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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE - FAVENI

PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL, CLÍNICA E EDUCAÇÃO INFANTIL

MARIA EDUARDA ALCÂNTARA DE BRITO

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO INFANTIL E O TRABALHO DOCENTE

AFOGADOS DA INGAZEIRA
2023
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO INFANTIL E O TRABALHO DOCENTE

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos
autorais.

RESUMO - O presente estudo trata sobre o desenvolvimento cognitivo infantil, enfatizando a etapa da
primeira infância, visto que é uma fase fundamental para toda a vida do sujeito, onde os contextos sociais
da criança exercem forte influência, como a esfera educacional, na qual o trabalho docente representa
um aspecto essencial no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo; a fim de analisar e verificar tal
processo de maneira mais aprofundada, além de refletir sobre a função da prática docente em relação a
ele. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica para levantamento de referenciais teóricos e coleta
de subsídios para o estudo. Dessa forma, verificou-se a importância das experiências vivenciadas
durante a primeira infância, principalmente dos estímulos, visto que estes exercem influência e estão
diretamente relacionados com o bom desenvolvimento cognitivo infantil, concluindo, assim, que as
práticas pedagógicas são um fator determinante, evidenciando também a importância de uma boa
formação profissional, que forneça ao docente os subsídios necessários para a utilização de instrumentos
e ferramentas educacionais de forma adequada.

PALAVRAS-CHAVE: Infância. Criança. Desenvolvimento. Docente.


INTRODUÇÃO

A infância se trata de uma fase em que a criança se encontra em intenso


desenvolvimento, onde aprende, descobre, conhece e procura interagir com os demais,
tudo de maneira mais acentuada. Nesse sentido, muito se tem discutido sobre a
influência que a etapa da primeira infância exerce ao longo de toda a vida de um
indivíduo, levando em consideração que as esferas nas quais este se encontra inserido
(social, familiar e educacional) desempenham um papel muito importante em relação a
ela, pois se tornam determinantes no seu processo de desenvolvimento, seja ele
cognitivo, físico ou afetivo-social. Nesse sentido, o trabalho docente representa um
importante aspecto no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo infantil, podendo
exercer influências positivas ou negativas, de acordo com os métodos, práticas e
ferramentas utilizadas para estimular a criança nessa fase.
Partindo do que se pode observar em vários estudos relacionados ao
desenvolvimento cognitivo infantil, e levando em consideração a relação direta que há
entre esse processo e a prática docente, a presente pesquisa reúne diversos subsídios
no intuito de responder ao problema de pesquisa: Qual a relação entre o trabalho
docente e o processo de desenvolvimento cognitivo infantil?
Sendo assim, o referido estudo visa refletir sobre a função da prática docente
para o desenvolvimento cognitivo das crianças, analisando também outros aspectos
relacionados, como a importância dos estímulos em tal processo, além dos
instrumentos que funcionam como facilitadores do mesmo. O procedimento utilizado
para coleta de dados foi através de uma pesquisa bibliográfica, de caráter descritivo,
com o intuito de levantar embasamentos teóricos para desenvolvimento do estudo.
Dessa forma, existe a necessidade de um olhar específico mais voltado para o
trabalho docente e como este envolve o desenvolvimento cognitivo, evidenciando assim
a função que o professor desempenha nesse processo e a importância dos estímulos,
enquanto impulsionadores e auxiliadores do ensino-aprendizagem voltado para o
desenvolvimento cognitivo infantil, um processo que influência e gera reflexos para toda
a vida futura do sujeito.
1 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO INFANTIL E O TRABALHO DOCENTE

