, abrindo novas perspectivas para
a arte contemporânea brasileira. Tentando superar os limites entre obra e vida, rejeitou a
ortodoxia do concretismo, fundou um novo movimento, experimentou a body arte, adentrou a
arte plurissensorial e, vivendo no limiar entre a psicanálise e a expressão artística, abdicou do
próprio rótulo de artista, exigindo ser chamada de "propositora". Ao sair de casa (1947), já
com três filhos, passou a estudar pintura sob a orientação de Burle Marx. Em 1950, foi a
Paris, onde freqüentou o ateliê de Fernand Léger (1950-1952). De volta ao Rio de Janeiro,
integrou o Grupo Frente (1954 e 1956), liderado por Ivan Serpa. Com o objetivo de
estabelecer uma nova linguagem abstrata na arte brasileira fundou o neoconcretismo (1959).
Em suas primeiras pinturas (1954-1958), mudou a natureza e o sentido do quadro. Estendeu a
cor até à moldura, anulando-a ou até mesmo trazendo-a para dentro do quadro, criando obras
como Superfícies Modulares e os Contra-Relevos. No período de 1960 a 1964, surgiu seus
Bichos: esculturas articuladas manipuladas pelo público. Com eles Lygia indicava sua busca:
a participação do espectador em seu trabalho, por meio de objetos sensoriais (sacos plásticos,
pedras, conchas, luvas etc.), para despertar sensações e fantasias. Elaborou mais tarde
trabalhos como Nostalgia do Corpo: Diálogo (1968), que propõe ao espectador sentir coisas
simples, como o sopro da respiração e o contato com uma pedra na palma da mão; A Casa É o
Corpo: Labirinto (1968), que simula um útero a ser penetrado pelo visitante, que é levado a
experimentar sensações táteis ao passar por compartimentos; e Baba Antropofágica (1973),
no qual várias pessoas derramam, sobre alguém deitado, fios que saem de suas bocas. Lygia
desenvolveu experiências terapêuticas com seus objetos sensoriais, principalmente entre seus
alunos da Sorbonne, onde lecionou (1970-1975). No Rio de Janeiro, passou a dar consultas
terapêuticas particulares (1978-1985).
Luiz Sacilotto
Luiz Sacilotto (Santo André / SP, 22 de abri de 1924 – São Bernardo do Campo / SP, 9
de fevereiro de 2003), pintor, escultor e desenhista. Filho de imigrantes italianos, Sacilotto
estudou pintura na Escola Profissional Masculina do Brás e desenho na Associação Brasileira
de Belas Artes. Trabalhou como desenhista de letras de alta precisão no Sistema de Máquinas
Hollerith em São Paulo, no escritório de arquitetura de Jacob Ruchti e como desenhista no
escritório de arquitetura de Vilanova Artigas.
Aos 21 anos reencontrou Marcelo Grassmann e Octávio Araújo (colegas de seu antigo
colégio) e os três, junto com Carlos Scliar realizaram a mostra 4 Novíssimos no Instituto de
Arquitetos do Brasil (no Rio de Janeiro). A partir dessa exposição foram conhecidos como o
Grupo Expressionista. Dois anos depois, participou da exposição 19 Pintores realizada na
Galeria Prestes Maia (em São Paulo). Neste evento, Sacilotto conheceu Waldemar Cordeiro e
Lothar Charoux que juntos fundaram o Grupo Ruptura (ao lado de outros nomes como:
Geraldo de Barros, Féier, Leopoldo Haar e Anatol Wladyslaw).
O diálogo desse grupo foi de extrema inportância para o desenvolvimento das obras de
Sacilotto, que no final da década de 40, já apresentava fortes influências do abstrato-
construtivo; desse ponto em diante, bastou alguns passos para que suas obras (pintura e
serigrafia) se tornassem concretistas (foi um dos fundadores do movimento concreto no
Brasil; Sacilotto é sinônimo de arte concreta) e mais alguns passos para explorar efeitos
ópticos (tornando um dos precursores da optical art no Brasil).
Desde o início, uma das características de seus trabalhos era o distanciamento dos
padrões acadêmicos e a aproximação das ideologias do Grupo Santa Helena. Passou a
produzir obras de caráter expressionista densamente assinalado por cores e formas intensas.
Recebeu o prêmio artes visuais da Associação Paulista dos Críticos de Arte (em 1989
e 2000), o prêmio Melhor Conjunto da Obra da Associação Brasileira de Críticos de Arte
(2000), o Prêmio Governador do Estado do Salão Paulista de Arte Moderna, entre outros.