PAP - Henrique Magalhães - Versão 1
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Henrique Magalhães
30/11/2022
Índice
Índice de Figuras..............................................................................................................3
Agradecimentos...............................................................................................................4
Introdução....................................................................................................................... 5
O que é o Piccolo?................................................................................................... 6
Evolução do Piccolo................................................................................................. 7
Barroco.................................................................................................................. 11
Classicismo.............................................................................................................11
Romantismo...........................................................................................................12
Análise................................................................................................................... 17
Sugestão Interpretativa.........................................................................................17
Conclusão...................................................................................................................... 18
Bibliografia.....................................................................................................................19
Índice de Figuras
Figura 3: Fife.................................................................................................................... 7
Agradecimentos
Introdução
Capítulo I – A História do Piccolo
Evolução do Piccolo
Durante a Idade Média (desde o século V até ao século XV), o Fife foi o
primeiro antecessor do Piccolo e desenvolveu-se na Europa como um instrumento
para a música militar. (Hanlon, 2017) Originalmente, este instrumento era considerado
uma pequena flauta cilíndrica de madeira, com apenas seis orifícios e com pequenos
componentes de metal, protegendo, assim, as extremidades. (Fitzgibbon, 1928)
Figura 3: Fife
No século XVI, o Fife foi introduzido pela primeira vez em bandas militares, na
Suíça, durante a Batalha de Marignano, no ano de 1515. No exército, o fife tinha como
objetivo produzir sons de comandos e códigos para alertar as tropas suíças de qual
seria o próximo movimento ou posição. (Wacker, 2000)
Através da publicação do tratado Orchesographie, o pseudónimo
anagramático de Jean Tabourot, Thoinot Arbeau, descreve os fifes usados pelos suíços
e alemães, dando uma descrição de um soldado a tocar este instrumento (Wacker,
2000):
“...a small transverse flute with six holes, which is
used by the Germans and Swiss, and which, as it has a very narrow
bore no bigger than a pistol bullet, gives a piercing sound… Those
who perform on this instrument, play according to their own
pleasure, and it is enough for them to keep time with sound of the
drum.” (Rockstro, The Flute, 1928), p. 213
Barroco
A primeira vez que o Piccolo apareceu numa orquestra sinfónica foi na ópera
Rinaldo de Händel, no ano de 1711. Contudo, não se sabe ao certo se terá sido
utilizada uma flauta de bisel ou um Piccolo. Um facto que suportaria a ideia de que
seria o Piccolo a ser utilizado, é a tonalidade de Sol Maior. Durante esta época, a flauta
de bisel tocava, principalmente, nas tonalidades com bemóis, enquanto o Piccolo
tocava nas tonalidades com sustenidos. Inicialmente, na partitura original, estava
marcado como flageolet, sendo posteriormente alterado para flauto Piccolo, na
própria escrita de Händel. Em 1725, Johann Sebastian Bach também usou o Piccolo na
sua Cantata BWV 103, intitulada de ihr werdet wiennen und heilen. Mais tarde, no ano
de 1751, Jean-Philippe Rameau inseriu este instrumento na abertura para a sua ópera
Acanthe and Céphise (Fitzgibbon, 1928), p. 125
Classicismo
No período clássico, Mozart também utilizou o Piccolo, mas não nas suas
sinfonias. Entre 1771 e 1772, este instrumento aparece pela primeira vez nas suas Três
Danças Alemãs, em inglês Three German Dances (K. 104) e, mais tarde, nas suas
óperas, nomeadamente Idomeneo (1781), Die Entführung aus dem Serail (1782) e Die
Zauberflöte (1791). Na ópera Die Entführung aus dem Serail, Mozart utilizou o Piccolo,
juntamente com os pratos e com bombo (side drums) para anunciar a entrada do
exército militar turco. Mais tarde, este grupo de instrumentos, em conjunto com o
triângulo e com o bombo, foi usado por Christoph Willibald Gluck na sua ópera
Iphigénie em Tauride, no ano de 1779. No século XIX, o compositor de ópera italiano
Gioachino Rossini, escreve nas suas aberturas alguns dos solos mais importantes para
o Piccolo como, por exemplo, La Scala di Seta (1812), La Gazza Ladra (1817) e
Semiramide (1823). Ludwig van Beethoven foi o primeiro compositor a escrever para
este instrumento numa sinfonia, utilizando-o na sua 5ª e 9ª sinfonia. (Fletcher, 2008)
Romantismo
Durante este período, devido aos compositores do século XX, o uso do Piccolo
em obras orquestrais continuou a crescer com a escrita de solos para este
instrumento. Entre esses compositores, encontram-se Gustav Mahler (Sinfonia n.º 2 e
Das Lied von der Erde), Maurice Ravel (Schéhérazade (1903); Rapsodie espanole
(1907); Ma Mère l'oye (1911); Daphnis et Chloé, Suite No. 1 (1911) e Suite No. 2 (1912)
e Dmitri Shostakovich. Shostakovich foi o compositor mais importante para o Piccolo
na escrita orquestral, pois as suas sinfonias são compostas por vários solos deste
instrumento. As mais relevantes são a Sinfonia No. 6, 8, 9 e 10. Estas obras são
especiais para o reportório do Piccolo, uma vez que Shostakovich utiliza-o para a
execução de solos lentos e melódicos, assim como solos rápidos e técnicos na terceira
oitava. (Wacker, 2000)
A execução deste capítulo será feita através das respostas obtidas a partir dos
Inquéritos realizados no capítulo anterior. Dos resultados obtidos serão selecionados
apenas oito excertos considerados pelos inquiridos aqueles que são os mais
importantes no estudo do Piccolo.
Excertos:
Baines, A. (1962). Woodwind Instruments and their History. Nova Iorque: W. W. Norton
and Company.
Carse, A. (1939). Musical Wind Instruments. Londres: MacMillan and Co., Ltd.
Fitzgibbon, H. M. (1928). The Story of the Flute. Londres: William Reeves Bookseller,
Ltd.
Fletcher, A. M. (2008). Ten Orchestral Excerpts for Piccolo: An Historical and Stylistic
Analysis. Carolina do Norte.
Hanlon, K. D. (2017). The Piccolo in the 21st Century: History, Construction, and
Modern Pedagogical Resources. Virgínia Ocidental.
Sachs, C. (1940). The History of Musical Instruments. New York, London: W. W. Norton
and Company.
Wacker, T. (2000). The Piccolo in the Chamber Music of the Twentieth Century: An
Annotated Bibliography of Selected Works. Ohio.