Cartilha Apoio A Gestão Ambiental Municipal
Cartilha Apoio A Gestão Ambiental Municipal
Cartilha Apoio A Gestão Ambiental Municipal
GESTÃO
AMBIENTAL
MUNICIPAL
DIRETORIA DE APOIO À GESTÃO MUNICIPAL
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável - SEMAD
Governador do Estado de Minas Gerais Equipe Técnica
Romeu Zema Neto Ana Paula Aleixo Alves
Vice-Governador Geovana Santos
Paulo Eduardo Rocha Brant Leonardo Fantini de Almeida
Maria Aparecida Marcelino Lema
Secretária de Estado de Meio Ambiente e Sônia Maria Farace Braga Chaves
Desenvolvimento Sustentável
Marília Carvalho de Melo
Legislação
Curso
e Convênios de
Introdutório SIMMA
Documentaçã Cooperação
EAD o
Disponível no Portal Trilhas Legislação estadual e Apresenta os Municípios Os convênios formalizam a
do Saber, apresenta documentação relevantes aptos a exercer a delegação da competência
orientações sobre a para o processo de competência para o para exercer as atividades
municipalização e esclarece municipalização das licenciamento, controle e de atribuição do Estado aos
sobre as competências e atividades de licenciamento, fiscalização ambiental e suas municípios, nos termos do
atribuições dos Municípios. controle e fiscalização respectivas informações. artigo n° 28 da Lei 21.972,
Fique atento às próximas ambiental aos Municípios. de 2016, e do Decreto
turmas! 46.937, de 2016.
Contato DAGEM: [email protected]
LEGISLAÇÃO APLICADA
Para facilitar o entendimento, seguem as principais normas que regem ou
podem auxiliar a municipalização da regularização ambiental e que devem estar
sempre em vista do gestor ou técnico municipal.
➢ Lei Complementar Federal nº 140, de 8 de dezembro 2011.
➢ Deliberação Normativa Copam nº 213, de 22 de fevereiro de 2017.
➢ Deliberação Normativa Copam nº 219, de 2 de fevereiro de 2018.
➢ Deliberação Normativa Copam nº 241, de 29 de janeiro de 2021.
➢ Lei nº 21.972, de 21 de janeiro 2016.
➢ Decreto nº 46.937, de 21 de janeiro de 2016.
➢ Resolução Semad nº 2.531, de 15 de setembro de 2017.
➢ Decreto nº 46.953, de 23 de fevereiro de 2016.
➢ Deliberação Normativa Copam nº 217, de 6 de dezembro de 2017.
➢ Decreto nº 47.749, de 11 de novembro de 2019.
➢ Decreto nº 47.383, de 2 de março de 2018.
PARA INICIAR O
PROCESSO DE REGULARIZAÇÃO
Para iniciar o processo de exercício da competência originária, conforme a DN COPAM n°
213/2017, os municípios deverão:
➢ Possuir órgão ambiental capacitado (não necessariamente uma secretaria exclusiva para a matéria),
com técnicos próprios ou em consórcio, devidamente habilitados e em número compatível com as
demandas municipais;
➢ Possuir Conselho Municipal de Meio Ambiente, deliberativo e com paridade entre governo e sociedade
civil, com mecanismos de transparência a suas ações e regimento interno constituído - contendo a
previsão de suas atribuições, de reuniões ordinárias e de mecanismos de eleição dos membros.
➢ Encaminhar manifestação à Semad por meio de ofício, via email, assinado pelo(a) prefeito(a)
municipal;
➢ Preencher e enviar à Semad o formulário disponível no site da Semad contendo as informações básicas
da estrutura ambiental municipal e as atividades que serão licenciadas. Os anexos também devem ser
assinados pelo(a) prefeito(a) municipal.
PARA INICIAR O
PROCESSO DE REGULARIZAÇÃO
Os municípios podem recorrer ao consórcio público para alcançarem a capacidade técnica e
jurídica para análise dos processos de licenciamento ambiental. Para tal, é imprescindível
que os municípios cumpram os requisitos apresentados na página anterior e que sejam
também encaminhados à Semad:
➢ Manifestação do(s) Município(s), assinada junto ao Consórcio, por meio de ofício via email
(substitui o ofício citado na página anterior);
➢ Apresentar a lei municipal de ratificação do protocolo de intenções e estatuto social do
Consórcio.
