Psicologia Do Desporto 2
Psicologia Do Desporto 2
Psicologia Do Desporto 2
E isso faz sentido, pois a disciplina busca compreender a forma como nos
transformamos e aprendemos, permitindo adaptações e aperfeiçoamento constante.
Embora seja um tanto complexo, esse assunto é bastante útil, em especial para
pedagogos, professores e psicólogos que desejam se manter atualizados.
Se esse é o seu caso, recomendamos a leitura deste artigo.
Vamos apresentar, de forma simples, conceitos, origem, campos de discussão e as
principais teorias que fundamentam a área.
Estes são os tópicos que iremos abordar a partir de agora:
O que é a Psicologia do Desenvolvimento?
O que é a Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem?
Qual a finalidade da Psicologia do Desenvolvimento?
Qual a importância da Psicologia do Desenvolvimento?
Qual a importância da Psicologia do Desenvolvimento para o professor?
Quando é que surgiu a Psicologia do Desenvolvimento?
Quais os campos de discussões na Psicologia do Desenvolvimento?
Principais teorias e teóricos da Psicologia do Desenvolvimento
Jean Piaget e a Psicologia do Desenvolvimento Infantil
Quais são os principais fatores que influenciam o desenvolvimento humano?
Gosta do tema? Então, vamos em frente!
Nesse contexto, uma das definições mais bem aceitas nos dias de hoje foi pensada
pelo biólogo suíço Jean Piaget, uma das maiores referências na área de
desenvolvimento humano.
Assim, um bebê só completa esse processo quando chega à idade adulta, atingindo o
ápice de seu desenvolvimento.
A aprendizagem, por outro lado, é causada por situações, eventos e experiências
externas, incluindo a apresentação de um conteúdo novo por um professor, o contato
com uma cultura, até então, desconhecida, ou a realização de um experimento
científico.
A conclusão de Piaget é que ambos são opostos, uma vez que o desenvolvimento do
conhecimento é espontâneo, enquanto a aprendizagem é provocada.
Imagine que uma criança tenha aprendido a ler recentemente, e vem tomando gosto
pela leitura.
Ela lê placas pelas ruas, comunicados, mensagens em jogos online, gibis e pequenos
livros.
Mas, depois de alguns meses, começa a mostrar desinteresse pelas letras e
palavras, deixando seus livros de lado, apresenta queda no rendimento escolar e
agressividade junto aos colegas.
Preocupados, os professores conversam com os pais da criança, que pedem para que
ela leia em voz alta em casa, reparando uma confusão entre as letras.
Esse incidente motiva uma consulta com um médico especialista em oftalmologia, que
descobre um problema na visão.
Isso porque o desenvolvimento humano é formado por quatro pilares que estão,
sempre, interligados:
Ou, nas palavras das educadoras Telma Sara Matos, Fernanda Nasciutti e Vilma Leni
Nista-Piccolo:
O ano de 1882 também se destaca, devido à publicação do livro “The mind of the
child”, no qual William Preyer já chamava a atenção para as particularidades da
mente infantil, despertando o interesse de pesquisadores pelo assunto.
Uma pessoa criada em uma comunidade com forte apelo religioso, por exemplo,
provavelmente terá interesses diferentes daqueles que teria caso nascesse em um
local onde a religião é pouco valorizada.
Gestalt
Conhecida como Psicologia da Forma, a Gestalt prega que o todo (por exemplo, uma
figura completa) não corresponde somente à soma de suas partes, tendo significados
que vão além delas.
A Gestalt acredita que pequenos gestos ou respostas superficiais dão pistas sobre
sentimentos latentes, o que a torna um instrumento terapêutico que contribui para a
saúde mental.
Em 1923, a obra “O ego e o id” formalizou sua teoria de divisão para a mente,
composta por id, ego e superego.
O id ou inconsciente é definido como uma força propulsora, não socializada e que
busca pelo prazer incondicional da pessoa, sendo movido pela libido ou energia da
pulsão sexual.
O ego seria a parte mais superficial, responsável pelas interações entre indivíduo e
meio, enquanto o superego atua como controlador dos impulsos do id e intenções do
ego.
Behaviorismo
Lev Vygotsky
Período Sensório-Motor
Mas, com o tempo, aprimoram seus movimentos e incorporam outros objetos, além
do seio materno, à sua rotina de sucção, indicando diferenciação entre seu corpo e o
mundo exterior.
Período Pré-Operatório
Esse é um marco muito importante, pois permite que meninos e meninas expressem
seus pensamentos e emoções, embora ainda vejam o mundo de modo egocêntrico.
São eles:
Conclusão
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educação e empreendedorismo.
ESUMO
I — BASES TEÓRICAS
Berger & Luckmann (1976), Sartre (1960) e Erikson (1976), em conjunto, constituem os
apoios teóricos desta análise da socialização.
Berger & Luckmann, sob a ótica da Sociologia do Conhecimento, definem a
socialização como "a ampla e consistente introdução de um indivíduo no mundo
objetivo de uma sociedade ou de um setor dela". Definem, ainda, a socialização
primária como "a primeira socialização que o indivíduo experimenta na infância, e em
virtude da qual torna-se membro da sociedade"; e socialização secundária
como "qualquer processo subseqüente que introduz o indivíduo já socializado
em novos setores do mundo objetivo de sua sociedade". (p. 175 —destaques
meus).
Há, ainda, um outro ponto relevante da abordagem desses autores, e que deve ser
aqui ressaltado: a explicação da socialização em termos da dialética homem-
sociedade. Para eles, esta relação dialética compõe-se de três momentos, a saber:
interiorização — objetivação —exteriorização. A interiorização corresponde ao
momento privilegiado da socialização. A criança, ao nascer, encontra um mundo já
posto — embora fruto da ação coletiva de todos os homens que a antecederam —, a
ser por ela interiorizado e assumido. E interiorizá-lo, evidentemente, supõe objetivá-lo e
a ele responder, exteriorizando-se nele.
FAMÍLIA E SOCIALIZAÇÃO
Ditas as coisas deste jeito, tem-se a impressão de que são dois processos, e não um
único apenas dividido formalmente em dois, como é o caso. Sobretudo do ponto de
vista de quem o vivencia, do nascimento até à morte, o processo é um só. Ora em
casa, com a família, ora nos grupos de amigos, ora nas creches, nas escolas,
nos clubs, nas casas de parentes e/ou de amigos, é a mesma criança quem está em
processo de aprendizagem social. Mudam sim, os locais e as dinâmicas por eles
impostas, bem como os comportamentos, as atitudes e os valores relevantes em
conformidade com a especialidade de cada um deles. Mas a pessoa continua a
mesma, em processo. Hoje tudo isso torna-se mais nítido, e mais complicado, quando
a criança é introduzida no mundo institucional dos berçários e das creches, em uma
idade em que gerações anteriores permaneciam restritas ao universo doméstico.
