Apr7 M2
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Agricultura de Precisão
em Diferentes Culturas
» Módulo 2: Agricultura de precisão na olericultura
INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
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SUPERINTENDENTE
Eurípedes Bassamurfo da Costa
GESTORA
Rosilene Jaber Alves
COORDENAÇÃO
Fernando Couto de Araújo
Na última década, esta especialidade agrícola deu um salto na casa de 40% em produção, em
função dos benefícios registrados pela rotatividade das culturas. Além de quebrar o ciclo repro-
dutivo de pragas e doenças das monoculturas, as empresas rurais começaram a colher frutos
decorrentes da diversificação, tornando-se mais competitivas.
Aula 1
A importância da agricultura de precisão para a olericultura
A olericultura tem ocupado cada vez mais espaço nos campos produtivos do Brasil, sendo mui-
to empregada pelas grandes empresas rurais como forma de diversificação das lavouras e de
rotação de culturas, uma tendência observada por vários técnicos da área. Este cenário tem
contribuído para tornar a produção mais tecnificada e para a obtenção de alimentos de melhor
qualidade.
Tópico 1
Crescimento da olericultura no mercado nacional
A olericultura é uma parte da horticultura que trata do cultivo de plantas folhosas, raízes, bul-
bos, tubérculos e diversos frutos, que são alimentos essenciais para a qualidade de vida do ser
humano.
Qualidade de vida
Durante muito tempo, a prática da olericultura ficou restrita apenas aos chamados “cinturões
verdes” localizados próximos às grandes áreas urbanas. Isso se justificava basicamente pela pro-
ximidade aos centros consumidores, e muitas vezes era praticada pela agricultura familiar.
Entre os anos 2000 e 2011, essa expansão proporcionou um aumento de 35% na produção bra-
sileira de hortaliças, contribuindo para a maior geração de empregos e tecnificação do sistema
de produção.
Além das regiões tradicionalmente produtoras de hortaliças (São Paulo, Rio Grande do Sul, San-
ta Catarina, Paraná e Minas Gerais), nos últimos anos, outras regiões têm despontado como
importantes produtores, como a região centro-sul de Goiás e o município de Cristalina, que apre-
sentam condições climáticas favoráveis para o cultivo de tomate industrial, batata, cebola, ce-
noura e alho, dentre outras.
Também têm ganhado destaque nessas culturas o Norte de Minas Gerais e o Triângulo Mineiro/
Alto Paranaíba, o Vale do São Francisco, a região de Irecê e Chapada Diamantina (BA), além de
alguns municípios do Rio Grande do Norte e Ceará.
Em geral, a olericultura é uma atividade que demanda elevada atenção, desde o preparo do solo
até as operações de colheita, tornando-se uma atividade de risco, devido a fatores climáticos,
técnicos ou econômicos. Assim, ela exige alto investimento em equipamentos e qualificação da
mão de obra.
Saiba Mais
Tópico 2
Precisão em todas as etapas do manejo
De modo geral, a agricultura de precisão pode ser adotada em todas as etapas do cultivo de
olerícolas, como:
• semeadura de diferentes variedades de culturas com uma mesma semeadora de acordo com
o nível de fertilidade do solo;
Assim, qualquer operação mecanizada no cultivo de olerícolas pode ser realizada com sistema
de direcionamento automático e fazer uso de componentes informatizados a fim de praticar o
manejo localizado. O grande aporte de tecnologia embarcada nas máquinas e implementos agrí-
colas tem proporcionado aumento da capacidade operacional do maquinário, sobretudo devido
à redução dos tempos perdidos nas manobras de cabeceira e nas paradas para manutenção
corretiva, e também devido ao aumento da velocidade de trabalho em algumas operações.
Fonte: <http://www.edcentaurus.com.br/materias/granja.php?id=5323>.
Tópico 3
Nova forma de administração
Destaca-se também que a Agricultura de Precisão permite uma nova forma de administração das
empresas rurais olerícolas, em que a área cultivada passa a ser estudada de forma parcelada e
cada unidade é tratada de acordo com suas demandas específicas.
