EMBOCADURA

uta Transversal
na Fla

GUIA PRÁTICO - OTÁVIO BLÓES

 Olá Flautista! Tudo Bem Com Você?
Seja bem-vindo(a) ao guia prático da Embocadura na Flauta
Transversal, onde você descobrirá os primeiros e mais importantes
passos para conquistar um som limpo e afinado na flauta
transversal.
E eu chamo de “Primeiros Passos” porque este é somente o
início de uma jornada de muito sucesso rumo as suas próximas
conquistas tocando flauta.
Neste material você irá aprender sobre a essência de uma boa
sonoridade na flauta, bem como os conceitos básicos sobre som e
embocadura, principais erros que você deve evitar, exercícios
práticos e como montar um cronograma de estudos eficiente.

Direitos Autorais
Este guia está protegido pelas leis de direitos autorais. Todos os
direitos sobre o guia são reservados. Você não tem o direito de
vender, copiar ou reproduzir o conteúdo desse material. Qualquer
tipo de violação dos direitos autorais estará sujeita a ações legais.

Introdução
A Flauta Transversal é um instrumento caracterizado por sua
versatilidade transitando pelos mais variados gêneros e estilos
musicais. Além de ser um instrumento com característica solista é
utilizada nas mais diversas formações musicais, como: orquestras,
bandas, grupos de choro e jazz, grupos de música folclórica, música
de câmara, entre outros. Sua sonoridade marcante engloba várias
possibilidades de sons, mesclando timbres nos mais variados
aspectos.
No entanto, há todo um complexo sistema técnico que envolve
especialmente a embocadura, que é a estrutura principal
responsável pela produção sonora no instrumento.

A Sonoridade na Flauta Transversal

A sonoridade é uma questão muito particular na Flauta
Transversal, ou seja, existem diferentes padrões ou conceitos
referentes à sonoridade. No entanto, esses padrões ou conceitos, o
qual buscamos incansavelmente, possuem algumas características
básicas e muito comuns entre os flautistas, denominadas através
de alguns adjetivos referentes ao som como: limpo, claro, escuro,
consistente, homogêneo, penetrante, suave, entre outros. Além
destas características, a sonoridade ainda conta com outras
particularidades que se referem aos instrumentos de uma forma
geral e que podem ser descritas através de palavras muito usadas
também pelos flautistas como: colorido do som, timbre, projeção.
Entretanto, todas essas relevantes e importantes questões para um
instrumentista de sopro são inerentes a embocadura, que é a
estrutura principal responsável pela produção do som. Esses fatos,
sem sombra de dúvidas, fazem com que a sonoridade seja para o
flautista uma “marca registrada, uma impressão digital, uma
identidade...”.

Porque Tocar Com A Embocadura Relaxada?

A embocadura é o nome dado ao aparelho oral usado para se
tocar um instrumento de sopro. Este aparelho é constituído pelos
lábios, músculos faciais e toda a estrutura formada por mandíbulas
e dentes.
Podemos ainda simplificar o termo “embocadura” como sendo o
formato ou molde, resultante da utilização e movimentação destes
músculos que compõem o aparelho oral. Uma “boa embocadura”
só é desenvolvida com muito treinamento, então deve-se trabalhá-
la com calma e paciência, observando cada detalhe da musculatura
facial.
A embocadura usada para se tocar Flauta Transversal é chamada
de “embocadura livre”, ou seja, não há nenhuma parte do bocal ou
instrumento que se encaixe entre os lábios ou dentro da boca. O
fato de a embocadura trabalhar com a musculatura e a estrutura
oral não significa que é necessário realizar uma tensão para
obtermos o molde ideal. Portanto, essa embocadura pode ser
obtida sem qualquer tipo de dor ou incômodo ao instrumentista.
A razão pela qual devemos sempre manter nossa embocadura
relaxada é que necessitamos de flexibilidade nos lábios para
produzir grandes saltos (intervalos) e mudanças de registro (grave,
médio e agudo), bem como para promover alterações no timbre e
correções na afinação. Além disso, tal relaxamento inibe a fadiga
dos músculos da face, o que nos permite tocar por horas seguidas.
No entanto, essa posição relaxada da face não deve interferir no
trabalho dos músculos, que entrarão em ação para formar o orifício
da embocadura ou o espaço entre os lábios por onde será emitida a
coluna de ar (filete de ar).

