Limites Da Educação Ambiental E de Oficinas de Reciclagem Frente Ao Descarte Inadequado Do Óleo de Cozinha em Centros Urbanos

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Volume 9, Número 2 (Maio./Ago.

2019)
ISSN: 2318-3233
Editora Científica: Marcus Vinicius Moreira Zittei
Avaliação: Melhores práticas editoriais da ANPAD
Endereço: revistaseletronicas.fmu.br/index.php/rms
Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU

LIMITES DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DE OFICINAS DE


RECICLAGEM FRENTE AO DESCARTE INADEQUADO DO ÓLEO
DE COZINHA EM CENTROS URBANOS

VIVIANE MIRIAM CARDOSO CRUZ


Centro Universitário Anhanguera da São Paulo, SP
Coordenadora dos cursos de Licenciatura em História, Matemática, Letras e Pedagogia
no Centro Universitário Anhanguera da São Paulo.
Mestre em Saúde Ambiental pela FMU.
http://lattes.cnpq.br/5624349816865489

RENATA FERRAZ DE TOLEDO


Centro Universitário Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU, SP
Docente do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental da FMU. Pós-dou-
tora em Educação (FE-USP, 2013). Doutora em Saúde Pública (FSP-USP, 2006).
http://orcid.org/0000-0002-4770-7842

VANESSA APARECIDA FEIJÓ DE SOUZA


Centro Universitário Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU, SP
Docente do Programa de Mestrado Profissional em Saúde Ambiental da FMU. Doutora-
do em Medicina Veterinária (Epidemiologia Experimental e Aplicada às Zoonoses) pela
Universidade de São Paulo (2014).
https://orcid.org/0000-0001-5183-0360

ANDRÉIA MARIA MARTARELLO GONÇALVES


Universidade Paulista - UNIP, SP
Docente da Universidade Paulista - UNIP. Doutorado em Anatomia dos Animais Domés-
ticos e Silvestres pela Universidade de São Paulo (2000).

RESUMO
Este artigo destaca o descarte inadequado de óleo de cozinha como uma das práticas causadoras de
contaminação da água, inclusive em centros urbanos, agravando a escassez hídrica e dificultando
seu acesso à população. Tem por objetivo promover reflexões sobre limites da educação ambiental, a
partir de estudo realizado junto à estudantes de Curso de Pedagogia. Foram aplicados questionários
para investigar locais de descarte e, após análise destas informações, foi elaborada e desenvolvida
uma capacitação, incluindo oficina para produção de sabão. Entretanto, resultados mostraram a
não adesão dos participantes ao produto final. Conclui-se que, oficinas dessa natureza, embora pro-
ponham a prática pela experiência, devem ir além da exposição de conteúdos, seguidos por vivên-
cias sensibilizadoras. A gravidade dos problemas socioambientais da atualidade, especialmente no
contexto urbano, demandam espaços de aprendizagem social contextualizados e dialógicos, que es-
timulem a busca de soluções compartilhadas, caminhando-se em direção à sustentabilidade.
Palavras-chave: contaminação da água; óleo vegetal; educação ambiental; aprendizagem social.

*Autor para correspondência / Author for correspondence / Autor para la correspondencia:


Renata Ferraz de Toledo Correio - renataft@usp.br
Data do recebimento do artigo (received): 11/01/2019 Desk Review
Data do aceite de publicação (accepted): 15/06/2019 Double BlindReview
LIMITES DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DE OFICINAS DE RECICLAGEM FRENTE AO DESCARTE INADEQUADO DO ÓLEO
DE COZINHA EM CENTROS URBANOS

LIMITS OF ENVIRONMENTAL EDUCATION AND RECYCLING


WORKSHOPS AGAINST THE INAPPROPRIATE DISPOSAL OF
COOKING OIL IN URBAN CENTERS

ABSTRACT
This article highlights the inadequate disposal of cooking oil as one of the practices that cau-
se water contamination, including in urban centers, aggravating water scarcity and making it
difficult to access the population. It aims to promote reflections on the limits of environmen-
tal education, based on a study carried out with the students of the Pedagogy Course. Ques-
tionnaires were applied to investigate disposal sites and, after analyzing this information, a
training was elaborated and developed, including a soap production workshop. However, re-
sults showed the non-adherence of the participants to the final product. It is concluded that
such workshops, although they propose to practice from experience, must go beyond content
exposition, followed by sensitizing experiences. The seriousness of today’s socio-environmental
problems, especially in the urban context, requires contextualized and dialogical social lear-
ning spaces that stimulate the search for shared solutions, moving towards sustainability.
Keywords: water contamination; vegetable oil; environmental education; social learning.