PARA INICIAR O
PROCESSO DE REGULARIZAÇÃO
Caso o Município conte com apenas com parte dos requisitos previstos em sua estrutura de
gestão ambiental, este não pode iniciar o exercício de suas atribuições originárias, bem como
é necessário se manifestar junto à Semad:
Para iniciar o exercício de sua atribuição originária, o Município deverá se estruturar para atender aos
requisitos dispostos na legislação. Tendo o município a estrutura necessária para dar início a suas
atribuições, este deverá se manifestar junto ao Estado, por meio de encaminhamento do Formulário
referente à competência originária e do Ofício de adesão. Tais documentos podem ser encontrados no seção
de legislação e documentação da página de regularização ambiental municipal da Semad e devem ser
encaminhados exclusivamente por email para o endereço da Dagem – [email protected]. O
Sistema Municipal de Meio Ambiente de Minas Gerais – SIMMA é o portal oficial no Estado para consulta às
informações referentes aos municípios que realizam o licenciamento ambiental, podendo ser consultado
aqui. Apenas considera-se como aptos a realizar o licenciamento ambiental em Minas Gerais aqueles
municípios constantes no SIMMA.
RESPONSABILIDADES DO
MUNICÍPIO
No exercício da competência originária, alguns deveres são conferidos aos municípios,
conforme disposto na DN COPAM n° 213/2017. Assim, é responsabilidade dos municípios:
Para os municípios que celebram convênio junto ao Estado, é necessário encaminhar anualmente o
relatório dos processos de licenciamento, controle e fiscalização a serem auditados, conforme
estabelecido na Resolução Semad nº 2.531/2017.
PARA AMPLIAR A
ATRIBUIÇÃO DO MUNICÍPIO
O Município interessado em firmar convênio junto ao Estado para receber a delegação das competências
estaduais de licenciamento, controle e fiscalização ambiental deve encaminhar ofício à Semad assinado
pelo Prefeito Municipal, manifestando interesse na celebração de convênio, bem como providenciar a
documentação comprobatória dos requisitos previstos no Decreto Estadual n. º 46.937/2016 e no artigo n°
28 da Lei 21.972 de 2016. O ofício de manifestação deve indicar a classe que o município pretende assumir
a competência para o licenciamento, controle e fiscalização ambiental. Para orientar o encaminhamento da
documentação pertinente, a Dagem conta com um checklist, que deverá ser solicitado pelo Município.
Tanto o ofício, quanto a documentação pertinente e o checklist preenchido, devem ser encaminhados por
email para o endereço [email protected].
O município que requerer a celebração de convênio deve assumir, obrigatoriamente, o exercício pleno da
competência originária, nos termos da DN Copam nº 213/2017.
SEI
O Sistema Eletrônico de Informações (SEI) é um sistema de gestão de processos e
documentos eletrônicos, que permite a formalização, o acompanhamento e a inserção de
documentos processuais de forma eletrônica, sem a necessidade de deslocamento até as
unidades físicas prestadoras de serviço. O SEI é hoje a ferramenta oficial do Governo do
Estado para a tramitação de documentos, eliminando a necessidade de impressão de papéis
e de suporte físico para tramitação processual.
Além de contar com o email [email protected] para encaminhamento das solicitações e
manifestações, os municípios podem também encaminhá-las via SEI. Os processos de formalização da
municipalização são também analisados e assinados pelo Sistema.
Atenção: os processos de licenciamento ambiental municipais ainda não integram este sistema, que é de
uso exclusivo para os atos administrativos emitidos pelo Estado.
SISTEMA DE LICENCIAMENTO
Oportunidade: o Estado está disponibilizando aos municípios que já realizam o licenciamento
ambiental o código fonte do Sistema Requerimento de Licenciamento Ambiental – SRL, o qual é uma
plataforma destinada a fornecer o primeiro passo para a regularização ambiental de
empreendimentos e atividades, de forma online, com mais comodidade e eficiência aos
empreendedores.
