Exercício - Fisiologia Muscular
Exercício - Fisiologia Muscular
Exercício - Fisiologia Muscular
Diante do quadro apresentado por Jady e das informações relatadas pela avó, Dona
Maria, é possível levantar a suspeita de uma condição neurológica que afeta a
musculatura e pode causar fraqueza nos membros superiores e inferiores, bem como
dificuldade de coordenação motora. Algumas condições que podem estar relacionadas
aos sintomas descritos incluem:
1. Síndrome de Guillain-Barré (SGB): Esta é uma condição autoimune na qual o
sistema imunológico ataca os nervos periféricos, levando a fraqueza muscular
ascendente. Os sintomas frequentemente começam com fraqueza nas pernas e
podem progredir para os braços e outros músculos. Geralmente, é precedida por uma
infecção viral, como uma virose.
2. Polineuropatia Desmielinizante Inflamatória Crônica (CIDP): Similar à SGB, a CIDP é
uma condição na qual o sistema imunológico ataca a mielina dos nervos periféricos.
Ela é caracterizada por fraqueza progressiva e pode afetar tanto os membros
superiores quanto os inferiores.
3. Outras condições neurológicas: Existem outras doenças neuromusculares, como
miopatias congênitas ou adquiridas, distúrbios metabólicos, entre outras, que podem
apresentar sintomas semelhantes.
A ausência de vacinação adequada após os 9 meses pode ser um fator de
preocupação, pois algumas infecções virais, como o vírus da poliomielite (causador da
poliomielite ou paralisia infantil), podem levar a danos neurológicos semelhantes aos
descritos.
É importante que Jady seja avaliada por um médico para realizar um exame
neurológico completo, investigar a história clínica e realizar exames complementares,
como análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) e exames de imagem, se necessário.
O tratamento dependerá do diagnóstico preciso e pode envolver terapias
imunossupressoras, fisioterapia e outras abordagens conforme indicado. A
completação da carteira de vacinação também é essencial para prevenir infecções
evitáveis por vacinas.
QUESTÕES
1- a) O sistema motor está intimamente relacionado ao sistema nervoso periférico
(SNP), que é uma divisão funcional do sistema nervoso. O sistema motor refere-
se ao conjunto de estruturas que suportam as funções motoras, ou seja, o
movimento. Ele é responsável por enviar comandos motores do sistema nervoso
central (SNC) para os músculos e glândulas, coordenando assim o movimento e
outras atividades motoras do corpo.
O sistema nervoso periférico inclui todas as partes do sistema nervoso que
estão fora do cérebro e da medula espinhal (SNC). Ele é composto por fibras
nervosas (nervos), gânglios nervosos e terminações nervosas nos órgãos e tecidos.
O SNP é subdividido em duas partes principais: sistema nervoso periférico
somático e sistema nervoso periférico visceral (ou autônomo).
Sistema Nervoso Periférico Sômato: Esta parte do SNP controla ações
voluntárias do corpo. Ele transmite informações sensoriais dos órgãos dos sentidos
para o sistema nervoso central e envia comandos motores dos neurônios motores
do SNC para os músculos esqueléticos, permitindo movimentos conscientes e
reflexos.
Sistema Nervoso Periférico Visceral (Autônomo): Esta parte do SNP controla
funções involuntárias e regulares do corpo, como batimentos cardíacos, respiração,
digestão e outras funções internas. Ele é subdividido em sistema nervoso simpático
e parassimpático, que trabalham em conjunto para manter o equilíbrio interno
(homeostase) do corpo.
Portanto, o sistema motor se relaciona diretamente com o sistema nervoso
periférico somático, que é responsável pela transmissão de impulsos nervosos
motores dos neurônios motores do SNC para os músculos esqueléticos,
coordenando o movimento consciente e reflexos. O sistema nervoso periférico
desempenha um papel fundamental na execução das funções motoras e na
integração das ações do corpo com o sistema nervoso central.
b)
c)
Fibras Musculares do Tipo I (Fibras Lentas ou de Contração Lenta):
Características:
Contração lenta e sustentada.
Alta resistência à fadiga.
Abundância de mitocôndrias e capilares sanguíneos.
Utilização predominantemente de oxigênio para produção de energia (via metabolismo
oxidativo).
Relação com o Sistema Motor:
Essas fibras são predominantemente controladas pelo sistema nervoso somático e são
responsáveis por atividades musculares de resistência e posturais.
São ativadas em atividades aeróbicas de longa duração, como corrida de longa
distância ou caminhada.
Fibras Musculares do Tipo IIa (Fibras Intermediárias ou de Contração Rápida
Oxidativa):
Características:
Contração rápida e resistência moderada à fadiga.
Contêm uma quantidade intermediária de mitocôndrias e capilares sanguíneos.
Utilizam predominantemente oxigênio para produção de energia, mas também podem
utilizar glicose.
Relação com o Sistema Motor:
Estas fibras são controladas pelo sistema nervoso somático e são responsáveis por
atividades que requerem força e resistência moderadas, como levantamento de peso
moderado e corrida de média distância.
Fibras Musculares do Tipo IIx (Fibras Rápidas ou de Contração Rápida Glicolítica):
Características:
Contração muito rápida e propensas à fadiga.
Baixa quantidade de mitocôndrias e capilares sanguíneos.
Utilizam principalmente glicose para produção de energia (via metabolismo glicolítico).
Relação com o Sistema Motor:
Essas fibras são controladas pelo sistema nervoso somático e são responsáveis por
atividades de explosão e força máxima, como levantamento de peso pesado e sprints
- Tipo IIb (Fibras de Contração Rápida, Glicolíticas): Essas fibras são caracterizadas
por uma rápida velocidade de contração e uma alta capacidade de gerar energia
através da glicólise anaeróbica. No entanto, são menos resistentes à fadiga do que as
fibras do tipo I e tipo IIa.
