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João Pessoa - PB
2022
Luciana Alves da Nóbrega
Orientadores:
Prof. Dr. João Agnaldo do Nascimento
Profa. Dra. Kátia Suely Queiroz Silva Ribeiro
Prof. Dr. Pedro Rafael D. Marinho
João Pessoa - PB
2022
LUCIANA ALVES DA NÓBREGA
BANCA EXAMINADORA
_______________________________
Profa. Dra. Kátia Suely Queiroz Silva Ribeiro
Orientadora - UFPB
_______________________________
Prof. Dr. Luiz Medeiros de Araújo Lima Filho
Membro Interno – UFPB
______________________________________
Profa. Dra. Caliandra Maria Bezerra Luna Lima
Membro Interno – UFPB
______________________________________
Profa. Dra. Nataly Albuquerque dos Santos
Membro Externo – UFPB
______________________________________
Prof. Dr. Ricardo José Ferreira
Membro Externo - IFPB
AGRADECIMENTOS
Aos meus orientadores Prof. Dr. João Agnaldo do Nascimento, Profa. Dra. Kátia Suely
Queiroz Silva Ribeiro e o Prof. Dr. Pedro Rafael D. Marinho, por ter compartilhado
comigo seus conhecimentos e confiança depositava na minha proposta de projeto.
Muito obrigada.
Nos últimos anos, muitos estudos têm sido realizados para mensurar o impacto
da poluição do ar na saúde humana nos grandes centros urbanos. Desta forma, este
estudo teve como objetivo desenvolver um modelo de tomada de decisão para avaliar
o impacto dos principais poluentes atmosféricos e parâmetros climáticos sobre a inci-
dência de asma em diferentes faixas etárias em uma cidade de grande porte. Para
operacionalização do presente processo investigatório, foram utilizados os parâmetros
empregados como indicadores da qualidade do ar previsto na Resolução n.º 491/2018,
expedida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA (MP10, SO2, NO2, O3,
CO) e parâmetros climáticos (temperatura e umidade relativa do ar), no período de ou-
tubro de 2010 a setembro de 2015. As informações relacionadas ao número de inter-
nações hospitalares por asma foram coletadas no Sistema de Informações Hospitala-
res do Sistema único de Saúde (SIHSUS). Para estimar o nível de associação existente
entre os parâmetros ambientais e climáticos com os casos de notificação por asma na
população de Salvador, utilizou-se o modelo de regressão de Poisson, mediante a utili-
zação da linguagem de programação R. Nesse estudo foi considerado o nível de signi-
ficância de 5% para a permanência da variável no modelo. De acordo com os resulta-
dos obtidos, as variáveis que apresentaram significância estatística (p-valor < 0,05)
para os casos de internações por asma em crianças (≤ 9 anos) foram: CO (RR = 5,04),
MP10 (RR = 1,02), Temperatura (RR = 0,86) e umidade (RR = 1,02). Com relação ao
aumento de internações por asma em adolescentes, obtivemos: CO (RR = 5,26), MP10
(RR = 1,03), NO2 (RR = 1,06). Com relação aos idosos, apenas a variável CO (RR =
11,33) foi estatisticamente significante. A partir dos resultados observados, concluiu-se
que a exposição à poluição do ar na área urbana de Salvador, apresentou-se associa-
da ao aumento de internações por asma em crianças, adolescentes e idosos. Por fim,
através análise do ajuste e adequabilidade do modelo, observamos que o modelo de
regressão de Poisson apresentou-se muito satisfatório na investigação da exposição
aos poluentes atmosféricos e parâmetros climáticos aos casos de internações por as-
ma, auxiliando, neste contexto, a tomada de decisão.