Consideremos, agora, a tarefa socializadora familiar: o que faz a família? Já sabemos,
ela faz a primeira inserção da criança no mundo social objetivo, à medida que promove
a aprendizagem de elementos culturais mínimos: linguagem, hábitos, usos, costumes,
papéis, valores, normas, padrões de comportamento e de atitudes, etc. Mas, além de
tudo, também promove a formação das estruturas básicas da personalidade e da
identidade.
Maria Helena Patto analisou, neste seminário, as relações Família e a Escola nas
camadas populares. O seu empenho de, ao longo de muitos anos, desvendar os
problemas de repetência, evasão e de fracasso escolares em tais camadas é, acredito,
não só de inestimável valor, mas o que de melhor se realizou até agora em nosso país.
Nesse esforço, não há dúvida, ela também ressalta a importância da relação entre
ambas as agências socializadoras (Patto, 1990).
Ana Maria Nicolacci, todavia, em trabalho sobre estratos médios (cariocas), inova ao
relevar o cerne dessa problemática: a (in)coerência entre a educação familiar e a
educação escolar (Nicolacci, 1987) Isto é o essencial, suponho: a (in)coerência (ou
continuidade/descontinuidade) entre os dois sistemas educativos, quaisquer que sejam
as camadas consideradas.
Ana Maria Nicolacci, em seu texto "Família e Pedagogia", afirma que "a eficácia de
uma proposta pedagógica depende fundamentalmente de uma relação harmoniosa
entre família e escola" (Nicolacci, 1987, p. 31). Concordando embora com tal assertiva,
mas considerando o que já foi dito acerca da relevância da família enquanto promotora
de uma "modalidade particular de aprender", eu diria: mas não basta que sejam
harmoniosas as relações família-escola; faz-se necessário um profundo conhecimento
da organização e da dinâmica familiares, e do processo de socialização predominantes
nessas famílias, se o objetivo for a construção de uma proposta pedagógica eficaz. E,
acima de tudo, acredito que este seja um motivo bastante para justificar a relevância do
estudo da socialização para educadores.
Mais do que descrever em detalhes a pesquisa, é meu intento comentar alguns dados
por ela evidenciados e que me parecem sobremaneira relevantes. Porém, antes, cabe
uma explicação sucinta do trabalho realizado.
Uma segunda pergunta que me é feita, de costume, é por que um estudo geracional.
Na verdade, para respondê-la, basta que se pense o apoio teórico assumido: uma vez
suposta a mediação familiar, parece-me não haver muito como escapar à tarefa de
recuperar a história da socialização nas famílias selecionadas, de geração em geração;
e isto nos conduz ao estudo geracional.
No que tange ao migrante, sem dúvida, tal estudo é fundamental, porque é uma das
poucas possibilidades de —recuperando, mais do que a história migratória familiar e
pessoal, o estilo de vida predominante — compreender o comportamento, as atitudes e
os valores por ele apresentado no presente. Por exemplo, nem mesmo respeitáveis
investigadores das questões migratórias estiveram livres de cometer equívocos quando
interpretaram as relações do migrante com o trabalho: atribuíram-lhe, muitas vezes,
falta de perseverança — revelada por altas taxas de afastamento da atividade
produtiva, e por não menos altas taxas de rotatividade no trabalho—, supostamente
relacionada à clássica indolência do caipira (que acaba sofrendo as conseqüências de
uma somatória de estereótipos e preconceitos atribuídos ao índio e ao negro, dos quais
descende). Na verdade, os problemas de ajustamento apresentados pelo migrante
diante das condições do trabalho fabril — que lhes são estranhas e adversas —
derivam muito mais da distância entre estas e aquelas vigentes nos meios rural e semi-
rural, quando ele, enquanto caipira, era ainda o pequeno proprietário — da terra ou da
venda ou do bar —; quando ele ainda não se transformara em bóia-fria, em decorrência
da extensão do capitalismo monopolista ao campo.
O que poucos profissionais se dão conta — e que a pesquisa revelou em sua inteireza
—, é que os pais migrantes educam os filhos, no meio urbano-industrial, em condições
assaz desvantajosas. Na verdade, venho repetindo há já algum tempo: os pais
migrantes, de camadas populares, educam os filhos para uma realidade que lhes é,
ainda, desconhecida. E isto é um paradoxo, porque sua tarefa seria "transmitir" às
novas gerações a parcela do acervo cultural por eles conhecido e dominado. Mas eles
ainda estão em processo de adaptação e de ajustamento ao novo meio —em
continuidade a seu próprio processo de socialização secundária, só que agora em um
meio estranho —, quando, por força das circunstâncias, vêem-se às voltas com a
imperiosidade de educar os seus filhos. E, o que é pior, educá-los para a metrópole
que mal conhecem; para um tipo de relação de vida e de trabalho que desconhecem e
temem; para uma vida cujo sentido escapa-lhes.
Ninguém melhor do que uma das avós revelou a magnitude dessa problemática.
Permitam-me citar suas próprias palavras: "Tem época que eu pelejo com as meninas;
elas dizem: oh, eu não vou estudar. Eu falo, não estuda não, que nem eu, que nem sei
pega o ônibus; não sei nem ir à USP (porque cabia a ela conduzir a neta à terapia, no
IPUSP). A menina que me leva, eu não sei desce lá no lugar que nós desce pra
atravessá; ela pega a minha mão, faz como que sou eu a menina e ela a velha. Ela me
atravessa quando vê o sinal fecha. Eu não sei pega o ônibus que vai nem para
Carapicuíba; eu não vou em lugar nenhum sozinha, se não sê o menino que vai
comigo."
Este depoimento — muito além de evocar um dos mais belos poemas de Fernando
Pessoa (Caieiro — VIII — de Guardador de Rebanhos) — revela uma das grandes
contradições vividas por enorme parcela desse contingente que habita os bairros
populares metropolitanos: quase desconhecendo a cidade, sem sequer discriminar com
facilidade os ônibus indispensáveis à sua locomoção cotidiana, cabe-lhes
(preferencialmente às mulheres, porque isso lhes é atribuído desde os ancestrais) a
tarefa de educar o mais novo, protegê-lo, acompanhá-lo, mesmo quando é ele, o mais
moço, quem melhor domina o meio fisico-social.
Claro, os adultos das demais camadas sociais, migrantes ou não, também encontram
dificuldades no cumprimento da tarefa educativa porque, em certa medida, o mundo de
seus filhos é-lhes estranho, escapa-lhes. Não é novidade a distância cada vez maior
entre as gerações, separando-as, e os conseqüentes conflitos familiares e sociais.