Após o levantamento das informações sobre os fatores que interferem na produção, por exem-
plo, solo, espécie, clima, mão de obra e economia, é necessário o emprego de ferramentas avan-
çadas de análise estatística, que processam diversos dados de forma simultânea. A qualidade
desse gerenciamento torna-se ainda mais importante pela quantidade de informações que é
gerada na exploração de olerícolas, tendo em vista o ciclo curto das lavouras e a intensidade das
operações realizadas. Nesse caso, a tomada de decisão deve ser rápida, sob pena de comprome-
ter a qualidade do produto colhido.
Saiba Mais
Não se esqueça: para saber mais sobre os conceitos e fundamentos da agricultura de preci-
são, procure pelo primeiro curso deste programa: Introdução à Agricultura de Precisão.
Atenção: é importante ressaltar que, quando se fala em olericultura, nem sempre a agricultura
de precisão resulta em aumento direto da produtividade ou em redução dos custos de produção.
Entretanto, ainda assim, ela poderá trazer aumento de lucratividade. Acompanhe um exemplo
disso ocorrido em uma empresa do Estado de Goiás!
Estudo de caso
Nesses locais, é possível controlar com maior precisão a colocação de água e fertilizantes dire-
tamente nas raízes, além de monitorar o crescimento das plantas e ajustar a luminosidade de
acordo com a demanda da espécie cultivada. Ressalta-se que esses ambientes, normalmente,
ocupam espaços mais reduzidos e são altamente produtivos.
No site <http://colhedorasdebatata.blogspot.com.br/2013/11/pecas-para-equipamentos-
agricolas.html> você poderá visualizar diversas máquinas utilizadas na colheita de olerícolas.
Link alternativo: <http://goo.gl/LfnSfY>
Recapitulando
Nesta aula, você estudou que a agricultura de precisão representa um importante avanço para
as técnicas de produção de olerícolas. Dentre esses avanços, pode-se destacar a melhoria na
qualidade do preparo do solo e plantio empregando-se técnicas de controle do posicionamento
por receptores de sinais GNSS. O gerenciamento da informação para determinar a variabilidade
e o consequente manejo localizado também é fator importante para a interpretação e asso-
ciação dos diversos fatores que afetam a produção das olerícolas. Ressalta-se que nesse caso,
gerencia-se uma grande quantidade de dados, pelo fato de as culturas serem de ciclo curto e de
intensas atividades.
Aula 2
Principais mapas empregados na olericultura
Os mapas de variabilidade permitem uma análise detalhada dos principais fatores que interfe-
rem diretamente na produção de olerícolas, principalmente no que diz respeito à rápida tomada
de decisão. Eles proporcionaram grandes avanços nas técnicas de cultivo de cenoura, batata,
cebola, alho, beterraba, dentre outras que até pouco tempo eram restritas a pequenas áreas, nas
quais não havia preocupação com a existência da variabilidade.
Entretanto, atualmente, existem diversos prestadores de serviços que realizam todo o processo
de elaboração dos principais mapas de variabilidade de interesse do produtor, por exemplo: ma-
pas de produtividade, de fertilidade, além dos mapas de recomendação para cada tipo de mane-
jo localizado de acordo com os fatores que afetam a produção. Em geral, o mapa de fertilidade
é o mais utilizado como ponto de partida para início da aplicação das técnicas de Agricultura de
Precisão, principalmente pelo fato de a sua amostragem ser favorecida pela época de realização.
Tópico 1
Histórico da variabilidade
As práticas olerícolas avançaram, sobretudo, nas grandes empresas rurais que, em geral, empre-
gam alto nível tecnológico visando à obtenção de elevadas produtividades com uso racional dos
insumos necessários. Para tanto, é necessário que todos os conhecimentos existentes sobre as
• infestação de pragas;
Essas variações podem ocorrer naturalmente nas áreas ou podem ser causadas ou potencializa-
das pela ação do ser humano durante a realização dos diversos tratos culturais demandados na
exploração de hortaliças em geral.
