Sistema de Controle - Forno de Ceramica

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE TELÊMACO BORBA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

Utilização de Sistema de Controle em um Forno de


Cerâmica: Um Estudo de Caso

WELLINGTON LUIZ SOUZA DE OLIVEIRA

Telêmaco Borba - PR
2023
WELLINGTON LUIZ SOUZA DE OLIVEIRA

Utilização de Sistema de Controle em um


Forno de Cerâmica: Um Estudo de Caso

Trabalho apresentado para a disciplina de Con-


trole e Automação Industrial, do Curso de Enge-
nharia Mecânica, do Centro Universitário UNIFA-
TEB, como requisito parcial para aprovação desta
disciplina.

Orientador: Prof. Rafael Mendes Leal

Telêmaco Borba - PR
2023
SUMÁRIO

SUMÁRIO 3

1 Introdução 4

2 Desenvolvimento 5
2.1 Sistema Mecânico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Modelo Matemático PID . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3 Análise em Python . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.4 Solução do Projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.4.1 Dados: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.4.2 Programação: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.5 Implementação (Opcional) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

3 Considerações Finais 9

4 Conclusão 9

Referências 11
4

1 Introdução
Imagine uma fábrica de cerâmica que depende fortemente da consistência na qualidade
de seus produtos, os quais são moldados e depois queimados em um forno. Esse forno,
crucial para o processo, requer um controle de temperatura preciso ao longo do ciclo de
queima para garantir a integridade das peças cerâmicas.
O desafio reside na manutenção precisa da temperatura ao longo do tempo, pois flu-
tuações bruscas podem comprometer a qualidade das peças. Se a temperatura subir
rapidamente demais, as peças podem rachar; por outro lado, se o aquecimento for muito
lento, pode haver atrasos na produção.
O forno, por sua vez, é um ambiente complexo, com variações de temperatura devido
à distribuição desigual do calor, nı́veis diferentes de isolamento térmico e variações nos
materiais das peças de cerâmica. Pequenas variações na temperatura podem ter impactos
significativos na qualidade dos produtos finais.
A eficiência energética também é crucial. A manutenção de uma temperatura estável
não deve sacrificar excessivamente o consumo de energia, o que implica encontrar um
equilı́brio entre a qualidade do produto e a eficiência do processo.
Portanto, o problema fundamental é o controle preciso da temperatura do forno ao
longo do ciclo de queima das peças de cerâmica. Isso implica desenvolver um sistema
capaz de ajustar dinamicamente a temperatura, considerando variáveis como a entrada
de novas peças, variações ambientais e mudanças nas condições de operação.
Segundo Ogata o controle automático é considerado importante em qualquer campo
da engenharia e da ciência, sendo um componente importante e intrı́nseco em sistemas
robóticos, de manufatura, veı́culos espaciais e em diversas operações industriais que en-
volvam o controle de pressão, umidade, vazão, temperatura, dentre outros.
A necessidade de um controlador, como o PID, torna-se evidente. Ele desempenha um
papel fundamental no ajuste da energia fornecida ao forno e na ventilação para manter a
temperatura estável, respondendo rapidamente às mudanças nas condições do ambiente
do forno.
O desafio prático é encontrar os parâmetros ideais do controlador PID que se adaptem
às caracterı́sticas especı́ficas do forno e do processo de queima de cerâmica. Isso significa
encontrar valores de Kp , Ki e Kd que minimizem oscilações, garantam estabilidade e
assegurem a qualidade do produto final, ao mesmo tempo em que otimizam o consumo
de energia.
Segundo (NISE, 2017), o sistema de controle proporcional, integral e derivativo é uma
das formas mais simples de fazer o controle de atuadores no chão de fábrica da indústria,
programado dentro de drivers, como soft starters, inversores de frequência e CLPs.
Em suma, o problema a ser solucionado é o desenvolvimento de um sistema de controle
que garanta a estabilidade da temperatura do forno durante o processo de queima das
5

peças de cerâmica, levando em consideração a precisão necessária, a eficiência energética


e a consistência na qualidade do produto final.

2 Desenvolvimento
2.1 Sistema Mecânico
O forno utilizado neste contexto é um sistema termicamente controlado, composto por
resistências elétricas para aquecimento e um sistema de ventilação para resfriamento. Sen-
sores de temperatura são estrategicamente posicionados dentro do forno para monitorar
e fornecer feedback em tempo real sobre as variações de temperatura.
As resistências elétricas são responsáveis por aquecer o forno, sendo controladas pela
potência fornecida a elas. Essas resistências são distribuı́das de maneira a garantir uma
distribuição uniforme do calor dentro do forno, mas mesmo assim, variações podem ocorrer
devido a diferenças no isolamento térmico, nas propriedades dos materiais e na disposição
das peças cerâmicas.
O sistema de ventilação, por sua vez, é acionado para resfriar o forno, permitindo um
controle mais preciso da temperatura ao final do ciclo de queima. Esse sistema é crucial
para permitir que a temperatura diminua dentro do forno de maneira controlada, evitando
choques térmicos nas peças cerâmicas e mantendo sua integridade.
Os sensores de temperatura fornecem informações em tempo real sobre a distribuição
e a variação da temperatura dentro do forno. Esses dados são essenciais para o controle
preciso da temperatura e para a retroalimentação ao controlador, permitindo ajustes
necessários para manter a estabilidade térmica.
Em resumo, o sistema mecânico do forno consiste em resistências elétricas para aque-
cimento, um sistema de ventilação para resfriamento e sensores de temperatura para mo-
nitoramento em tempo real. Esse conjunto permite um controle mais preciso e eficiente
da temperatura durante o ciclo de queima das peças de cerâmica.

