Ganhando Vidas e Não Almas - 11 - 07 - 10

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Mateus 9:35-38

Ganhando vidas ao invés de almas.

(35) Jesus ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas


sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando todas as
enfermidades e doenças. (36) Ao ver as multidões, teve compaixão delas,
porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. (37)
Então disse aos seus discípulos: “A colheita é grande, mas os
trabalhadores são poucos. (38) Peçam, pois, ao Senhor da colheita que
envie trabalhadores para a sua colheita”.

Conta-se que um fabricante de calçados enviou um de seus vendedores


para verificar a possibilidade de se criar um ponto de venda de seus produtos
em um região povoada, mas, distante da civilização no interior da África.
Aquele vendedor, após alguns dias de pesquisa, mandou um e-mail ao seu
chefe, enviando informações de seu trabalho. Ele, sucintamente, indicou que
seria uma grande perda de tempo e dinheiro qualquer investimento naquela
região, já que ninguém naquela cultura usava qualquer tipo de calçados.
Indignado com a situação, o industriário decide enviar outro vendedor de
seu grupo para fazer a mesma pesquisa. Também, após alguns dias, este
outro vendedor divulgava, através de um email, seus resultados. Apesar de
toda a impessoalidade que existe em uma mensagem virtual, era visível a sua
euforia. Ele retornava ao seu chefe dizendo que seria uma ótima oportunidade,
não só criar um ponto de venda ali, mas também, uma fábrica, o que, na visão
daquele vendedor, seria um grande investimento, já que, naquela região,
ninguém usava qualquer tipo de calçados.

É bom possível que você já tenha ouvido esta ilustração. Ela nos faz
pensar das visões diferentes que uma mesma realidade nos apresenta. Das
oportunidades que podemos encontrar em uma mesma situação. De resultados
diferentes, dependendo de como atuamos e como vislumbramos o futuro sobre
determinada circunstância que se nos apresenta.

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Um evento de Ação Social é uma dessas circunstâncias que se nos
apresentam em que podemos vislumbrar resultados diferentes, dependendo de
nosso sentimento, dependendo de nossa visão para com ela.
Alguns poderiam, após analisar o projeto, que o investimento de
recursos humanos, físicos, materiais e, principalmente, financeiros, seria uma
grande perda de tempo e disseminação de recursos. Estes poderiam alegar
que a possibilidade de ganho de “almas” só estaria no campo das
probabilidades, não sendo algo concreto, algo palpável, algo mensurável,
portanto, desprender de milhares de reais, movimentar e envolver 50 pessoas
de cidades e comunidades diferentes, adquirir material de escritório e
alimentos, etc., não valeria à pena.
Por outro lado, após analisar o projeto, outros diriam eufóricos: “quão
bom seria alcançar, pelo menos, uma pessoa para Cristo através deste
trabalho, já que, como diz a Palavra em Lucas 15:10:

‘Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por
um pecador que se arrepende’.”

Visões diferentes para a mesma realidade!

Você ouviu-me dizer “almas” para o descrente ao trabalho e “pessoa”


para o crédulo ao projeto. Pois bem, nossas visões para com o pecador
também podem ser dúbias. Há cristãos que vêem os pecadores como
simplesmente “almas para Cristo”.
Aqueles que entendem que Jesus veio pregar o Evangelho todo para
salvar o pecador como um todo, não vêem o pecador como almas, mas, como
pessoas.

Vários textos do NT nos mostram essa realidade verdadeira. Mateus


7:35-38 é um desses textos que retratam o interesse, a dedicação, trabalho do
Senhor em alcançar não somente almas para o Reino de Deus, mas pessoas,
porque, o ser-humano é um ser bio-psico-sócio-transcendente.

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Ele é Bio porque tem e promove vida. Psico porque tem a capacidade de
raciocinar, de pensar. Sócio porque vive em comunidade, tem a capacidade de
viver em sociedade. Transcendente porque tem alguma forma de culto ou
crença, tem algum relacionamento com o espiritual. Por mais longínqua que
possa existir uma comunidade lá se encontrará alguma forma de adoração,
seja ao Deus Invisível, seja a qualquer divindade criada pelo próprio homem.

Jesus, ao vir a este mundo, se preocupou em pregar as Boas Novas do


Reino, mas também, em auxiliar os mais desfavorecidos em suas agruras,
dissabores, fossem elas espirituais, fossem materiais.

Mas como Jesus fazia isto? Como Ele nos ensina a também sermos
servos que se preocupam com as pessoas como um ser completo: bio-sócio-
psico-transcendente?

