25-TremdaVida ConsoliJr
25-TremdaVida ConsoliJr
25-TremdaVida ConsoliJr
e Muitas Outras
Poesias
Leonardo Consoli Júnior
2021
AMAR A POESIA, DIGITALMENTE
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Elefante Editores
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Dedicatória
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|3
Agradecimentos
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Prefácio
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|5
ré...em cada parte da viagem conhecidos e
desconhecidos sentimentos e pessoas que
sobem e descem em cada estação...poucos
estarão na estação final...”Vento”, “Vendaval”,
“Vida”, “Você”, “Você é”...
Nesse livro essa viagem é possível mais de
uma vez!
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|6
Abre as portas do conhecimento
_____________________
Sorrindo,
Brincando,
Pensando,
Amando!
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|7
Aconteceu
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Aconteceu
O seu amor me envolveu
E as forças você acolheu
Que por anos o tempo escondeu
Aconteceu
Como disse, há muito, Prometeu
O céu de fúria se encheu
Unindo forças de um Zeus
Aconteceu
Sonhei que o meu amor era seu
Esperei que o mundo fosse meu
Pensei ter ouvido o canto seu
Aconteceu
Depois de anos, arrefeceu
Tudo que eu tinha se perdeu
E o seu amor já não é meu...
_______________________
|8
Acredita em mim!
_____________________
Acredita em mim!
Quando eu falei que tudo ia acabar,
O leite,
A carne,
O pão...
E os cruzeiros, réis, cruzados.
E os moribundos.
Acredita em mim!
Quando eu disse que o mal enraizaria,
Cresceria o instante
A ansiedade e escaparia
O céu, de fumaça se encobriria
E a luz se apagaria.
Lentamente eu morreria.
Acredita em mim!
Quando eu deitei sobre seu corpo,
Você se remexeu
E eu deleitei
Eu a espreitei
E penetrei seus sentidos
Sangrei lhe e foi lindo.
Acredita em mim!
Quando eu digo que não há mais vida,
E o sol se acabou
O mundo se fechou
Se contraiu
E se destruiu... e ao homem.
Acredita!
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|9
Além do horizonte
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Um grande potencial
Irá prevalecer
Sem se prover
De algo muito especial
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| 10
Alerta
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Algo me queima
É o meu remorso
Ele bem que teima
Mas eu me esforço
Uma sensação
Não sei dizer
É uma tentação
Para eu morrer
Talvez fosse
Mas sei que não
Acho que trouxe
Tenho aqui na mão
Me sai em tudo
Dominando a mim
É o nosso mundo
Que está no fim
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| 11
Algumas palavras
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Amor,
Algo infinito
Como o Universo
O sol e a terra
O corpo aberto
A alma limpa e o...
... coração
Amor,
Sentimento nobre
E tão profundo
As estrelas e a alua
Se misturam no mundo
Penetrando na mente...
... como uma canção
Amor,
Afável, fiel e
Que dói, machuca
Surpreende o manto
E fere profundamente
E queima ardentemente
E me faz...
... chorar
Amor,
Não existe solidão
Não existe o inverso
Do verso
Universo
Olha aí...
... o resto.
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| 12
Aliança da eternidade
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Enfim te descobri
Conheci teu âmago
E quis tê-la por inteiro!
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| 13
Alma concebida
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| 14
Amar foi a minha ruína
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Tudo começou assim por começar
Numa triste noite, infeliz luar
Tranquilo, mergulhado em pensamentos
Surgiu um poema lá de dentro
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| 15
Amargas lembraças
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| 16
Amiga
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Amiga,
Se meu desejo fosse vivo
Seu presente seria o céu
De mil estrelas cadentes
De mil sóis ardentes
De uma noite como um véu
Amiga,
Se meu desejo fosse vivo
Seu presente seriam as aves
De mil plumas multicores
De mil cânticos de amores
De uma revoada de passarinho
Amiga,
Se meu desejo fosse vivo
Seu presente seria o mar
De mil peixes providos de asas
De mil ondas, de mil vagas
De um reflexo do luar
Amiga,
Se meu desejo fosse vivo
Sua vida seria um campo
De mil flores perfumadas
De mil folhas orvalhadas
De um buquê colhido num canto
Amiga,
Se meu desejo fosse vivo
Sua vida seria a felicidade
De mil sorrisos de alegria
De mil sussurros e euforia
De uma eterna mocidade
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| 17
Amigos
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_______________________
| 18
Ampulheta
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Um sonho...
Como tantos outros que tive.
Um ideal,
Talvez...
Mera casualidade,
Porque a esperança inda queima
Porque o amor inda queima
E vai queimar
Até o dia em que eu morrer!
Amo...
Não vou negar,
E eu sei esperar,
Eu posso esperar
E eu quero.
Uma vida...
Quem sabe se ela não quebrou?
A minha é toda sua.
O único amor
O verdadeiro...
Te amo,
Te quero,
Te espero...
Não vai embora,
Dá uma risada...
Meu tudo!
Meu todo!
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| 19
Anaguerra
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Essa mulata
Esse mistério
De alma verde
E de negra intensidade.
Nasce do coração
Da misteriosa África
O desejo, o encanto, a emoção!
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| 20
Anel de prata, o
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O anel de prata
Que seu dedo porta
Reluz sua beleza
Mas me corta!
O anel de prata
Que foi de amor dado
Diz-me de sua tristeza
Faz-me de um rato!
O anel de prata
Que sua mão adorna
Reflete sua miudeza!
O anel de prata
Que a torna imponente
Como na realeza
Deixa-me descontente...
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| 21
Anonimato
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Como
Bebo
Vivo
Respiro
Envelheço
Morro
Reencarno
A confusão é alarmante
Do tamanho do elefante
Não consigo deslindar
Portanto, assim há de ficar
Eu me procuro
Mas não me acho
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| 22
Ao meu amigo
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| 23
Árvore
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Árvore,
Que amiga tu és!
Que utilidade tu tens!
Que hostilidade para contigo!
Árvore,
Que dá o ar que respiramos,
Que dá a sombra na qual descansamos,
Que dá o fruto com o qual nos alimentamos
Árvore,
Onde está indo?
Cadê o poleiro das aves?
Diga-me onde foi parar?
A humanidade que a destrói!
Que poda tua vida.
Árvore,
Tuas folhas estão caindo
Tuas entranhas corroendo
Tuas raízes estão morrendo
Árvore,
Procura a tua vida
Que jaz contorcida
Na beira de um penhasco
Abandonada... cercada pelo mato
Árvore,
Não te desesperes
Apesar da situação
Ainda encontro salvação
No teu, no meu, no nosso
Em todo coração
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| 24
Árvore,
É só cativar
Que o mal há de cessar
Árvore,
Não morra,
Pois tua vida é a minha vida
E é de todas as vidas.
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| 25
Astro-Rei
_____________________
_______________________
| 26
Avó querida
_____________________
_______________________
| 27
Balão de ar
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A violência
A morte
A sorte
A vida... que vida?
Um boêmio,
Um palhaço,
Um banido no espaço
Um poeta escrachado
Nada a dizer
A não ser morrer
Viver para ver
A morte chegar e escrever...!
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| 28
Barba ruiva
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Já estamos cá reunidos
Onde a alegria predomina
Ansiosamente aguardando
O momento que não termina
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| 29
Barraco de pau
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| 30
Belacap
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| 31
Bom pastor, o
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Sou o Eu
Sou o Universo
Abro caminhos para a vida
Entro nas portas do destino
Sou você,
Sou ele,
Sou vós...
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| 32
Caminho livre no Shangri La
De mil maravilhas
E esplendores
Assim como tu!
Desejo companhia...
Ande comigo
Seja meu amigo...
Eu sou você e ele é o fim,
Mas o fim também sou Eu.
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| 33
Bordas e beiras
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| 34
Brilho de cristal
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| 35
Brincadeiras
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Sonhar,
É formar as bases da nossa existência
É civilizar nossa civilização incivilizada
É remontar todo um passado de sangue...
Sonhar,
É querer demais dos homens
É estremecer diante dos gigantes
É remodelar a natureza...
Sonhar,
É crescer e progredir
Pisoteando à quem sonha.
Matar os alicerces
Derrubar os caminhos
E viver de brisa...
Sonhar,
É não poder ser livre no pensamento
É ser da raça humana, o excremento
É vingar...
Demasiado sonhos de nós
Que por nós sonhamos acordados...
Sonhar,
É ter a sabedoria para falar
Esquecer o que viu,
Não amar, nem chorar...
Sonhar,
É sonhar... e nada mais!
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Brindemos
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Um brinde à nós
Que sujamos a face da Terra
Pobre mulher que berra
Pobre criança que chora
E diz que vai embora
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Busca inútil
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| 38
Calabouço
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Essas paredes,
Todas elas...
Se fecham e recaem sobre mim!
É como a câmara subterrânea
Das antigas pirâmides,
Em um minuto estão abertas,
No outro... tudo fechado!
Enfadonho...
A chuva que cai
O silêncio, o jogo.
As paredes não se afastam,
E nem se alargam.
Os horizontes não se ampliam
Oh! Amor!
Longe, distante.
Inexistente de sua parte!
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| 39
Caldo
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| 40
Campo grande
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Foi-se o tempo,
Passou... Não volta mais!
O momento,
Rasgou a minha emoção
Sonho, ilusão
Beleza ferina,
Minha alegria no chão.
O sol queimou
Ardeu e passou,
Sumiu e apagou!
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Campu vitalle
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| 42
Cantigas
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| 43
Calmaria, a semente de marte
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Me afogava no esgoto
Eu entrava na orgia
Minha turva e louca
O unguento me ardia!
O estrume da sociedade
O rasgo...
A desumanidade!
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| 44
Carta de amor
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Desculpe,
Por tudo o que eu fiz e tenho feito
Sou uma pessoa com mil defeitos,
Sei que tudo isso não é direito,
Mas o que importa é que te amo...
Desculpe,
Pelas mentiras que contei...
E pelas horas que passei.
Por que eu não me atirei?
Acho que é porque eu te amo...
Desculpe,
Tenho tido mil dissabores,
Passei por muitos horrores,
E nem tive muitos amores...
Porque sei que eu te amo...
Desculpe,
Prometo me consertar. Quer me ajudar?
Para que vou me matar se eu posso amar?
Pensei que um dia eu pudesse te odiar,
Eu só não consegui porque eu te amo... muito!
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| 45
Castigo
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Caminhar estrelas
Descobrir caminhos
... Espinhos, ... Aldeias
... Carinhos, ... Sereias!