LÍMITES DE LA EDUCACIÓN AMBIENTAL Y DE TALLERES DE


RECICLAJE FRENTE AL DESCARTE INADECUADO DEL ACEITE
DE COCINA EN CENTROS URBANOS

RESUMEN
Este artículo destaca el descarte inadecuado de aceite de cocina como una de las prácticas
causantes de contaminación del agua, incluso en centros urbanos, agravando la escasez hídrica
y dificultando su acceso a la población. Tiene por objetivos promover reflexiones sobre límites
de la educación ambiental, a partir de estudio realizado junto a los estudiantes de Curso de
Pedagogía. Se aplicaron cuestionarios para investigar lugares de descarte y, después de análisis
de estas informaciones, se elaboró ​​y desarrolló una capacitación, incluyendo taller para pro-
ducción de jabón. Sin embargo, los resultados mostraron la no adhesión de los participantes al
producto final. Se concluye que, talleres de esa naturaleza, aunque proponen la práctica por
la experiencia, deben ir más allá de la exposición de contenidos, seguidos por vivencias sen-
sibilizadoras. La gravedad de los problemas socioambientales de la actualidad, especialmente
en el contexto urbano, demandan espacios de aprendizaje social contextualizados y dialógicos,
que estimulen la búsqueda de soluciones compartidas, caminando hacia la sustentabilidad.
Palabras clave: contaminación del agua; aceite vegetal; educación ambiental; aprendizaje social.

INTRODUÇÃO
Dentre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, propostos pela Organização das Nações
Unidas – ONU, no Programa Agenda 2030, está assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da
água e saneamento para todos (https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/). Atualmente,
mais de 1 bilhão de pessoas no mundo não tem acesso adequado à água, e a escassez hídrica tende
a crescer devido, principalmente, ao crescimento populacional em grandes centros urbanos, asso-
ciado à uma também crescente demanda por alimentos e energia, e aos impactos das mudanças
climáticas (Jacobi, Empinotti & Schmidt, 2016; United Nations Educational, Scientific and Cultural
Organization [UNESCO], 2019).

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A contaminação de cursos d’água contribui para agravar esta problemática, encarecendo o tra-
tamento deste recurso e dificultando cada vez mais o acesso à água potável e de qualidade à po-
pulação (UNESCO, 2019). Diversas são as práticas causadoras desses processos de contaminação,
dentre elas, este artigo destaca o descarte inadequado de óleo de cozinha utilizado, especial-
mente, em residências e estabelecimentos comerciais. Nestes locais, muitas vezes, este resíduo
acaba sendo despejado diretamente na pia ou vaso sanitário, comprometendo a rede de esgoto
(Castellanelli, Mello, Ruppenthal & Hoffmann, 2007). E, quando despejado diretamente no solo,
pode provocar sua impermeabilização, dificultar o acesso à nutrientes pela fauna e flora, e até
atingir o lençol freático (Wildner & Hillig, 2012; Zucatto,Welle & Silva, 2013).

Assim, estes e outros impactos decorrentes da constante degradação ambiental evidenciam a ne-
cessidade de ações voltadas à reversão desse cenário, especialmente aquelas focadas em educa-
ção ambiental. Tais propostas podem promover reflexões e atuar como fontes de aprendizagens,
unindo teoria e prática, para que todos os envolvidos, ao incorporarem novos conhecimentos,
valores e habilidades, possam fazer uso deles na maneira como se relacionam com o meio am-
biente e a sociedade (Mello & Trajber, 2007). Para Wals (2015), essa perspectiva de aprendizagem
demanda avaliação constante sobre o processo vivenciado e as lições apreendidas, para que, efe-
tivamente, se transformem em práticas.

Em concordância, Jacobi (2003) lembra que as práticas sociais são muitas vezes marcadas pela
degradação do meio ambiente, porém, se faz necessário ampliar os sentidos atribuídos à educa-
ção ambiental, evitando visões reducionistas de preservação da natureza. Para o autor, a educa-
ção ambiental diz respeito a um conjunto de pessoas no universo educativo, envolvendo diversos
sistemas de conhecimento e possibilitando a capacitação de indivíduos e grupos sociais numa
perspectiva interdisciplinar. Assim, um dos desafios é promover uma educação ambiental que seja
crítica e inovadora nos níveis formais e não formais e, acima de tudo, um ato político voltado à
transformação social.