Contudo, se há um fosso geracional no interior de camadas médias e altas, há, por
outro lado, também uma familiaridade com o meio urbano-industrial do qual somos
todos produtos e produtores. Temos um desconhecimento relativo, apenas, que se
situa muito mais nas esferas dos valores e das atitudes; ao contrário do migrante, que
nele é um "estrangeiro".
Disseminou-se, entre nós, a crença de que a maioria das crianças pobres é submetida
ao trabalho prematuro, o que explicaria a alta taxa de evasão escolar no interior de tais
camadas. Não há dúvida, é significativo o número de crianças obrigadas a muito cedo
trocar a escola por alguma atividade ocupacional que lhes permita colaborar no
orçamento doméstico. Contudo, não é possível generalizar, há um contingente não
menos significativo —quiçá até maior —de crianças que não possuem tamanha
sobrecarga. O processo de adaptação às condições urbanas de existência (como
reconheceu o Prof. Antonio Candido, em Os Parceiros do Rio Bonito), leva muitas
dessas famílias a adotar como seus, valores típicos de outras camadas. Exemplo disso
é a progressiva incorporação da idéia de que à criança cabe brincar e, na idade
aprazada, estudar. Se, no campo, cabia-lhe, à semelhança do adulto, trabalhar
(embora na medida de suas forças, já o disse), na cidade, mesmo quando acontece-lhe
"necessitar" trabalhar, ela o faz com a consciência de realizar uma atividade pertinente
a outra fase da vida; ou seja, ela já interiorizou a sua "condição" de criança, ao
contrário de suas mães que, nessa mesma idade, mas em outro meio, sabiam-se
semelhantes aos adultos, no mínimo no que se refere às obrigações. No dizer de uma
delas, "eles pensavam que a gente era adulto igual a eles"; frase reveladora da
representação que todos eles, independentemente do sexo e da idade, faziam da
criança (aliás, em consonância com os escritos de Ariès).
Para finalizar, a grande alteração, no meio urbano, refere-se à escola: nos meios rural
e semi-rural, quando muito os filhos homens tiveram algum acesso a ela; as mulheres
eram mantidas a distância, porque "só queriam estudar para escrever aos namorados",
pensavam seus pais. Nas vilas semi-rurais, meninas e meninos passam pela escola,
mas de maneira inconstante, alternando-a com o trabalho. Na metrópole, todos
chegam a freqüentá-la, mas acabam abandonando-a. Não obstante, parecem todos
convencidos de ser ela o local desejável de permanência da criança, ao menos até a
8ª série, muito embora poucos deles cheguem a alcançar de fato tal objetivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Erikson, E.H. Infância e sociedade. 2. ed. Rio de Janeiro, Zahar, 1976. [ Links ]
FREUD, S. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Rio de Janeiro, Imago, 1973
(Pequena Coleção das Obras de Freud, v.2).
1697
Entretanto, os críticos dizem que a teoria social cognitiva não explica como as crianças
diferenciam entre meninos e meninas antes de terem um conceito de género, ou o que
inicialmente motiva as crianças a adquirir conhecimento de género, ou como as normas
de género tornam-se internalizadas – perguntas que outras teorias cognitivas tentam
responder.
Colello 1983, afirma que para esses teóricos, a socialização – o modo como uma
criança interpreta e internaliza experiências com os pais, professores, colegas e
instituições culturais – desempenha um papel central no desenvolvimento do género. A
socialização começa na primeira infância, bem antes da compreensão consciente do
género. Gradualmente, à medida que a criança começa a regular suas actividades, os
padrões de comportamento passam a ser internalizados.
Influências da família
Influências culturais
Quando uma menina no Nepal tocou no arado que seu irmão estava usando, ela foi
repreendida. Assim ela aprendeu que, sendo mulher, ela deve abster-se de acções que
seu irmão deveria executar nos Estados Unidos, a televisão é um formato importante
para a transmissão de atitudes culturais em relação ao género. A teoria da
aprendizagem social prevê que as crianças que vêem muita televisão ficarão mais
tipificadas por género ao imitarem os modelos estereotipados que aparecem na tela.
Evidências impressionantes nesse sentido surgiram de um experimento natural
realizado em várias cidades canadenses com acesso a transmissão de televisão pela
primeira vez. Crianças que tinham atitudes relativamente não estereotipadas
apresentaram um aumento acentuado nas visões tradicionais dois anos mais tarde
(Kimball, 1986).
Para Bueno, (1993:99), aos 3 anos de idade, finge que os pedaços de cereal flutuando
em sua tigela são “peixinhos” nadando no leite, e ela “pesca,” colherada por colherada.
Após o desjejum, ela coloca o chapéu de sua mãe, pega uma pasta, e é uma “mamãe”
indo para o trabalho. Ela dirige seu triciclo pelas poças, entra em casa para dar um
telefonema imaginário, transforma um bloco de madeira em um caminhão e diz “Vrum,
vrum!”. O dia de Carmen é uma brincadeira após a outra. Seria um erro desdenhar das
atividades de Carmen como se fossem “apenas diversão.” Embora o brincar possa não
parecer servir a um propósito óbvio, ele tem funções importantes no momento e no
longo prazo o brincar é importante para o desenvolvimento saudável do corpo e do
cérebro. Ele permite que as crianças envolvam-se com o mundo à volta delas, usem
sua imaginação, descubram formas flexíveis de usar objectos e solucionar problemas e
preparem-se para papéis adultos.
Na visão de Lagrange 1974, aos 3 anos, falava pela boneca, com uma voz mais grave
que a sua própria. Miguel, aos 4 anos, usava uma toalha de cozinha como capa e
voava como o Batman. Essas crianças estavam envolvidas em brincadeiras ligadas a
pessoas ou situações fictícias – um dos quatro níveis do brincar identificados por
Smilansky (1968) que apresentam níveis crescentes de complexidade cognitiva.
Os níveis são jogo funcional, jogo construtivo, jogo dramático e jogos com
regras. Embora certos tipos de brincadeiras sejam mais comuns em determinadas
idades, os tipos de brincadeiras podem ocorrer em qualquer tempo
.O nível mais simples, que começa durante a primeira infância, é o jogo funcional (às
vezes denominado jogo locomotor), consistindo na prática repetida de movimentos
musculares largos, como rolar uma bola. O segundo nível, o jogo construtivo (também
denominado jogo com objectos), é o uso de objectos ou materiais para fazer coisas,
como uma casa de blocos ou um desenho com lápis de cor. As crianças passam
estimados 10 a 15% de seu tempo brincando com objectos.
