3ºalmas Afins (Edgard Armond)
3ºalmas Afins (Edgard Armond)
3ºalmas Afins (Edgard Armond)
Título
Almas Afins
Autor
Edgard Armond
Revisão
Maria Aparecida Amaral
Diagramação
Marina Quicussi
Capa
Antônio Carlos Ventura
Ficha Catalográfica
ISBN: 978-85-8364-065-3
10-10195 CDD-133.93
Editora Aliança
Rua Major Diogo, 511 - Bela Vista - São Paulo - SP
CEP 01324-001 | Tel.:(11) 2105-2600
www.editoraalianca.com.br | [email protected]
Sumário
Advertência
Preâmbulo
1. Reencontro
2. Muito Longe, na Lemúria
3. Na Atlântida
4. No Templo de Imatan
5. Inquietadora Revelação
6. As Origens do Templo
7. Astro em Desagregação
8. No Antigo Egito
9. Mumificação
10. Amon Contra Aton
11. Tempestuosa Conversa
12. Hostilidades Recíprocas
13. Poderes Psíquicos
14. Auxílio Espiritual
15. Almas Afins
16. Sucessão Real
17. Poder Militar e Religioso
18. Momentos Finais
19. O Desenlace
20. Epílogo
Advertência
O Autor
Preâmbulo
Surge então Anath, que diz com álacre graciosidade, como a querer
quebrar a austeridade que ficara no ambiente:
— Observem minhas vestes! Como as vêem? Esta vantagem também a
temos e, ainda mais, fabricamos a indumentária que desejamos, na forma e
na ocasião desejada. Identifiquem-me por esta de hoje: é a que vou usar
como coordenadora deste programa. Não é assim que dizem aí na Terra, nas
atividades da televisão?
◆◆◆
Tinha cabelo castanho escuro, penteado para trás, enrolado na nuca e
preso por uma cercadura de pérolas miúdas. No pescoço alvo, um colar de
pedras coloridas como águas marinhas, verdes e vermelhas, aumentando de
tamanho à medida que desciam para o colo, onde formavam uma pequena
cruz. O corpete justo, modelando o busto desde a cintura esbelta, terminava
no pescoço por uma gola rendada vinda detrás e fechando-se à frente, ao
nível da cintura, por botões grandes, redondos, de ouro reluzente. O vestido
era justo, alargando-se embaixo em ondulações, com desenhos de filigranas
de ouro. O rosto, oval e suave, levemente amorenado, olhos escuros,
profundos, doces e cheios de enlevo, nariz reto, pequeno, e também a boca,
de lábios finos e delicados; as orelhas eram miúdas, sem qualquer
ornamento, aos pés, sandálias com fivelas largas, brilhantes, de cor verde, as
mãos, pequenas, muito vivas, de dedos roliços.
Trazia na mão esquerda uma tela enrolada, uma prancheta e pincéis.
— Vamos trabalhar. Todos prontos?
E prosseguiu: — Não há, como vão ver, muitas diferenças paisagísticas
entre a Lemúria e a Atlântida, salvo os corpos físicos dos homens e dos
animais que variam bastante. Não se esqueçam de que, entre estas duas
civilizações, há milênios. Utilizaremos as gravações etéreas[3] e as
projetaremos na tela que trago, com os comentários necessários, que iremos
fazendo passo a passo.
◆◆◆
Anath abriu um painel em branco, bem maior que o anterior, e nele logo
se viu a entrada lateral do Templo. A inscrição abaixo dizia: Porta Leste —
no vale do Imatan. Com um compasso, traçou um círculo em torno do
Templo, fechando dentro dele uma região formada de maciços e morros,
vistos de cima para baixo. Quase não se via o Templo, confundido como
estava com a montanha, assim como um de seus flancos, com entrada por
um vale agreste.
