LC 59

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LEI COMPLEMENTAR nº 59, de 18/01/2001

Organização e a divisão judiciárias do Estado de Minas Gerais.

Título I
Das Circunscrições

Art. 1º – O território do Estado, para a administração da justiça, em primeira instância, divide-se em comarcas, conforme as
relações constantes nos Anexos desta Lei Complementar.
§ 1º – A prestação jurisdicional no Estado, em segunda instância, compete aos Desembargadores e Juízes convocados do
Tribunal de Justiça e aos Juízes do Tribunal de Justiça Militar.
§ 2º – A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos tribunais a que se refere o § 1º será
exercida pela Assembleia Legislativa, na forma definida em seu Regimento Interno.
Art. 2º – O órgão competente do Tribunal de Justiça, nas condições e limites que estabelecer, poderá estender a jurisdição dos
Juízes de primeiro grau para comarcas, contíguas ou não, visando aos seguintes objetivos:
I – solução para acúmulo de serviço que não enseje criação de vara ou comarca; e
II – produção mínima que justifique o cargo.
Art. 3º – A comarca constitui-se de um ou mais municípios, em área contínua, sempre que possível, e tem por sede a do
município que lhe der o nome.
§ 1º – As comarcas poderão subdividir-se em distritos e subdistritos judiciários.
§ 2º – A relação das comarcas e dos municípios que as integram é a constante no Anexo II desta lei.
§ 3º – Até a instalação das comarcas criadas nesta lei complementar, relacionadas no item I.2.III – Primeira entrância –
Segunda parte – do Anexo I, prevalecerão a divisão judiciária e a competência jurisdicional previstas na legislação em vigor,
permanecendo vinculados à comarca originária os municípios listados no Anexo II.
Art. 4º – O distrito e o subdistrito judiciários constituem-se de um ou mais distritos ou subdistritos administrativos, assim criados
em lei.
Parágrafo único – O Juiz poderá transferir a realização de atos judiciais da sede para os distritos.
Art. 5º – São requisitos:
I – para a criação de comarca:
a) população mínima de 18 mil habitantes na comarca;
b) número de eleitores superior a 13 mil na comarca;
c) movimento forense anual, nos municípios que compõem a comarca, de, no mínimo, 400 feitos judiciais, conforme
estabelecer resolução do órgão competente do Tribunal de Justiça;
II – para a instalação de comarca:
a) edifício público de domínio do Estado com capacidade e condições para a instalação de fórum, delegacia de polícia, cadeia
pública e quartel do destacamento policial;
Parágrafo único – O preenchimento dos requisitos a que se refere este artigo será comprovado por meio de certidões
expedidas pelas repartições públicas competentes ou, conforme o caso, por inspeção local pelo Corregedor-Geral de Justiça.
Art. 6º – Entregue a documentação a que se refere o art. 5º, o Corregedor-Geral de Justiça fará inspeção local e apresentará
relatório circunstanciado, dirigido ao órgão competente do Tribunal de Justiça, opinando sobre a criação ou a instalação da
comarca.
§ 1º – Se o órgão competente do Tribunal de Justiça decidir pela criação da comarca, elaborará projeto de lei complementar e
o encaminhará à Assembleia Legislativa ou, se decidir pela instalação, expedirá resolução, determinando-a.
§ 2º – Determinada a instalação, o Presidente do Tribunal de Justiça designará data para a respectiva audiência solene, que
será presidida por ele ou por Desembargador especialmente designado.
§ 3º – Será lavrada ata da audiência, em livro próprio, e dela serão feitas cópias autenticadas para remessa ao Tribunal de
Justiça, à Corregedoria-Geral de Justiça, ao Tribunal Regional Eleitoral, ao Governador do Estado e à Assembleia Legislativa,
destinando-se o livro à lavratura de termos de exercício de magistrados da comarca.
§ 4º – Instalada a comarca e especificados seus distritos judiciários, ficarão automaticamente criados os seus serviços notariais
e de registro.
§ 5º – Haverá, na sede da comarca instalada, os seguintes serviços notariais e de registros:
I – 2 Serviços de Tabelionato de Notas;
II – 1 Serviço de Registro de Imóveis;
III – 1 Serviço de Registro Civil das Pessoas Naturais, Interdições e Tutelas;
IV – 1 Serviço de Protesto de Títulos;
V – 1 Serviço de Registro de Títulos e Documentos e Civil das Pessoas Jurídicas.
§ 6º – Os serviços previstos no § 5º poderão ser acumulados no ato da instalação da comarca, observados os critérios
previstos nesta lei complementar.
§ 7º – Havendo a acumulação dos serviços, no momento do desmembramento da comarca, terá preferência de opção o
delegatário com mais tempo de titularidade na sede da comarca de origem.
Art. 7º – O órgão competente do Tribunal de Justiça suspenderá as atividades jurisdicionais da comarca que, por três anos
consecutivos, segundo verificação dos assentamentos da Corregedoria-Geral de Justiça, deixar de atender aos requisitos
mínimos que justificaram a sua criação, anexando-se seu território ao de sua comarca de origem.
Parágrafo único – Após a suspensão de que trata o caput deste artigo, o Tribunal de Justiça encaminhará ao Poder Legislativo
projeto de lei complementar que estabeleça a extinção da comarca.
Art. 8º – As comarcas classificam-se como:
I – de entrância especial as que têm 5 ou mais varas instaladas, nelas compreendidas as dos Juizados Especiais, e população
igual ou superior a cento e 30 mil habitantes;
II – de primeira entrância as que têm apenas 1 vara instalada; e
III – de segunda entrância as que não se enquadram nos incisos I e II deste artigo.
Parágrafo único – Para fins de classificação da comarca, nos termos do inciso I do caput, a comprovação do número de
habitantes se dará por estimativa anual, publicado pelo IBGE, nos termos do art. 102 da Lei Federal n. 8.443/1992.
Art. 8º-A – São instituídas nas comarcas do Estado as Centrais de Conciliação, às quais competirá, a critério do Juiz de Direito
da Vara, promover a prévia conciliação entre as partes, nas causas que versem sobre direitos que admitam transação.
§ 1º – Compete ao órgão competente do Tribunal de Justiça, mediante resolução, regulamentar o funcionamento das Centrais
de Conciliação e autorizar a sua instalação.
§ 3º – Atuarão nas Centrais de Conciliação conciliadores não remunerados escolhidos entre pessoas de reconhecida
capacidade e reputação ilibada, facultada a escolha entre estagiários dos cursos de direito, de psicologia, de serviço social e
de relações públicas.

Título II
Dos Órgãos de Jurisdição

Art. 9º – O Poder Judiciário é exercido pelos seguintes órgãos:


I – Tribunal de Justiça;
II – Tribunal de Justiça Militar;
IV – Juízes de Direito;
V – Tribunais do Júri;
VI – Conselhos e Juízes de Direito do Juízo Militar;
VII – Juizados Especiais.
§ 1º – Os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e as suas decisões serão fundamentadas, sob pena de
nulidade, sem prejuízo de, em determinados atos, a presença ser limitada aos advogados e Defensores Públicos e às partes,
ou somente àqueles, nas hipóteses legais em que o interesse público o exigir.
§ 2º – As decisões administrativas dos Tribunais serão motivadas, e as disciplinares, tomadas pelo voto da maioria absoluta de
seus membros ou do respectivo órgão especial.
§ 3º – Ressalvado o disposto no art. 10 desta lei, em cada comarca haverá um Juiz de Direito, Tribunal do Júri e outros órgãos
que a lei instituir.
§ 4º – O órgão competente do Tribunal de Justiça determinará a instalação dos órgãos jurisdicionais de primeiro e segundo
graus instituídos por Lei no Estado, incluídos os dos Juizados Especiais.
§ 5º – Fica assegurada sustentação oral aos advogados, aos Defensores Públicos e, quando for o caso, aos Procuradores de
Justiça, nas sessões de julgamento, nos termos do regimento interno.
Art. 10 – Haverá, nas comarcas do Estado classificadas como:
I – de entrância especial, Juízes de Direito em unidades judiciárias, de acordo com a relação contida no item I.2.I do Anexo I
desta lei complementar, e, na Comarca de Belo Horizonte, haverá, ainda, Juízes de Direito Auxiliares Especiais, com função de
substituição e cooperação;
II – de segunda entrância, Juízes de Direito em unidades judiciárias, de acordo com a relação contida no item I.2.II do Anexo I
desta lei complementar;
III – de primeira entrância, Juiz de Direito em unidade judiciária, de acordo com a relação contida no item I.2.III – Primeira
entrância – Primeira parte – do Anexo I desta lei complementar;
IV – de primeira entrância, a partir de sua instalação, Juiz de Direito em unidade judiciária, de acordo com a relação contida no
item I.2.III – Primeira entrância – Segunda parte – do Anexo I desta lei complementar.
§ 1º – Nas comarcas onde houver mais de um Juiz de Direito, o órgão competente do Tribunal de Justiça fixará, mediante
resolução, a distribuição de competência das varas e das unidades jurisdicionais do Sistema dos Juizados Especiais
existentes.
§ 2º – As varas de mesma competência são numeradas ordinalmente.
§ 3º – É obrigatória a instalação de vara de execução penal nas comarcas onde houver penitenciária.
§ 4º – A instalação das comarcas, das varas e das unidades jurisdicionais do Sistema dos Juizados Especiais criadas por esta
lei complementar e a alteração de competência das unidades judiciárias serão determinadas pelo órgão competente do
Tribunal de Justiça, por meio de resolução, de acordo com a necessidade da prestação jurisdicional e após a verificação, pela
Corregedoria-Geral de Justiça, das condições de funcionamento e, pela Presidência do Tribunal de Justiça, da disponibilidade
de recursos financeiros, observado o quantitativo de cargos de Juiz de Direito previsto no quadro de reserva constante no item
I.2.V do Anexo I desta lei complementar.
§ 5º – O Poder Judiciário do Estado contará com duzentos e dez cargos de Juiz de Direito Substituto, previstos no item I.2.IV
do Anexo I desta lei complementar, cuja lotação caberá ao Presidente do Tribunal de Justiça.
§ 6º – Os Juízes de Direito Substitutos, até o limite de 1/3 dos cargos, terão lotação nas comarcas-sede das regiões
administrativas, que serão delimitadas por ato do órgão competente do Tribunal de Justiça, cabendo-lhes substituir os titulares
das comarcas integrantes da região administrativa, quando em férias, licença ou afastamentos, com competência plena.
§ 7º – Os cargos vagos postos em concurso público para ingresso na magistratura serão providos por escolha dos Juízes de
Direito Substitutos, na ordem de classificação no certame que lograram êxito.
§ 8º – Enquanto durar a substituição, os Juízes de Direito Substitutos farão jus ao recebimento de subsídio correspondente à
mudança de entrância.
§ 9º – Existindo interesse da administração, os cargos de Juiz de Direito Substituto que vagarem na região administrativa
poderão ser aproveitados para remoção dos Juízes de Direito Substitutos.
§ 10º – O órgão competente do Tribunal de Justiça poderá, mediante resolução, determinar a redistribuição dos feitos em curso
nas comarcas, observadas as normas processuais.
§ 11º – Em comarca com mais de 200 mil habitantes, resolução do órgão competente do Tribunal de Justiça poderá
estabelecer a localização de varas regionais, com área delimitada.
§ 12º – A Comarca de Belo Horizonte conta seis varas no Distrito do Barreiro, sendo duas criminais, e quatro no Distrito de
Venda Nova.
§ 13º – Funcionará na Comarca de Belo Horizonte o Centro de Apoio Jurisdicional, composto por Juízes de Direito Auxiliares,
com competência para substituição e cooperação, com estrutura determinada pelo órgão competente do Tribunal de Justiça,
mediante resolução.
§ 14 – Os Juízes do Sistema dos Juizados Especiais exercerão suas funções nas unidades jurisdicionais previstas no art. 84-C
desta Lei Complementar.
§ 15 – Para expedir a resolução de que trata o § 4º deste artigo, o órgão competente do Tribunal de Justiça exigirá a estimativa
justificada de distribuição média, por mês, de:
I – 100 processos, para a instalação de vara ou a alteração de sua competência;
II – 160 processos para cada Juiz, em se tratando de instalação de unidade jurisdicional do Sistema dos Juizados Especiais ou
de cargo de Juiz de Direito em unidade jurisdicional do Sistema dos Juizados Especiais.
§ 16 – O quantitativo de cargos de Juiz de Direito previsto para as comarcas de entrância especial e de segunda e primeira
entrâncias, referido no Anexo I desta lei complementar, corresponde ao número de varas, de cargos de Juiz de Direito Auxiliar
e de unidades jurisdicionais do Sistema dos Juizados Especiais instalados.
§ 17 – Poderá o Presidente do Tribunal de Justiça, após ouvir o órgão competente do TJMG, designar grupo de, no mínimo,
três Juízes em cooperação para atuar em vara ou comarca, quando ficar constatado que o Juiz titular está sob ameaça, para
atuação conjunta, em prazo não inferior a noventa dias.
§ 18 – O Tribunal de Justiça, na forma definida em seu regimento interno, poderá criar Postos de Atendimento Judiciário – PAJs
– nas comarcas com população acima de trezentos mil habitantes com estrutura de pronto atendimento ao cidadão e ao
advogado, para distribuição de feitos, protocolo de petições, central de certidões e serviço de atendimento ao cidadão.
§ 19 – Os cargos de Juiz de Direito criados por lei complementar e ainda não providos serão revertidos ao quadro de reserva
de que trata o item I.2.V do Anexo I desta lei complementar, para lotação futura, quando da instalação de comarcas, varas ou
unidades jurisdicionais do Sistema dos Juizados Especiais, na forma do § 4º.
§ 20 – A desinstalação de unidade judiciária, observada a conveniência administrativa, será determinada pelo órgão
competente do Tribunal de Justiça, por meio de resolução, desde que a referida unidade esteja vaga e, no triênio anterior, após
a verificação pela Corregedoria-Geral de Justiça, não tenha apresentado os índices exigidos para sua permanência,
revertendo-se o cargo de Juiz de Direito para o quadro de reserva previsto no item I.2.V do Anexo I desta lei complementar.

Livro II
Dos Tribunais e Dos Juízes Comuns

Título I
Do Tribunal de Justiça
Capítulo I
Da Constituição

Art. 11 – O Tribunal de Justiça, órgão supremo do Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais, tem sede na Capital e jurisdição
em todo o território do Estado.
§ 1º – São 150 os cargos de Desembargador do Tribunal de Justiça, dos quais um será o de Presidente, três, os de Vice-
Presidentes, e um, o de Corregedor-Geral de Justiça.
§ 2º – 1/5 dos lugares do Tribunal de Justiça será preenchido por advogados e membros do Ministério Público, em
conformidade com o disposto na Constituição Federal.
Art. 12 – O acesso ao cargo de Desembargador dar-se-á mediante promoção por antiguidade e por merecimento,
alternadamente, apurados entre os Juízes de Direito integrantes da entrância especial.

Capítulo II
Da Direção

Art. 13 – São cargos de direção o de Presidente, os de Vice-Presidente e o de Corregedor-Geral de Justiça.