O terceiro nível, o jogo dramático (também chamado de jogo de faz de conta, jogo de
fantasia ou jogo imaginativo), envolve objectos, acções ou papéis imaginários; ele
baseia-se na função simbólica que emerge durante a última parte do segundo ano
(Piaget, 1962). O jogo dramático envolve uma combinação de cognição, emoção,
linguagem e comportamento sensório-motor. Ele pode fortalecer o desenvolvimento de
conexões densas no cérebro e fortalecer a posterior capacidade para pensamento
abstracto. Estudos revelaram que a qualidade do jogo dramático está
associada à competência social e linguística.
Aos 3 anos de idade as meninas têm muito maior probabilidade de brincar com
bonecas e conjuntos de chá enquanto os meninos preferem armas e caminhões de
brinquedo, as meninas tendem a escolher outras meninas como companheiras de
brincadeira, e os meninos preferem outros meninos um fenómeno conhecido como
segregação de género.
Formas de disciplina
Qualquer que seja o reforço, a criança deve vê- -lo como uma recompensa e deve
recebê-lo de modo razoavelmente coerente depois de apresentar o comportamento
desejado. Eventualmente, o comportamento deve fornecer um reforço interno: uma
sensação de prazer ou de realização.
Comportamento pró-social
Aos 3 anos e meio, respondeu às queixas de dois colegas de pré-escola que não
tinham massa de modelar suficiente, seu brinquedo favorito, dando-lhes metade da
sua. Alex estava demonstrando altruísmo:
Motivação para ajudar outra pessoa sem expectativa de recompensa. Acções altruístas
como a de Alex geralmente acarretam custo, autos sacrifício ou risco. O altruísmo é a
essência do comportamento pró-social, actividade voluntária que tem por objectivo
beneficiar outrem.
Para Oliveira 2000, embora as pessoas mais importantes no mundo de uma criança
pequena sejam os adultos que tomam conta dela, o relacionamento com irmãos e
colegas torna-se mais importante na segunda infância. Praticamente todas as
actividades e questões de personalidade características dessa idade, do
desenvolvimento do género ao comportamento pro-social ou agressivo, envolvem
outras crianças. Examinaremos primeiro os relacionamentos com irmãos e então de
crianças que não têm irmãos. Então, exploraremos os relacionamentos com o grupo de
iguais e com os amigos
Lagrange 1974:99, afirma que as primeiras brigas entre irmãos, mais frequentes e mais
intensas, são por direitos de propriedade – quem é dono de um brinquedo ou quem tem
o direito de brincar com ele. Embora adultos irritados possam nem sempre ver dessa
maneira, brigas e reconciliações entre irmãos podem ser vistas como oportunidades de
socialização, quando as crianças aprendem a defender princípios e a negociar
desacordos.
Outra arena para socialização é o jogo dramático conjunto, irmãos que frequentemente
brincam de “fazer de conta” desenvolvem uma história de entendimentos
compartilhados que lhes permite resolver mais facilmente os problemas e aceitar as
ideias um do outro.
Bibliografia
PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO
Postado por Thamires Santos em 08/01/2021 e atualizado pela última vez em
12/01/2021
Aprendizagem e interiorização das normas sociais
O processo de socialização remete à forma como os indivíduos assimilam os hábitos,
comportamentos, valores e crenças que conduzem a sociedade onde estão inseridos.
É durante essa aprendizagem que as maneiras de pensar e agir, os traços culturais e a
própria compreensão da realidade são internalizados, compartilhados e possibilitam o
entendimento dos símbolos que fazem parte das relações estabelecidas entre os
grupos sociais.
Seja qual for a etnia, situação socioeconômica, educacional ou religiosa, todos os seres
humanos estão constantemente em socialização. Isso acontece porque as
características comportamentais e culturais de cada grupo (família, escola, trabalho,
igreja, etc.) os moldam à medida que são apresentadas ao longo da vida.
Processo de socialização e a identidade
O processo de socialização relaciona-se com formação cultural do sujeito. Essa
identidade, criada através do contato com códigos, padrões, hábitos e valores, que
determina as ações na sociedade e o modo como enxergá-la. O começo da sua
construção é na infância, quando os pais passam a ensinar as regras, linguagens e
normas apropriadas para a vivência familiar. É a partir desse momento que os
primeiros vínculos com o mundo também são estabelecidos.
Embora a criança tenha seus próprios instintos, é a absorção dos valores e regras que
reafirma o pertencimento a um determinado grupo e serve de embasamento para as
formas de atuação em cada meio social que transitará no futuro. O modo de pensar, as
preferências e os comportamentos herdados da família integram o conjunto de
repertórios chamado pelo filósofo Pierre Bourdieu de habitus.
Para Bourdieu, o habitus é o elo entre a sociedade e o indivíduo. É um elemento
específico de uma classe, sendo internalizado subjetivamente pelos seus integrantes.
Além disso, dá a eles uma variedade de condutas que poderão ser aplicadas de acordo
com as suas relações sociais.
Pai e mãe segurando as mãos do seu filho
Os pais são os primeiros responsáveis pelo entendimento das formas de comunicação
e dos elementos culturais que integram a família e a própria sociedade. (Imagem:
Pixabay)
Apesar da influência coletiva, o processo de socialização não ocorre do mesmo jeito
para todos. E o fator decisivo é o papel social, que ordena as responsabilidades,
direitos e deveres que o sujeito ou grupo deve assumir pelo fato de ocupar certa
posição na sociedade.
É por esse motivo que, segundo Émile Durkheim, a socialização se dá, na verdade, por
meio da coerção. Independente dos desejos ou escolhas individuas, segue-se apenas
o que é pré-estabelecido. Quando se nasce em certa sociedade cabe apenas aprender
e dar continuidade às suas normas e regras.
Aqueles que não se adequam aos padrões ou desempenham o seu papel conforme o
esperado ficam suscetíveis às punições, a exemplo de chacotas, episódios de
discriminação e preconceito, ou exclusão social.
Tipos de socialização
No decorrer da socialização, o indivíduo é inserido em diferentes contextos, resultando
em experiências que levam à construção da identidade cultural. Para o sociólogo
Anthony Giddens e outros estudiosos, esse processo é motivado por alguns agentes e
acontece em duas fases distintas. São elas:
Primária – Período de aprendizagem na infância e que ocorre por meio das relações
familiares e escolares. Esse é o momento em que os sentimentos, regras e
comportamentos são nomeados e trabalhados para que haja uma repetição por parte
da criança. Assim como professores e colegas, que contribuem para ampliação desse
conhecimento e apresenta um novo ambiente social, os meios de comunicação –
especialmente a internet – tornaram-se um dos principais agentes de socialização
presentes nesta fase.
