Curso 197702 Aula 00 2600 Completo

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Policia Penal-DF (Policial Penal) Passo


Estratégico de Direito Processual Penal -
2022 (Pós-Edital)

Autor:
Alexandre Segreto dos Anjos

15 de Março de 2022

93632428115 - Mabia Maia


Alexandre Segreto dos Anjos
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DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.


Sumário

Apresentação .................................................................................................................................... 2

O que é o Passo Estratégico? ........................................................................................................... 3

O que é mais cobrado dentro do assunto? ................................................................................... 4

Roteiro de revisão e pontos do assunto que merecem destaque .................................................... 5

Aposta estratégica .......................................................................................................................... 15

Questões estratégicas ..................................................................................................................... 17

Questionário de revisão e aperfeiçoamento ................................................................................... 26

Perguntas ..................................................................................................................................... 26

Perguntas com respostas ............................................................................................................. 28

Lista de Questões Estratégicas ....................................................................................................... 31

Gabarito ....................................................................................................................................... 34

Referências Bibliográficas ............................................................................................................... 35

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APRESENTAÇÃO
Olá!

Sou o Professor Alexandre Segreto e serei seu analista do Passo Estratégico.

Para que você conheça um pouco sobre meu trabalho, segue um resumo das minhas experiências
profissionais, acadêmicas e como concurseiro:

Alexandre Segreto

Delegado de Polícia do Estado de Mato Grosso.

Foi Procurador de Justiça Desportiva com atuação na área automobilística.

Analista do Passo Estratégico - disciplinas: Direito Penal, Direito Penal Militar e


Direito Processual Penal Militar.

Foi advogado por 17 anos.

Graduado em Direito pela Unesa.

Pós-Graduado em LL.M Litigation pela Fundação Getúlio Vargas.

Estou extremamente feliz de ter a oportunidade de trabalhar na equipe do “Passo”, porque tenho
a convicção de que nossos relatórios e simulados proporcionarão uma preparação diferenciada
aos nossos alunos!

@alexandre_segreto

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O QUE É O PASSO ESTRATÉGICO?


O Passo Estratégico é um material escrito e enxuto que possui dois objetivos principais:

a) orientar revisões eficientes;

b) destacar os pontos mais importantes e prováveis de serem cobrados em prova.

Assim, o Passo Estratégico pode ser utilizado tanto para turbinar as revisões dos alunos mais
adiantados nas matérias, quanto para maximizar o resultado na reta final de estudos por parte dos
alunos que não conseguirão estudar todo o conteúdo do curso regular.

Em ambas as formas de utilização, como regra, o aluno precisa utilizar o Passo Estratégico em
conjunto com um curso regular completo.

Isso porque nossa didática é direcionada ao aluno que já possui uma base do conteúdo.

Assim, se você vai utilizar o Passo Estratégico:

a) como método de revisão, você precisará de seu curso completo para realizar as leituras indicadas
no próprio Passo Estratégico, em complemento ao conteúdo entregue diretamente em nossos
relatórios;

b) como material de reta final, você precisará de seu curso completo para buscar maiores
esclarecimentos sobre alguns pontos do conteúdo que, em nosso relatório, foram eventualmente
expostos utilizando uma didática mais avançada que a sua capacidade de compreensão, em razão
do seu nível de conhecimento do assunto.

Seu cantinho de estudos famoso!


Poste uma foto do seu cantinho de estudos nos stories do
Instagram e nos marque:

@passoestrategico
Vamos repostar sua foto no nosso perfil para que ele fique
famoso entre milhares de concurseiros!

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O que é mais cobrado dentro do assunto?


Considerando os tópicos que compõem o nosso assunto, qual seja, "Noções introdutórias.
Sistemas. Princípios. Lei processual no tempo e no espaço. Interpretação da Lei Processual",
possuímos a seguinte distribuição percentual:

% de cobrança
Tópico

Princípios do Direito Processual Penal. Disposições constitucionais. 48,75%


Aplicação da Lei processual penal. 30%
Sistemas processuais penais. 21,25%

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ROTEIRO DE REVISÃO E PONTOS DO ASSUNTO QUE


MERECEM DESTAQUE

A ideia desta seção é apresentar um roteiro para que você realize uma revisão completa do
assunto e, ao mesmo tempo, destacar aspectos do conteúdo que merecem atenção.

1. As bancas costumam cobrar muito a literalidade dos dispositivos constitucionais e legais. Muitas
vezes, apenas trocam ou acrescentam palavras para confundir o candidato. Dessa forma sugerimos
uma leitura atenta dos dispositivos constitucionais e legais pertinentes ao tema (Art. 1º a 3º do
CPP e art. 5º, XXXVII, LIV, LV, LVI, LVII, LXIII, da Constituição Federal de 1988).

Leia e releia tais dispositivos, atentando-se aos seguintes pontos, buscando memorizá-los aos
poucos (a memorização virá com o tempo, não se preocupe em decorar de uma só vez tudo).

Para revisar e ficar bem-preparado no assunto, "Princípios que regem o processo penal. Direitos e
garantias aplicáveis ao processo penal na Constituição Federal. Direitos e garantias aplicáveis ao
processo penal nos tratados e convenções internacionais ratificados pelo Brasil. Conceito e
características do devido processo penal. Conceito e características do processo penal inquisitório
e acusatório. Fontes do processo penal. Lei processual penal no tempo e no espaço. Interpretação
da lei processual penal.", você precisa, basicamente, seguir os passos a seguir: 2. Princípios
fundamentais do Processo Penal

2.1 Diversos são os princípios apontados pela doutrina pertinentes ao processo penal, dividindo-
os em princípios explícitos, ou seja, aqueles expressamente previstos pelo texto constitucional e
implícitos, que são os decorrentes de outros princípios.