Um dos primeiros passos para esta transformação é, entretanto, a mobilização social e a partici-
pação direta dos envolvidos, a partir do reconhecimento e respeito ao pluralismo e à diversidade
de valores, ideologias e conhecimentos prévios dos participantes desse processo (Toledo, Giatti &
Pelicioni, 2012). Isso porque, conforme Chauí (2008) toda cultura e cada sociedade institui uma
moral, ou seja, valores que concernem ao bem e ao mal, ao permitido e ao proibido, mas, tais
regras de conduta são válidas apenas para os membros daquela sociedade.

Nesse sentido, programas educacionais que preconizam ações de educação moral e ética impos-
tas, arbitrárias ou de doutrinação, tendem ao fracasso. Ao contrário, diferentes formas de refletir
sobre cada contexto e realidade devem ser estimuladas a fim de facilitar a construção de novos
valores (Menin, 2002). Isso porque, soluções para os problemas ambientais, em direção à susten-
tabilidade, só poderão ser alcançados se fizerem sentido culturalmente e reconhecerem a diver-
sidade de contextos socioambientais (Markham, Larmer & Ravitz, 2008; Escobar, 2017).

Assim, apesar de avanços teóricos, práticos, legais e institucionais observa-se ainda a ênfase dada
por muitos programas de educação ambiental na mudança de comportamento, o que contribui
para fragilizar as discussões sobre as verdadeiras causas de problemas socioambientais, associa-
das em grande parte ao modelo de consumo e às relações sociais e de poder conflituosas vigentes
(Pelicioni & Philippi, 2014).

Educar implica, portanto, em adesão voluntária, a partir de situações e experiências que estimu-
lem as potencialidades humanas e a consciência crítica e reflexiva, para que, assim, motivados
por este processo os sujeitos possam incorporar conhecimentos construídos em sua prática co-
tidiana e caminhar em direção à almejada sustentabilidade e à transformação social (Pelicioni,

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2000). Para tal, faz-se necessária a criação de espaços de convívio e diálogo, que favoreçam refle-
xões em torno das complexas relações de interdependência frente à problemática socioambiental
da atualidade (Jacobi, Toledo & Grandisoli, 2016).

Diante deste contexto, este artigo tem por objetivo promover reflexões sobre limites da educação
ambiental, a partir de resultados de um estudo sobre o descarte de óleo de cozinha, seguido de
oficina de produção de sabão caseiro.

