Obrigação Tributária
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Obrigação Tributária
Autor:
Fábio Dutra
19 de Abril de 2024
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Índice
1) Obrigação Tributária - Aspectos Gerais
..............................................................................................................................................................................................3
6) Domicílio Tributário
..............................................................................................................................................................................................
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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Muitos conceitos se entrelaçarão a partir desse momento. Embora tenhamos visto apenas superficialmente
alguns aspectos relativos à obrigação tributária, você será capaz de perceber que “a coisa” está começando
a fazer sentido.
De início, é importante saber que a obrigação tributária caracteriza-se por uma relação jurídica estabelecida
entre dois indivíduos, credor e devedor, cujo objeto consiste em uma prestação de dar, fazer ou deixar de
fazer algo.
Assim, faz-se necessário conhecer os elementos subjetivos (sujeitos) e objetivos (prestações) da obrigação.
No que concerne aos sujeitos envolvidos na relação obrigacional, cabe destacar que o devedor é
denominado sujeito passivo, e o credor, sujeito ativo.
Em direito tributário, o sujeito ativo é o ente instituidor do tributo (União, Estados, DF ou Municípios) ou a
pessoa jurídica de direito público titular da capacidade tributária ativa que, como já vimos, é responsável
pela arrecadação e fiscalização do tributo.
Em relação ao outro sujeito da obrigação tributária, isto é, o sujeito passivo, pode-se afirmar que este é o
particular (pessoa física ou jurídica), que fica sujeito ao cumprimento das obrigações tributárias.
Atenção!
Quando você ouvir falar em "obrigação tributária", sempre lembre-se de que é uma
relação obrigacional entre a Fazenda Pública e o sujeito passivo! Nunca memorize como
sendo necessariamente obrigação de pagar tributos, pois, como veremos, não se
resume a isso, e pode abranger outras obrigações também! Combinado?
No tocante aos elementos objetivos da obrigação, cabe observar que, as prestações de dar e de fazer exigem
uma ação do devedor, sendo, portanto, consideradas prestações positivas. Já a obrigação de deixar de fazer,
caracteriza-se por uma abstenção do devedor, sendo considerada prestação negativa.
Assim, retornando nossos olhares para o Direito Tributário, podemos ter a obrigação de dar representada
pelo dever de entregar dinheiro ao Fisco, pagando tributos ou multas. É denominada de obrigação principal.
No que se refere às obrigações de fazer ou deixar de fazer algo, pode-se definir como prestações acessórias,
com o objetivo de auxiliar a arrecadação e fiscalização tributária. Assim, por exemplo, o particular pode ser
obrigado a escriturar livros fiscais (obrigação de fazer algo), como também não impedir o acesso da
fiscalização à sua empresa (obrigação de deixar de fazer algo). São as denominadas obrigações acessórias.
Nesse contexto, estabelece o caput do art. 113 CTN que a obrigação tributária é principal ou acessória.
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Obrigação Principal: sempre envolve "pagamento" (pode ser tributo ou multa, mas sempre será
pagamento).
Estudaremos cada um delas a seguir. No entanto, antes disso, é bom que você guarde que,
independentemente de a obrigação ser principal ou acessória, surge com a ocorrência do fato gerador. Ou
seja, há uma hipótese de incidência prevista abstratamente que, ocorrida no mundo concreto, faz gerar o
liame entre o sujeito ativo e o sujeito passivo, isto é, a relação jurídico-tributária.
Observação: Vamos começar a adotar o conceito de sujeito ativo e sujeito passivo nesse
momento. No que se refere ao sujeito passivo, veremos, nesta aula, que nem todo devedor
é contribuinte.
Nessa linha de raciocínio, só existe obrigação tributária se houver um fato gerador, já que é com a
ocorrência deste que surge a obrigação tributária. Esse assunto será estudado ainda nesta aula.
Portanto, na aula de hoje, nós também vamos estudar a hipótese de incidência e o fato gerador, e as
diferenças conceituais entre eles, mas antes é necessário entender melhor o que é uma obrigação tributária
principal e acessória.
Vamos lá!
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A definição de obrigação principal consta no art. 113, § 1º, do Código Tributário Nacional. Acompanhemos
sua redação:
Art. 113:
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto
o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o
crédito dela decorrente.
O dispositivo supracitado deve ser dividido em três partes a fim de que você o compreenda perfeitamente:
Já foi dito nesta aula que o surgimento de uma obrigação tributária realmente pressupõe a ocorrência de
um fato gerador, e ainda falaremos muito sobre isso ao longo da aula. De antemão, podemos considerar que
o fato gerador é a concretização no mundo real de uma hipótese de incidência prevista na lei. Por exemplo:
a lei municipal instituidora do IPTU estabelece que haverá incidência desse imposto quando uma pessoa for
proprietária de um imóvel urbano. Quando “fulano” adquire um imóvel e passa a ser seu proprietário, ocorre
o fato gerador do IPTU, surgindo a obrigação tributária principal.
No tocante ao objeto da obrigação principal, podemos dizer que compreende uma prestação pecuniária, isto
é, de entregar dinheiro, nela consistindo tanto o pagamento de tributo quanto multa tributária. Assim, se a
obrigação é principal, deve haver dinheiro como seu objeto.
Nós já vimos no nosso curso, que os tributos, pelo próprio conceito, distinguem-se das multas, pois aqueles
não podem constituir sanção por ato ilícito, correto? Embora não se confundam, ambos têm algo em
comum: possuem conteúdo pecuniário. Sendo assim, os tributos e as multas constituem obrigação
tributária principal.
A multa não se confunde com tributo, mas a obrigação de pagá-la é de natureza tributária,
ou seja, uma obrigação tributária pode ter como conteúdo o pagamento de uma multa
tributária.
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Por fim, no tocante à extinção da obrigação tributária principal, o CTN estabeleceu que se dá juntamente
com a extinção do crédito dela decorrente, ou seja, com a extinção do crédito tributário. Também
discorreremos ao longo da aula sobre a distinção entre obrigação tributária e crédito tributário, mas, de
antemão, guarde que o crédito tributário é a obrigação tributária que já se encontra em fase de exigibilidade,
ou seja, já pode ser cobrada do sujeito passivo.
Desse modo, se o sujeito passivo extingue o crédito tributário, extinta estará também a obrigação tributária
que lhe deu origem. Neste momento, convido você a verificar a redação do art. 156, do CTN, que trata das
hipóteses de extinção do crédito tributário. Não se preocupe em compreendê-las por completo, mas veja
que o pagamento (inciso I) extingue o crédito tributário. Assim sendo, se o sujeito passivo paga o tributo,
extingue o crédito tributário e, também, a obrigação tributária que lhe deu origem! O raciocínio é bastante
simples!
Como decorrência do próprio nome, as obrigações acessórias possuem como finalidade auxiliar a
arrecadação e fiscalização dos tributos. Isso significa que o objetivo é facilitar o cumprimento da obrigação
tributária principal. São obrigações meramente instrumentais.
No § 2º do art. 113, do CTN, foi previsto que o objeto das obrigações acessórias são as prestações positivas
ou negativas. As primeiras dizem respeito ao “fazer algo”, as segundas, ao “deixar de fazer algo”. Não há,
portanto, qualquer movimentação no “bolso” do sujeito passivo. Guarde isso!
Um detalhe que pode gerar dúvidas em muitas é se as obrigações acessórias dependem ou não da existência
da obrigação principal.
No Direito Civil, aprende-se a regra de que “o acessório segue o principal”. Portanto, se, por exemplo, um
fazendeiro se compromete a entregar uma égua prenha ao vizinho, o futuro potro está inserido na obrigação.
No Direito Tributário, por outro lado, as obrigações tributárias acessórias independem da existência de uma
obrigação principal. Vamos ver um exemplo já estudado?
As entidades de assistência social são imunes aos impostos incidentes sobre o seu patrimônio, por exemplo,
conforme previsão no art. 150, VI, c, da CF/88. No entanto, nós vimos que tais entidades ficam sujeitas a
algumas obrigações previstas no art. 14 do CTN (requisitos para fruição da imunidade). Elas devem, por
exemplo, manter a escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de
assegurar sua exatidão.
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Com a ilustração acima, fica fácil perceber a autonomia da obrigação acessória. Veja que a entidade é imune
aos impostos (não há obrigação principal), mas ainda assim fica obrigada a cumprir os deveres burocráticos,
para auxiliar o controle da atividade de fiscalização.
Embora não haja uma relação de dependência entre a obrigação principal e a acessória, a inobservância
desta pode ensejar a surgimento daquela, ou seja, o descumprimento da obrigação acessória gera uma
obrigação principal, que são as multas. Observe a redação do § 2º do art. 113, do CTN:
Art. 113:
(...)
Embora o CTN tenha mencionado que a obrigação acessória, se não cumprida, “converte-se” em obrigação
principal, deve-se entender que a obrigação acessória não deixa de existir. Nesse caso, o sujeito passivo fica
obrigado a cumprir a obrigação acessória e ainda assim pagar a multa (obrigação principal).
Em síntese, no Direito Tributário, o entendimento que você deve gravar é o de que a obrigação acessória
não segue o principal (é independente e autônomo), mas a sua inobservância pode fazer surgir uma
obrigação principal.
Nunca se esqueça de que a dispensa do cumprimento das obrigações acessórias deve ser
interpretada literalmente!
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Não podemos confundir, de forma alguma, os conceitos de hipótese de incidência e fato gerador! A hipótese
de incidência foi conceituada por Geraldo Ataliba da seguinte forma:
“A hipótese de incidência é a descrição hipotética e abstrata de um fato. É parte da norma tributária. É o meio pelo qual o
legislador institui um tributo. Está criado um tributo, desde que a lei descreva sua h.i., a ela associando o mandamento
“pague”.” (ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. 2012. 13ª Edição. Pág. 66)
Nessa esteira, quando o legislador institui o tributo, surge a hipótese de incidência, sendo esta a previsão
abstrata do fato que dará causa à obrigação tributária.