Os municípios que receberem o material, que deverá ser de uso exclusivo de cada Município contemplado,
poderão adaptá-lo e evoluí-lo, no que couber, a partir das diretrizes locais e do suporte técnico da equipe
municipal. Junto ao Código Fonte, será encaminhado também o novo Formulário de Caracterização do
Empreendimento (FCE), modelo atualizado a partir das informações hoje solicitadas no SLA, bem como a partir
das alterações implementadas pela DN Copam 241, de 2021. Tanto o código fonte, quanto o FCE, seguirão com
um manual para apoiar a equipe municipal na utilização das ferramentas.
Para solicitar o código fonte e o envio do FCE atualizado, os municípios que já realizam o licenciamento deverão
se manifestar junto à Semad, direcionando a resposta ao email da Dagem - [email protected] –
, informando o interesse em receber o material e o e-mail do(a) Prefeito(a) Municipal válido cadastrado no Sei
CODEMA
O Conselho de Meio Ambiente deve possuir caráter deliberativo, com paridade entre
governo e sociedade civil, com regimento interno constituído, com definição de suas
atribuições, previsão de reuniões ordinárias e mecanismos de eleição de componentes, além
de livre acesso à informação sobre suas atividades.
É importante frisar que o Codema deve ser paritário, possuindo o mesmo número de representantes de
entidades públicas e da sociedade civil. Para os membros da sociedade civil o Codema, ainda, deve prever
mecanismos de eleições autônomas.
Outro ponto importante é que é vedado ao servidor da Secretaria de Meio Ambiente (ou órgão técnico que
compreenda a pasta), a participação como representante no Codema, salvo por designação para
Presidência.
CODEMA
É fundamental que o CODEMA estabeleça expressamente as situações de suspeição e impedimento de seus
membros, tais como:
Ainda, no exercício das funções de conselheiro do CODEMA, é vedado a pessoas que prestem serviços ou
participem, direta ou indiretamente, da administração ou da equipe técnica de empresas que tenham como
objeto o desenvolvimento de estudos que subsidiem processos de licenciamento ou fiscalização ambiental.
CODEMA
Para os municípios que possuem convênio de cooperação para delegação de competências
junto ao Estado, é necessário que os membros dos Conselhos Municipais de Meio Ambiente
apresentam (além das questões citadas na página anterior) as mesmas restrições dos
membros do Copam.
Nos termos do Art. 23 do Decreto 46.953/2016:
§ 7º – Ao conselheiro impedido, é vedado atuar no processo administrativo, o que inclui discutir, deliberar
ou manifestar-se em plenário sobre a matéria objeto do impedimento.
§ 8º – Aos membros do Copam e a seus representantes, é vedado apresentar recurso administrativo contra
decisão contrária ao seu voto.
Art. 24 – Ao servidor da Semad e de suas entidades vinculadas, é vedada a participação como representante
no Copam, salvo por designação para Presidência ou suplência em uma das unidades.
LICENCIAMENTO EM MG
Os procedimentos de licenciamento ambiental no Estado estão definidos no Decreto
Estadual nº 47.383, de 2018, bem como na DN Copam nº 217, de 2017.
Licença Prévia (LP): atesta a viabilidade ambiental da atividade ou do empreendimento quanto à sua
concepção e localização, com o estabelecimento de requisitos básicos e condicionantes ambientais
necessários à fase subsequente (de instalação).
III - Licenciamento Ambiental Simplificado – LAS: será realizado em uma única fase, por meio de cadastro
ou da apresentação do Relatório Ambiental Simplificado pelo empreendedor, resultando na concessão de
uma Licença Ambiental Simplificada – LAS.
LICENCIAMENTO EM MG
O Licenciamento Ambiental Simplificado pode ser realizado por meio de cadastro ou por
meio da apresentação do Relatório Ambiental Simplificado pelo empreendedor:
LAS Cadastro: na modalidade de LAS Cadastro, o licenciamento ambiental é realizado por meio de uma
única etapa, mediante o cadastro de informações relativas à atividade ou ao empreendimento junto ao
Tipos de Licença Ambiental:
órgão ambiental competente.
LAS RAS: na modalidade de LAS RAS, o licenciamento ambiental é realizado por meio de procedimento
administrativo único instruído com Relatório Ambiental Simplificado, o qual contém, em termos gerais, a
descrição da atividade ou do empreendimento, bem como das medidas de controle ambiental
implementadas.