In recent years, many studies have been carried out to measure the impact of air pollu-
tion on human health in large urban centers. Thus, this study aimed to develop a decisi-
on-making model to assess the impact of the main air pollutants and climatic parame-
ters on the incidence of asthma in different age groups in a large city. To operationalize
this investigative process, the parameters used as air quality indicators provided for in
Resolution No. 491/2018, issued by the National Council for the Environment -
CONAMA (PM10, SO2, NO2, O3, CO) were used. and climate parameters (temperature
and relative humidity), from October 2010 to September 2015. Information related to the
number of hospitalizations for asthma was collected from the Hospital Information Sys-
tem of the Unified Health System. Health (SIHSUS). To estimate the level of association
between environmental and climatic parameters and reported cases of asthma in the
population of Salvador, the Poisson regression model was used, using the R program-
ming language. the significance level of 5% for the permanence of the variable in the
model. According to the results obtained, the variables that were statistically significant
(p-value < 0.05) for cases of hospitalization for asthma in children (≤ 9 years old) were:
CO (RR = 5.04), MP10 (RR = 1.02), Temperature (RR = 0.86) and humidity (RR =
1.02). Regarding the increase in hospitalizations for asthma in adolescents, we obtai-
ned: CO (RR = 5.26), PM10 (RR = 1.03), NO2 (RR = 1.06). With regard to the elderly,
only the CO variable (RR = 11.33) was statistically significant. Based on the observed
results, it was concluded that exposure to air pollution in the urban area of Salvador was
associated with an increase in hospitalizations for asthma in children, adolescents and
the elderly. Finally, through analysis of the fit and suitability of the model, we observed
that the Poisson regression model was very satisfactory in the investigation of exposure
to atmospheric pollutants and climatic parameters in cases of hospitalization due to as-
thma, helping, in this context, to decision making.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13
1.1 RELEVÂNCIA E INEDITISMO...................................................................................... 16
1.2 ARGUMENTO DE TESE ............................................................................................... 17
2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 18
2.1 OBEJTIVO GERAL ......................................................................................................... 18
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 18
3 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 19
3.1 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ........................................................................................ 19
3.1.1 Considerações iniciais ............................................................................................... 19
3.1.2 Poluentes atmosféricos ............................................................................................. 20
3.1.3 Padrões de Qualidade do Ar ..................................................................................... 21
3.2 POLUENTES ATMOSFÉRICOS E SAÚDE .............................................................. 24
3.3 POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA E AS PRINCIPAIS EVIDÊNCIAS DOS SEU
EFEITOS SOBRE A SAÚDE HUMANA.................................................................................. 29
3.4 ASMA E POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ....................................................................... 33
3.5 FATORES METEOROLÓGICOS E POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ........................ 36
3.6 REDE DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DO AR ....................................... 37
3.7 MODELO PARA TOMADA DE DECISÃO ................................................................. 38
3.7.1 Considerações iniciais ............................................................................................... 38
3.7.2 Modelos Lineares Generalizados ............................................................................ 39
3.7.3 Modelo de Regressão de Poisson........................................................................... 41
3.7.4 Critério para seleção do modelo ............................................................................. 42
3.7.5 Avaliação do ajuste do modelo ................................................................................ 43
4 METODOLOGIA ............................................................................................................. 47
4.1 TIPOLOGIA DO ESTUDO ............................................................................................. 47
4.2 CENÁRIO DA PESQUISA ............................................................................................. 47
4.3 PROCEDIMENTO DE COLETA DOS DADOS.......................................................... 51
4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS ...................................................................... 56
4.4.1 Variáveis modeladas ................................................................................................... 56
4.4.2 Análise exploratória dos dados ............................................................................... 57
4.4.3 Análise do ajuste do modelo para tomada de decisão ..................................... 57
5 RESULTADOS: ANÁLISES E DISCUSSÃO ........................................................... 59
5.1 ANÁLISE EXPLORATÓRIA DOS DADOS ................................................................ 59
5.1.1 Internações por asma ................................................................................................. 59
5.1.2 Poluentes atmosféricos e parâmetros meteorológicos .................................... 64
5.2 MODELO PARA TOMADA DE DECISÃO ................................................................. 74
5.2.1 Asma em Crianças (0 a 9 anos) ............................................................................... 75
5.2.2 Asma em Adolescentes (10 a 19 anos) .................................................................. 79
5.2.3 Asma em Adultos (20 a 59 anos) ............................................................................. 81
5.2.4 Asma em Idosos (igual ou maiores de 60 anos) ................................................. 82
5.3 ANÁLISE DA ADEQUABILIDADE DO MODELO ..................................................... 83
CONCLUSÕES ............................................................................................................... 92
PUBLICAÇÕES .............................................................................................................. 95
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 96
Apêndice A – Carta de solicitação de dados para pesquisa ................................ 110
Apêndice B – Script operado no software RStudio ............................................... 112
Apêndice C – Registro fotográfico da visita técnica à estação de monitoramento
da qualidade do ar da Av. Paralela, Salvador - BA ................................................. 120
Apêndice D – Registro fotográfico da participação do evento SOPRAR Salvador:
Poluição do ar e saúde, inovação em busca de uma Salvador resiliente (2018)
......................................................................................................................................... 121
Apêndice E – Registro fotográfico da participação do workshop poluição
atmosférica e saúde humana (Salvador – BA) ........................................................ 122
Anexo A – Obtenção dos dados da saúde no sistema do DATASUS ................ 123
Anexo B – Resolução CONAMA n.º 491/2018 que dispõe sobre os padrões de
qualidade do ar ............................................................................................................. 125
13
1 INTRODUÇÃO
Ar, que foi efetivado em 2018 por meio da Resolução nº 491, de 19 de novembro de
1990.
