Aula 10 - Biomas Brasileiros

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PRÉ- VESTIBULAR POPULAR MARGARIDA ALVES

UNEAFRO 2024 - BIOLOGIA II


Aula 10 – Biomas Brasileiros

O território brasileiro abriga cerca de um terço de todas as florestas tropicais do planeta e o


maior sistema fluvial do mundo, além de reunir cerca de 1,8 milhão de espécies em seis biomas.
Tal magnitude faz com que o Brasil esteja entre os cinco países que possuem maior diversidade
biológica na Terra. Os biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa são
sistemas naturais que ao longo da história sofreram o impacto dos ciclos econômicos e do processo
de ocupação do espaço brasileiro.
Suas denominações têm como referência o tipo de vegetação e o relevo predominantes nos
ambientes em que se situam. Ainda hoje, a diversidade encontrada em cada um desses biomas
pode ser percebida a partir de uma comparação entre eles e através de uma observação das
características internas de cada um.
A Floresta Amazônica é considerada a maior diversidade de reserva biológica do planeta,
com indicações de que abriga, ao menos, metade de todas as espécies vivas do planeta. Já o
Cerrado é considerado a savana com maior biodiversidade do mundo. Já a Mata Atlântica conta
com recursos hídricos que abastecem 70% da população nacional.
• Amazônia
O Bioma Amazônia ocupa cerca de 49% do território brasileiro. A Amazônia possui a maior
floresta tropical do mundo, equivalente a 1/3 das reservas de florestas tropicais úmidas que abrigam
a maior quantidade de espécies da flora e da fauna. Contém 20% da disponibilidade mundial de
água e grandes reservas minerais. O delicado equilíbrio de suas formas de vida são muito sensíveis
à interferência humana. A Amazônia passa pelos territórios do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e
Roraima, e parte do território do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins. A Amazônia é
formada por distintos ecossistemas como florestas densas de terra firme, florestas estacionais,
florestas de igapó, campos alagados, várzeas, savanas, refúgios montanhosos e formações
pioneiras.

➢ Clima
Por estar localizada próxima à linha do Equador, a floresta amazônica apresenta clima equatorial.
Assim, é marcada por elevadas temperaturas e umidade do ar. As temperaturas médias anuais
oscilam entre 22 e 28°C e a umidade do ar pode ultrapassar os 80%. Outra característica é o
elevado índice pluviométrico que varia entre 1400 a 3500 mm por ano. Em geral, as estações do
ano na floresta distingue-se por dois períodos: o seco e o chuvoso.

➢ Desmatamento
Apesar de ser o nosso bioma mais preservado, cerca de 16% de sua área já foi devastada, o
que equivale a duas vezes e meia a área do estado de São Paulo. O desmatamento, as queimadas,
a garimpagem, o agropastoreio e a biopirataria representam os principais problemas ambientais
enfrentados pelo bioma amazônico. O conjunto formado por essas ações devastadoras é
responsável por graves mudanças climáticas em todo o planeta, como o aquecimento global.
Amazônia é considerada um grande “resfriador” atmosférico e como maior abrigo da biodiversidade
do mundo.
➢ Fauna e flora
Pesquisas indicam que na Amazônia existem cerca de trinta milhões de espécies animais, e isso
porque nem todas as espécies foram encontradas e estudadas pelos cientistas. Lá existem alguns
animais que ainda são desconhecidos pelos homens. Os mais famosos são os macacos, eles são
numerosos: coatás, guaribas, barrigudos, entre outros. Uma infinidade de primatas pode ser
encontrada nos galhos das árvores amazônicas. Além deles, existem outros mamíferos
característicos da região. São mamíferos terrestres, como onças, tamanduás, esquilos, e mamíferos
aquáticos, como peixes-boi e botos.
Os répteis também têm território garantido. Em um passeio pela região podem ser vistos
lagartos, jacarés, tartarugas e serpentes. Entre os anfíbios, existem variados tipos de rãs, sapos e
pererecas. Uma grande coleção de peixes é outro fato digno de nota: nas águas amazônicas estão
85% das espécies de peixes de toda a América do Sul. Todos os anos milhares deles migram
tentando encontrar locais adequados para reprodução e desova. É o que se chama Piracema
(período de reprodução dos peixes).
Outros seres ainda menores, têm grande importância no equilíbrio deste ecossistema: os insetos.
Eles estão na terra, na água e no ar, exemplo: besouros, formigas, mariposas e vespas fazem parte
do grupo que é maioria na fauna amazônica. Há também grande variedade de aves na floresta,
como por exemplo, araras, papagaios, periquitos e vários outros. Um deles, são os tucanos que
colorem as copas das árvores. Mais de mil espécies de aves já foram catalogadas.