LICENCIAMENTO EM MG
A definição da modalidade de licenciamento depende inicialmente do enquadramento dos
empreendimentos e atividades em classes, que podem variar de 1 a 6, o que se dá com a
conjugação do porte com o potencial poluidor/degradador do meio ambiente, conforme a
tabela abaixo.
O porte e potencial
poluidor são definidos
como Pequeno (P), Médio
(M) e Grande (G), de
acordo com os intervalos e
atividades previstas no
Anexo Único da DN
217/2017.
LICENCIAMENTO EM MG
Critérios Locacionais de Enquadramento Peso
A partir da obtenção Localização prevista em Unidade de Conservação de Proteção Integral, nas hipóteses
2
previstas em Lei
da classe, é necessário Supressão de vegetação nativa em áreas prioritárias para conservação, considerada de
saber se incide algum importância biológica “extrema” ou “especial”, exceto árvores isoladas 2
Observação: o SLA indica a modalidade de licenciamento que deverá ser adotada pelo empreendimento, a
partir das informações que são inseridas e verificadas no sistema.
PRAZOS DO LICENCIAMENTO
Sobre os prazos para o retorno aos requerentes, na análise dos processos de licenciamento,
cabe observar o Decreto Estadual nº 47.383 de 2018:
Art. 22 – O órgão ambiental poderá estabelecer prazos de análise diferenciados para cada
modalidade de licenciamento ambiental, desde que observado o prazo máximo de seis meses a
contar da formalização do respectivo processo, até sua conclusão, ressalvados os casos em que
houver Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental – EIA-Rima – ou audiência
pública, quando o prazo será de até doze meses.
A dispensa do licenciamento não implica na dispensa dos demais atos previstos na legislação de
ordem pública ou na legislação ambiental, tais como a autorização para intervenção em APP ou a
autorização para supressão de espécimes protegidos, outorga para intervenção em recursos hídricos,
entre outros, devendo sempre ser observado o ordenamento jurídico ambiental, inclusive a Lei nº
11.428/2006, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica,
citado expressamente pelo consulente.
EMPREENDIMENTO SEM
LICENÇA
Ao constatar que a instalação ou operação de um empreendimento ocorreu sem a devida
licença ambiental, deve o Município convocar o empreendedor para a devida regularização,
bem como aplicar as sanções cabíveis.
Nos termos do Decreto nº 47.383/2016:
“constitui infração gravíssima - Instalar, construir, testar, funcionar, operar ou ampliar atividade efetiva ou
potencialmente poluidora ou degradadora do meio ambiente sem a devida licença ambiental, desde que
não amparado por termo de ajustamento de conduta com o órgão ou entidade ambiental competente;
inclusive nos casos de fragmentação indevida do licenciamento ambiental”.
RENOVAÇÃO DE LICENÇA
Na renovação, o gestor/técnico ambiental deve se atentar aos prazos estabelecidos para
formalização do processo.
Nos termos do Decreto nº 47.383/2018:
Atenção: Não existe renovação de LAS. Neste caso, deve ser solicitada uma nova licença ambiental pelo
empreendedor. Assim que a nova licença for emitida, a anterior perderá a validade e o prazo de vigência será
aquele estipulado pela licença válida.
RENOVAÇÃO DE LICENÇA
Na renovação, também é importante o gestor/técnico ambiental observar as especificidades
estabelecidas para os casos que envolvem infrações de natureza grave ou gravíssima.
§ 3º – No caso do § 2º, o prazo de validade da licença subsequente fica limitado a, no mínimo, dois
anos, no caso de licença que autorize a instalação, e seis anos, para as licenças que autorizem a
operação.
MUDANÇA DE
TITULARIDADE
Para os casos, em que o empreendimento ou a atividade tiverem seu titular alterado, o novo
empreendedor deverá confirmar os seguintes itens:
a) Mesma localização do empreendimento: o empreendimento deve se situar no mesmo local que o
empreendimento licenciado/autorizado, em função dos aspectos físico-ambientais avaliados e da situação
geográfica, quando da concessão do certificado de Licença para uma determinada localização.
b) Execução das mesmas atividades e/ou bem explorado: o novo titular deve exercer as mesmas atividades
que o empreendimento licenciado/autorizado; sendo que, nos casos de atividades minerárias, deve ocorrer
a exploração do mesmo bem mineral. c) Objetos sociais semelhantes: os “objetos sociais” do transmitente e
transmitido devem ser semelhantes, contemplando objetivos compatíveis com atividade exercida no
empreendimento.