Quando o fato se concretizar, surge, então, o fato gerador, dando nascimento à obrigação tributária. É
nesse momento que se cria a obrigação de pagar o tributo, sendo que a exigibilidade só poderá ser feita, em
regra, após o lançamento, quando fica constituído o crédito tributário.
Observação: É possível que o tributo seja pago antes de se concretizar o fato gerador.
Trata-se do mecanismo da substituição tributária, que será estudado em momento
oportuno.
Frise-se: quando a hipótese de incidência se concretiza, dizemos que houve subsunção do fato à hipótese
de incidência, ocorrendo, então o fato gerador.
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É muito importante memorizar esses termos, pois quando o examinador quer surpreender o candidato ele
normalmente traz esses termos inusitados. Isso, a partir de agora, não é mais novidade para você!
Fato Gerador → Fato Imponível, Fato Gerador in concreto, Fato Jurígeno, Fato Jurídico
Tributário
Observação: Não é difícil de memorizar os termos. Como o fato gerador está relacionado,
por óbvio, a um fato, todos os seus termos são iniciados por FATO. A única exceção é o fato
in abstrato, que obviamente se refere à previsão abstrata da norma, sendo esta a hipótese
de incidência.
Para que tudo fique mais claro, vamos exemplificar: sabemos que a CF/88 conferiu aos Estados a
competência tributária para instituir imposto sobre a propriedade de veículos automotores.
Logo, quando o Estado do Acre institui o IPVA, na lei instituidora, há a previsão de uma hipótese de
incidência, que é possuir veículo automotor. No momento em que o sujeito passivo adquire um veículo
automotor, o fato (possuir o veículo) subsume-se à hipótese de incidência, ocorrendo o fato gerador e
surgindo a obrigação tributária.
Aí eu te pergunto: qual é o momento exato da ocorrência desse fato gerador? Qual será o valor exato da
obrigação tributária? Enfim, é de se destacar que a lei instituidora precisa definir, além do elemento material
(possuir o veículo automotor, no exemplo fornecido), outros aspectos que vão definir com precisão a
obrigação tributária.
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Nos arts. 114 e 115 do CTN, o legislador disciplina os fatos geradores da obrigação principal e da obrigação
acessória.
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária
e suficiente à sua ocorrência.
A doutrina critica a redação desse dispositivo, pois o legislador disse que o “fato gerador” é a “situação
definida em lei”, sendo que esta, na verdade, é a hipótese de incidência, como estudamos. Logo, pode-se
dizer que o CTN considerou os institutos como sinônimos.
Ignorando a crítica feita, devemos saber que para se concretizar o fato gerador, deve ocorrer a situação que
foi definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Isto é, devem estar presentes todos os
requisitos previstos em lei para que ocorra o fato gerador da obrigação principal.
Muito cuidado com questões que afirmam que o fato gerador é a situação definida em lei
como suficiente (ou necessária à sua ocorrência). Isso está errado!
Para que a assertiva seja considerada correta, deve-se conter as palavras “necessária” e
“suficiente”!
Quando uma lei institui certo tributo (obrigação principal), é necessário prever os contribuintes, a base de
cálculo, as alíquotas e, necessariamente, o fato gerador!
Como não há exceções ao princípio da legalidade, no que se refere à instituição de tributos, o fato gerador
da obrigação principal deve ser definido em lei ou medida provisória.
Vale relembrar que, em relação aos impostos, cabe à lei complementar nacional definir os fatos geradores,
bases de cálculo e contribuintes (CF/88, art. 146, III, a).
Observação: A definição dos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes dos impostos
por lei complementar não se confunde com a instituição, tendo em vista que se trata do
estabelecimento de normas gerais.
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Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação
principal.
O legislador estabelece que o fato gerador da obrigação acessória é a situação definida na legislação
aplicável, diferentemente do que foi previsto no fato gerador da obrigação principal, em que foi mencionada
apenas “lei”.
Como vimos, legislação tributária compreende tanto os atos normativos primários, como os secundários
(infralegais). É nessa linha que muito se discute acerca da permissão conferida pelo CTN para que a
obrigação acessória seja instituída por normas infralegais.
Os que argumentam em sentido contrário, alegam que, de acordo com o art. 5º, II,da CF/88, ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Logo, somente lei poderia criar
obrigações tributárias, sejam elas principais ou acessórias.
Para o STJ (REsp 724.779/RJ), a regulação das obrigações acessórias “foi legada à legislação tributária" em
sentido lato, podendo ser disciplinados por meio de decretos e de normas complementares, sempre
vinculados à lei da qual dependem”.
Cabe destacar também que o art. 115 do CTN deixou claro que o fato gerador da obrigação acessória é
aquela situação que impõe a prática ou abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Por conseguinte, como já estudamos, a legislação pode prever como obrigação acessória a entrega de
declarações ao Fisco (prática de ato) bem como a obrigação de o contribuinte não impedir o acesso da
fiscalização à sua empresa (abstenção de ato).
Nós estudamos que o aspecto temporal da hipótese de incidência define o momento em que o fato gerador
considera-se ocorrido. Correto?
O CTN, como você deve se lembrar, foi recepcionado como lei de normas gerais em matéria tributária. Nesse
sentido, o Código estabeleceu um “padrão” para definir o momento em que os fatos geradores serão tidos
por ocorridos.
Observação: A regra que veremos abaixo comporta exceções, ou seja, é aplicável “salvo
disposição de lei em contrário”. Isso significa que os entes federados podem estipular
outro momento como o de ocorrência do fato gerador.
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De acordo com esse “padrão” criado pelo CTN no art. 116 (faça uma leitura no dispositivo), os fatos geradores
são divididos em duas categorias, quais sejam: aqueles que tomam por base uma situação de fato e os que
levam em consideração uma situação jurídica.
“Mas o que vem a ser situação de fato e situação jurídica, professor?” Eu explico. Vamos lá!
Em alguns casos, a situação definida em lei como o fato gerador do tributo já foi prevista em lei em outro
ramo do direito (Civil ou Empresarial, por exemplo), havendo consequências jurídicas predeterminadas. Por
exemplo, o ITCMD incide sobre uma situação jurídica, haja vista que a transmissão de propriedade já foi
regulamentada no âmbito do Direito Civil.
Nesse caso, como o fato gerador é baseado em uma situação jurídica, o art. 116, II, do CTN, dispõe que, salvo
disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido no momento em que a situação esteja
definitivamente constituída (no caso, transferida a propriedade) nos termos de direito aplicável. Segue-
se, portanto, o que já havia sido definido. ==15c02a==
Por outro lado, quando a situação definida em lei como o fato gerador do tributo não tenha sido definida em
outro ramo do direito como capaz de gerar efeitos jurídicos, ou seja, somente produza efeitos econômicos,
temos a situação de fato. Citemos, como exemplo, a entrada de mercadorias estrangeiras no território
nacional não era, antes de ser instituído o II, situação jurídica, pois não produzia efeitos jurídicos em nenhum
outro ramo do direito.
Para os fatos geradores definidos com base em situação de fato, o CTN, no art. 116, I, estabeleceu que, salvo
disposição de lei em contrário, o fato gerador ocorre desde o momento em que o se verifiquem as
circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios, ou seja,
com a entrada das mercadorias.
Na prática, isso não é possível, pois é muito difícil precisar o momento em que as mercadorias entram no
território nacional. Nesse caso, o legislador, no art. 23 do Decreto-lei 37/1966, valeu-se da exceção permitida
pelo CTN para definir que, para fins de cálculo, o fato gerador do II considera-se ocorrido na data do registro
da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho para consumo.
Vamos iniciar esse tópico transcrevendo o que foi disposto no art. 117 do CTN:
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior (referente às situações jurídicas
estudadas no tópico anterior) e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios
jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
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Vamos entender tudo isso aí. Fique tranquilo(a)! Parece complicado, mas não é!
O alvo do nosso estudo nesse momento é a condição, figura disciplinada no art. 121 do Código Civil, sendo
aplicável, no Direito Tributário, aos negócios jurídicos, que podem ser exemplificados pelos contratos em
geral.
Consoante o Código Civil, a condição é uma cláusula que pode ser incluída em um contrato, subordinando o
negócio jurídico a um evento futuro e incerto, ou seja, pode ou não vir a ocorrer. Ademais, destaque-se que
a condição pode ser suspensiva ou resolutória (ou resolutiva).
Como exemplo de condição suspensiva, imaginemos que o seu pai doa-lhe um apartamento caso você seja
aprovado(a) em algum concurso da público. O negócio jurídico (a doação) está condicionado a um evento
futuro e incerto, podendo vir ou não a ocorrer (eu torço para que você seja aprovado e ganhe o apartamento,
ok?). Perceba que, enquanto não se cumprir a condição (aprovação), os efeitos da doação permanecem
suspensos. Aliás, com a celebração do negócio jurídico, os efeitos já estão suspensos (não há produção de
efeitos).
Por conseguinte, de acordo com o art. 117, I, do CTN, o fato gerador do ITCMD (imposto incidente sobre a
doação), salvo disposição de lei em contrário, só ocorrerá quando (futuro) e se (incerto) você for
aprovado(a) no concurso público.
Imagine agora que você logrou a aprovação e tomou posse no cargo, mas ficou insatisfeito por ter que morar
em uma cidade de fronteira, longe de casa. Decidiu que deveria pedir exoneração do cargo e voltar para a
sua cidade.
Sabendo da sua insatisfação, o seu pai doa-lhe um carro novo, com a condição de que, se você pedir
exoneração do cargo, perderá o veículo.