Segundo a Resolução CONAMA n.º 491/2018, entende-se como poluentes
atmosféricos qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade,
concentração, tempo ou características em desacordo com níveis estabelecidos, e que
tornem ou passam tornar o ar: impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao
bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e flora, prejudicial à segurança, ao
gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade.
Os padrões, apresentados na Resolução supracitada, que definem legalmente o
limite máximo para a concentração de cada poluente na atmosfera, foram
estabelecidos tomando como referência, os valores do Guia de Qualidade do Ar,
recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2021. Esses valores
máximos acordados para cada poluente foram baseados em estudos científicos dos
efeitos produzidos por cada um e fixados em níveis que possam garantir a proteção ao
meio ambiente e à saúde humana.
Os mais importantes poluentes associados a esses efeitos são: dióxido de
enxofre (SO2), dióxido de nitrogênio (NO2), ozônio (O3), material particulado (MP) e
monóxido de carbono (CO). A poluição do ar, que possui como principal fonte de
emissões o tráfego veicular e as indústrias, é um dos principais problemas mundiais da
atualidade, não apenas pelo impacto que ela gera nas mudanças climáticas, mas
também pela influência negativa que exerce sobre a saúde humana, atuando como um
importante fator de risco no aumento da morbidade e mortalidade (SANTOS, et.al;
2021).
Nos últimos anos, muitos estudos foram realizados para medir os efeitos da
poluição do ar na saúde. Vários pesquisa têm mostrado uma associação entre doenças
respiratórias agudas e crônicas e poluição do ar, tornando a poluição do ar um tema
crescente de preocupação global (FAJERSZTAJN et al., 2017; RAJAK;
CHATTOPADHYAY, 2020).
Segundo o relatório Global Burden of Disease (2017), a poluição do ar é um dos
principais fatores de risco para a saúde humana, responsável por 3,4 milhões de
mortes prematuras em todo o mundo (STANAWAY, 2017). Achados de vários estudos
ao redor do mundo mostram que a poluição do ar e os parâmetros climáticos estão
positivamente associados ao aumento de internações por doenças respiratórias,
incluindo a asma. (ALBALAWI et al., 2021; BYRWA-HILL et al., 2020; CHUNG, 2021;
15
DIAS et al., 2016; DIAS et al., 2020; GOZUBUYUK et al., 2017; HU et al., 2020; KUO et
al., 2018; LIU et al., 2021; NEJJARI et al.; 2021; RODRIGUES; NATÁRIO, 2021; ÜNAL
et al.; 2021; ZHANG et al., 2021; ZHAO et al.; 2021).
A asma é a doença respiratória crônica mais prevalente das vias aéreas,
afetando aproximadamente 235 milhões de pessoas em todo o mundo
(DĄBROWIECKI et al. 2022). No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2019), a asma afeta
aproximadamente 8,4 milhões de brasileiros com mais de 18 anos e é responsável por
mais de 100 milhões de mortes. Sistema Único de Saúde (SUS) e identificado como
um grande problema de saúde pública (Brasil. IBGE, 2019). Estudos têm demonstrado
que a prevalência da asma, em particular nas crianças, tem aumentado nas últimas
décadas (CHEN et al., 2016; BUTEAU et al., 2020). Em um estudo de 10 cidades
europeias, 14% dos casos de asma infantil e 15% das exacerbações de asma infantil
foram atribuídos à poluição do ar urbano.