Para mais informações, veja o item 3.6.3 da IS Sisema nº 05/2017, clicando aqui.
CARACTERIZANDO O
EMPREENDIMENTO
Para a caracterização dos empreendimentos, é importante atentar que, nos termos da DN
217/2017:
Art. 11 – Para a caracterização do empreendimento deverão ser consideradas todas as atividades por
ele exercidas em áreas contíguas ou interdependentes, sob pena de aplicação de penalidade caso
seja constatada fragmentação do licenciamento.
Ponto importante trata do enquadramento das atividades econômicas segundo seu risco, de modo que as
atividades consideradas de baixo risco - aquelas com potencial reduzido de ocorrência de danos à
integridade física e à saúde humana, ao meio ambiente ou ao patrimônio em razão de seu exercício - estão
dispensadas de quaisquer atos públicos de liberação da para o seu desenvolvimento.
LIBERDADE ECONÔMICA
Conforme a Lei da Liberdade Econômica, são considerados atos públicos de liberação: a licença, a
autorização, a concessão, a inscrição, a permissão, o alvará, o cadastro, o credenciamento, o estudo, o
plano, o registro e os demais atos exigidos, sob qualquer denominação, por órgão ou entidade da
administração pública na aplicação de legislação, como condição para o exercício de atividade
econômica, inclusive o início, a continuação e o fim para a instalação, a construção, a operação, a
produção, o funcionamento, o uso, o exercício ou a realização, no âmbito público ou privado, de
atividade, serviço, estabelecimento, profissão, instalação, operação, produto, equipamento, veículo,
edificação e outros. (Art. º, § 6º, Lei Federal nº 13.874, de 20 de setembro de 2019)
A Resolução do Comitê Gestor da Redesim (CGSIM) 51/2019, alterada pela Resolução nº 57, de 21 de maio
de 2020, estabelece os níveis de grau de risco das atividades econômicas. A definição de baixo risco do
Município deve se adequar à definição do Estado.
LIBERDADE ECONÔMICA
No caso do município editar norma específica, este encaminhará notificação ao Ministério da Economia
sobre a edição de sua norma. Não há prazo definido para que o município possa fazer a publicação e
encaminhamento ao Ministério da sua norma, mas a Confederação Nacional de Municípios (CNM)
recomenda a edição e o envio breve da publicação.
➢ em área urbana, quando não vinculada ao licenciamento ambiental de competência dos demais
entes federativos;
➢ quando vinculada ao licenciamento ambiental municipal, excetuadas as previsões da legislação
especial;
➢ do Bioma Mata Atlântica, em área urbana, quando da vegetação secundária em estágio médio
de regeneração, nos casos de utilidade pública e interesse social, mediante anuência do órgão
estadual competente.
INTERVENÇÃO AMBIENTAL
Distribuição de competências para análise e
autorização das intervenções ambientais:
INTERVENÇÃO AMBIENTAL
¹ Ainda que as autorizações em área urbana sejam de competência do Município, é necessário
respeitar as normas que tratam de proteção especialíssima, como é o caso da Lei da Mata Atlântica.
² A atuação supletiva do Estado irá ocorrer quando o município, que é o ente federativo
originariamente detentor das atribuições, não possuir órgão ambiental capacitado ou conselho de
meio ambiente.
Importante: os órgãos ambientais estaduais poderão delegar, mediante convênio, aos órgãos ambientais
municipais, as intervenções ambientais de sua competência, observados os requisitos da Lei Complementar
Federal nº 140, de 2011. Neste caso, os municípios deverão requerer as devidas anuências aos órgãos
ambientais federais, quando couber.
MATA ATLÂNTICA
Distribuição de competências
quanto às autorizações para
supressão de vegetação do
Bioma Mata Atlântica:
As atividades consideradas
de utilidade pública e
interesse social aplicáveis
ao Bioma Mata Atlântica
estão previstas na Lei
Federal nº 11.428 de 2006.