Note a diferença entre os dois exemplos: no primeiro, a doação irá ocorrer quando você passar no concurso;
no segundo, você já recebe a doação com a condição de não pedir exoneração. Em ambos os casos, há um
evento futuro e incerto, mas, no segundo, a doação já ocorreu. Em termos jurídicos, o negócio jurídico já
produz efeitos.
Caso você venha a pedir exoneração (implemento da condição resolutória), cessarão os efeitos do negócio
jurídico, fazendo com que você perca o veículo. Ou seja, a ocorrência da condição resolve (desfaz) o negócio
jurídico, sendo por isso denominada condição resolutória.
Portanto, se o negócio estiver sujeito a uma condição resolutória, o art. 117, II, do CTN prevê que, salvo
disposição de lei em contrário, o fato gerador do ITCMD ocorre desde a celebração do negócio jurídico,
sendo irrelevante, para fins de incidência tributária, o cumprimento ou não da condição.
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Nós estudamos no início do nosso curso que incide imposto de renda sobre os rendimentos decorrentes de
atividades ilícitas, com base no princípio do pecunia non olet (dinheiro não cheira).
Logo, para o Fisco pouco importa se o negócio jurídico celebrado é válido sob a ótica do direito. Se a pessoa
auferiu rendimentos, torna-se sujeito passivo da relação jurídico-tributária, devendo arcar com o imposto
de renda.
Assim, a situação definida em lei como fato gerador do tributo (a hipótese de incidência tributária) deve ser
interpretada desconsiderando-se a validade jurídica dos atos praticados, bem como os efeitos dos fatos
ocorridos.
Nesse momento, o que importa é entender e memorizar o art. 118 do CTN, e saber que ele
ampara o princípio do pecúnia non olet.
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A elisão fiscal é a prática que visa reduzir ou eliminar o valor do tributo devido. São os atos praticados pelo
sujeito passivo, em regra, antes da ocorrência do fato gerador, isto é, antes do nascimento da obrigação
tributária. É, portanto, uma conduta lícita, sendo denominada planejamento tributário.
Ora, ninguém é obrigado a fazer acontecer o fato gerador. Na elisão fiscal, o sujeito passivo se vale de meios
lícitos para que a carga tributária a ele imposta seja minorada ou, a depender da situação, eliminada.
A título de exemplo, uma empresa de pequeno porte, como ainda estudaremos no nosso curso, pode optar
pela tributação pelo Simples Nacional, pelo Lucro Presumido ou pelo Lucro Real. É por esse motivo que
existem consultores especializados em planejamento tributário, que é a busca pela menor incidência
tributária possível.
De outra banda, temos a evasão fiscal, sendo caracterizada por condutas ilícitas, praticadas com o intento
de ludibriar a fiscalização, ocultando parcial ou totalmente a ocorrência do fato gerador.
Uma forma simples de entender as práticas evasivas é saber que, ocorrendo o fato gerador, surge a obrigação
tributária. Sendo assim, já existe um montante de tributo a ser recolhido. Contudo, o sujeito passivo utiliza
artifícios para aparentemente reduzir o valor da obrigação tributária. Dessa forma, percebe-se que a regra
é que a evasão seja praticada após a ocorrência do fato gerador.
Como exemplo de evasão fiscal, pode-se citar o preenchimento a maior das despesas médicas, na declaração
anual de Imposto de Renda. Isso faz com que o montante do imposto seja aparentemente reduzido, na
tentativa de iludir o Fisco.
Por último, tem-se, ainda, a elusão fiscal, também denominada elisão ineficaz. Nessa situação, o
contribuinte simula o negócio jurídico, dissimulando o fato gerador do tributo. O que se quer ocultar é a
essência do negócio, alterando a sua forma. Os autores costumam denominá-la “abuso de forma jurídica”.
Vejamos um exemplo típico: João deseja vender um terreno, cujo valor é muito elevado, a Maria. Sabendo-
se que o ITBI incidente sobre a operação de transmissão da propriedade (o negócio jurídico) seria muito alto,
decidem simular outra situação, alterando a forma do negócio.
Como o ITBI não incide sobre a transmissão dos bens incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica, nem
sobre a extinção desta, a saída seria constituir uma empresa, em que João entraria com o seu terreno, e
Maria, com o capital. Pouco tempo depois, ambos decidem extinguir a pessoa jurídica, sendo que João
recebe suas quotas em dinheiro, e Maria recebe o terreno.
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Note que foi simulada a constituição e a extinção de uma pessoa jurídica, dissimulando a ocorrência do fato
gerador, que é a transmissão de propriedade de uma pessoa física para outra.
Como forma de tentar combater tais práticas, o legislador, por meio da LC 104/2001, acrescentou o parágrafo
único ao art. 116 do CTN, cuja redação é a seguinte:
Observação: O texto legal, incluído pela LC 104/01, foi denominado “norma geral
antielisão”, muito embora o objetivo seja evitar a elusão fiscal. Na realidade, se a elisão é
uma conduta lícita, não seria necessário evitá-la.
(SEFAZ-ES/2022) Mário emprestou gratuitamente a seu irmão Mateus o automóvel de sua propriedade,
devidamente registrado em seu nome, firmando com ele contrato em que Mateus se responsabilizava pelo
pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Passados três anos do empréstimo e estando o automóvel ainda na posse de Mateus, este não pagou
nenhuma vez o IPVA. O Fisco Estadual então iniciou a cobrança dos valores atrasados contra Mário.
Diante desse cenário e à luz do Código Tributário Nacional
A) Mário é o contribuinte do IPVA, mas Mateus é responsável tributário solidariamente pela dívida.
B) Mário é o contribuinte do IPVA, mas Mateus é responsável tributário subsidiariamente pela dívida.
C) tanto Mário como Mateus são contribuintes do IPVA.
D) Mário responde sozinho perante o Fisco pela dívida.
E) Mário, em razão de seu contrato com Mateus, pode exigir do Fisco que cobre a dívida integralmente de
Mateus.
Comentário: Atenção ao comando da questão, ela quer a resposta à luz do CTN.
CTN. Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade
pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do
sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
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Pela inteligência do artigo depreende-se que, havendo uma lei o sujeito passivo pode ser alterado, contudo
o contrato (convenção particular) entre Mário e Mateus não tem essa força, consequentemente apenas
Mário, o proprietário do veículo, é contribuinte e, portanto, responde sozinho perante o Fisco.
Alternativa A: Mateus não responde solidariamente, nem subsidiariamente. Alternativa errada.
Alternativa B: Conforme item anterior. Alternativa errada.
Alternativa C: O fato gerador do IPVA é a propriedade do veículo e o sujeito passivo seu proprietário, logo
apenas Mário responde, pois Mateus é mero possuidor. Ademais, como ressaltado na introdução, nada
impede que uma lei estadual defina como sujeito passivo o possuidor, entretanto a questão pede a resposta
à luz do CTN. Alternativa errada.
Alternativa D: Perfeito, conforme nossa introdução supracitada. Alternativa correta.
Alternativa E: Não tem como Mário exigir essa hipótese do Fisco, pois as convenções particulares não podem
ser opostas à Fazenda Pública em relação à responsabilidade pelo pagamento do tributo. Alternativa errada.
==15c02a==
Gabarito: Letra D
(SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020) A obrigação tributária principal corresponde a uma prestação pecuniária que
tenha como objeto o pagamento de tributo ou de multa por descumprimento da legislação tributária e,
diferentemente da obrigação acessória, submete-se à reserva de lei em sentido formal.
Comentário: A questão segue a linha do conceito da obrigação principal previsto no CTN: "a obrigação
principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente". Ademais, a obrigação principal deve
ser prevista em lei, e a obrigação acessória pode ser prevista na legislação tributária (conceito que abrange
atos infralegais).
Gabarito: Correta
(SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020) No âmbito do direito tributário, prevalece a máxima civilista de que o
acessório segue o principal, de tal forma que a extinção da obrigação principal implica a extinção da
obrigação acessória, dada a relação de subordinação existente entre elas.
Comentário: A obrigação tributária acessória não depende da obrigação principal, podendo ser devida
mesmo diante da inexistência da obrigação principal, como nos casos de imunidade tributária, por exemplo.
Assim, no direito tributário, não podemos afirmar que o acessório segue o principal, como ocorre no direito
privado.
Gabarito: Errada
(TRF4-Técnico Judiciário/2019) Conforme o Código Tributário Nacional (CTN), a obrigação tributária
(A) depende, na essência, de o contribuinte, pessoa natural ou jurídica, estar sujeito a medidas que importem
privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta
de seus bens ou negócios.
(B) decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas, de pagar, ou negativas, de
receber, tributos, decorrentes da utilização, ou não utilização, dos serviços públicos federais, estaduais ou
municipais, pelo cidadão residente no país.
(C) tem como fato gerador a conduta ativa ou omissiva do sujeito ativo face ao sujeito passivo, abrangendo
os serviços prestados ou não prestados, pelo município ao munícipe, tais como segurança e proteção à vida,
à liberdade, à intervenção externa, à educação de nível superior e ao patrimônio.
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(D) depende, para ser cobrada coativamente, da capacidade civil passiva das pessoas naturais e da existência
de responsável que tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador.
(E) principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
Comentário:
Alternativa A: O art. 126, II, do CTN, estabelece que a capacidade tributária passiva independe de medidas
que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da
administração direta de seus bens ou negócios. Logo, consequentemente, a obrigação tributária também
não depende de tais circunstâncias. Alternativa errada.
Alternativa B: A obrigação tributária acessória decorre da legislação tributária, mas a obrigação tributária
principal decorre da lei. Logo, não se pode fazer tal afirmação genérica. Alternativa errada.