2. Características e Diferenças Principais:
Tipo I (Fibras de Contração Lenta):
- Características:
- Alta capacidade oxidativa.
- Ricas em mitocôndrias.
- Contração lenta e sustentada.
- Alta resistência à fadiga.
- Principal Diferença: A principal diferença das fibras do tipo I em relação às do tipo
II é a sua resistência à fadiga e sua capacidade de manter a contração por períodos
prolongados.
- Tipo II (Fibras de Contração Rápida):
- Características:
- Tipo IIa (Fibras Oxidativas):
- Velocidade de contração intermediária.
- Boa resistência à fadiga.
- Capacidade oxidativa significativa.
- Tipo IIb (Fibras Glicolíticas):
- Velocidade de contração rápida.
- Baixa resistência à fadiga.
- Dependência da glicólise para geração de energia.
- Principal Diferença: As fibras do tipo II se contraem mais rapidamente do que as
fibras do tipo I e têm uma capacidade de geração de energia diferente, sendo mais
dependentes da glicólise anaeróbica.
Essa classificação é fundamental para entender a diversidade funcional das fibras
musculares esqueléticas e como diferentes tipos de fibras respondem a diferentes
demandas metabólicas e contráteis durante a atividade muscular.
9.
Com base no relato apresentado e nos achados laboratoriais, o diagnóstico mais
provável para L.P.S é a Miastenia Gravis. Vamos analisar cada questão relacionada:
16.
Os neurônios motores inferiores da medula espinhal são essenciais para controlar a
contração muscular e podem ser divididos em dois tipos principais: neurônios motores
alfa e neurônios motores gama. Aqui está a caracterização de cada um:
1. Neurônios Motores Alfa:
- Os neurônios motores alfa são responsáveis por inervar as fibras musculares
extrafusais, que são as fibras musculares responsáveis pela contração e geração de
força nos músculos esqueléticos.
- Cada neurônio motor alfa inerva várias fibras musculares, formando uma unidade
motora. Quando um neurônio motor alfa é ativado por um potencial de ação, todas as
fibras musculares inervadas por ele são estimuladas a contrair.
- Os neurônios motores alfa desempenham um papel crucial no controle fino e
preciso dos movimentos voluntários. A quantidade de força exercida em um músculo é
regulada pela taxa de disparo dos neurônios motores alfa e pela quantidade de
unidades motoras recrutadas.
2. Neurônios Motores Gama:
- Os neurônios motores gama são responsáveis por inervar as fibras musculares
intrafusais, que são parte dos fusos musculares localizados nos músculos
esqueléticos.
- As fibras musculares intrafusais dos fusos musculares detectam alterações no
comprimento muscular e enviam informações sensoriais ao sistema nervoso central
sobre o grau de estiramento muscular.
- A contração dos neurônios motores gama ajusta a sensibilidade dos fusos
musculares, garantindo que os reflexos de estiramento muscular sejam
apropriadamente modulados durante a contração muscular.
- A atividade dos neurônios motores gama é essencial para regular a sensibilidade
proprioceptiva e manter a precisão dos movimentos voluntários.
Fibras Musculares Inervadas:
- Neurônios Motores Alfa: Inervam as fibras musculares extrafusais nos músculos
esqueléticos. Essas fibras são responsáveis pela contração e geração de força nos
músculos.
- Neurônios Motores Gama: Inervam as fibras musculares intrafusais localizadas nos
fusos musculares. Essas fibras são sensíveis ao estiramento muscular e ajudam a
regular a sensibilidade proprioceptiva.
17.
A coativação alfa-gama é um processo importante que ocorre durante a contração
muscular para garantir a sensibilidade proprioceptiva e a eficácia dos reflexos de
estiramento muscular. Vamos explicar como funciona esse processo e o papel dos
neurônios motores inferiores da medula espinhal:
1. Neurônios Motores Alfa e Gama:
- Neurônios Motores Alfa: Inervam as fibras musculares extrafusais nos músculos
esqueléticos, responsáveis pela geração de força e pela contração muscular.
- Neurônios Motores Gama: Inervam as fibras musculares intrafusais nos fusos
musculares, que são sensíveis ao estiramento muscular.
2. Fusos Musculares e Sensibilidade Proprioceptiva:
- Os fusos musculares são estruturas sensoriais encontradas nos músculos
esqueléticos, compostas por fibras musculares intrafusais e terminações sensoriais.
- Quando um músculo é estirado, as fibras musculares intrafusais dos fusos
musculares são alongadas.
- Os receptores sensoriais nos fusos musculares (terminações primárias e
secundárias) detectam o estiramento muscular e enviam sinais sensoriais aos
neurônios motores gama.
3. Papel dos Neurônios Motores Inferiores:
- Durante a coativação alfa-gama, ocorre a ativação simultânea dos neurônios
motores alfa (que inervam as fibras extrafusais) e dos neurônios motores gama (que
inervam as fibras intrafusais dos fusos musculares).
- A ativação dos neurônios motores alfa resulta na contração das fibras musculares
extrafusais, gerando a força necessária para o movimento.
- A coativação dos neurônios motores gama ajusta a sensibilidade dos fusos
musculares, garantindo que os reflexos de estiramento muscular sejam
apropriadamente modulados durante a contração muscular.
- Esse processo permite que o sistema nervoso central monitore continuamente a
posição e o comprimento dos músculos, fornecendo informações essenciais para a
coordenação motora, o controle postural e a prevenção de lesões.