És a trilha do mar
De mil maravilhar para amar,
Sois a pétala de rosa mais cheirosa
E a leve pluma da ave mais pomposa!
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| 46
Cavaleiro em jogo
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| 47
Cenas de uma tarde de verão
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O futuro
Esse ainda está por vir
E o que ele me reserva
Só Deus sabe!
...será?
Ha, ha, ha!
Chega de onomatopeia
Pisa firme: Esse é o meu começo!
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| 48
Cobiça
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Eu te cobiço...
Cada pedaço de você,
Cada gota de suor,
Cada lágrima!
Eu te cobiço...
No toque dos dedos,
No olhar tão carente,
No toque dos lábios!
Que loucura,
Que prazer...!
Te amo...
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| 49
Comparação
_____________________
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| 50
Conclusão
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Nasceu um amor
Que do nada surgiu
Semeando a dor
E a agonia fechada
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| 51
Confidência
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É a nata
Mas que nata
Essa nata
Pura nata.
É a nata
Da malandragem
Da sujeira
E da sacanagem!
É a nata
Da sociedade
Da riqueza, do poder
Da qualidade!
É a nata
Da corruptela
Da desgraça, da arruela
E da esparrela!
É a nata
Do leite
Que eu mamo do litro
É a nata
Do diabólico rito!
É a nata
Que nos sufoca
É a nata
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| 52
Do dólar e da coca!
Essa nata
Que me mata
Eu quero fazer parte dela
Eu sou a nata
Eu gosto tanto
Dessa nata
Mas a nata
Que se atropela
Não é a nata do leite
Não é a nata do nada.
Não é a corruptela,
Nem a minha nata,
Nem a sua e nem a dela
Não é a nata da Portela
É a nata que deixei nela!
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| 53
Confidências (Parte I)
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Quando eu me lembro
Das armadilhas do destino
Das artimanhas ladinas,
Do quanto eu sofri...
Eu até acho graça!
Quando eu me lembro
Do quanto eu chorei
De todas as humilhações,
Do meu desespero...
Eu nem ligo mais!
Quando eu me lembro
De toda a falsidade,
De tanto desprezo,
De quanto eu clamei...
Eu prefiro esquecer!
Quando eu lembro
Dos meus sonhos e fantasias,
Dos amigos que não tinha,
Dos amores inexistentes...
Eu sinto pena... e só!
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| 54
Confidências (Parte II)
_____________________
Vinte anos,
Longos, vividos na pele, sofridos...
Todos eles deixaram sua marca
Alguns me derrubaram,
Outros me revigoraram
Mas todos me deram coragem para seguir!
Eu te amo,
Você faz parte de mim,
É um pedaço do meu Eu.
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| 55
Conflito de gerações
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Na sua geração
Na rua, o lampião
No lar, o respeito
Na educação, o direito
O tempo correu
O mundo virou
O mundo mudou
O tempo morreu
Na nova geração
Na rua, o ladrão
No lar, desrespeito
Na educação, não tem jeito
O tempo matou
O mundo sou eu
O mundo é o breu
O tempo escoou
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De corpo presente!
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| 57
Conversas
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| 58
Coquetel
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| 59
Coração de vidro de fumê
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| 60
Corredeiras
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Que canalha...
Sinto frio dessa navalha
Me retalhando e me tolhendo!
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| 61
Corvos e abutres
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| 62
Cristais (Parte I): Eu, prisioneiro
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Ficar à toa...
Olhando o mar, sentir a grandeza do Universo
Dissimular os grãos desejos. Para quê?
Pergunto eu,
Venerar-te como uma deusa? Ser-te fiel como
um escravo?
Acalentar-te como uma criança? Amar-te como
uma mulher?
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| 63
E me magoastes. (e foi assim...)
_______________________
| 64
Cristais (Parte II): Cristaliza-me
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Brilha e reverbera
O frágil cristal
Que nos energiza
E encerra dentro de nós o brilho
Que nos acende e ilumina os passos.
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| 65
Dançar
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_______________________
| 66
Dê, de destino
_____________________
_______________________
| 67
Descendo
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Todos os sabores,
Os restos
As cores...
O indigente, ali caído
Nossa gente,
O governo discutido.
Os esportes, a corrida
A polícia
Violência descabida.
Todos os sonhos,
Os desejos
Os ócios, as vontades
E essas verdades
Nunca serão ditas
A garra
A rota tão maldita.
Todos os odores,
O podre dos esgotos
Os corpos putrefeitos
Desenganos
Entre acordos
Os acordes desses ratos.
Todas as cidades,
Esses redutos de infâmia
Causadores
Predadores
Reluto na minha gana.
Todas as vidas,
Esparramadas
Desfeitas em camadas
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| 68
Gritos demais
Nossas escaladas
Tudo enfim...
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| 69
Deserto
_____________________
_______________________
| 70
Despedida
_____________________
_______________________
| 71
Passaram e passarão
As piores tristezas ainda virão
Resistam à tudo que está por chegar
Sempre pensando na justiça que abrangerá
Qualquer dia, amanhã ou depois, você verá
Que em mim você encontrará
Sempre... um amigo...
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| 72
Deusa do amor
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_______________________
| 73
Dias
_____________________
_______________________
| 74
Diluência
_____________________
Vivo fechado
Amargurado com os meus planos
Fico sentado
Abobalhado, até cair o pano.
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| 75
Dissidente sim. Decadente não!
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Os escombros,
Anunciando a vinda das trevas
Perecem sob a tensão dos deuses
Irados e divinizados.
Um erro. Um pobre engano...
E pensar que vesti um dia a coroa
Que você me deu,
E hoje fico na sarjeta...
Os castelos,
Não. Eu não os construirei
E nem me deixarei levar em vão
Tenho que ter os pés no chão
E a vida aberta à ocasião.
As distâncias,
Meras casualidades,
Tolas menções divinas
Pois divinos somos todos nós
Por cometermos tolices
Que solidificam-se e intensificam-se
Através dos sonhos que construímos.
As forças
Ah, essas eu juntei
E coloquei-as em mim
Pois do fraco e fino cristal que era
Fiz-me do rijo aço e do fogo
Que arde e aquece
Mas queima e derrete.
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| 76
Distância de um amor
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Na garganta, o nó do pranto
No coração, a dor do amor
Na minha mente, o desencanto
Nos meus olhos, a lágrima da dor
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| 77
Domingueira
_____________________
Luzes,
Músicas,
Brilhos... minha decepção.
Cheio de amor,
Meus olhos,
Dor...
As cores disfarçavam
A carne doía,
E o coração...
Quase parou.
Louca,
Irreverente,
Irresponsável e pobre.
Espírito magro,
Quero-lhe bem!
Mas me queira bem!
Conquiste,
Não destrua,
O que pode ser
Um grande amor.
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| 78
Donzela
_____________________
_______________________
| 79
Duas palavras
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Meu amor
Saiba você
Do encanto
Que lançaste
Do manto
Que rasgaste
Do canto
Que cantaste
Tudo passou
Vaga lembrança
Da infância
Que ficou
Te amo
De coração
Aberto, infinito
Quente paixão
Não esqueça
Um coração
Palpitando amor
Esquecendo dor
Apenas ficou
Meu amor
_______________________
| 80
Dupla personalidade
_____________________
_______________________
| 81
É já e agora!
_____________________
Volto a amar
Como antes no meu coração
Um amor que é como um tufão
A rugir!
Tento, então, me fingir
Esquecendo a canção que cantei
Em um dilema que queimava em mim
E apagou.
E agora, onde eu vou?
Sonhar tua rebeldia,
Amar tua letargia...
Ia, via, mais
Louco por quem não dera
O beijo que me espera, nega a paz!
_______________________
| 82
Eclipse total da lua
_____________________
Foi bom...
... e um dia será de novo...
_______________________
| 83
Ela é in
_____________________
_______________________
| 84
Elas
_____________________
Duas irmãs
Tão lindas, tão loiras,
Tão sol, tão Brasil.
Duas meninas
Que deitam, que rolam,
Que brincam, que choram.
Olhando no palco
Um show de formosura
Doce tentação,
Amor,
Pulsa mais a emoção,
Loucas, impuras,
A luz atrapalha
Apaga o brilho,
O viço, o cheiro
Que espalha, estraçalha
O coração!
Duas meninas
Que amam, que dão
Que recebem, que vão.
Duas irmãs
Tão minhas, tão suas
Tão nossas, tão nuas.
_______________________
| 85
Escárnio
_____________________
_______________________
| 86
É possível que tenha razão
Muito embora eu ache que não
Mas nunca é tarde para compreender
Nossos erros, para melhor viver.
_______________________
| 87
Enluarar
_____________________
_______________________
| 88
Ensaio
_____________________
_______________________
| 89
Entranhas
_____________________
_______________________
| 90
Você é o meu eu...!
_______________________
| 91
Epopéia
_____________________
Despertar
O ser agiganta-se
E levanta-se
Só para amar
Choro agora
A existência inodora
De um carrasco
Pois suprema é sua glória
Que antevia sua vitória
Amor,
Saiba que dos limites
Que você me impôs
Não restaram barreiras
Somente bobagens, besteiras
_______________________
| 92
Era final
_____________________
O sol raiou
E com ele a primavera voltou
Com todas as flores
O perfume silvestre
O aroma agreste
O mato crescendo
Verdejante e vigoroso
E a relva estendo
Seus domínios em um mundo de esplendor
Explode o amor
Sacode o coração que salta
E agarra-se a outro
Junta-lhe as forças
Faltam-lhe as forças
É com a estação das alegrias
Que retorna toda a euforia
De saber viver
De querer viver... e é só viver!
_______________________
| 93
Essa nova (nossa) história
de amor
_____________________
Eu amo você
Pura e simplesmente.
Não é daquela paixão inocente
Nem aquele fogo ardente.
O meu é um amor coerente.
Eu amo você,
Não amo o teu sorriso
Ou a maneira de falar,
Eu amo do modo certo
Que a gente tem que amar.
Eu amo você,
Amo um amor adulto
Mais que fogo de palha
Um amor que ninguém avacalha
Uma gota de excitação
Um instante de hesitação.
Eu amo você,
E não é só emoção... eu amo mesmo
Indecorosamente, impiedosamente
Amo pornograficamente,
Mas amo.
_______________________
| 94
Nada é segredo e tudo é mistério.
Gosto do amor compacto
De impacto e complacente
Não sou benevolente, nem sou como antes,
Sou valente, sou ardente.
Amo o amor amante.
_______________________
| 95
Esse extenso rio do amor
_____________________
_______________________
| 96
Desse amor que nunca vai acabar...!