2.2 Modelo Matemático PID


O controlador PID é uma técnica de controle que utiliza três termos - proporcional,
integral e derivativo - para calcular a saı́da do sistema. No caso deste forno, o controlador
PID é representado por:
Z
d
PID(t) = Kp · e(t) + Ki · e(t) dt + Kd · e(t), (1)
dt
onde:

• Kp é o ganho proporcional que ajusta a resposta do sistema proporcionalmente ao


erro atual.
6

• Ki é o ganho integral que considera o acumulado de erros ao longo do tempo.

• Kd é o ganho derivativo que leva em conta a taxa de variação do erro.

2.3 Análise em Python


Usaremos Python com bibliotecas como NumPy, SciPy e Matplotlib para simular o
comportamento do sistema de controle de temperatura do forno. Isso envolverá a criação
de um modelo do forno, a simulação do controlador PID e a análise dos parâmetros para
otimização. Utilizaremos dados reais coletados dos sensores de temperatura para calibrar
o modelo.

2.4 Solução do Projeto


Aqui, o objetivo é determinar os valores ideais de Kp , Ki e Kd que minimizam o
erro e proporcionam uma resposta estável e rápida do sistema. Isso envolve uma análise
cuidadosa dos resultados da simulação em Python para encontrar o equilı́brio entre res-
posta rápida do sistema e minimização do overshoot (excesso na resposta). Além disso,
a solução do projeto inclui a consideração dos ciclos de aquecimento e resfriamento do
forno para evitar oscilações e garantir a estabilidade da temperatura ao longo do processo
produtivo.

2.4.1 Dados:

Os valores especı́ficos de temperatura e tempo podem variar significativamente com


base no tipo de cerâmica, configurações do forno e requisitos do processo de queima. Aqui
estão valores aproximados que podem ser considerados como referência inicial:

1. Temperaturas:

• Tempo de Estabilização: Geralmente, um forno de cerâmica pode levar de 1


a 3 horas para atingir a temperatura de queima desejada, por exemplo, entre
900°C a 1200°C, dependendo do tipo de cerâmica.
• Tempo de Queima: Esse perı́odo pode variar, mas em média, pode ser de 4 a
12 horas, dependendo da complexidade das peças e da temperatura de queima.

2. Perfil de Aquecimento e Resfriamento:

• Taxa de Aquecimento: Pode ser de 100°C por hora até atingir a temperatura
de queima desejada.
• Taxa de Resfriamento: Depois da queima, o resfriamento pode ocorrer em
torno de 50°C por hora para evitar choques térmicos nas peças cerâmicas.
7

Esses valores são aproximados e devem ser adaptados com base na prática e nos
requisitos especı́ficos do processo de produção de cerâmica. O controle PID buscará
manter a temperatura ao longo desses intervalos de tempo, ajustando a potência das
resistências e a ventilação para alcançar essas taxas de aquecimento e resfriamento de
maneira estável.

2.4.2 Programação:

Para criar um modelo matemático com base nos dados fornecidos, podemos simular
um sistema de controle de temperatura do forno de cerâmica usando o controlador PID.
Vou considerar um exemplo hipotético com valores de temperatura e tempo para mostrar
como o controlador PID pode ser aplicado.
Vamos usar os seguintes parâmetros hipotéticos:

• Temperatura alvo de queima: 1100°C;

• Tempo de estabilização até a temperatura desejada: 2 horas;

• Taxa de aquecimento inicial: 100°C por hora

• Tempo de queima: 8 horas;

• Taxa de resfriamento: 50°C por hora.