O DESCARTE INADEQUADO DO ÓLEO DE COZINHA E SEUS


IMPACTOS AMBIENTAIS EM CENTROS URBANOS
Muitos são os materiais, assim como seus resíduos, que representam riscos de poluição
ambiental. Dentre estes, destaca-se o óleo vegetal consumido para o preparo de alimentos nos
domicílios e em estabelecimentos industriais e comerciais. Especialmente nas cozinhas domés-
ticas, depois de utilizado, o óleo vegetal é, frequentemente, descartado de forma inadequada
(Teixeira, 2004; Wildner & Hillig, 2012; Zucatto et al., 2013).
De acordo com Costa Neto e Rossi (1999) o óleo pode ser obtido por meio de sementes como
o caju, linhaça, girassol, buriti e a mamona, ou então por meio de grãos como o milho, a soja, ou
também por outros alimentos de origem vegetal, tais como o abacate, a azeitona, a abóbora, a
canola. Após o processo de refino e produção, o óleo que se obtém pode ser utilizado não somente
no preparo de alimentos, mas também como componente de lubrificantes, ser agregado a tintas
ou ainda servir de combustível.
A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, em sua Resolução nº 270, de 22 de
setembro de 2005, define os óleos vegetais como produtos constituídos, principalmente, de gli-
cerídeos e ácidos graxos de espécie(s) vegetal(is). Podem conter pequenas quantidades de outros
lipídeos como fosfolipídeos, constituintes isaponificáveis e ácidos graxos livres, naturalmente pre-
sentes no óleo ou na gordura (Agência Nacional de Vigilância Sanitária [ANVISA], 2005).
Essas são características que tornam o óleo vegetal, quando descartado de forma inadequa-
da, um potencial poluidor dos recursos naturais, especialmente do solo e da água. Castellanelli et
al. (2007) lembram que, devido à falta de informação da população, o resíduo do óleo de cozinha,
gerado diariamente nos lares, indústrias e estabelecimentos do país, especialmente em áreas de
maior concentração populacional, como áreas urbanas, acaba sendo despejado diretamente em
pias ou vasos sanitários, alcançando os sistemas de esgoto, causando mau cheiro, danos e o entu-
pimento de canos, dificultando e encarecendo processos de tratamento da água.
Ao atingir diretamente o solo, pode alterar sua permeabilidade e contaminar o lençol freá-
tico (Teixeira, 2004; Wildner & Hillig, 2012; Zucatto et al., 2013), além de ocasionar impactos
negativos à fauna e flora aquáticas (Fernandes, Pinto, Medeiros & Pereira, 2008; Pitta, Nogueira,
Sacomano & Lima, 2009). Estima-se que um litro de óleo contamina o equivalente a um milhão
de litros de água, que são suficientes para o consumo de uma pessoa por um período de 14 anos
(Alberice & Pontes, 2004).
Entretanto, o óleo que sobra nos processos de fritura dos alimentos pode ter um destino di-
ferente do descarte irregular. Pode ser transformado em outros produtos como: biodiesel, sabão,
resinas para tintas, massa para vidraceiro e na produção de rações para animais. A reciclagem
possibilita seu reprocessamento mantendo suas características, além de reduzir o volume total,
conservar recursos naturais, economizar energia, e diminuir a poluição do ar, da água e do solo
(Valle, 2004; Zucatto et al., 2013).
O descarte dos óleos lubrificantes usados, que são considerados resíduos tóxicos, é regula-
mentado por Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente nº 362, de 23 de junho de 2005,
alterada pela Resolução nº 450, de 06 de março de 2012. O procedimento correto deve contem-
plar o recolhimento, coleta e destinação final, de maneira a reduzir o impacto negativo ao meio

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ambiente e recuperar o máximo de seus constituintes (Resolução nº 450, de 06 de março de 2012).


Essa prática de logística reversa é também indicada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei
n. 12.305, de 2 de agosto de 2010).
Diante desta preocupação em relação aos impactos ambientais decorrentes do descarte
inadequado do óleo vegetal utilizado, especialmente, nos domicílios, comumente se encontram
propostas que transformam este produto, depois de utilizado, em sabão caseiro.
Muitas iniciativas de coleta de óleo de cozinha usado e oficinas de produção de sabão ca-
seiro estão associadas à projetos de educação ambiental, como o projeto Ecolimpo, da cidade de
São Francisco do Sul, SC (Lopes & Baldin, 2009). Também com esta proposta educativa estão ini-
ciativas em universidades, como na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, que recolhe óleo
usado para posterior transformação em sabão caseiro (Nezi, Uhdre & Romero, 2011), ou como na
Universidade Rural de Pernambuco onde, com a orientação dos professores do curso de química,
os graduandos capacitam moradores da cidade de Serra Talhada para fabricação de sabão caseiro
(Sá et al., 2009). O mesmo se deu na cidade de Olivedos, PB, em que graduandos também do
curso de química levaram às escolas da região esta preocupação voltada ao reaproveitamento de
óleo na fabricação de sabão caseiro (Santos, Dias, Lima & Oliveira, 2011). E ainda, na cidade de
Conceição do Araguaia, PA, professores e estudantes do Instituto Federal de Tecnologia e Educa-
ção do Pará desenvolveram oficina de fabricação de sabão caseiro para mulheres de comunidades
carentes da região (Carvalho, Leite, Araújo & Santos, 2013).