Secundária – Etapa em que o indivíduo já foi inserido em diferentes contextos (espaços
de trabalho, religiosos, lazer, políticos, etc.) e participou de diversas interações. Os
papéis sociais também são estabelecidos, revelando os comportamentos e/ou
características que precisam ser seguidos.
Em ambos os casos, há uma internalização das práticas e visões que fazem parte da
sociedade, mas também dos conflitos diante das discordâncias. Mesmo que o meio
forneça os hábitos culturais que permitem a atuação do indivíduo, ele também é dotado
de individualidades, vontades, opiniões – fatores que o movem ou não para direções
inesperadas.
Na sociologia, o processo de socialização é fundamental para a construção das
sociedades em diversos espaços sociais.
É através dele que os indivíduos interagem e se integram por meio da comunicação, ao
mesmo tempo que constroem a sociedade.
Para o sociólogo brasileiro Gilberto Freyre, a socialização pode ser definida da seguinte
maneira:
“É a condição do indivíduo (biológico) desenvolvido, dentro da organização social e da
cultura, em pessoa ou homem social, pela aquisição de status ou situação,
desenvolvidos como membro de um grupo ou de vários grupos.”
A socialização (efeito de ser tornar social) está relacionada com a assimilação de
hábitos culturais, bem como ao aprendizado social dos sujeitos. Isso porque é por meio
dela que os indivíduos aprendem e interiorizam as regras e valores de determinada
sociedade.
Quanto a isso, vale lembrar as palavras do sociólogo francês Émile Durkheim, quando
afirma que:
“A educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta”.
De tal modo, o processo de socialização é desencadeado por meio da complexa rede
de relações sociais estabelecidas entre os indivíduos durante a vida.
Assim, desde criança os seres humanos vão se socializando mediante as normas,
valores e hábitos dos grupos sociais que o envolvem. Observe que nesse processo,
todos os sujeitos sociais sofrem influência comportamentais.
Importante notar que existem diferentes processos de socialização de acordo com a
sociedade em que estamos inseridos.
Qualquer que seja a classe social e a realidade, os processos de socialização são
muito diversos. Tanto podem ocorrer entre pessoas que vivem numa favela como entre
os burgueses que habitam a zona sul de São Paulo.
Seja qual for a cor, a etnia, a classe social, todos os seres humanos desde cedo estão
em constante processo de socialização, seja na escola, na igreja, na faculdade ou no
trabalho. Alguns fatores podem afetar esse processo, tal como um local marcado por
guerras.
As consequências dos processos de socialização geralmente são positivas e resultam
na evolução da sociedade e dos indivíduos. Por outro lado, as pessoas que não se
socializam podem apresentar muitos problemas psicológicos, determinados, por
exemplo, pelo isolamento social.
O processo de socialização vem se alterando ao longo do tempo, através das
mudanças da sociedade. Note que os processos de socialização da antiguidade e da
atualidade são bem distintos, o que decorre da evolução dos meios de comunicação e
do avanço tecnológico.
Psicologia Desportiva
Então, deve-se cuidar das emoções, das cognições, das relações e da técnica.
Melhora na performance
A psicologia do esporte não pensa só no desempenho, mas essa não deixa de ser uma
parte importante. Afinal, além de ser um objetivo, é uma consequência de uma boa
prática dessa área. E para que se chegue nisso, um psicólogo do esporte deve estudar
os casos e pensar nas melhores intervenções.
Esporte escolar
Sabemos como o exercício é importante para o desenvolvimento. Assim, o psicólogo
pode ajudar, tanto futuros atletas de alto rendimento, quanto em atividades do dia a dia.
Ele pode mostrar a importância do esporte, aumentar a adesão dos alunos, tratar
questões individuais, pensar em atividades junto com a equipe, etc. Assim, desde cedo,
formam-se pessoas com boas relações com o esporte!
Esporte recreativo
O exercício vai muito além de saúde física e carreira. A atividade física também
aparece como forma de lazer, e o bom psicólogo do esporte deve levar isso em conta.
Assim, ele pensa em atividades adequadas para o nível dos atletas e para o grupo,
oferece apoio e ajuda na comunicação de objetivos!
Academias
Essa talvez seja uma das áreas de atuação da psicologia do esporte menos
conhecidas. Mas assim como algumas academias oferecem nutricionistas, também
podem ter psicólogos do esporte trabalhando ali! Esses profissionais acolhem e
entendem demandas desse meio e ajudam a ver pontos de melhora.
Introdução
Como já deve ter percebido, o tema do nosso trabalho é “Classificação dos desportos
segundo características de envolvimento”, embora este título seja extenso o trabalho
em si é relativamente pequeno. Falamos essencialmente nos critérios utilizados para
classificar as inúmeras modalidades existentes.
1.Definição de Desporto
Desporto: s. m. prática de exercícios próprios para desenvolver o vigor e a agilidade;
recreação.
Esta é uma das definições que encontramos em vários dicionários. Porém não existe
uma definição concreta de desporto.
Gustavo Pires no seu livro Gestão do Desporto de 2003, faz referência a várias
definições de desporto segundo variados autores, sendo algumas as seguintes:
Coubertin, Pierre (1934): “(…)” o desporto é um culto voluntário e habitual de exercício
muscular intenso suscitado pelo desejo de progressão e não hesitando em ir até ao
risco”;
Gillet, Bernard (1949): “(…)”resumidamente diz que o desporto é uma actividade física
intensa, submetida a regras precisas e preparada por um treino físico e metódico”.
Huizinga (1951): “(…)”no seu, já célebre livro “Homo Ludens, Essai sur la Fonction
Social du Jeu” definiu jogo da seguinte maneira: “ jogar é uma actividade ou ocupação
voluntária executada dentro de determinados limites de tempo e de lugar de acordo
com regras livremente aceites, mas absolutamente obrigatórias tendo o seu objectivo
em si próprio, e sendo acompanhado por um sentimento de tensão, alegria e
consciência de que isso é diferente da vida normal”.
Para Gustavo Pires (2003) decorre de todas estas e de outras definições que desporto
envolve: “(…)”exercício físico, competição, desafio, esforço, luta, apetrechos,
estratégia, e táctica, princípios, objectivos, instituições, regras, classificações, tempo
livre, jogo, vertigem, aventura, investigação, dinheiro, lazer, sorte, rendimento,
simulação, códigos, resultados, prestações, treino, força, destreza, meditação, tempo,
espaço, beleza, medição, voluntarismo, morte, etc.”.
b) Materiais
Os materiais podem ser fixos, como por exemplo, piso flutuante, protecção de bancada,
parede de escalada, aparelhos de ginástica artística, etc., ou também podem ser
portáteis (bolas, raquetes, tacos, etc.); Além disto, os materiais podem ser de utilização
colectiva (mini trampolim, barreiras no atletismo, bolas, etc.) ou de utilização pessoal
(bicicleta, raquetes, tacos, etc.).
c) Instalações
Outro critério utilizado é referente às instalações.