Por ser considerada uma doença multifatorial clássica, a etiologia da asma é
complexa e envolve fatores genéticos e ambientais. O aumento da prevalência de
asma nas últimas décadas não pode ser simplesmente explicado a partir de uma
perspectiva genética, pois as mudanças genéticas em uma população requerem várias
gerações. Esse aumento pode ser em virtude de algumas mudanças nos fatores
ambientais, como a poluição atmosférica (HUANG et al., 2015).
A urbanização é um importante contribuinte para asma e está contribuição pode
ser parcialmente atribuída ao aumento da poluição do ar em áreas urbanas. Apesar de
existirem algumas evidências indicando a correlação entre exposição à poluição do ar
com uma série de doenças respiratórias, pouco se sabe sobre a relação entre
exposição à poluição atmosférica e fenótipos da asma (CUNHA et al., 2022).
Nesse sentido, o problema que se coloca neste estudo é a ausência de
informações modeladas, com o intuito de mensurar a relação entre à exposição a
poluentes atmosféricos e fatores meteorológicos, com o aumento no número de
notificações por asmas. A modelagem dessas informações possibilitará uma
intervenção mais efetiva sobre as resultantes danosas desse processo de poluição do
ar sobre a saúde humana.
16
2 OBJETIVOS
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Material MP2,5 24 h 60 50 37 25
Particulado
Anual1 20 17 15 10
Anual1 40 35 30 20
Monóxido CO 8 h3 - - - - 9
de carbono
2 NO + O2 → 2 NO2
O˙ + O2 → O3
NO + O3 → NO2 + O2
O2 → radiação ultravioleta → 2 O˙
O˙ + O2 → O3
de 50 μg/m³ para o MP10 e, 25 μg/m³ para o MP2,5. Apesar destes valores, diversas
regiões no Brasil e mundo não conseguem respeitar os valores recomentados pela
OMS e os órgãos regulamentadores.
Devido à sua composição química, o MP pode ter efeitos nocivos nos indivíduos.
Alguns dos fatores que afetam o grau de dano de cada indivíduo são concentração,
duração da exposição, toxicidade e suscetibilidade individual. A exposição humana a
certos metais se deve à erosão natural dos minerais que os contêm, principalmente
como resultado de atividades humanas como mineração, fundição, queima de
combustíveis e aplicações industriais (GUIMARÃES, 2017).
Vários estudos epidemiológicos têm sido realizados para avaliar o impacto do
MP na saúde humana. Existe uma associação positiva entre exposição de curto e
longo prazo ao MP2.5 e nasofaringite aguda. Além disso, a exposição prolongada ao
MP durante muitos anos tem sido associada a doenças cardiovasculares e mortalidade
infantil (ZHANG et al., 2019).
Além disso, doenças respiratórias e afecções do sistema imunológico são
registradas como efeitos crônicos de longo prazo. Vale ressaltar que pessoas com
asma, pneumonia, diabetes e doenças respiratórias e cardiovasculares são
especialmente suscetíveis e vulneráveis aos efeitos do material particulado (MP). O
MP2,5, seguido por MP10, estão fortemente associados a diversas doenças do sistema
respiratório, pois seu tamanho permite perfurar espaços interiores (MANISALIDIS,
2020).
arterial de controladores de trânsito de São Paulo, com boa saúde e idade entre 31 e
55 anos. Abe e Khouri Miraglia (2016) avaliaram o impacto da poluição do ar na saúde
da população paulista e identificaram o material particulado e o ozônio como fatores
associados à incidência de doenças respiratórias.
Darrow et al. (2014) verificaram em seu estudo realizado com crianças de 0 a 4
anos de idade, em Atlanta, capital do estado da Geórgia, nos EUA, uma associação
entre os poluentes ozônio (O3), material particulado (MP2,5) e dióxido de carbono (CO2)
em relação ao aumento no número de notificações em pronto-socorro por pneumonia.
Enquanto Hooper et al. (2018), observaram uma associação positiva entre a exposição
a longo prazo por material particulado e dióxido de nitrogênio em casos de bronquite
crônica em mulheres nos Estados Unidos- EUA.
As doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC), que incluem asma
brônquica, bronquite crônica e enfisema, constituem uma das principais causas de
morbidade e mortalidade. Estima-se que a DPOC ocasiona a morte de mais de 3,2
milhões pessoas por ano em todo o mundo (Balmes 2019). Arbex et al. (2009)
examinaram a influência das concentrações dos principais poluentes atmosféricos no
número de notificações por DPOC em São Paulo, Brasil. Nos seus resultados,
observaram que o aumento do MP10 e SO2 em 28,3 e 7,8 μg/m3 levam a um aumento
de internações por DPOC em 16% e 19%, respectivamente. De forma semelhante,
Hendryx et al. (2019) contatou que os principais poluentes atmosféricos, foram
associados ao aumento do risco de DPOC (HENDRYX et al. 2019).
Deng et al. (2016) utilizaram vários modelos de regressão logística em seu
estudo para avaliar a associação entre a exposição materna a poluição atmosférica
durante a gestação e a incidência de asma e rinite alérgica em crianças com idade
escolar de 3 a 6 anos, na China. Em seus resultados, foi verificado que a exposição
materna ao poluente dióxido de nitrogênio (NO2) durante a gravidez está associada a
aumento do risco de desenvolver asma e rinite.
Por muitos anos, modelos lineares normais têm sido utilizados para tentar
39
descrever a maioria dos fenômenos aleatórios (PAULA, 2013). Mesmo que o fenômeno
em estudo não sugira uma resposta razoável à suposição de normalidade, sugere-se
alguma transformação para alcançar a normalidade buscada. No entanto, com o
desenvolvimento da tecnologia computacional em meados da década de 1970, alguns
modelos que exigiam o uso de um processo iterativo para estimação de parâmetros
começaram a encontrar mais uso. No entanto, em 1972, Nelder e Wedderburn
propuseram modelos lineares generalizados (MLG), a proposta mais inovadora sobre o
assunto na época.
A ideia principal é abrir o leque de opções para que a distribuição da variável
resposta pertença à família das distribuições exponenciais de um parâmetro e
proporcionar mais flexibilidade na relação funcional entre a média da variável resposta
e o preditor linear.
𝐸(𝑌𝑖 ) = 𝜇𝑖 , 𝑖 = 1, . . . , 𝑛;
𝑔(𝜇𝑖 ) = 𝜂𝑖 ,
Normal Identidade: 𝜂 = 𝜇
Binomial 𝜇
Logística: 𝜂 = 𝑙𝑛 {1−𝜇}
Gamma Recíproca: 𝜂 = 𝜇 −1
𝐸(𝑌𝑖 ) = 𝜇𝑖
𝑉𝑎𝑟(𝑌𝑖 ) = 𝜇𝑖 .
Segundo Cordeiro (2010), nem sempre é fácil chegar a uma estratégia geral
para o processo de seleção de um MLG para ajustar a um vetor de observação. Em
geral, os algoritmos de ajuste não podem ser aplicados a MLG isolados, mas a alguns
modelos em um conjunto muito grande, que deve ser realmente relevante para a
natureza das observações que se pretende analisar. Se o procedimento for aplicado a
um único modelo sem considerar possíveis modelos alternativos, corre-se o risco de
não se obter um dos modelos que melhor se ajusta aos dados.
Existem vários procedimentos para a seleção de modelos de regressão, dentre
eles, temos o método proposto por Akaike em 1974, muito utilizado no caso dos
Modelos Lineares Generalizados. O critério de informação de Akaike (AIC) é aplicado a
modelos encaixados cujos os parâmetros são estimados pelo método de máxima
verossimilhança, para decidir qual o modelo mais adequado quando se utiliza vários
modelos com quantidades diferentes de parâmetros. Segundo Paula (2013) a ideia
básica desse critério é selecionar o modelo que esteja bem ajustado e tenha um
número reduzido de parâmetros.
Como o logaritmo da função de verossimilhança 𝐿(𝛽̂ ) cresce com o aumento do
número de parâmetros do modelo, uma proposta razoável seria encontrarmos o
modelo com menor valor para a função. De acordo com Hilbe (2011), o AIC pode ser
43
dado por:
𝐷𝑐
𝑅2 = 1 − ,
𝐷0
𝑦𝑖 − 𝜇̂ 𝑖
𝑟𝑖 =
√𝑣̂𝑖
iv. Gráfico da variável ajustada (𝑧𝑖 ) versus o preditor linear 𝜂̂ 𝑖 : este gráfico permite
avaliar a adequação da função de ligação. Nesta representação gráfica indica
que a função de ligação está adequada.