Quais Os Erros Mais Comuns Ao Fazer A

Embocadura?
Infelizmente por falta de informações ou oportunidades muitos
iniciam na flauta sem uma técnica específica de Embocadura, ou
talvez executando uma técnica errada. Isso irá muito
provavelmente ocasionar nos seguintes erros:
 Respirar antes de produzir o som esticando os lábios ou
baixando o queixo.
Tensionar involuntária os lábios, ou seja, de maneira automática,
sem pensar.
Lábios completamente esticados conscientemente, ou seja,
achar que é o posicionamento correto para uma boa
embocadura.
Estudar exaustivamente exercícios como o famoso “Moyse” sem
antes resolver as questões básicas estruturais de embocadura.
*E a consequência desses erros são: músculos risórios e orbicular
da boca trabalhando intensamente resultando na famosa
Embocadura Sorriso Forçado (esticada, tensa e apertada).

O que é essencial nos estudos da embocadura

relaxada?
Estar atento(a) a alguns detalhes no momento de estudar
sonoridade e embocadura são essenciais para se obter um bom
resultado, como:
Estudar em frente ao espelho
Observar o controle e domínio da quantidade, intensidade e
velocidade do ar
Buscar um posicionamento ideal do bocal nos lábios através de
uma pesquisa detalhada e cuidadosa.

Os primeiros passos da Técnica da Embocadura

Relaxada
*Orientações para os exercícios
Utilizaremos a NOTA LÁ 2º ESPAÇO para os exercícios a seguir
A nota Lá do 2º espaço representa o som mais grave emitido
pelo bocal.
É obtido através do fechamento do orifício lateral com o uso da
palma da mão direita e de uma embocadura e pressão de ar similar
às utilizadas para emissão das notas da região grave da Flauta, mais
especificamente da nota Lá da 1ª oitava.

Bocal Fechado / Pressão de Ar Baixa

1. Em frente a um espelho, posicione o Porta-Lábios entre o

maxilar e o lábio inferior, podendo ainda acomodá-lo um pouco
acima, encostando-o no início do lábio inferior (imagens 1 e 2).
Deixe um espaço livre no orifício para a passagem do ar
(aproximadamente 1/3 à metade do buraco).
IMPORTANTE! Mantenha os lábios sempre relaxados,
principalmente o inferior, evitando assim que os lábios se
estiquem.

Imagem 1 Imagem 2

Para certificar-se de que você não está tensionando qualquer

músculo devido ao contato com o bocal, após posicioná-lo retire-o
e observe se os seus lábios continuam na forma natural de
relaxamento.
 2. Com o bocal já posicionado da forma correta, abra lentamente
a boca sem mover a mandíbula (maxilar inferior / queixo) -
(imagens 3, 4, 5 e 6). Olhando para cima você estará auxiliando esse
movimento.

DICA! “Abra a boca sem mexer o queixo”.

Obs.: Inicialmente faça o exercício sem soprar.

Imagem 3 Imagem 4

Imagem 5 Imagem 6

3. Agora abaixe lentamente o lábio superior (imagens 7 e 8),

ainda evitando a movimentação do queixo e lábio inferior,
certificando-se de que os lábios retornem novamente à posição
inicial (imagem 9).

Deve-se repetir este movimento por algumas vezes, objetivando o

condicionamento da musculatura.
 Imagem 7 Imagem 8

Imagem 9

4. Agora podemos acrescentar o sopro (ar) ao exercício. Dessa

forma, quando abrir lentamente a boca (etapa nº2) também inspire
lentamente até preencher totalmente a capacidade pulmonar e, no
passo seguinte (etapa nº3), expire lentamente todo o ar até o
momento em que o tamanho do orifício formado pelos lábios, a
pressão resultante da saída de ar por esse orifício e o ângulo da
saída de ar em relação ao bocal produzirão som.

*É importante ressaltar que o som produzido através do

mecanismo desse exercício não terá potência sonora e muito
menos “foco”, já que se trata apenas de uma produção sonora
inicial, que tem por objetivo ilustrar o mecanismo de produção
sonora do bocal e não propriamente a qualidade sonora.
 5. Iremos agora produzir o som no bocal simplesmente
assoprando, sem se preocupar com a utilização de qualquer tipo de
articulação. Portanto, simplesmente respire e assopre, seguindo
todas orientações dos exercícios e técnicas anteriores. Caso prefira
você pode seguir o exemplo abaixo, tocando e descansando nas
pausas.