1.1 FUNÇÃO DA PRÁTICA DOCENTE PARA O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO.

Atualmente, muitas questões acerca da educação vêm sendo levantadas, as


quais se voltam para diversos aspectos que esta envolve, sendo um dos principais, a
prática docente que é exercida, visto que o professor é um dos agentes fundamentais
no processo de ensino-aprendizagem, juntamente com o educando.
No entanto, nem sempre o papel docente foi visto a partir da perspectiva
moderna, onde lhe é atribuída a tarefa de mediador do conhecimento. No decorrer do
processo histórico da educação, a função do docente passou por diferentes momentos,
onde os vários cenários históricos e sociais vivenciados influenciaram diversos âmbitos
e elementos que compõe a sociedade, como instituições e até mesmo a função de
determinadas profissões, para que estas cumprissem tudo o que era imposto pela elite,
variando de acordo com os interesses da classe dominante. Assim, a visão para com o
professor e o seu papel passam por diferentes momentos durante essa trajetória, sendo
de grande importância considerar todo o contexto histórico para compreender a
atividade desempenhada pela figura profissional do professor na atualidade.
Inicialmente, os professores eram pessoas com algum tipo de estudo, seja qual
fosse esse, ou que possuíam alguma escolaridade, mesmo que pouca, onde bastava o
fato de saber ler, escrever e contar. Como enfatiza Nóvoa (1995, p. 15), em seus
escritos, “a função docente desenvolveu-se de forma subsidiária e não especializada,
constituindo uma ocupação secundária de religiosos ou leigos das mais diversas
origens”, e por não se tratar de um profissional qualificado ou especializado, os
processos educativos que estes desenvolviam eram desorganizados e sem nenhuma
instrumentação pedagógica.
É a partir disso e observando a necessidade que havia, que começam a surgir
instituições voltadas para a formação desse profissional, as quais são chamadas de
escolas normais, que apresentavam um local apropriado, com estrutura e organização
para tal formação. Conforme ressalta Nóvoa
A criação de instituições de formação é um projecto antigo, mas que só
se realizará em pleno século XIX, graças à conjugação de interesses vários,
nomeadamente do Estado e dos professores. As escolas normais representam
uma conquista importante do professorado [...] As instituições de formação
ocupam um lugar central na produção e reprodução do corpo de saberes e do
sistema de normas da profissão docente, desempenhando um papel crucial na
elaboração dos conhecimentos pedagógicos e de uma ideologia comum. Mais
do que formar professores (a título individual), as escolas normais produzem a
profissão docente (a nível colectivo), contribuindo para a socialização dos seus
membros e para a génese de uma cultura profissional. (NÓVOA, 1995, p. 18)

Dessa maneira, é a partir desse momento que a profissão docente começa a


ganhar certa notoriedade e a ser tratada de forma mais respeitosa, pois passava a ser
uma função exercida por pessoas devidamente especializadas, mas que ainda
enfrentava uma indefinição no que diz respeito a vários aspectos, como a identidade
profissional do professor.
Diante da percepção de que as escolas normais não geravam os resultados
esperados e das reivindicações dos movimentos sociais docentes, que buscavam
promover a conscientização desse grupo de profissionais para seus interesses e
direitos, que essas escolas começam a ser extintas e dão lugar as instituições de nível
superior que eram voltadas para a formação de professores em bacharelado, sendo só
posteriormente que surgem os cursos específicos em licenciatura.
De acordo com Gatti (2019, p. 23) “a educação que se propôs era voltada a
objetivos e metas operacionais, situadas em demandas do projeto político do momento
social e econômico, com apoios a iniciativas específicas”. Assim, tais práticas,
difundidas nos cursos de licenciatura da época, desconsideram diversos elementos que
compõe a prática profissional e o verdadeiro objetivo da atuação docente.
Cabe destacar que a formação oferecida era voltada para conhecimentos
técnicos, em que os processos de ensino a serem desenvolvidos por esse docente na
sua atuação eram marcados principalmente pela transmissão de conhecimentos, onde
o professor era a figura central do processo, já que era visto como sendo um detentor
dos saberes, que somente os repassaria de forma mecanizada, sem contextualização
alguma. Isso em decorrência das tendências pedagógicas da época, que com sua
influência delegavam um padrão de ensino a ser seguido, que se preocupava
principalmente com os interesses individuais, e não sociais.
A principal tendência desse momento histórico é a Pedagogia Liberal Tradicional,
na qual o aluno é um mero receptor de conteúdos, que é preparado para desempenhar
uma função social que esteja de acordo com suas aptidões. Conforme destaca Libâneo

A atuação da escola consiste na preparação intelectual e moral dos


alunos para assumir sua posição na sociedade. [...] os conhecimentos e valores
sociais acumulados pelas gerações adultas são repassados ao aluno como
verdades. [...] o professor transmite o conteúdo na forma de verdade a ser
absorvida; em consequência, a disciplina imposta é o meio mais eficaz para
assegurar a atenção e o silêncio. [...] A aprendizagem, assim é receptiva e
mecânica, para que se recorre frequentemente à coação. (LIBÂNEO, 1985, p.
9-10)