Princípios constitucionais explícitos Princípios constitucionais implícitos


1. Princípio da presunção de inocência* 1. Princípio da não autoincriminação*
2. Princípio da igualdade processual 2. Princípio da iniciativa das partes
3. Princípio da ampla defesa* 3. Princípio do duplo grau de jurisdição
4. Princípio da plenitude de defesa 4. Princípio do juiz imparcial
5. Princípio do favor rei 5. Princípio do promotor natural
6. Princípio do contraditório* 6. Princípio da obrigatoriedade da ação pública
7. Princípio do juiz natural* 7. Princípio da oficialidade
8. Princípio da publicidade 8. Princípio da oficiosidade
9. Princípio da vedação as provas ilícitas* 9. Princípio da autoritariedade
10. Princípios da economia processual, celeridade 10. Princípio da intranscendência
processual e duração razoável do processo.
11. Princípio do devido processo legal* 11. Princípio do ne bis in idem

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2.2 Como o objetivo do presente projeto é orientar revisões eficientes, e destacar os pontos mais
importantes e prováveis de serem cobrados em prova, trataremos minuciosamente dos princípios
mais cobrados em concursos públicos.

2.3 Princípio da Presunção de inocência (ou não culpabilidade)

Expressamente previsto na Constituição Federal de 1988 no art. 5º, inciso LVII, é princípio por meio
do qual se entende que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória. Em outros termos, no processo penal, todo acusado é presumido inocente
até eventual sentença condenatória transitar em julgado.

Art. 5º (...)-LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de


sentença penal condenatória.

O Princípio em comento provoca importantes consequências no estudo do Processo Penal:

• O ônus da prova, em regra cabe a acusação: considerando que a pessoa já nasce inocente,
para que o estado seja alterado é preciso, em regra, que o autor da ação principal prove o
contrário. Assim, temos o princípio do in dubio pro reo, segundo o qual, durante o processo,
havendo dúvidas acerca da culpa ou não do acusado, deverá o Juiz decidir em favor deste,
pois sua culpa não foi cabalmente provada.

CUIDADO! Existem hipóteses em que o juiz não decidirá de acordo com o princípio do in dubio
pro reo, mas pelo princípio do in dubio pro societate. Por exemplo, nas decisões de recebimento
de denúncia ou queixa e na decisão de pronúncia no processo de competência do tribunal do júri.

• Excepcionalidade das prisões cautelares: a privação cautelar da liberdade é medida


excepcional e somente se justifica em hipóteses estritas, ou seja, a regra é responder o
processo penal em liberdade, a exceção é estar preso.

Ônus da prova, em regra cabe


acusação.
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO
DE INOCÊNCIA
Excepcionalidade das prisões
cautelares.

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2.4 Princípio da Ampla Defesa

Por força do desse princípio, encontrado no art. 5º, LV, da Constituição Federal, entende-se que o
réu tem direito a um amplo arsenal de instrumentos de defesa como forma de compensar sua
enorme hipossuficiência e fragilidade em relação ao Estado.

Art. 5º(...) - LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos


acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios
e recursos a ela inerentes;

Este princípio se divide em autodefesa e defesa técnica

Autodefesa (disponível)

Ampla defesa

Defesa Técnica (indisponível)

• A autodefesa é a defesa promovida pessoalmente pelo réu, sem assistência de procurador,


geralmente durante o seu interrogatório judicial sendo ela disponível, afinal de contas o
acusado pode se calar em conformidade com outro princípio constitucional expresso, o
direito ao silêncio (art. 5º LXIII, CF).

• A autodefesa distingue-se ainda em direito de audiência (direito de o réu ser ouvido no


processo, o que ocorre geralmente durante o interrogatório e direito de presença (direito
de o réu estar presente aos atos processuais, geralmente audiências).

• Já a defesa técnica é aquela promovida por um defensor técnico, sendo ela indisponível,
pois, em regra, o réu não pode se defender sozinho apenas.

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2.5 Princípio do Contraditório

Por força do princípio do contraditório, art. 5º LV da CF/88 as partes têm o direito de se manifestar
sobre qualquer fato alegado ou prova produzida pela parte contrária visando a manutenção do
equilíbrio entre o direito de punir do Estado e o direito de liberdade do réu.

Art. 5º(...) - LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos


acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios
e recursos a ela inerentes;

O direito ao contraditório se manifesta da seguinte forma:

• Direito de ser intimado sobre os fatos e provas.


• Direito de se manifestar sobre os fatos e provas.
• Direito de interferir efetivamente no pronunciamento do juiz.

2.6 Princípio da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos.

No nosso sistema processual penal, às partes é conferido o direito de produzir as provas que
entenderem necessárias para convencer o Juiz. Entretanto, esse direito probatório não é ilimitado,
sendo defeso a produção de provas ilícitas, ou seja, aquelas que violem normas constitucionais ou
legais.

Art.5º (...)- LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.

CUIDADO! Veda-se também, a utilização de provas ilícitas por derivação (teoria dos frutos da
árvore envenenada), que são os meios probatórios que, não obstante produzidos, validamente,
em momento posterior encontram-se afetados pelo vício da ilicitude originária que a eles se
transmite contaminando-os

Exemplo: Policiais constrangem um indivíduo mediante tortura, a confessar a prática de um crime


de homicídio. Inquestionavelmente, essa confissão deverá ser declarada ilícita. Pode ser que dessa
prova ilícita originária, resulte a obtenção de uma prova aparentemente lícita (localização e
apreensão de um cadáver_. Apesar da apreensão do cadáver ser aparentemente lícita percebe-se
que há um nexo causal inequívoco entre a confissão mediante tortura e a localização do cadáver.

ATENÇÃO! Admite-se a utilização de provas ilícitas quando esta for a em benefício dos direitos
do réu inocente que produziu tal prova para a sua absolvição.

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2.7 Princípio da vedação à autoincriminação (nemo tenetur se detegere)

Trata-se de princípio constitucional implícito que decorre do dispositivo constitucional: direito ao


silêncio (art. 5º LXIII, CF);

Art.5º (...) LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer em silêncio.