ESTUDO SOBRE O DESCARTE DE ÓLEO DE COZINHA E OFICINA DE


PRODUÇÃO DE SABÃO CASEIRO: APRENDI FAZER, MAS NÃO QUERO
UTILIZAR
Diante da relevância desta problemática socioambiental e, inspirado por iniciativas como
as relatadas anteriormente, foi desenvolvido um estudo para investigar locais de descarte de óleo
de cozinha utilizado em preparações alimentares domésticas e desenvolver capacitação sobre o
descarte correto do óleo, danos causados ao meio ambiente quando descartado incorretamente e
oficina para produção de sabão caseiro.
O presente estudo foi uma análise descritiva e exploratória e teve como público-alvo es-
tudantes de Curso de Pedagogia em uma instituição de ensino superior particular do município
de São Paulo, com perfil adequado aos principais questionamentos deste estudo. Em sua maioria
eram mulheres, com faixa etária entre 20 e 57 anos, casadas, com filhos, e consumidoras de óleo
de soja, milho e girassol, utilizado principalmente no preparo dos alimentos para a família. Os
dados coletados foram avaliados de forma descritiva e os resultados obtidos comparados com o
auxílio do teste qui-quadrado, sendo que foi demonstrada associação estatística a 0,05 de sig-
nificância (Plakett, 1983). O pacote estatístico IBM SPSS v. 23 foi utilizado a fim de obter o nível
descritivo (valor de p) desta análise.
Dos 816 estudantes matriculados no ano de 2015, no curso de graduação em Pedagogia
da IES investigada, 262 responderam inicialmente a um questionário. Deste total, 7 não foram
incluídos na análise por conta de inconsistência das informações, sendo que foram aproveitados
255 questionários respondidos.
Dentre os participantes, 94,5% (241/255) eram mulheres, e apenas 5,5% (14/255) homens.
Esta é uma das características do Curso de Pedagogia que, comumente, apresenta maior percen-
tual de mulheres. Para a pesquisa em questão, este foi um fator importante, pois as mulheres, em
sua maioria, gerenciam em seus lares a compra de alimentos, elaboração de receitas e o destino
final das sobras dos alimentos preparados. Entretanto, não foi verificada associação significativa
entre o gênero e o conhecimento prévio sobre o reaproveitamento do óleo residual (p=0,556).
A idade média dos participantes no estudo foi de 33,5 anos (desvio padrão=9,45 anos), e a
média de pessoas que compõe a família era de 4 pessoas (desvio padrão=2,54 pessoas). Sobre a
ocupação, 63,5% (162/255) estavam empregadas, e 36,5% (93/255) não estavam. Também não se
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DE COZINHA EM CENTROS URBANOS
verificou diferença estatística entre esses dois grupos em relação ao conhecimento prévio sobre
reaproveitamento de óleo de uso doméstico (p=0,091).
Quando questionados sobre a compra e preparo de alimentos, 80% (204/255) responderam
afirmativamente que compravam os gêneros alimentícios para sua casa e preparavam os alimen-
tos consumidos pela família, enquanto que 20% (51/255) responderam que não eram responsáveis
diretos por isso.
Sobre o descarte do óleo de cozinha que sobrava das preparações em suas residências,
49% (125/255) declararam enviar para o reaproveitamento, portanto, ainda 51% (130/255) dos
respondentes descartava o óleo de maneira inadequada, ou seja, conforme mencionado por eles:
na pia da cozinha em 20,4% (52/255), no vaso sanitário em 2,75% (7/255), no jardim de casa em
2,75% (7/255), no bueiro da rua onde moravam em 4,3%% (11/255) e, finalmente, 19,2% (49/255)
alegaram descartar o óleo junto ao lixo produzido pela família, onde o destino final são os aterros
sanitários da cidade, o que também não é adequado. Diversos estudos já evidenciaram impactos
ambientais e à saúde humana decorrentes de práticas como essas, de descarte inadequado de
óleo de cozinha (Alberice & Pontes, 2004; Teixeira, 2004; Fernandes et al., 2008; Pitta et al.,
2009; Wildner & Hillig, 2012; Zucatto et al., 2013).
Ao se comparar a proporção de estudantes que optavam pelo reaproveitamento/recicla-
gem, entre as diferentes faixas etárias, pôde-se observar que não houve diferença significativa
(p=1,00). Entre os participantes com menos de 45 anos, 48,9% (107/219) declararam destinar o
óleo à reciclagem sendo que essa porcentagem correspondeu a 50% (18/36) dos estudantes com
mais de 45 anos.
Essa mesma análise, feita em relação ao conhecimento prévio sobre o reaproveitamento do
óleo residual, não evidenciou diferença significativa entre os participantes com menos de 45 anos,
e aqueles com idade superior a essa (p=0,7). Em relação ao total, 94,5% (241/255) dos entrevis-
tados sabiam que o óleo tem potencial de reciclagem, e apenas 5,5% (14/255) não tinham este
conhecimento. Neste item ficou evidenciado que tanto os participantes mais velhos como os mais
novos conheciam o potencial de reaproveitamento/reciclagem do óleo para transformação em
sabão ou em outros subprodutos. A disciplina Responsabilidade Social e Meio Ambiente inserida na
grade curricular no primeiro semestre do curso dos participantes do estudo, onde a ementa elenca
a educação ambiental e o cuidado constante com o meio ambiente, pode ter relação intrínseca
com o conhecimento dos participantes sobre o assunto.
Em contrapartida, 92,2% (235/255) usariam o sabão caseiro feito a partir de óleo vegetal
reutilizado, e apenas 7,8% (20/255) não usariam o sabão.
Após a coleta destas informações por meio de questionários, seguida da análise dos resul-
tados, uma capacitação foi elaborada para uma das turmas do curso, com 54 estudantes.
A capacitação foi desenvolvida em dois momentos. No primeiro foram abordados temas
como: características do óleo de cozinha, recursos hídricos, poluição ambiental decorrente do
descarte inadequado, necessidade de conservação dos recursos naturais, entre outros. No se-
gundo, os estudantes participaram de uma oficina para produção de sabão caseiro utilizando óleo
vegetal.
Após a oficina para produção do sabão, os participantes responderam outro questionário
a fim de identificar conhecimentos construídos e a percepção deles para o processo. Entretan-
to, chamou bastante atenção o fato de que os 54 estudantes que participaram da capacitação
responderam neste segundo questionário que não utilizariam o sabão caseiro feito a partir do
óleo usado, evidenciando que ainda há preconceito em relação ao odor e aparência do produto
final. Este resultado, apesar de contradizer as informações levantadas pelo questionário inicial,
demonstra que a experiência da oficina de produção do sabão e o contato físico com o mesmo,
podem ter afetado negativamente este conceito, limitando a aplicabilidade desta forma técnica
de reaproveitamento/reciclagem de óleo de uso doméstico. Por outro lado, notou-se que os estu-
dantes ficaram sensibilizados e motivados a replicar os conhecimentos adquiridos, apesar da não
aceitação do sabão produzido na oficina.
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Apesar dos limites dessa pesquisa em relação ao número de questionários respondidos e