Evidenciando a pressão social que era exercida, onde não havia autonomia por
parte do docente, e muito menos do educando, que se via obrigado a seguir o padrão
que lhe era imposto, mesmo não sendo o seu desejo.
Então, é somente com as transformações sociais ocorridas e com as novas
demandas educacionais que surgiram em decorrência dos movimentos que visavam a
renovação dos padrões de ensino vivenciados, que eram excludentes e faziam o uso de
práticas e metodologias ultrapassadas, focadas na memorização e reprodução de
conteúdo, que vão aparecendo grupos e organizações para criticar e requerer novas
práticas educacionais, baseadas nas perspectivas mais atuais, com posicionamentos e
visões diferenciadas. Nesse sentido, a função docente é influenciada pelo momento
social que é vivenciado atualmente, onde há uma grande preocupação com a
autonomia do educando, que passou a ser colocado em evidência a partir das novas
tendências pedagógicas.
A pedagogia progressista é a mais atual e predominante, que vem como forma
de reivindicação de novos processos metodológicos sobre o que ensinar, quando, como
e por quê, elementos fundamentais para todo o processo de ensino-aprendizagem e
que não eram devidamente estudados. Sobre essa tendência Libâneo (1985, p. 20)
enfatiza que “[...] parte de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam
implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação. [...] daí ser ela um instrumento
de luta dos professores ao lado de outras práticas sociais”.
Diante disso, observa-se que as tendências pedagógicas acabam influenciando o
contexto educacional como um todo, que está diretamente relacionada aos aspectos
que envolve a visão para com o professor, o que faz com que as demandas para o
papel desempenhado por esse profissional também sejam influenciadas.
Dentro da Pedagogia Progressista uma tendência recebe maior destaque, a
Libertadora, também sendo conhecida como a Pedagogia de Paulo Freire 1, por ser
fundamentada a partir dos pensamentos e práticas desse teórico, que muito trata sobre
a libertação e transformação social, um dos pontos centrais dessa pedagogia.
Freire (1967, p. 121) destaca, sobre seu ponto de vista, colocando que
“encarávamos e encaramos a educação como um esforço de libertação do homem e
não como um instrumento a mais de sua dominação”. Sendo a partir desses novos
pressupostos visionários que a educação passa a ter mudanças significativas, voltando-
se para uma nova perspectiva de formação do educando e atribuindo ao professor uma
função diferenciada e inovadora. A tendência libertadora, segundo Libâneo

[...] questiona concretamente a realidade das relações do homem com a


natureza e com os outros homens, visando a uma transformação – daí ser uma
educação crítica. [..] O importante não é a transmissão de conteúdos
específicos, mas despertar uma nova forma da relação com a experiência
vivida. [...] No diálogo, como método básico, a relação é horizontal, onde
educador e educandos se posicionam como sujeitos do ato do conhecimento.
(LIBÂNEO, 1985, p. 21-24)

Dessa maneira, educador e educando passam a ser o foco do processo de


ensino-aprendizagem, sendo sujeitos ativos na construção do conhecimento, que
ocorrerá de forma conjunta, tornando possível a transformação social, através dessa
educação problematizadora, uma prática da liberdade que prioriza a relação dialógica,
onde educador e educando se educam enquanto são educados; ou seja, ensinam e
aprendem ao mesmo tempo.
É a partir dessa nova ótica que o papel do professor na atualidade se volta para
tais questões, envolvendo principalmente a formação de sujeitos autônomos, críticos,
reflexivos e conscientes, capazes de transformar a realidade em que se encontram
inseridos. Assim, a função desempenhada pelo professor na contemporaneidade é a de

1
Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921, no Recife, Pernambuco. [...]
Foi reconhecido mundialmente pela sua práxis educativa através de numerosas homenagens. [...] Paulo
Freire faleceu no dia 2 de maio de 1997 em São Paulo. (GADOTTI, 2009, p. 1)
contribuir para o desenvolvimento integral do educando, em aspectos cognitivos, físico,
social e emocional. Como aponta Gonçalves:

Há a necessidade de a prática pedagógica ser organizada para garantir


às novas gerações o saber sistematizado, com a condição dos indivíduos
adquirirem instrumentos cognitivos necessários à formação da consciência
crítica para a vivência na sociedade de forma não alienada. (GONÇALVES,
2008, p. 11)