Trata-se de uma modalidade de autodefesa passiva, que é exercida por meio da inatividade do
indivíduo sobre quem recai ou pode recair uma imputação. Consiste, grosso modo, na proibição
de uso de qualquer medida de coerção ou intimidação ao investigado para obtenção de uma
confissão ou para que colabore em atos que possam ocasionar sua condenação.

Em razão deste princípio, o acusado não é obrigado a praticar qualquer ato que possa ser
prejudicial à sua defesa, (ex: realizar o teste do bafômetro). Além disso, o silêncio não pode ser
considerado como confissão.

Vale ressaltar que o princípio da vedação a autoincriminação tem previsão expressa no Pacto
Internacional dos Direitos Civis e Políticos (art. 14.3"g") e na Convenção Americana sobre Direitos
Humanos (art.8, §2º, "g")

2.8 Princípio do Juiz Natural

O princípio do juiz natural deve ser compreendido como o direito que cada cidadão tem de saber,
previamente, a autoridade que irá processar e julgá-lo caso venha a praticar uma conduta definida
como infração penal pelo ordenamento jurídico.

Juiz natural ou juiz legal é, portanto, aquele constituído antes do fato delituoso a ser julgado,
mediante regras taxativas de competência. Visa assegurar que as partes sejam julgadas por um juiz
imparcial e independente.

Apesar do princípio do juiz natural não constar na Constituição expressamente com essas palavras,
ele pode ser extraído do art. 5º, XXXVII da CF/88:

Art. 5º(...) XXXVII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente.

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2.8 Princípio do Devido Processo Legal

O princípio do devido processo legal vem insculpido no art. 5º LIV da CF/88:

Art. 5º(...) LIV ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal.

Trata- sede princípio que fundamenta a visão garantista do processo penal, entendido como
instrumento de efetivação dos direitos fundamentais do réu em face da força de Estado. Referido
princípio e exercido por meio de outros princípios, como ampla defesa e contraditório, liga-se,
portanto, ao procedimento a à ampla possibilidade de o réu produzir provas, apresentar alegações,
demonstrar, enfim, ao juiz sua inocência.

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3. Sistemas Processuais

Sistema Inquisitorial Sistema Acusatório


Não há separação das funções de acusar, Separação das funções de acusar, defender e
defender e julgar, que estão concentradas em julgar. Por consequência, caracteriza-se pela
uma única pessoa, que assume as vestes de um presença de partes distintas (actum trium
juiz inquisidor; personarum), contrapondo-se acusação e
defesa em igualdade de condições,
sobrepondo-se a ambas um juiz, de maneira
equidistante e imparcial;
Como se admite o princípio da verdade real, o O princípio da verdade real é substituído pelo
acusado não é sujeito de direitos, sendo princípio da busca da verdade, devendo a
tratado como mero objeto do processo, daí por prova ser produzida com fiel observância ao
que se admite inclusive a tortura como meio de contraditório e à ampla defesa;
se obter a verdade absoluta;
Gestão da prova: o juiz inquisidor é dotado de Gestão da prova: recai precipuamente sobre as
ampla iniciativa acusatória e probatória, tendo partes. Na fase investigatória, o juiz só deve
liberdade para determinar de ofício a colheita intervir quando provocado, e desde que haja
de elementos informativos e de provas, seja no necessidade de intervenção judicial. Durante a
curso das investigações, seja no curso da instrução processual, prevalece o
instrução processual; entendimento de que o juiz tem certa iniciativa
probatória, podendo determinar a produção
de provas de ofício, desde que o faça de
maneira subsidiária;
A concentração de poderes nas mãos do juiz e A separação das funções e a iniciativa
a iniciativa acusatória dela decorrente é probatória residual restrita à fase judicial
incompatível com a garantia da imparcialidade preserva a equidistância que o magistrado
(CADH, art.8º, §1º) e com o princípio do devido deve tomar quanto ao interesse das partes,
processo legal. sendo compatível com a garantia da
imparcialidade e com o princípio do devido
processo legal.

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Atenção! Sistema misto (ou acusatório formal ou francês).

Surgido após Revolução Francesa, é o sistema que mescla os dois sistemas anteriores, existindo
uma fase de instrução preliminar, com os elementos do sistema inquisitivo - procedimento secreto,
escrito e sem contraditório -, e a fase do julgamento, com a predominância do sistema acusatório
- oralidade, publicidade, contraditório, concentração dos atos processuais, intervenção de juízes e
populares e livre apreciação das provas (NUCCI, 2008, p.116)

A doutrina majoritária entende que o Brasil optou pelo sistema acusatório, embora haja
posicionamentos isolados em sentido contrário, que informa ser o sistema misto, pelas seguintes
razões:

• Existe uma etapa genuinamente inquisitiva - Inquérito policial


• O Juiz podia (até 2019), de ofício (sem o requerimento de ninguém), produzir provas.
• O Juiz podia, do ofício, decretar a prisão preventiva do acusado (no curso do processo)

ATENÇÃO! Todavia, a Lei 13.964/19 (denominada de pacote anticrime) criou a figura do Juiz das
Garantias, acabando de vez com a discussão, estabelecendo um sistema inegavelmente acusatório
ao processo penal brasileiro.

4. Aplicação da lei Penal

Lei processual penal no espaço


Princípio da territorialidade
APLICAÇÃO DA LEI
PROCESSUAL PENAL Lei processual penal no tempo
Sistema isolamento dos atos
processuais

Quanto à aplicação da LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO, vale, como regra geral, o princípio
da territorialidade, previsto no art. 1º, caput, do CPP, segundo o qual é aplicada a lei processual
penal brasileira a todo crime ocorrido em território nacional. Simples assim!!

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O art. 1º do CPP dispõe que:


Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este
Código, ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de
Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros
do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts.
86, 89, § 2º, e 100);
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no
17);
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130)
==117d7d==

Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos
incisos IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo
diverso.

Já no que se refere à aplicação da LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO, o Código de Processo


Penal adotou o princípio do efeito imediato ou aplicação imediata ou sistema do isolamento dos
atos processuais, previsto no art. 2º do CPP:

Art. 2º - A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade
dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

Segundo esta teoria a lei processual penal nova pode ser aplicada imediatamente aos processos
em curso, mas somente será aplicável aos atos processuais futuros, ou seja, não irá interferir nos
atos processuais que já foram validamente praticados sob a vigência da lei antiga.

