Sinalizacao Celular Conf

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Caso 3

Sinalização celular: insulina e glucagon

Comunicação celular
- Autócrina: uma célula que libera um mensageiro químico (ligante, sinalizador) que tem ação em receptores na
proria célula.
- Parácrina: uma célula que libera mediador químico que tem ação em receptores que estão em células adjacentes à
célula liberadora.
- Sináptica: é uma sinalização parácrina que envolve neurônio.
- Endócrina: liberação de mediadores químicos por uma célula ou por um grupo de células, esses mediadores
químicos alcançam a circulação e podem ter efeitos próximos ou em tecidos que são muito distantes. Esses
mediadores químicos vão se associar a receptores celulares.

Dois grandes grupos de receptores:


- Os que estão associados a moléculas hidrofílicas
- Os que estão associados a moléculas hidrofóbicas

Por exemplo, um hormônio derivado do colesterol é hidrofóbico, sendo assim, ele tem a capacidade de romper a
membrana celular. Se ele tem essa capacidade, ele vai atingir um receptor que está dentro da célula.
Pode ser um receptor que está no citoplasma (receptor citoplasmático) ou um receptor que está no núcleo
(receptor nuclear). Então o fato de ter um mediador químico inserido em receptor intracelular diz que esse
mediador químico tem natureza hidrofóbica.
Os que não conseguem romper a membrana celular são os hidrofílicos, os quais se associam em receptores fora da
célula (receptores de membrana). Essa ligação vai levar a uma ativação, e essa ativação vai levar a produção de
moléculas dentro da célula. Essas moléculas que são inicialmente formadas dentro da células recebem o nome de
segundos mensageiros.
O hormônio que se liga no receptor de membrana seria o primeiro mensageiro.

- O segundo mensageiro de importância no disparador é o AMPc.

Quando fala que um receptor produz uma resposta que leva à formação de um segundo mensageiro, fala-se de um
processo chamado de transdução de sinal. A transdução de sinal envolve o reconhecimento do estímulo promovido
pela ligação do mediador químico no receptor por afinidade. A ligação leva a uma série de outras respostas. A
transferência de sinal é intracelular, pode envolver fosforilação de proteínas, desfosforilação de proteínas,
ancoragem de proteínas, que levam a uma resposta celular.

Ligante se liga no receptor -> reconhecimento -> sequência de sinalização intracelular -> resposta fisiológica.

Principais classes de receptores:


- Ionotrópicos (canais iônicos regulados por ligante)-> quando o ligante se liga no receptor leva à abertura ou
fechamento do canal iônico permitindo a passagem de íons. Com a entrada desses íons, tem uma série de
possibilidades para respostas intracelulares. A resposta é muito rápida, em cerca de milissegundos.
- Nuclear -> está dentro da célula, no citoplasma ou no núcleo. O ligante entra na célula, se liga no receptor, tendo
assim, a resposta celular normalmente relacionada à transcrição (produção de novas proteínas). A resposta pode
demorar horas.
- Receptores ligados à cinase -> pode demorar horas, mas pode levar respostas quase que instantâneas. As cinases
são enzimas que colocam grupos fosfatos. Ao contrario das fosforilases ou fostatases.
▪ Receptor de tirosina cinase, é um receptor catalítico que envolve a ação da enzima que fosforila uma série de
proteínas intracelulares até levar a uma resposta celular.
- Metabotrópicos: relacionados à proteína G. O receptor é transmembrana e está associado à proteína G. O ligante
se liga no receptor, ativa a proteína G, essa proteína G vai formar segundos mensageiros que vão levar também a um
efeito celular. Respostas rápidas.
▪ Associados a um segundo mensageiro.
▪ Ligantes famosos: adrenalina e glucagon.

- O glucagon é produzido nas células alfa do pâncreas.

Tipos de proteínas G:
- Gs -> receptor estimulatório -> vai estimular um efetor, normalmente uma enzima. Está relacionada a uma proteína
alfa s. No mecanismo de ação do glucagon, a Gs está relacionada a um efetor chamado adenilato ciclase, a qual
transforma ATP em AMPc, que pode ter uma série de respostas dentro da célula, uma importante é a ativação da
proteína cinase A (PKA).
- Gi -> receptor inibitório -> impede a formação de AMPc.
- Gq -> relacionada a um outro tipo de segundo mensageiro.