Dessa forma, caso essa base seja desconsiderada, os efeitos da adoção das técnicas de agricul-
tura de precisão podem ser adversos. Isso é comprovado por alguns trabalhos que indicam que,
ao invés de a técnica amenizar os efeitos da variabilidade dos campos, seu uso pode resultar em
aumento da variabilidade, causando prejuízos financeiros e ambientais.
A indústria de máquinas, em seus diversos setores, tem disponibilizado várias tecnologias em-
barcadas nas colhedoras que permitem a elaboração de mapas de produtividades que possibili-
tam analisar o comportamento produtivo de pequenas parcelas dentro da lavoura.
O mapa de variabilidade (como nas demais aplicações da agricultura de precisão) é uma das
ferramentas mais relevantes, porque permite a visualização da variabilidade da produção exis-
tente em pequenas parcelas dentro da lavoura. Não raro, esse é o ponto de partida para o início
das atividades da agricultura de precisão em muitas propriedades agrícolas. Entretanto, além de
não explicar os motivos da variabilidade, nem sempre as propriedades possuem mão de obra
qualificada o bastante para operar as colhedoras com tal tecnologia embarcada, e interpretar
corretamente os dados apresentados nesses mapas.
Para atender ao tipo de cliente sem especialização na agricultura de precisão, tem surgido
um novo segmento de prestadores de serviços que se encarrega de realizar amostragens
diversas e elaborar os mapas de variabilidades de maior interesse para o agricultor.
Isso evita que o produtor tenha despesas adicionais com a aquisição e manutenção de
equipamentos específicos e com a contratação de mão de obra qualificada. Geralmente, as
amostragens começam com a coleta de dados visando ao mapeamento da fertilidade do
solo, principalmente pela possibilidade de realizar amostragem após a colheita, quando é
possível se deslocar com maior liberdade pela área, e pela maior flexibilidade no crono-
grama de coleta de amostras.
Em áreas muito extensas, em geral, adotam-se métodos de amostragem mais rápidos e sofisti-
cados para a geração dos mapas de variabilidade. Esses métodos consistem na coleta de amos-
tras divididas em malhas de 2 a 20 hectares, e no uso de técnicas de geoestatística para realizar
a interpolação ou fazer estimativas do comportamento das áreas não amostradas.
Esses mapas são denominados mapas de condição por representarem a situação da área no mo-
mento da amostragem, sendo que todas as propriedades físico-químicas dos solos podem ser
expressas neles, por exemplo, fertilidade, textura, relevo, umidade etc. Para tanto, é necessário
que sejam coletadas informações adequadas para a análise de cada propriedade, que, de modo
geral, apresenta heterogeneidade elevada.
Fonte: <http://www.apagri.com.br/htv.html>.
Em geral, esses mapas contêm recomendações sobre as quantidades de insumos ou ações ne-
cessárias, de acordo com a variabilidade espacial ou temporal detectada no mapa de condições,
considerando a expectativa de produção. Atualmente, é comum analisar mais de um mapa de
condição em uma mesma área para realizar uma tomada de decisão mais confiável.
Tópico 3
Atenção ao monitoramento de pragas e doenças
O nível de infestação de pragas, doenças e plantas daninhas é um fator que interfere diretamen-
te na produção de olerícolas e deve ser monitorado com bastante frequência. Do ponto de vista
da variabilidade, é considerado um dos atributos que mais se altera no espaço e no decorrer
do tempo, principalmente devido às condições adequadas para sua ocorrência como umidade,
fertilidade e intensa movimentação de máquinas.
Recapitulando
Nesta aula, você estudou que os mapas de fertilidade e produtividade são muito importantes
para a produção de olerícolas. Eles podem ser elaborados pela própria fazenda ou por empresas
terceirizadas que fazem todo o processo de coleta, processamento de dados e confecção dos
mapas de variabilidade. Os mapas de condição de produtividade expressam a variação visual da
produção em cada parcela. Apesar de ser uma informação muito importante, eles não explicam
as causas da variabilidade. Portanto, devem ser analisados juntamente com os mapas de fertili-
dade, de ataque de pragas, doenças e plantas daninhas para que a tomada de decisão seja mais
confiável.