Estas podem ser cobertas (ginásio, pavilhão, etc.), ou descobertas (campo de futebol,
campo de râguebi, pista exterior de atletismo, campo de golfe, etc.); podem ser
naturais, como por exemplo, montanhas, mar, rio, etc., ou artificiais (pistas de esqui,
pista coberta de atletismo, campo sintético de futebol, campo de golfe, etc.); Este
critério ainda pode ser utilizado quanto às instalações concebidas para a prática de
uma só modalidade desportiva, como a parede de escalada, o campo de golfe, a pista
para esgrima, etc., ou para a prática de várias modalidades desportivas, como por
exemplo o pavilhão gimnodesportivo, piscina, etc.
d) Motivação
Motivação é também um importante critério, pois podemos estar motivados para a
competição, que esta pode ser individual (ténis, esgrima, ciclismo, automobilismo, etc.),
colectiva (basquetebol, hóquei, futebol, voleibol, andebol) ou até mesmo mista
(patinagem, ginástica, etc.), mas também podemos encontrarmo-nos numa motivação
de lazer, manutenção, iniciação, fim-de-semana, jogging, aeróbia, etc.
e) Contexto cultural
Neste juízo, evidencia-se a forte componente cultural do desporto.
Estes podem estar inseridos em vários contextos:
No sistema educativo
No contexto militar
No mundo do trabalho
Na estrutura federada
Nas populações especiais
f) Tipos de Prova
De uma forma geral, podem dividir-se as competições em dois níveis: nacional e
internacional. As competições de âmbito nacional, distrital e regional destinam-se à
participação exclusiva dos atletas inscritos nas respectivas federações e associações
desportivas. As competições de âmbito internacional destinam-se à participação de
atletas provenientes de diferentes países.
g) Tipo de prática do sujeito:
Conclusão
Chegamos assim ao fim deste pequeno trabalho. Sim, é verdade pequeno, pois não
existe muita informação há cerca deste assunto por isso, não temos uma vasta
informação deste. Contudo, demos o nosso melhor.
Só esperamos que tenha valido a pena.
Bibliografia
http://forumolimpico.org/?q=node/345
http://reflexoesdodesporto.blogspot.com/2007/08/definio-ou-definies-de-desporto.html
Paula Romão, Silvina Pais, Organização E Desenvolvimento Desportivo 10, Porto
Editora, páginas 20,21,22, 2008
avalição psicológica e acompanhamento de atletas
A avaliação psicológica e o acompanhamento de atletas são componentes essenciais
para garantir seu bem-estar e desempenho ótimo. Aqui estão algumas informações
sobre esses processos:
Avaliação Psicológica:
Observação Direta:
Os psicólogos esportivos frequentemente observam os atletas diretamente durante
treinamentos, competições e outras atividades relacionadas ao esporte.
Isso permite uma avaliação mais precisa do comportamento, das interações sociais,
das habilidades de comunicação e das reações emocionais dos atletas em situações
reais.
Observação Indireta:
Além da observação direta, os psicólogos esportivos também podem coletar
informações por meio de relatos de treinadores, colegas de equipe, familiares e outros
envolvidos na vida do atleta.
Essas observações indiretas podem fornecer insights adicionais sobre o funcionamento
psicológico do atleta e sua interação com o ambiente esportivo.
Foco da Observação:
Durante a observação, os psicólogos podem se concentrar em uma variedade de
áreas, como comportamentos de liderança, dinâmica de equipe, respostas ao estresse,
padrões de comunicação e sinais de lesões ou fadiga mental.
Esses dados observacionais são então usados para informar a avaliação psicológica e
o desenvolvimento de planos de intervenção personalizados.
Registro e Análise:
Os psicólogos esportivos frequentemente registram suas observações por meio de
notas escritas, gravações em vídeo ou outras formas de documentação.
A análise cuidadosa desses registros ajuda a identificar padrões, tendências e áreas de
preocupação que podem exigir atenção adicional durante o acompanhamento
psicológico.
Feedback e Intervenção:
Com base nas observações feitas, os psicólogos podem fornecer feedback específico
aos atletas, treinadores e outros membros da equipe de suporte.
Esse feedback pode incluir recomendações para o desenvolvimento de habilidades
psicológicas, ajustes nas estratégias de treinamento ou intervenções para lidar com
questões emocionais ou comportamentais.
Em resumo, a observação desempenha um papel crucial na compreensão do
funcionamento psicológico dos atletas e na elaboração de intervenções eficazes para
promover seu bem-estar e desempenho esportivo.
A entrevista
A entrevista é uma das etapas mais importantes no processo de avaliação psicológica
e acompanhamento de atletas. Durante essa interação, o psicólogo esportivo busca
estabelecer uma relação de confiança com o atleta, compreender sua história pessoal
e esportiva, identificar seus objetivos e desafios, e colaborar na construção de
estratégias para maximizar seu desempenho e bem-estar.
Aqui estão alguns pontos-chave que podem ser abordados durante a entrevista com
um atleta:
Motivação e Objetivos:
Descubra o que motiva o atleta a competir e quais são seus objetivos de curto e longo
prazo no esporte.
Identifique se os objetivos são realistas e se estão alinhados com suas habilidades e
recursos disponíveis.
Desafios e Obstáculos:
Discuta os desafios específicos que o atleta enfrenta, tanto dentro quanto fora do
campo, como lesões, pressões externas, dificuldades de relacionamento, etc.
Explore como esses desafios afetam o desempenho esportivo e o bem-estar emocional
do atleta.
Recursos e Apoio:
Identifique os recursos disponíveis para o atleta, como apoio da família, treinadores,
colegas de equipe, profissionais médicos, etc.
Discuta como esses recursos podem ser utilizados para enfrentar desafios e alcançar
objetivos.
Confidencialidade e Ética:
Explique os limites da confidencialidade e os princípios éticos que regem a prática da
psicologia esportiva.
Garanta ao atleta que suas informações serão tratadas com o máximo respeito e que
apenas serão compartilhadas com outras partes com seu consentimento, exceto em
casos de preocupações sérias com segurança ou bem-estar.
A entrevista é uma oportunidade crucial para estabelecer uma base sólida para o
acompanhamento psicológico do atleta, permitindo ao psicólogo compreender suas
necessidades e fornece suporte personalizado e eficaz ao longo de sua jornada
esportiva.