Alternativa C: A obrigação tributária principal tem como objeto o pagamento do tributo e da penalidade
pecuniária, e a obrigação acessória tem como objeto as prestações positivas ou negativas no interesse da
fiscalização e arrecadação tributária. São sempre cumpridas pelo sujeito passivo. Portanto, não tem relação
com conduta ativa ou omissiva do sujeito ativo. Alternativa errada.
Alternativa D: A capacidade tributária passiva, e, por consequência, a obrigação tributária, independe da
capacidade civil das pessoas naturais. Alternativa errada.
Alternativa E: A assertiva definiu com precisão o conceito da obrigação tributária principal, conforme
estabelece o art. 113, § 1º, do CTN. Alternativa correta.
Gabarito: Letra E
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Nós já estudamos alguns aspectos atinentes ao sujeito ativo da obrigação tributária no decorrer do curso.
Nesse momento, vamos aproveitar apenas para sintetizar o conteúdo já visto e acrescentar alguns detalhes.
Certamente, você já está “afiado” em relação a quem pode ocupar o pólo ativo da relação jurídico-tributária.
Trata-se da pessoa política titular da competência tributária para instituir o tributo (União, Estados, DF e
Municípios) ou a pessoa jurídica de direito público titular da capacidade ativa, que, como já vimos, é
responsável pela arrecadação e fiscalização do tributo. Nesse sentido, prescreve o art. 119 do CTN:
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento.
O professor Eduardo Sabbag (2013), em sua obra, ainda prevê a seguinte denominação:
Sujeito ativo indireto → São aqueles que detêm apenas a capacidade tributária ativa.
Quando estudamos a competência tributária, vimos também que o STJ (Súmula 396) já entendeu que a CNA
– Confederação Nacional da Agricultura – possui legitimidade ativa para cobrança da contribuição sindical
rural, que é considerada tributo. Contudo, vimos que, por ser exceção, devemos adotar a Súmula 396
somente se a questão mencionar expressamente.
Ainda na sequência do nosso estudo sobre o sujeito ativo da obrigação tributária, você se lembra de quando
vimos que o CTN (art. 120) prevê uma hipótese de extraterritorialidade da legislação tributária, em caso de
desmembramento territorial?
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Naquela ocasião, nós aprendemos que o “ente novo” pode aplicar a legislação do município desmembrado
até que a sua entre em vigor. Contudo, o que acontece com as obrigações tributárias surgidas até o momento
naquele território que agora pertence ao novo ente federado? Ocorre a denominada sucessão ativa.
Nas palavras do CTN, a pessoa jurídica que se constituir (o novo ente) pelo desmembramento territorial de
outra, sub-roga-se nos direitos desta (a antiga), isto é, há mudança do sujeito ativo, ou melhor, há inovação
subjetiva.
Observação: Sub-rogar significa transferir os direitos e funções de uma pessoa para outra.
Assim, resta claro que há dois efeitos previstos no art. 120 do CTN:
Até poderia surgir a seguinte dúvida: e as relações tributárias que vierem a ser constituídas após o
desmembramento? A resposta é simples: já pertencem ao novo ente, ou seja, não há transferência.
O sujeito passivo da obrigação tributária é a pessoa que integra a relação jurídico-tributária, estando
obrigada a arcar com o pagamento do tributo devido e/ou penalidade devida (obrigação principal) ou com
as prestações de fazer ou deixar de fazer algo (obrigações acessórias).
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o
respectivo fato gerador;
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O Sujeito passivo da obrigação tributária deve sempre ser estabelecido por lei. Afinal, é a
própria lei instituidora do tributo que define quem é o sujeito passivo.
Percebe-se que para ser contribuinte, é necessário que o sujeito passivo tenha relação pessoa e direta com
a situação que constitua o respectivo fato gerador. Do contrário, o sujeito passivo será considerado
responsável.
Sendo assim, o contribuinte é denominado pela doutrina de sujeito passivo direto, enquanto o responsável,
sujeito passivo indireto.
O responsável, então, não possui relação direta com o fato gerador, mas está obrigado a adimplir a
obrigação tributária principal, por expressa disposição legal.
Observação: Lembre-se de que o responsável não faz acontecer o fato gerador. Por esse
motivo, somente a lei pode obrigá-lo a cumprir com a obrigação tributária. Afinal de
contas, ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei (CF/88,
art. 5º, II).
Relação pessoal e
Contribuinte
direta com F.G.
Obrigação Principal
Obrigação
Responsável
Sujeito passivo decorrente da lei
Obrigado a fazer/deixar de
Obrigação Acessória
fazer algo
Destaque-se que o responsável deve possuir certa relação ou vínculo (embora não seja pessoal e direta)
com a situação que deu origem ao fato gerador. Isso ocorre, como veremos ao estudar a responsabilidade
tributária, por conta do disposto no art. 128 do CTN:
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da
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O art. 45 do CTN estabelece que são contribuintes do IR o titular da disponibilidade econômica ou jurídica
de renda e de proventos de qualquer natureza, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor,
a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis.
No caso específico do imposto de renda das pessoas físicas, o contribuinte é aquele que recebe a renda e os
proventos, mas o CTN permite que as fontes pagadoras sejam eleitas pela lei como responsáveis pela
retenção e recolhimento do imposto.
O conceito de contribuinte que vimos até o momento é o contribuinte de direito. Existe também o
denominado contribuinte de fato. Lembra-se do que vimos na aula sobre imunidades?
O contribuinte de fato é aquele que, embora chamado de “contribuinte”, não integra a relação jurídica,
suportando apenas a incidência econômica do tributo.
Essa figura surge nos denominados tributos indiretos, em que o ônus do tributo e repassado ao consumidor
final. Assim, embora o consumidor não recolha os tributos, acaba arcando com esse encargo que foi
embutido no valor das mercadorias. Vamos repetir o exemplo anteriormente fornecido:
Imaginemos que determinado cidadão compra uma TV de LED em uma loja de eletrodomésticos. Sobre a
incidência do ICMS nesta operação, a loja é eleita pela lei como contribuinte, e é ela quem vai recolher tal
imposto, correto? No entanto, quem sofre o ônus do tributo não é a loja, mas, sim, a pessoa física que
adquiriu a TV. Isso ocorre, porque a loja simplesmente acrescenta o custo daquele tributo no valor da TV.
Por fim, perceba que tanto o contribuinte, como o responsável por determinada obrigação tributária devem
ser estipulados em lei. No que se refere ao contribuinte, a previsão é feita na própria lei instituidora do
tributo, por ser elemento subjetivo, essencial para que o tributo seja criado. Em relação ao responsável,
como vimos, a sua obrigação deve decorrer de disposição expressa em lei.
Sendo assim, o art. 123 do CTN assevera que, salvo disposições de lei em contrário, as convenções
particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda
Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondente.
Isso é bastante óbvio! Se a lei determina quem deve pagar o tributo, não pode um contrato particular definir
algo em contrário, somente outra lei!
Como exemplo, cite-se o caso do IPTU. Nós vimos que o locatário não pode ser considerado contribuinte do
IPTU, por não exercer a posse do imóvel com animus definitivo.
Logo, se você aluga um apartamento, assinando um contrato com o proprietário de que se compromete em
pagar o IPTU relativo ao imóvel, isso não o torna contribuinte do IPTU. Se você deixar de pagar, quem será
cobrado, a princípio, é o dono do imóvel, pois ele é o contribuinte. É claro que ele pode pagar e depois vir
cobrar de você, mas isso não importa ao Direito Tributário.
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Sabemos que a capacidade tributária ativa é a capacidade de figurar no pólo ativo da obrigação tributária.
==15c02a==
Por consequência lógica, a capacidade tributária passiva é a aptidão para se tornar sujeito passivo da
obrigação tributária.
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma
unidade econômica ou profissional.
Em termos mais simples, a capacidade tributária passiva existe, ainda que a pessoa seja incapaz ou esteja
privada do exercício de atividades civis, ou mesmo a pessoa jurídica que ainda não tenha sido regularmente
constituída.
Desse modo, se uma criança for proprietária de uma fazenda, deverá pagar ITR. No mesmo sentido, um
interditado (incapaz de praticar os atos da vida civil) pode vir a contribuir com o IPTU, caso possua um imóvel
localizado na zona urbana do Município.
No que se refere às pessoas jurídicas, são consideradas pessoas jurídicas mesmo que não tenha CNPJ ou
registro estadual. Logo, se o seu vizinho fabrica solas de sapato em larga escala, mas não se formaliza para
não contribuir com o IPI, por exemplo, saiba que ele não deixa de ser considerado sujeito passivo dos tributos
incidentes sobre a produção e circulação de mercadorias.
Em termos jurídicos, é importante sabermos que uma sociedade só possui personalidade jurídica quando os
seus atos constitutivos são inscritos no registro próprio. Esse é o momento do início da existência legal da
pessoa jurídica. Antes do registro, a sociedade que assim operar é conhecida como sociedade em comum.
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Em questões de prova, se você vir o termo “capacidade passiva”, lembre-se de que todos
podem vir a ser sujeito passivo, com exceção, é claro, dos mortos.
(SEFAZ-AM/2022) Alexandre Peres, com 14 anos, passou a receber valores a título de propaganda no seu
canal de Youtube, com receita superior à isenção do Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas. Assinale a
opção que indica a situação de Alexandre, por ele ser menor, diante do IRPF.
A) Só pode ser contribuinte se for emancipado.
B) Não, o contribuinte será um dos seus pais.
C) Não há incidência de IRPF para menores.
D) Por auferir renda, pode ser contribuinte.
E) Seus pais serão solidariamente responsáveis, mesmo que seja possível cobrar do menor.
Comentário: Por força legal do art. 126 do CTN, a capacidade tributária passiva independe da capacidade
civil das pessoas, ou seja, tal capacidade existe ainda que a pessoa seja incapaz ou esteja privada do exercício
de atividades civis.