O texto lido nos mostra 4 lições de Jesus de como nos preocuparmos


com as pessoas no seu todo:

I – A 1ª lição é que Jesus se preocupou com as pessoas indo ao encontro


delas (v. 35). Temos, infelizmente, o pensamento de que as pessoas devem vir
à igreja, ouvir a mensagem pregada pelo pastor e converterem-se ao Senhor
Jesus. Não que este método não funcione, mas, não é o ideal, apesar de ser o
usual. Jesus se preocupou com as pessoas e foi até elas. Muitas pessoas
convidaram amigos e parentes para verem e ouvirem Jesus, porém, Ele não
esperou que Sua fama tomasse vulto e assim, as pessoas o procurassem onde
Ele estivesse. Sabemos que muitas pessoas, após saberem dos feitos de
Jesus, foram até Ele, porém, nosso Salvador, em Seu ministério de três anos
na terra, andou por várias cidades, povoados e aldeias, atuando de três formas
distintas, mas, complementares, que foram:

a) Pregando o evangelho da salvação,


b) Ensinando os caminhos e preceitos do Senhor,
c) Curando os enfermos físicos e espirituais.

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II – A 2ª lição é que Jesus se preocupou com as pessoas tendo
compaixão delas (v.36). “Com + Paixão”. Compadecer é "sofrer junto". Ter
compaixão é a virtude de compartilhar o sofrimento do outro. Não significa
aprovar suas razões, sejam elas boas ou más. Ter compaixão é não ter
indiferença frente ao sofrimento do outro. Jesus sofria com o sofrimento do Seu
povo. Ele conhecia seus sofrimentos, principalmente, o domínio que o pecado
exercia em suas vidas. O Senhor, que sonda os corações, podia ver e sentir a
dor presente nos corações daquele rebanho, que andava desgarrado, sem um
líder, sem alguém para alimentá-los, para levá-los às águas tranqüilas e os
livrar da sombra da morte como nos ensina o Salmista.

III – A 3ª lição é que Jesus viu a necessidade de mais obreiros virem para
a Seara do Senhor (v.37). Ao ver a quantidade de pessoas caminhando
conforme o desejo de seus corações, andando a passos largos para o
sofrimento, aflição e castigo eterno, percebeu a grandiosidade do serviço
necessário para alcançá-las e atender seus anseios, seu sofrimento, suas
aflições e livrá-las do castigo eterno, através do poder transformador da
Palavra.

IV - A 4ª lição é que Jesus compartilhou com Seus discípulos a


necessidade de orar para mais obreiros virem para a Seara do Senhor (v.
38). Jesus, mesmo sendo o próprio Deus, nunca negligenciou a necessidade e
o poder da oração. Jesus orou para curar; orou para libertar; orou para
fortalecer-se; orou para encontrar-se com o Pai. Em todos os momentos de
Seu ministério Ele orou e ensinou seus discípulos a orar e a necessidade de
orar sempre.

Nós como servos do Senhor precisamos compreender e tomarmos uma


decisão com a realidade que se nos apresenta.

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Aplicação:

I – Assim como Jesus foi até aos perdidos, como você vai responder à esta
lição? Você verá oportunidade de que vidas sejam ganhas para Cristo, mesmo
sabendo que corremos o “risco” de não termos estas pessoas em nossa
comunidade, ou verá como um a perda de tempo, dinheiro e esforços?

II – Assim como Jesus teve compaixão dos perdidos, como você vai responder
à esta lição? Você verá os sofrimentos dos perdidos como um resultado do
pecado que tanto rodeia e atinge o ser-humano, ou verá como o sofrimento dos
perdidos como resultado da vida pregressa que levam?

III – Assim como Jesus viu a necessidade de mais obreiros para a Seara do
Senhor, como você vai responder à esta lição? Você também verá a
necessidade de mais obreiros se associarem a este projeto e, quem sabe, você
também responderá afirmativamente ao chamado, não dos líderes do projeto,
mas, de Deus e fazer parte dele também, ou continuará servindo ao Senhor
com seu talento de achar que tudo que os líderes é que devem fazer o
trabalho, pois, crê que você não é um obreiro da Seara, já que esta função
pertence aos líderes da igreja.

IV - Assim como Jesus nunca negligenciou a oração em seu ministério, como


você irá responder à esta lição? Você verá a necessidade de orar para que
mais obreiros façam parte da “colheita do Senhor” ou simplesmente,
negligenciará esta necessidade, levando a Deus somente suas súplicas e suas
necessidades pessoais.

Conclusão:

Assim como os dois vendedores de sapatos de nossa ilustração inicial


vêem oportunidades ou prejuízos em uma mesma situação, como você vê os
trabalhos de Evangelismo e Ação Social de nossa Igreja? Como você responde

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os trabalhos de Evangelismo e Ação Social de nossa Igreja? O que você
pretendia e agora pretende fazer pelos trabalhos de Evangelismo e Ação Social
de nossa Igreja?
Deus o chama para ver a TRANSREPRESA 2010 os trabalhos de
Evangelismo e Ação Social de nossa Igreja com olhos espirituais, alcançando
pessoas no seu todo: bio-psico-sócio-trancendente.
Você é um ser bio-psico-sócio-trancendete, portanto, deve preocupar-
se desta mesma forma com aqueles que receberão a mensagem salvadora de
Jesus.
Que Deus nos use grandemente para este feito!

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