A vegetação divide-se em três categorias: matas de terra firme, matas de várzea e matas de
igapó.

As matas de terra firme são aquelas que estão em regiões mais altas e por este motivo não
são inundadas pelos rios. Nelas estão árvores de grande porte, como a castanheira-do-pará e a
palmeira.

As matas de várzea são as que sofrem com inundações em determinados períodos do ano. Na
parte mais elevada desse tipo de mata, o tempo de inundação é curto e a vegetação é parecida
com a das matas de terra firme. Nas regiões planas, que permanecem inundadas por mais tempo,
a vegetação é semelhante a das matas de igapó.

As matas de igapó são as que estão situadas em terrenos mais baixos. Estão quase sempre
inundadas. Nelas a vegetação é baixa: arbustos, cipós e musgos são exemplos de plantas comuns
nestas áreas. É nas matas de igapó que encontramos a vitória-régia, um dos símbolos da Amazônia.
• Mata Atlântica
O Bioma Mata Atlântica ocupa aproximadamente 13 % do território brasileiro. Por se localizar
na região litorânea, ocupada por mais de 50% da população brasileira, é o Bioma mais ameaçado
do Brasil. Apenas 27% de sua cobertura florestal original ainda está preservada. É constituída
principalmente por mata ao longo da costa litorânea que vai do Rio Grande do Norte ao Rio Grande
do Sul. A Mata Atlântica passa pelos territórios dos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa
Catarina, e parte do território do estado de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. A Mata
Atlântica apresenta uma variedade de formações, engloba um diversificado conjunto de
ecossistemas florestais com estrutura e composições florísticas bastante diferenciadas,
acompanhando as características climáticas da região onde ocorre.
Cerca de 70% da população brasileira vive no território da Mata Atlântica. As nascentes e
mananciais abastecem as cidades, sendo um dos fatores que tem contribuído com os problemas de
crise hídrica, associados à escassez, ao desperdício, à má utilização da água, ao desmatamento e à
poluição. A biodiversidade da Mata Atlântica é semelhante à da Amazônia. Os animais mais
conhecidos da Mata Atlântica são: Mico-Leão-Dourado, onça-pintada, bicho-preguiça e capivara.

➢ Clima
O clima da Mata Atlântica é predominantemente tropical úmido, influenciado pelas massas de ar
úmidas vindas do Oceano Atlântico. Apresenta também outros microclimas ao longo da mata, uma
vez que as grandes árvores que compõem a vegetação geram sombra e umidade. Além do clima
tropical litorâneo úmido, presente na região nordestina, a Mata atlântica engloba também os climas
tropical de altitude, na região sudeste, e o subtropical úmido, na região sul. Suas temperaturas
médias e umidade do ar são elevadas durante o ano todo e as chuvas são regulares e bem
distribuídas.