- A proteína G é trimérica, tem uma subunidade hidrofílica (alfa) que consegue se mover pelo citoplasma e duas
outras subunidades hidrofóbicas (beta e gama) que não se locomovem. Essas subunidades estão associadas.
- Três particularidades da subunidade alfa: é hidrofílica então ela consegue se locomover; tem atividade GTPase
(importância: desativação do receptor. Se não tivesse a atividade GTPase ela ficaria constantemente ligada ao
receptor); tem função de ativar o efetor; troca GDP por GTP.
- Quando um ligante se associa ao receptor, a subunidade alfa troca GDP por GTP. Essa troca permite que ela sofra o
deslocamento. Ela vai se associar ao efetor e promover sua ativação. Se o efetor for a adenilato ciclase terá a
produção de AMPc.
- Outra figura-> receptor transmembrana com 7 alças, efetor e proteína G (receptor associado à proteína G). Ligante
se associa ao receptor -> a proteína G é ativada (troca de GDP ou GTP) -> nessa troca a subunidade alfa se dissocia,
migra na direção do efetor, se for a adenilato ciclase, o ATP vai ser ciclizado e vai formar AMPc. O AMPc ativa a
proteína cinase A que tem vários efeitor intracelulares, como, por exemplo, ir para o núcleo e ativar um tipo de
molécula que está relacionado com AMPc (CREB) que vai desencadear transcrição e tradução. O AMPc é o segundo
mensageiro.
- Outra figura-> Receptor transmembrana, proteína trimética com subunidade alfa ligada à GDP então ela está
inativa. Quando o ligante se liga existe a troca de GDP por GTP -> dissociação -> ativação da adenilato ciclase ->
então o ATP forma AMPc que ativa proteína cinase A -> série de respostas celulares.
- Outra figura mais sofisticada-> quando a proteína G está ativada, ela leva à formação do AMPc a partir do ATP. O
AMPc transforma a PKA da forma inativa em ativa. Tem uma proteína e uma enzima, uma que está inativa e uma
que está ativa porque para produzir uma enzima demora bastante e os efeitos desses hormônios podem ser
imediatos, então não daria tempo de ter transcrição, tradução e produção da proteína. A enzima fica pronta na
célula de forma inativada. Da forma inativada para ativada é instantâneo.
▪ Uma das possíveis respostas, é a PKA migrar para o núcleo e se associa ao receptor CREB. Ocorre transcrição e
tradução e, portanto, a produção de novas proteínas que podem posteriormente ter influência no metabolismo
celular.

Como o glucagon mantém a glicemia?


- O glucagon é liberado em circunstâncias de jejum. A adrenalina tem efeitos em receptores semelhantes ao
glucagon, o jejum também pode levar a um estresse e liberar adrenalina, mas a adrenalina pode ser liberada em
outras circunstancias também.
- Glucagon é liberado em jejum curto e prolongado por isso que ele estimula glicogenólise e gliconeogênese. Ele não
pode estimular glicogenólise e glicogênese ao mesmo tempo, pois duas vias metabólicas antagônicas não acontecem
ao mesmo tempo. Enquanto as enzimas da glicogenólise estão ativadas, as da glicogênese estão inibidas. Os
hormônios, por exemplo, glucagon e insulina, têm efeitos paradoxais porque ao mesmo tempo em que eles podem
estimular enzimas eles podem também inibir. Ao mesmo tempo que tem enzimas que são ativadas com fosforilação,
tem enzimas que são desativadas também com fosforilação. É um mecanismo muito complexo.

- Então como o glucagon interfere na glicemia?


▪ Ele se liga a um receptor associado à proteína G -> a proteína G quando é ativada forma AMPc -> ativação de
proteína cinase A (PKA) -> respostas celulares, por exemplo, ativação de enzimas da glicogenólise e da
gliconeogênese e de outro lado inibe as enzimas da glicogênese.
▪ Para o glucagon, os efeitos são essencialmente catabólicos.

Como o glucagon mantém a glicemia? (18)


▪ Na membrana celular: receptor associado à proteína G. O glucagon tem efeitos principais no fígado. A adrenalina
principalmente nos músculos.
▪ O glucagon se liga ao receptor na membrana celular do hepatócito, há dissociação da subunidade alfa, essa
dissociação passa a adenilato ciclase da forma inativa para a forma ativa e ela forma AMPc. O AMPc ativa a proteína
cinase A (PKA). A proteína cinase ativa tem 3 funções:
• pode passar pelo poro nuclear, se associar ao CREB e levar à transcrição e tradução proteica.
• transforma glicogênio sintase de ativa para inativa. A inativa está fosforilada. A glicogênio sintase é uma enzima da
glicogênese, logo a PKA inibe a glicogênese através da inativação da glicogênio sintase.
• transforma fosforilase cinase da forma inativa para a forma ativa colocando fosfato. Logo, essa função é ativar a
fosforilase cinase. Essa fosforilase cinase ativa vai agir em outra enzima chamada glicogênio fosforilase e ativa-la. A
glicogênio fosforilase é uma enzima da glicogenólise. A glicogênio fosforilase tira as unidades de glicose do
glicogênio. Essas unidades de glicose estão na forma de glicose 1-fosfato, a qual é convertida em glicose 6-fosfato
que é convertida finalmente em glicose. Essa glicose vai para a corrente sanguínea para manter a glicemia.
- Pensar nas vias inibidas pela ação do glucagon e por que e quais as vias ativadas e por quê.
▪ Vias inibidas: glicogênese é inibida porque existe inibição da glicogênio sintase pela PKA.
▪ Vias estimuladas: glicogenólise. A PKA desencadeia no final a ativação da glicogênio fosforilase.
- Todas essas reações acontecem no hepatócito e não no músculo porque o músculo não tem a glicose 6-fosfato. Por
isso que o armazenamento de glicose que tem no músculo não serve para manter a glicemia.