*Após realizar os exercícios com o Bocal experimente agora com

a flauta executando a nota LÁ GRAVE (a mesma emitida nos
exercícios somente com o bocal).

Depois de um período de estudos iniciais e da familiarização com

a técnica inicial da embocadura relaxada, repita os exercícios acima
variando a duração das figuras. Você pode utilizar mínimas ou
semínimas, como nos exemplos abaixo, explorando os sons graves
com o bocal e a nota lá da flauta.

Adaptação da técnica da embocadura relaxada

na flauta

Agora que você já conhece e se adaptou com o 1º passo da

técnica da embocadura relaxada da região grave no bocal é hora de
montar sua flauta e iniciar o processo de adaptação.
 - Lembre-se de seguir os mesmos passos da técnica e todo o
processo que fez quando estudou somente com o bocal.

- Siga inicialmente a sequência abaixo, e somente depois que

estiver se sentido confiante e adaptado com a técnica na flauta
comece a variar seus estudos alternando as notas da região grave
podendo também utilizar figuras de diferentes tempos como
exemplo mínimas e semínimas.

a) com as notas da região grave – mão esquerda

b) com as notas da região grave acrescentando a mão direita

E) com todas as notas naturais da região grave

 *Obs. Como no bocal, nestes exercícios com a flauta também é
importante ressaltar que o som produzido através do mecanismo
desse exercício não terá potência sonora e muito menos “foco”, já
que se trata apenas de uma produção sonora inicial, que tem por
objetivo ilustrar o mecanismo de produção sonora do bocal e não
propriamente a qualidade sonora.
*Lembre-se: praticando e dando sequência aos próximos passos
da técnica da embocadura relaxada você irá notar que seu som
começará a ganhar foco e principalmente limpeza.

*IMPORTANTE: A técnica da embocadura que você viu nesse guia

prático não se aplica da mesma maneira para a região média,
aguda e super aguda, ou seja, para que você tenha resultados
também nessas regiões é muito importante ter orientação e seguir
os próximos passos.

Os elementos essenciais de uma boa sonoridade

Além da limpeza do Som que é algo essencial, primordial e que

buscamos incansavelmente, vimos também nas aulas que existem
outros elementos importantes que formam uma boa sonoridade na
flauta e que você pode desenvolver e aprimorar constantemente,
são eles:
- Respiração: é o processo completo da respiração ao tocar que
abrange a inspiração, o trabalho do diafragma, a colunar de ar e a
expiração.
- Consistência do Som: é a densidade, a homogeneidade, a
igualdade do som.
- Afinação: não basta realizar a afinação básica da flauta, é
necessário conhecer as 3 formas de manter o som afinado
utilizando a embocadura.
 - Flexibilidade de Embocadura: está ligada a elasticidade, a
liberdade de movimentos que são possíveis realizar com os lábios, e
toda musculatura envolta aos mesmos para obtermos maior
eficácia quanto a sonoridade num geral.
- Nuances de Timbres: são as características do som. Podemos
utilizar alguns adjetivos para expressar tais características, como
exemplo: som aberto / som fechado / som brilhante / som escuro,
etc.
- Projeção do Som: é o foco, o direcionamento, a amplitude do
som.