➢ Desmatamento
Logo em seguida ao descobrimento, grande parte da vegetação da Mata Atlântica foi destruída
devido à exploração intensiva e desordenada da floresta. O pau-brasil foi o principal alvo de extração
e exportação dos exploradores que colonizaram a região e hoje está quase extinto. O primeiro
contrato comercial para a exploração do pau-brasil foi feito em 1502, o que levou o Brasil a ser
conhecido como “Terra Brasilis”, ligando o nome do país à exploração dessa madeira avermelhada
como brasa. Outras madeiras de valor também foram exploradas até a extinção, como por exemplo
a tapinhoã, sucupira, canela, canjarana, jacarandá, araribá, pequi, jenipaparana, peroba, urucurana
e vinhático.
Os relatos antigos falam de uma floresta densa aparentemente intocada, apesar de habitada por
vários povos indígenas com populações numerosas. No nordeste brasileiro a extinção foi quase
total, o que agravou as condições de sobrevivência da população, causando fome, miséria e êxodo
rural comparados às regiões mais pobres do mundo.
Seguindo a derrubada da mata, vieram as plantações de cana-de-açúcar mais ao sul. Na região
sudeste, foi a cultura do café a principal responsável pela destruição em massa da vegetação nativa.
Mais na região sul, a exploração predatória da Mata Atlântica devastou o ecossistema da Floresta
das Araucárias devido ao valor comercial da madeira pinho extraída da Pinheiro-do-paraná. Além
da exploração predatória dos recursos florestais, houve também um significativo comércio de
exportação de couros e peles de animais. Hoje, praticamente 90% da Mata Atlântica em toda a
extensão territorial brasileira está totalmente destruída. É a segunda floresta mais ameaçada de
extinção do mundo. Este ritmo de desmatamento é 2,5 vezes superior ao encontrado na Amazônia
no mesmo período.

➢ Fauna e flora
Nas regiões onde ainda existe, a Mata Atlântica caracteriza-se pela vegetação exuberante, com
acentuado higrofitismo, ou seja, plantas que se adaptam bem a água. Entre as espécies mais
comuns encontram-se algumas briófitas, cipós, e orquídeas. A fauna endêmica é formada
principalmente por anfíbios (grande variedade de anuros), mamíferos e aves das mais diversas
espécies. É uma das áreas mais sujeitas a precipitação no Brasil. As chuvas são orográficas, em
função das elevações do planalto e das serras.
A biodiversidade da Mata Atlântica é semelhante à biodiversidade da Amazônia. Há subdivisões
do bioma da Mata Atlântica em diversos ecossistemas devido as variações de latitude e altitude. Há
ainda formações pioneiras, seja por condições climáticas, seja por recuperação, zonas de campos
de altitude e enclaves de tensão por contato. A interface com estas áreas cria condições particulares
de fauna e flora.
Os ecossistemas definidos pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) em 1992 para
a Mata Atlântica foram: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Ombrófila
Mista; Floresta Estacional Decidual; Floresta Estacional Semidecidual; Mangues; e Restingas.
Da flora, 55% das espécies arbóreas e 40% das não-arbóreas são endêmicas ou seja só existem
na Mata Atlântica. Das bromélias, 70% são endêmicas dessa formação vegetal, e das palmeiras são
64%. Estima-se que 8 mil espécies vegetais sejam endêmicas da Mata Atlântica. Observa-se
também que 39% dos mamíferos dessa floresta são endêmicos, inclusive mais de 15% dos
primatas, como o Mico-leão-dourado. Das aves 160 espécies, e dos anfíbios 183, são endêmicas da
Mata Atlântica.
• Cerrado
O Bioma Cerrado é o segundo maior da América do Sul, onde ocupa uma área de 2.036.448,
correspondente a mais de 22% do território e é constituído principalmente por savanas. Este bioma
abrange os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia,
Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no Amapá,
Roraima e Amazonas.
No Cerrado contém três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul, (Tocantins-
Araguaia, São Francisco e Prata) o que, de certa maneira, favorece sua biodiversidade. A paisagem
do bioma é predominantemente caracterizada por extensas formações savânicas, interceptadas por
matas ciliares ao longo dos rios, nos fundos de vale. Os problemas mais comuns no Cerrado são
normalmente causados pelo fogo que podem ser, inicialmente como incêndios naturais e
posteriormente, causados pelo homem.
➢ Clima
O clima predominante no cerrado é tropical sazonal caracterizado por um clima quente com
períodos chuvosos e de seca. Por ser muito extenso, o cerrado, dependendo de sua localização,
apresenta mudanças no seu ecossistema. Nesse caso, os ecossistemas presentes no cerrado podem
ser classificados como: Cerradão; Cerrado campestre; Cerrado rupestre; Cerrado típico; Campo
cerrado; Campo limpo de cerrado; Cerrado de matas; Cerrado de várzeas; e Cerrado veredas.