- Receptores catalíticos. O da insulina é relacionado à tirosina cinase. Cinase quer dizer enzima que tem a função de
colocar grupo fosfato. O fosfato é inserido nos resíduos de tirosina do receptor.

Como a insulina ativa a via de sinalização celular, como ela está envolvida com o metabolismo?

- O receptor de insulina tem as subunidades alfa que são extracelulares. Essas subunidades alfa estão associadas à
subunidade beta. Ou seja, é um receptor dimérico, tem dois monômeros.
- A insulina se liga na subunidade alfa. Uma vez ligada à subunidade alfa, a subunidade beta é ativada. Os resíduos de
tirosina da subunidade beta vão sofrer fosforilação.
- O receptor de insulina além de ter função enzimática (função de cinase), ele também adiciona grupo fosfato e faz
função de catálise (é um receptor catalítico).
- A insulina, quando ativa a subunidade beta, ela fosforila os resíduos de tirosina, essa fosforilação vai favorecer a
fosforilação de uma família de proteínas chamada de proteínas substrato do receptor de insulina (SRI). Quando tem
a fosforilação dessa família de proteínas, vai ter a ancoragem de outras proteínas que vão desencadear respostas
celulares diferentes.
▪ O receptor relacionado à insulina está relacionado com uma cascata de fosforilação intracelular e essa cascata leva
aos efeitos metabólicos esperados da insulina.

- Membrana celular com receptor dimérico. A insulina se liga à subunidade alfa, ativa a subunidade beta por ter
atividade de cinase, então ela vai inserir grupos fosfatos nos resíduos de tirosina. Quando essas tirosinas são
fosfatadas, tem fosforilação de outras proteínas como a família SRI, em seguida tem a ancoragem de um monte de
outras proteínas. A proteína RAS é uma proteína pequena associada com GTP e também associada com ativação e
inativação de resíduos de .......... e de .......... . A proteína RAS ativa uma MAP cinase ou MAPK que está relacionada
com a ativação de inúmeros mecanismos fisiológicos e bioquímicos, por exemplo, ela está relacionada com
expressão gênica e crescimento e diferenciação celular.
Na ancoragem de proteínas, as fosforilações da parte beta do receptor também leva à ativação de uma série de
proteínas. A TC10 é uma proteína pequena relacionada com uma série de eventos celulares, mas para a insulina tem
relação muito direta com a polimerização da actina. Ela estabiliza os microfilamentos polimerizando a actina e
favorece a translocação dos GLUTS que estão dentro da célula para a superfície celular. Por isso que a insulina
permite a passagem de glicose do sangue para dentro da célula.
▪ Os GLUTS 4 ficam armazenados em vesículas no citoplasma da célula e para eles migrarem para a membrana
celular precisam de estímulos, o estímulo mais importante é a ação da insulina. A ligação da insulina estimula a
proteína TC10 que polimeriza e estabiliza os filamentos de actina e permite a migração dos GLUT para a superfície.
Esse transporte de GLUT para a superfície também é favorecido pela prática de exercício físico, por isso exercício
físico ajuda a manter a glicemia.

Ações da insulina:
- Expressão gênica
- Crescimento e diferenciação celular -> resposta de longo prazo
- Translocação de GLUT
- Ativação e inibição enzimática
▪ Ativa as vias: glicogênese, lipogênese e síntese proteica.
▪ Inibe as enzimas da glicogenólise e ativa as da glicogênese.

- A sinalização da insulina envolve uma cascata de fosforilação que acontece de forma muito sincronizada que vai
levar ao transporte de GLUT, síntese proteica, ativação e inibição enzimática e transcrição gênica. Tudo isso auxilia
na regulação do metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas e no crescimento e diferenciação celular.

Ações da insulina:
- Transporte de glicose.
- Ativação da glicogênese.
- Ativação da síntese de ácidos graxos e posteriormente de triacilglicerídeos para serem armazenados no tecido
adiposo.
- Inibição da lipólise, da glicogenólise e da glicogeogênese.

Possibilidades para a finalização de respostas:


- Insulina se desligar do receptor.
- Ação de fosfodiesterases. Elas transformam AMPc de volta em AMP (não funciona como segundo mensageiro).
- Ação de fosfatases. Elas retiram fosfato e podem inibir enzimas.
- Ação de GTPases. Elas transformam GTP em GDP. A proteína G só fica ativa quando troca GDP por GTP, ou seja, as
GTPases inativam a proteína G.
- Internalização do receptor. O receptor se junta a endossomos, pode ser metabolizado e degradado.
- Dessensibilização do receptor. Quando a proteína arrestina se liga no receptor ele perde a afinidade pelo ligante.

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