ESPÉCIES PROTEGIDAS
O Município deve observar também a legislação atinente à proteção das espécies imunes ao
corte, salvo nos casos permitidos pela norma.
Assim, é necessária atenção da equipe municipal aos processos de supressão de vegetação que envolvam
espécies de Pequizeiro (Lei Estadual n.º 9.743/1988), Buritizeiro (Lei Estadual n.º 16.635/2000), Pinheiro
Brasileiro (Lei Estadual n.º 46.602/2019), Ipê-amarelo (Lei Estadual n.º 9.743/1988) e Faveiro de Wilson
(Decreto Estadual n.º 43.904/2004) - além da Mata Atlântica (Lei Federal n.º 11.428/2006).
Importante: em área de
ocorrência de Mata
Atlântica, a supressão
do ipê-amarelo
observará o disposto na
Lei Federal nº
11.428/06, ou seja, a
autorização fica restrita
aos casos de utilidade
pública e interesse
social nela previstos.
OUTORGA
Se for necessário o uso de recursos hídricos pelo empreendimento, o empreendedor deverá
solicitar a outorga junto ao Estado ou União, ainda que a atividade seja de impacto local. A
emissão da outorga é de competência desses entes, a ser definida conforme o domínio do
manancial ou curso d’água.
Como relação ao momento de requerer a Outorga, veja o que dispõe a DN COPAM nº 217/2017:
Art. 16 – A autorização para utilização de recurso hídrico, bem como a autorização para intervenção
ambiental, quando necessárias, deverão ser requeridas no processo de licenciamento ambiental,
previamente à instalação do empreendimento ou atividade.
§1º – Nos casos em que não for necessária a utilização de recurso hídrico para a instalação do
empreendimento ou atividade, sua autorização deverá ser requerida previamente à operação, não
estando o empreendedor dispensado de prestar tal informação nas fases anteriores, para análise
pelo órgão ambiental.
OUTORGA
Para os processos que envolvam outorga, é necessário observar também os artigos n° 15 e n°
16 da DN Copam n.º 217/2017:
§2º – As solicitações para as intervenções ambientais serão analisadas nos autos do procedimento de
licenciamento ambiental e, quando deferidas, constarão do certificado de licença ambiental,
ressalvadas aquelas que se referem a processos instruídos com LAS.
§3º – Indeferido ou arquivado o requerimento de licença ambiental, as intervenções ambientais
terão o mesmo tratamento e os requerimentos de outorga em análise, cuja finalidade de uso esteja
diretamente relacionada à atividade objeto do licenciamento, serão indeferidos.
§4º – Não se aplica o disposto no caput aos processos de LAS, nos termos do art. 15 desta
Deliberação Normativa.
OUTORGA
Assim, para os empreendimentos ou atividades passíveis de licenciamento ambiental, a
outorga de direito de uso de recursos hídricos deverá ser requerida e o cadastro de usos de
recursos hídricos que independem de outorga deverá ser realizado juntamente com o
processo de licenciamento ambiental, previamente à instalação do empreendimento,
atividade ou intervenção.
Ainda, nos termos do art.25 do Decreto Estadual 47.705, de 2019:
§2º – As solicitações para as intervenções ambientais serão analisadas nos autos do procedimento de
licenciamento ambiental e, quando deferidas, constarão do certificado de licença ambiental, ressalvadas
aquelas que se referem a processos instruídos com LAS.
§4º – Não se aplica o disposto no caput aos processos de LAS, nos termos do art. 15 desta Deliberação
Normativa.
ÓRGÃOS INTERVENIENTES
Os órgãos e entidades públicas, a exemplo do IEPHA, poderão manifestar-se quanto ao
objeto do processo de licenciamento ambiental, de maneira não vinculante, no prazo de
cento e vinte dias, contados da data em que o empreendedor formalizar, junto aos referidos
órgãos e entidades intervenientes, as informações e documentos necessários à avaliação das
intervenções
A não vinculação supracitada implica na continuidade e na conclusão da análise do processo de
licenciamento ambiental, com a eventual emissão de licença ambiental, após o término do prazo de
cento e vinte dias, sem prejuízo das ações de competência dos referidos órgãos e entidades públicas
intervenientes em face do empreendedor, conforme o Decreto Estadual nº 47.383/2018.