O risco relativo (RR), também conhecido como razão de chances (Odd Ratio), é
uma medida da associação, utilizado para estimar a magnitude da associação entre
estima a magnitude da associação entre a exposição ao fator de risco x (concentrações
dos poluentes atmosféricos) e o desfecho y (internações por asma) (EVERITT, 2003).
De forma mais específica, a função de risco relativo (RR) no nível x da variável
independente é definido por (BAXTER et al., 1997):
𝐸(𝑌|𝑥)
𝑅𝑅(𝑥) = ,
𝐸(𝑌|𝑥 = 0)
𝑅𝑅(𝑥) = 𝑒 𝛽𝑥
• 𝑅𝑅 < 1: indica que o fator de associação teria uma ação protetora, e não consti-
tui um risco à saúde;
• 𝑅𝑅 = 1: indica que não há associação entre o fator de estudo e o risco do resul-
tado;
46
4 METODOLOGIA
6ª RM de Fortaleza 4.106.245
7ª RM do Recife 4.079.575
8ª RM de Salvador 3.929.209
9ª RM de Curitiba 3.654.960
Essas estações operam de forma contínua com analisadores que fazem a coleta
e análise de cada poluente e parâmetros meteorológicos simultaneamente. Cada
estação que compõe a rede de monitoramento mede os seguintes parâmetros: material
particulado (MP10), dióxido de enxofre (SO2), óxido de nitrogênio (NO2), monóxido de
carbono (CO), ozônio (O3), umidade relativa do ar (UR), temperatura (T), velocidade do
vento (V/V), direção do vento (D/V) e precipitação pluviométrica, conforme apresentado
na Tabela 4.
Pirajá SO2, CO, O3, MP, NO, NOx, NO2 V/V, D/V, T, UR, Precipitação
Paralela SO2, CO, O3, MP, NO, NOx, NO2 V/V, D/V, T, UR, Precipitação
Dique do Tororó SO2, CO, O3, MP, NO, NOx, NO2 V/V, D/V, T, UR, Precipitação
Campo Grande SO2, CO, O3, MP, NO, NOx, NO2 V/V, D/V, T, UR, Precipitação
Rio Vermelho SO2, CO, O3, MP, NO, NOx, NO2 V/V, D/V, T, UR, Precipitação
Dados da saúde
índices do CID-10, as informações são organizadas em vinte e dois (22) capítulos, que
agrupam as doenças com suas características e semelhanças.
As doenças relacionadas ao sistema respiratório (J00-J99) encontram-se no
Capítulo X do CID-10. E estão organizadas, conforme os índices, da seguinte forma:
Aspectos éticos
A asma é uma das doenças crônicas mais comum entre crianças e adultos em
todo o mundo, com prevalência crescente. Em 2016, estima-se que cerca de 340
milhões de pessoas sofrem de asma no mundo (DĄBROWIECKI et al., 2022).
Na rede pública de saúde no município de Salvador, o quantitativo de
notificações por asmas, durante o período de estudo, foi de 2.607 casos, dos quais
79,67% correspondem aos casos de notificações em crianças com idade de 0 a 9 anos,
7,02% correspondem à adolescentes com idade de 10 a 19 anos, 7,52% correspondem
à adultos, entre 20 e 59 anos e 5,79% a idosos com idade igual ou superior a 60 anos,
conforme dados disponibilizados pelo DATASUS e apresentados na Tabela 5.
Com 2.077 casos, as crianças (0 a 9 anos) ocupam posição de destaque no
município de Salvador em relação ao número de notificações por asma. Esse valor
expressivo se deve ao fato deste grupo ser mais vulnerável aos efeitos da poluição do
ar. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a asma é uma das doenças
crônicas mais frequente entre crianças em todo o mundo.
60
TOTAL 2.607 2.077 79,67 183 7,02 196 7,52 151 5,79
Faixa etária
internações por asma. No mesmo estudo, também foi encontrado maior número de
relatos de asma em crianças e adolescentes.