Os testes
Os testes psicológicos são ferramentas importantes utilizadas durante a avaliação
psicológica de atletas para obter informações objetivas sobre diferentes aspectos de
sua personalidade, habilidades mentais, motivação e bem-estar emocional. Esses
testes são selecionados com base nas necessidades específicas do atleta e nos
objetivos da avaliação. Aqui estão alguns tipos comuns de testes utilizados na
avaliação psicológica de atletas:
Inventários de Personalidade:
Exemplos: Inventário de Personalidade NEO, Inventário de Personalidade de
Minnesota (MMPI), Inventário de Personalidade Multifásico de Minnesota (MMPI-2).
Objetivo: Avaliar traços de personalidade do atleta, como extroversão, neuroticismo,
amabilidade, conscienciosidade e abertura para experiência, que podem influenciar seu
comportamento e desempenho esportivo.
Testes de Habilidades Mentais:
Exemplos: Teste de Atenção Concentrada (TAC), Teste de Memória Visual Sequencial
(MVST), Teste de Atenção Dividida (TAD).
Objetivo: Avaliar habilidades cognitivas específicas do atleta, como atenção, memória,
raciocínio espacial e habilidades de processamento de informações, que são
importantes para o desempenho esportivo.
Questionários de Motivação e Autodeterminação:
Exemplos: Escala de Motivação Esportiva (SMS), Escala de Regulação do
Comportamento no Esporte (BSRQ).
Objetivo: Avaliar os diferentes tipos de motivação do atleta (intrínseca, extrínseca,
amotivação) e seu grau de autodeterminação em relação à prática esportiva.
Questionários de Ansiedade e Estresse:
Exemplos: Inventário de Ansiedade Estado-Traço (IDATE), Escala de Estresse
Percebido (EEP).
Objetivo: Avaliar os níveis de ansiedade e estresse do atleta, tanto em situações
específicas (como competições) quanto em seu dia a dia, e identificar estratégias de
gerenciamento de estresse.
Questionários de Bem-Estar Emocional e Psicológico:
Exemplos: Escala de Bem-Estar Subjetivo (SWLS), Escala de Depressão, Ansiedade e
Estresse (DASS).
Objetivo: Avaliar o bem-estar emocional e psicológico do atleta, incluindo sua
satisfação com a vida, sintomas de depressão, ansiedade e estresse, e identificar
áreas que podem precisar de intervenção.
Testes de Resiliência e Adversidade:
Exemplos: Escala de Resiliência de Connor-Davidson (CD-RISC), Escala de
Adversidade Percebida (PAS).
Objetivo: Avaliar a capacidade do atleta de lidar com desafios e adversidades, sua
resiliência psicológica e sua capacidade de se recuperar de experiências negativas.
É importante ressaltar que os testes psicológicos devem ser administrados e
interpretados por profissionais qualificados, como psicólogos especializados em
psicologia esportiva. Os resultados dos testes são usados como uma parte integrante
da avaliação psicológica global do atleta e ajudam a informar o plano de intervenção e
acompanhamento psicológico personalizado. Além disso, é fundamental considerar o
contexto específico do atleta e suas circunstâncias individuais ao interpretar os
resultados dos testes.
RESUMO
Praticar exercício físico está associado a vantagens ao nível psicológico, físico e social.
No entanto, a prática desportiva na população é ainda reduzida e, adicionalmente, os
níveis de abandono são muito significativos (Dishman, 1994; "Global strategy on diet,
physical activity and health", 2004). Assim, torna-se importante compreender os fatores
que estarão na origem destes problemas. Este trabalho propõe dois guiões de
entrevista dirigidos a praticantes e instrutores de exercício, procurando facilitar uma
análise mais aprofundada deste tema. Os domínios avaliados foram: 1. motivação,
barreiras e benefícios (ambos os guiões); 2. atitudes, normas subjetivas, perceção de
controle e intenção, experiência emocional, local de prática (guião para os praticantes);
3. fatores influenciadores do exercício, treino dos fatores psicológicos, condições de
trabalho (guião para os instrutores). Os domínios avaliados permitem uma análise
abrangente dos fatores psicológicos envolvidos na prática de exercício, sendo também
possível efetuar um confronto dos dados obtidos com modelos conceptuais existentes
na literatura sobre este tema.
ABSTRACT
RESUMEN
El ejercicio físico tiene ventajas a nivel psicológico, físico y social pero la práctica
deportiva es todavía reducida y los niveles de abandono son significativos (Dishman,
1994; "Global strategy on diet, physical activity and health", 2004). Por ello, la
exploración de los factores que originan estos problemas es crucial. Este trabajo
propone dos guías de entrevistas dirigidas a los practicantes e instructores de ejercicio,
buscando contribuir a un análisis más profundo de este tema. Los dominios evaluados
fueron los siguientes: 1. motivación, barreras y beneficios (ambos guiones); 2.
actitudes, normas subjetivas, percepción de control e intención, experiencia emocional,
lugar de práctica (guión para los practicantes); 3. factores que influyen en el ejercicio,
entrenamiento de factores psicológicos, condiciones de trabajo (guión para los
instructores). Las áreas evaluadas permiten un análisis completo de los factores
psicológicos implicados en el ejercicio, siendo también posible hacer una comparación
de los datos obtenidos con los modelos conceptuales en la literatura sobre este tema.
A prática de exercício físico regular tem sido associada a benefícios nos estados físicos
e de saúde, passando pelo bem-estar psicológico e culminando na melhoria do
funcionamento social do indivíduo (Willis & Campbell, 1992). Neste sentido, tanto os
governos como as diferentes organizações de promoção da saúde têm vindo a apostar
na divulgação das vantagens da adoção de estilos de vida saudáveis junto da
população em geral, surgindo a prática do exercício físico como um dos fatores
positivos implicados neste processo. A este nível, pode-se apontar a recomendação
efetuada pela Organização Mundial de Saúde, apelando aos estados para adotarem
uma estratégia global e concertada em torno da promoção de hábitos alimentares
saudáveis, da atividade física e da saúde (Dishman, 1994; World Health Organization,
2004).
No entanto, apesar dos esforços efetuados neste sentido, a verdade é que nem os
níveis de prática de exercício são satisfatórios e, ainda mais preocupante, também os
níveis de manutenção nessa prática não são os desejáveis e esperados (Dishman,
1994; Willis & Campbell, 1992). A título de exemplo, no caso de Portugal perto de 30%
da população afirma não realizar qualquer atividade física, estando estes valores em
consonância com os 31% de sedentarismo observados para o conjunto dos países da
União Europeia (Sjöström, Oja, & Hagströmer, 2006). No que se refere à manutenção
da prática de exercício, os dados são também pouco animadores, pois o número de
pessoas que fazem exercício de modo esporádico ou que chegam mesmo a desistir
desta atividade pode ultrapassar os 50% (Dishman, 1994).