Importante: a licença ambiental emitida não produzirá efeitos até que o empreendedor obtenha a
manifestação dos órgãos ou entidades públicas intervenientes, o que deverá estar expresso no
certificado de licença.
FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
Fiscalização ambiental é qualquer ação de controle, exercida pelo Poder Público, para
proteger os recursos ambientais, manter a integridade do meio ambiente, bem como
assegurar o uso racional dos recursos naturais e seus subprodutos, coibindo as ações
prejudiciais do homem sobre a natureza. É um mecanismo de caráter compulsório,
estabelecido pelo Estado para disciplinamento de um bem público, com o objetivo de
garantir que o interesse coletivo se sobreponha ao interesse particular.
Em Minas Gerais, a fiscalização ambiental e a aplicação das sanções por infração às normas de
proteção ambiental encontram-se disciplinadas nas normas:
➢ Lei nº 7.772/80 - Política de proteção, conservação e melhoria do meio ambiente;
➢ Lei nº 20.922/2013 - Política florestal e de proteção à biodiversidade;
➢ Lei nº 14.181/02 - Política de proteção à fauna e à flora aquáticas e de desenvolvimento da
pesca e da aquicultura;
➢ Lei n° 13.199/99 - Política Estadual de Recursos Hídricos;
➢ Decreto Estadual nº 47.383/18.
FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
As condutas danosas ao meio ambiente podem gerar tríplice reação do ordenamento jurídico
em face do infrator, ou seja, um único ato pode gerar a imposição de sanções penais, cíveis e
administrativas, sendo a aplicabilidade de uma independente da outra.
Nesse sentido é a previsão do § 3° do art. 225 da Constituição da República:
Art. 225. “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(...) § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente
da obrigação de reparar os danos causados”.
O Poder Executivo Federal, Estadual e Municipal, por meio dos seus respectivos órgãos ambientais,
atuam na responsabilização administrativa do infrator.
O Ministério Público atua na adoção das providências cíveis e penais oriundas do fato.
FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
O exercício da competência constitucional administrativa (ou material ou executiva) comum, fixada
no art. 23, da Constituição da República de 1988, é compartilhado entre a União, Estados, Distrito
Federal e Municípios e compreende a execução de diretrizes, políticas e preceitos relativos à
proteção ambiental, bem como o efetivo exercício do Poder de Polícia em todas as suas facetas -
incluídas, as atividades de fiscalização. Nesse sentido, foi publicada a Lei Complementar nº 140, de
2011, que em seu inciso XIII, do art. 9°, dispões que são ações administrativas dos Municípios
“exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou
autorizar, ambientalmente, for cometida ao Município”.
A referida Lei Complementar, em seu art. n° 17, relaciona a competência para o exercício do poder
de polícia ambiental à competência para o licenciamento ambiental, de modo que cabe ao órgão
responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou
atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de
infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou
autorizada.
FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
Pontos de destaque na Lei Complementar 140/2011, a serem observados pelo gestor
municipal no exercício das atividades de fiscalização:
➢ § 1° do art. 17 da LC n° 140/2011: qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infração
ambiental decorrente de empreendimento ou atividade utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores, pode dirigir representação ao órgão a que se refere o caput, para efeito do
exercício de seu poder de polícia.
➢ § 2° do art. 17 da LC n° 140/2011: nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade
ambiental, o ente federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para evitá-la,
fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão competente para as providências
cabíveis.
➢ §3° do art. 17 da LC n° 140/2011: o órgão licenciador exerce prioritariamente o poder de polícia, com a
lavratura de auto de infração e a instauração de processo administrativo para apuração de infrações à
legislação ambiental. No entanto, o legislador preocupou-se em registrar a atribuição de todos os entes
da federação quanto ao exercício material comum das competências ambientais. Nota-se que a
intenção e proporcionar a máxima proteção ao meio ambiente, de modo que qualquer ente federativo
adote providências urgentes para fazer cessar agressões ao meio ambiente.
FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
Sobre o atendimento de denúncias e requisições:
➢ O município deve receber eventuais denúncias e requisições que noticiem a ocorrência de infrações
ambientais, nos termos do nos termos do art. 17, §1° da Lei Complementar n° 140/2011, adotando as
providências cabíveis para cessá-las e dando retorno ao demandante em tempo razoável.
➢ Havendo a necessidade, o setor competente deverá promover a realização de fiscalizações ou de
vistoria in loco, averiguando a ocorrência dos fatos relatados.
➢ É admitida a realização de denúncia de forma anônima.
➢ Para possibilitar o adequado atendimento da denúncia é necessário o fornecimento de algumas
informações importantes para a fiscalização, tais como localização (endereço, locais com referências,
mapas, croquis ou coordenadas geográficas) e fato denunciado (de acordo com as competências
municipais de atendimento).
As denúncias e as requisições recebidas pelo Estado serão remetidas para gestão e atendimento pelos
Municípios que tenham assumido as competências para fiscalizar, licenciar e controlar as atividades e
empreendimentos, nos termos da Deliberação Normativa Copam nº 213/2017, pelos Municípios que
tenham celebrado convênio com a Semad, respeitado o objeto da delegação.
FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
Sobre o exercício do poder de polícia:
O exercício do poder de polícia está fundamentado no princípio da supremacia do interesse público. Para
exercer o poder de polícia a Administração precisa de mecanismos conferidos pela legislação, os quais se
caracterizam como verdadeiros poderes ou prerrogativas especiais de direito público. O poder de polícia
ambiental é exercido a partir da fiscalização ambiental, ocasião em são identificados a ação ou omissão que
caracterizem a infração ambiental, bem como seus respectivos responsáveis. Pontos importantes:
➢ O poder de polícia ambiental deve ser exercido por servidores efetivos.
➢ A constatação de eventuais irregularidades enseja a expedição de auto de infração, por meio do qual
são aplicadas as penalidades cabíveis, explicitando-se o dispositivo legal ou regulamentar em que se
fundamenta a autuação.
➢ Para fins do exercício do Poder de Polícia, os Municípios devem promover a execução da legislação
ambiental federal e estadual, bem como suplementá-las de acordo com os interesses locais. Dessa
forma, para regulamentar o procedimento, em observância às leis vigentes, o Município pode expedir
decretos regulamentares de acordo com as peculiaridades e procedimentos que entendam mais
adequados, como, por exemplo, referente ao processamento dos autos de infração.
FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
Sobre o exercício do poder de polícia:
➢ O principal diploma regulamentar vigente atualmente no Estado de Minas Gerais para regular o
exercício do poder de polícia e a aplicação de penalidades por infração à ordem ambiental é o Decreto
Estadual n° 47.383/2018 que pode ser usado como parâmetro para que os municípios especifiquem os
procedimentos dentro de sua competência originária.
➢ A ausência de regulamento não impede a aplicação imediata da lei pelo município, de forma que a
proteção ambiental seja garantida. Todo o arcabouço normativo vigente traz as balizas mínimas para
que a proteção ambiental seja efetivada dentro da circunscrição municipal.
FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
A política de fiscalização ambiental conta com o Plano Anual de Fiscalização (PAF), que
apresenta a integração das ações de fiscalização ambiental que serão desenvolvidas
anualmente pelo Estado. O PAF é também monitorado periodicamente.
No Estado são realizadas as seguintes ações de fiscalização:
➢ Fiscalizações Preventivas, de caráter orientativo, que têm como objetivo informar, instruir e sensibilizar
a sociedade a respeito das melhores práticas ambientais.
➢ Fiscalizações Ordinárias, que são ações rotineiras de fiscalização, programadas no PAF.
➢ Fiscalizações Extraordinárias, não rotineiras e, portanto, não programadas no PAF e que têm como
objetivo atender às demandas oriundas da sociedade e dos órgãos de controle.
➢ Operações Especiais, ações previstas no PAF, que visam aos principais problemas ambientais do
Estado, e que possam requerer uma atuação conjunta e integrada com outros órgãos e entidades
públicas.
A elaboração do PAF em âmbito municipal contribui para o desenvolvimento de uma agenda de fiscalização
mais estratégica e para melhor gestão dos recursos públicos.
GESTÃO
AMBIENTAL
MUNICIPAL
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável - SEMAD
Informações:
[email protected]