_______________________
| 97
Espelhança
_____________________
_______________________
| 98
Espelhos dos anos
_____________________
Olho no espelho e então me vejo...
Como cresci, desde os tempos que ansiei
Como estou moço
E a mocidade me trouxe tudo: felicidade e
responsabilidade!
_______________________
| 100
Esperança
_____________________
_______________________
| 101
Estrada vital
_____________________
O tempo voa
A terra é boa
O relógio marca
A hora da fuzarca
O amor venceu
A dor perdeu
Inteligente é a mula
Mas a guerra perdura
Desgraça é normal
Inflação é atual
E o ódio espalha
A paz é que falha
De tempos em tempos
Tornamo-nos isentos
Nesta luta sem trégua
Caminho outra légua
_______________________
| 102
Eu próprio: história, luta e
sentimento (Parte II)
_____________________
O céu,
A noite,
O calor,
Você!
Tudo era sonhos
Mas que não passava de pura fantasia.
A noite terminou
O céu se avermelhou
Anunciando o novo dia
E eu,
Nunca mais esquecerei
De suas palavras,
De seus ideais,
De seu filho, criado
De ventre e de amor.
Na eterna cidade de pedra e concreto...
Só os prédios e a vida,
Pois a minha ilusão é farsa!
Trama que deturpa a mente,
Crime que insufla a sociedade,
Vontade e delírio do meu eu carente!
_______________________
| 103
Eu só!
_____________________
_______________________
| 104
Exemplo
_____________________
Instinto suicida
Salto para a morte
Uma louca saída
Para quem não tem sorte
Na ponte da Sé
Alguém pulou
Caiu sem fé
Sem direito se matou
Estatelado no chão
Que o sangue fresco lavava
A avenida São João
Enquanto a polícia anotava
Curiosos se ajuntavam
Para ter mais um tormento
Aos poucos se dissipavam
Tinham agora um exemplo
_______________________
| 105
Falatório
_____________________
Se eu choro
Me tomam por coitado.
Se eu rio
Me tomam por louco.
Se loucuras eu faço
Me tomam por bêbado.
Se eu bebo
Me tomam por vazio.
Se eu penso
Me tomam por amigo.
Se eu gosto
Me tomam por bobo.
Se um dia
Chorar
Rir
Fazer loucura
Beber
Pensar
Gostar
Terão de me tomar por mim
Porque serei eu mesmo
Cheio de vida e amor
_______________________
| 106
Confidências (Parte II)
_____________________
E concordei em esconder
Parte louca e negativa
Dessa farsa intuitiva
Da sua vida... do seu ser.
_______________________
| 107
Feliz aniversário
_____________________
Chegou a hora:
_______________________
| 108
Feliz natal
_____________________
É a alegria do Natal
Época muito especial
Comemoração sem igual
Desejo-lhes, portanto, um Feliz Natal
_______________________
| 109
Festa junina
_____________________
_______________________
| 110
Filho ladrão, a carta de um
desesperado suicida
_____________________
_______________________
| 111
Fim da terra
_____________________
Sem continuação
Tudo fica sem razão
Parece algo sem nexo
A poesia e o sexo
_______________________
| 112
Fim da rua, no
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Ei,
Acorda!
Teu sonho terminou...
Vem viver a realidade,
Sem meras insinuações.
Vem descobrir a verdade,
No mundo dos corações.
Ei,
Levanta!
Tua hora já bateu...
Vem sentar na tua mesa,
Vem saber o que aconteceu.
Vem ouvir toda a fofoca,
Do final de semana que morreu.
Ei,
Mexa-te!
Tua vida já não anda...
Vem sair dessa inércia,
Vem chorar, vem sorrir.
Vem saber comigo o que é sentir,
Nesse contínuo vaivém.
Ei,
Não pare!
Teu corpo está enorme...
Vem fazer exercício,
Vem comigo emagrecer.
Vem do Inferno ao Paraíso,
Que todo mundo merece ter.
_______________________
| 113
Fim dos tempos
_____________________
_______________________
| 114
Cobertas pela água de sal.
_______________________
| 115
Folias e foliões
_____________________
_______________________
| 116
Fora do alcance
_____________________
Eu me entrego,
Me pego, me nego
E me jogo na rua
Na lama, no prego
Essa lua, essa lua!
Eu me esfrego,
Me toco, me sinto
E me pinto
De verde e amarelo
Esse fogo, esse fogo!
Eu me acabo,
Me rasgo, me mato
E me encolho no canto
No frio, como um rato
Esse pranto, esse pranto!
Eu me engasgo,
Me estouro, me faço
E me enlaço
No chão, no seu braço
Esse escracho, esse escracho!
Eu me vingo,
Me tolho, me extingo
Me carrego, me encalho
Pelo amor que queima
Essa musa, essa musa!
_______________________
| 117
Forças
_____________________
Dá-me forças
Ó, Força Suprema
Para suportar o fardo que me é dado.
Dá-me forças
Para aturar meu passado
O poder viver o meu presente.
Dá-me forças
Pois delas preciso
Para ressarcir minha dúvida.
Eis-me aqui,
Em prantos e desesperado,
Em algum canto
Jogado...
Querendo viver,
Embora eu não mereça
Eu quero sentir!
Eis-me aqui,
À toa... implorado ajuda.
Eis-me aqui
Envolto em ávidas derrotas
Avaras passagens
Malditos sejam elas
Que me derrubaram
_______________________
| 118
E não quero odiar!
_______________________
| 119
Forças poderosas
_____________________
_______________________
| 120
Formas da vida
_____________________
_______________________
| 121
Fraseado
_____________________
_______________________
| 122
Fuga
_____________________
Chega de chorar
De me humilhar
E de aguentar teus desaforos.
Tua descrença me confunde
Já chorei...
Não posso mais.
Já te amei...
Não quero mais.
A inconstância me derrota
Há um quê de temor...
E o fantasma dele,
Sempre a me perturbar...
_______________________
| 123
Fugitivo
_____________________
_______________________
| 124
Gira-gira
_____________________
Quem é o louco
Na louca história
Da loucura da vitória
De um louco
Ou louco é aquele
Que se diz um gênio
Que se chama Eugênio
E nem sabe quem é ele.
Vivam os loucos
Os poucos, os louros
Da derrota. Do fracasso
Desse amor humilhante...
_______________________
| 125
Graves erros
_____________________
_______________________
| 126
Heróis-Vampiros
_____________________
Herói!
Como ser herói
De um povo já heroico
Que sobrevive de teimoso
Que caiu nas garras do governo
E se aperta e se vira como pode!
Herói!
Isso não existe e não é válido
Para um povo cada vez mais esquálido
Esse povo que nunca tem vez
Porque o rico é sempre mais rico
E o pobre continua defecando no penico
Heróis somos todos nós
Que causamos as circunstâncias
E guardamos as inconstâncias!
_______________________
| 127
Hoje e agora
_____________________
_______________________
| 128
Homenagem
_____________________
Em um ato de amizade
Demonstro meu afeto
Em versos, onde sempre acerto
Algo que o deixa em prioridade
_______________________
| 129
Ídolo quebrado
_____________________
Perdi um ídolo,
Perdi meu modelo de vida,
Perdi e não quero encontra-lo mais!
E agora, Mané?
Tô aí, jogado na rua...
Quem tá perdido sou eu
E não consigo me encontrar!
Perdi um herói,
Perdi minha formação,
Perdi a mim e ao meu ego!
E agora meu irmão?
Estou desmotivado,
Perdi minha vivacidade,
Minha realidade se perdeu!
_______________________
| 130
If and it, sonhar você
_____________________
Se eu sonhasse
Com um castelo encantado
E o amor brotasse
Feito feijão embolado
Meu coração ficaria feliz
Mas quem é que diz...
Se eu desejasse
Toda a riqueza do mundo
E a estrela brilhasse
Você me entraria fundo
Meu coração iria palpitar
E eu iria só te amar
Se eu gritasse
Pelo teu nome tão lindo
E eu embarcasse
No vento que vai subindo
Meu coração viajaria
E no céu te encontraria!
_______________________
| 131
Incoerência da inocência, a
_____________________
_______________________
| 132
Inexistente nostalgia
_____________________
_______________________
| 133
Instantaneamente, um instante
_____________________
_______________________
| 134
Instantes
_____________________
O dia raiou
Acorda, vem ver!
O que sobrou?
O que há para fazer?
Te entendo,
Desculpe!
_______________________
| 135
João-ninguém pode ser
alguém, um?
_____________________
_______________________
| 136
KKKKKKK
_____________________
_______________________
| 137
Lágrima de saudade
_____________________
_______________________
| 138
Lastro
_____________________
_______________________
| 139
Num torpor doce e delicado.
Esse mesmo lastro
Que me derrubou, me humilhou
Esse peso inerte que agita tudo,
Pois se não são os sonhos parte da vida?
_______________________
| 140
Lembranças
_____________________
_______________________
| 141
Feliz natal
_____________________
É a alegria do Natal
Época muito especial
Comemoração sem igual
Desejo-lhes, portanto, um Feliz Natal
_______________________
| 142
Liberdade
_____________________
Olho ao redor
Ouço os pássaros
Vejo a luz
Maravilhado
Seu esplendor
Ofusca-me os olhos
Amo o irreal
Na realidade do amor
Que encobre a tristeza
Do meu coração
Eu choro
Por não ter o seu amor
Renasço, enfim
Para si e para mim
Não há como fugir
Da realidade
Que o coração escreveu
Amor!
_______________________
| 143
Libertar-me
_____________________
Finalmente aconteceu
O impossível sucedeu
Das garras me livrei
Agora livre caminharei
Chega de libertinagem
Parece até que foi uma pajem
A sensação de flutuar me chega já
É estranha, contudo ela se acaba
_______________________
| 144
Linha da vida
_____________________
Cá estamos reunidos
Para a comemoração
Todos são bem-vindos
Dentro do seu coração
_______________________
| 145
Loucos dante… Elefante!
_____________________
A fantasia social
Dura mais... mata mais
Mas, faz e jaz
A fantasia sexual
Altera... tempera
O Homem já era!
Ideologia institucional
Sociedade que esmaga o homem
Eu sou ou não sou?
Foi-se a questão
Da sociedade privada...
Da alta sociedade
Então destilada... ou esmagada!
_______________________
| 146
Sou eu um monstro?
Um homem ou um rato?
Que esperneio e me debato
Somente por ela, somente por gosto
_______________________
| 147
Loucos reinarão
_____________________
Chega de conversa
Meu negócio é outro
São palavras dispersas
De um pobre louco
Pare um pouco
Para pensar
Deseja troco...