Visto que o território brasileiro é muito diversificado em termos de condições
climáticas e diversos outros fatores, como níveis de emissões de poluentes, que
podem atuar como potencializadores no aumento do risco de desenvolvimento de
doenças respiratórias, observa-se uma escassez de estudos regionalizados (OLIVEIRA
et al., 2018).
Através do gráfico da variação mensal do número de notificações de asma, para
o período de estudo conforme apresentando na Figura 6, observou-se uma variação
sazonal, com valores maiores para a estação chuvosa, que corresponde aos meses de
abril, maio junho e julho. Verificou-se também em outubro de 2014 um valor elevado
para o número de internações por asma, que pode ser atribuído a outros fatores
ambientais, como poluição atmosférica associada a parâmetros climáticos.
Ano
MP10 μg/m3 23,30 ±15,20 <0,01 14,00 21,40 29,60 278,70 0,65
NO2 μg/m3 20,53 ± 10,28 <0,01 13,74 19,12 25,50 104,33 0,50
SO2 μg/m3 1,07 ± 1,36 <0,01 <0,01 0,79 1,57 28,26 1,27
Comparando os gráficos das Figuras 5 e 13, observa-se que existe uma relação
entre o número de notificações por asma e a temperatura. Pode-se observar que o
número de casos por asma em Salvador é maior no período de temperaturas mais
baixas. Para o estudo desenvolvido por Dias et al. (2020), em crianças e adolescentes
na cidade de Belo Horizonte, MG, observou-se um aumento nas internações por asma
com o aumento da umidade do ar, ocasionado pelo período chuvoso.
Embora Salvador seja considerada uma cidade quente, com temperatura média
anual em torno de 25 ºC e com pouca variação ao longo do ano, o gráfico da Figura 14
mostra que a umidade relativa do ar é elevada, apresentando valor mínimo e máximo
de 48 e 95% respectivamente e valor médio de 74,71% conforme mostra a Tabela 6.
Alguns estudos mostraram uma relação entre as mudanças sazonais e o
73
Tabela 7 - Matriz de correlação linear entre as variáveis Asmas, SO2, CO, O3, MP10,
NO2, Temperatura e Umidade.
Parâmetros Asma SO2 CO O3 MP NO2 Temp Umid.
.
Asma 1,000 -0,058 0,386 0,380 0,398 0,235 -0,275 0,110
Umid - - - - - - - 1,000
DENIZ, 2021, HAZLEHURST, et al., 2021; MORPHEW, et al., 2021; NADALI et al.,
2021; PINI et al., 2021; DEARBORN, 2022; HU et al. 2022).
Pseudo-R² = 0,60
AIC = 360,87
Pseudo-R² = 0,58
AIC = 229,88
2015 e 2016 em Hefei, capital da província de Anhui, China, por Zhang et al. (2019),
para avaliar os efeitos da exposição de curto prazo à poluição do ar na hospitalização
por asma em crianças e adolescentes. Através do modelo de regressão de Poisson,
observou-se que o dióxido de nitrogênio (NO2) apresentou-se associado ao aumento
de internações por asma em crianças. Da mesma forma, na cidade de Bursa, na
região noroeste da Turquia, Ünal et al. (2021) constatou em sua pesquisa que o
aumento das concentrações de dióxido de nitrogênio e material particulado estava
associado ao aumento de hospitalizações por asma entre crianças e adolescentes de
0 a 18 anos.
De forma semelhante, um estudo mais recente conduzido por Dabrowiecki et al.
(2022) nas três maiores aglomerações urbanas da Polónia, verificou que a exposição
aos poluentes material particulado (MP10) e ao dióxido de nitrogênio (NO2) foram
associados a um aumento do risco de visita ao pronto-socorro devido à asma.
Pseudo-R² = 0,55
AIC = 197,72
Com base nos dados apresentados na Tabela 10, obteve-se o seguinte modelo
de regressão para contribuir na tomada de decisão quanto aos casos de notificações
por asmas em idosos:
Figura 16 - Gráfico normal Q-Q referente ao modelo de Poisson ajustado aos dados de
notificações por asma em crianças (a), adultos (b) e idosos (c)
87
Figura 18 - Gráficos dos resíduos vs. valores ajustados para o modelo de regressão de
Poisson para os dados de notificações por asma em crianças (a), adolescentes (b) e
idosos (c)
91
A partir deste gráfico, pode-se observar que os resíduos não apresentam algum
tipo de tendência, ou seja, eles estão distribuídos aleatoriamente em torno do zero,
com variância constante dentro do intervalo [-3; 3].