Fonte: Shutterstock 82750312
Aula 3
Principais possibilidades de aplicação da agricultura de precisão
na olericultura
As técnicas de agricultura de precisão nas culturas de olerícolas têm promovido grandes trans-
formações na forma de conduzir essas lavouras, resultando em maior padronização em todas
as operações mecanizadas. Técnicas como monitoramento dos mecanismos de distribuição de
adubos e sementes, além de sensores de colheita são cada vez mais comuns nos equipamentos
agrícolas.
Você já estudou que os recursos avançados oferecidos pela Agricultura de Precisão têm tornado
a olericultura cada vez mais diversificada e criado novas fontes de rendas para os produtores
rurais. Atualmente, empregam-se pacotes tecnológicos específicos para culturas como cenoura,
cebola, alho, batata, beterraba e tomate, uma vez que cada uma delas apresenta demandas
diferenciadas. Isso permite o cultivo dessas lavouras em grandes extensões mecanizáveis, pro-
duzindo várias safras durante o ano.
Tópico 1
Monitoramento e telemetria
Os monitores ou centrais de comando são instalados nas cabines dos tratores, colhedoras ou
pulverizadores e permitem o controle e monitoramento da operação. Em geral, eles são inter-
cambiáveis e podem ser instalados em máquinas e implementos agrícolas variados.
Fonte: <http://www.grupocultivar.com.br/site/content/noticias/?q=21739>
Monitor de plantio
Monitor de colheita
Tem por finalidade básica gerar mapas de produtividade, umidade, velocidade e, em alguns
casos, de perda de produtos colhidos. Este último é um item acessório em algumas máqui-
nas. O sensor de produtividade realiza medições instantâneas de todo o fluxo de produto
colhido, de acordo com o sensor de impacto localizado no interior da máquina.
Monitor de pulverização
Trata-se de uma das tecnologias mais recentes da Agricultura de Precisão evidenciando também
uma tendência à substituição dos pen-drives, cartões de memórias ou outros dispositivos de ar-
mazenamentos de dados. Consequentemente, torna os monitores instalados nas cabines mais
simples e compactos.
Saiba Mais
Se você quiser saber mais sobre telemetria, não deixe de visitar o site da Valtra <www.
valtra.com.br/produtos/agricultura-de-precisao/telemetria-agcommand>, para obter mais
informações sobre esta tecnologia aplicada em máquinas agrícolas.
Além disso, semeadoras mais sofisticas permitem realizar a semeadura a taxa variável de acordo
com mapas de recomendação georreferenciados. Isso permite estabelecer densidades de plan-
tas diferenciadas dentro da área, de acordo com a fertilidade de cada parcela.
Tópico 3
Aplicação de fertilizantes e defensivos a taxa variável em tempo real
Saiba Mais
Quanto à aplicação de defensivos a taxa variável, podemos afirmar que a utilização de técnicas
avançadas nesses pulverizadores é muito importante nas culturas olerícolas devido à necessi-
dade de rápido controle. Essa aplicação deve ser a mais eficiente possível, uma vez que muitos
desses alimentos serão consumidos in natura.
Desta forma, além dos sistemas de automação, que são normalmente utilizados nos pulveri-
zadores a fim de melhorar a eficiência da aplicação de defensivos na exploração olerícola, as
máquinas também podem ser equipadas com as tecnologias mais avançadas de pulverização.
Dentre elas, podemos citar: sensores para detecção de plantas daninhas e aplicação em tempo
real, aplicações a taxa variável por meio de sensores instalados em controladores de vazão e
corpos de bicos hidráulicos, aplicações de defensivos de concentrações variáveis e aplicação de
diferentes princípios ativos colocados em tanques separados.
Por sua vez, as semeadoras são capazes de distribuir pequenas sementes com precisão de forma
variável. Já a aplicação de defensivos agrícolas pode ser feita a taxa variável em volume de calda
ou mesmo variando-se a concentração do princípio ativo.
Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar os conhe-
cimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Ambiente
de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo módulo de
conteúdo!
d) Os mapas de pragas, doenças e plantas daninhas devem ser elaborados por técnicas de
caminhamento por serem mais baratas.