...para matar?
Chega de besteira
Mudemos de assunto
Descer a ribeira
Comer mais presunto
Deixemos de lado
Toda essa loucura
Escute esse fado
E saia às ruas
Um mundo novo
Todo diferente
Isso é o povo
Estou doente?
_______________________
| 148
Loucura ou razão… (Nada.
É só paixão)
_____________________
Amanhã eu vou...
Dito isso fiquei mudo.
Pensei, pensei, meditei...
Sou uma antimatéria
Uma semântica,
Sendo que as estrelas brilham
E fazem pingos no céu.
Os romances...
As nuances...
Quanta besteira!
Amanhã eu vou...
Não! Não fiquei louco.
Dizem que é paixão. Ser?!
Pode ser até o verão
Que vem aquecer o inverno
Do meu coração (frase boba)
Qual será a verdade?
Amanhã eu vou...
E volto logo,
O medo me toma de assalto
E eu não quero lhe perder.
Não me deixe esperar,
Vamos misturar nossas ideias
E fortalecer-nos em vão,
Porque eu acho que estou doente,
Com a epidemia da paixão!
_______________________
| 149
Lua, lua, lua
_____________________
_______________________
| 150
Luarais
_____________________
_______________________
| 151
Magneto
_____________________
Ei,
Olha prá mim
Me escuta. Me persegue
Me ama. Me alucina
Eu quero só um olhar
Psiu,
Tô te chamando
Você nem dá bola
Mas rebola
E me embola
Nessa roda de amor
Ah,
Você passou direto
E nem ao menos me viu
Eu fui até indiscreto
E você passou reto
Não vá embora
Pelo menos não agora
Quero te conhecer
Quero te saber
Tchau,
Até um dia quem sabe
Nos esbarremos novamente
Daí você vai me olhar...
E vai me amar, amar e amar...
_______________________
| 152
Mal
_____________________
_______________________
| 153
Maldição
_____________________
_______________________
| 154
Manas
_____________________
Eu,
Em mim mesmo sou eu
E me fortaleço assim.
Eu,
Sorrio e cantarolo.
Eu,
Que em mim guardo poderes
Faço, do meu corpo, um recanto
E da minha alma, um acalanto
Eu,
Vivendo e aprendendo
Eu,
E meus sonhos impossíveis
Somos hoje realidade
E fazemos por conquistá-la
Já que o futuro
Nós e quem faremos,
Pois o presente é agora
E isso é bom.
Eu,
Meus pensamentos
Que voaram longe
Buscam a única verdade razoável
A luz de que tanto anseio
E a mim me entrego
Para assim evoluir
E viver melhor.
_______________________
| 155
Eu,
Sou amor e sou força.
Eu,
Sou feliz e sou gigante.
_______________________
| 156
Manhã de sol
_____________________
Em brancas nuvens
A caminhar sobre o azul do céu
Que salpicaste de dourado
O doce amor à respaldar
_______________________
| 157
Mar
_____________________
_______________________
| 158
Marcha
_____________________
_______________________
| 159
Sua alma... segredo de mil sacerdotisas
Encerrado em mil pirâmides
Nada me revela, nunca se abre... assim como
seu coração.
_______________________
| 160
Maria
_____________________
Só naquele dia
Ouviu-se falar em Maria...
_______________________
| 161
Quando raiou o novo dia
Maria estava fria
Ninguém de nada sabia
Virou-se a página fria.
E Maria?
Ainda está fria!
_______________________
| 162
Mata virgem
_____________________
_______________________
| 163
Menção à amizade
(aos meus amigos)
_____________________
_______________________
| 164
Que pessoas somos nós?
Que caminhamos aleatoriamente
Em busca de alguma verdade
Que só encontraremos
Dentro de nossas razões e emoções
E pela convivência em sociedade
Que somos nós!
_______________________
| 165
Mensagens
_____________________
Amor é poesia...
... por isso sou poeta
_______________________
| 166
Mentiras
_____________________
As mentiras,
As calúnias erguem-se na voz dos infortunados
E nós que fizemo-nos por nós mesmos
Perecemos indefesos
No veneno das línguas malfadas
As mentiras,
Nunca serão ditas em contrário, nunca
construirão
Apenas dissolverão
As bases de uma anti-sociedade
Que luta por ser justa e honesta
E acabam por matar
Afogando-nos e sufocando-nos
Perante todos...!
As mentiras,
São mentiras
E eu sou mais forte do que elas!
_______________________
| 167
Mesa de bar
_____________________
Na mesa de bar
Vivemos os devaneios
Lembramos de amores, músicas,
Festas, casos, dores, tempos
Que já foram
E não voltam mais.
_______________________
| 168
Messias
_____________________
_______________________
| 169
Mesuras: Teu ego, minha paixão
_____________________
É estranho...
Talvez seja até ilógico,
Mas o amor não tem lógica
É irracional e passível de modificações.
_______________________
| 170
Metáforas
_____________________
_______________________
| 171
Minutos de uma vida,
minutos de vocês
_____________________
_______________________
| 172
Momento de glória
_____________________
_______________________
| 173
Momento mágico
_____________________
_______________________
| 174
Momentos de amor
_____________________
_______________________
| 175
Moradia
_____________________
Eu vou morar
Em uma casinha à beira-mar
Ao despertar, ver o sol brilhar
Ouvir o canto do galo
As ondas quebrando nas rochas!
Eu vou morar
Em uma cabana de pau-a-pique
Na beira do lago azul
Como azuis são seus olhos
Lindo como linda é você!
Eu vou morar
Em uma caverna natural
No meio da mata cerrada
Doce matagal
E vou te amar
Envolto em verde
Coberto de fruta e de sal!
Eu vou morar
Dentro do teu coração
No paraíso eu voou viver
Para sempre vou sentir
O seu contato
Esse tato, essa vida
Energia viva,
Tanto amor...!
_______________________
| 176
Morrer ou viver
_____________________
_______________________
| 177
Movimento em falso
_____________________
_______________________
| 178
Murchou a margarida
_____________________
Acabou...
O sonho de amor,
Minha vida.
Quanta dor...!
Droga,
Por que eu acordei?
Eu despertei
Para as trevas!
Causa mortis:
Amor!
Pena! Tão jovem!
Jovem até demais.
Escolhi um caminho
Caminhei... até o fim
E que triste fim,
Será este o meu destino?
Chega de farsa.
Lua, minha lua,
Que louco eclipse,
Volta... amor!
_______________________
| 179
Mundo diferente
_____________________
_______________________
| 180
No muro das lamentações
_____________________
_______________________
| 181
Musa, inspiração dos poetas
_____________________
_______________________
| 182
Musa, minha musa
_____________________
_______________________
| 183
Na sacada (olha a faca!)
_____________________
_______________________
| 184
Nativo
_____________________
_______________________
| 185
Natureza: A vida de uma mãe
_____________________
_______________________
| 186
Mas no final, a Mãe Natureza sempre vence.
Imortal e sofrida
Por experiência própria ela sabe que temos a
vida para prezar
Mas porque tanto desgosto... e o mês de
agosto, época doída
A Mãe Natureza implorou e nada conseguiu.
Quando aprenderão a amar?
_______________________
| 187
Naufrágio
_____________________
Bagulho é a onda
Que nos ronda,
Hedionda
A tela da Gioconda.
Bagulho é a mudança
Da nossa dança,
Festança
Contar vantagem de poupança.
Bagulho é a tristeza
Do rei e da realeza,
Nobreza
É sentir essa pobreza.
_______________________
| 188
Nem tudo que reluz é ouro
_____________________
Quero morrer...
Bem longe de tudo e de todos
Que um dia eu convivi!
Quero morrer...
De repente,
Para nunca mais ouvirem meu nome
E o segredo morrer comigo
Quero morrer...
Ficar congelado
Morrer esmagado em um acidente
De trem ou de explosão
Então, a angústia que me tortura
Sorrindo com ligeira mesura
Iria embora.
Quero morrer...
A grosso modo!
Derreter
E me submeter aos adventos
Donde eu for parar...
Seja em qualquer lugar
Quero morrer...
Mas sou egoísta,
Não vou deixar pista
Porque vou sentir dó
O amigo mais amigo
Aberto ao esconderijo
Fechará todos os tampões!
A loira vai me olhar...
Que indiferença, doce Poodle!
Mas sempre foi assim
E nunca vai mudar.
E minhas poesias...
Irão se concretizar!
_______________________
| 189
New year, new life
_____________________
New year,
New life!
Tudo muda:
Nós, eu e você!
A situação.
Mas minha força...
Ah, essa é única.
É imutável,
Acesa...
... será?
New year,
New life!
Pé esquerdo...
Onde estão os louros da vitória
Que tanto me devolveram à vida
Onde está a alegria, pô?!
Desculpe... mas eu te amo!
_______________________
| 190
Nó na garganta
_____________________
Chora, desgraçado...
Arruína a vida do mundo...
Do tolo e do vagabundo,
Do rico e do moribundo
E pesa a consciência amargurada
Que vive uma vida desgraçada
E vê que já está cansada
Dessa maldita vida desregrada...!
_______________________
| 191
Nos becos, nas noites paulistas
_____________________
Em terrível atrocidade
Com malícia e maldade
Via tudo se acabando
Era a quebra do encanto
_______________________
| 192
Nova geração
_____________________
_______________________
| 193
Novamente
_____________________
_______________________
| 194
Objeto feliz
_____________________
Felicidade
Que invade meu peito com coragem
Penetra e vai em frente nessa viagem
Rumando sempre na mesma direção
Tomando o caminho direto do coração
Felicidade
É isso que criou mofo e apodreceu
Sufocada pela tristeza que cresceu
Hoje já me sinto outro... diferente
Finalmente estou muito contente
Felicidade
Deve ser esse sorriso largo e natural
Que a gente dá somente no Natal
Falseando a bela franqueza decidida
Para ficar dando pulos na avenida
Felicidade
É o que estou sentindo abertamente
Querendo gritar e ser indiferente
Ser discreto, mas não ficar quieto
Amar e saber a pureza deste objeto
_______________________
| 195
Ócio
_____________________
Tudo acabou
Foi você quem me falou,
Já terminou,
O jogo você ganhou
A minha vida
Não é mais aquela uma
Meu coração já se despedaçou
O meu rei não passa de um plebeu.
E eu, ô meu?
E eu?
Como fiquei...?