92
CONCLUSÕES
PUBLICAÇÕES
• Capítulo de livros:
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#----------------------------------------------------------------
# Pacotes
#----------------------------------------------------------------
library(readxl)
library(corrplot)
library(ggplot2)
library(rsq)
library(MASS)
library(hnp)
#----------------------------------------------------------------
# Dados
#----------------------------------------------------------------
banco= read.table("banco_tese.txt", header=T)
attach(banco)
names(banco)
str(banco)
#----------------------------------------------------------------
# Análise Descritiva
#----------------------------------------------------------------
summary(banco)
#Histograma
hist (A_1)
hist (A_2)
hist (A_3)
hist (A_4)
# Matriz de correlação
?corrplot
dados<-cor(banco)
corrplot(dados, method="number")
#posição
corrplot(dados,type="upper")
#Boxplot
#Casos de Asmas por faixa etária
ggplot(data = bd_, aes (y = ASMA, x =
factor(ETARIA)))+geom_errorbar(stat = "boxplot", width = 0.2)
113
geom_smooth() +
labs(y = "CO (ppm)", x = "Período da investigação") +
theme_bw()
#Ozônio (O3)
base5 <- data.frame(Data, O3)
ggplot(base5, mapping = aes(x = Data, y = O3)) + geom_line()+
geom_smooth() +
labs(y = "O3(µg/m³)", x = "Período da investigação") +
theme_bw()
#Temperatura (TEMP)
geom_smooth() +
labs(y = "Concentração de UMID", x = "Período da investigação") +
theme_bw()
#----------------------------------------------------------------
# Ajuste do Modelo – Modelo de Regressão de Poisson
#----------------------------------------------------------------
#Pseudo-R²
rsq(modelo1)
rsr(modelo2)
rsr(modelo4)
117
#----------------------------------------------------------------
# Análise Diagnóstica
#----------------------------------------------------------------
#Crianças
hnp(modelo1$residuals, sim = 99,resid.type='deviance',how.many.out=T
,conf = 0.95,scale = T,main = "Crianças (a)",las = 0.5, xlab =
"Quantis", ylab = "Resíduos", cex = 1.3)
#Adolescentes
hnp(modelo2$residuals, sim = 99,resid.type='deviance',how.many.out=T
,conf = 0.95,scale = T,main = "Adolescentes (b)",las = 0.5, xlab =
"Quantis", ylab = "Resíduos", cex = 1.3)
#Idosos
hnp(modelo4$residuals, sim = 99,resid.type='deviance',how.many.out=T
,conf = 0.95,scale = T,main = "Idosos (c)",las = 0.5, xlab =
"Quantis", ylab = "Resíduos", cex = 1.3)
shapiro.test(residuals(modelo1))
shapiro.test(residuals(modelo2))
shapiro.test(residuals(modelo4))
#Crianças
qqnorm(residuals(modelo1), ylab="Resíduos padronizados", xlab="Quantis
teóricos", main="Crianças (a)", font.main = 2)
qqline(residuals(modelo1))
#Adolescentes
#Idosos
#Adolescentes
resid<-residuals(modelo2)
plot(resid,main="Adolescentes (b)", ylab = "Resíduos ponderados
padronizados", xlab = "Índice das observações", ylim=c(-4,4))
abline(h=0,lty=2)
abline(-3,0,lty=2);abline(3,0,lty=2)
#Idosos
resid<-residuals(modelo4)
plot(resid,main="Idosos (c)", ylab = "Resíduos ponderados
padronizados", xlab = "Índice das observações", ylim=c(-4,4))
abline(h=0,lty=2)
abline(-3,0,lty=2);abline(3,0,lty=2)
#Distância de Cook
#Crianças
#Adolescentes
#Idosos
Anexo B – Resolução CONAMA n.º 491/2018 que dispõe sobre os padrões de qualidade
do ar
126
127
128
129