Portanto, o trabalho a ser realizado pelos professores para contemplar o


desenvolvimento cognitivo do educando é voltado para diversos fatores, como
despertar o desejo de saber no aluno, que precisa ser ativo na construção do seu
próprio conhecimento, além de buscar adequar o programa de ensino à realidade dos
educandos, contextualizando conteúdos e utilizando práticas, métodos e materiais que
contemplem os ambientes da realidade social do estudante, dentro e fora da instituição
escolar, visando proporcionar uma educação de qualidade e que o possibilite ser um
sujeito transformador da realidade.

1.2 OS ESTÍMULOS NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DAS CRIANÇAS

Sabe-se que o processo de desenvolvimento humano ocorre de maneira muito


mais intensa no período da primeira infância, no qual a criança se encontra no ápice de
suas mudanças físicas, cognitivas e emocionais, por esse motivo que no referido
período o cérebro da criança se encontra mais sensível e receptivo à novas
aprendizagens.
Com isso, um aspecto de grande relevância para esse desenvolvimento diz
respeito aos estímulos que a criança recebe das várias esferas ambientais com as
quais mantém contato e interage. Assim, quando se fala em estímulos voltados para tal
desenvolvimento, refere-se à um agente que desencadeia uma resposta de
determinado organismo, e segundo o dicionário Aurélio é aquilo que estimula, incentiva,
impulsiona, qualquer coisa que excita a atividade de um órgão.
Para a educação os estímulos seguem a mesma lógica, sendo vistos como
incentivos em busca de provocar um reflexo como reação, favorecendo a
aprendizagem. Dessa forma, os estímulos são aplicados nos sujeitos de forma
intencional ou não intencional, porém sempre será gerado um retorno a partir deste. No
entanto, a resposta a ser recebida em consequência do estímulo pode variar, sendo ela
positiva ou negativa, dependendo do tipo e do impacto gerado por ele.
Nessa perspectiva, sabe-se que a criança é inserida desde cedo em diversas
esferas ambientais, como a família, a escola e o seu ambiente social, onde todos estes
acabam influenciando seu processo de desenvolvimento de alguma maneira, visto que
emitem estímulos, sejam eles voluntários ou não. Conforme coloca Schiavo e Ribó:

A criança é um ser ativo, que merece respeito no seu tempo de


crescimento e desenvolvimento, seu corpo é sua referência e ele evolui com a
estimulação e a exploração dos espaços internos e externos presentes em seu
cotidiano. [...] Desde seu nascimento, a criança observa a reação das pessoas
que estão envolvidas em seu cotidiano e, quanto mais ela participa de
experiências afetivas, físicas, perceptivas e sociais maior será o enriquecimento
e também o desenvolvimento da sua inteligência. (SCHIAVO e RIBÓ, 2007, p.
2)

Então, os estímulos são vivenciados pela criança desde o seu nascimento,


principalmente a partir da interação com o meio e com os demais indivíduos do seu
grupo social, vivenciando momentos que são fundamentais para diversos aspectos do
seu desenvolvimento.
Dentre as esferas sociais, a família como sendo o primeiro e principal ambiente
social com quem a criança tem contato, emite diversos estímulos, que são
fundamentais para o crescimento saudável da criança, porém, é importante observar
que nem sempre os estímulos emitidos são contribuintes para o desenvolvimento e
para a aprendizagem, já que estes variam de acordo com fatores da realidade de cada
família, visto que ambientes carentes de estímulo podem gerar atraso no
desenvolvimento de habilidades. Como enfatiza Zanata (2014, p. 6) “um ambiente mais
‘normal’ proporciona a formação de mais sinapses do que um ambiente com carência
[...] que gera retardo nas habilidades de andar, falar e distúrbios cognitivos”.
Diversos movimentos sociais ressaltam sobre os estímulos no ambiente familiar,
que passam a ser discutidos em vários âmbitos, inclusive sendo destacados em
documentos importantes, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que
enfatiza que desde as gestantes e até famílias com crianças na etapa da primeira
infância devem receber orientação sobre os cuidados necessários para favorecer e
estimular o desenvolvimento integral da criança nessa fase, evidenciando a
necessidade dessas ações ocorrerem desde o contexto familiar.
Sobre a esfera educacional, esta representa tanta importância quanto a esfera
familiar no que diz respeito aos estímulos que emite para a criança, visto que se trata
de um espaço voltado para a aprendizagem, onde a criança passa grande parte do seu
tempo e vivencia diversas interações, com diferentes adultos e outras crianças,
cotidianamente, no qual há a aquisição de diversas habilidades. Assim, a etapa da
educação infantil é extremamente importante, pois atende às crianças na fase da
primeira infância, sendo necessário um atendimento específico, com profissionais
devidamente qualificados, que compreendam a necessidade de haver o estímulo,
principalmente nessa etapa. Sobre a qual menciona Zanata:

A aquisição de um grande número de habilidades motoras ocorre no lar,


no ambiente familiar, mas um bom número delas é adquirido na escola, nos
primeiros anos de escolarização da criança, sendo este contexto de
aprendizagem muito importante para que a aquisição destas habilidades ocorra.
O processo ensino-aprendizagem é interativo e específico ao contexto e isto
significa que o contexto deve ser organizado de tal forma a oferecer as
condições para que uma determinada habilidade seja adquirida. (ZANATA,
2014, p. 10)

Diante disso, é perceptível que o estímulo recebe um lugar de destaque nas


práticas pedagógicas e nos processos de ensino-aprendizagem atuais, onde há vários
estudos que se voltam para essa questão e cada vez mais comprovam a sua
importância, que se deve a muitos fatores, dentre os quais pode-se citar o fato de que
há uma troca de aprendizados entre a criança e o meio, e os demais indivíduos
envolvidos no processo.
Os estímulos no ambiente educacional muitas vezes acabam suprindo o que é
negligenciado pela família, além disso, por mais que as crianças nasçam aptas ao
desenvolvimento, ele não depende somente dos fatores orgânicos para ocorrerem,
sendo os estímulos uma parte fundamental e impulsionadora para o sucesso do
mesmo.
Frente tal importância, um outro aspecto que envolve os estímulos é sobre os
variados tipos que existem, onde cada um deles se volta para um campo do
desenvolvimento, sendo que há estímulos que acabam contemplando mais de uma
dessas áreas, porém todos estão interligados e são dependentes, não ocorrendo de
forma isolada. Sobre esses tipos, Schiavo e Ribó dizem que:

Todos os estímulos, NÃO são desenvolvidos separadamente; é um


trabalho integrado que necessita da interação: adulto/criança, criança/criança e
criança/objeto, e com o seu meio ambiente, explorando, experimentando e
ampliando os sentidos, as sensações, os sentimentos e seu agir. Os estímulos
provocam infinitas ações no cérebro e no desenvolvimento infantil. (SCHIAVO e
RIBÓ, 2007, p. 3)

Especificando sobre cada um deles, os estímulos afetivos dizem respeito ao


aspecto emocional, onde estão as relações de interação que a criança desenvolve com
as pessoas com quem convive, envolvendo os sentimentos, como amor, medo,
segurança, entre outros. É importante que hajam estímulos afetivos, pois estes
contribuem para uma melhor socialização da criança, além de fazer com que ela tenha
mais autonomia e aprenda a demonstrar o que sente.
Os estímulos físicos estão relacionados principalmente às questões da
capacidade motora da criança, que quando incentivada da maneira correta na primeira
infância gera resultados positivos em toda a sua vida futura. Além disso, esse tipo de
estímulo proporciona o reconhecimento do próprio corpo, incentiva a criatividade e pode
ser realizado até mesmo dentro do contexto familiar, não somente na escola.
Os estímulos sensoriais envolvem os sentidos da criança, como o olfato, tato,
paladar, visão e audição, que na maioria das vezes ocorrem de maneira não
intencional, com os quais a criança mesmo, a partir da sua curiosidade de pegar,
cheirar e experimentar as coisas, acaba sendo estimulada com os novos sabores,
texturas e sensações que experimenta, construindo aprendizagens importantes para
todas as áreas do seu desenvolvimento.
Os estímulos cognitivos são foco de muitos estudos, bem como da presente
pesquisa, que se referem à questão da aprendizagem e todos os elementos que
compõe esse processo, como memória, atenção, observação, entre outros, que quando
estimulados geram reações, como ter novas ideias e atos de pensar e refletir,
demonstrando que são importantes para a estimulação cerebral, contribuindo para o
aprendizado da criança.
Ressaltando sobre a necessidade de oferta de todos esses estímulos, Lucke
propõe que:

A oferta interligada de todos estes estímulos proporciona os


instrumentos necessários para que a criança desenvolva e fortaleça sua
personalidade, favorecendo o desenvolvimento de sua inteligência e
consequentemente refletindo na vida familiar, social e escolar. A criança quando
estimulada se torna mais ativa, dinâmica, criativa, emocionalmente equilibrada e
saudável, e passa a realizar melhor as atividades propostas, a encontrar
soluções e a apresentar uma boa socialização. (LUCKE, 2019, p. 5)

Portanto, os estímulos precisam ser trabalhados de maneira integrada, para que


possam propiciar o desenvolvimento integral da criança, contemplando todos os seus
aspectos e contribuindo de maneira bastante positiva para toda a vida do sujeito. Sobre
os estímulos voltados para o desenvolvimento cognitivo, várias ações podem ser
praticadas nesse sentido, como a utilização de jogos, músicas e atividades que
incentivem a participação e interação da criança, gerando descobertas sobre si mesma,
sobre o outro e sobre o meio ao seu redor, pois é a partir dessas experiências que ela
terá subsídios suficientes para o seu desenvolvimento pleno.

1.3 INSTRUMENTOS VOLTADOS PARA O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO NO


PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

O processo de ensino-aprendizagem que ocorre nas instituições educacionais


envolve diversos elementos, tratando-se assim de algo extremamente complexo, que
ainda se relaciona com outros aspectos, como o desenvolvimento cognitivo dos
estudantes na etapa da primeira infância, que também é um processo fundamental e de
alta complexidade, na medida que está relacionado com fatores internos e externos ao
sujeito, que serão determinantes para um desenvolvimento cognitivo satisfatório, ou
não.
Assim, ensinar e aprender não são processos exclusivamente escolares, há
diversas aprendizagens, não formais, que são desenvolvidas nas vivências cotidianas
das crianças, com si próprio, com o outro e com o meio, bem como há os ensinamentos
que ocorrem, que também se tratam de processos não formalizados ou sistematizados.
Dentro do espaço escolar, há toda uma organização e sistematização para que
esse processo ocorra, onde um dos aspectos fundamentais que o mesmo envolve são
os instrumentos pedagógicos utilizados pelo professor para contribuir no alcance de
seus objetivos.
Como instrumentos, compreende-se que são os subsídios, os recursos que o
docente faz uso para agregar na construção do conhecimento dos aprendizes, muitas
vezes sendo facilitadores do processo. Segundo Ferreira e Gurgueira (2011, p. 127),
esses instrumentos também estão relacionados à forma que o professor interpreta o
processo de ensino-aprendizagem, ajudando na maneira como o desempenha. Porém,
a utilização dos instrumentos pedagógicos não garante, por si só, a aprendizagem, nem
a qualidade desta. Sobre essa questão, ressalta Libâneo:

Os professores precisam dominar, com segurança, esses meios


auxiliares de ensino, conhecendo-os e aprendendo a utilizá-los. O momento
didático mais adequado de utilizá-los vai depender do trabalho docente prático,
no qual se adquira o efeito traquejo na manipulação do material didático.
(LIBÂNEO, 1994, p. 173)

Então, é necessário que o professor, além de utilizar esses instrumentos, saiba


como fazer para com que eles funcionem corretamente, de acordo com o que é
esperado, pois, somente assim, eles serão contribuintes e facilitadores do processo de
ensino-aprendizagem, agregando de maneira positiva.
Nesse sentido, proporcionar aos educandos um processo de ensino-
aprendizagem eficaz e que contemple suas necessidades não é uma tarefa fácil, sendo
esta, dentre outras demandas, a função do professor no contexto da Educação Infantil.
Este docente precisa englobar vários processos diferentes, juntamente com práticas e
metodologias para atingir os objetivos, como uma aprendizagem significativa, sobre a
qual Friedmann ressalta que