Tudo acabou
O céu da gente desabou
O raio da chuva iluminou
O caminho
Qual rastilho de pólvora
Arrastou,
O fogo queimou
Derreteu
Você e eu,
Nosso amor nem foi amor
Foi só uma dor
Que passou...!
_______________________
| 196
Olímpia
_____________________
Grito de vitória,
Grito guerreiro,
Coração à mil...
De próprio pulso escrevo
Sua beleza, seu senso
E me acabo em você!
Extrai de mim
Toda a emoção
A visão que unifica
E concorda em amar.
Distração
Pura besteira,
Deito e rolo na esteira,
Sou eu,
Sou você.
Grito de índio,
Grito forte,
Explode seu sentimento...
Essa luz de um momento
Prima por querer o sol
Buscar o talvez recôndito
Em sua palavra
Olímpia, terra e pó
Você... o amor e o sol!
_______________________
| 197
Olhos
_____________________
_______________________
| 198
Opala
_____________________
Opala,
Pedra preciosa,
Decora sua vida decorosa
Distrai o teu olhar
Brota do ser o luar
O corpo mais bandido
Seu rosto mais bonito!
Opala,
Amor intenso,
Navega o rio mais denso
Estoura a guerra
Boicota,
O coração beija o céu
O sonho louco!
Opala,
Pura beleza,
Encara a vida com tristeza.
Revolta os mares
Lugares,
Vazios de fantasia
Mata... e extasia!
_______________________
| 199
Oração
_____________________
Oro,
Pela paz do mundo
Que anda abalada
Pela fé em Deus
Que nos foi ensinada
Oro,
Pelo fim de tudo
Que é imundo
Pelo fim da violência
Que integra uma existência
Oro,
Pelos que não estão
E pelos que virão
Pelos que chegaram
E pelos que irão
Oro,
Pela suprema presença
Do mais amado e querido
Que amou aos bandidos
E resistiu à existência
Oro,
Por Jesus, Nosso Senhor
Que nos ensinou à fundo
Tudo sobre o amor
No novo fim do mundo
_______________________
| 200
Ou será que não?
_____________________
A falsidade do mundo,
De todos,
Me engana...
E a meus sentimentos.
Minha tristeza...
Você me rejeitou
Ou será que não?
As fantasias me doeram
E eu fui vencido
Aturdido...
Te adoro...
De corpo e alma.
Sou diferente.
Sou feliz... ou será que não?
_______________________
| 201
Ouro
_____________________
_______________________
| 202
Pai, mãe e filhos
_____________________
_______________________
| 203
Ou simplesmente a lembrança do passar do
ano?
“Perdão, filha...”
Esse mesmo lastro
Que me derrubou, me humilhou
Esse peso inerte que agita tudo,
Pois se não são os sonhos parte da vida?
_______________________
| 204
Para sonhar no fogo eterno
_____________________
_______________________
| 205
Paralelismo
_____________________
Ouça isto...
O que será?
É um trovão?
Ou o prenúncio da chuva?
Não!
É um barulho ensurdecedor,
É um canhão! Cuspindo tiros,
Espalhando o horror,
Na forma de morte e temor.
Desabam-se as utopias
Vestindo-se de plumas e fantasias
Encerra no oco da Terra
O estame de uma Era
Que viveu selvagemente
Em todo o canto da Terra
Nas dimensões da coexistência
De uma gente próspera e opima...
_______________________
| 206
Passa rio
_____________________
Passa rio,
Passa e corre lento
Na direção do vento
Lerdo, solto, sonolento!
Passa rio,
Corcoveia nas alcovas
Serpenteia nas encostas
Incendeia as amostras!
Passa rio,
Sobe suas águas e escoa
Transborda essa vida boa
E cai. E vira. E voa!
Passa rio,
Brilha o seu azul olhado
Explode o estuário inacabado
E roda. A queda. O peixe marcado!
Passa rio,
Vê o verde pestilento
Vê o pobre lá no templo
Segue o seu bom exemplo!
Passa rio,
Vazante, destruidor
Que água a terra e a flor
E faz crescer o meu amor!
_______________________
| 207
Pátria amada, Brasil...
_____________________
_______________________
| 208
Pedaço de gente
_____________________
Tudo acabou
A festa terminou
E eu para variar
Fiquei sozinho.
Os sonhos de te ver
Os desejos de te possuir
Tudo não passou de um pesadelo
Que ontem terminou
Com final infeliz
Triste para mim.
Porque Deus é tão cruel assim
Porque minha vida...
Que vida?
Eu não tenho mais coragem.
Como é que fica
Meu coração à mil...
Parou.
E eu...
Chorei por te perder.
Não me amou
E eu...? E eu...?
_______________________
| 209
Pedido
_____________________
_______________________
| 210
Pensamento
_____________________
_______________________
| 211
Pensamento vadio
_____________________
_______________________
| 212
Pequena poodle
_____________________
Tu me vieste de manso
Chegou de tão distante
Do encanto de mil noites
Olho-te seguido e não me canso
Sinto-me como um gigante
Sou a dor de teu açoite
_______________________
| 213
Perseguição
_____________________
_______________________
| 214
Pesadelo
_____________________
_______________________
| 215
Pique
_____________________
Na inconstância do tempo
Que passa livre e solto
Grito um berro louco
E fico, em vão, atento
_______________________
| 216
Pode ser
_____________________
Pode ser...
_______________________
| 217
Ponto do horizonte
_____________________
Ao poente do sol
Atrás das montanhas
Fica um horizonte
De alegrias e tristeza
De sorrisos e lágrimas...
Lá é o inferno!
Lá é o paraíso!
_______________________
| 218
Poesia
_____________________
_______________________
| 219
Promiscuidade
_____________________
Ao romper da claridade
O som pesado do trovão
Interrompe um relâmpago
Que reluz como aviso
Serei eu um bandido?
Ou um desterrado banido...?
A confusão me envolve
A cada minuto que passa
O odor do ódio dissipa
O mau cheiro da caça
Abatida, sem alma e sem vida
_______________________
| 220
Protesto à minha moda
_____________________
Desliga, meu.
Tu não pode (sic) ser assim.
Volta a ser você mesmo.
Não marca bobeira!
_______________________
| 221
Quarta parte
_____________________
Luzes, imagens
Planetas
Viagens...
Estranhas paragens
Os cortes vazios
As espumas e o sangue
Os olhos vadios...
Sempre,
O gato mata o rato,
Morre de sede a semente
Que semeia meu sorriso
Minha vera parte, louca
Indecente
Mistérios, enchentes
Via láctea,
Sonhos azuis,
Céus,
Estrelas...
_______________________
| 222
Tudo que supus!
Tudo é arte
Viva Marte!
Estoura a vida.
Nasce a minha quarta parte...!
_______________________
| 223
Quatro versos
_____________________
_______________________
| 224
Que dor
_____________________
Que loucura
Essa vida tão dura
Vivendo na pendura
Cercando a sorte
Não deixando escapar
A caveira da morte
Para quem quer se matar!
Que tristeza
O que falta é beleza
Uma pitada de destreza
A dádiva da natureza
O corpo nu e cru
Mostrando o gosto forte
A cor do céu azul
O sangue que sai do corte!
Que migalha
Esse amor encalha
Esse coração espalha
O sabor do amor
Que dor... que dor!
_______________________
| 225
Quem
_____________________
Quem chorou
Quem sorriu
Quem amou
Quem fugiu
Quem sofreu
Quem se doeu
A vida viveu
E por ela morreu
É a grande verdade
Salve a liberdade
Deixa disso amor
Pare de sofrer essa dor
_______________________
| 226
Quero
_____________________
_______________________
| 227
Questão de amor
_____________________
É um olhar apaixonado!
É um abraço mais afetuoso!
É um beijo extraviado!
É um assopro carinhoso!
O que é o amor?
É um sentimento especial
É tudo aquilo sem palavras
É uma vida sem igual
É o início de uma estrada
O que é o amor?
_______________________
| 228
Rato
_____________________
Maníaco, doente
Sou livre, sou decente
Em meio às mesas de bar
No cais do porto
Na terra, no ar, no mar
_______________________
| 229
Razão da embriaguez
_____________________
Vou me embriagar
E caminhar por aí
Chutando as latas do chão
Chorando a mágoa
Da minha paixão
Vou me embriagar
E caminhar por aí
De cabeça baixa
Escondendo minhas lágrimas
Que rolam soltas como magma
Vou me embriagar
E caminhar por aí
Triste é a minha sina
Isso sempre me arruína
Vou me embriagar
E caminhar por aí
Tentando esquecer do amor
Que nos envolveu até chegar a dor
Vou me embriagar
E caminhar por aí
Andar até cair na calçada
E lá ficar por toda madrugada
_______________________
| 230
Razão do poeta
_____________________
E fica no ar
Um cheiro estranho
O zunzum das vozes
A conversa de bar!
Entre lírios e rosas,
Ódio e paixão
O poeta sempre faz
O que lhe manda a razão
_______________________
| 231
Realejo
_____________________
Brilha o sol
O fio do punhal
Vem e fim
O socorro virginal
Sou ateu
Da religião
Dos mortos de Deus
Neste mundo cão
Vivo em desencontro
Alheio ao caos
O som metálico da lâmina
Cortando fundo a lânguida carne
_______________________
| 232
Realidade
_____________________
Alguém pede
Algo fede
Abutre ronda
Homem sonda
Progresso chegando
Nos bancos de praça
Namorados amando
Distinção de raça
Máquinas iludindo
Toda boa vontade
O ódio se esvaindo
Sinônimo de maldade
_______________________
| 233
Recôndita personalidade
_____________________
_______________________
| 234
Reflexão
_____________________
_______________________
| 235
Rejeição
_____________________
Sentimentos agonizantes
A mais cruel das emoções
_______________________
| 236
Remanescências
_____________________
_______________________
| 237
Remorso
_____________________
Remorso,
Sinto a dor fustigando
Vejo o pobre mastigando
Ouço seu coração palpitando...
... tão longe,
Como um lamurio
A perdurar na caminhada,
Triste reza salpicada
E as pétalas de rosa,
Mais alva que a neve,
Reluz orvalhada...
E eu sei que não contenho
O amor que abstenho
Da minha sina amaldiçoada!
Remorso,
Sinto a pele arrepiar
E uma lágrima rolar
Deste seu rosto de rainha...
Mas não passa de princesa,
Filha do amor e da beleza...
...Triste é a natureza,
Toca o lamentoso hino
Deste meu agonizante destino
E percorre as veias, buscando
O que nunca se perdeu
Mas também nunca começou
E tampouco terminou,
Mas... já morreu!