§ 1º – O Presidente, os Vice-Presidentes e o Corregedor-Geral de Justiça terão mandato de 2 anos, vedada a reeleição, e
serão eleitos entre os Desembargadores mais antigos do Tribunal, pela maioria de seus membros.
§ 2º – É obrigatória a aceitação do cargo, salvo recusa manifestada antes da eleição.
§ 3º – Não poderá concorrer aos cargos de Presidente, de Vice-Presidente e de Corregedor-Geral de Justiça nem ao de
membro do Tribunal Regional Eleitoral o Desembargador que não estiver com o serviço em dia, e, se votado, o voto será
considerado nulo.
§ 4º – O Desembargador que tiver exercido cargo de direção por 4 anos não figurará entre os elegíveis até que se esgotem
todos dos nomes na ordem de antiguidade.
§ 5º – Havendo renúncia de cargo ou assunção não eventual do titular a outro cargo de direção no curso do mandato,
considerar-se-ão, para todos os efeitos, como completados os mandatos para os quais foi eleito o Desembargador.
Art. 14 – O Presidente, os Vice-Presidentes e o Corregedor-Geral de Justiça afastar-se-ão das suas Câmaras durante o
exercício do mandato, mas ficarão vinculados ao julgamento dos processos que lhes tenham sido distribuídos até o dia da
eleição, participando, também, da votação nas questões administrativas.
§ 1º – Serão convocados, observadas as normas pertinentes, para a substituição do Desembargador, durante o exercício de
cargo de direção do Tribunal de Justiça do Estado, Juízes de Entrância Especial ou, se for o caso, por resolução do Órgão
Especial, serão providos cargos de Desembargadores para esse fim.
§ 2º – O 3º-Vice-Presidente receberá distribuição de processos no Órgão Especial, em igualdade de condições com os demais
Desembargadores dele integrantes.
Art. 14-A – O Presidente do Tribunal de Justiça poderá convocar até 4 Juízes de Direito para servirem como auxiliares da
Presidência e 1 para cada Vice-Presidência, os quais ficarão afastados de suas funções, sem prejuízo da antiguidade e do
direito à promoção.
Parágrafo único – O Presidente do Tribunal poderá convocar Juízes Auxiliares acima do limite previsto no caput, desde que se
justifique a medida, após autorização do órgão competente do TJMG e observada a legislação nacional pertinente.
Art. 15 – A competência e as atribuições do Presidente, dos Vice-Presidentes e do Corregedor-Geral de Justiça serão
estabelecidas no Regimento Interno do Tribunal de Justiça.

Capítulo III
Da Organização

Art. 16 – São órgãos do Tribunal de Justiça:


I – o Tribunal Pleno;
II – o Órgão Especial do Tribunal de Justiça;
III – a Corregedoria-Geral de Justiça;
VI – as Comissões;
VII – as câmaras e os demais órgãos que forem previstos em seu Regimento Interno.
Parágrafo único – Os órgãos do Tribunal de Justiça terão sua composição, atribuições e competências estabelecidas no
Regimento Interno.

Capítulo V
Do Órgão Especial do Tribunal de Justiça

Art. 18 – O Órgão Especial do Tribunal de Justiça é composto de vinte e cinco Desembargadores, respeitada a representação
de advogados e membros do Ministério Público prevista no art. 94 da Constituição da República, para o exercício das
atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do Tribunal Pleno, provendo-se treze das vagas por
antiguidade e doze por eleição pelo Tribunal Pleno.
§ 1º – O Desembargador que tiver exercido por 4 anos a função de membro da metade eleita do Órgão Especial não figurará
mais entre os elegíveis até que se esgotem todos os nomes.
§ 2º – O disposto neste artigo não se aplica ao membro do Tribunal na qualidade de convocado por período igual ou inferior a 6
meses.

Capítulo VI
Da Corregedoria-Geral de Justiça

Art. 23 – A Corregedoria-Geral de Justiça tem funções administrativas, de orientação, de fiscalização e disciplinares, a serem
exercidas em sua secretaria, nos órgãos de jurisdição de primeiro grau, nos órgãos auxiliares da Justiça de primeiro grau e nos
serviços de notas e de registro do Estado, observado o disposto nesta Lei Complementar e, no que couber, no Regimento
Interno do Tribunal de Justiça.
Parágrafo único – A Corregedoria-Geral de Justiça terá funções fiscalizadora e disciplinar sobre os órgãos auxiliares do
Tribunal de Justiça.
Art. 24 – O Corregedor-Geral de Justiça fica dispensado das funções jurisdicionais, exceto em declaração de
inconstitucionalidade.
Art. 25 – São auxiliares do Corregedor-Geral de Justiça:
I – os Juízes Auxiliares da Corregedoria;
II – os Juízes de Direito.
Art. 26 – Os Juízes Auxiliares da Corregedoria exercerão, por delegação, as atribuições do Corregedor-Geral de Justiça
relativamente aos Juízes de Direito, aos servidores do Poder Judiciário e aos notários e registradores e seus prepostos.
§ 1º – O Corregedor-Geral de Justiça poderá indicar até dez Juízes de Direito titulares de varas, de unidades jurisdicionais ou
Auxiliares da Comarca de Belo Horizonte para exercerem a função de Juiz Auxiliar da Corregedoria, os quais serão designados
pelo Presidente do Tribunal de Justiça.
§ 2º – A designação será feita para período correspondente ao mandato do Corregedor-Geral de Justiça que fizer a indicação,
permitida a recondução, ficando o Juiz Auxiliar da Corregedoria afastado das funções jurisdicionais.
§ 3º – A vara ou o cargo da unidade jurisdicional de que o Juiz designado for titular ou o cargo de Juiz de Direito Auxiliar por ele
ocupado permanecerão vagos durante o período de seu exercício na função de Juiz Auxiliar da Corregedoria.
§ 4º – Cessado o exercício da função de Juiz Auxiliar da Corregedoria, o Juiz de Direito reassumirá, imediatamente, o exercício
na vara ou no cargo da unidade jurisdicional de que é titular, e o Juiz de Direito Auxiliar retornará à sua função anterior.

Seção II
Das Atribuições do Juiz Auxiliar da Corregedoria

Art. 29 – São atribuições do Juiz Auxiliar da Corregedoria:


I – exercer, quando designado pelo Corregedor-Geral de Justiça, a direção do foro da Comarca de Belo Horizonte;
II – fazer as sindicâncias e correições que lhe forem especialmente cometidas;
III – auxiliar em inspeção e correição;
IV – exercer a delegação que o Corregedor-Geral de Justiça lhe fizer.

Seção III
Das Correições

Art. 30 – A correição será:


I – extraordinária, quando realizada pelo Corregedor-Geral de Justiça;
II – ordinária, quando realizada por Juiz de Direito, no limite de sua competência.
Art. 31 – A correição consiste na fiscalização dos serviços do foro judicial, dos serviços notariais e de registro, dos serviços da
Justiça de Paz, da polícia judiciária e dos presídios, para verificar-lhes a regularidade e para conhecer de reclamação ou
denúncia apresentada.
§ 1º – O procedimento da correição será estabelecido pela Corregedoria-Geral de Justiça e ocorrerá anualmente.
§ 2º – O Juiz de Direito da comarca fiscalizará o cumprimento das determinações do Corregedor-Geral ou do Juiz Auxiliar da
Corregedoria, prestando-lhes as informações devidas.
Capítulo XI
Da Substituição e do Auxílio no Tribunal de Justiça

Art. 45 – O Presidente do Tribunal de Justiça será substituído pelos Vice-Presidentes, sucessivamente, e, se necessário, pelo
decano.
Art. 46 – Em suas faltas ou impedimentos, o Corregedor-Geral de Justiça será substituído pelo Vice-Corregedor com ele eleito
para o mesmo biênio ou pelo Desembargador que a este se seguir na ordem de antiguidade.
Art. 46-A – Nos casos de afastamento de Desembargador, a qualquer título, da sua atividade jurisdicional por período superior
a trinta dias, o Presidente do Tribunal de Justiça convocará Juiz de Direito de entrância especial, que receberá os processos do
substituído e os distribuídos durante o tempo de substituição.
§ 1º – A convocação será feita dentre os integrantes da primeira quinta parte da lista de antiguidade na entrância especial,
após escolha por maioria absoluta do órgão competente do Tribunal de Justiça, em votação aberta e fundamentada,
observados os critérios e as vedações previstos na Lei Orgânica da Magistratura Nacional, nas resoluções do Conselho
Nacional de Justiça e no Regimento Interno do Tribunal de Justiça.
§ 2º – Aos Juízes convocados serão destinados o gabinete e a assessoria do Desembargador substituído, podendo o
Presidente do Tribunal proceder à nomeação de servidores, após indicação do Desembargador substituto, caso inexista no
gabinete a assessoria respectiva.
§ 3º – Encerrado o período de convocação, os autos dos processos em poder do Juiz de Direito convocado serão
encaminhados ao Desembargador substituído, ressalvados aqueles em que haja lançado o relatório ou que tenham sido
incluídos em pauta de julgamento.
§ 4º – Os Juízes de primeiro grau convocados para exercer função de substituição ou auxílio nos tribunais receberão, para o
exercício dessa função, a diferença de subsídio para o cargo de Desembargador.
§ 5º – Quando ocorrer o afastamento de que trata o caput, o Presidente do Tribunal submeterá ao órgão competente a
indicação e a escolha do convocado na primeira sessão subsequente à publicação do ato.