de participantes da oficina, considera-se que reflexões importantes emergiram da análise dos re-
sultados obtidos, com potencial de contribuição para as áreas de interface da educação, saúde e
sustentabilidade, conforme serão discutidas a seguir.

LIMITES DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM FOCO NA MUDANÇA DE


COMPORTAMENTO: EU SEI O QUE É MELHOR PARA VOCÊ
“Fumar você aprende. Parar de fumar a gente ensina”. Esta frase foi utilizada em uma
campanha antitabagismo promovida por um hospital de referência de uma grande cidade do país,
e utilizada por Meyer, Mello, Valadão e Ayres (2006) para questionarem, dentre outros aspectos,
práticas educativas pautadas na transmissão de conhecimentos de “especialistas” para “leigos”,
as quais desvalorizam experiências de vida e saberes cotidianos. Os autores chamam a atenção
para ações de educação em saúde voltadas à prevenção de riscos e à normatização e prescrição
de comportamentos saudáveis, que desconsideram situações de vulnerabilidade em diferentes
contextos e/ou realidades.
Sobre este aspecto pode-se fazer um paralelo à programas e projetos de educação ambien-
tal que, da mesma maneira, prescrevem comportamentos ambientalmente corretos como solução
isolada para os problemas socioambientais: “jogue o lixo no lixo”, “apague a luz”, “economize
água” (Pelicioni & Philippi, 2014). É evidente que práticas como estas são importantes, mas di-
ficilmente serão incorporadas pelas pessoas em seu dia-a-dia, a partir de uma lógica educativa
culpabilizadora (Menin, 2002; Escobar, 2017).
Neste contexto, questiona-se quais seriam as razões que levaram os participantes da ofi-
cina de reciclagem de óleo de cozinha para produção de sabão à não adesão ao produto final?
Teriam sido utilizadas abordagens e estratégias educativas na lógica “eu sei o que é melhor para
você”? Ou simplesmente deve-se considerar que, para grande parte da população, a aparência
de um produto ainda tem maior relevância que sua eficácia, mesmo quando associado aos bons
resultados deste produto estaria nossa contribuição para minimizar problemas ambientais? Afinal,
quais os limites da educação ambiental quando circunscritas a oficinas dessa natureza? Sensibili-
zar os participantes é suficiente?
Em concordância com Menin (2002), Jacobi (2003), Pelicioni e Philippi (2014) e Escobar
(2017), uma pesquisa sobre projetos de educação ambiental desenvolvidos em escolas, a partir
da análise de dissertações e teses, realizada por Palmieri e Cavalari (2012), identificou também o
predomínio de propostas focadas na transmissão de conteúdos descontextualizados, na expecta-
tiva de que os participantes passem a adotar determinados comportamentos desejados por seus
proponentes, ou seja, focados no indivíduo e na mudança de pequenos hábitos.
Para que projetos na área educacional desenvolvidos no espaço escolar favoreçam a cons-
trução da subjetividade e aproximem os educandos da realidade, devem extrapolar os “muros” da
escola, ou seja, devem considerar as transformações sociais e os saberes socialmente construídos
e compartilhados no mundo globalizado (Jacobi, 2003; Markham et al., 2008), a partir do diálogo
com demais atores que compõem a comunidade escolar como um todo, ou seja, familiares, mo-
radores e profissionais de equipamentos sociais do entorno, poder público, entre outros (Jacobi,
Toledo & Grandisoli, 2016).
Oficinas de capacitação, embora proponham a prática pela experiência, devem ir além de
modelos que partem da exposição de conteúdos, seguidos por vivências sensibilizadoras. Isso por-
que, na maior parte das vezes, a definição destes conteúdos é feita por um “especialista” que os
considera relevantes, e as vivências seguem “receitas” pré-estabelecidas, no contexto da chama-
da educação ambiental “conservadora” (Loureiro, 2004). Para Carvalho e Mhule (2016), experiên-
cias que não estimulam a reflexão e a criatividade se tornam frágeis na formação da autonomia e
da criticidade, componentes fundamentais de uma educação ambiental crítica.