A aprendizagem depende em grande parte da motivação: as


necessidades e os interesses das crianças são mais importantes que qualquer
outra razão para que elas se dediquem a uma atividade. Ser esperta,
independente, curiosa, ter iniciativa e confiança em suas capacidades.
(FRIEDMANN, 2012, p. 45)
Então, para que a aprendizagem possa acontecer, se faz necessário que o
professor possua metas claras, além de desenvolver atividades que respeitem a fase
que a criança se encontra, a sua realidade e a sua construção do conhecimento. Por
isso a necessidade e importância de utilizar instrumentos pedagógicos como aliados,
visto que quando bem manuseados, funcionam como uma ferramenta de auxílio, que
ajuda na motivação e atratividade para os alunos, principalmente as crianças, que
precisam de um ambiente estimulador para que o seu aprendizado seja construído de
forma efetiva. Esses instrumentos também fazem parte das estratégias de ensino,
podendo ser empregados para lidar com dificuldades específicas dos alunos, que
funcionarão como um mecanismo de ajuda para ambos.
Há diversos instrumentos didáticos e pedagógicos para serem utilizados no
âmbito educacional, dentro do contexto da Educação Infantil, onde os principais e mais
citados para essa etapa se referem ao lúdico e as tecnologias, que contribuem
grandemente para o desenvolvimento cognitivo da criança, se aplicados da maneira
correta.
O lúdico é uma ferramenta de destaque para a Educação Infantil, uma vez que
quando se fala nessa modalidade o ato de brincar é fundamental, pois criança e lúdico
caminham juntos, já que enquanto brincam, desenvolvem diversos aprendizados, além
do fato de o brincar ser um dos eixos da Educação Infantil, como ressalta as Diretrizes
Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB nº 5/2009, p.
25), “as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil
devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira”.
Dessa maneira, na Educação Infantil o professor utiliza o lúdico como um
instrumento pedagógico para o desenvolvimento de suas aulas, tornando-as mais
atraentes e prazerosas. Outro fator, é que as atividades lúdicas são facilitadoras da
aprendizagem das crianças, que dão várias e diferentes possibilidades de uso, dentre
eles, têm-se as brincadeiras com regras, como pega-pega e esconde-esconde, que
fazem com que a criança compreenda que é preciso seguir regras, e faz com que ela
aprenda a desenvolver estratégias, bem como a atenção e o autocontrole, propiciando
também a interação, sendo todos esses aspectos que contemplam o desenvolvimento
cognitivo da criança. Como aponta Velasco:
Brincando a criança desenvolve suas capacidades físicas, verbais ou
intelectuais. Quando a criança não brinca, ela deixa de estimular, e até mesmo
de desenvolver as capacidades inatas podendo vir a ser um adulto inseguro,
medroso e agressivo. Já quando brinca à vontade, tem maiores possibilidades
de se tornar um adulto equilibrado, consciente e afetuoso. (VELASCO, 1996, p.
78)

Assim, o brincar é um ato que proporciona desenvolvimento, socialização e


aprendizagem, permitindo que a criança possa se reconhecer enquanto membro de
uma sociedade, reconhecendo, também, seus limites e aprendendo desde cedo a lidar
com possíveis experiências negativas que possa se deparar no decorrer de sua vida.
Então, compreende-se a importância da utilização do instrumento da ludicidade
como uma prática fundamental na Educação Infantil, enquanto ferramenta que auxilia
no processo de ensino-aprendizagem, devendo ser uma atividade comum no cotidiano
das crianças, funcionando como um agente mediador entre a criança, o meio e os
demais sujeitos, propiciando a interação entre eles, além de aprendizados e
desenvolvimentos diversos.
No contexto histórico atual, as tecnologias se fazem presentes em toda a
sociedade, não sendo diferente com o ambiente educacional, que se vê diante de
diversas tecnologias inovadoras e que podem contribuir positivamente para o processo
de ensino-aprendizagem que ali ocorre. Assim, falar sobre esse elemento remete aos
recursos tecnológicos que produzem conhecimento e se encontram em constante
evolução, influenciando grandemente a vida das pessoas, inclusive das crianças, que
acabam utilizando as mídias digitais como um meio de interação. Sobre esses recursos,
Moran coloca que:

As tecnologias mais interessantes estão hoje integradas nos


smartphones, celulares conectados à internet. Estão nas mãos de muitos
gestores, professores, alunos e famílias. Celulares, tablets e notebooks nos
ajudam a acessar as informações que precisamos, a desenvolver projetos, a
conversar de várias formas, a compartilhar nosso conhecimento, a tirar dúvidas,
participar de discussões, falar em público, escrever melhor. (MORAN, 2007, p.
24)