Cronograma de Estudos
É muito importante ter um cuidado inicial ao fazer essa técnica,
ou seja, por ser um exercício que trabalha a abertura da boca sem
mover a mandíbula (queixo) para baixo você irá trabalhar
excessivamente a ATM (Articulação Temporomandibular) que é
uma articulação que fica próxima ao ouvido e liga o mandíbula ao
crânio. Ela funciona como uma dobradiça quando abrimos e
fechamos a boca, comemos, falamos.
Portanto é muito importante que especialmente no início se faça
os exercícios de forma moderada sem exageros evitando assim
dores ou traumas nessa região da ATM.
*Segue sugestão de cronograma:
- 1ª semana: faça os exercícios aproximadamente de 15 a 20
minutos diários, sem exceder esse tempo. Sugiro dividir o estudo
entre 2 ou 3 períodos de aproximadamente 10 minutos cada, ou
seja, com intervalos para descansar toda musculatura da face. Por
exemplo: estudar 10 minutos pela manhã e 10 à tarde ou noite.
Na primeira semana faça os exercícios somente com o bocal,
seguindo fielmente as orientações passadas nas aulas e descritas
nesse guia.
 - 2ª semana: Na segunda semana muito provavelmente você já
estará mais familiarizado com o exercício, por isso já pode arriscar a
primeira nota (Lá da região grave) com a flauta. No entanto, é
importante ainda manter os exercícios somente com bocal, ou seja,
inicie somente com o bocal nos primeiros minutos e somente
depois faça a nota Lá com a flauta. Por exemplo: 10 minutos de
bocal / descanso / mais 10 minutos com aflauta.
- 3ª semana: Agora você já está apto para iniciar o trabalho com
todas as notas da região grave. Mas lembre-se, inicie sempre com o
bocal, depois nota Lá e por último as notas da região grave. Nessa
semana você já poderá, ampliar seus estudos para 30 minutos (não
mais que isso), fazendo 10 minutos com o bocal / 10 com flauta –
nota Lá / e 10 com as notas da região grave.
IMPORTANTE: siga sempre o passo a passo da técnica, só assim
terá bons resultados.

*Esse foi só o 1º grande Passo, pois mesmo você tendo aprendido

muito nesse guia prático, saiba que os próximos passos são
essenciais para a conquista do seu som dos sonhos.
Mais que isso, além da técnica inicial da região grave que você já
viu, você ainda pode conquistar e dominar muitas habilidades
tocando flauta, como por exemplo:

- dominar definitivamente a técnica da embocadura relaxada na

regiões grave, média, aguda e super aguda
- desenvolver a consistência do som
- controle da projeção do som
- conquistar a flexibilidade da embocadura
- aumentar a sua capacidade respiratória ao tocar
- adquirir uma postura ideal
- ganhar agilidade nos dedos
- dominar as técnicas de afinação
- articular de forma precisa e clara
- tocar com muito mais expressão

*Quer dar o próximo passo e tocar flauta com um som

definitivamente limpo, afinado e uma técnica de alto nível?

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de tocar flauta de centenas de alunos. Explore ao máximo seu
potencial e desenvolva suas habilidades técnicas em alto nível
conquistando liberdade e independência na flauta para tocar o que
quiser e como quiser!

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Dá uma olhada na opinião de alguns alunos:

Gustavo: "Seu método é simples, eficiente e o resultado é

imediato."
 Bia: "As suas técnicas para sonoridade são excelentes."

Andréia: "Parece um sonho ter encontrado o Otávio e esse curso."

Adalton: "Prof. @otaviobloes me fez mudar técnicas que estão

fazendo toda a diferença."
Paulo: "Eu sinto que esse curso é exatamente o que faltou nos três
anos que venho tocando flauta."

INVISTA EM VOCÊ...ACREDITE NO SEU POTÊNCIAL!!!

E nunca se esqueça que independente se você toca por hobby,
missão ou profissão você pode evoluir! Você só precisa das
técnicas certas!

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Valeu!!!
Prof. Otávio Blóes
"Sou um apaixonado por flauta transversal e minha especialidade
é ensinar flauta através da internet. Pois acredito que através
dessa ferramenta posso concretizar a minha missão de transmitir
conhecimento ao maior número de estudantes possível. Podendo
assim, ajudá-los na conquista dos seus sonhos tocando flauta".

Otávio Blóes é Professor de Flauta do renomado Conservatório de

Tatuí – SP / Brasil há mais de 20 anos. Ao longo desses anos
desenvolveu uma série de técnicas específicas e inovadoras no
aprendizado da Flauta Transversal transformando a vida e
realizando o sonho de centenas de alunos. Na área artística atuou
como solista frente a vários e importantes grupos sinfônicos, foi
integrante da “Banda Sinfônica do Estado de São Paulo” e
atualmente é o flautista principal da “Orquestra Sinfônica do
Conservatório de Tatuí”.
Otávio Blóes, atua também intensamente no cenário dos cursos
digitais, com seu curso completo de flauta transversal “Caminhos
do Som”.