➢ Desmatamento
A despeito de apresentar uma rica grande biodiversidade esse bioma vem sofrendo muito com
o desmatamento, principalmente ocasionados pela agricultura. Hoje, o bioma conserva apenas 20%
de sua área total, passando por um grande processo de descaracterização, ou seja, ocupado por
grandes pastagens de gado e extensas plantações de soja, algodão, cana, eucalipto. Além disso,
grande parte do cerrado já foi destruída pelo desenfreado processo de urbanização. O
desmatamento e a caça ilegal, o contrabando de espécies e as queimadas, ameaçam o habitat de
muitas espécies, levando, dessa maneira, a sua extinção.

➢ Fauna e flora
O Cerrado é considerado a maior savana do mundo em biodiversidade e compreende grande
parte do território brasileiro, uma área de 2 milhões de km². Por isso, o cerrado e os ecossistemas
que o compõem possuem uma rica fauna e flora, sendo o habitat de muitas espécies de animais.
Este é também um dos motivos deste bioma ser um dos mais afetados pelo tráfico de animais.
Alguns exemplos de animais do cerrado: jiboia, cascavel, jararaca, lagarto teiú, ema, seriema,
curicaca, urubu caçador, urubu-rei, arara, tucano, papagaios, gaviões, tatu-canastra, anta, ariranha,
cervo, onça-pintada, preá, cachorro-vinagre, lobo-guará, lontra, tamanduá-bandeira, tamanduá-
mirim, gato-mourisco, cachorro-do-mato, macaco-prego, quati, cateto, queixada, porco-espinho,
capivara, tapiti, jaritataca. Com aproximadamente 10.000 espécies diferentes, na flora presente no
cerrado, encontram-se: babaçu, murici, mangaba, pequi, buriti, cagaita, baru, jerivá, gueroba,
jatobá, macaúba, cajuzinho-do-cerrado, barbatimão, pau-santo, gabiroba, pequizeiro, araçá,
sucupira, pau-terra, catuaba, indaiá, capim-flecha, matas ciliares.
• Caatinga
O Bioma Caatinga ocupa uma área aproximada de 10% do Território Nacional. Embora esteja
localizado em área de clima semi árido, apresenta grande variedade de paisagens, relativa riqueza
biológica e espécies que só ocorrem nesse bioma. A Caatinga ocupa a totalidade do estado do Ceará
e parte do território de Alagoas, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio
Grande do Norte e Sergipe.

➢ Clima
O clima semiárido é predominante na Caatinga e a temperatura média anual do bioma está entre
25 ºC e 30 ºC. Esse tipo de clima faz com que a região se torne seca e quente quase o ano todo.
O período de maior precipitação ocorre entre os meses de janeiro e maio com chuvas irregulares.
Já o período de seca é o mais longo durante o ano, entre os meses de junho e dezembro.

➢ Desmatamento
Os ecossistemas do bioma Caatinga encontram-se bastante alterados, com a substituição de
espécies vegetais nativas por cultivos e pastagens. O desmatamento e as queimadas são ainda
práticas comuns no preparo da terra para a agropecuária que, além de destruir a cobertura vegetal,
prejudicam a manutenção de populações da fauna silvestre, a qualidade da água, e o equilíbrio do
clima e do solo.
De acordo com o IBGE, 27 milhões de pessoas vivem atualmente no polígono das secas. A
extração de madeira, a monocultura da cana-de-açúcar e a pecuária nas grandes propriedades
(latifúndios) deram origem à exploração econômica. Na região da Caatinga, ainda é praticada a
agricultura de sequeiro, que é uma técnica para cultivo em terras extremamente secas. Os órgãos
ambientais do setor federal estimam que mais de 46% da área da Caatinga já foi desmatada e é
considerada ameaçada de extinção. Vale ressaltar que muitas espécies são endêmicas desse bioma,
ou seja, ocorrem apenas lá.