Título II
Da Magistratura da Justiça Comum

Art. 163 – A magistratura da justiça comum compreende os cargos de:


I – Juiz de Direito Substituto;
II – Juiz de Direito de Primeira Entrância;
III – Juiz de Direito de Segunda Entrância;
IV – Juiz de Direito de Entrância Especial;
VI – Desembargador.

Capítulo I
Do Concurso para Ingresso na Magistratura

Art. 164 – O ingresso na Magistratura far-se-á no cargo de Juiz de Direito Substituto, mediante aprovação em concurso público
de provas e títulos, perante Comissão de Concurso integrada por Desembargadores e representante do Conselho Seccional da
Ordem dos Advogados do Brasil, cujos nomes devem ser indicados pelo Superintendente da EJEF e aprovados pelo órgão
competente do Tribunal de Justiça.
§ 1º – A Comissão de Concurso poderá exercer as funções de Comissão Examinadora.
§ 2º – Caso haja Comissão Examinadora distinta da Comissão de Concurso, sua composição deve observar o disposto no
caput.
§ 3º – O concurso será válido por dois anos, a contar de sua homologação.
Art. 165 – Para ingresso na Magistratura, o candidato deverá preencher os seguintes requisitos, a serem comprovados
conforme estabelecido em edital do concurso:
I – ser brasileiro e estar no exercício dos direitos civis e políticos e quite com as obrigações eleitorais e militares;
II – ter mais de vinte e cinco anos de idade;
III – ser bacharel em Direito há, pelo menos, três anos;
IV – gozar de boa saúde física e mental e não apresentar defeito físico que o incapacite para o exercício da Magistratura;
V – não ter antecedentes criminais e ser moralmente idôneo;
VI – contar, pelo menos, três anos de efetivo exercício, a partir da colação de grau, como magistrado, Promotor de Justiça,
Defensor Público, advogado, serventuário da justiça, ou de atividade para cujo exercício seja exigida a utilização
preponderante do Direito;
VII – possuir características psicológicas adequadas para o exercício do cargo.
§ 1º – O concurso para ingresso no cargo de Juiz de Direito Substituto será regido pelas normas aplicáveis e pelo respectivo
edital.
§ 2º – As normas vigentes e o edital do concurso estabelecerão os documentos necessários à comprovação dos requisitos
relacionados nos incisos I a VII do caput.
§ 3º – Poderá a comissão examinadora do concurso indeferir o pedido de inscrição, ainda que apresentados os documentos
exigidos, se entender, tendo em vista a investigação a que submetido o candidato, faltarem a ele condições pessoais e
psicológicas para o bom desempenho do cargo.
§ 4º – Contra indeferimento de inscrição no concurso caberá recurso para o órgão competente do Tribunal de Justiça.
Art. 166 – O concurso será precedido de edital, com prazo mínimo para inscrição de trinta dias, contendo as exigências desta
Lei Complementar e do Conselho Nacional de Justiça, mediante publicação integral, pelo menos uma vez, no Diário do
Judiciário Eletrônico e outras duas vezes por extrato.

Capítulo II
Da Nomeação e da Vitaliciedade

Art. 167 – A nomeação dos candidatos aprovados será feita pelo Presidente do Tribunal de Justiça, respeitando-se a ordem de
classificação e a idade máxima de sessenta e cinco anos incompletos.
Art. 168 – Os Juízes de Direito Substitutos tomarão posse, de preferência coletivamente, em sessão solene do órgão
competente do Tribunal de Justiça, e terão direito, desde então, ao subsídio do cargo.
§ 1º – Empossados, os Juízes passarão a frequentar o Curso de Formação Inicial, ministrado pela Escola Judicial
Desembargador Edésio Fernandes, por prazo nunca inferior a três meses.
§ 2º – Durante o Curso de Formação Inicial, os Juízes serão submetidos a avaliações periódicas e a investigação aprofundada
quanto ao seu caráter moral e social e, se necessário, será realizado exame clínico, a fim de se verificar seu nível de
conhecimento, aproveitamento, aptidão e adequação ao exercício da função judicante.
§ 3º – Durante o Curso de Formação Inicial e o estágio probatório, os Juízes participarão de programas de acompanhamento
psicológico e social, com o objetivo de favorecer o bom desempenho no cargo.
§ 4º – O Juiz não habilitado no Curso de Formação Inicial ficará sujeito, desde logo, ao processo de vitaliciedade previsto no
art. 170-A desta Lei Complementar, conforme dispuser o Regimento Interno do Tribunal de Justiça.
Art. 170-A – Ao aproximar-se o final do biênio do estágio probatório, observado o disposto no § 4º do art. 168 desta Lei
Complementar, o órgão competente do Tribunal de Justiça fará minuciosa avaliação do desempenho das atividades do
magistrado e, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, poderá:
I – reconhecer-lhe o direito à vitaliciedade;
II – propor sua exoneração, desde que assegurada ampla defesa, ficando ele afastado automaticamente de suas funções, sem
direito à vitaliciedade, ainda que o ato do Presidente do Tribunal seja assinado após o decurso do biênio.
Art. 170-B – O processo de vitaliciamento obedecerá às normas fixadas no Regimento Interno do Tribunal.

Capítulo III
Da Promoção e da Remoção

Art. 171 – Ocorrendo vaga a ser provida, o Tribunal de Justiça publicará, no Diário do Judiciário, edital com prazo de quinze
dias para inscrição dos candidatos.
§ 2º – A data da abertura de vaga, para efeito de determinação do critério de promoção, será:
I – a do falecimento do magistrado;
II – a da publicação do ato de aposentadoria ou de exoneração do magistrado;
III – a da publicação do ato que decretar a perda do cargo, nos casos do art. 143, I, desta Lei Complementar, a da remoção ou
da disponibilidade por interesse público;
IV – aquela em que o Juiz, promovido ou removido, deixar o cargo, com a lavratura do termo de afastamento, que será
encaminhado ao Tribunal de Justiça, imediatamente, pelo Escrivão.
§ 3º – Havendo simultaneidade na data da ocorrência de vaga, a precedência de abertura será determinada pela ordem
alfabética das comarcas.
§ 4º – Não se inscrevendo no prazo, presumir-se-á que o Juiz não aceita o lugar vago.
§ 5º – A remoção precederá à promoção por merecimento.
§ 6º – A vaga decorrente de remoção de uma para outra comarca poderá ser provida por remoção desde que não esteja
concorrendo a ela candidato a promoção que, na data do surgimento da vaga, conte com mais de cinco anos de exercício na
entrância imediatamente inferior àquela da comarca pretendida, devendo esse exercício ser considerado tanto na condição de
Juiz de Direito Substituto quanto na de Juiz de Direito Titular, ou o somatório das duas condições, na mesma entrância.
§ 9º – Somente poderá concorrer a promoção ou remoção o Juiz que, na data em que ocorrer a vaga a que se candidatar,
cumpra os requisitos estabelecidos nesta Lei Complementar para promoção ou remoção.
§ 10 – O edital a que se refere o caput deste artigo será publicado em até trinta dias contados da data da abertura da vaga a
ser provida, salvo deliberação do órgão competente do Tribunal de Justiça ou se suspensa a movimentação de juízes em
virtude do processo eleitoral, ocasião em que o edital será publicado em até trinta dias contados da cessação da suspensão.
§ 11 – A publicação dos editais obedecerá à ordem de surgimento das vagas, vedada a publicação de edital referente à vaga
posterior antes da publicação do edital referente à vaga anteriormente surgida.