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5. Interpretação e Integração da Lei Processual Penal

O art. 3° do CPP diz:

Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação


analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.

Vamos explicar, assim, o que seriam interpretação extensiva, aplicação analógica e princípios gerais
do Direito.

Na interpretação extensiva a lei disse menos do que deveria dizer. Por consequência, para que se
possa conhecer a exata amplitude da lei, o intérprete necessita ampliar o seu campo de incidência.
por exemplo, No crime de extorsão mediante sequestro, por exemplo, é lógico que a lei quis
incluir, também, extorsão mediante cárcere privado. Assim, faz-se uma interpretação extensiva,
que pode ser aplicada sem que haja violação ao princípio da legalidade, pois, na verdade, a lei
diz isso, só que não está expresso em seu texto.

A aplicação analógica, por sua vez, é bem diferente. Como o nome diz, decorre da analogia, que
é o mesmo que comparação. Assim, essa forma de integração da lei penal somente será utilizada
quando não houver norma disciplinando determinando caso. Nesta situação, utiliza-se uma norma
aplicável a outro caso, considerado semelhante.

CUIDADO! O CÓDIGO DE PROCESSO PENAL admite aplicação analógica. Por sua vez o
CÓDIGO PENAL não admite a aplicação analógica (salvo se for em benefício do réu).

Já os princípios gerais do Direito são regras de integração da lei, ou seja, de complementação


de lacunas. Assim, quando não se vislumbrar uma lei que possa reger adequadamente o caso
concreto, o CPP admite a aplicação dos princípios gerais do Direito.

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APOSTA ESTRATÉGICA

A ideia desta seção é apresentar os pontos do conteúdo que mais possuem chances de serem
cobrados em prova, considerando o histórico de questões da banca em provas de nível
semelhante à nossa, bem como as inovações no conteúdo, na legislação e nos entendimentos
doutrinários e jurisprudenciais1.

Assim, a aposta estratégica é muito importante na sua reta final de estudos. Vamos ao conteúdo
da nossa aposta?

Dentro do assunto "Noções introdutórias. Sistemas. Princípios. Lei processual no tempo e no


espaço. Interpretação da Lei Processual” os tópicos 2. Princípios Processuais Penais, 3. Sistemas
Processuais Penais são os que têm mais chance de serem cobrados em sua prova, tendo em vista
a incidência em provas semelhantes

Dessa forma, bastante atenção! Sugerimos que você leia os pontos destacados antes da prova,
beleza?

SISTEMA INQUISITORIAL
Não há separação das funções de acusar, defender e julgar - Juiz INQUISIDOR
Acusado não é sujeito de direitos, sendo tratado como mero objeto do processo
Juiz inquisidor é dotado de ampla iniciativa acusatória e probatória, pode determinar de ofício
a colheita e provas.

1
Vale deixar claro que nem sempre será possível realizar uma aposta estratégica para um determinado assunto,
considerando que às vezes não é viável identificar os pontos mais prováveis de serem cobrados a partir de critérios
objetivos ou minimamente razoáveis.

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SISTEMA ACUSATÓRIO (sistema adotado pelo CPP)


Separação das funções de acusar, defender e julgar- Juiz IMPARCIAL
Acusado é sujeito de direitos, devendo a prova ser produzida com fiel observância ao
contraditório e à ampla defesa.
Produção de provas a cargo das partes. Juiz só de forma residual na fase do processo.

Dentre o tópico princípios, os de maiores incidências em concursos públicos são os que seguem:

Presunção de inocência In(admissibilidade) Ampla defesa


provas ilícitas
Art.5º(...) LVII - ninguém será Art.5º(...) LVI - São Art. 5º(...) - LV - aos litigantes,
considerado culpado até o inadmissíveis, no processo, as em processo judicial ou
trânsito em julgado de provas obtidas por meios administrativo, e aos acusados
sentença penal condenatória. ilícitos em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa
com os meios e recursos a ele
inerentes.
Ônus da prova cabe a Vedação das provas ilícitas por Defesa Técnica (indisponível)
acusação - in dubio pro reo derivação (fruto da árvore
envenenada)
Excepcionalidade das prisões ATENÇÃO: Admite-se a Autodefesa (disponível)
cautelares utilização de provas ilícitas
quando esta for a em benefício
dos direitos do réu inocente
que produziu tal prova para a
sua absolvição.

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QUESTÕES ESTRATÉGICAS
Nesta seção, apresentamos e comentamos uma amostra de questões objetivas selecionadas
estrategicamente: são questões com nível de dificuldade semelhante ao que você deve esperar
para a sua prova e que, em conjunto, abordam os principais pontos do assunto.

A ideia, aqui, não é que você fixe o conteúdo por meio de uma bateria extensa de questões, mas
que você faça uma boa revisão global do assunto a partir de, relativamente, poucas questões.

1. FCC - 2012 - TRE-CE - Analista Judiciário - Área Administrativa. Mário comete um crime de
homicídio a bordo de um navio brasileiro de grande porte em alto mar, que faz o trajeto direto
entre Santos (São Paulo/Brasil) e Cape Town (África do Sul) e será processado e julgado pela
justiça:
A) da comarca de São Paulo, Capital do Estado de São Paulo, de onde o navio partiu.
B) da Capital Federal do Brasil (Brasília), pois o crime ocorreu em alto mar.
C) da África do Sul, em Cape Town, primeiro porto que tocará a embarcação após o crime, pois
este foi cometido em alto mar, em águas internacionais.
D) da comarca de Santos, último porto que tocou.
E) da África do Sul, na cidade de Bloemfontein, capital judiciária do país.

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Comentários

A – Incorreta. Alternativa incorreta, eis que de acordo com o art. 89 do CPP, Mario será processado
e julgado pela justiça de Santos, último porto que a embarcação tocou.

Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da


República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações
nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça do primeiro
porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar
do País, pela do último em que houver tocado.

B – Incorreta. Alternativa incorreta. Vide comentário da alternativa A.

C– Incorreta. Alternativa incorreta. Art. 5º, §1º, do CP:

Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras


de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional
as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do
governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.

D– Correta. Alternativa correta. Art. 89 do CPP:

Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República,


ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em
alto-mar, serão processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em
que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do
último em que houver tocado.

E – Incorreta. Alternativa incorreta. Vide comentário da alternativa C.

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2. FCC - 2018 - DPE-MA - Defensor Público. “Um homem acusado de assalto foi morto por
linchamento pela população em São Luís do Maranhão. Segundo a Polícia Militar (PM), J.F.B agiu
com um comparsa na abordagem de um eletricista em uma parada de ônibus, na Avenida
Marechal Castelo Branco" (Portal G1 MA, 10/04/2018). A notícia acima demonstra a NÃO
observância do seguinte princípio do processo penal democrático:
A) contraditório.
B) jurisdicionalidade ou necessidade.
C) imparcialidade.
D) juiz natural.
E) paridade de armas.

Comentários

A – Incorreta. Alternativa incorreta, uma vez que, considerando que ainda não havia processo, não
há que se falar em contraditório.

B – Correta. Alternativa correta. O princípio da jurisdicionalidade decorre da jurisdição. Tal


princípio impõe que determinadas matérias fiquem submetidas ao crivo do Poder Judiciário. Logo,
o linchamento pela população impediu o acusado de responder a um processo de forma regular,
cercado de todas as garantias do Estado Democrático de Direito.

C – Incorreta. Alternativa incorreta. A imparcialidade é um pressuposto processual. Logo,


considerando que ainda não havia processo, não há que se falar em imparcialidade.

D – Incorreta. Alternativa incorreta. O princípio do juiz natural também é um pressuposto


processual. Assim, considerando que ainda não havia processo, não há que se falar em
imparcialidade.

E – Incorreta. Alternativa incorreta. Não há que se falar em paridade de armas, uma vez que não
houve processo; tal princípio consiste na igualdade de oportunidade que deve ser garantida às
partes que estão em juízo.

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3. FCC - 2019 - MPE-PE - Técnico Ministerial - Administrativa - O princípio do Direito Processual


Penal que impede a criação de tribunais de exceção refere-se ao princípio
A) do contraditório.
B) da verdade real.
C) da oficiosidade.
D) do juiz natural.
E) da indisponibilidade.

Comentários

A – Incorreta. Alternativa incorreta. O princípio do contraditório está previsto no art. 5º, LV, da CF,
e consiste no direito das partes de se manifestarem sobre quaisquer fatos alegados ou provas
produzidas pela parte contrária.

B – Incorreta. Alternativa incorreta. O princípio da verdade real, no processo penal, consiste na


busca de provas a fim de se chegar o mais próximo da verdade do mundo real. Essa busca tem
que ser realizada tanto pelas partes quanto pelo magistrado.

C– Incorreta. Alternativa incorreta. De acordo com o princípio da oficiosidade "as autoridades


públicas incumbidas da persecução penal devem agir de ofício, sem necessidade de provocação
ou de assentimento de outrem" (CAPEZ, 2007, p.22). Tal princípio aplica-se apenas aos crimes de
ação penal pública incondicionada.

D – Correta. Alternativa correta. O princípio do juiz natural veda o Tribunal ou Juiz de Exceção
(escolha do julgador após a ocorrência do caso concreto/crime), vez que tal princípio consiste que
o julgador, para atuar em determinado processo, deve ser escolhido previamente por lei ou pela
Constituição Federal. Este princípio tem como finalidade garantir a imparcialidade do juiz. Art. 5º,
LIII, da CF.
E – Incorreta. Alternativa incorreta. O princípio da indisponibilidade decorre do princípio da
obrigatoriedade e consiste na proibição ao Ministério Público de desistir da ação penal pública já
instaurada.

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4. FCC - 2018 - DPE-AP - Defensor Público - O sistema acusatório


A) se caracteriza por separar as funções de acusar e julgar e por deixar a iniciativa probatória com
as partes.
B) se verifica quando a Constituição prevê garantias ao acusado.
C) se verifica quando a Constituição prevê garantias ao acusado.
D) vigora em sua plenitude no direito brasileiro.
E) privilegia a acusação, sendo próprio dos regimes autoritários.

Comentários

A – Correta. Alternativa correta. O pilar do sistema acusatório é a separação das funções de acusar
e julgar, deixando a iniciativa probatória com as partes. Tal sistema busca criar mecanismos para
que se tenha um juiz imparcial.

B – Incorreta. Alternativa incorreta. O sistema acusatório não se verifica apenas quando a CF prevê
garantias ao acusado. É necessário que haja, principalmente, a separação das funções de acusar e
julgar.

C– Incorreta. Alternativa incorreta. A motivação das decisões judiciais é uma consequência do


sistema acusatório e não a raiz do mesmo.

D – Incorreta. Alternativa incorreta, eis que há divergências no direito brasileiro, principalmente no


tocante ao juiz ter iniciativa probatória e por várias vezes suprir a iniciativa das partes, como por
exemplo: art. 156 e 242 do CPP.
E – Incorreta. Alternativa incorreta. O sistema típico dos regimes autoritários é o sistema
inquisitorial e não o acusatório.

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5. FCC - 2017 - PC-AP - Escrivão de Polícia Civil de 1ª Classe - Considere as seguintes situações:
I. Provas de autoria de crime hediondo obtidas mediante interceptação telefônica determinada por
Delegado de Polícia.
II. Provas de prática de crime obtidas mediante cumprimento, durante o dia, de mandado judicial
de busca e apreensão de documentos, executado pela Polícia Civil, no domicílio de parente do
autor do crime.
III. Provas de prática de crime obtidas no âmbito de investigação penal, mediante quebra de sigilo
bancário determinada por ordem judicial.
Consideram-se provas ILÍCITAS, inadmissíveis no processo, as referidas APENAS em:
A) I.
B) I e II.
C) II e III.
D) II.
E) III.