➢ Fauna e flora
As principais características da vegetação da Caatinga são, solo raso e pedregoso, árvores
baixas, troncos tortuosos e que apresentam espinhos e folhas que caem no período da seca (com
exceção de algumas espécies, como o juazeiro). Destacam-se neste bioma, as seguintes espécies:
bromélias, xique-xique, mandacaru, embiratanha, acácia, juazeiro, macambira, maniçoba, umbu e
mimosa.
A fauna da Caatinga apresenta bastante diversificação, onde contém 40 espécies de lagartos, 7
espécies de anfisbenídeos (espécies de lagartos sem pés), 45 espécies de serpentes, 4 de quelônios,
1 de Crocodylia, 44 anfíbios anuros e 1 de Gymnophiona. Dos principais animais que pertencem a
este bioma, estão: ararinha-azul, sapo-cururu, onça-parda, macaco-prego, asa-branca, cotia, tatu-
bola, sagui-do-nordeste, preá, tatu-peba, veado-catingueiro, sagui-do- nordeste, guigó-da-caatinga
e jacaré-de-papo-amarelo.
• Pampa
Também conhecido como Campos do Sul ou Campos Sulinos, o Bioma Pampa ocupa
aproximadamente 2% do Território Nacional. No Brasil, o Pampa está restrito ao estado do Rio
Grande do Sul, ocupando 63% do território gaúcho e também porções dos territórios da Argentina
e Uruguai. Os Campos da Região Sul do Brasil são denominados como “pampa”, termo de origem
indígena para “região plana”. Outros tipos conhecidos como campos do alto da serra são
encontrados em áreas de transição com o domínio de araucárias. Em outras áreas encontram-se,
ainda, campos de fisionomia semelhantes à savana.

➢ Clima
O Pampa é uma região de clima temperado, com temperaturas médias de 18°C, formada por
coxilhas onde se situam os campos de produção pecuária e as várzeas que se caracterizam por
áreas baixas e úmidas.

➢ Desmatamento
As atividades econômicas desenvolvidas na região do Pampa, ou seja, a agricultura e pecuária,
marcadas pela expansão das pastagens e dos campos de cultivo, são os principais responsáveis
pelo desmatamento e degradação desse bioma. O resultado é o desaparecimento de espécies
nativas, aumento do processo de arenização do solo, bem como a invasão de espécies que levam
ao desiquilíbrio do ecossistema.
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o IBAMA
(2010), no ano de 2002 restavam 41,32% e em 2008 restavam apenas 36,03% da vegetação nativa
do bioma Pampa. Além disso, muitos animais estão em risco de extinção como por exemplo: veado
campeiro, cervo-do-pantanal, caboclinho-de-barriga-verde, picapauzinho-chorão, a onça-pintada, a
jaguatirica, o mono-carvoeiro, macaco-prego, guariba, mico-leão-dourado, saguis, preguiça-de-
coleira, caxinguelê, tamanduá, gato dos pampas.
➢ Fauna e flora
A fauna do bioma Pampa é muito rica e diversa, caracterizada por uma grande variedade de
aves, mamíferos, artrópodes, répteis e anfíbios. Exemplos: onça-pintada, jaguatirica, mono-
carvoeiro, macaco-prego, guariba, mico-leão-dourado, sagui, preguiça-de-coleira, caxinguelê,
tamanduá, jacu, macuco, jacutinga, ema, perdigão, perdiz, quero-quero, tiê-sangue, araponga,
sanhaço, caminheiro-de-espora, joão-de-barro, sabiá-do-campo, pica-pau do campo, beija-flor-de-
barba-azul, veado-campeiro, graxaim, zorrilho, furão, tatu-mulita, preá, tuco-tucos, sapinho-de-
barriga-vermelha, tucanos, saíras, gaturamos, cervo-do-pantanal, caboclinho-de-barriga-verde,
picapauzinho-chorão.
Ademais, pesquisas indicam que a flora do Pampa apresenta aproximadamente 3000 espécies
de plantas, algumas delas: louro-pardo, cedro, cabreúva, canjerana, guajuvira, guatambu, grápia,
campim-forquilha, grama-tapete, flechilhas, canafístula, brabas-de-bode, pau-de-leite, unha-de-
gato, bracatinga, cabelos de-porco, angico-vermelho, caroba, babosa-do-campo, amendoim-nativo,
trevo-nativo, cactáceas, timbaúva, araucárias, algarrobo, nhandavaí, palmeira anã.
• Pantanal
O Bioma Pantanal ocupa aproximadamente 2% do Território Nacional, entretanto, o Bioma
Pantanal é reconhecido como a maior planície de inundação contínua do Planeta Terra, o que
constitui o principal fator para a sua formação e diferenciação em relação aos demais biomas. Este
bioma está presente em apenas dois estados brasileiros: o Mato Grosso com 7% de ocupação do
território e o Mato Grosso do Sul com 25%. O Pantanal é o mais preservado, embora a criação de
gados seja uma atividade importante economicamente para a região, aliada às atividades de
turismo.