Feita essa introdução vamos aos comentários.
Alternativa A: Para Alexandre ser contribuinte independe ele ser emancipado. Alternativa errada.
Alternativa B: Como para ser contribuinte independe da capacidade civil de Alexandre, ele é o contribuinte
e não os pais. Alternativa errada.
Alternativa C: A capacidade tributária passiva existe, ainda que a pessoa seja incapaz ou esteja privada do
exercício de atividades civis, ou mesmo a pessoa jurídica que ainda não tenha sido regularmente constituída,
portanto há incidência do imposto. Alternativa errada.
Alternativa D: Perfeito, confira a literalidade do CTN.
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de
atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou
profissional.
Alternativa correta.
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Alternativa E: Os pais somente serão responsáveis caso NÃO seja possível cobrar de Alexandre que é o
contribuinte, essa é a previsão do art. 134, do CTN.
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte,
respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem
responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
(...)
Alternativa errada.
Gabarito: Letra D
(SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020) É incompatível com o Código Tributário Nacional lei distrital que admita a
indicação do sujeito passivo do imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI) pelas partes no contrato
de compra e venda de imóvel, pois as convenções particulares não são oponíveis à fazenda pública.
Comentário: A regra seria exatamente essa, porém tal regra contempla exceções que estejam previstas em
lei, com base no que dispõe o art. 123, do CTN: "salvo disposições de lei em contrário, as convenções
particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda
Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes."
Gabarito: Errada
(TJ-PR-Juiz Estadual/2019) De acordo com o Código Tributário Nacional, o sujeito ativo da obrigação
tributária principal é a pessoa
a) jurídica de direito público titular da competência de exigir o cumprimento da obrigação.
b) jurídica de direito público destinatária do produto da arrecadação do referido tributo.
c) física ou jurídica obrigada ao pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária de natureza tributária.
d) física ou jurídica que tenha relação pessoal e direta com a situação que constitui o respectivo fato gerador.
Comentário: O sujeito ativo da obrigação tributária principal é sempre uma pessoa jurídica de direito público,
conforme prevê o art. 119, do CTN. Podemos dizer então que é a pessoa jurídica de direito público que
detenha a competência para exigir o cumprimento da referida obrigação.
Gabarito: Letra A
(PGE-PE-Procurador/2018) O sujeito ativo da obrigação acessória é denominado responsável tributário.
Comentário: Na realidade, é o sujeito passivo que se denomina contribuinte ou responsável tributário.
Gabarito: Errada
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Você não precisa memorizar nada do que foi acima transcrito, pois o objetivo é apenas demonstrar que a
solidariedade ocorre quando há mais de um credor ou mais de um devedor em uma mesma obrigação.
No Direito Tributário, o credor da obrigação tributária é o sujeito ativo, titular da competência para instituir
o tributo ou a pessoa jurídica de direito público a quem tenha sido delegada a capacidade tributária ativa.
Assim, ou o ente competente para instituir o tributo cobra ou delega a outra (e somente uma) pessoa jurídica
de direito público para realizar a arrecadação. Diante disso, temos que, em matéria tributária, não há que
se falar em solidariedade ativa.
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal;
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.
O dispositivo legal apresenta duas situações em que ocorre a solidariedade. O primeiro caso de
solidariedade, em que há interesse comum, denomina-se solidariedade de fato ou natural. O segundo caso,
em que as pessoas se tornam solidariamente obrigadas por meio de previsão legal, denomina-se
solidariedade de direito ou legal.
Há que se destacar que, mesmo quando a solidariedade decorra do interesse comum das pessoas na
situação que constitua o fato gerador, a solidariedade decorre de lei, tendo em vista que o CTN (norma
geral que previu a solidariedade) não deixa de ser uma lei. Sendo assim, pode-se dizer que a solidariedade
sempre decorre de lei.
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Na solidariedade de fato, duas ou mais pessoas se tornam obrigadas ao cumprimento de uma mesma
obrigação tributária, por terem interesse comum na situação.
O interesse comum pode se dar, por exemplo, quando uma propriedade pertence a mais de uma pessoa.
==15c02a==
Observação: o mesmo raciocínio não se aplica ao IPTU devido por uma sociedade
empresarial, que possua no contrato social dois sócios (A e B). O contribuinte é somente a
sociedade, e não os seus sócios! Não confunda!!!
Em relação à solidariedade de direito, como o próprio nome diz, decorre de lei que estabeleça a obrigação
solidária. Nesse sentido, o legislador, por exemplo, encontra respaldo no art. 124, II, do CTN, se quiser
obrigar diversas pessoas ao cumprimento de determinada obrigação tributária para dar maior garantia ao
recebimento do crédito tributário.
Uma característica comum tanto à solidariedade de fato como a de direito é que não há benefício de ordem
(CTN, art. 124, par. único). Isso significa que o fisco pode exigir a dívida integralmente de qualquer um dos
devedores solidários, sem seguir qualquer ordem.
Vamos exemplificar para facilitar a compreensão: Carlos, José e Bruno são proprietários de um imóvel
urbano, localizado no Município de São Paulo. Carlos detém 5% do imóvel, José, 70% e Bruno, 25%. Vamos
supor, ainda, que o valor do IPTU no ano de 2013 foi de R$ 1.000,00.
Pela lógica da solidariedade, o credor (Município) pode exigir o valor de R$ 1.000, integralmente, de Carlos,
mesmo que este tenha a menor participação na propriedade. Após o pagamento, obviamente, Carlos poderá
ajuizar uma ação regressiva contra os demais devedores solidários, com o objetivo de recuperar 95% (70%
de José e 25% de Bruno) do valor pago que não cabia a ele.
Vamos ver agora os efeitos que a solidariedade produz, que foram previstos no art. 125 do CTN:
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
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O primeiro efeito é que o pagamento efetuado por qualquer dos obrigados aproveita os demais. O que isso
quer dizer? No nosso exemplo, se Carlos pagou o valor de R$ 1.000,00, não cabe ao fisco exigir o valor em
duplicidade dos demais devedores, pois a obrigação tributária já foi satisfeita em sua totalidade.
Também há que se ressaltar que a isenção ou remissão exonera todos os obrigados, salvo se for outorgada
pessoalmente a um deles, subsistindo quanto aos demais pelo saldo restante.
Observação: Nesse momento, importa apenas saber que tanto a isenção como a remissão
são consideradas benefícios fiscais. Estudaremos isso em outra aula.
Deve-se diferenciar o benefício fiscal objetivo e o subjetivo. Quando a isenção, por exemplo, é objetiva, isto
é, relativa ao objeto, ela reduz a dívida como um todo. Logo, todos os obrigados deixam de ser devedores.
Por outro lado, se a isenção é subjetiva, beneficiando apenas um dos obrigados, os demais continuam
devedores do valor restante da dívida tributária.
Mais uma vez vamos utilizar o exemplo dado. Se uma lei isenta determinados imóveis do pagamento do
IPTU, e o imóvel de Carlos, José e Bruno se enquadra nas características legais, todos são beneficiados pela
isenção.
Por outro lado, se José é portador de necessidades especiais, e a lei isenta tais pessoas do pagamento do
IPTU, podemos dizer que a isenção foi outorgada pessoalmente a José. Nesse caso, ele deixa de pertencer à
relação jurídico-tributária, juntamente com o valor do imposto que correspondia à sua quota (R$ 700,00).
Destaque-se que a solidariedade continua a existir em relação a Carlos e Bruno, sendo que o valor total da
dívida passa a ser de R$ 300,00.
O terceiro e último efeito da solidariedade é um pouco mais complexo, e eu não vejo lógica em explicá-lo
nesse momento. Por ora, é melhor que você decore.
• Prazo para o Estado promover a ação de execução fiscal, com o objetivo de receber
o valor do crédito tributário não pago pelo contribuinte;
• Refere-se ao contribuinte que pagou tributo a maior e deseja restituição da
diferença, sendo que é o prazo para ajuizar a ação anulatória contra decisão
administrativa que denegar a restituição.
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Aproveita aos
Pagamento
demais
Exonera todos os
demais
devedores
Efeitos da
Isenção/Remissão
Solidariedade
Exceto se
Subsiste saldo
pessoal a um
p/demais
deles
Salvo disposição de
lei em contrário...
Favorece ou
Interrupção da
Prescrição
prejudica os
demais
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c) sujeito ativo é aquele que planeja e executa o fato gerador, deixando a responsabilidade para o sujeito
passivo e os solidários.
d) sujeito solidário é aquele que, em razão dever legal ou moral, deve responder pelos débitos em conjunto
com o sujeito ativo.
e) sujeito passivo é aquele que permite a ocorrência do fato gerador e, em conjunto com o sujeito ativo, é
responsável pelo pagamento do imposto ou penalidade.
Comentário:
Alternativa A: De fato, o art. 124, do CTN, estabelece que são solidariamente obrigadas as pessoas que têm
interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, ou as expressamente
designadas por lei. Alternativa correta.
Alternativa B: O sujeito passivo da obrigação acessória foi previsto no art. 122, do CTN: é a pessoa obrigada
às prestações que constituam o seu objeto. Alternativa errada.
Alternativa C: O art. 119, do CTN, define o sujeito ativo da obrigação tributária: Sujeito ativo da obrigação é
a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. Alternativa
errada.
Alternativa D: O sujeito solidário é o que, por decorrência de disposição legal apenas, deve responder pelos
débitos em conjunto com outro sujeito passivo. Não há que se falar em solidariedade ativa no Direito
Tributário. Alternativa errada.
Alternativa E: Na verdade, o sujeito passivo é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária, conforme dispõe o caput do art. 121, do CTN. Alternativa errada.