Seção I
Da Promoção

Art. 172 – A promoção far-se-á alternadamente, por antiguidade e por merecimento, de entrância a entrância, observado o
disposto no inciso II do art. 98 da Constituição do Estado.
§ 1º – Não implicará promoção ou rebaixamento do magistrado a alteração da classificação da comarca, podendo ele nela
permanecer ou ser removido.
§ 2º – O Juiz que permanecer na comarca elevada de entrância poderá, se promovido, nela continuar, desde que o requeira
antes de findo o prazo para assumir o exercício na comarca para a qual tenha sido promovido e seu pedido seja aprovado pelo
órgão competente do Tribunal de Justiça.
§ 3º – Na avaliação da presteza será distinguido o Juiz de Direito que, sem prejuízo de sua jurisdição titular, efetivamente sirva
em regime de cooperação voluntária, realizando-a tanto na sede quanto em município de outra comarca, de fácil acesso, para
favorecer a efetividade da prestação jurisdicional, assim como o Juiz que se prontificar a substituir ou se inscrever à remoção
ou promoção para comarca de difícil provimento, conforme relatório do Corregedor-Geral de Justiça.
§ 4º – Será também avaliado distintamente o Juiz que não tenha sido removido ou promovido, apesar de inscrito.
§ 5º – No desempenho e na produtividade, será priorizado o método comparativo das competências das varas para efeito de
se considerar a quantidade de sentenças ou despachos de expedientes.
§ 6º – Para os fins do disposto nos §§ 3º, 4º e 5º, o Tribunal de Justiça fixará e atualizará anualmente critérios objetivos, que
serão publicados sempre no mês de janeiro.
Art. 173 – Para a promoção por merecimento, será organizada, quando possível, lista tríplice, em sessão pública e por voto
fundamentado.
§ 1º – Somente poderão ser votados os candidatos que contarem pelo menos dois anos de exercício na entrância e integrarem
a primeira quinta parte da lista de antiguidade na entrância.
§ 2º – Não havendo candidatos na situação prevista no § 1º ou se todos os que houver forem recusados, poderão ser votados,
para a organização da lista de promoção, os demais candidatos.
§ 3º – Em qualquer das votações previstas nos §§ 1º e 2º, verificar-se-á previamente a existência de remanescentes de listas
anteriores, cujos nomes serão apreciados com preferência sobre os não remanescentes, em escrutínio distinto, observadas as
exigências previstas no caput deste artigo.
§ 5º – Os remanescentes que não obtiverem votação bastante no escrutínio preferencial concorrerão em igualdade de
condições com os demais inscritos.
§ 6º – O merecimento será aferido pelo desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da
jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento.
§ 7º – O Juiz não poderá ser votado, sendo considerado nulo o voto dado, quando:
I – segundo informação fundamentada do Corregedor-Geral de Justiça, injustificadamente não estiver com o serviço em dia;
II – tiver sofrido pena de censura há menos de um ano, nos termos do parágrafo único do art. 150 desta Lei Complementar;
III – estiver submetido a processo administrativo disciplinar que o sujeite às penalidades previstas nesta Lei Complementar,
exceto as penas de advertência e censura;
IV – segundo informação do Corregedor-Geral de Justiça, residir fora da comarca sem a competente autorização;
V – ainda não tiver alcançado a vitaliciedade.
§ 8º – Inexistindo Juízes titulares inscritos que cumpram os requisitos previstos nos parágrafos anteriores e havendo previsão
no edital de promoção, poderão ser promovidos para comarca de segunda entrância os demais inscritos, inclusive os Juízes
substitutos, independentemente do cumprimento de dois anos de exercício na entrância e de integrarem a primeira quinta parte
da lista de antiguidade ou de terem atingido a vitaliciedade.
Art. 174 – Não poderá ser promovido nem removido o Juiz que mantiver processo indevidamente paralisado.
Art. 175 – Na promoção por antiguidade, apurada entre os magistrados da entrância imediatamente inferior e, em se tratando
de promoção para o cargo de Desembargador, entre os Juízes da Entrância Especial, o Tribunal de Justiça só poderá recusar
o Juiz mais antigo pelo voto motivado de dois terços de seus membros, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação.
§ 1º – Quando o magistrado, por três vezes consecutivas, for recusado para promoção por antiguidade, o Corregedor-Geral de
Justiça instaurará sindicância.
§ 2º – Na hipótese de promoções sucessivas decorrentes da permanência, em comarca elevada de entrância, de Juiz que
tenha sido promovido conforme dispõe o § 2º – do art. 172 desta Lei Complementar, se um Juiz for recusado duas ou mais
vezes para promoção por antiguidade, contar-se-á uma única recusa, para os fins do disposto no § 1º.
Art. 176 – A promoção far-se-á por ato do Presidente do Tribunal de Justiça.
Art. 177 – O período de trânsito, compreendido entre a data em que o Juiz deixar o exercício na comarca de que era titular e a
data em que assumir na comarca para a qual foi promovido, será considerado, para todos os efeitos, como de efetivo exercício
na entrância a que pertencia.

Seção II
Da Remoção

Art. 178 – A remoção do Juiz, voluntária ou compulsória, só poderá efetivar-se para comarca ou vara a ser provida por
merecimento.
Parágrafo único – A remoção de uma para outra vara da mesma comarca poderá efetivar-se, mesmo em se tratando de vaga a
ser provida por antiguidade.
Art. 179 – A remoção voluntária será feita a pedido do Juiz, nos seguintes casos:
I – de uma comarca para outra de igual entrância;
II – na mesma comarca:
a) de uma vara para outra;
b) de uma vara para cargo de Juiz de Direito do Sistema dos Juizados Especiais;
c) de cargo de Juiz de Direito do Sistema dos Juizados Especiais para uma vara;
d) de cargo de Juiz de Direito Auxiliar para vara ou para o cargo de Juiz de Direito do Sistema dos Juizados Especiais;
III – mediante permuta entre dois Juízes da mesma entrância.
§ 1º – Para obter remoção o Juiz de Direito deverá contar mais de um ano de efetivo exercício na comarca ou vara, tendo
preferência o Juiz mais antigo na entrância.
§ 2º – A remoção não será obtida quando, segundo informação da Corregedoria-Geral de Justiça, o Juiz:
I – não estiver com o serviço em dia;
II – tiver sofrido pena de censura há menos de um ano;
III – estiver submetido a processo, instaurado pelo órgão competente do Tribunal de Justiça nos termos do art. 159 desta Lei
Complementar, que o sujeite a demissão, aposentadoria, disponibilidade ou remoção compulsórias;
IV – residir fora da comarca, sem autorização do órgão competente do Tribunal de Justiça.
§ 3º – As remoções serão efetivadas por ato do Presidente do Tribunal de Justiça, após aprovação do órgão competente do
Tribunal de Justiça, por maioria de votos dos presentes.
§ 4º – No caso de remoção em que o Juiz deva assumir exercício em outra comarca, o período de trânsito a que se refere o
art. 91 desta Lei será considerado como de efetivo exercício para todos os efeitos.
§ 5º – Além das hipóteses previstas no § 2º, a remoção poderá ser recusada por interesse público devidamente justificado.
Art. 180 – A remoção por interesse público será decretada pelo órgão competente do Tribunal de Justiça, pelo voto da maioria
absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa, nos casos do art. 151 desta Lei Complementar.
§ 1º – Decretada a remoção por interesse público, o magistrado perderá o exercício da função jurisdicional na comarca de que
era titular, independentemente de recurso que possa interpor, e ficará em período de trânsito até a assunção de exercício em
outra comarca que lhe for designada.
§ 2º – O período de trânsito do magistrado removido por interesse público será de três meses, prorrogáveis por igual prazo, a
juízo do órgão competente do Tribunal de Justiça, em decisão tomada pela maioria de seus membros.
§ 3º – Vagando comarca que possa ser provida por remoção e existindo Juiz de Direito da mesma entrância que tenha sido
removido por interesse público e cujo período de trânsito já tenha ultrapassado o prazo previsto no § 2º – deste artigo, o
Corregedor-Geral de Justiça comunicará o fato ao Presidente do Tribunal de Justiça, que o submeterá ao órgão competente do
Tribunal de Justiça, que decidirá, pela maioria de seus membros, sobre o aproveitamento do magistrado, designando-lhe a
comarca em questão para seu exercício.
§ 4º – Ocorrendo a designação prevista no § 3º – deste artigo e recusando-se o magistrado a assumir a comarca, abrir-se-á
processo para sua aposentadoria por interesse público.
§ 5º – Na hipótese do § 3º – deste artigo, somente serão considerados pedidos de remoção ou de promoção de outros Juízes
se o órgão competente do Tribunal de Justiça decidir pelo não-aproveitamento de magistrado removido por interesse público
ou se o magistrado que seria aproveitado recusar-se a assumir a comarca.
Art. 181 – Aplica-se à decretação da disponibilidade por interesse público, no que couber, o disposto no art. 180 desta Lei
Complementar.