➢ Clima
O clima pantaneiro é o Tropical Continental, ou seja, verão quente e chuvoso, e inverno frio e
seco. Esse processo ocorre por causa das variações entre os ciclos de chuva, que começam em
outubro e se estende até março, e os de seca (abril a setembro). O início dos alagamentos é em
novembro, quando as chuvas atingem as áreas mais altas da bacia do Alto Paraguai. Com isso, o
nível dos rios aumentam e motivam as inundações na planície. Apenas em maio, ainda que
lentamente, as águas voltam a baixar.
Logo nos primeiros dias as precipitações atingem um solo poroso e permeável. Mas, em seguida,
essa superfície não consegue absorver a grande quantidade de água, deixando acumular nas faixas
mais baixas. Por tais motivos, as áreas do Pantanal assumem três características definidas: partes
que não sofrem enchentes e servem de abrigos para animais, partes que ficam alagadas
praticamente o ano todo, e partes que inundam em determinados meses.

➢ Desmatamento
Nos últimos anos foi possível observar um crescimento no número de focos de incêndio no
Pantanal, o menor bioma em extensão territorial no Brasil. O ano de 2020 alcançou recordes de
queimadas e é considerado o pior ano para o bioma, que registrou 22.116 focos de incêndio, número
maior que a soma dos três últimos anos e superior ao que já foi contabilizado desde o início do
monitoramento, em 1998, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Setembro foi o mês que o Pantanal apresentou o maior número de queimadas e até novembro
cerca de 40 mil km² havia sido devastado, o que corresponde a cerca de 30% do bioma. Como
consequência, observa-se um grande impacto ambiental principalmente para a biodiversidade da
maior planície alagável do planeta, que até 2018 foi considerado o bioma mais preservado do Brasil.
Segundo a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o
Pantanal é Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera.
➢ Fauna e flora
Por ser um bioma com ligações próximas à Floresta Amazônica e ao Cerrado, a paisagem
pantaneira é bem diversificada, com árvores de médio e grande porte, típicas da Amazônia, mas
também conta com a presença de árvores tortuosas de baixo e médio porte, muito comuns no
Cerrado. Nas matas ciliares, próximas dos rios, é comum encontrarmos jenipapos de 20 metros de
altura, árvore amazônica. Nessa área, a vegetação é densa e exuberante, com figueiras, ingazeiros,
e outras árvores altas. As planícies inundadas do Pantanal possuem uma vegetação típica dessa
localidade, como os vegetais aquáticos: aguapé, erva-de-santa-luzia, utriculária e cabomba, muitos
deles utilizados para fins medicinais. Nas áreas não tão alagadas, a presença de árvores do Cerrado
é frequente, como os ipês e buritis.
A fauna presente no Pantanal é riquíssima, concentrando quase todos os animais que vivem no
Brasil. Esse fato ocorre porque tal bioma sofre uma influência direta de três grandes biomas
brasileiros: Floresta Amazônica, Cerrado e Mata Atlântica, além de ter algumas áreas com resquícios
da Caatinga. De acordo com a Agência de Notícias do IBGE, o Pantanal contém: 132 espécies de
mamíferos: anta, capivara, veado, onça-pintada, morcego; 85 espécies de répteis, sendo os jacarés
com a maior variedade; 463 espécies de aves: tucano, arara, tuiuiú, carão; 35 espécies de anfíbios,
como a rã verde; e 263 espécies de peixes: pacu, pintado, bagre, traíra, dourado, piau, jaú (o maior
da região).
Mapa mental sobre biomas brasileiros
Vídeo complementar sobre biomas brasileiros

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