Gabarito: Letra A
(TCM-RJ-Procurador/2015) A propriedade de um bem imóvel por três proprietários com frações distintas
gera
a) três fatos geradores distintos, um para cada proprietário.
b) três fatos geradores distintos, um para cada proprietário, mas com solidariedade entre eles.
c) um fato gerador, mas com três sujeitos passivos, cada um responsável proporcionalmente à sua fração,
sem solidariedade.
d) um fato gerador, com três sujeitos passivos solidários entre si pelo todo, por interesse comum consistente
na transmissão do bem imóvel.
e) um fato gerador, com três sujeitos passivos que somente serão devedores solidários se houver expressa
disposição legal neste sentido ou se eles tiverem expressamente assim convencionado.
Comentário: A propriedade é uma só, ocorrendo apenas um fato gerador. Porém, como exitem três
proprietários, haverá mais de um devedor dessa obrigação tributária. Por haver interesse comum na
propriedade do imóvel, os três proprietários são devedores solidários entre si por toda a dívida.
Gabarito: Letra D
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DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
O domicílio tributário é o local que o sujeito passivo (contribuinte ou responsável) elege para fins de
cadastro e comunicação com o fisco, é o local onde ele é encontrado para que dele se exija o cumprimento
das obrigações tributárias.
É importante ressaltar as palavras do ilustre autor e professor Paulo de Barros Carvalho (grifamos):
“Vige a regra geral da eleição do domicílio que o sujeito passivo pode fazer a qualquer tempo, decidindo,
espontaneamente, sobre o local de sua preferência. Todas as comunicações fiscais, de avisos e esclarecimentos,
bem como os atos, propriamente, de intercâmbio procedimental – intimações e notificações – serão dirigidas àquele lugar
escolhido, que consta dos cadastros das repartições tributárias, e onde o fisco espera encontrar a pessoa, para a
satisfação dos mútuos interesses.” (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 25ª Edição. 2013. Pág.
300)
Diante do exposto, percebe-se que o domicílio é eleito pelo próprio sujeito passivo. É o local onde ele
escolhe para que receba as comunicações fiscais, como intimações e notificações.
Caso o sujeito passivo seja omisso quanto à escolha do domicílio, entre em cena o art. 127 do CTN, cuja
redação é a seguinte:
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste
artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar
da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
Sendo assim, as pessoas naturais, que não elegem o seu domicílio fiscal, será este o local da sua residência
habitual. Caso o fisco não conheça este local, ou se o contribuinte não viver habitualmente em lugar nenhum,
o domicílio tributário será o centro habitual de sua atividade.
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Contudo, se a pessoa natural não elege o domicílio, pode ser que este seja o local da sua
residência. Veja que nem sempre isso ocorre!
Quanto às pessoas jurídicas de direito privado, o domicílio pode ser o lugar da sua sede ou o de cada
estabelecimento, para os fatos geradores neles ocorridos. Acrescente-se que o STJ (REsp 23.371/SP) tem
entendido como juridicamente possível as pessoas jurídicas ou firmas individuais possuírem mais de um
domicílio tributário.
==15c02a==
Tratando-se de pessoa jurídica de direito público, o domicílio tributário pode ser o local de qualquer uma de
suas repartições, estando, obviamente, dentro do território da entidade tributante.
Se as regras acima explicitadas não puderem ser aplicadas (CTN, art. 127, § 1º), será considerado como
domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos
ou fatos que deram origem à obrigação.
Outro ponto a ser ressaltado sobre a eleição pelo sujeito passivo do seu domicílio fiscal é: a autoridade
administrativa pode recusá-lo? Sim! Conclui-se, portanto, que o direito de escolha do contribuinte não é
absoluto.
Destaque-se que a recusa por parte da autoridade administrativa só pode ser feita se for demonstrado que
o domicílio eleito pelo sujeito passivo impossibilita ou, pelo menos, dificulta a arrecadação ou a fiscalização
tributária. Logo, a recusa deve ser motivada.
Vale ressaltar que se o domicílio eleito for recusado pelo fisco, aplica-se a mesma regra do § 1º, que diz o
seguinte: quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo,
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considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da
ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
Logo, em tal situação, deve a autoridade seguir primeiramente as regras dos incisos do art. 127 (para pessoas
físicas, pessoas jurídicas de direito privado e pessoas jurídicas de direito público), para só depois, na
impossibilidade de sua aplicação, considerar como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o
lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
Domicílio Tributário
Regra: O sujeito
passivo escolhe seu Pessoa natural: residência habitual, ou, sendo
domicílio tributário esta incerta ou desconhecida, o centro habitual
de sua atividade.
Caso seja
omisso PJ de direito privado: local da sede ou de cada
estabelecimento, para FG nele ocorrido.
O domicílio impediu
ou dificultou a
PJ de direito público: qualquer de suas
fiscalização e
repartições no território da entidade tributante.
arrecadação
Se for
impossível
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(SEFAZ-AM/2022) A sociedade empresária Beta alterou sua sede para uma cidade extremamente distante a
qual só é possível chegar de barco e gastando mais de um dia de viagem, mas deixou filiais na Capital do
Estado. A sociedade empresária impugnou autuações recebidas nas filiais em que ocorreram os fatos que
deram origem à obrigação, por não ser o seu domicilio tributário.
Sobre a posição da sociedade empresária Beta, assinale a afirmativa correta.
A) Assiste razão à sociedade empresária, pois a Receita Estadual não pode discriminar a sede da empresa.
B) A Receita Estadual só pode mandar as autuações para outros endereços, após 3 tentativas de encontrar
os responsáveis pela sociedade empresária.
C) A Receita Estadual está errada, não podendo atribuir à sociedade empresária, sua falta de estrutura.
D) Não assiste razão à sociedade empresária, pois a Receita Estadual pode, ao seu arbítrio, escolher qual o
domicilio tributário da sociedade empresária.
E) Não assiste razão à sociedade empresária, pois a autoridade administrativa pode recusar o domicílio
eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo.
Comentário: Ressalta-se que o domicílio tributário é de livre eleição por parte do contribuinte desde que
não impeça ou dificulte a fiscalização ou arrecadação.
Caso não haja a eleição do domicílio tributário, na hipótese de ser uma Pessoa Jurídica de Direito Privado,
como é o caso da sociedade empresária Beta, o domicílio será o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos
ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento.
Feita essa breve introdução vamos aos comentários.
Alternativa A: Quando o domicílio eleito impedir ou dificultar a fiscalização ou arrecadação, esse pode ser
recusado pela autoridade administrativa, essas é a inteligência do § 2º, art. 127, do CTN. Alternativa errada.
Alternativa B: Não há essa previsão de restrição de fazer 3 tentativas antes. Alternativa errada.
Alternativa C: A Receita Estadual está correta em recusar o domicílio, mas o motivo não pode ser a falta de
estrutura, mas sim se houver situação que impeça ou dificulte a fiscalização. Alternativa errada.
Alternativa D: A seu arbítrio não, a Receita Estadual só pode negar quando houver situação que impeça ou
dificulte a fiscalização, sendo este o caso, o domicílio será o da sua sede ou de cada estabelecimento, se
ainda assim não for possível, será o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram
origem à obrigação.
Alternativa E: Literalidade do § 2º, art. 127, do CTN, confira.
Art. 127, §2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte
a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior.
Gabarito: Letra E
(SEFAZ-RS-Auditor Fiscal/2019) Se um contribuinte não eleger o seu domicílio fiscal na forma da lei, a
administração tributária deverá considerar como domicílio
a) a residência habitual do contribuinte, ainda que incerta, caso se trate de pessoa natural.
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Obrigação Tributária
Gabarito: Letra B
2. CESPE/MPE-PI-Promotor de Justiça/2019
De acordo com o Código Tributário Nacional, constitui um traço distintivo entre a obrigação tributária
principal e a obrigação tributária acessória o fato de que
a) somente a obrigação principal decorre da legislação tributária, uma vez que a obrigação acessória é
determinada por normas de direito civil ou empresarial.
b) a obrigação principal tem por objeto o pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária, ao passo que
a obrigação acessória tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, previstas no interesse da
arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
c) a obrigação principal somente pode ter como objeto o pagamento de tributo; a obrigação acessória, por
sua vez, deve ter por objeto o pagamento de uma penalidade pecuniária.
d) somente a obrigação principal decorre de um fato gerador; a obrigação acessória é imposta a terceiro que,
sem possuir a condição de contribuinte, tem uma obrigação decorrente de disposição expressa de lei.
e) a obrigação principal é devida pelo contribuinte, ao passo que a obrigação acessória é imposta e compete
ao responsável tributário.
Comentário:
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Alternativa A: A obrigação principal decorre da lei, e a obrigação acessória da legislação tributária. Alternativa
errada.
Alternativa B: De fato, esta é a grande distinção da obrigação principal em relação à obrigação acessória, que é o seu
objeto: a obrigação principal tem por objeto o pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária, ao passo que a
obrigação acessória tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, previstas no interesse da arrecadação ou
da fiscalização dos tributos. Alternativa correta.
Alternativa C: Trata-se de uma pegadinha clássica em provas. A nossa dica é que, havendo conteúdo patrimonial, a
obrigação tributária será principal. Alternativa errada.
Alternativa D: A obrigação principal e acessória decorrem de fatos geradores, os quais foram previstos nos arts. 114
e 115, do CTN. Alternativa errada.
Gabarito: Letra B
3. CESPE/TJ-PR-Juiz Estadual/2019
Duas pessoas celebraram entre si um contrato de prestação de serviço sujeito a uma condição suspensiva. A
natureza dessa prestação sujeita uma das partes ao pagamento de uma taxa, para a qual não há regramento
específico na hipótese de negócio jurídico condicional.
Nessa situação, o fato gerador da obrigação tributária principal ocorre no momento
a) da efetiva prestação do serviço.
b) da celebração do negócio jurídico.
c) da prática do ato jurídico condicional.
d) do implemento da condição suspensiva.