Capítulo IV
Da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes
Art. 182 – A Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes – EJEF –, órgão da Secretaria do Tribunal de Justiça, tem como
Superintendente o 2º-Vice-Presidente do Tribunal e destina-se precipuamente à seleção e à formação de magistrados e
servidores, além de gerir a informação especializada da instituição.
Art. 183 – O Regulamento da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes constará em resolução do órgão competente
do Tribunal de Justiça, de iniciativa do 2º-Vice-Presidente.

Livro V
Dos Órgãos Auxiliares da Justiça

Título I
Da Discriminação dos Órgãos Auxiliares

Art. 236 – Nos Tribunais e nos Fóruns haverá órgãos auxiliares da Justiça.

Art. 237 – São órgãos auxiliares dos Tribunais:


I – a Secretaria do Tribunal de Justiça;
II a Secretaria da Corregedoria-Geral de Justiça;
IV – a Secretaria do Tribunal de Justiça Militar.
Art. 238 – São órgãos auxiliares dos Juízos:
I – as Secretarias do Juízo;
II – os Serviços Auxiliares do Diretor do Foro;
III – os Auxiliares de Encargo;
IV – as Secretarias de Juízo Militar, previstas no art. 198 desta lei;
V – as Secretarias das unidades jurisdicionais do Sistema dos Juizados Especiais, previstas no art. 84-C, § 7º, desta Lei
Complementar.
VI – as Secretarias dos grupos jurisdicionais de Turmas Recursais.

Título II
Dos Órgãos Auxiliares dos Tribunais

Capítulo I
Da Secretaria do Tribunal de Justiça

Art. 239 – A organização e as atribuições da Secretaria do Tribunal de Justiça serão fixadas em regulamento expedido pelo
Tribunal.

Capítulo II
Da Secretaria da Corregedoria-Geral de Justiça

Art. 242 – O Tribunal de Justiça estabelecerá, por meio de regulamento, a organização e as atribuições da Secretaria da
Corregedoria-Geral de Justiça, que será integrada administrativa e financeiramente à Secretaria do Tribunal de Justiça e
funcionará sob a superintendência do Corregedor-Geral de Justiça.

Capítulo IV
Da Secretaria do Tribunal de Justiça Militar

Art. 247 – O Tribunal de Justiça Militar estabelecerá, por meio de regulamento, a organização e as atribuições de sua
Secretaria.
Art. 248 – O Quadro dos Servidores da Secretaria é o fixado em lei de iniciativa do Tribunal de Justiça, consoante proposta do
Tribunal de Justiça Militar, observado o disposto nos arts. 302 e 303 desta lei.
Art. 249 – A nomeação para os cargos integrantes do Quadro a que se refere o art. 248 será feita pelo Presidente do Tribunal
de Justiça Militar, de acordo com as condições e a forma de provimento estabelecidas em lei.
Art. 249-A – Aplicam-se aos servidores do Tribunal de Justiça Militar, no que couber, os dispositivos desta lei relativos a direitos
e deveres dos servidores.

Título III
Dos Órgãos Auxiliares dos Juízos

Capítulo I
Disposição Geral
Art. 249-B – A organização dos órgãos auxiliares dos Juízos será fixada em regulamento expedido pelo Tribunal de Justiça.
CAPÍTULO II
Das Secretarias do Juízo

Art. 251 – A cada vara, unidade jurisdicional dos Juizados Especiais e grupo jurisdicional de Turmas Recursais corresponde
uma Secretaria de Juízo.

Capítulo III
Dos Serviços Auxiliares da Justiça

Art. 252 – São Serviços Auxiliares da Justiça os Serviços Auxiliares do Diretor do Foro.
Art. 255-A – É requisito para a investidura em cargo de Oficial de Justiça a titularidade do grau de bacharel em Direito.

Capítulo IV
Dos Auxiliares de Encargo

Art. 256 – São auxiliares de encargo:


I – o Perito;
II – o Depositário;
III – o Síndico;
IV – o Administrador;
V – o Intérprete.
Art. 257 – Os auxiliares de encargo são nomeados pelo Juiz da causa, para nela servirem, quando necessário.

Título IV
Dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais

Capítulo I
Dos Direitos do Servidor

Seção I
Do Provimento dos Cargos de Servidores do Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais

Art. 257-A – Os cargos do Quadro de Pessoal dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais destinam-se ao
exercício das funções desempenhadas nos órgãos auxiliares do Tribunal de Justiça e nos órgãos auxiliares dos Juízos.
Art. 257-B – O Quadro de Pessoal de que trata o art. 257-A é composto por cargos de provimento efetivo, cargos de
provimento em comissão e funções de confiança, previstos em lei de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 1º – A nomeação para os cargos integrantes do Quadro de Pessoal a que se refere o caput deste artigo será feita pelo
Presidente do Tribunal de Justiça, de acordo com as condições e a forma de provimento estabelecidas em lei.
§ 2º – O ingresso na classe inicial das carreiras dos cargos de provimento efetivo a que se refere o caput deste artigo far-se-á
por meio de nomeação e posse, após aprovação em concurso público, perante comissão examinadora nomeada e composta
nos termos estabelecidos no Regimento Interno do Tribunal de Justiça.
§ 3º – Na realização do concurso público a que se refere o § 2º deste artigo, serão observados os princípios da centralização,
para a abertura do concurso e a elaboração das provas, e da regionalização, para a aplicação das provas.
§ 4º – A lotação e as atribuições dos cargos previstos no caput deste artigo serão estabelecidas em regulamento expedido pelo
Tribunal de Justiça.

Seção II
Da Movimentação dos Servidores do Quadro de Pessoal do Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais

Art. 260 – Poderá ocorrer movimentação de servidores do Quadro de Cargos de Provimento Efetivo do Poder Judiciário do
Estado de Minas Gerais, mediante requerimento dirigido ao Presidente do Tribunal de Justiça, observadas a conveniência
administrativa e as normas estabelecidas em regulamento expedido pelo órgão competente do Tribunal de Justiça.
§ 1º – O requerimento a que se refere o caput deverá conter manifestação dos superiores de maior grau hierárquico das áreas
de lotação envolvidas.
§ 2º – Será motivada a manifestação mencionada no § 1º contrária ao pedido de movimentação de que trata o caput.

Seção III
Das Férias
Art. 262 – É vedada a acumulação de férias, salvo se motivada por necessidade de serviço.