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LIMITES DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DE OFICINAS DE RECICLAGEM FRENTE AO DESCARTE INADEQUADO DO ÓLEO
DE COZINHA EM CENTROS URBANOS
Enquanto a educação ambiental conservadora baseia-se em pressupostos da educação tra-
dicional e no desenvolvimento de atividades pontuais e fragmentadas, a educação ambiental
crítica fundamenta-se na educação popular e em princípios como os da pedagogia freireana e,
portanto, propõe práticas dialógicas e contextualizadas. Enquanto a primeira, a partir de uma
visão reducionista da problemática socioambiental, tem pouco à contribuir para a transformação
social, já a segunda, ao propor a compreensão dos problemas em suas múltiplas dimensões, tem
maior potencial para questionar o modelo de desenvolvimento socioeconômico vigente e gerar
mudanças (Guimarães, 2004). Assim, processos de aprendizagem social com foco na educação
ambiental serão capazes de gerar transformações em direção à sustentabilidade quando, além
de proporcionarem a criação de espaços de formação, voltados à reflexão crítica e ao diálogo,
buscarem coletivamente alternativas ao modelo vigente (Wals, 2015)
Costa e Loureiro (2017) lembram também das aproximações entre a pedagogia freireana e
a abordagem interdisciplinar, no sentido de que à educação ambiental crítica cabe contribuir para
romper com a lógica de dominação a que os oprimidos estão sujeitos, a partir de situações reais
por eles vivenciadas, em diferentes contextos. E, diante da complexidade e incertezas da proble-
mática socioambiental da atualidade, não há dúvidas sobre a relevância da interdisciplinaridade
para melhor compreender e equacionar demandas contemporâneas.
Assim, voltando a alguns dos questionamentos anteriores, projetos de educação ambiental
reduzidos a ações pontuais, como oficinas de aprendizagens e troca de experiências, sejam elas
com foco na reciclagem de óleo de cozinha para a produção de sabão caseiro ou na conservação
do jacaré de papo-amarelo, ou seja, independente da temática abordada, estarão limitados à ob-
jetivos de sensibilização e de mudanças de comportamento, resultados estes poucos duradouros
e eficazes.
Tem-se, portanto, que diante da gravidade dos problemas socioambientais da atualidade,
especialmente no contexto urbano, faz-se necessário, a criação de espaços de aprendizagem so-
cial mais contextualizados, dialógicos, críticos e reflexivos, que estimulem valores de solidarieda-
de e a busca de soluções compartilhadas, envolvendo diferentes áreas do conhecimento e setores
da sociedade, caminhando-se em direção à sustentabilidade.

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