_______________________
| 238
Renascença
_____________________
Ah!
Um sol de ouro!
Oh!
Chuva de prata!
Se o tempo voa
Vou junto dele
Se a hora é boa
O extremo bem da vida é o mar
E viver é só prá sonhar
E sorrir!
_______________________
| 239
Renascimento
_____________________
Um choro de criança
É como uma gotícula
É o nascer da esperança
São laços se unindo em liga!
Os primeiros passos
Os carinhosos abraços
Um sorriso bonito
Uma palavra. Um grito.
Hoje, o presente
De muita gente
É ver um sorriso seu
Do anjinho que renasceu
_______________________
| 240
Rendição
_____________________
Chega!
O meu coração já explodiu.
Não aguento essa dor
Chamada de amor!
Chega!
O delírio já passou,
E a febre cessou
De queimar minhas lágrimas!
Chega!
Estou sonhando amor
Vivendo e querendo morrer
Vou explodir de dor!
Chega!
Vale a pena viver...
Se não há mais amor?
Estou agonizando!
Chega!
Escrevo o outro lado
De um pobre coitado
Que rendeu seu coração...!
_______________________
| 241
A resposta é
_____________________
_______________________
| 242
Ninguém consegue responder para ninguém,
porque incerteza?
Quando eu me pergunto, adjunto: Quando
será o fim?
O som ecoa na montanha e sonha, não é bem
assim...
_______________________
| 243
Revoada
_____________________
_______________________
| 244
Rodopio
_____________________
Vem,
Vamos sonhar!
Cantar uma canção antiga,
Uma antiga canção de ninar!
Vem,
Vamos ouvir!
O pio do passarinho
Construindo seu ninho prá morar!
Vem,
Vamos falar!
Gritar o seu e o meu nome ao vento
Eternizar-nos pelo tempo,
Deixar cair a noite ao relento e suspirar!
Vem,
Vamos amar!
Entregar-nos de corpo e alma
Sob o sol poente à bater palma,
Sob a lua branca, cálida
Tocar o agreste do seu corpo
A sua pele pálida.
Trocar um beijo, luzir um desejo,
Ao sentir um arrepio.
Banhar-nos de suor.
Eu te abraço. Você me abraça.
Mais e mais forte
Até não sentirmos mais frio
Até, então, entrarmos em rodopio!
_______________________
| 245
Romper da claridade
_____________________
Traição...
O mundo caminha e cambaleia
Conforme a louca tradição
De matar pelo prazer,
De amar sem amor...
Um dia o mundo arreia
Em meio a todo esse horror!
_______________________
| 246
Roseiral do amor
_____________________
_______________________
| 247
Rotina
_____________________
Um café fumegante
Depois de um dia tardio
Um tanto esfuziante
Sendo este tão vazio
Sentei-me na poltrona
E fiquei a meditar
Acendi meu charuto
Ouvi o som da sanfona
Então comecei a lembrar
Do dia do seu luto
A fumaça malcheirosa
Se perdia pelo espaço
A lembrança indecorosa
Fez-me louco em teu regaço
_______________________
| 248
E um sorriso...
_______________________
| 249
Sanctu
_____________________
_______________________
| 250
Sangria
_____________________
E então farfalha,
Brilha a navalha,
O navio encalha...
E começa a batalha!
_______________________
| 251
Satisfação
_____________________
_______________________
| 252
Se a canoa virar
_____________________
Não!
Não condeno e nem desejo mal,
Apenas repudio e tenho dó
Pela pobreza e infelicidade
Abatidas e exoneradas
Na sede de quem fala por mim
Pois não sabe o que fala e não se conhece,
Somente contradiz
E cai de joelhos em desespero.
_______________________
| 253
Seis de agosto de 1945
_____________________
Ah!
Tormenta e dor, eu sei,
Escuto os gritos abafados e uníssonos,
O choro das crianças e todas as horas...
O instante que não acabava e nunca acabaria;
Eu ouvia os impiedosos, os beatos, os ricos e
os pobres
Gritando e morrendo seus gritos no silêncio
inócuo das trevas
E o cântico dos pássaros pararem e o sol
apagar, ah!
Eu vi o dia misturar com a noite e não vi o
homem...
Não há mais homem... o resto voltando à
terra!
E os deuses vivificados pela fé
Acabarem soterrados sem dó
Pelos sonhos da gente!
A chuva de fogo e ardor
A terra em pleno vigor
Não era nada agora!
Éramos vítimas...
Da ganância e da loucura
Do estúpido desejo de ter
De poder... e dói em mim
Ver que nada mais somos
A não ser... humanos!
_______________________
| 254
Seca in vino acre
_____________________
_______________________
| 255
Acaba no fio dessa navalha,
O desprezo,
Tolhe e maltrata
O último canalha.
_______________________
| 256
Semente do amor
_____________________
_______________________
| 257
Como também imprevisível. E em uma
plantação ocorre o mesmo...
Finalmente explode e vem à tona, todo o
amor, como em uma maratona.
Assim o mundo roda e gira... e vivemos assim
para morrer vivendo...
_______________________
| 258
Sentidos sentimentos
_____________________
_______________________
| 259
Sentimento maior
_____________________
_______________________
| 260
Silenciosamente por todos os recantos do
coração
O amor é o sentimento-mãe, o amor é a
palavra-chave
E com ele conseguimos de tudo... inclusive a
desilusão.
_______________________
| 261
Sentimento presente
_____________________
_______________________
| 262
Sentir
_____________________
Sentir a carne
O gosto de amar
Não sabe se ama
Ou se queima
O fogo que arde
No céu da realidade
Sentir o cheiro
Em uma névoa insensível
De perfume invisível
Do divisível amor
Que corrói a alma
E aumenta a dor
Sentir o beijo
Que nunca foi dado
Mas que foi exterminado
Arrasado em um momento
Eterno é o tormento
Do meu coração judiado
Sentir o calor
Aquecendo minha alma
Esquecendo da dor
Ver estrelas nos seus olhos
Amar sem ser amado
Explodir a emoção
Sentir o lábio
Que não beija
Que não fala
Que não deixa
Mas que ri
E também se cala
_______________________
| 263
Sentir o sentimento
Em um sóbrio momento
Em um ágil movimento
Entremeado de desejo
Com a graça de uma bailarina
Intumescido pelo meu tormento.
_______________________
| 264
Sereia
_____________________
_______________________
| 265
Shangri La
_____________________
Shangri La,
Há de me abençoar
Neste paraíso
De forte desejo.
Shangri La,’
Terra fértil
Povo alpino
Benze o cimo
Das montanhas...
E os monges
Perpetuam
Nas entranhas
Mais estranhas
De um poder desconhecido,
E peço ao Buda
Que me acuda
Não se zangue, nem fique aborrecida
Quero apenas
Ser amigo
_______________________
| 266
E amar...
E muitas vezes...
Sonhar...
E muitas vezes...
Amar...!
_______________________
| 267
Silêncio
_____________________
Silêncio...
Quebra o ódio da violência
Vazando o sangue que resta
O fogo consome a experiência
De tudo que inda presta
Silêncio...
Mancha teu nome por incumbência
de Deus Nosso Senhor e Salvador
Calais a boca na ocorrência
Por não saber o que é o amor
Silêncio...
O inferno clama tua presença
Grita, chama, berra e inflama
O monstro que veio da Renascença.
Batendo as asas da infâmia
Silêncio...
É a fala do velho vadio
Que pesca à beira do rio
São as rugas do rosto cansado
E o descanso do pobre diabo...!
_______________________
| 268
Sina
_____________________
_______________________
| 269
Sinal vermelho
_____________________
Escute-me agora,
Ouça o meu coração
Palpitando uma canção
De sonhos... por você!
_______________________
| 270
Solidão
_____________________
_______________________
| 271
Somente para seus olhos
_____________________
Teus olhos
Levaram-me à um mundo fantástico,
Os sonhos me fizeram sorrir...
Era real,
Era vivo, sentimento único.
Viajava pelos teus olhos
Voando pelos mares de lágrimas.
Eles me mostraram maravilhas.
_______________________
| 272
Soneto ao sonhador
_____________________
_______________________
| 273
Soneto da esperanças
_____________________
Objeto insólito
Voando para escrever
É a alma do poeta
Pronto para morrer
_______________________
| 274
Soneto da formosura
_____________________
_______________________
| 275
Soneto da lágrima
_____________________
_______________________
| 276
Soneto da rivalidade
_____________________
_______________________
| 277
Soneto da vida
_____________________
_______________________
| 278
Soneto de um dia qualquer
_____________________
_______________________
| 279
Sonho
_____________________
_______________________
| 280
Pior de que amor perdido
É um amor frustrado
Precipitei-me à beira da loucura
E saltei deste penhasco
Que prendera minha vida vã
Mas cometi um engano
E morri... Mordi de sua maçã...!
_______________________
| 281
Sonhos
_____________________
_______________________
| 282
Sopro de vida
_____________________
_______________________
| 283
Tempo
_____________________
_______________________
| 284
Tendências e nada mais
_____________________
Não!
Não me julguem culpado
Nem me julguem inocente!
Não quero piedade, nem comiseração!
Não sou um corcel negro
A correr pelos campos banhados de sol.
Tenho minha metade de vida,
Vivida e sentida.
Minha metade que um dia...
...irá se rebelar contra a outras
Que me causa tantos desejos
E me faz antônimo do que sou!
_______________________
| 285
Tentativa
_____________________
Há de um dia,
Espalhar os risos e os prantos,
A Era da Não-Violência
A corrupção, a indecência.
Os astros infames,
Redemoinham com sangue e suor
Espumas verdes e vermelhas,
Ódio de magmas incandescentes,
Esse ócio, a imagem da Via Láctea.
_______________________
| 286
Comprazei-me do seu sabor,
Amaina a sua ira e a minha ira
Escolha os lados e as faces.
_______________________
| 287
Teu coração
_____________________
No coração pequenino
Um novo amor resplandece
O desconhecido
Reconhece
No coração pequenino
Que bate sem parar
Parou quando viu
O novo amor que surgiu
Sentimentos explodem
Até a última gota
Amam amores
Surgem rumores
_______________________
| 288
Traição à humanidade
_____________________
_______________________
| 289
Acabado, arrasado
Do homem atrasado
E estúpido luar
Mansamente
Eu sinto
Vou voar
E não vou voltar
Para não ver
E não assistir
O sistema implodir
Com a bomba na mão
_______________________
| 290
Traição, pimenta na boca
_____________________
_______________________
| 291
Transe
_____________________
Transe...
