ANIS DOCE e CARDAMOMO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE FARMÁCIA

ANIS-DOCE e CARDAMOMO

Salvador, BA
2022
ANIS-DOCE, fruto
Anisi fructus

A. Descrição macroscópica

O fruto é um diaquênio piriforme, constituído de dois mericarpos comprimidos


lateralmente, alargado na base e estreitado no ápice, de 0,3 a 0,7 cm de
comprimento e 0,2 a 0,3 cm de largura; de coloração castanho-amarelada ou
castanho-esverdeada, sendo o ápice coroado por um estilopódio espesso, com
dois estiletes curtos, divergentes e reflexos, e a porção basal provida de um
pequeno fragmento do pedicelo, delgado, rígido e um tanto arqueado, que se
prolonga entre os mericarpos (aquênios) de cada fruto, pelo carpóforo
(filamento central), filiforme e bifendido. Os mericarpos (aquênios), unidos pelo
ápice na extremidade do carpóforo, apresentam uma face comissural plana e
uma face dorsal convexa, essa última recoberta de tricomas simples e curtos,
visíveis com lente. Cada mericarpo é percorrido longitudinalmente por cinco
arestas primárias filiformes, retilíneas e lisas, três dorsais e duas comissurais
pouco salientes e de tom mais claro. Em secção transversal, os dois
mericarpos mostram-se quase sempre unidos pelas suas faces comissurais,
deixando visível uma linha contínua de canais secretores na porção dorsal,
além de dois canais secretores maiores na face comissural ou ventral. Em cada
aresta dorsal ocorrem feixes vasculares. O endosperma é oleoso e levemente
ondulado na face comissural.

B. Descrição microscópica

Em secção transversal, cada mericarpo mostra um epicarpo de uma camada de


células, onde se encontram numerosos tricomas tectores curtos, geralmente
unicelulares, cônicos, com paredes espessas e cutícula verrucosa. Em vista
frontal, observam-se esparsos estômatos e uma cutícula fortemente estriada. O
mesocarpo é formado por algumas camadas de parênquima, no qual se
distingue, ao longo da face dorsal, uma série quase contínua de canais
secretores esquizógenos; na face comissural ocorrem dois canais secretores
amplos. Na face comissural são encontrados também esclereídes estreitos,
alongados longitudinalmente e com numerosas pontuações. Cada aresta
contém um estreito feixe vascular circundado por fibras. O endocarpo é
composto de uma camada de células, alongadas tangencialmente e de paredes
finas, aderida à testa; esta é formada por uma camada de células de paredes
internas mais espessas, amarelas ou amarelo-esverdeadas. O endosperma
apresenta células poligonais de paredes espessas, contendo gotículas de óleo,
grãos de aleurona e microcristais de oxalato de cálcio do tipo drusa. O
carpóforo e pedicelo são caracterizados pela presença de vasos e fibras
estreitas.

CARDAMOMO, semente
Cardamomi sêmen

A. Descrição macroscópica do fruto

Fruto cápsula trilocular deiscente, com 10 a 25 mm de comprimento e 5 a 10


mm de largura, de coloração amarelo-clara, amarelo-esverdeada a amarelo
acinzentada, ovoide ou oblonga em vista lateral, trígona ou arredondada em
secção transversal, com porção apical estreitado-tubulosa em cerca de 1 a 2
mm, com ou sem cicatriz dos órgãos florais visível e com cicatriz ou restos de
pedicelo na porção basal. Pericarpo delgado, coriáceo. Epicarpo, em vista
frontal, com numerosas estrias longitudinais salientes. Em secção transversal,
cápsula trilocular, cada lóculo com duas a sete sementes de placentação axial,
aderidas entre si, formando três fileiras duplas, separadas pelas paredes
carpelares delgadas, membranosas e pálidas. As sementes são
comercializadas dentro do fruto, o qual é coletado imaturo e amadurecido
artificialmente, ao sol ou em estufas.

B. Descrição macroscópica da semente

Sementes de placentação parietal, anátropas, duras, ovoides, triangulares ou


subcilíndricas, irregularmente angulosas e enrugadas transversalmente, com
uma das faces convexa e a outra escavada, com 2 a 4 mm de comprimento e 2
a 3 mm de largura, pretas, cinzento-pardas ou avermelhadas, recobertas por
um arilo delgado, tênue e incolor a esbranquiçado. Geralmente as sementes
estão aglutinadas em massas, correspondentes às fileiras limitadas pelos
carpelos.
Com auxílio de lente, em secção transversal, em cada semente são visíveis
tegumento, perisperma, endosperma e embrião.

C. Descrição microscópica da semente

Em vista frontal, o arilo apresenta células retangulares estreitas, alongadas


longitudinalmente e irregularmente fusiformes, de paredes delgadas, dispostas
em fileiras, com gotas lipídicas. A epiderme possui células alongadas
tangencialmente, fusiformes, de paredes anticlinais espessas e pontoadas,
dispostas em ângulo oblíquo em relação ao arilo, com gotas lipídicas. Por
transparência, o parênquima de reserva é visível, formado por células
parenquimáticas volumosas, de diferentes formas, de paredes delgadas e
onduladas, ricas em gotas lipídicas. Em secção transversal, o arilo apresenta
células achatadas, de paredes finas. A epiderme é formada por células
quadrangulares, de paredes espessas e apresenta algumas gotas lipídicas. A
hipoderme possui células geralmente retangulares, achatadas tangencialmente,
de paredes delgadas, geralmente irregulares quanto ao número de células. O
parênquima de reserva possui algumas camadas de células volumosas, de
diferentes formas, poligonais a retangulares, de paredes delgadas, contendo
gotas lipídicas. Pode ocorrer internamente ao parênquima de reserva uma
camada regular ou não, de células

parenquimáticas de menor volume. Segue uma ou mais camadas de células


esclerenquimáticas colunares, com as paredes periclinais interna e anticlinais
muito espessadas e alaranjadas, com lúmen em forma de cuia e com ou sem
cristais de sílica. O perisperma é esbranquiçado e apresenta as primeiras
camadas de células parenquimáticas achatadas tangencialmente, de paredes
delgadas, repletas de grãos de amido, seguidas por muitas camadas de células
de forma irregular, colunares ou poligonais, volumosas, com paredes delgadas
e as anticlinais onduladas, contendo grande quantidade de grãos de amido,
gotas lipídicas e cristais de oxalato de cálcio. O endosperma possui células
parenquimáticas alongadas, de variadas formas, de paredes delgadas,
distribuídas em várias camadas paralelas, envolvendo completamente o
embrião e apresentando gotas lipídicas e grãos de aleurona. O embrião é
ovoide e de coloração escura e suas células são arredondadas a ovoides, de
paredes delgadas, apresentando grãos de aleurona e gotas lipídicas.

REFERÊNCIAS

SANITÁRIA, Agência Nacional de Vigilância. Farmacopeia Brasileira: plantas


medicinais. 6. ed. Brasília: Anvisa, 2019. 2 v. Disponível em:
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira.
Acesso em: 01 dez. 2022.

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