E para o modelo do controlador PID, usaremos valores iniciais aproximados:

• Ki = 0.5Kp = 0.5

• Kp = 0.05Ki = 0.05

• Kd = 0.1Kd = 0.1

Aplicação do controlador PID ao sistema de controle de temperatura do forno:


1 # Simulacao do controlador PID para controle de temperatura no forno de
ceramica
2

3 # Definicao dos parametros


4 temperatura_alvo = 1100 # Temperatura alvo de queima ( em graus Celsius )
5 t e mp o _ es t a bi l i za c a o = 2 # Tempo de estabilizacao ate a temperatura
desejada ( em horas )
6 taxa_aquecimento = 100 # Taxa de aquecimento inicial ( em graus Celsius
por hora )
7 tempo_queima = 8 # Tempo de queima ( em horas )
8 tax a_resf riamen to = 50 # Taxa de resfriamento ( em graus Celsius por
hora )
9 Kp = 0.5 # Ganho proporcional
8

10 Ki = 0.05 # Ganho integral


11 Kd = 0.1 # Ganho derivativo
12 # Simulacao do controlador PID para controle de temperatura no forno de
ceramica
13 # Definicao dos parametros
14 temperatura_alvo = 1100 # Temperatura alvo de queima ( em graus Celsius )
15 t e mp o _ es t a bi l i za c a o = 2 # Tempo de estabilizacao ate a temperatura
desejada ( em horas )
16 taxa_aquecimento = 100 # Taxa de aquecimento inicial ( em graus Celsius
por hora )
17 tempo_queima = 8 # Tempo de queima ( em horas )
18 tax a_resf riamen to = 50 # Taxa de resfriamento ( em graus Celsius por
hora )
19 Kp = 0.5 # Ganho proporcional
20 Ki = 0.05 # Ganho integral
21 Kd = 0.1 # Ganho derivativo
22 # Simulacao do controle de temperatura
23 tempo_total = te m p o_ e s ta b i li z a ca o + tempo_queima # Tempo total do ciclo
de queima
24 tem peratu ra_atu al = 25 # Temperatura inicial do forno
25 erro_anterior = 0
26 integral = 0
27 t e m p e r a t u r a s _ r e g i s t r a d a s = [] # Para armazenar as temperaturas durante
o ciclo
28 for tempo in range ( tempo_total ) :
29 # Calculando o erro
30 erro = temperatura_alvo - te mperat ura_at ual
31 integral += erro
32 derivativo = erro - erro_anterior
33 # Aplicando o controlador PID
34 controle = Kp * erro + Ki * integral + Kd * derivativo
35 # Simulacao da variacao da temperatura
36 if tempo < te m p o_ e s ta b i l iz a c ao :
37 tem peratu ra_atu al += taxa_aquecimento
38 else :
39 tem peratu ra_atu al -= tax a_resf riamen to
40 # Aplicacao do controle PID
41 tem peratu ra_atu al += controle
42 # Armazenando a temperatura simulada
43 t e m p e r a t u r a s _ r e g i s t r a d a s . append ( t empera tura_a tual )
44 erro_anterior = erro
45 # Visualizacao dos resultados
46 import matplotlib . pyplot as plt
47 plt . plot ( range ( tempo_total ) , t e m p e r a t u r a s _ r e g i s t r a d a s )
48 plt . xlabel ( ’ Tempo ( horas ) ’)
49 plt . ylabel ( ’ Temperatura ( C ) ’)
50 plt . title ( ’ Controle de Temperatura no Forno de Ceramica com PID ’)
9

51 plt . axhline ( y = temperatura_alvo , color = ’r ’ , linestyle = ’ -- ’ , label = ’


Temperatura Alvo ’)
52 plt . legend ()
53 plt . grid ()
54 plt . show ()

Figura 1: Controle de Temperatura no Forno de Cerâmica com PID.

Fonte: (Autor, 2023).

2.5 Implementação (Opcional)


Após a definição dos parâmetros do controlador PID com base na análise dos dados,
a implementação prática no ambiente do forno de cerâmica é crucial. O controlador
PID é integrado ao sistema de controle do forno, recebendo feedback dos sensores de
temperatura em tempo real. Ajustes contı́nuos são realizados para garantir a estabilidade
da temperatura.

3 Considerações Finais
O controle de temperatura no processo de queima de cerâmica é essencial para a qua-
lidade dos produtos finais. A implementação do controlador PID, embasada em dados
reais, oferece uma solução sólida para manter a estabilidade térmica do forno. A capa-
cidade de ajuste dinâmico e contı́nuo do PID é crucial para lidar com as variações do
ambiente.

4 Conclusão
O estudo destaca a importância do controle preciso de temperatura no processo de
queima de cerâmica. A implementação do controlador PID, baseada em análise de dados
10

reais, demonstra ser uma solução robusta para manter a estabilidade térmica do forno. A
capacidade do PID de ajustar dinamicamente os parâmetros garante uma resposta eficaz
e adaptável a variáveis em constante mudança. A integração do PID no ambiente real do
forno oferece uma solução viável para a produção de cerâmica de alta qualidade.
Essa adição destaca a implementação do controlador PID no contexto especı́fico do
forno de cerâmica, bem como a conclusão do estudo, enfatizando a importância do controle
preciso da temperatura e a eficácia da solução proposta.
11

Referências
NISE, N. S. Engenharia de Sistemas de Controle. 7. ed. Rio de Janeiro: Grupo
Editorial Nacional, 2017.

OGATA, K. Engenharia de Controle Moderno. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do


Brasil, 1982.

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