Nesse sentido, uma vez que há tantas tecnologias disponíveis em diversos


ambientes nos quais a criança tem contato, o campo educacional e os agentes que nele
trabalham precisam saber como lidar e utilizar essas novas tecnologias ao seu favor,
tornando-a uma contribuinte para o processo de ensino-aprendizagem. Um dos meios
para isso, é a aplicação das tecnologias como um instrumento, algo que vem sendo
feito por muitos professores e gerado ótimos resultados.
Há diversas possibilidades de utilização, como softwares educativos, com jogos
interativos, exploração de imagens diversificadas, ouvir músicas e assistir vídeos e
histórias infantis, onde computadores, celulares e Datashow podem ser utilizados
dentro do contexto educacional como uma ferramenta de promoção da aprendizagem
para o educando, tornando as aulas mais atrativas e possibilitando uma maior
participação dos alunos.
No entanto, para que esse instrumento seja utilizado da maneira correta, levando
aos objetivos esperados, é necessário que o professor tenha conhecimento sobre ele e
saiba manuseá-lo, como destaca Chiapinni:

A formação do professor é fator imprescindível para que a escola


consiga melhorar a capacidade do cidadão comunicante, uma vez que o
professor pode adotar em sua prática cotidiana uma postura que subsidia e
estimula o aluno a refletir sobre o que significa comunicar-se em nossa
sociedade, como também aprender a manipular tecnicamente as linguagens e a
tecnologia. (CHIAPINNI, 2005, p. 278)

Evidenciando a importância de que o professor se aprimore em relação às


tecnologias, para que possa enriquecer seu planejamento, além de desenvolver uma
nova perspectiva sobre estas, de que podem e devem ser utilizadas no contexto
escolar, pois contribuem para diversos aspectos deste.
Dessa maneira, as tecnologias utilizadas enquanto instrumentos pedagógicos
devem ser pensadas a partir das suas funcionalidades e visando os objetivos
desejados, mas propiciando meios para que as crianças tenham contato com elas,
observando, vivenciando e fazendo o uso na sala de aula, contribuindo para a
construção dos seus conhecimentos e estimulando os diversos desenvolvimentos,
inclusive o cognitivo, que é amplamente instigado a partir do pensar e da curiosidade da
criança.
Portanto, o processo de ensino-aprendizagem infantil é permeado por várias
características, sendo uma das mais importantes o desenvolvimento do aspecto
cognitivo da criança, que na etapa da Educação Infantil pode ser influenciado a partir
das práticas desenvolvidas, que quando envolvem a utilização correta e adequada de
instrumentos pedagógicos como o lúdico e a tecnologia podem gerar muitos benefícios.

2 CONCLUSÃO

A presente pesquisa teve como foco uma reflexão sobre os principais aspectos
que envolvem o processo de desenvolvimento cognitivo infantil e o relacionam à prática
docente, dando ênfase aos elementos dessa prática que influenciam o referido
processo. Nessa perspectiva, os objetivos do estudo foram alcançados, visto que foi
possível analisar, compreender e identificar como a prática docente está diretamente
relacionada e pode ser aliada e contribuinte para o desenvolvimento cognitivo infantil.
Assim, verificou-se que a esfera educacional é colocada em evidência nos
estudos, por ser um contexto fundamental para o desenvolvimento infantil, pois é
quando a criança passa a ter um aprendizado sistematizado, de acordo com as suas
necessidades e voltado para o desenvolvimento das suas habilidades. Onde a prática
docente é fundamental, pois é a partir dela que são elaborados e colocados em prática
os métodos adequados, que contam com os estímulos, os quais dizem respeito a um
elemento importante, que pode ocorrer a partir de ações ou utilizando até mesmo os
instrumentos pedagógicos de ludicidade e tecnologia, que funcionam como facilitadores
do processo de ensino-aprendizagem, além de torná-lo mais atrativo.
Portanto, pode-se concluir que o processo de escolarização proporciona à
criança a construção de novos e diferentes aprendizados, bem como o
desenvolvimento de habilidades importantes, o que ocorre por meio da utilização de
metodologias específicas para estimular o seu desenvolvimento integral, tornando
evidente a necessidade e importância de uma formação profissional específica e
adequada, visando uma aprendizagem significativa.
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