Objetivos do estudo
Método
Em termos da aplicação dos guiões, alguns aspetos devem merecer a atenção dos
utilizadores. Começando pela idade de aplicação, no caso do guião dos praticantes
propõe-se a fase da adolescência e o início da idade adulta como critérios mínimos de
idade para utilização do mesmo. Para o guião dos instrutores, é apenas importante
assegurar que o profissional tenha as qualificações devidas para o exercício da
atividade.
Resultados
O treino dos fatores psicológicos representa um domínio que importa avaliar do ponto
de vista dos instrutores, seja em termos da opinião que estes têm sobre a influência
dos aspetos mentais no exercício físico, seja em termos da sua tendência para
incluírem os fatores psicológicos nas suas atividades de treino. Neste sentido, e
apenas para o guião de entrevista dos instrutores (ver Anexo 2), propõem-se duas
secções de recolha de informações. No primeiro caso, efetua-se uma análise dos
aspetos gerais que podem influenciar a prática de exercício físico (Secção 3) para, de
seguida, se centrar a análise na influência dos fatores psicológicos sobre essa mesma
prática (Secção 3, questão 8). No domínio seguinte (Secção 4), exploram-se as
estratégias psicológicas específicas usadas pelo instrutor no sentido de fortalecer a
adesão ao exercício nos praticantes. Repare-se que neste caso a formulação das
questões evolui de um nível geral (questão 9: importância dos fatores psicológicos no
dia-a-dia de trabalho) para um nível mais específico de recolha de informações
(questões 10 a 12). Estas últimas questões só serão colocadas caso o instrutor indique
que trabalha os fatores psicológicos na sua prática profissional. Caso não o faça, não
fará sentido analisar o tipo de estratégias que utiliza, sob pena das respostas não
terem uma relação efetiva com a sua atividade de instrutor. Seja como for, ao
colocarem-se estas duas secções no guião de entrevista procura-se aumentar o
conhecimento acerca da importância dos fatores psicológicos na prática de exercício
físico e, talvez mais importante, averiguar quais as estratégias utilizadas pelos
instrutores para promoverem a manutenção e o empenhamento desportivo dos
praticantes.
Discussão
No que se refere às barreiras e aos benefícios da prática de exercício físico, uma das
propostas que pode ajudar a integrar e compreender a informação recolhida nos guiões
refere-se ao modelo transteórico dos estádios de mudança (Prochaska et al., 1994).
Neste caso, são sugeridas diferentes fases na mudança nos comportamentos de
saúde, existindo evidência para o facto dos fatores positivos associados à nova ação a
assumir (benefícios) se imporem face aos fatores negativos da mudança (barreiras)
durante a mudança comportamental. Neste sentido, com os guiões propostos pode-se
efetuar uma análise dos processos de mudança subjacentes ao comportamento de
exercício físico, desde a sua preparação até à sua implementação.
A perceção dos instrutores acerca dos fatores que promovem uma maior adesão das
pessoas ao exercício físico, bem como o modo como estes trabalham os fatores
psicológicos junto dos praticantes de exercício, também foi objeto de análise no
respetivo guião de entrevista. A razão para incluir estes aspetos prende-se com a
evidência de que os fatores psicológicos assumem um papel importante nos contextos
desportivos, sendo de admitir igualmente a sua influência em contextos de exercício
físico. Por exemplo, ao nível do desporto de competição, têm vindo a ser propostos
programas de treino de competências psicológicas, que se referem à prática
sistemática e consistente de fatores mentais, com o propósito de aumentar o
rendimento dos atletas, os seus níveis de diversão e prazer e promover uma maior
satisfação com a atividade desportiva (Weinberg & Gould, 2011). As vantagens em
implementar este tipo de intervenção justifica-se pelo facto da investigação indicar que
os atletas com maior sucesso desportivo evidenciam uma melhor preparação
psicológica, demonstrando um uso variado de estratégias mentais, como sejam, a
formulação de objetivos, a visualização mental, o controle da ativação física e dos
pensamentos, o uso sistemático de rotinas mentais, etc. (Williams & Krane, 2001). No
que se refere ao contexto de exercício físico, existem indicações da literatura que
sugerem o papel importante do instrutor na manutenção dos seus alunos nas classes
de exercício físico (Rinne & Toropainen, 1998), podendo este funcionar como um
agente promotor dos fatores psicológicos associados à prática de exercício. Os
resultados destes estudos permitiram concluir que a demonstração de preocupação
pessoal e o apoio por parte do instrutor face aos praticantes representam elementos
cruciais na satisfação e adesão aos programas de exercício. Tendo em consideração
estes aspetos, a utilização do guião de entrevista permite então avaliar o modo como
as competências psicológicas são encaradas e trabalhadas pelos instrutores junto dos
praticantes de exercício.
Referências
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dieting decisions: the role of prefactual attitudes, subjective norms, and resistance to
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review and avenues for further research. Journal of Applied Social Psychology, 28(15),
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Fishbein, M., & Ajzen, I. (2010). Predicting and changing behavior: the reasoned action
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Mohiyeddini, C., Pauli, P., & Bauer, B. (2009). The role of emotion in bridging the
intention-behaviour gap: the case of sports participation. Psychology of Sport and
Exercise, 10(2), 226-234. [ Links ]
Motivação:
Atividades: Estabelecer objetivos claros e significativos, promover a autonomia e a
autodeterminação, fornecer feedback positivo e específico, celebrar o progresso e
conquistas, criar um ambiente de equipe positivo e solidário.
Imagética Mental:
Atividades: Prática de visualização detalhada e vívida de desempenho bem-sucedido,
envolvendo todos os sentidos, criação de scripts de visualização específicos para
cenários de competição, revisão mental de estratégias e técnicas.
Comunicação Eficaz:
Atividades: Treinamento de habilidades de comunicação verbal e não verbal, prática de
escuta ativa, simulação de situações de equipe e liderança, feedback construtivo e
aberto.
Trabalho em Equipe:
Atividades: Exercícios de coesão de equipe, desenvolvimento de normas de equipe e
valores compartilhados, atividades de resolução de problemas em grupo, promoção de
um ambiente de apoio mútuo e confiança.
É importante integrar essas atividades ao programa de treinamento esportivo de forma
consistente e progressiva. Além disso, o suporte de um psicólogo esportivo pode ser
valioso para orientar e personalizar o treinamento das competências psicológicas de
acordo com as necessidades individuais de cada atleta e as demandas específicas de
sua modalidade esportiva. O treinamento mental pode ser tão importante quanto o
treinamento físico e técnico para alcançar o sucesso esportivo de forma sustentável.