Comentários

Alternativa correta letra "A".

O item I está correto, pois as provas de autoria de crime hediondo obtidas mediante interceptação
telefônica determinada por delegado de polícia é prova ilícita, inadmissível no processo. Art. 1º da
Lei 9296/96:

A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova


em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto
nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob
segredo de justiça.

O item II está incorreto, vez que não trata-se de prova ilícita. Art. 5º, XI, CF: "a casa é asilo inviolável
do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial".

O item III está incorreto, eis que também não trata-se de prova ilícita. A quebra de sigilo bancário
está sujeita à cláusula de reserva de jurisdição, logo só é possível por ordem judicial.

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6. FCC - 2017 - DPE-PR - Defensor Público - Os princípios constitucionais aplicáveis ao processo


penal incluem:
A) indisponibilidade.
B) verdade real.
C) razoável duração do processo.
D) identidade física do juiz.
E) favor rei.

Comentários

A – Incorreta. Alternativa incorreta, eis que o princípio da indisponibilidade, apesar de ser um


princípio processual penal, não está expressamente previsto na Constituição Federal.

B – Incorreta. Alternativa incorreta, eis que o princípio da verdade real não está expressamente
previsto na Constituição Federal.

C– Correta. Alternativa correta. Art. 5º, LXXXVIII, da CF: "a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação".

D – Incorreta. Alternativa incorreta, eis que o princípio da identidade física do juiz não tem base
constitucional, apenas infraconstitucional (art. 399, §2º, do CPP).
E – Incorreta. Alternativa incorreta, vez que o princípio do favor rei não está expressamente previsto
na Constituição Federal.

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7. FCC - TJ-SE- Juiz Substituto - A lei processual penal,


A) não admite aplicação analógica, salvo para beneficiar o réu.
B) não admite aplicação analógica, mas admite interpretação extensiva.
C) somente pode ser aplicada a processos iniciados sob sua vigência.
D) admite o suplemento dos princípios gerais de direito.
E) admite interpretação extensiva, mas não o suplemento dos princípios gerais de direito.

Comentários

A – Incorreta. Alternativa incorreta, eis que o art. 3º do CPP prevê a possibilidade de aplicação
analógica, sem ressalvas.

B – Incorreta. Alternativa incorreta, eis o art. 3º do CPP prevê a tanto a possibilidade de aplicação
analógica quanto de interpretação extensiva.

C– Incorreta. Alternativa incorreta. Art. 2º do CPP:

Art. 2º. A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade
dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

D – Correta. Alternativa correta. Art. 3º do CPP:

Art. 3º. A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação


analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.

E – Incorreta. Alternativa incorreta, eis o art. 3º do CPP admite tanto a possibilidade de


interpretação extensiva quanto de suplemento dos princípios gerais do direito.

8. FCC - 2015 - TJ-GO - Juiz Substituto - NÃO se trata de garantia processual expressa na
Constituição da República:
A) a liberdade provisória.
B) a identificação do responsável pelo interrogatório policial.
C) a publicidade restrita.
D) o cumprimento da pena em estabelecimento distinto em razão da natureza do delito.
E) o duplo grau de jurisdição.

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Comentários
A – Incorreta. Alternativa incorreta. Previsão constitucional - art. 5º, LXVI: "ninguém será levado à
prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança".

B – Incorreta. Alternativa incorreta, eis que há previsão constitucional. Art. 5º, LXIV: "o preso tem
direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial".

C– Correta. Alternativa incorreta. Previsão no art. 5º, LX, da CF: "a lei só poderá restringir a
publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem".

D – Incorreta. Alternativa incorreta. Art. 5º, XLVIII, da CF: "a pena será cumprida em
estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado".

E – Correta. Alternativa correta. O duplo grau de jurisdição tem previsão apenas no Pacto de São
José da Costa Rica, sendo um princípio constitucional implícito.

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QUESTIONÁRIO DE REVISÃO E APERFEIÇOAMENTO


A ideia do questionário é elevar o nível da sua compreensão no assunto e, ao mesmo tempo,
proporcionar uma outra forma de revisão de pontos importantes do conteúdo, a partir de
perguntas que exigem respostas subjetivas.

São questões um pouco mais desafiadoras, porque a redação de seu enunciado não ajuda na sua
resolução, como ocorre nas clássicas questões objetivas.

O objetivo é que você realize uma auto explicação mental de alguns pontos do conteúdo, para
consolidar melhor o que aprendeu ;)

Além disso, as questões objetivas, em regra, abordam pontos isolados de um dado assunto. Assim,
ao resolver várias questões objetivas, o candidato acaba memorizando pontos isolados do
conteúdo, mas muitas vezes acaba não entendendo como esses pontos se conectam.

Assim, no questionário, buscaremos trazer também situações que ajudem você a conectar melhor
os diversos pontos do conteúdo, na medida do possível.

É importante frisar que não estamos adentrando em um nível de profundidade maior que o exigido
na sua prova, mas apenas permitindo que você compreenda melhor o assunto de modo a facilitar
a resolução de questões objetivas típicas de concursos, ok?

Nosso compromisso é proporcionar a você uma revisão de alto nível!

Vamos ao nosso questionário:

Perguntas

1. Qual a teoria adotada pelo Código de Processo Penal para definição de aplicação da lei
processual penal no espaço?

2. Qual a teoria adotada pelo Código de Processo Penal para definição de aplicação da lei
processual penal no tempo?

3. Qual o sistema processual adotado pelo Código de Processo Penal? E quais suas características?

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4. Por força do princípio da verdade real, se uma autoridade policial determinar que um indiciado
forneça material biológico para a coleta de amostra para exame de DNA cujo resultado poderá
constituir prova para determinar a autoria de um crime, o indiciado estará obrigado a cumprir tal
determinação?