Comentário: Conforme aprendemos, no caso de negócios jurídicos sujeitos a uma condição suspensiva, o fato
gerador do tributo envolvido na relação considera-se ocorrido na data do implemento da condição.
Gabarito: Letra D
4. VUNESP/ISS-Campinas-Auditor Fiscal/2019
Fulano de Tal quer presentear o seu filho único com um apartamento em função do casamento deste. Para
evitar a incidência de impostos sobre esse presente, Fulano de Tal propõe ao seu filho que assinem contrato
de mútuo, por meio do qual Fulano de Tal justificará o incremento patrimonial de um ano para outro,
evitando com isso problemas junto à receita federal, estadual e municipal. Com os recursos “emprestados”,
seu filho fará diretamente a aquisição do imóvel em seu nome. Fulano de Tal não pretende, porém, cobrar
o pagamento do empréstimo em nenhum momento no futuro, de modo que o contrato de mútuo
permanecerá vigente até a morte do pai.
A respeito da situação hipotética, é correto afirmar que
a) em que pese ter evitado a incidência do imposto sobre a transmissão do imóvel, o negócio jurídico firmado
entre o pai e o filho poderá resultar na incidência de imposto de competência da União.
b) além de justificar o incremento patrimonial, relevante para fins de imposto de renda, com a assinatura do
contrato de mútuo evita-se também a incidência de imposto municipal sobre a transferência a título gratuito
do imóvel do pai para o filho.
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c) a autoridade administrativa estadual poderá desconsiderar o negócio jurídico simulado entre o pai e o
filho, pois foi realizado com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do imposto sobre doação
de bens ou direitos de qualquer natureza.
d) a intenção de Fulano de Tal de vir a cobrar ou não o empréstimo é irrelevante para fins de identificação
do tributo eventualmente devido, não afetando a interpretação a ser dada aos fatos, para fins da definição
da incidência tributária.
e) embora questionável do ponto de vista ético, a operação se mostra como situação válida de planejamento
tributário, evitando a realização do fato gerador do imposto de renda, de competência da União, e do
imposto sobre circulação de bens, de competência dos Estados.
Comentário: Fundamentada no art. 116, do CTN, a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos
elementos constitutivos da obrigação tributária.
Gabarito: Letra C
Alternativa A: Na realidade, a obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações,
positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Alternativa errada.
Alternativa B: É a obrigação principal que se extingue juntamente com o crédito dela decorrente. Alternativa errada.
Alternativa D: A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal
relativamente à multa. Alternativa errada.
Gabarito: Letra C
6. FGV/Agente Fazendário-Niterói/2015
A lei de instituição de um tributo previu como fato gerador um negócio jurídico condicional. Assim,
considerar-se-á como ocorrido o fato gerador:
a) desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio, se a condição for suspensiva;
b) desde o momento do implemento da condição, se esta for resolutória;
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Alternativa A: Se a condição é suspensiva, o fato gerador considera-se ocorrido desde o momento de seu
implemento. Alternativa errada.
Alternativa B: Se a condição é resolutória, o fato gerador considera-se ocorrido desde o momento da prática do ato
ou da celebração do negócio. Alternativa errada.
Alternativa C: As regras são distintas, a depender se o negócio jurídico condicional está submetido à condição
suspensiva ou resolutória. Alternativa errada.
Alternativa D: Se a condição é suspensiva, o fato gerador considera-se ocorrido desde o momento de seu
implemento. Alternativa correta.
==15c02a==
Alternativa E: Se a condição é suspensiva, o fato gerador considera-se ocorrido desde o momento de seu
implemento. Alternativa errada.
Gabarito: Letra D
Alternativas A: Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o
seu cumprimento (art. 119 do CTN). Alternativa errada.
Alternativa B: A questão bagunçou totalmente os conceitos. Nos comentários das outras alternativas temos as
definições de sujeito ativo (art. 119) e sujeito passivo da obrigação acessória (art. 122). Alternativa errada.
Alternativa C: A alternativa traz literalidade do art. 121, §único, II do CTN. Alternativa correta.
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Alternativa D: Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto
(art. 122 do CTN). Alternativa errada.
Alternativa E: Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o
seu cumprimento (art. 119 do CTN). Alternativa errada.
Gabarito: Letra C
8. CESPE/TJ-PR-Juiz Estadual/2019
De acordo com o Código Tributário Nacional, o sujeito ativo da obrigação tributária principal é a pessoa
a) jurídica de direito público titular da competência de exigir o cumprimento da obrigação.
b) jurídica de direito público destinatária do produto da arrecadação do referido tributo.
c) física ou jurídica obrigada ao pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária de natureza tributária.
d) física ou jurídica que tenha relação pessoal e direta com a situação que constitui o respectivo fato gerador.
Comentário: O sujeito ativo da obrigação tributária principal é sempre uma pessoa jurídica de direito público,
conforme prevê o art. 119, do CTN. Podemos dizer então que é a pessoa jurídica de direito público que detenha a
competência para exigir o cumprimento da referida obrigação.
Gabarito: Letra A
9. VUNESP/TJ-MT-Juiz Substituto/2018
O fato gerador é um dos elementos centrais do direito tributário no Brasil, delimitando as situações que
poderão dar ensejo à cobrança de tributos. A esse respeito, assinale a alternativa correta.
a) Considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde
o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que
normalmente lhe são próprios.
b) Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a
prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
c) Fato gerador da obrigação acessória é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua
ocorrência.
d) A definição legal do fato gerador é interpretada a partir da validade jurídica dos atos efetivamente
praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros.
e) A autoridade administrativa poderá desconsiderar negócios jurídicos praticados com a finalidade de evitar
a ocorrência do fato gerador do tributo.
Comentário:
Alternativa A: A assertiva confunde a definição contida no art. 116, II (situação jurídica) com a definição do inciso I
(situação de fato). Logo, está errada.
Alternativa B: É o que estabelece o art. 115, do CTN: fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na
forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Alternativa correta.
Alternativa C: Trata-se da definição do fato gerador da obrigação principal, estabelecida no art. 114, do CTN.
Alternativa errada.
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Alternativa D: Na realidade, a definição legal do fato gerador é interpretada, abstraindo-se da validade jurídica dos
atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros (CTN, art. 118). Alternativa errada.
Alternativa E: O que a autoridade administrativa poderá desconsiderar são os negócios jurídicos praticados com a
finalidade de dissimular (ocultar) a ocorrência do fato gerador do tributo. Alternativa errada.
Gabarito: Letra B
Alternativa A: O sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o
seu cumprimento. Alternativa errada.
Alternativa B: O sujeito passivo é a pessoa, física ou jurídica, que se submete ao pagamento do tributo ou da
penalidade pecuniária. Alternativa errada.
Alternativa C: O sujeito ativo é quem tem o direito de cobrar o tributo. Já o sujeito passivo, com a obrigação de
pagar o tributo, é o contribuinte ou responsável. Alternativa errada.
Alternativa D: Realmente, o contribuinte é o sujeito passivo que tenha relação pessoal e direta com a situação que
constitua o respectivo fato gerador, conforme art. 121, par. único, do CTN. Alternativa correta.
Alternativa E: Na realidade, as convenções particulares, relativas à sujeição ao pagamento de tributos, não podem
ser opostas à Fazenda Pública, salvo disposição em contrário. Alternativa errada.
Gabarito: Letra D
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Gabarito: Letra C
12. FCC/TCM-GO-Procurador/2015
De acordo com o Código Tributário Nacional, no que se refere à sujeição passiva de obrigação tributária,
pode-se asseverar que
a) são solidariamente obrigados os sujeitos passivos expressamente designados pela legislação tributária.
b) sujeito passivo de obrigação acessória é a pessoa obrigada ao pagamento de penalidade pecuniária.
c) o sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando, revestindo ou não a condição de
contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa da legislação tributária.
d) são solidariamente obrigados os sujeitos passivos que tenham interesse comum na situação que constitua
o fato gerador da obrigação principal.
e) o sujeito passivo da obrigação principal diz-se contribuinte, quando tenha relação direta ou indireta com
a situação que constitua o respectivo fato gerador.
Comentário:
Alternativas A: São solidariamente obrigadas as pessoas expressamente designadas por lei (art. 124, II do CTN).
Alternativa errada.
Alternativa B: Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto
(art. 122 do CTN). Alternativa errada.
Alternativa C: O sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando, sem revestir a condição de
contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei (art. 121, §único, II). Alternativa errada.
Alternativa E: O sujeito passivo da obrigação principal diz-se contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta
com a situação que constitua o respectivo fato gerador (art. 121, §único, I). Alternativa errada.
Gabarito: Letra D
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e) um fato gerador, com três sujeitos passivos que somente serão devedores solidários se houver expressa
disposição legal neste sentido ou se eles tiverem expressamente assim convencionado.
Comentário: De acordo com o art. 124, I, do CTN, são solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse
comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Na situação narrada, são três proprietários
com interesse comum na propriedade do bem imóvel (fato gerador do IPTU). Portanto, trata-se de um único fato
gerador com três devedores solidários. Alternativa D correta.
Gabarito: Letra D
Gabarito: Errada
Alternativa A: Realmente, a solidariedade não comporta benefício de ordem, conforme art. 124, par. único, do CTN.
Alternativa correta.
Alternativa B: A solidariedade somente decorre do interesse comum ou de expressa disposição legal. Alternativa
errada.
Alternativa C: O pagamento efetuado por um dos devedores solidários aproveita a todos os demais devedores.
Alternativa errada.
Alternativa D: O CTN prevê que a interrupção da prescrição favorece ou prejudica os demais. Alternativa errada.