Maravilhar-se com tudo que há em volta
Sem ódio, nem revolta
Amar e sorrir
Entrar em transe...
E fugir!
Transe...
Escolher a alternativa correta
Trilhar o caminho
Destino...
Respiro a fumaça indiscreta
Do transe...
E do efeito do vinho!
Transe...
Saber-se o que quer
Ser homem ou mulher
Definir todo o enlace
Deste transe...
E me desembarace!
Transe...
Vazio de corpo e alma
Viver de paz, viver com calma
Amar o amor
Esperar a esperança
No transe...
De tal vingança!
_______________________
| 292
Trapos
_____________________
Acordar!
Encarar o mundo de frente.
Que peso.
Levantar dos meus sonhos
Sair das minhas ilusões
Cair no fundo do poço
Entrar de novo em depressão
Erguer a cabeça...
Não dá.
Chorar...!
A agonia...
Essa malvada,
Criança tola e indolente
A fantasia mais rebelde
O sorriso mais carente
O coração mais ardente
Eu..., feito de brisas,
De sentimentos, de carne
De amor e de ódio
De trancos e barrancos!
Eu, talvez insano...!
_______________________
| 293
O trem da vida
_____________________
_______________________
| 294
Mas o melhor do tempo é quando ele deixa um
rastro na nossa vida.
_______________________
| 295
Trevo
_____________________
_______________________
| 296
Tristes sonhos de solidão
_____________________
_______________________
| 297
Tristeza profunda
_____________________
_______________________
| 298
Última poesia
_____________________
_______________________
| 299
Um dia desses...
_____________________
Um despertar
É como os outros
É acordar
E ver o mundo avermelhar
Tudo é fantasia
Quando o dia principia
Tudo é irreal
Quando o amor é o meu mal
_______________________
| 300
Um ponto no cabedal
_____________________
Silêncio...
Prossiga com calma a sua jornada,
Faça desse caminho a sua estrada.
Calma...
Coloque dentro de sua memória,
Não consideres isso como estória.
Relaxe...
Entenda a luz que seus olhos veem,
Como carisma divino e não do além.
Medite...
Seu coração possui a força de Deus,
Sagrada é sua mente que vela os seus.
Escuta...
A voz da sua bondade lhe chamando,
Tirando-o desta vida, o desumano.
Conclua...
Encare os campos floridos de amor
Como obstáculos de maldade e horror.
_______________________
| 301
Variáveis
_____________________
_______________________
| 302
Vencer na vida
_____________________
Eu hei de alcançar
Meu objetivo único
Vencer na vida. Ganhar.
Sempre sendo pudico.
Subindo os degraus
Sem pisar nos inimigos
Se elevando sem caos
Respeitando os amigos
_______________________
| 303
Vendaval
_____________________
_______________________
| 304
Vento
_____________________
_______________________
| 305
Verbo, amor inconsequente
_____________________
Vou subir,
Ver as estrelas,
Dormir ao som do vento
Acima das nuvens
Com os raios do sol me aquecendo
E ser despertado suavemente
Pelo cântico dos sabiás-laranjeiras.
Vou sentir,
Perscrutar e examinar,
Navegar pela imensidão azul
Polir as estrelas
Comer um pedaço da lua
E matar a sede na via Láctea
Até bordar meus sonhos dourados.
Vou amar,
Revelar minha identidade,
Correr pela areia fina e branca
Flutuar as ondas do mar
Sentir o sal em minha boca
E beijar seu corpo moreno
Deixando-me embriagar as fantasias.
_______________________
| 306
A vez da Maria
_____________________
Os negrinhos choravam
E gritavam em seus escombros,
Eles ficaram vermelhos
Em febre e fogo queimavam
Eras as crias de Maria
Que ria de desgosto
E chorava de loucura.
Coitada da Maria.
_______________________
| 307
Via da traição
_____________________
A traição
É o veneno da maldição
É o vinho e é o pão
É a dor do seu coração.
A traição
É o controle do poder
É o poder de matar
É fugir e se perder
É amar e odiar.
A traição
É a mais breve lição
É o odor da podridão
É o retoque na ilusão
É a dor no meu coração.
A traição
É o roubo e a extorsão
É a guerra da religião
É o sotaque de alemão
É o conselho do irmão
É o último voo do avião
É o ódio e a paixão
É um belo alazão
_______________________
| 308
Vida de uma vida
_____________________
_______________________
| 309
Da vida do eremita
_____________________
Meu amor,
Assim é uma beleza
Eu queria viver como tu
Sem problema nem despesa
Na mais nobre da pobreza
Comer mato, comer grama
No almoço, urubu
Se der sorte, com certeza
Comer rato de sobremesa!
Meu amor,
Eu quero viver
Na mais dura das misérias
Ser um pobre, ser um cão
Revoltado, rejeitado,
Não fazer nenhuma pilhéria
Não caçar, nem ser caçado
Não quero ser rico, não!
Meu amor,
Quero ser simples
E ser puro como tu
Botar grama nessa mesa
E comer carniça de urubu
Ser feliz, não ser visado
Pelo visor da humanidade
Eremita apaixonado
Pelo amor, pelo xaxado
Viver só para viver
Não saber o que é cidade
Minha casa é uma caverna
O meu reino é o matagal
Quero viver essa vida
Sem pimenta e sem sal
Sendo o rei do meu quintal!
_______________________
| 310
Vida humana
_____________________
Eu nasci
Eu cresci
Eu vivi
Eu morri
Chorando
Brincando
Acabando
De derramar
O sangue
No mangue
Do sol até
A estrela brilhar
Riso estampado
Choro atrapalhado
Caio em mim
Não sei se vou
Aguentar até
O fim...
_______________________
| 311
Vítima
_____________________
Julgamentos atrasados
A sentença divulgada
Toda ela foi errada
Novamente sou culpado
_______________________
| 312
Viva a eternidade
_____________________
Um desejo me domina
Estou louco de tristeza
Vou seguir a minha sina
Tendo certeza da presteza
_______________________
| 313
Viver eternamente
_____________________
Tristeza profunda
Que cada vez mais me aperta
O coração em hora incerta
Nesta vida corcunda
_______________________
| 314
Você
_____________________
_______________________
| 315
Você...
Criança não sei se entendo
Sonhos não os compreendo
Mas sei que amo você...
_______________________
| 316
Você é...
_____________________
É a dor, é o amor
É a farsa que disfarça
É a pétala da flor
É a pena da garça
Tudo é natureza
É tudo beleza
Nossa maravilha
Seguindo a trilha
É o sol, é a lua
É o bêbado na rua
É o tempo em veneno
Que espalha o sereno
É a chuva, é a bruma
Ao mar a terra ruma
É a brisa maus suave
É uma colorida ave
É você, é o nosso
É tudo que é vosso
É a minha paixão
É a composição
Deste meu refrão
Dedicado à você
É a pele do bebê
É o poema à ti
Estou aqui e ali
_______________________
| 317
Um vulto negro numa
noite escura
_____________________
_______________________
| 318
À espera de seu Deus?
_______________________
| 319
Wall
_____________________
_______________________
| 320
O xis da questão
_____________________
A felicidade é inerente
De toda humanidade
Basta querer ir para frente
Basta agir de verdade
_______________________
| 321
Yin e yang
_____________________
O verso e o reverso.
A luz e o escuridão.
O vasto e negro céu,
pontilhado de estrelas.
O esverdeado de seus olhos,
minha vida, neles brilham.
_______________________
| 322
Zumbido
_____________________
_______________________
| 323
Sangria
_____________________
E então farfalha,
Brilha a navalha,
O navio encalha...
E começa a batalha!
_______________________
| 324
Satisfação
_____________________
_______________________
| 325
Se a canoa virar
_____________________
Não!
Não condeno e nem desejo mal,
Apenas repudio e tenho dó
Pela pobreza e infelicidade
Abatidas e exoneradas
Na sede de quem fala por mim
Pois não sabe o que fala e não se conhece,
Somente contradiz
E cai de joelhos em desespero.
_______________________
| 326
Promiscuidade
_____________________
Ao romper da claridade
O som pesado do trovão
Interrompe um relâmpago
Que reluz como aviso
Serei eu um bandido?
Ou um desterrado banido...?
A confusão me envolve
A cada minuto que passa
O odor do ódio dissipa
O mau cheiro da caça
Abatida, sem alma e sem vida
_______________________
| 327
Protesto à minha moda
_____________________
Desliga, meu.
Tu não pode (sic) ser assim.
Volta a ser você mesmo.
Não marca bobeira!
_______________________
| 328
Quarta parte
_____________________
Luzes, imagens
Planetas
Viagens...
Estranhas paragens
Os cortes vazios
As espumas e o sangue
Os olhos vadios...
Sempre,
O gato mata o rato,
Morre de sede a semente
Que semeia meu sorriso
Minha vera parte, louca
Indecente
Mistérios, enchentes
Via láctea,
Sonhos azuis,
Céus,
Estrelas...
_______________________
| 329
Tudo que supus!
Tudo é arte
Viva Marte!
Estoura a vida.
Nasce a minha quarta parte...!
_______________________
| 330
Quatro versos
_____________________
_______________________
| 331
Que dor
_____________________
Que loucura
Essa vida tão dura
Vivendo na pendura
Cercando a sorte
Não deixando escapar
A caveira da morte
Para quem quer se matar!
Que tristeza
O que falta é beleza
Uma pitada de destreza
A dádiva da natureza
O corpo nu e cru
Mostrando o gosto forte
A cor do céu azul
O sangue que sai do corte!
Que migalha
Esse amor encalha
Esse coração espalha
O sabor do amor
Que dor... que dor!
_______________________
| 332
Quem
_____________________
Quem chorou
Quem sorriu
Quem amou
Quem fugiu
Quem sofreu
Quem se doeu
A vida viveu
E por ela morreu
É a grande verdade
Salve a liberdade
Deixa disso amor
Pare de sofrer essa dor
_______________________
| 333
Quero
_____________________
_______________________
| 334
Questão de amor
_____________________
É um olhar apaixonado!
É um abraço mais afetuoso!
É um beijo extraviado!
É um assopro carinhoso!
O que é o amor?
É um sentimento especial
É tudo aquilo sem palavras
É uma vida sem igual
É o início de uma estrada
O que é o amor?