5. O silêncio do acusado durante seu interrogatório pode ser interpretado em seu desfavor?

6. Como se dá o ônus da prova em sede processual penal? Tal ônus e da acusação ou da defesa?

7. Imagine uma situação hipotética em que após uma escuta telefônica realizada pelo delegado
de polícia sem autorização judicial, a polícia consegue encontrar o local onde esta escondida
determinada coisa furtada, e em razão disso, obtém uma da autoridade judiciária um mandado
de busca e apreensão pra recuperá-la? Esse mandado judicial será válido?

8. Considerando o princípio da presunção de inocência é possível a execução da pena antes do


trânsito em julgado da sentença penal condenatória?

9. Discorra sobre o princípio do contraditório?

10. Em sede de Inquérito Policial existe exercício de contraditório?

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Perguntas com respostas

1. Qual a teoria adotada pelo Código de Processo Penal para definição de aplicação da lei
processual penal no espaço?
Enquanto à lei penal aplica-se o princípio da territorialidade (art. 5º CP) e da extraterritorialidade
incondicionada e condicionada(art. 7º CP), o Código de Processo Penal, adota o princípio da
territorialidade ou lex fori. Isso se deve ao fato que a atividade jurisdicional é um dos aspectos da
soberania nacional. logo, não pode ser exercida além das fronteiras do respectivo Estado.

Portanto, como se percebe, a regra é que todo e qualquer processo penal que surgir no território
nacional deva ser solucionado consoante as regras previstas do Código de Processo Penal. Há,
todavia, exceções: I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; II - as
prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes
conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos
crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); III - os processos da
competência da Justiça Militar; IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição,
art. 122, no 17); V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130)

2. Qual a teoria adotada pelo Código de Processo Penal para definição de aplicação da lei
processual penal no tempo?
Quanto á aplicação da lei processual penal no temo, vale, como regra geral, o princípio do efeito
imediato ou aplicação imediata (tempus regict actum) ou sistema dos isolamentos dos atos
processuais consagrados no art. 2º do CPP, segundo o qual a norma processual penal entra em
vigor imediatamente, pouco importando se mais gravosa ou não ao réu, atingindo inclusive os
processos em curso, embora os atos processuais praticados na vigência da lei anterior sejam
absolutamente válidos. Justifica-se esse princípio porque se presume que a lei nova é mais perfeita,
adequada aos fins do processo.

3. Qual o sistema processual adotado pelo Código de Processo Penal? E quais suas características?
De forma majoritária entende-se que nosso ordenamento jurídico adota o sistema acusatório que
possui como características: separação das funções de acusar, defender e julgar. Por consequência,
caracteriza-se pela presença de partes distintas, contrapondo-se acusação e defesa em igualdade
de condições, sobrepondo-se a ambas um juiz, de maneira equidistante e imparcial; o princípio da
verdade real é substituído pelo princípio da busca da verdade, devendo a prova ser produzida com
fiel observância ao contraditório e à ampla defesa; gestão da prova recai precipuamente sobre as
partes; procedimento e caracterizado pela publicidade e oralidade; réu tratado como sujeito de
direitos e não mero objeto.

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4. Por força do princípio da verdade real, se uma autoridade policial determinar que um indiciado
forneça material biológico para a coleta de amostra para exame de DNA cujo resultado poderá
constituir prova para determinar a autoria de um crime, o indiciado estará obrigado a cumprir tal
determinação?
Não. Eis que por força do princípio constitucional da não autoincriminação (nemo tenetur se
detegere), doutrina e jurisprudência têm adotado entendimento de que não se pode exigir um
comportamento do indivíduo no sentido de colaborar com as investigações no tocante a produção
de provas que possam incriminá-lo. Raciocínio este que pode ser transportado para a exigência ou
não de se submeter ao teste do bafômetro, onde de igual modo é pacífico que o motorista não é
obrigado a realizar.

5. O silêncio do acusado durante seu interrogatório pode ser interpretado em seu desfavor?
Não. O silêncio do acusado é uma garantia constitucional (art. 5º,LXIII) portanto do exercício desse
direito não pode ser extraído nenhuma consequência prejudicial ao réu, tampouco ser utilizado
como elemento para a formação da convicção do órgão julgador, até porque milita em favor do
acusado a presunção de inocência.

6. Como se dá o ônus da prova em sede processual penal? Tal ônus e da acusação ou da defesa?
Por força do princípio da presunção de inocência a parte acusadora tem o ônus de demostrar a
culpabilidade do acusado além de qualquer dúvida razoável, e não deste de provar sua inocência.
Em outras palavras, recai exclusivamente sobre a acusação o ônus da prova, incumbindo-lhe
demonstrar que o acusado praticou o fato delituoso que lhe foi imputado na peça acusatória.

7. Imagine uma situação hipotética em que após uma escuta telefônica realizada pelo delegado
de polícia sem autorização judicial, a polícia consegue encontrar o local onde esta escondida
determinada coisa furtada, e em razão disso, obtém uma da autoridade judiciária um mandado
de busca e apreensão pra recuperá-la? Esse mandado judicial será válido?
A resposta é negativa, eis que se tem na situação em comento a aplicação da vedação da prova
ilícita por derivação (teoria dos frutos da árvore envenenada), que são os meios probatórios que,
não obstante produzidos, validamente, em momento posterior encontram-se afetados pelo vício
da ilicitude originária que a eles se transmite contaminando-os. Na situação hipotética embora o a
busca e apreensão tenha sido objeto de mandado judicial, encontrando-se aparentemente lícita,
ela só foi possível devido a uma prova anterior produzida de forma ilícita, qual seja a interceptação
telefônica sem ordem judicial, o que por consequência contaminou a prova derivada.

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8. Considerando o princípio da presunção de inocência é possível a execução da pena antes do


trânsito em julgado da sentença penal condenatória?
No ano de 2009 o Supremo Tribunal Federal, entendeu que a execução da pena só poderia ocorrer
com o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Logo a despeito dos recursos
extraordinários e especiais não serem dotados de efeito suspensivo, enquanto não houvesse o
trânsito em julgado da sentença penal condenatória não seria possível a execução da pena.