Seção IV
Das Licenças

Art. 264 – A licença para tratar de interesses particulares, requerida por servidor, somente poderá ser concedida após cumprido
o estágio probatório e terá a duração máxima de dois anos, vedadas a prorrogação e a renovação dentro dos três anos
seguintes ao seu término.
Art. 265 – A licença para tratar de interesses particulares poderá ser revogada no interesse da justiça, facultando-se, outrossim,
ao servidor licenciado retornar ao serviço a qualquer tempo, mediante desistência do restante da licença.
Parágrafo único – O requerente aguardará a concessão da licença no exercício do cargo.

Seção V
Das Férias-Prêmio

Art. 266 – Após cada período de cinco anos de efetivo exercício no serviço público do Estado de Minas Gerais, o servidor terá
direito a férias-prêmio de três meses.
§ 1º – Serão admitidas a conversão em espécie das férias-prêmio adquiridas até 29 de fevereiro de 2004 e não gozadas, paga
a título de indenização quando da aposentadoria, ou a contagem em dobro, para fins de concessão de aposentadoria, das
férias-prêmio não gozadas e adquiridas até a data da publicação da Emenda à Constituição Federal nº 20, de 15 de dezembro
de 1998.
§ 2º – No caso de falecimento do servidor em atividade, será devida ao cônjuge ou ao companheiro por união estável
declarado por sentença ou, na falta desses, aos herdeiros necessários a indenização correspondente aos períodos pendentes
de férias-prêmio.
Capítulo II
Da Incompatibilidade, do Impedimento e da Suspeição

Art. 267 – Não podem trabalhar na mesma Secretaria do Juízo servidores que sejam cônjuges, companheiros por união estável
ou parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou na linha colateral, até o terceiro grau, salvo se aprovados em concurso
público.
Art. 268 – Ocorrendo incompatibilidade no que se referir ao Escrivão Judicial e aos servidores dos Serviços Auxiliares do
Diretor do Foro, aplicar-se-á o disposto nos arts. 109 e 110 desta lei.
Art. 269 – Ao servidor do foro judicial, é defeso praticar atos de seu ofício em que for interessado ele próprio, seu cônjuge,
parente consanguíneo ou afim em linha reta ou, na linha colateral, até o terceiro grau.

Capítulo III
Da Substituição

Art. 270 – A substituição de servidores do Quadro de Pessoal do Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais será feita de
acordo com critérios estabelecidos em ato normativo do órgão indicado no Regimento Interno do Tribunal de Justiça.
Art. 271 – No caso de impedimento, suspeição ou falta eventual de servidor, sua substituição se fará com a designação pelo
Juiz da causa de um servidor para atuar no processo em curso ou no ato a ser lavrado.
Art. 272 – Na hipótese de vaga ou afastamento, o Diretor do Foro designará substituto para o exercício do cargo enquanto
persistir a vacância ou durar o afastamento, observado o disposto no art. 270 desta Lei Complementar, submetendo-se o ato à
aprovação do Presidente do Tribunal de Justiça.

Título V
Do Regime Disciplinar dos Servidores do Poder Judiciário

Capítulo I
Dos Deveres

Art. 273 – São deveres comuns aos servidores dos órgãos auxiliares dos Tribunais e da Justiça de Primeira Instância:
I – exercer com acuidade, dedicação e probidade as atribuições do cargo, mantendo conduta compatível com a moralidade
administrativa;
II – ser assíduo e pontual;
III – manter o serviço aberto, nele permanecendo, nos dias úteis, de segunda a sexta-feira, no horário regulamentar;
IV – ser leal ao órgão a que servir;
V – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
VI – atender com presteza e urbanidade aos magistrados, representantes do Ministério Público e da Defensoria Pública,
advogados e ao público em geral, prestando as informações requeridas e dando recibo de documentos ou outros papéis que
lhes forem entregues em razão do ofício, ressalvadas as protegidas por sigilo;
VII – fornecer aos interessados, no prazo máximo de 48 horas, salvo motivo justificado, certidão de atos administrativos ou
processuais;
VIII – levar ao conhecimento de autoridade superior as irregularidades de que tiverem conhecimento em razão do cargo;
IX – zelar pela economia do material de expediente e pela conservação do material permanente e do patrimônio público;
X – guardar sigilo sobre assunto do serviço;
XI – guardar e conservar, com todos os requisitos de segurança, autos judiciais, documentos, livros e papéis em seu poder;
XII – renovar, à própria custa, ato ou diligência invalidados por culpa sua, sem prejuízo da penalidade em que possa incorrer;
XIII – observar as normas legais e regulamentares.

Capítulo II
Das Proibições

Art. 274 – Aos servidores dos órgãos auxiliares dos Tribunais e da Justiça de Primeira Instância é proibido:
I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do superior imediato;
II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, quaisquer documentos ou materiais do serviço;
III – recusar fé a documentos públicos;
IV – opor resistência injustificada ao andamento de documentos, ao curso de processos ou à execução de serviços;
V – promover manifestações de apreço ou desapreço e fazer circular ou subscrever lista de donativos no recinto de trabalho;
VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuições de sua
responsabilidade ou de seu subordinado;
VII – coagir ou aliciar subordinados a filiar-se a associação profissional ou sindical ou a partido político;
VIII – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade do exercício do cargo ocupado;
IX – participar de gerência ou administração de empresa privada ou de sociedade civil; exercer comércio, exceto como
acionista, cotista ou comanditário, ou vincular-se a escritório de advocacia;
X – praticar usura sob qualquer de suas formas;
XI – aceitar ou receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
XII – proceder de forma desidiosa;
XIII – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em atividades ou trabalhos particulares;
XIV – exercer a acumulação remunerada de cargos públicos, ressalvados os casos constitucionalmente previstos;
XV – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou da função e com o horário de
trabalho;
XVI – recusar-se a atualizar seus dados cadastrais, quando solicitado.

Capítulo III
Das Responsabilidades

Art. 275 – O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições.
Art. 276 – A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo que resulte em prejuízo ao erário
ou a terceiros.
Art. 277 – A responsabilidade penal abrange os crimes e as contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
Art. 278 – A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou
da função.
Art. 279 – As ações civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
Art. 280 – A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência
do fato ou sua autoria.

Capítulo IV
Das Penalidades

Art. 281 – São penas disciplinares:


I – advertência;
II – suspensão;
III – demissão;
IV – cassação de aposentadoria e de disponibilidade;
V – destituição de cargo em comissão;
VI – destituição de função comissionada.
Art. 282 – Na aplicação das penalidades enumeradas no art. 281, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração
cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes
funcionais.
Parágrafo único – O ato de imposição de pena mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.
Art. 283 – A pena de advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante no art. 274, incisos I a
VII e XVI, desta lei, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, a qual não
justifique imposição de penalidade mais grave.
Art. 284 – A pena de suspensão será aplicada em caso de reincidência nas faltas punidas com advertência, de
descumprimento de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna e de violação das proibições que não
tipifiquem infrações sujeitas a penalidade de demissão.
§ 1º – Será punido com suspensão o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica
determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
§ 2º – A pena de suspensão não poderá exceder a 90 dias e acarretará a perda das vantagens e dos direitos decorrentes do
exercício do cargo.
§ 3º – Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa, correspondente a
50% do vencimento diário, multiplicado pelo número de dias da punição, obrigado o punido a permanecer em serviço.
Art. 285 – A pena de demissão será aplicada nos seguintes casos:
I – crime contra a administração pública;
II – abandono de cargo ou função pelo não-comparecimento do servidor ao serviço, sem causa justificada, por mais de trinta
dias consecutivos ou mais de noventa, intercaladamente, durante o período de doze meses;
III – improbidade administrativa;
IV – incontinência pública e conduta escandalosa no serviço;
V – insubordinação grave em serviço;
VI – ofensa física, em serviço, a superior hierárquico, servidor ou particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem;
VII – aplicação indevida ou irregular de dinheiros públicos;
VIII – revelação de segredo obtido em razão do cargo;
IX – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual;
X – corrupção;
XI – acumulação ilegal de cargos ou funções públicas, se comprovada a má-fé do servidor;
XII – descumprimento de dever que configure o cometimento de falta grave;
XIII – transgressão do disposto nos incisos VIII a XV do art. 274 desta Lei.
Parágrafo único – Verificada, em processo disciplinar, acumulação proibida e provada a boa-fé, o servidor optará por um dos
cargos e perderá o outro.
Art. 286 – Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do servidor inativo que houver praticado, na atividade, falta
punível com a pena de demissão.
Art. 287 – A pena de destituição de cargo em comissão exercido por servidor não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos
casos de infrações sujeitas à penalidade de demissão.
Art. 288 – A pena de destituição de função comissionada será aplicada:
I – quando se verificar a falta de exação ou negligência no seu desempenho;
II – nos casos de infrações sujeitas à penalidade de suspensão.
Art. 289 – As penas disciplinares serão aplicadas:
I – pelo Presidente do Tribunal, por proposição do Corregedor-Geral de Justiça ou do Diretor do Foro, quando se tratar de
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão ou destituição de função
comissionada imposta aos servidores lotados nas Secretarias do Tribunal de Justiça e da Corregedoria-Geral de Justiça e nos
órgãos auxiliares da Justiça de primeiro grau;
IV – pelo Corregedor-Geral de Justiça, quando se tratar de advertência ou suspensão imposta aos servidores lotados nas
Secretarias do Tribunal de Justiça e da Corregedoria-Geral de Justiça e nos órgãos auxiliares da Justiça de primeiro grau, sem
prejuízo do disposto no inciso V;
V – pelo Diretor do Foro, quando se tratar de advertência ou suspensão impostas a servidor dos Órgãos Auxiliares da Justiça
de Primeira Instância lotado em sua comarca.
§ 1º – A pena imposta, após o trânsito em julgado da decisão, será anotada nos registros funcionais do servidor.
§ 2º – A certidão da pena anotada só será fornecida com autorização expressa das autoridades a que se referem os incisos I a
IV deste artigo, no âmbito de sua competência, para fim justificado.
Art. 290 – A ação disciplinar prescreverá:
I – em 5 anos, no caso de infração punível com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade ou destituição de
cargo em comissão ou de função comissionada;
II – em 2 anos, no caso de infração punível com suspensão;
III – em 1 ano, no caso de infração punível com advertência.
§ 1º – O prazo de prescrição começa a correr a partir da data em que o fato se tornou conhecido pela autoridade competente.
§ 2º – A instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida pela autoridade competente.
§ 3º – Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
§ 4º – Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações capituladas também como crime.

Título VI
Da Sindicância e do Processo Disciplinar

Capítulo I
Disposições Gerais

Art. 291 – A autoridade, o superior hierárquico ou o interessado que tiver ciência de abuso, erro, ilícito, irregularidade ou
omissão imputados a servidor lotado nas Secretarias do Tribunal de Justiça e da Corregedoria-Geral de Justiça e nos órgãos
auxiliares da Justiça de primeiro grau comunicará o fato ao Corregedor-Geral de Justiça e, no caso de servidor lotado nos
órgãos auxiliares da Justiça de primeiro grau, ao Diretor do Foro da respectiva comarca, remetendo os elementos colhidos
para apuração mediante a instauração de sindicância ou processo administrativo disciplinar.
Art. 292 – As denúncias sobre abuso, erro, ilícito, irregularidade ou omissão imputados a servidor lotado nas Secretarias do
Tribunal de Justiça e da Corregedoria-Geral de Justiça e nos órgãos auxiliares da Justiça de primeiro grau serão objeto de
apuração, desde que contenham a identificação do denunciante.
Parágrafo único – Quando o fato narrado evidentemente não configurar infração disciplinar ou ilícito penal, ou não atender aos
requisitos do caput, a representação será arquivada.

Capítulo II
Da Sindicância

Art. 293 – Sempre que for necessário apurar fato ou circunstância para determinação de responsabilidade disciplinar de
servidor, a autoridade competente, nos termos desta lei, abrirá sindicância.
§ 1º – A sindicância será realizada por servidor ou por comissão composta de servidores estáveis, assegurado o sigilo
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse público.
§ 2º – O sindicante realizará as diligências e investigações necessárias à elucidação dos fatos.
§ 3º – Os trabalhos de sindicância serão concluídos no prazo de trinta dias, prorrogável por igual período.
§ 4º – Ultimada a sindicância, o sindicante apresentará relatório conclusivo à autoridade instauradora.
Art. 294 – Da sindicância, poderá resultar:
I – arquivamento;
II – instauração de processo disciplinar.
Art. 295 – Será dispensada a sindicância no caso de a transgressão disciplinar constar em autos, estar caracterizada em
documento escrito, constituir flagrante desacato ou desobediência, devendo ser instaurado processo disciplinar, nele
assegurada ao acusado ampla defesa.

Capítulo III
Do Afastamento Preventivo

Art. 296 – Como medida cautelar e a fim de que o servidor processado não venha a influir na apuração dos fatos e prejudicar a
coleta de provas, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá, mediante despacho fundamentado, por
requerimento da comissão processante, determinar o seu afastamento do exercício das funções do cargo, por sessenta dias,
sem prejuízo da remuneração.

Capítulo IV
Do Processo Disciplinar

Art. 297 – O processo administrativo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor, para
verificação do descumprimento dos deveres e das obrigações funcionais e para aplicação das penas legalmente previstas,
assegurada ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Art. 298 – O processo administrativo disciplinar será instaurado mediante PORTARIA revestida de publicidade, que conterá, no
mínimo, a identificação funcional do acusado, a descrição dos atos ou dos fatos a serem apurados, a indicação das
infrações a serem punidas, o respectivo enquadramento legal e os nomes dos integrantes da comissão processante , e
que será expedida:

I – pelo Diretor do Foro, na hipótese prevista no art. 65, XII, desta Lei Complementar; e
II – pelo Corregedor-Geral de Justiça, nos casos e na forma previstos nesta lei complementar e no regimento interno.
§ 1º – A portaria prevista no caput deste artigo será publicada por extrato, contendo a publicação os dados resumidos da
instauração e somente as iniciais do nome do servidor acusado.
§ 2º – O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis, designados pela autoridade
instauradora, que indicará, dentre eles, o seu Presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo
nível e ter nível de escolaridade igual ou superior ao do acusado.
§ 3º – Se o interesse público o exigir e especialmente quando não houver servidores de hierarquia superior à do acusado, a
comissão poderá ser composta, no todo ou em parte, por Juízes de Direito, sendo um desses seu Presidente.
§ 4º – A comissão disciplinar terá como secretário servidor designado pelo seu Presidente, devendo a indicação recair em um
de seus membros.
§ 5º – Não poderá participar de comissão de sindicância nem de processo disciplinar cônjuge, companheiro ou parente do
acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
§ 6º – A comissão a que se refere o “caput” deste artigo exercerá suas atividades com independência e imparcialidade,
assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse público, podendo tomar depoimentos, realizar
acareações, diligências, investigações e adotar outras providências pertinentes, objetivando a coleta de provas, recorrendo,
quando necessário, a técnicos e peritos.
Art. 299 – O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:
I – instauração;
II – instrução;
III – defesa;
IV – relatório;
V – julgamento;
VI – recurso.
Parágrafo único – O rito correlato às fases do processo para aplicação de pena disciplinar aos servidores do Poder Judiciário
será estabelecido em ato normativo do órgão indicado no Regimento Interno do Tribunal de Justiça.
Art. 300 – O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá sessenta dias contados da data de publicação do
ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.

Instaurado mediate PORTARIA pelo diretor do foro ou CGJ que conterá, no mínimo:
→a identificação funcional do acusado

→a descrição dos atos ou dos fatos a serem apurados

→a indicação das infrações a serem punidas

→o respectivo enquadramento legal

→nomes dos integrantes da comissão processante

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