— Como o da Lemúria — disse ela — que já conhecemos, este Templo
de Imatan quase não é visível; é todo construído na rocha e somente afloram
algumas saliências e paredes laterais que parecem contornos da própria
montanha. Naquele tempo, muito mais que agora, as tentativas de
aprimoramento moral, intelectual e psíquico eram mal vistas, sofriam
perseguições atrozes da parte dos poderes dominantes; imperava a mais
terrível intolerância religiosa, como se viu também mais tarde em outras
épocas, inclusive na vossa Idade Média entre católicos, protestantes,
muçulmanos e outros credos; os dominadores daqueles tempos, como hienas
cruéis e famintas, lançavam-se contra todos os que não seguiam as regras, os
costumes e as leis da comunidade social primitiva e bárbara. Este Templo de
Imatan era dedicado exclusivamente ao Bem e fora edificado pelos Profetas
Brancos de Anfion em épocas anteriores. Por isso era subterrâneo e escondia
o culto, que ficava assim indevassável, e protegia seus adeptos das garras
dos opressores profitentes dos cultos oficiais nessa data já em franca
degeneração psíquica. Tem ele uma história que convém contar:
“Esta região serviu, outrora, de palco de combates e extermínios, rivais
cruentos, entre as tribos locais. Os vivos se haviam esquecido do passado,
mas os desencarnados, não: apegaram-se ao solo e de tal zelo se animavam e
tal era o desconhecimento que tinham em relação à vida após o túmulo, que
se organizaram em comunidade e passaram a perseguir e afugentar todos os
que por ali transitavam. O vale tornou-se uma região amaldiçoada, cujo
nome se traduzia por O vale das fúrias, e tais foram os feitos desses
Espíritos que a grandes distâncias os viajantes se desviavam de suas rotas
para passarem ao largo, evitando esses ataques invisíveis dos quais não era
possível se defenderem. Assim, aproveitando-se dessa situação, foi que os
fundadores escolheram tal lugar para edificar seu Templo. De início houve
hostilidades e violências por parte dos Espíritos que não concordavam com a
invasão de seus domínios mas, mesmo assim, os sacerdotes penetraram no
vale, escavaram as rochas e efetivaram a construção. E, com o decorrer do
tempo, doutrinaram e esclareceram aqueles seres ignorantes que, então, aos
poucos foram passando para o lado deles, frequentando o Templo nas suas
reuniões benéficas, auxiliando nos seus trabalhos mas, ainda assim,
prosseguindo na vigilância rigorosa do vale, para evitar hostilizações vindas
de fora. Por isso o Templo sobreviveu, apesar de muitas vezes atacado por
forças poderosas que, todavia, não resistiam às legiões desencarnadas da
vigilância, que furiosamente o defendiam.”[6]
◆◆◆
Horas depois, Tut, seu filho mais velho, com apenas nove anos e com o
nome de Tutancâmon, foi ali mesmo sagrado faraó, com o apoio das tropas
de Horemhet, que assim impedia o acesso do sacerdote Eie, forte
pretendente ao trono.
◆◆◆
Hrihor viveu ainda mais dez anos depois da morte da filha; exerceu
suas árduas funções de forma eficiente e generosa, contribuindo
grandemente para a prosperidade e a harmonia interna de seu nobre país. Isto
lhe foi creditado como mérito pelos homens e pelo Alto.
Quando também chegou sua hora de partir, a luz radiosa que fora Nut
fechou-lhe os olhos para o mundo da matéria e os abriu para os esplendores
do mundo espiritual.
Por muitas vezes, esses dois Espíritos afins encarnaram e desencarnaram
em muitas partes diferentes e em diferentes épocas, mas sempre realizando
juntos tarefas benéficas no sentido do Bem e ainda hoje, quando escrevo este
livro, nestes dias agitados, às vésperas de uma transição cíclica de grande
significação cósmica, continuam juntos, e o seu amor cresce sempre, de
forma incrível, como um sentimento que não é próprio deste mundo.