Todavia no ano de 2016 tal cenário foi alterado, e por maioria de votos o STF mudou de orientação
admitindo a execução provisória de acórdão penal condenatório proferido por Tribunal de
segunda instância, sem que tal configure violação ao princípio da presunção de inocência.

Porém, em novembro de 2019, o STF voltou a adotar o entendimento da impossibilidade de


execução da pena antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. (leia-se
esgotamento de todos os recursos).

9. Discorra sobre o princípio do contraditório?


De acordo com o art. 5º , LV da CF/88, aos litigantes , em processo judicial ou administrativo, e
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos
a ele inerentes.

O contraditório pode ser compreendido como a ciência bilateral dos atos ou termos do processo
e a possibilidade de contrariá-los, e assim poder influenciar na decisão juiz, resumindo-se em dois
elementos: direito a informação e direito a partipação.

10. Em sede de Inquérito Policial existe exercício de contraditório?


Prevalece na doutrina e na jurisprudência o entendimento de que a observância do contraditório
só é obrigatória no processo penal, na fase processual, e não na fase investigatória. Isso porque o
dipositivo o art. 5º, LV, da CF, faz menção à observância do contraditório em processo judicial ou
administrativo. Logo, considerando-se que o inquérito policial é tido como um procedimento
administrativo destinado à colheita de elementos de informação quanto à existência do crime e
quanto à autoria ou participação, não há que se falar em contraditório na fase investigativa.

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LISTA DE QUESTÕES ESTRATÉGICAS


1. FCC - 2012 - TRE-CE - Analista Judiciário - Área Administrativa. Mário comete um crime de
homicídio a bordo de um navio brasileiro de grande porte em alto mar, que faz o trajeto direto
entre Santos (São Paulo/Brasil) e Cape Town (África do Sul) e será processado e julgado pela
justiça
A) da comarca de São Paulo, Capital do Estado de São Paulo, de onde o navio partiu.
B) da Capital Federal do Brasil (Brasília), pois o crime ocorreu em alto mar.
C) da África do Sul, em Cape Town, primeiro porto que tocará a embarcação após o crime, pois
este foi cometido em alto mar, em águas internacionais.
D) da comarca de Santos, último porto que tocou.
E) da África do Sul, na cidade de Bloemfontein, capital judiciária do país.

2. FCC - 2018 - DPE-MA - Defensor Público. “Um homem acusado de assalto foi morto por
linchamento pela população em São Luís do Maranhão. Segundo a Polícia Militar (PM), J.F.B agiu
com um comparsa na abordagem de um eletricista em uma parada de ônibus, na Avenida
Marechal Castelo Branco" (Portal G1 MA, 10/04/2018). A notícia acima demonstra a NÃO
observância do seguinte princípio do processo penal democrático:
A) contraditório.
B) jurisdicionalidade ou necessidade.
C) imparcialidade.
D) juiz natural.
E) paridade de armas.

3. FCC - 2019 - MPE-PE - Técnico Ministerial - Administrativa - O princípio do Direito Processual


Penal que impede a criação de tribunais de exceção refere-se ao princípio
A) do contraditório.
B) da verdade real.
C) da oficiosidade.
D) do juiz natural.
E) da indisponibilidade.

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4. FCC - 2018 - DPE-AP - Defensor Público - O sistema acusatório


A) se caracteriza por separar as funções de acusar e julgar e por deixar a iniciativa probatória com
as partes.
B) se verifica quando a Constituição prevê garantias ao acusado.
C) se verifica quando a Constituição prevê garantias ao acusado.
D) vigora em sua plenitude no direito brasileiro.
E) privilegia a acusação, sendo próprio dos regimes autoritários.

5. FCC - 2017 - PC-AP - Escrivão de Polícia Civil de 1ª Classe - Considere as seguintes situações:
I. Provas de autoria de crime hediondo obtidas mediante interceptação telefônica determinada
por Delegado de Polícia.
II. Provas de prática de crime obtidas mediante cumprimento, durante o dia, de mandado judicial
de busca e apreensão de documentos, executado pela Polícia Civil, no domicílio de parente do
autor do crime.
III. Provas de prática de crime obtidas no âmbito de investigação penal, mediante quebra de sigilo
bancário determinada por ordem judicial.
Consideram-se provas ILÍCITAS, inadmissíveis no processo, as referidas APENAS em
A) I.
B) I e II.
C) II e III.
D) II.
E) III.

6. FCC - 2017 - DPE-PR - Defensor Público - Os princípios constitucionais aplicáveis ao processo


penal incluem
A) indisponibilidade.
B) verdade real.
C) razoável duração do processo.
D) identidade física do juiz.
E) favor rei.

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7. FCC - TJ-SE- Juiz Substituto - A lei processual penal,


A) não admite aplicação analógica, salvo para beneficiar o réu.
B) não admite aplicação analógica, mas admite interpretação extensiva.
C) somente pode ser aplicada a processos iniciados sob sua vigência.
D) admite o suplemento dos princípios gerais de direito.
E) admite interpretação extensiva, mas não o suplemento dos princípios gerais de direito.

8. FCC - 2015 - TJ-GO - Juiz Substituto - NÃO se trata de garantia processual expressa na
Constituição da República:
A) a liberdade provisória.
B) a identificação do responsável pelo interrogatório policial.
C) a publicidade restrita.
D) o cumprimento da pena em estabelecimento distinto em razão da natureza do delito.
E) o duplo grau de jurisdição.

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Gabarito

1- Letra D
2 - Letra B
3 - Letra D
4 - Letra A
5 - Letra A
6 - Letra C
7 - Letra D
8 - Letra E

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, LEONARDO BARRETO MOREIRA. Processo Penal- Parte Geral- 9ª edição - Salvador:
Editora Juspodivm. 2019.

DE LIMA, RENATO BRASILEIRO. Manual de Processo Penal-Volume Único - 8ª edição -Salvador:


Editora Juspodivm. 2020.

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