_______________________
| 335
Rato
_____________________
Maníaco, doente
Sou livre, sou decente
Em meio às mesas de bar
No cais do porto
Na terra, no ar, no mar
_______________________
| 336
Razão da embriaguez
_____________________
Vou me embriagar
E caminhar por aí
Chutando as latas do chão
Chorando a mágoa
Da minha paixão
Vou me embriagar
E caminhar por aí
De cabeça baixa
Escondendo minhas lágrimas
Que rolam soltas como magma
Vou me embriagar
E caminhar por aí
Triste é a minha sina
Isso sempre me arruína
Vou me embriagar
E caminhar por aí
Tentando esquecer do amor
Que nos envolveu até chegar a dor
Vou me embriagar
E caminhar por aí
Andar até cair na calçada
E lá ficar por toda madrugada
_______________________
| 337
Razão do poeta
_____________________
E fica no ar
Um cheiro estranho
O zunzum das vozes
A conversa de bar!
Entre lírios e rosas,
Ódio e paixão
O poeta sempre faz
O que lhe manda a razão
_______________________
| 338
Realejo
_____________________
Brilha o sol
O fio do punhal
Vem e fim
O socorro virginal
Sou ateu
Da religião
Dos mortos de Deus
Neste mundo cão
Vivo em desencontro
Alheio ao caos
O som metálico da lâmina
Cortando fundo a lânguida carne
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Realidade
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Alguém pede
Algo fede
Abutre ronda
Homem sonda
Progresso chegando
Nos bancos de praça
Namorados amando
Distinção de raça
Máquinas iludindo
Toda boa vontade
O ódio se esvaindo
Sinônimo de maldade
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Recôndita personalidade
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| 341
Reflexão
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| 342
Rejeição
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Sentimentos agonizantes
A mais cruel das emoções
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| 343
Remanescências
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| 344
Remorso
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Remorso,
Sinto a dor fustigando
Vejo o pobre mastigando
Ouço seu coração palpitando...
... tão longe,
Como um lamurio
A perdurar na caminhada,
Triste reza salpicada
E as pétalas de rosa,
Mais alva que a neve,
Reluz orvalhada...
E eu sei que não contenho
O amor que abstenho
Da minha sina amaldiçoada!
Remorso,
Sinto a pele arrepiar
E uma lágrima rolar
Deste seu rosto de rainha...
Mas não passa de princesa,
Filha do amor e da beleza...
...Triste é a natureza,
Toca o lamentoso hino
Deste meu agonizante destino
E percorre as veias, buscando
O que nunca se perdeu
Mas também nunca começou
E tampouco terminou,
Mas... já morreu!
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Renascença
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Ah!
Um sol de ouro!
Oh!
Chuva de prata!
Se o tempo voa
Vou junto dele
Se a hora é boa
O extremo bem da vida é o mar
E viver é só prá sonhar
E sorrir!
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Renascimento
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Um choro de criança
É como uma gotícula
É o nascer da esperança
São laços se unindo em liga!
Os primeiros passos
Os carinhosos abraços
Um sorriso bonito
Uma palavra. Um grito.
Hoje, o presente
De muita gente
É ver um sorriso seu
Do anjinho que renasceu
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Rendição
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Chega!
O meu coração já explodiu.
Não aguento essa dor
Chamada de amor!
Chega!
O delírio já passou,
E a febre cessou
De queimar minhas lágrimas!
Chega!
Estou sonhando amor
Vivendo e querendo morrer
Vou explodir de dor!
Chega!
Vale a pena viver...
Se não há mais amor?
Estou agonizando!
Chega!
Escrevo o outro lado
De um pobre coitado
Que rendeu seu coração...!
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A resposta é
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Ninguém consegue responder para ninguém,
porque incerteza?
Quando eu me pergunto, adjunto: Quando
será o fim?
O som ecoa na montanha e sonha, não é bem
assim...
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Revoada
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Rodopio
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Vem,
Vamos sonhar!
Cantar uma canção antiga,
Uma antiga canção de ninar!
Vem,
Vamos ouvir!
O pio do passarinho
Construindo seu ninho prá morar!
Vem,
Vamos falar!
Gritar o seu e o meu nome ao vento
Eternizar-nos pelo tempo,
Deixar cair a noite ao relento e suspirar!
Vem,
Vamos amar!
Entregar-nos de corpo e alma
Sob o sol poente à bater palma,
Sob a lua branca, cálida
Tocar o agreste do seu corpo
A sua pele pálida.
Trocar um beijo, luzir um desejo,
Ao sentir um arrepio.
Banhar-nos de suor.
Eu te abraço. Você me abraça.
Mais e mais forte
Até não sentirmos mais frio
Até, então, entrarmos em rodopio!
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Romper da claridade
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Traição...
O mundo caminha e cambaleia
Conforme a louca tradição
De matar pelo prazer,
De amar sem amor...
Um dia o mundo arreia
Em meio a todo esse horror!
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| 353
Roseiral do amor
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| 354
Rotina
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Um café fumegante
Depois de um dia tardio
Um tanto esfuziante
Sendo este tão vazio
Sentei-me na poltrona
E fiquei a meditar
Acendi meu charuto
Ouvi o som da sanfona
Então comecei a lembrar
Do dia do seu luto
A fumaça malcheirosa
Se perdia pelo espaço
A lembrança indecorosa
Fez-me louco em teu regaço
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E um sorriso...
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Sanctu
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| 357
Sangria
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E então farfalha,
Brilha a navalha,
O navio encalha...
E começa a batalha!
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| 358
Satisfação
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| 359
Se a canoa virar
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Não!
Não condeno e nem desejo mal,
Apenas repudio e tenho dó
Pela pobreza e infelicidade
Abatidas e exoneradas
Na sede de quem fala por mim
Pois não sabe o que fala e não se conhece,
Somente contradiz
E cai de joelhos em desespero.
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| 360
ÍNDICE
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| 361
Confidências (Parte Um)
Confidências (Parte Dois)
Conflito de gerações
Conversas
Coquetel
Coração de vidro fumê
Corredeiras
Corvos e abutres
Cristais (Parte Um: Eu, prisioneiro
Cristais (Parte Dois: Cristaliza-me
Dançar
Dê, de destino
Descendendo
Deserto
Despedida
Deusa do amor
Dias
Diluência
Dissidente sim, decadente não!
Distância de um amor
Domingueira
Donzela
Duas palavras
Dupla personalidade
É já e agora!
Eclipse total da lua
Ela é in
Elas
Escárnio
Enluarar
Ensaio
Entranhas
Epopéia
Era final
Essa nova (nossa) história de amor
Esse extenso rio do amor...
Espelhança
Espelhos dos anos
Esperança
Estrada vital
Eu próprio: História, luta e sentimento (Parte 2)
Eu só!
Exemplo
Falatório
Fardo
Feliz Aniversário
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| 362
Feliz Natal
Festa Junina
Filho ladrão, a carta de um desesperado suicida
Fim da Terra
Fim da rua, No
Fim dos tempos
Folias e foliões
Fora do alcance
Forças
Forças poderosas
Formas da vida
Fraseado
Fuga
Fugitivo
Gira-gira
Graves erros
Heróis-Vampiros
Hoje e agora
Homenagem
Ídolo quebrado
If & it, sonhar você
Incoerência da inocência, A
Inexistente nostalgia
Instantaneamente, um instante
Instantes
João-Ninguém poder ser alguém?, Um
Kkkkkkk
Lágrima de saudade
Lastro
Lembranças
Liberdade
Libertar-me
Libertas quæ sera tamen
Linha da vida
Llamado
Loucos Dante... Elefante!
Loucos reinarão, Os
Loucura ou razão... (Nada é só paixão)
Lua, Lua, Lua
Luarais
Magicland
Magneto
Mal
Maldição
Manas
Manhã de sol
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| 363
Mar
Marcha
Maria
Mata virgem
Menção à amizade (Aos meus amigos)
Mensagens
Mentiras, As
Mesa de bar
Messias
Mesuras: Teu ego, minha paixão
Metáforas
Minutos de uma vida, minutos de você
Momento de glória
Momento mágico, O
Momentos de amor
Moradia
Morrer ou viver
Movimento em falso
Murchou a margarida
Mundo diferente, Um
Muro das lamentações, No
Musa, inspiração dos poetas
Musa, minha musa
Na sacada (Olha a faca!)
Nativo
Natureza: a vida de uma mãe
Naufrágio
Nem tudo que reluz é ouro
New year, new life
Nó na garganta
Nos becos, nas noites paulistas
Nova geração
Novamente
Objeto feliz
Ócio
Olímpia
Olhos
Opala
Oração
Ou será que não?
Ouro
Pai, mãe e filhos
Para sonhar no fogo eterno
Paralelismo
Passa Rio
Pátria Amada, Brasil...
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| 364
Pedaço de gente
Pedido
Pensamento
Pensamento vadio
Pequena Poodle
Perseguição
Pesadelo
Pique
Pode ser
Poente do horizonte
Poesia
Promiscuidade
Protesto à minha moda
Quarta parte
Quatro versos
Que dor
Quem
Quero
Questão de amor
Rato
Razão da embriaguez
Razão do poeta
Realejo
Realidade
Recôndita personalidade
Reflexão
Rejeição
Remanescências
Remorso
Renascença
Renascimento
Rendição
Resposta é..., A
Revoada
Rodopio
Romper da claridade
Roseiral do amor, O
Rotina
Sanctu
Sangria
Satisfação
Se a canoa virar
Seca in vino acre
Seis de agosto de 1945
Semente do amor, A
Sentidos sentimentos
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| 365
Sentimento maior, O
Sentimento presente
Sentir
Sereia
Shangri La
Silêncio
Sina
Sinal vermelho
Solidão
Somente para seus olhos
Soneto ao sonhador
Soneto da esperança
Soneto da formosura
Soneto da lágrima
Soneto da rivalidade
Soneto da vida
Soneto de um dia qualquer
Sonho
Sonhos, Os
Sopro de vida
Tempo, O
Tendências e nada mais
Tentativa
Teu coração
Traição à Humanidade
Traição, pimenta na boca
Transe
Trapos
Trem da vida, O
Trevo
Tristes sonhos de solidão
Tristeza profunda
Última poesia
Um dia desses...
Um ponto no cabedal
Variáveis
Vencer na vida
Vendaval
Vento
Verbo, amor inconsequente
Vez da Maria, A
Via da traição
Vida de uma vida
Vida do eremita, Da
Vida humana
Vítima
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| 366
Viva a eternidade
Viver eternamente
Você
Você é
Vulto negro em uma noite escura, Um
Wall
Xis da questão, O
Yin e Yang
Zumbido
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| 367
Colecção
digit@lmente
Título: O TREM DA VIDA E OUTRAS POESIAS
Autor: LEONARDO CONSOLI JÚNIOR
Contacto:
[email protected]
www.elefante-editores.net
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