Alternativa E: A isenção ou remissão do crédito tributário exonera todos os devedores solidários, salvo se outorgada
pessoalmente a um deles. Alternativa errada.
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Gabarito: Letra A
Domicílio Tributário
Logo, embora a regra seja a eleição do domicílio tributário tanto para pessoas jurídicas quanto para pessoas físicas
(alternativa A está errada), a autoridade fiscal pode recusá-lo, hipótese em que o domicílio será fixado não como
último local em que o estabelecimento estava localizado (alternativa C também está errada), mas sim como o local
da situação dos bens ou da ocorrência do fato gerador.
Gabarito: Letra E
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Gabarito: Letra A
Gabarito: Letra A
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Alternativa A: quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o domicílio tributário será o
lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento.
Alternativa correta.
Alternativa B: A regra acima se aplica também às firmas individuais, ou seja, o domicílio tributário será o lugar da sua
sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento. Alternativa
errada.
Alternativa C: Quanto às pessoas jurídicas de direito público, o seu domicílio será qualquer de suas repartições no
território da entidade tributante. Alternativa errada.
Alternativa D: A autoridade não pode definir o domicílio tributário do contribuinte, sem que antes sejam utilizadas
as hipóteses previstas no art. 127, do CTN. Alternativa errada.
Alternativa E: Quanto ao microempreendedor individual, o domicílio tributário será o lugar da sua sede, ou, em
relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento. Alternativa errada.
Gabarito: Letra A
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Obrigação Tributária
O Código Tributário Nacional estabelece que a “autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a
natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária”. De acordo com o referido Código, a norma
retrotranscrita
a) não poderá ser aplicada, sem prévia autorização judicial.
b) poderá ser aplicada, desde que sejam observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei
ordinária.
c) é autoaplicável, independentemente da observância de qualquer procedimento.
d) poderá ser aplicada, desde que sejam observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei
complementar.
e) poderá ser aplicada, nos termos de disciplina a ser estabelecida pelo Poder Executivo.
1. CESPE/MPE-PI-Promotor de Justiça/2019
De acordo com o Código Tributário Nacional, constitui um traço distintivo entre a obrigação tributária
principal e a obrigação tributária acessória o fato de que
a) somente a obrigação principal decorre da legislação tributária, uma vez que a obrigação acessória é
determinada por normas de direito civil ou empresarial.
b) a obrigação principal tem por objeto o pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária, ao passo que
a obrigação acessória tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, previstas no interesse da
arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
c) a obrigação principal somente pode ter como objeto o pagamento de tributo; a obrigação acessória, por
sua vez, deve ter por objeto o pagamento de uma penalidade pecuniária.
d) somente a obrigação principal decorre de um fato gerador; a obrigação acessória é imposta a terceiro que,
sem possuir a condição de contribuinte, tem uma obrigação decorrente de disposição expressa de lei.
e) a obrigação principal é devida pelo contribuinte, ao passo que a obrigação acessória é imposta e compete
ao responsável tributário.
2. CESPE/TJ-PR-Juiz Estadual/2019
Duas pessoas celebraram entre si um contrato de prestação de serviço sujeito a uma condição suspensiva. A
natureza dessa prestação sujeita uma das partes ao pagamento de uma taxa, para a qual não há regramento
específico na hipótese de negócio jurídico condicional.
Nessa situação, o fato gerador da obrigação tributária principal ocorre no momento
a) da efetiva prestação do serviço.
b) da celebração do negócio jurídico.
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d) A definição legal do fato gerador é interpretada a partir da validade jurídica dos atos efetivamente
praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros.
e) A autoridade administrativa poderá desconsiderar negócios jurídicos praticados com a finalidade de evitar
a ocorrência do fato gerador do tributo.
9. VUNESP/Pref. São Bernardo do Campo-Agente Tesouraria/2018
A obrigação tributária tem sempre dois polos: de um lado, o sujeito ativo; de outro, o sujeito passivo. A esse
respeito, é correto afirmar que
a) o sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito privado, titular da competência para exigir o seu
cumprimento.
b) o sujeito passivo é a pessoa física que se submete ao pagamento da penalidade pecuniária, enquanto o
sujeito ativo é o titular da obrigação principal de pagamento de tributo.
c) o sujeito ativo da obrigação principal é chamado de contribuinte, quando, sem revestir a condição de
sujeito passivo, sua obrigação decorre de disposição expressa de lei.
d) o contribuinte é o sujeito passivo que tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o
respectivo fato gerador.
e) as convenções particulares, relativas à sujeição ao pagamento de tributos, devem ser observadas
literalmente pela Fazenda Pública.
10. FGV/Agente Fazendário-Niterói/2015
De acordo com as normas gerais de Direito Tributário, uma criança de sete anos:
a) possui capacidade tributária passiva parcial até completar dezoito anos de idade;
b) não possui qualquer capacidade tributária passiva, porque é incapaz de discernir sobre a prática dos fatos
geradores;
c) possui total capacidade tributária passiva;
d) possui capacidade tributária parcial até completar dez anos de idade;
e) não possui capacidade tributária passiva, porque é menor de idade.
11. FCC/TCM-GO-Procurador/2015
De acordo com o Código Tributário Nacional, no que se refere à sujeição passiva de obrigação tributária,
pode-se asseverar que
a) são solidariamente obrigados os sujeitos passivos expressamente designados pela legislação tributária.
b) sujeito passivo de obrigação acessória é a pessoa obrigada ao pagamento de penalidade pecuniária.
c) o sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando, revestindo ou não a condição de
contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa da legislação tributária.
d) são solidariamente obrigados os sujeitos passivos que tenham interesse comum na situação que constitua
o fato gerador da obrigação principal.
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e) o sujeito passivo da obrigação principal diz-se contribuinte, quando tenha relação direta ou indireta com
a situação que constitua o respectivo fato gerador.
12. FCC/TCM-RJ-Procurado /2015
A propriedade de um bem imóvel por três proprietários com frações distintas gera
a) três fatos geradores distintos, um para cada proprietário.
b) três fatos geradores distintos, um para cada proprietário, mas com solidariedade entre eles.
c) um fato gerador, mas com três sujeitos passivos, cada um responsável proporcionalmente à sua fração,
sem solidariedade.
d) um fato gerador, com três sujeitos passivos solidários entre si pelo todo, por interesse comum consistente
na transmissão do bem imóvel.
e) um fato gerador, com três sujeitos passivos que somente serão devedores solidários se houver expressa
disposição legal neste sentido ou se eles tiverem expressamente assim convencionado.
==15c02a==
Domicílio Tributário
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continuava a ser em Minas Gerais. Em razão desta situação, a Receita Federal determinou a reversão do
domicílio tributário da empresa para a localidade anterior, em sua filial. Em face da situação hipotética
apresentada e do ordenamento jurídico vigente, a Receita Federal do Brasil agiu
a) corretamente, pois em relação às pessoas jurídicas de direito privado não há previsão legal que possibilite
a eleição do domicílio fiscal, havendo esta faculdade apenas às pessoas naturais.
b) incorretamente, dado que não poderia recusar o domicílio eleito pelo contribuinte, mesmo que este
dificultasse a fiscalização tributária, pois a escolha do local da sede da empresa é livremente feita por seus
controladores, especialmente em face da liberdade empresarial constitucionalmente garantida
c) corretamente, visto que na hipótese de recusa do domicílio eleito, a legislação determina que se considere
como domicílio fiscal do contribuinte o último local em que o estabelecimento estava localizado.
d) incorretamente, pois o CTN prevê, quanto às pessoas jurídicas de direito privado, a prerrogativa da eleição
do domicílio fiscal em qualquer local onde haja estabelecimento da empresa no território da entidade
tributante.
e) corretamente, pois a escolha do local da sede da empresa é livremente feita por seus controladores, mas,
para os fins tributários, pode a administração tributária fundamentadamente recusar o domicílio eleito, nos
casos em que o novo domicílio fiscal impossibilite ou dificulte a fiscalização dos tributos.
16. FGV/SEFIN-RO-Técnico Tributário/2018
Leia o fragmento a seguir. Considerar-se-á como __________do contribuinte ou ______o lugar da situação
dos bens ou da _______ dos atos ou fatos que deram origem_________. Assinale a opção que preenche
corretamente as lacunas.
(A) domicílio tributário – responsável – ocorrência - à obrigação.
(B) estabelecimento – substituto - prática – ao fato gerador.
(C) sede – responsável – ocorrência – ao crédito tributário.
(D) centro de atividade – sucessor – prática – ao débito tributário.
(E) domicílio tributário – herdeiro – ocorrência – à obrigação.
17. CESPE/SEFAZ-RS-Auditor Fiscal/2019
Determinada empresa, constituída como pessoa jurídica de direito privado, elegeu por domicílio tributário,
entre os seus estabelecimentos fabris, um situado em área distante de seu centro administrativo de
distribuição logística, que é o lugar de situação dos bens a serem vendidos, o que dificulta a arrecadação e a
fiscalização de tributos.
Nessa situação hipotética, a autoridade administrativa
a) pode rejeitar o domicílio eleito e considerar como domicílio tributário da empresa o centro de distribuição.
b) não pode rejeitar o domicílio tributário eleito porque a empresa agiu nos limites de sua discricionariedade.
c) pode rejeitar o domicílio eleito e considerar como domicílio tributário o centro habitual da atividade.
d) pode rejeitar o domicílio eleito e considerar como domicílio tributário qualquer outro de seus
estabelecimentos situados no território da entidade tributante.
e) não pode rejeitar o domicílio eleito caso o domicílio tributário indicado seja o local de residência habitual
do administrador.
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1. B 8. A 15. A
2. B 9. B 16. E
3. D 10. D 17. A
4. C 11. C 18. A
5. C 12. D 19. A
6. D 13. D
7. C 14. E
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